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quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Ética e fraternidade

crédito: Andrew Moca/Unsplash.com

Ética e fraternidade

Em tempo de guerras fraticidas, o tema sugerido para a nossa reflexão não é apenas oportuno, mas urgente, essencial.

Quanto mais o conceito de progresso e a visão de desenvolvimento proclamam e apoiam um percurso de globalização sem solidariedade, sem justiça e sem fraternidade, mais sentimos a necessidade de promover uma globalização diferente, mais humana e mais solidária, marcada pela fraternidade, pela justiça e pelo respeito aos direitos e pela consciência dos deveres de todos os seres humanos.

Cultura do descarte

No pensamento do Papa Francisco, um conceito desumano de globalização produz a “cultura do descarte” que, além de ser um problema atual e dramático, é também uma espécie de critério a ser utilizado para observar, ler, analisar e compreender com mais profundidade a realidade dos acontecimentos sociais e das situações históricas que estamos enfrentando na nossa mudança de época em meio a um clima de guerra fratricida. É a partir do aumento ou da diminuição, ou da não existência da ‘cultura do descarte’ que poderíamos fazer uma classificação do grau e do tamanho da civilização de cada uma das 204 nações do mundo. A ‘cultura do descarte’ é a prova de uma mentalidade horrível e de uma lógica destruidora que não se detém apenas nas dimensões econômicas e financeiras. Ela define como descartáveis todos os bens materiais e supérfluos na vida das pessoas: é uma cultura materialista, consumista, injusta e desumana que, quando entra nas escolhas cotidianas de uma democracia, e influencia os corações e as ideias de todas as pessoas e de todos os povos do mundo, – especialmente em situações de guerra, de urgência, de sofrimentos, de injustiças e de escassez de recursos –, afeta a percepção da dignidade das pessoas e destrói a vida de irmãos e irmãs em âmbito cultural, afetivo, político e social.

Medo dos pobres e dos marginalizados

Sabemos por experiência que os nossos desejos e anseios de um futuro mais humano, fraterno e justo não encontram e nunca encontrarão resposta em meio a uma submissão absurda e desumana aos ídolos do lucro e da arrogância, do armamento, do racismo, da violência e da insensibilidade frente ao sofrimento alheio. Nessa onda trágica da ‘cultura do descarte’ (hoje, na Ucrânia, os civis infelizmente são tratados como seres humanos de descarte), alguém inventou a palavra “aporofobia” para indicar uma filosofia de vida, de atitude e de ideias baseadas no medo dos pobres, dos marginalizados, dos ‘sem voz e sem vez’. Os meses de pandemia, acrescidos de um estado de guerra, tem desencadeado e aumentado no mundo inteiro uma espécie de fobia, juntamente com insultos, agressividade e violência contra os estrangeiros, os migrantes, os excluídos, os moradores de rua, os ‘sem nome’, os empobrecidos, os sem-teto, os refugiados, os deslocados, os requerentes de asilo.

Vocação à liberdade

Contra a ‘cultura do descarte’ sentimos a urgência e a necessidade de pensarmos e de vivermos a nossa existência como vocação à liberdade de filhas e filhos de Deus, e como plena realização da nossa dignidade pessoal. Quanto mais escutarmos, forte e conscientemente, a voz e o apelo para construirmos um mundo de vida, de fraternidade e de comunhão entre todas as raças, culturas, línguas e nações, mais constatamos a urgência, a beleza e a riqueza da proposta de uma ética da fraternidade.

por pe. Gabriel Guarnieri, SX

(Texto completo publicado na Revista Mundo e Missão edição 260.

O problema do “alcoolismo gourmet”

encierro | Shutterstock
Por Pe. José Eduardo

Pe. José Eduardo: "Quando o pinguço gourmet perceber, estará numa clínica gourmet tendo de tomar remédios gourmet".

Alcoolismo gourmet foi a expressão utilizada pelo pe. José Eduardo de Oliveira, em sua rede social, para descrever a preocupante glamourização da bebida alcoólica em nossa época.

A tendência “cool” ao consumo exagerado é reforçada, entre outros incentivos, por músicas populares cujas letras exaltam o álcool com a mesma falta de moderação com que a bebida vem sendo consumida por um público cada vez mais jovem e inconsequente.

Eis, com uma dose de ironia, o comentário crítico do sacerdote:

“Há um alcoolismo gourmet bastante em voga atualmente. É literalmente isso: a gourmetização dos cachaceiros, é a naturalização do alcoolismo bem diante dos nossos olhos!

É uma pena que os danos causados pela banalização do consumo imoderado do álcool sejam percebidos apenas depois de muito tempo e produzam consequências amargas, desde famílias destruídas até a auto-destruição da saúde.

Quando o pinguço gourmet perceber, estará numa clínica gourmet tendo de tomar remédios gourmet e terá uma morte muito sofrida gourmet e um enterro gourmet, mas vai deixar uma família deprimida gourmet e um enorme rastro de destruição, obviamente gourmet.

No fundo, é a gourmetização do suicídio! Uma verdadeira desgraça, porém, gourmet”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: Santo Tomás, luz para a Igreja. Estudá-lo sem reducionismos intelectualistas

O Papa Francisco fala aos participantes do 11º CTI (Vatican Media)

Na audiência com os participantes do XI Congresso Tomista Internacional, Francisco se deteve sobre algumas interpretações do pensamento do mestre que o tomismo difundiu, ofuscando sua figura: antes de falar deste grande teólogo, é preciso contemplar, caso contrário se tira sua força e grandeza. "O cristão não tem medo de se engajar num diálogo sincero e racional com a cultura de seu tempo, convencido" de que "toda verdade, seja por quem for que ela seja dita, vem do Espírito Santo": disse o Papa

Antonella Palermo/Raimundo de Lima – Vatican News

Trata-se de refletir sobre um mestre, não sobre um intelectual como tantos outros. Assim disse o Papa dirigindo-se espontaneamente, ou seja, sem o texto preparado para a ocasião, aos participantes do XI Congresso Internacional Tomista sobre o tema "Vetera novis augere. Os recursos da tradição tomista no contexto atual", reunidos na Sala Clementina, no Vaticano, após a entrega do texto do referido discurso ao presidente da Pontifícia Academia de Santo Tomás de Aquino.

Jamais usar o mestre oportunisticamente

Com o tomismo correu-se o risco de instrumentalizar o mestre, disse Francisco, que se referiu, a título de exemplo, a uma das muitas interpretações do tomismo que levaram Aquino a ser escravo do "pensamento casuístico". Mencionou quem inventou a puncta inflata que, de forma oportunista, acabou diminuindo e tornando ridículo o pensamento do mestre. Em seguida, o Pontífice ofereceu uma indicação de método: ao estudar o pensamento de um mestre, o primeiro passo - observou - é a contemplação, " para ser nós recebidos nesse pensamento magisterial. O segundo, com timidez, é a explicação. E finalmente, com muita cautela, a interpretação". E especificou: "Jamais usar o mestre para as coisas que eu penso, mas colocar as coisas que eu penso na luz do mestre, que seja a luz do mestre a interpretar isto.

Não reduzir sua figura à de um pensador

Para tornar a ideia mais clara, o Papa Francisco relatou, a este ponto, um episódio relacionado ao trabalho do Sínodo sobre a família, onde havia pontos pouco claros sobre a doutrina católica e sobre algumas interpretações do próprio Santo Tomás. E lembrou que foi um dominicano, o cardeal Schönborn, que deu uma grande lição de teologia tomista: "ele entendia Tomás e o explicou sem usá-lo, com grandeza". E Francisco comentou que sua contribuição foi "maravilhosa". Daí o convite: "antes de falar de Santo Tomás, antes de falar de tomismo, antes de ensinar, é preciso contemplar: contemplar o mestre, compreender para além do pensamento intelectual o que o mestre viveu e o que o mestre quis nos dizer". O Pontífice advertiu contra reduzir a figura de um mestre à de um pensador: desta forma, arruína-se seu pensamento; "eu lhe tiro a força, eu lhe tiro a vida", disse novamente o Papa. "E Santo Tomás foi uma luz para o pensamento da Igreja, e nós devemos defendê-lo de todos esses 'reducionismos intelectualistas' que aprisionam a grandeza de seu pensamento magisterial".

Tomás de Aquino: homem apaixonado pela Verdade

No texto entregue, o Pontífice recordou que o próximo ano marcará o sétimo centenário da canonização de Santo Tomás de Aquino, que ocorreu em Avignon, em 1323. Este evento, disse Francisco, "nos lembra que este grande teólogo - o 'Doutor Comum' da Igreja - é antes de tudo um santo, um discípulo fiel da Sabedoria encarnada. É por isso que, prosseguiu o Santo Padre, na oração da coleta de sua memória, pedimos a Deus, "que o fez grande por sua busca de santidade de vida e sua paixão pela doutrina sagrada", que "nos conceda compreender seus ensinamentos e imitar seus exemplos". Encontramos aí vosso programa espiritual: imitar o Santo e deixar-vos iluminar e guiar pelo Doutor e Mestre.Francisco destacou que a mesma oração ressalta a paixão de Santo Tomás pela doutrina sagrada. De fato, ele era um homem apaixonado pela Verdade, um incansável buscador da face de Deus.

Esta busca pela verdade sobre Deus é movida e permeada pelo amor. Assim ele escreve: "Movido por uma vontade ardente de crer, o homem ama a verdade que acredita, considera-a em sua inteligência e a abraça com as razões que ele pode encontrar para tal fim". Buscar humildemente, sob a guia do Espírito Santo, o intellectus fidei não é opcional para o crente, mas faz parte do próprio dinamismo de sua fé.

A busca apaixonada por Deus é oração e contemplação

O Santo Padre acrescentou que é necessário que a Palavra de Deus, já acolhida no coração, chegue ao intelecto para "renovar nossa maneira de pensar", para que possamos avaliar todas as coisas à luz da Sabedoria eterna. Portanto, disse o Papa, "a busca apaixonada por Deus é simultaneamente oração e contemplação, de modo que Santo Tomás é modelo da teologia que nasce e cresce na atmosfera da adoração. Esta busca da verdade sobre Deus usa as duas "asas" da fé e da razão. Como sabemos, a forma como Santo Tomás foi capaz de coordenar as duas luzes da fé e da razão continua sendo exemplar, observou Francisco.

O cristão, diálogo sincero e racional com a cultura do tempo

O cristão, portanto, não tem medo de se engajar num diálogo sincero e racional com a cultura de seu tempo, convencido, de acordo com a fórmula do Ambrosiaster, querida por Tomás, de que "toda verdade, seja por quem for que ela seja dita, vem do Espírito Santo.

Francisco observou ainda que o tomismo não deve ser um objeto de museu, mas uma fonte sempre viva, de acordo com o tema deste Congresso: "Vetera novis augere". Os recursos da tradição tomista no contexto atual". É necessário promover, nas palavras de Jacques Maritain, um "tomismo vivo", capaz de se renovar para responder às perguntas de hoje, destacou o Santo Padre.

Aumentar e enriquecer as coisas antigas com as coisas novas

Entre as muitas doutrinas iluminadoras de Santo Tomás de Aquino, o Papa quis chamar a atenção, como fez na Encíclica Laudato si’, sobre a fecundidade de seu ensinamento acerca da criação.

Para Santo Tomás, a criação é a primeira manifestação da estupenda generosidade de Deus, efetivamente, de sua misericórdia gratuita. É a chave do amor, diz Tomás, que abriu a mão de Deus e a mantém sempre aberta. Ele então contempla a beleza de Deus que resplandece na ordenada diversidade de criaturas. O universo das criaturas visíveis e invisíveis não é um bloco monolítico nem uma pura diversidade disforme, mas forma uma ordem, um todo, no qual todas as criaturas estão unidas porque todas elas vêm de Deus e vão para Deus, e porque agem umas sobre as outras, criando assim uma densa rede de relacionamentos.

O Papa Francisco os exortou a recorrer a Santo Tomás de Aquino e a não ter medo de aumentar e enriquecer as coisas antigas e sempre fecundas com as coisas novas.

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Como rezar nos momentos de muita angústia?

Shutterstock | KieferPix
Por Aliénor Strentz

Um guia completo para você saber como rezar nos momentos mais difíceis da sua vida.

O ser humano tem uma tendência ou a se retirar em si mesmo e desesperar, ou a se voltar sem qualquer discernimento para “receitas terapêuticas” da moda. A angustia, esta sensação exacerbada de abandono e no fundo do buraco, pode então levar a desvios e causar muitos danos na vida de uma pessoa. Nessas situações, recorrer a Deus, em oração, é fortemente benéfico. Mas como podemos fazer isto quando temos pouca força e a sensação de termos sido abandonados por Deus?

1CLAMAR AO CÉU

Sergey Nivens | Shutterstock

A maior santa dos tempos modernos, Santa Teresinha do Menino Jesus, deu uma definição simples de oração. Para ela, trata-se de um “impulso do coração”, um “simples olhar para o Céu”, um “grito de gratidão e amor no meio da provação, bem como no meio da alegria”. Recordar isto é particularmente apropriado quando se está angustiado(a), e se tem pouca paz e desejo de entrar em oração.

A Bíblia fala-nos de muitas situações de angústia individual e coletiva – a do povo hebreu. Entre outros exemplos, o livro de Tobias fala-nos da angústia de Sara. Ela tinha sido casada sete vezes. Mas a cada vez, o demónio Asmodeu matou todos os seus maridos. Era regularmente insultada por uma jovem criada do seu pai que a acusava de matar os seus próprios maridos (Tobias 3, 7-9). A angústia de Sara é explicada no capítulo 3, versículo 11 de Tobias: “Nesse dia Sara chorou com o coração pesado”.

Hippolyte Muaka Lusavu, no seu livreto Orações de Cura, observa: “É a alma que fica ferida quando acontece de ficarmos abalados por causa dos aborrecimentos da vida”.

Sara vai até ao quarto superior da casa do seu pai para se enforcar. Mas ela percebe que o ato que está prestes a cometer pode causar a morte do seu pai. Assim, recorre a Deus para pedir a sua própria morte. Por isso, ela reza:

Deus de nossos pais, que vosso nome seja bendito. Vós, que depois de vos irardes, usais de misericórdia e no meio da tribulação perdoais os pecados aos que vos invocam. Volto-me para vós, ó Senhor, para vós levanto os meus olhos. Rogo-vos, Senhor, que me livreis dos laços deste opróbrio, ou então que me tireis de sobre a terra!

Tobias 3, 11-15

A oração de Sara assemelha-se à de Jó, que, humilhado e angustiado, amaldiçoa o dia do seu nascimento, mas em nenhum momento amaldiçoa Deus, em quem continua a ter esperança, apesar de tudo (Jó, capítulos 3 e 19).

2REJEITAR O ESPÍRITO DE DESÂNIMO E RECORDAR AS GRAÇAS RECEBIDAS NO PASSADO

fizkes I Shutterstock

Como as situações de angústia e aflição podem durar muito tempo, existe uma grande tentação de cultivar um espírito de complacência com o próprio desespero, e de permanecer num estado de permanente e paralisante desânimo.

Contudo, como exorta o Padre Muaka Lusavu, “a melhor maneira de ultrapassar a angústia é recusar-se a viver nela. É portanto necessário assumir um compromisso firme para remover de nós próprios todos os pensamentos de desânimo e toda a paralisia nas nossas ações. É frequentemente necessário, durante esta fase, ser acompanhado a nível emocional por um psicólogo ou psiquiatra, mas também, a nível espiritual, por um padre.

Sejam quais forem as dificuldades e tormentos por que estamos a passar, é possível olhar em frente e construir um futuro novo. Para tal, precisamos de alcançar um certo equilíbrio psicológico e emocional, com a ajuda e apoio.

Podemos também recordar, com a ajuda do Espírito Santo, as graças que recebemos no passado. Esta memória de ação de graças ancora-nos na esperança, porque nos lembramos que Deus quer a nossa felicidade, que Ele é o nosso pastor em quem podemos confiar.

O salmista canta isto repetidamente, como no Salmo 22, versículo 4:

Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo.

Leiamos, portanto, frequentemente em voz alta os salmos da confiança (como os salmos 22, 27 e 54) e tenhamos a certeza de que a confiança em Deus faz milagres. Por exemplo, Paulo e Silas na prisão cantavam as maravilhas de Deus. Depois as suas correntes foram quebradas pela vontade de Deus (Atos 16,24-26).

3INVOCANDO OS ARCANJOS E A VIRGEM MARIA

O próprio Jesus experimentou a angústia no Monte Getsémani e na Cruz, sentindo profundamente o “abandono de Deus”. “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” gritou ele (Mt 27, 46).

No Jardim das Oliveiras, quando os apóstolos estavam todos a dormir, um anjo veio consolá-lo (Lc 22, 42-45). Lembremo-nos disto: os anjos querem nos ajudar e consolar, porque têm imensa compaixão por nós. Numa situação de desespero, recorramos ao poderoso Anjo do Monte das Oliveiras, o mesmo que consolou o nosso Salvador na sua angústia.

Os arcanjos S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael também atuam poderosamente contra os espíritos malignos “que vagueiam pelo mundo” e fazem-nos desanimar. O terço de São Miguel ou as orações de São Miguel são orações libertadoras para nos afastar a todos os servos do diabo.

Finalmente, o Santo Terço, ou simplesmente a invocação do santo nome de Nossa Senhora, é também uma poderosa oração de proteção e libertação do mal e de todas as formas de angústia.

Depois do Espírito Santo, a Virgem Maria e os Arcanjos são os nossos ajudantes mais preciosos nas nossas “batalhas espirituais”.

4MEDITAR SOBRE A VITÓRIA FINAL DO BEM SOBRE O MAL… E REDESCOBRIR AS BEM-AVENTURANÇAS

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A angústia pode levar à tristeza e ao esquecimento do propósito final de Deus: o triunfo final do Reino de Cristo, tal como revelado no Apocalipse. Meditar sobre a volta de Cristo em glória e sobre a Jerusalém celestial pode espalhar paz e esperança dentro de nós. Assim, já não estamos concentrados no nosso sofrimento, mas na vitória final de Cristo, e num lugar onde toda a dor irá desaparecer, o que São João viu e relatou no Livro do Apocalipse (21, 10-11).

Levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, revestida da glória de Deus. Assemelhava-se seu esplendor a uma pedra muito precio­sa, tal como o jaspe cristalino. 

Finalmente, pode ser reconfortante redescobrir as Bem-aventuranças, e ver a situação atual de angústia como uma fonte de maior alegria espiritual. “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5, 4).

5OFERECER A NOSSA ANGÚSTIA A DEUS E COMPROMETERMO-NOS A LUTAR CONTRA O MAL

A nossa oração também pode ser uma oferta a Deus pela salvação das almas. Oferecer a Deus a nossa situação angustiante é dar-lhe um significado, algo que é tão salutar para nós como para o nosso próximo.

Nesse sentido, o sofrimento é oferecido pela conversão dos pecadores ou pela libertação das almas no purgatório. Este dom de si já é uma vitória contra a angústia porque nos tira de um sentimento de intensa solidão, ao ligar-nos aos nossos irmãos e irmãs em Cristo. De fato, a angústia pode também, com empenho e muita força de vontade, ser transformada numa ação benéfica.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Dia da Árvore

Dia da Árvore | UniSant'anna

Qual o motivo para haver um Dia da Árvore?

O Dia da Árvore marca o início da primavera no hemisfério sul, dia 22 de setembro. As árvores são importantes pois:

🌿 Produzem oxigênio e absorvem o gás carbônico por meio da fotossíntese;
🌴 Regulam a temperatura;
🎋 Aumentam a umidade do ar;
🌵 Equilibram o ecossistema;
🌳 Produzem sombra e servem de abrigo para diversas espécies da fauna;
🍃 Muitas têm propriedades medicinais;
🥑 Muitas produzem alimento para os diversos seres vivos;

O desmatamento é um grave problema para toda a sociedade, para todo o planeta terra. O desmatamento provoca erosões, assoreamento de rios, desertificação, redução do volume de chuvas, desiquilíbrio no ecossistema, perda da biodiversidade e redução da umidade do ar.

Essa causa também é sua! Também é nossa!

#UniSantAnnaUneVocêAoSucesso #NASA #UniSantAnnaSemprePertoDeVocê

Um conjunto de iniciativas fortalece a participação nas eleições 2022

Foto: Nelson Jr. | Ascom TSE

UM CONJUNTO DE INICIATIVAS FORTALECE A PARTICIPAÇÃO NAS ELEIÇÕES 2022 E REFORÇA A POLÍTICA COMO EXPRESSÃO DA CARIDADE

Aproximam as eleições gerais no Brasil em 2022 agendadas para o próximo dia 2 de outubro, quando acontece o primeiro turno, e 30 de outubro, em caso de um segundo turno. Nesses dias, serão eleitos o presidente, o vice-presidente, senadores e deputados federais, bem como governadores e deputados estaduais.

Esse ano, algumas iniciativas foram desenvolvidas pelas Comissões, Organismos e Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na linha de qualificar a cidadania e a participação dos católicos no processo político eleitoral, tendo em vista o amadurecimento da escolha de representantes que vão influir na elaboração de leis e na proposição e execução de políticas públicas que determinarão a vida dos brasileiros e brasileiras a partir de janeiro de 2023.

Em artigo recente, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor de Oliveira Azevedo, associou estas iniciativas à “Política melhor”, expressão cunhada pelo Papa Francisco em sua Carta Encíclica Fratelli Tutti, que aponta para a importância de qualificar a política.

O presidente da CNBB destaca que há, na Igreja no Brasil, um conjunto de esforços e investimentos para encantar a política – isto é, fazer dela, sempre mais, um serviço alicerçado na qualificada cidadania, promovendo dinâmicas que garantam justiça e igualdade, uma compreensão que articule as diferenças como riquezas na democracia. Nesta direção, dom Walmor defende a possibilidade de se fazer da política um instrumento para a promoção de valores inegociáveis, como por exemplo a defesa da vida, em todas as suas etapas.

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) defende que a política genuína é expressão da caridade e busca a promoção do bem comum. “Assim, a formação política promovida pela Igreja é apartidária, sem vínculo com candidatos ou ideologias, respeita a autonomia e liberdade de cada pessoa na definição do voto. Trata-se de uma contribuição para que a fé, adequadamente vivida na sua dimensão místico-profética, ilumine escolhas conscientes, capazes de promover mais justiça, solidariedade e paz”, disse. O arcebispo defende ainda a participação dos leigos na vida política como forma de resgatar o nobre sentido do exercício da função da política como caridade. 

Projeto Encantar a Política

Caderno Encantar a Política | CNBB

Uma das inciativas em curso é o projeto “Encantar a Política” lançado em abril deste ano por um conjunto de forças da Igreja. Além da elaboração de uma cartilha de estudo, que servirá de subsídio, o projeto organizou um curso sobre planejamento de campanha, já iniciado e com fila de espera; e a realizou de um seminário nacional, de 13 a 15 de maio, em Brasília, com o objetivo de capacitar multiplicadores e parceiros, para que todos os estados brasileiros sejam atingidos.

São parceiros na realização do projeto, as comissões episcopais para o Laicato e Ação Sociotransformadora da CNBB, o Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara (Cefep), a Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), o Núcleo de Estudos Sociopolíticos da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, a 6ª Semana Social Brasileira, o Conselho Nacional do Laicato do Brasil e outras organizações.

De acordo com o presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo da diocese de Tocantinópolis (GO), dom Giovane Pereira de Melo, a iniciativa vai para além das eleições 2022. “Este é um projeto de formação política permanente, que nós desejamos que contribua durante as próximas eleições”, disse.

O projeto retoma, nos subsídios elaborados, questões centrais das encíclicas do Papa Francisco – Laudato SíFratelli Tutti e da exortação pós-sinodal Evangelii Gaudium, que tratam, entre outros temas, da alegria do Evangelho, do cuidado com a Casa Comum (meio ambiente) e abordam a Política como uma decorrência ética do mandamento do amor.

Robson Sávio - PUC/Minas | CNBB

Mas por que Encantar a Política? Segundo o doutor em Direitos Humanos, Ciências Sociais e coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas, Robson Sávio Reis Souza, é preciso sim reencantar a política no Brasil, pois a mesma passou por um processo de criminalização.

De acordo com o pesquisador, a partir de 2013, ocorreu um sistemático ataque contra todo o sistema político, principalmente partidário. O pesquisador ressalta que esse processo de criminalização da política produziu uma aversão da politica por parte da população, com aumento do absenteísmo eleitoral, votos brancos, nulos e abstenções.

Com isso, conforme Robson, fortaleceu-se a ideia de que qualquer pessoa que ocupa um cargo público é corrupta e acabou redundando numa apropriação dos espaços políticos por pessoas eleitas com o discurso da antipolítica. “Observamos nos parlamentos, da câmara de vereadores até o Congresso Nacional, uma geração de políticos que não têm nenhum compromisso com os princípios basilares da democracia, do Estado de direito; com a defesa de igualdade, da dignidade humana, justiça e paz social”, refletiu.

Campanha “Eu voto pela Amazônia”

EuVotoPelaAmazonia | CNBB

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), Organismo vinculado a CNBB, em maio deste ano, a Campanha #EuVotoPelaAmazonia, com o objetivo de ajudar os cristãos e a sociedade em geral a refletir sobre a importância de eleger políticos e governos comprometidos com a Ecologia Integral, a agroecologia, a justiça socioambiental, o bem-viver e os direitos dos povos e de seus territórios.

A Campanha vendo sendo mobilizada desde maio com término previsto agora setembro e está desenvolvendo várias ações de conscientização como rodas de conversa sobre a Amazônia e eleições, reflexões, vídeos, materiais para redes sociais e roteiro de celebrações para as comunidades de dentro e de fora da Amazônia. Foi realizada, também, uma Vígilia no Dia da Amazônia, comemorado em 5 de setembro.

De acordo com o arcebispo de Porto Velho (RO) e secretário da REPAM, dom Roque Paloschi, as eleições são um espaço fundamental para o exercício da cidadania e o momento durante o qual o povo decide os rumos de sua história e salvaguarda a democracia. “Para isso, é importante uma educação integral de todos nós, povo brasileiro. Educação que ajude a fazer escolhas conscientes e pelo bem da coletividade.

Papo de jovem: Juventude & Política

Papo jovem: Juventude & Política | CNBB

Durante o mês de agosto, a Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB convidou as juventudes do Brasil para a série especial “Papo de Jovem: Juventude & Política”. Os temas que abordados: Sistema Político Brasileiro; Compromisso com a Verdade; Amizade Social e Divisão; Igreja e Política; e Cidadania e Protagonismo.

O objetivo é, em ano eleitoral, proporcionar aos jovens um aprofundamento sobre política e, ao mesmo tempo, uma reflexão se seus direitos como cidadão são reconhecidos. Semanalmente, no site e nas redes sociais do Jovens Conectados, está sendo disponibilizado um vídeo e um subsídio “Encontros” sobre o tema. O primeiro episódio foi divulgado em 1º de agosto.

O bispo de Valença (RJ) e presidente da Comissão, dom Nelson Francelino, salienta a importância de os jovens serem protagonistas da mudança em uma sociedade desencantadora para as juventudes, como a qual vivemos. “Nossa juventude é chamada a sair e se aprofundar no tema das políticas públicas, que chama toda a sociedade para resolver, dialogar e para aprofundar determinadas situações. É muito importante nesse período eleitoral não nos omitir, mas sair com ideias claras em sintonia com o Evangelho e missão da nossa juventude católica, que se compromete com a justiça e com a vida”, diz o bispo.

Curso on-line “Fake News, Religião e Política”

Fake News, Religião e Política | CNBB

De 8 a 12 de agosto foi realizado o curso on-line “Fake News, Religião e Política” com a formação de 200 lideranças católicas de todo o país. Tendo em vista o aumento substancial da disseminação de notícias falsas, o objetivo do curso foi “oferecer uma formação aos agentes da Pascom, de outras pastorais, movimentos e organismos da Igreja para que desenvolvam a habilidade de checagem de notícias, exerçam a atitude cristã de propagação da verdade e formem uma rede de checadores de notícias no âmbito eclesial”. 

O curso foi oferecido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, a Assessoria de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Pastoral da Comunicação (Pascom-Brasil), em parceria com os Jovens Conectados, com a Bereia – Informação e Checagem de Notícias e com a PUC Minas, por meios de seus núcleos Anima, Núcleo de Estudos Sociopolíticos (Nesp) e Núcleo de Estudos em Comunicação e Teologia (Nect). 

O bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, considera que “estamos assustados com diversas situações de nosso tempo, presentes no mundo e, é claro, também no Brasil. Dentre elas, a disseminação de notícias falsas, as chamadas fake news”.

Segundo dom Joel, trata-se de um fenômeno assustador, que, visando a fragilização das pessoas e da sociedade, deve ser identificado, compreendido e rejeitado com toda veemência. Para o secretário geral da CNBB, o compromisso com a verdade é uma exigência cristã, sem dúvida. “Diz respeito, entretanto, a todas as pessoas, independentemente da crença que possua, pois, quando abrimos mão da verdade, abrimos igualmente mão de nossa própria condição humana”, defende.

Cartilha de Orientação Política inspirada na Fratelli Tutti

Cartilha de Orientação Política 2022 | CNBB

Como já é uma tradição no regional Sul 2 da CNBB´, este ano, tendo em vista as Eleições 2022, o regional preparou a publicação: “Cartilha de Orientação Política 2022”, subsídio apartidário que trata sobre política na sua essência, sem posicionamento partidário ou ideológico.

A publicação reforça a posição da Igreja Católica e da CNBB, que não se identificam com nenhum partido ou ideologia política, mas são comprometidas com a democracia e o bem comum, com o objetivo de que todos tenham condições de viver com dignidade, desde a sua concepção até o seu fim natural.

Os valores de uma autêntica política, como a busca do bem-comum, que visa garantir vida digna a todos, são comuns também ao Evangelho e a Doutrina Social da Igreja. Sendo assim, como define o Papa Francisco, a política é muito nobre e é uma das mais altas formas de se viver a caridade. Por isso, a Igreja é um espaço aberto para acolher a todos, independente das opções político-partidárias, para um incansável diálogo sempre em vista do bem-comum.

Podcasts: “A política melhor”

Todos os temas da cartilha foram aprofundados por meio de uma série de podcasts, intitulada: “A política melhor”. Com o apoio da Pascom Brasil, da Signis Brasil e da Rede Católica de Rádio, semanalmente, a partir do dia 28 de abril, foram publicadas entrevistas, nas quais foram aprofundados os temas da cartilha.

Ao todo são 20 episódios, publicados semanalmente às quintas-feiras, para os quais foram convidados especialistas e peritos para abordar os temas da cartilha. O episódio de estreia foi com o tema “A Igreja Católica e a Política”, abordado pelo secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.

Outros episódios abordaram temas como “A importância do voto”, “A importância do TSE e dos TREs”, “O sistema eleitoral brasileiro”, “A política em favor da vida integral”, “Ameaças à Democracia: Fake News”, “Votar no Brasil: a urna eletrônica é segura?”, “Participação das mulheres, jovens e leigos na política”, entre outros.

Saiba mais:
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Foto capa: Nelson Jr. | Ascom TSE

Papa na festa de São Mateus: vamos ler o Evangelho todos os dias

Na "escola do Evangelho" pode-se encontrar "a luz e o apoio para o caminho",
disse o Pontífice  (Vatican Media)

Nesta quarta-feira (21), de memória litúrgica do Evangelista, Francisco reforçou o convite para se ler a Palavra de Deus diariamente, retomando as salas de aula da "escola do Evangelho". A recomendação foi dada através do Twitter e também durante a Audiência Geral.

Andressa Collet – Vatican News

A indicação do Papa Francisco no primeiro tuíte desta quarta-feira (21) reforça o convite feito repetidas vezes durante o seu magistério de levar o Evangelho "no bolso e na bolsa" para poder ler de "três a quatro versículos" todos os dias. Um pedido que tem sido incentivado pelo Pontífice através da distribuição de edições especiais da Bíblia e até de Evangelhos de bolso aos fiéis em diferentes ocasiões na Praça São Pedro. Eis a mensagem do Papa na conta oficial @Pontifex, em língua portuguesa:

“A festa do evangelista #SãoMateus, que a Igreja celebra hoje, oferece-me a oportunidade para exortar todos a ler diariamente o #Evangelho. Encontrareis nas palavras de Cristo a luz e o sustento para o vosso caminho.”

A escola do Evangelho por São Mateus

Esse foi o teor da saudação feita aos peregrinos de língua italiana na Audiência Geral, quando Francisco recomendou a ler a Palavra de Jesus, retomando a "escola do Evangelho", inclusive com Mateus, um pecador que deixou tudo para seguir Jesus e tornou-se um dos Doze. Ele é autor do primeiro Evangelho, não escrito em grego, mas, possivelmente, em aramaico. Os destinatários do Evangelho de Mateus são os cristãos de origem judaica: no texto, ele coloca em realce o fato de que Jesus é o Messias, que cumpre as promessas do Antigo Testamento.

A vocação do Apóstolo também está sendo reproposta neste dia de festa através do relato do Papa Francisco, em italiano, na produção "Rostos do Evangelho", um programa realizado pelo Dicastério da Comunicação em colaboração com a Biblioteca Apostólica Vaticana, Museus Vaticanos e Rai Cultura. A produção foi ao ar no principal canal de TV da Rai no último domingo de Páscoa e pode ser conferido no site do Vatican News.

Neste dia de memória litúrgica de São Mateus, o Papa também lembrou do Evangelista ao saudar os peregrinos de língua eslovaca na Audiência Geral desta quarta-feira (21):

“Hoje celebramos a festa de São Mateus, Apóstolo e Evangelista. Que sua generosa resposta ao chamado de Cristo ilumine as suas vidas cristãs. Com esses votos, abençoo vocês e a suas famílias em sua pátria. Louvado seja Jesus Cristo!”

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF