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sexta-feira, 23 de setembro de 2022

São Pio de Pietrelcina

São Pio e Papa Francisco | ArqRio
23 de setembro

São Pio de Pietrelcina

Nasceu em 25 de maio de 1887 um dos mais conhecidos e amados santos dos últimos séculos. Com nome de Francisco, tal como aquele a quem ele santamente buscou seguir, Francisco de Assis, o filho de Grazio Forgione e Maria Giuseppa de Nunzio, desde muito jovem, tinha na Cruz do Senhor sua fortaleza, sabedoria e glória, e com tamanha humildade de discípulo quis generosamente seguir a Cristo. Segundo sua mãe, “nunca cometeu alguma falta, não tinha caprichos, sempre obedeceu” e, além disso, “a cada manhã e a cada tarde ia à Igreja visitar a Jesus e a Virgem”. Segundo padre Agostinho, um dos diretores espirituais de São Pio, com apenas cinco anos, o santo começou a viver suas primeiras experiências místicas espirituais, e os êxtases e aparições eram constantes, o que parecia absolutamente normal para o jovem Francisco.

Recebeu a primeira eucaristia e foi crismado aos 12 anos, e já aos 16, Francisco Forgione ingressou no noviciado da Ordem dos Frades Franciscanos, em Morcone, onde passou a chamar-se Frei Pio. Em 1910, São Pio foi ordenado sacerdote e por questões de saúde permaneceu em diversos conventos da província de Benevento até 1916, quando seria enviado para o convento que o acolheria até o fim da vida: San Giovanni Rotondo.

São Pio recebeu tamanhas graças durante a sua vida e fez grande esforço de manifestá-la em seu ministério para santificar a cada um de seus numerosos filhos espirituais. Costumava despertar à noite, muito antes da aurora, se dedicava à oração e com grande fervor aproveitava para visitar Jesus sacramentado durante longas horas, de onde tirava forças para atender até 14 horas de confissões diariamente e celebrar a Santa Missa. O testemunho daqueles que tinham a graça de participar do Santo Sacrifício em sua presença era de um abrasado amor a Deus e profunda piedade. Claramente, este era o ápice da espiritualidade deste simples e zeloso sacerdote que dizia: “Se fosse por mim, não desceria nunca do altar”.

O dom da ciência foi extraordinariamente manifesto em São Pio, o que o fazia enxergar claramente o arrependimento nas pessoas e levava, em algumas ocasiões, a despedi-las sem absolvição. Por vezes, revelava ele os pecados do pecador, em vista de provocar verdadeira conversão no penitente e rejeição radical ao pecado. Uma senhora testemunhou que em 1945 sua mãe a levou a San Giovanni Rotondo para que conhecesse Padre Pio pessoalmente e se confessasse com ele. Enquanto esperava a sua vez, pois tinha muita gente, pensava em tudo o que tinha que dizer ao padre. Porém, quando estava na sua presença, ficou paralisada. Padre Pio em seguida se deu conta da sua timidez e, com um sorriso, lhe disse: “Você quer que eu fale por ti?”. Ela consentiu por meio de um sinal e, depois de algum instante, ficou perplexa: “Não pude acreditar!”. Ele disse, palavra por palavra, tudo o que ela havia querido dizer-lhe. Ao se despedir dele com uma imensa alegria no coração, enquanto regressava de trem, sentiu um intenso perfume de flores do qual nunca esqueceu. Era um odor de santidade, certamente a presença de Padre Pio, e isso a encheu de felicidade.

Um dos maiores acontecimentos da sua vida aconteceu na manhã do dia 20 de setembro de 1918, enquanto rezava diante do Crucifixo do coro da velha e pequena igreja do convento. Ele recebeu os estigmas, as feridas de Jesus Crucificado, as quais eram visíveis e ficaram abertas, frescas e sangrentas por meio século. Este fenômeno extraordinário tornou a chamar, sobre o Padre Pio, a atenção de diversos médicos, estudiosos, jornalistas, e toda a gente comum que, por muitas décadas, foram a San Giovanni Rotondo para encontrar o santo frade. Numa carta ao padre Benedetto, datada de 22 de outubro de 1918, o Padre Pio narra a sua “crucifixão”:

“Meu Deus! Que confusão e que humilhação eu tenho o dever de manifestar o que Tu tendes feito nessa mesquinha criatura! […] Foi na manhã do 20 do mês passado (setembro) no coro, depois da celebração da Santa Missa, quando fui surpreendido pelo descanso do espírito, pareceu um doce sonho. Todos os sentidos interiores e exteriores, além das mesmas faculdades da alma, se encontraram numa quietude indescritível. Em tudo isso houve um silêncio em torno de mim e dentro de mim; senti em seguida uma grande paz e um abandono na completa privação de tudo e uma disposição na mesma rotina. Tudo aconteceu num instante. E em quanto isso se passava, eu vi na minha frente um misterioso personagem parecido com aquele que tinha visto na tarde de 5 de agosto. Este era diferente do primeiro, porque tinha as mãos, os pés e o peito emanando sangue. A visão me aterrorizava, o que senti naquele instante em mim não sabia dizê-lo. Senti-me desfalecer e morreria, se Deus não tivesse intervindo sustentar o meu coração, o qual sentia saltar-me do peito. A visão do personagem desapareceu e dei-me conta de que minhas mãos, pés e peito foram feridos e jorravam sangue”.

São Pio se considerava inútil, indigno dos dons de Deus, cheio de misérias, e repetia: “Quero ser apenas um pobre frade que reza”. O grande santo de Pietrelcina faleceu no dia 23 de setembro de 1968, após pedir para vestir o hábito religioso, confessar-se e renovar seus votos franciscanos. A fama de santidade e de milagres fez-se bastante presente durante toda sua vida e foi crescendo cada vez mais. Peçamos por sua intercessão a graça de tomarmos nossos sofrimentos como caminho de santificação, sendo obedientes a Deus e vigilantes na oração para alcançarmos a santidade desejada pelo Senhor:

“Fica Senhor comigo, pois é só a Ti que procuro o Teu amor, a Tua graça, a Tua vontade, o Teu coração, o Teu Espírito, porque te amo, e a única recompensa que te peço é poder amar-te sempre mais. Como este amor resoluto, desejo amar-te de todo o coração enquanto estiver na terra, para continuar a te amar perfeitamente por toda a eternidade. Assim seja”.

São Padre Pio, rogai por nós!

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Dicas para ajudar na luta contra a depressão

Editora Cléofas

Dicas para ajudar na luta contra a depressão

 POR PROF. FELIPE AQUINO

A depressão tornou-se uma verdadeira epidemia em nossos dias. Pessoas de todos os níveis sociais, de todas as idades e de todos os países, são atingidas por ela.

Mas é preciso saber de uma coisa: você não é obrigado a ser deprimido; a depressão tem cura! Não se entregue a ela como se estivesse num “beco sem saída”; ao contrário, lute para vencê-la, com a graça de Deus e a ajuda da medicina e da psicologia.

Deus ama você e tem um plano para a sua vida.

Ele não o criou para ser uma pessoa triste e derrotada, creia nisto. Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10), e para isto Ele aceitou até morrer dolorosamente numa cruz. Cristo quer dar a você esta vida plena e abundante. Mas é preciso fazer a sua parte, querer e lutar. A graça de Deus não dispensa a natureza, mas a supõe e a enriquece. Deus não age contra a sua liberdade e a sua vontade.

Conheça algumas atitudes importantes que você precisa ter para lutar contra a depressão com a ajuda da fé. Lógico, sem excluir a ciência, a Medicina. A ciência e a fé andam juntas!

1. Jesus Cristo é o Médico de sua alma. Vá ao Seu encontro na oração, nos Evangelhos, na Confissão e na Eucaristia. “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10,13).

2. Viva no Espírito Santo. O invoque continuamente. Ponha Deus no centro do seu coração. Quem está controlando a minha vida? Quem está sentado no trono do meu coração? É Jesus ou eu?

3. Perdoar a todos os que ofenderam e rezar por cada um deles. Há alguém na vida que eu ainda não perdoei?

4. Renove sua mente com a Palavra de Deus. Memorize versículos bíblicos que lhe dão força espiritual, alegria e paz. Use os Salmos para vencer o medo e dar glória a Deus.

5. Tenha uma imagem sadia de você mesmo. Aceite-se como filho de Deus, e como Ele te fez. Nada de negativismo, pessimismo, reclamação e críticas.

6. Busque primeiro o Reino de Deus (Mt 6,33). “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22,37). O resto virá por acréscimo.

7. Entregue-se a Deus, e sirva os outros. “Dai, e servos à dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordante, vos deitarão no vosso regaço” (Lc 6,38).

8. “Em todas as circunstâncias dai graças pois esta é a vontade de Deus” (1Ts 5,18). Louve a Deus em todas as circunstâncias.

9. Seja agradecido a Deus. Muitas pessoas deprimidas são mal agradecidas aos outros e a Deus.

10. “Não vos preocupeis com a vossa vida” (Mt 6,25). Faça a sua parte e deixe o resto nas mãos de Deus. Com Jesus e Maria, fique acima dos problemas, e não permita que eles sufoquem sua vida.

11. Aceite sempre a vontade de Deus. “Aceita tudo o que te acontecer” (Eclo 2,4). Diga: se assim Deus quer, eu também quero; pois é bom para mim. “Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus”. “Se Deus é por nós quem será contra nós?”. “Tudo posso Naquele que me dá forças”.

12. “Não temas, crê somente”. Deus está no comando de tudo. Em Nome de Jesus expulse o medo do seu coração.

13. Não cultivar a autopiedade. Não fique com pena de si mesmo.

14. Quando estou sofrendo, Deus está fazendo uma obra de salvação e purificação em mim. Junte às suas lágrimas e dores no cálice do sangue do Senhor.

15. Lembre-se, todo problema tem solução, e para Deus não existe beco sem saída! Paciência, tudo passa, só Deus basta.

16. “Viva um dia de cada vez”. A cada dia basta o seu mal. Não se preocupe com o futuro. Ponha-o nas mãos de Deus.

17. Controle a imaginação; não deixar que a “louca da casa” fique solta. Não sofra com aquilo que ainda não aconteceu. “Não sangrar antes do tiro”.

18. Não fique remoendo os problemas à noite. Nessa hora “o mosquito fica do tamanho de um elefante”.

19. Não deixe de trabalhar e de lutar na depressão! Nunca ficar prostrado em uma cama. Levantar-se, rezar, caminhar, fazer ginástica, ler um bom livro, sair para conversar com um amigo, socorrer um necessitado… não se entregar.

20. Reze o Terço, se consagre a Nossa Senhora, São José, aos Anjos e Santos e a seu Anjo da Guarda. Tenha sempre consigo um livro de orações e a Bíblia. Bendiga a Deus sem cessar.

Retirado do livro: “A Luta Contra a Depressão”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

O profeta da liberdade católica

Antonio Rosmini | Wikipedia
30Dias - Extraído do número 09 - 2007

O profeta da liberdade católica

Ele dialogou com os grandes homens de sua época; travou a batalha por aquele catolicismo liberal que mais tarde venceria a guerra na democracia ocidental típica da segunda metade do século XX; escreveu milhares de páginas de filosofia. Mas nada disso o teria salvo da censura, se não fossem os rosminianos

de Giuseppe De Rita

O frontispício do ensaio Das cinco chagas da
Santa Igreja
, obra publicada pela primeira vez
por Rosmini em 1846, que seria inserida
no Índice em junho de 1849

O frontispício do ensaio Das cinco chagas da Santa Igreja, obra publicada pela primeira vez por Rosmini em 1846, que seria inserida no Índice em junho de 1849

Um mestre que só seus discípulos salvaram de ser censurado na cultura e na Igreja. Esse foi o misterioso mecanismo que, um século e meio depois, levou a Igreja a decidir beatificar Antonio Rosmini.
Ao longo de sua vida, ele dialogou com os grandes homens de sua época, de Carlos Alberto a Pio IX, passando por Manzoni; travou com vigor a batalha pelo catolicismo liberal que mais tarde venceria a guerra na democracia ocidental típica da segunda metade do século XX; e, especialmente, escreveu milhares de páginas de filosofia, de cultura religiosa, de reflexão social. Mas nenhuma dessas três presenças (a amizade dos grandes homens, o fato de ter profetizado a “liberdade católica”, de ter escrito milhares de páginas) teria salvo Rosmini do esquecimento e da rejeição. Ele teve muitos inimigos, especialmente dentro da Igreja; era muito difícil, e continua a ser, entender seu pensamento; muitos, estudiosos e membros do clero, preferiram considerá-lo inteligente demais para as pobres mentes dos fiéis. Além de tudo isso, o Santo Ofício o pôs de castigo, uma circunstância que acabou por ser um bom álibi para todos.
Se ele se salvou da censura generalizada e coletiva, deve-o principalmente aos rosminianos, a seus discípulos do Instituto da Caridade, que ele criou, tenazmente fiéis a sua maneira de ser Igreja, contra todo tipo de ostracismo. Foram os rosminianos que, com suas escolas, formaram dezenas de milhares de jovens usando uma filosofia de formação de cunho personalista e liberal, implicitamente contraposta à pedagogia estatal totalizante ou à pedagogia jesuítica militante (à qual, de resto, devo minha maneira de pensar). Foram os rosminianos que continuaram com constância, durante décadas, mas sem um protagonismo público, a levantar o problema da qualidade estrutural da Igreja, propondo a leitura de As cinco chagas e, mais ainda, afirmando o primado espiritual de sua liberdade sobre o poder temporal. Foram os rosminianos que escolheram dialogar com aquela parte da elite cultural italiana que durante décadas cultivou um espírito democrático, um senso de convivência coletiva, um fôlego cotidiano de caridade espiritual; posso dar testemunho do prestígio “elitista” que cercava padre Bozzetti nos anos do pós-guerra, e muitos podem testemunhar a forte influência que Clemente Riva teve sobre uma parte importante da mais recente classe dirigente italiana.
Foram os rosminianos, portanto, teimosamente convencidos de que estavam certos, mesmo nos períodos de maior frustração, que salvaram Rosmini de um potencial (e por muitos desejado e provocado) esquecimento. Palmas, portanto, para eles. Mas palmas também para seu fundador, se é verdade que os líderes são reconhecidos por seus seguidores: no fundo, foi a profundidade de seu pensamento (inesgotável, para quem teve contato com ele) que tornou poderosa a vontade dos rosminianos de dar testemunho dele. Como dizia Buber, “é a raiz que sustenta”.
Escolher quais dos componentes dessa “raiz” têm maior importância relativa é uma coisa difícil, mas, como “diletante agregado” do mundo rosminiano, parece-me que Rosmini e os rosminianos tiveram razão a respeito de quatro grandes temas, primeiramente ao insistir neles contra tantos adversários e, além disso, fazendo que pouco a pouco penetrassem na consciência coletiva, mesmo sem um protagonismo público e midiático próprio.
O primeiro tema é o da liberdade religiosa. Depois do Concílio Vaticano II, parece uma opção óbvia. Mas olhemos para os tempos de Rosmini, quando o Estado da Igreja e o pontífice soberano ainda existiam, e ninguém certamente se escandalizava com isso, já que estava escrito no Estatuto Albertino que o catolicismo era “religião de Estado”. O único que reagiu duramente contra isso foi Rosmini, que escreveu: “A religião católica não precisa de proteções dinásticas, mas de liberdade. Precisa de que sua liberdade seja protegida, nada além disso”. A Igreja, sendo sociedade natural e espontânea, não se condensa no poder, mas infiltra-se e penetra por toda parte, como o ar e a água; só necessita não ser coagida. A fé entra nos corações sem passar por poderes de cúpula. Não foram muitos os que, nas décadas marcadas pelo Vaticano I, tiveram a coragem de fazer afirmações desse tipo.
O segundo grande tema rosminiano foi a liberdade do papado ante seu poder temporal. Em outra oportunidade lembrei uma carta de Rosmini ao cardeal Castracane, de 1848, na qual ele escrevia: “Se ocorresse a unidade federativa da Itália, o sumo pontífice seria um príncipe totalmente pacífico, e enviaria núncios para as questões espirituais; e os enviaria, ainda por cima, não aos príncipes, mas às Igrejas do mundo todo”. Ele enxergou bem, e os fatos lhe deram razão, pois correspondem hoje a essa opção, feita por ele, repito, em 1848, ou seja, mais de vinte anos antes da unificação nacional de 1870.
Os dois temas para os quais chamei a atenção até aqui (liberdade religiosa e afastamento do poder temporal) ligam-se subterraneamente a outro grande tema rosminiano: a recusa a estar sob o domínio do poder político, a grande opção que fez de Rosmini o porta-bandeira italiano do catolicismo liberal, e – se o termo não perturbar a ninguém – do catolicismo democrático. Sempre apreciei muito sua recusa a estar sob uma “autoridade que não cria sociedade, mas domínio e servidão”, até porque ligo essa frase a uma outra, que diz que “a construção da sociedade é um conjunto de ações e uma pluralidade de pessoas”, na qual se percebe o início da temática do pluralismo cultural e político e do “desenvolvimento do povo” que caracterizou a democracia italiana nas últimas décadas.

O primeiro tema é o da liberdade religiosa. Depois do Concílio Vaticano II, parece uma opção óbvia. Mas olhemos para os tempos de Rosmini, quando o Estado da Igreja e o pontífice soberano ainda existiam, e ninguém certamente se escandalizava com isso, já que estava escrito no Estatuto Albertino que o catolicismo era “religião de Estado”

Para mim, é natural e espontâneo ligar essa fé no desenvolvimento realizado por uma pluralidade de pessoas à consideração de que uma sociedade com muitos sujeitos só pode crescer, só pode explorar com serenidade todas as suas possibilidades se respeita e faz respeitar todos os direitos, que cultiva a segurança de todos os direitos, o uso livre de todos os direitos. Este, simplesmente, é o liberalismo de Rosmini, que depois criou muitos problemas a ele e a sua Congregação: a sociedade deve ser construída de modo tal que todos possam fazer uso livremente de seus direitos. E este é o conceito de bem comum que sua complexa reflexão sócio-política deixa transparecer: a subjetividade, na medida em que permanece fechada em si mesma, não é vital, mas passa a sê-lo quando entra em relação com os outros, “conspira com os outros para a criação de uma sociedade que tenha como finalidade comum o uso livre dos direitos”.
Nesta altura, dá para imaginar o quanto eu gostaria de me embrenhar pelos outros percursos que essas temáticas abrem: o valor da subjetividade individual como grande motor social, quando não se deixa tentar pelo subjetivismo ético; o valor da relação como percurso de vidas que não se fecham pondo-se a si mesmas como centro, de maneira narcisista e/ou por lendo-os e levando-os, com o tempo, a serem temas não de uma minoria rejeitada, mas de uma ala da Igreja que marcha em sua evolução histórica nos últimos cento e sessenta anos. Foram humildemente fiéis à Igreja e a seu fundador e profeta; merecem todos eles, mesmo os que já não estão entre nós, sentir como uma vitória sua o fato de terem chegado à meta da beatificação.

Ética e fraternidade

crédito: Andrew Moca/Unsplash.com

Ética e fraternidade

Em tempo de guerras fraticidas, o tema sugerido para a nossa reflexão não é apenas oportuno, mas urgente, essencial.

Quanto mais o conceito de progresso e a visão de desenvolvimento proclamam e apoiam um percurso de globalização sem solidariedade, sem justiça e sem fraternidade, mais sentimos a necessidade de promover uma globalização diferente, mais humana e mais solidária, marcada pela fraternidade, pela justiça e pelo respeito aos direitos e pela consciência dos deveres de todos os seres humanos.

Cultura do descarte

No pensamento do Papa Francisco, um conceito desumano de globalização produz a “cultura do descarte” que, além de ser um problema atual e dramático, é também uma espécie de critério a ser utilizado para observar, ler, analisar e compreender com mais profundidade a realidade dos acontecimentos sociais e das situações históricas que estamos enfrentando na nossa mudança de época em meio a um clima de guerra fratricida. É a partir do aumento ou da diminuição, ou da não existência da ‘cultura do descarte’ que poderíamos fazer uma classificação do grau e do tamanho da civilização de cada uma das 204 nações do mundo. A ‘cultura do descarte’ é a prova de uma mentalidade horrível e de uma lógica destruidora que não se detém apenas nas dimensões econômicas e financeiras. Ela define como descartáveis todos os bens materiais e supérfluos na vida das pessoas: é uma cultura materialista, consumista, injusta e desumana que, quando entra nas escolhas cotidianas de uma democracia, e influencia os corações e as ideias de todas as pessoas e de todos os povos do mundo, – especialmente em situações de guerra, de urgência, de sofrimentos, de injustiças e de escassez de recursos –, afeta a percepção da dignidade das pessoas e destrói a vida de irmãos e irmãs em âmbito cultural, afetivo, político e social.

Medo dos pobres e dos marginalizados

Sabemos por experiência que os nossos desejos e anseios de um futuro mais humano, fraterno e justo não encontram e nunca encontrarão resposta em meio a uma submissão absurda e desumana aos ídolos do lucro e da arrogância, do armamento, do racismo, da violência e da insensibilidade frente ao sofrimento alheio. Nessa onda trágica da ‘cultura do descarte’ (hoje, na Ucrânia, os civis infelizmente são tratados como seres humanos de descarte), alguém inventou a palavra “aporofobia” para indicar uma filosofia de vida, de atitude e de ideias baseadas no medo dos pobres, dos marginalizados, dos ‘sem voz e sem vez’. Os meses de pandemia, acrescidos de um estado de guerra, tem desencadeado e aumentado no mundo inteiro uma espécie de fobia, juntamente com insultos, agressividade e violência contra os estrangeiros, os migrantes, os excluídos, os moradores de rua, os ‘sem nome’, os empobrecidos, os sem-teto, os refugiados, os deslocados, os requerentes de asilo.

Vocação à liberdade

Contra a ‘cultura do descarte’ sentimos a urgência e a necessidade de pensarmos e de vivermos a nossa existência como vocação à liberdade de filhas e filhos de Deus, e como plena realização da nossa dignidade pessoal. Quanto mais escutarmos, forte e conscientemente, a voz e o apelo para construirmos um mundo de vida, de fraternidade e de comunhão entre todas as raças, culturas, línguas e nações, mais constatamos a urgência, a beleza e a riqueza da proposta de uma ética da fraternidade.

por pe. Gabriel Guarnieri, SX

(Texto completo publicado na Revista Mundo e Missão edição 260.

O problema do “alcoolismo gourmet”

encierro | Shutterstock
Por Pe. José Eduardo

Pe. José Eduardo: "Quando o pinguço gourmet perceber, estará numa clínica gourmet tendo de tomar remédios gourmet".

Alcoolismo gourmet foi a expressão utilizada pelo pe. José Eduardo de Oliveira, em sua rede social, para descrever a preocupante glamourização da bebida alcoólica em nossa época.

A tendência “cool” ao consumo exagerado é reforçada, entre outros incentivos, por músicas populares cujas letras exaltam o álcool com a mesma falta de moderação com que a bebida vem sendo consumida por um público cada vez mais jovem e inconsequente.

Eis, com uma dose de ironia, o comentário crítico do sacerdote:

“Há um alcoolismo gourmet bastante em voga atualmente. É literalmente isso: a gourmetização dos cachaceiros, é a naturalização do alcoolismo bem diante dos nossos olhos!

É uma pena que os danos causados pela banalização do consumo imoderado do álcool sejam percebidos apenas depois de muito tempo e produzam consequências amargas, desde famílias destruídas até a auto-destruição da saúde.

Quando o pinguço gourmet perceber, estará numa clínica gourmet tendo de tomar remédios gourmet e terá uma morte muito sofrida gourmet e um enterro gourmet, mas vai deixar uma família deprimida gourmet e um enorme rastro de destruição, obviamente gourmet.

No fundo, é a gourmetização do suicídio! Uma verdadeira desgraça, porém, gourmet”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: Santo Tomás, luz para a Igreja. Estudá-lo sem reducionismos intelectualistas

O Papa Francisco fala aos participantes do 11º CTI (Vatican Media)

Na audiência com os participantes do XI Congresso Tomista Internacional, Francisco se deteve sobre algumas interpretações do pensamento do mestre que o tomismo difundiu, ofuscando sua figura: antes de falar deste grande teólogo, é preciso contemplar, caso contrário se tira sua força e grandeza. "O cristão não tem medo de se engajar num diálogo sincero e racional com a cultura de seu tempo, convencido" de que "toda verdade, seja por quem for que ela seja dita, vem do Espírito Santo": disse o Papa

Antonella Palermo/Raimundo de Lima – Vatican News

Trata-se de refletir sobre um mestre, não sobre um intelectual como tantos outros. Assim disse o Papa dirigindo-se espontaneamente, ou seja, sem o texto preparado para a ocasião, aos participantes do XI Congresso Internacional Tomista sobre o tema "Vetera novis augere. Os recursos da tradição tomista no contexto atual", reunidos na Sala Clementina, no Vaticano, após a entrega do texto do referido discurso ao presidente da Pontifícia Academia de Santo Tomás de Aquino.

Jamais usar o mestre oportunisticamente

Com o tomismo correu-se o risco de instrumentalizar o mestre, disse Francisco, que se referiu, a título de exemplo, a uma das muitas interpretações do tomismo que levaram Aquino a ser escravo do "pensamento casuístico". Mencionou quem inventou a puncta inflata que, de forma oportunista, acabou diminuindo e tornando ridículo o pensamento do mestre. Em seguida, o Pontífice ofereceu uma indicação de método: ao estudar o pensamento de um mestre, o primeiro passo - observou - é a contemplação, " para ser nós recebidos nesse pensamento magisterial. O segundo, com timidez, é a explicação. E finalmente, com muita cautela, a interpretação". E especificou: "Jamais usar o mestre para as coisas que eu penso, mas colocar as coisas que eu penso na luz do mestre, que seja a luz do mestre a interpretar isto.

Não reduzir sua figura à de um pensador

Para tornar a ideia mais clara, o Papa Francisco relatou, a este ponto, um episódio relacionado ao trabalho do Sínodo sobre a família, onde havia pontos pouco claros sobre a doutrina católica e sobre algumas interpretações do próprio Santo Tomás. E lembrou que foi um dominicano, o cardeal Schönborn, que deu uma grande lição de teologia tomista: "ele entendia Tomás e o explicou sem usá-lo, com grandeza". E Francisco comentou que sua contribuição foi "maravilhosa". Daí o convite: "antes de falar de Santo Tomás, antes de falar de tomismo, antes de ensinar, é preciso contemplar: contemplar o mestre, compreender para além do pensamento intelectual o que o mestre viveu e o que o mestre quis nos dizer". O Pontífice advertiu contra reduzir a figura de um mestre à de um pensador: desta forma, arruína-se seu pensamento; "eu lhe tiro a força, eu lhe tiro a vida", disse novamente o Papa. "E Santo Tomás foi uma luz para o pensamento da Igreja, e nós devemos defendê-lo de todos esses 'reducionismos intelectualistas' que aprisionam a grandeza de seu pensamento magisterial".

Tomás de Aquino: homem apaixonado pela Verdade

No texto entregue, o Pontífice recordou que o próximo ano marcará o sétimo centenário da canonização de Santo Tomás de Aquino, que ocorreu em Avignon, em 1323. Este evento, disse Francisco, "nos lembra que este grande teólogo - o 'Doutor Comum' da Igreja - é antes de tudo um santo, um discípulo fiel da Sabedoria encarnada. É por isso que, prosseguiu o Santo Padre, na oração da coleta de sua memória, pedimos a Deus, "que o fez grande por sua busca de santidade de vida e sua paixão pela doutrina sagrada", que "nos conceda compreender seus ensinamentos e imitar seus exemplos". Encontramos aí vosso programa espiritual: imitar o Santo e deixar-vos iluminar e guiar pelo Doutor e Mestre.Francisco destacou que a mesma oração ressalta a paixão de Santo Tomás pela doutrina sagrada. De fato, ele era um homem apaixonado pela Verdade, um incansável buscador da face de Deus.

Esta busca pela verdade sobre Deus é movida e permeada pelo amor. Assim ele escreve: "Movido por uma vontade ardente de crer, o homem ama a verdade que acredita, considera-a em sua inteligência e a abraça com as razões que ele pode encontrar para tal fim". Buscar humildemente, sob a guia do Espírito Santo, o intellectus fidei não é opcional para o crente, mas faz parte do próprio dinamismo de sua fé.

A busca apaixonada por Deus é oração e contemplação

O Santo Padre acrescentou que é necessário que a Palavra de Deus, já acolhida no coração, chegue ao intelecto para "renovar nossa maneira de pensar", para que possamos avaliar todas as coisas à luz da Sabedoria eterna. Portanto, disse o Papa, "a busca apaixonada por Deus é simultaneamente oração e contemplação, de modo que Santo Tomás é modelo da teologia que nasce e cresce na atmosfera da adoração. Esta busca da verdade sobre Deus usa as duas "asas" da fé e da razão. Como sabemos, a forma como Santo Tomás foi capaz de coordenar as duas luzes da fé e da razão continua sendo exemplar, observou Francisco.

O cristão, diálogo sincero e racional com a cultura do tempo

O cristão, portanto, não tem medo de se engajar num diálogo sincero e racional com a cultura de seu tempo, convencido, de acordo com a fórmula do Ambrosiaster, querida por Tomás, de que "toda verdade, seja por quem for que ela seja dita, vem do Espírito Santo.

Francisco observou ainda que o tomismo não deve ser um objeto de museu, mas uma fonte sempre viva, de acordo com o tema deste Congresso: "Vetera novis augere". Os recursos da tradição tomista no contexto atual". É necessário promover, nas palavras de Jacques Maritain, um "tomismo vivo", capaz de se renovar para responder às perguntas de hoje, destacou o Santo Padre.

Aumentar e enriquecer as coisas antigas com as coisas novas

Entre as muitas doutrinas iluminadoras de Santo Tomás de Aquino, o Papa quis chamar a atenção, como fez na Encíclica Laudato si’, sobre a fecundidade de seu ensinamento acerca da criação.

Para Santo Tomás, a criação é a primeira manifestação da estupenda generosidade de Deus, efetivamente, de sua misericórdia gratuita. É a chave do amor, diz Tomás, que abriu a mão de Deus e a mantém sempre aberta. Ele então contempla a beleza de Deus que resplandece na ordenada diversidade de criaturas. O universo das criaturas visíveis e invisíveis não é um bloco monolítico nem uma pura diversidade disforme, mas forma uma ordem, um todo, no qual todas as criaturas estão unidas porque todas elas vêm de Deus e vão para Deus, e porque agem umas sobre as outras, criando assim uma densa rede de relacionamentos.

O Papa Francisco os exortou a recorrer a Santo Tomás de Aquino e a não ter medo de aumentar e enriquecer as coisas antigas e sempre fecundas com as coisas novas.

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Como rezar nos momentos de muita angústia?

Shutterstock | KieferPix
Por Aliénor Strentz

Um guia completo para você saber como rezar nos momentos mais difíceis da sua vida.

O ser humano tem uma tendência ou a se retirar em si mesmo e desesperar, ou a se voltar sem qualquer discernimento para “receitas terapêuticas” da moda. A angustia, esta sensação exacerbada de abandono e no fundo do buraco, pode então levar a desvios e causar muitos danos na vida de uma pessoa. Nessas situações, recorrer a Deus, em oração, é fortemente benéfico. Mas como podemos fazer isto quando temos pouca força e a sensação de termos sido abandonados por Deus?

1CLAMAR AO CÉU

Sergey Nivens | Shutterstock

A maior santa dos tempos modernos, Santa Teresinha do Menino Jesus, deu uma definição simples de oração. Para ela, trata-se de um “impulso do coração”, um “simples olhar para o Céu”, um “grito de gratidão e amor no meio da provação, bem como no meio da alegria”. Recordar isto é particularmente apropriado quando se está angustiado(a), e se tem pouca paz e desejo de entrar em oração.

A Bíblia fala-nos de muitas situações de angústia individual e coletiva – a do povo hebreu. Entre outros exemplos, o livro de Tobias fala-nos da angústia de Sara. Ela tinha sido casada sete vezes. Mas a cada vez, o demónio Asmodeu matou todos os seus maridos. Era regularmente insultada por uma jovem criada do seu pai que a acusava de matar os seus próprios maridos (Tobias 3, 7-9). A angústia de Sara é explicada no capítulo 3, versículo 11 de Tobias: “Nesse dia Sara chorou com o coração pesado”.

Hippolyte Muaka Lusavu, no seu livreto Orações de Cura, observa: “É a alma que fica ferida quando acontece de ficarmos abalados por causa dos aborrecimentos da vida”.

Sara vai até ao quarto superior da casa do seu pai para se enforcar. Mas ela percebe que o ato que está prestes a cometer pode causar a morte do seu pai. Assim, recorre a Deus para pedir a sua própria morte. Por isso, ela reza:

Deus de nossos pais, que vosso nome seja bendito. Vós, que depois de vos irardes, usais de misericórdia e no meio da tribulação perdoais os pecados aos que vos invocam. Volto-me para vós, ó Senhor, para vós levanto os meus olhos. Rogo-vos, Senhor, que me livreis dos laços deste opróbrio, ou então que me tireis de sobre a terra!

Tobias 3, 11-15

A oração de Sara assemelha-se à de Jó, que, humilhado e angustiado, amaldiçoa o dia do seu nascimento, mas em nenhum momento amaldiçoa Deus, em quem continua a ter esperança, apesar de tudo (Jó, capítulos 3 e 19).

2REJEITAR O ESPÍRITO DE DESÂNIMO E RECORDAR AS GRAÇAS RECEBIDAS NO PASSADO

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Como as situações de angústia e aflição podem durar muito tempo, existe uma grande tentação de cultivar um espírito de complacência com o próprio desespero, e de permanecer num estado de permanente e paralisante desânimo.

Contudo, como exorta o Padre Muaka Lusavu, “a melhor maneira de ultrapassar a angústia é recusar-se a viver nela. É portanto necessário assumir um compromisso firme para remover de nós próprios todos os pensamentos de desânimo e toda a paralisia nas nossas ações. É frequentemente necessário, durante esta fase, ser acompanhado a nível emocional por um psicólogo ou psiquiatra, mas também, a nível espiritual, por um padre.

Sejam quais forem as dificuldades e tormentos por que estamos a passar, é possível olhar em frente e construir um futuro novo. Para tal, precisamos de alcançar um certo equilíbrio psicológico e emocional, com a ajuda e apoio.

Podemos também recordar, com a ajuda do Espírito Santo, as graças que recebemos no passado. Esta memória de ação de graças ancora-nos na esperança, porque nos lembramos que Deus quer a nossa felicidade, que Ele é o nosso pastor em quem podemos confiar.

O salmista canta isto repetidamente, como no Salmo 22, versículo 4:

Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo.

Leiamos, portanto, frequentemente em voz alta os salmos da confiança (como os salmos 22, 27 e 54) e tenhamos a certeza de que a confiança em Deus faz milagres. Por exemplo, Paulo e Silas na prisão cantavam as maravilhas de Deus. Depois as suas correntes foram quebradas pela vontade de Deus (Atos 16,24-26).

3INVOCANDO OS ARCANJOS E A VIRGEM MARIA

O próprio Jesus experimentou a angústia no Monte Getsémani e na Cruz, sentindo profundamente o “abandono de Deus”. “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” gritou ele (Mt 27, 46).

No Jardim das Oliveiras, quando os apóstolos estavam todos a dormir, um anjo veio consolá-lo (Lc 22, 42-45). Lembremo-nos disto: os anjos querem nos ajudar e consolar, porque têm imensa compaixão por nós. Numa situação de desespero, recorramos ao poderoso Anjo do Monte das Oliveiras, o mesmo que consolou o nosso Salvador na sua angústia.

Os arcanjos S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael também atuam poderosamente contra os espíritos malignos “que vagueiam pelo mundo” e fazem-nos desanimar. O terço de São Miguel ou as orações de São Miguel são orações libertadoras para nos afastar a todos os servos do diabo.

Finalmente, o Santo Terço, ou simplesmente a invocação do santo nome de Nossa Senhora, é também uma poderosa oração de proteção e libertação do mal e de todas as formas de angústia.

Depois do Espírito Santo, a Virgem Maria e os Arcanjos são os nossos ajudantes mais preciosos nas nossas “batalhas espirituais”.

4MEDITAR SOBRE A VITÓRIA FINAL DO BEM SOBRE O MAL… E REDESCOBRIR AS BEM-AVENTURANÇAS

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A angústia pode levar à tristeza e ao esquecimento do propósito final de Deus: o triunfo final do Reino de Cristo, tal como revelado no Apocalipse. Meditar sobre a volta de Cristo em glória e sobre a Jerusalém celestial pode espalhar paz e esperança dentro de nós. Assim, já não estamos concentrados no nosso sofrimento, mas na vitória final de Cristo, e num lugar onde toda a dor irá desaparecer, o que São João viu e relatou no Livro do Apocalipse (21, 10-11).

Levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, revestida da glória de Deus. Assemelhava-se seu esplendor a uma pedra muito precio­sa, tal como o jaspe cristalino. 

Finalmente, pode ser reconfortante redescobrir as Bem-aventuranças, e ver a situação atual de angústia como uma fonte de maior alegria espiritual. “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5, 4).

5OFERECER A NOSSA ANGÚSTIA A DEUS E COMPROMETERMO-NOS A LUTAR CONTRA O MAL

A nossa oração também pode ser uma oferta a Deus pela salvação das almas. Oferecer a Deus a nossa situação angustiante é dar-lhe um significado, algo que é tão salutar para nós como para o nosso próximo.

Nesse sentido, o sofrimento é oferecido pela conversão dos pecadores ou pela libertação das almas no purgatório. Este dom de si já é uma vitória contra a angústia porque nos tira de um sentimento de intensa solidão, ao ligar-nos aos nossos irmãos e irmãs em Cristo. De fato, a angústia pode também, com empenho e muita força de vontade, ser transformada numa ação benéfica.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Dia da Árvore

Dia da Árvore | UniSant'anna

Qual o motivo para haver um Dia da Árvore?

O Dia da Árvore marca o início da primavera no hemisfério sul, dia 22 de setembro. As árvores são importantes pois:

🌿 Produzem oxigênio e absorvem o gás carbônico por meio da fotossíntese;
🌴 Regulam a temperatura;
🎋 Aumentam a umidade do ar;
🌵 Equilibram o ecossistema;
🌳 Produzem sombra e servem de abrigo para diversas espécies da fauna;
🍃 Muitas têm propriedades medicinais;
🥑 Muitas produzem alimento para os diversos seres vivos;

O desmatamento é um grave problema para toda a sociedade, para todo o planeta terra. O desmatamento provoca erosões, assoreamento de rios, desertificação, redução do volume de chuvas, desiquilíbrio no ecossistema, perda da biodiversidade e redução da umidade do ar.

Essa causa também é sua! Também é nossa!

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF