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terça-feira, 27 de setembro de 2022

Como melhorar o diálogo com seu filho ou filha adolescente?

Fizkes I Shutterstock
Por Mathilde de robien

À medida que as crianças crescem, pode tornar-se cada vez mais difícil estabelecer contato. Os pais sofrem de falta de comunicação e os adolescentes de falta de confiança. Aqui estão algumas perguntas para ajudar a restabelecer a boa relação.

Muitos pais e mães estão ansiosos para melhorar a comunicação com o ou a filha adolescente. De fato, enquanto alguns adolescentes têm o prazer de falar, outros se fecham.

“Para além de um breve comentário sobre o jogo de futebol do dia anterior com o seu irmão, Etienne não fala muito em casa”, lamenta Ariane, mãe de quatro rapazes. “Ele é calmo, claro, mas eu gostaria que ele se abrisse um pouco mais!”

Esse é um desejo partilhado por muitos pais, por vezes aflitos com a atitude fechada de seus filhos. Mas o que se pode fazer quando há pouca ou nenhuma resposta?

De quatro em quatro anos, a OMS realiza uma pesquisa sobre o comportamento dos jovens adolescentes (Health Behaviour in School-aged Children). Uma das questões é: “Quão fácil é para você falar de coisas que realmente o/a preocupam com o seu pai/mãe?” As respostas variam de muito fácil, fácil, difícil a muito difícil.

Na última edição dessa pesquisa, que data de 2018, os jovens franceses, por exemplo, revelaram-se muito pouco propensos a falarem sobre assuntos importantes com os seus pais. Assim, aos 13 anos de idade, apenas 60% dos adolescentes sentem que podem falar com o seu pai/mãe sobre o que os preocupa. Aos 15, 30% afirmam que a comunicação com a mãe é difícil.

Será isto devido à falta de disponibilidade dos pais? Demasiado tempo passado na escola? Forte pressão sobre os resultados escolares? Sem pretender resolver estes problemas de comunicação entre pais e adolescentes, estas poucas questões, sugeridas por Nathalie de Boisgrellier, uma coaching familiar há mais de 20 anos, podem no entanto ajudar a estimular o diálogo. São perguntas abertas, permitindo uma conversa animada, positiva e construtiva.

1FAÇA COM QUE O SEU ADOLESCENTE TOME CONSCIÊNCIA DO QUE É BOM E BELO

  • Do que você se orgulha?
  • Qual foi a sua parte preferida do dia?
  • Quem você ajudou hoje?
  • O que é que fez de positivo?
  • O que achou belo hoje?
  • O que é que fez de bom?
  • O que é que você criou?

2AJUDE O SEU ADOLESCENTE A RESOLVER UM PROBLEMA

  • Em relação ao problema: o que você tem refletido?
  • O que você gostaria fazer?
  • O que funciona?
  • Quais são as possibilidades?
  • O que você já fez?
  • Do que você acha que precisa?

3CONVIDE O SEU ADOLESCENTE A COOPERAR

  • O que poderia fazer para impedir que tal situação acontecesse?
  • Qual é a sua ideia para resolver este problema?
  • Com o que você poderia se comprometer?
  • Será necessário pedir desculpa?
  • Acha que foi uma boa ideia a forma como agiu?
  • Como podemos te ajudar?

Não misturemos religião com superstição: o exemplo de São Cipriano

Michael Psellus (1018 - 1178 C.E) | Amazon
“Todas as práticas de magia ou de feitiçaria, pelas quais se pretende domesticar os poderes ocultos para pô-los ao seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – ainda que seja para lhe obter a saúde – são gravemente contrárias à virtude de religião.”

Redação (25/09/2022 16:47Gaudium PressConta-se que, nas terras de Alexandria, no séc. III, vivia uma bela e jovem donzela chamada Justa. Seus pais, outrora pagãos, foram convertidos ao Cristianismo por mediação de um diácono chamado Prailio. Deslumbrada pela pregação do missionário, a jovem sempre se colocava à janela de sua casa para ouvi-lo falar. Aos poucos, aquele doce nome de Cristo, tantas vezes pregado por seu servo, passou a ser a alegria de sua alma, e Justa se extasiava ao considerar as maravilhas que ouvia sobre aquele Deus que se encarnara para salvar os homens.

Esta família, tendo recebido muitas graças, resolveu confirmar sua conversão, procurando Prailio, que os encaminhou a um bispo para que fossem, enfim, batizados.

Com decorrer do tempo, a jovem se afervorava cada vez mais.

Uma investida nefanda

Ora, havia por aquelas terras um homem chamado Aglaida, que se encantou com a beleza de Justa e, apaixonado, pediu sua mão em casamento. Em vão procurou este pobre sábio tomar para si aquela bela donzela, pois Jesus Cristo conquistara para si aquele nobre e virginal coração.

Cegado pela paixão, Aglaida empregou todos os seus esforços inutilmente; porém, decidiu partir para uma investida nefanda: a magia.

Vivia em Alexandria um famoso bruxo de nome Cipriano. Era hábil na arte mágica e célere na evocação aos demônios. A ele foi encomendado um feitiço para atrair o coração de Justa a Aglaida. Acostumado com este tipo de pedido, Cipriano logo invocou um demônio que lhe forneceu uma poção mágica para ser derramada ao redor da casa de Justa. Isto feito, em breve a jovem apaixonar-se-ia por Aglaida.

Segundo narram as crônicas, concluído o procedimento, o próprio diabo ficou ali à espera de que Justa saísse para ir à Igreja e sentisse os efeitos do feitiço. Mas, ao sair de casa, a virgem sentiu a repugnante presença do infame inimigo e logo fez o sinal da Cruz. Espavorido ante a exorcística ação de Nosso Senhor, presente de algum modo em Justa, o demônio correu para junto de Cipriano a fim de transmitir-lhe o insucesso.

Em vão tentou o bruxo evocar outro demônio mais forte, mas este também obteve o fracasso… Espantado com o poder que possuía aquela moça, decidiu lançar sobre ela tudo quanto sua magia tinha de mais poderoso, ou seja, evocar o pai dos demônios.

Assumindo um corpo feminino, Satanás apresentou-se a Justa como uma jovem que pretendia seguir seus passos e seu exemplo. Aproximando-se para conversar, logo começou a lançar argumentos contrários à virtude, baseando-se em premissas lógicas, o mais das vezes sustentadas nas passagens da Escritura.

Com notável fortaleza de alma, Justa fez o sinal da cruz e soprou sobre a possessa, que logo fugiu de sua presença.

Ao tomar conhecimento do insucesso, Cipriano não pôde esconder sua perplexidade: de fato, o Crucificado teria mais poder que os infernos?

Com efeito, este mesmo Crucificado já estava a vencer, também, na alma de Cipriano…

Cipriano, Mártir; e Justina, Virgem e Mártir | Guadium Press

Cipriano se converte

Constatando o poder da Cruz e a excelência da virtude de Justa, Cipriano decidiu abandonar aquela pérfida vida que levava. O demônio logo tentou possuí-lo para evitar que lhe escapasse das mãos, contudo, seguindo o exemplo de Justa, exorcizou-o com o sinal da Cruz!

Depressa, procurou o bispo Antêmio para pedir-lhe a catequese e o batismo. Em pouco tempo, Cipriano queimou aquilo que adorava e passou a amar aquilo que antes perseguia, tornando-se um dos mais fervorosos cristãos de Alexandria e, em menos de dez anos, o sucessor de Antêmio.

No fim de sua vida, mereceu a palma do martírio sob a perseguição de Diocleciano, morrendo junto com aquela que fora a sua mãe na vida em Cristo, Justina, assim renomeada por ele.

Práticas contraditórias com o amor a Deus

Quão triste é olhar em volta e ver que não poucos Cristãos seguem exatamente o caminho contrário ao de São Cipriano, quando abraçou a Fé.

Se é verdade que estamos com Deus, mais forte que todo os infernos juntos, para que nos voltarmos a supersticiosas práticas?

A Igreja Católica nos ensina qual é a única posição que devemos tomar ante elas:

“Todas as formas de adivinhação devem ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas supostamente ‘reveladoras’ do futuro. A consulta dos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e de sortes, os fenômenos de vidência, o recurso aos ‘médiuns’, tudo isso encerra uma vontade de dominar o tempo, a história e, finalmente, os homens, ao mesmo tempo que é um desejo de conluio com os poderes ocultos. Todas essas práticas estão em contradição com a honra e o respeito, penetrados de temor amoroso, que devemos a Deus e só a Ele.

“Todas as práticas de magia ou de feitiçaria, pelas quais se pretende domesticar os poderes ocultos para pô-los ao seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – ainda que seja para lhe obter a saúde – são gravemente contrárias à virtude de religião. Tais práticas são ainda mais condenáveis quando acompanhadas da intenção de fazer mal a outrem ou quando recorrem à intervenção dos demônios” (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2116-2117).

Pena é que ainda haja “católicos” insistentes em mesclar o bem da Religião com os males funestos da superstição…

Por Jean Pedro Antunes

Obras consultadas:

LEONARDI; A. RICCARDI; G. ZARRI (dir.). “Diccionario de los santos”. San Pablo; Madrid, 2000, p. 500-502.

CATECISMO da Igreja Católica. 11. ed. São Paulo: Loyola, 2001.

ROHRBACHER, Padre. “Vida dos Santos v. XVII”. Editora das Américas; São Paulo, 1959, p. 34 a 35.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Como a humildade leva à gratidão, segundo São Vicente de Paulo

Petar Paunchev|Shutterstock
WEB3; WOMAN; FACE; SMILE; GRATITUDE; RAINBOW
Por Philip Kosloski

Gratidão e humildade andam de mãos dadas e ambos nos ajudam a desvendar a chave para uma vida cheia de alegria.

Muitas pessoas, religiosos ou leigos, apontam para a importância da gratidão na busca de uma vida feliz. A capacidade de agradecer a Deus e aos outros é uma habilidade essencial para todos nós aprendermos.

No entanto, é mais fácil falar do que fazer, pois temos uma tendência natural de tomar as coisas como garantidas, especialmente se nossas vidas são abençoadas com muitos bens materiais. De fato, é mais fácil para nós querer mais do que agradecer pelo que temos.

A chave para superar essa inclinação gananciosa e promover um espírito de ação de graças é a virtude da humildade.

São Vicente de Paulo explica esse princípio espiritual:

Uma apreciação viva da graça dada a você deve torná-lo humilde, pois a apreciação gera gratidão … Qualquer um que considerar calmamente o que fez sem Deus não pode deixar de perceber que o que faz com Deus não é mérito próprio.

Ao mesmo tempo, São Vicente de Paulo mostra como a gratidão pode levar à humildade:

Nada tende a nos humilhar diante da misericórdia de Deus como a multidão de Seus dons para conosco; assim como nada tende a nos humilhar diante de Sua justiça como a multidão de nossos erros. Vamos considerar o que Ele fez por nós.

A Virgem Maria é um dos principais exemplos de humildade. Ela sempre agradeceu a Deus por seus feitos maravilhosos:

Foi nesse espírito que a Santíssima Virgem confessou que Deus lhe havia feito “grandes coisas”; apenas para que ela possa se humilhar e exaltá-Lo. “Minha alma glorifica o Senhor”, disse ela, em razão dos presentes que Ele havia lhe dado.

Se tivermos dificuldade em agradecer por tudo o que nos foi dado, promovamos em nossa alma um espírito de humildade, reconhecendo a presença de Deus em nossas vidas. Ele é quem nos guia e nos fornece diariamente.

Quando reconhecemos o cuidado providencial de Deus por nós, podemos elevar nossos corações a Ele e agradecê-lo por tudo o que Ele nos deu. Esse mesmo espírito de humildade também direcionará nossas ações para os outros, reconhecendo o quão dependentes somos das pessoas e das coisas que elas fazem por nós.

Gratidão e humildade andam de mãos dadas e ambos nos ajudam a desvendar a chave para uma vida cheia de alegria.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Nova primeira-ministra da Itália é católica, pró-vida e pró-família

Giorgia Meloni. Wikipedia/ Jose Antonio (CC BY 4.0)

Roma, 27 Set. 22 / 09:29 am (ACI).- A coalizão de direita liderada pelo partido Irmãos da Itália, junto com Liga e Força Itália, venceu as eleições de domingo (25). A católica Giorgia Meloni, defensora da vida e da família, será a primeira-ministra do governo italiano, sob o lema "Deus, Pátria e Família".

A jornalista e política Giorgia Meloni, de 45 anos, líder do partido Irmãos da Itália, será a primeira mulher a exercer o caro de primeira-ministra do país.

Meloni tem uma filha, Ginevra, e durante um comício em Roma se definiu como “mulher, mãe, italiana e cristã”.

Seu partido, Irmãos da Itália, denuncia a "islamização" da Europa e apresenta um programa que propõe uma reforma da União Europeia, redução de impostos e defesa da pátria e dos valores cristãos

Muitos comemoraram a vitória nas redes sociais. É o caso do padre argentino Javier Olivera Ravasi, que publicou um vídeo em que a líder italiana faz um discurso em favor da família e da cultura da vida, rejeitando qualquer ideologia LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).

Fonte: https://www.acidigital.com/

São Vicente de Paulo

S. Vicente de Paulo | santuariodocaraca
27 de setembro

SÃO VICENTE DE PAULO

São Vicente de Paulo nasceu em 24 de abril do ano 1581, em Pouy, no sul da França e foi batizado no mesmo dia. Faleceu no dia 27 de setembro de 1660, em Paris. Neste século XVII, São Vicente participou ativamente na Reforma Católica ocorrida na França.

Vicente foi o terceiro filho de Jean de Paul e Bertrande de Moras. Seus pais eram camponeses de fé firme e vigorosa. A própria mãe deu educação religiosa aos seis filhos.

São Vicente de Paulo, o Padre Vicente

Vicente se destacava pela sua inteligência e pelo zelo religioso. Começou a estudar na cidade de Dax, onde mais tarde, foi professor. Estudou teologia na Universidade de Toulouse. Sua ordenação sacerdotal, com apenas dezenove anos, foi no dia 23 de setembro de 1600. Nessa época ele passou por uma forte provação: uma senhora viúva que gostava de ouvi-lo pregar, sabendo que ele era uma pessoa pobre, deixou sua herança para ele, uma propriedade e uma quantia em dinheiro, que estava em posse de um comerciante na cidade de Marselha. O Padre Vicente vai até lá para receber esta herança com a intenção de distribui-la para os pobres.

Grande reviravolta na vida de São Vicente de Paulo

Ao retornar de Marselha, o navio em que ele viajava sofreu um ataque de piratas turcos. Pe. Vicente tornou-se prisioneiro e foi vendido em Túnis como escravo. Depois, foi vendido a outro homem que, ao morrer, o deixou como escravo herança a um sobrinho fazendeiro. Este tinha sido católico, mas, por medo da perseguição, tornara-se muçulmano.

O escravo volta à liberdade

Uma das três esposas deste fazendeiro ficou encantada com as músicas que Pe. Vicente cantava ao rezar e quis saber o significado daquilo. Ao ser evangelizada por Pe. Vicente, a mulher chamou a atenção do marido dizendo que ele não poderia ter abandonado aquela religião tão linda e séria. O patrão se arrependeu e se converteu. Meses depois, o homem foi com Padre Vicente até à França. Foram escondidos dos muçulmanos, em 1607. Chegando a Avignon encontraram o Vice-Legado do Papa e Vicente recebeu de volta suas credenciais de sacerdote. Seu ex-dono retornou à Igreja Católica, foi admitido num mosteiro e se tornou monge.

São Vicente de Paulo, um homem dos pobres

Em Roma, Pe. Vicente frequentou a universidade e se formou em Direito Canônico. Foi nomeado Capelão da Rainha Margarida de Valois, a rainha Margot, pelo rei Henrique IV. Ele fazia a distribuição das esmolas dadas aos pobres e visitava os doentes no hospital. Padre Vicente cumpria sua missão de sacerdote com tanto amor e zelo, que todos já o tinham como santo. Para o Padre Vicente, cada doente e cada pessoa, por mais miserável, era a própria pessoa de Jesus Cristo e tinha que ser tratada como tal. O Cardeal Pierre de Bérulle, Bispo de Paris, nomeou Vicente de Paulo como vigário de Clichy, um bairro da cidade.

Legado para a humanidade de São Vicente de Paulo

São Vicente fundou a Confraria do Rosário, que se dedicava a visitar e cuidar dos doentes. Por isso, ele se tornou Capelão Geral e Real da França. Depois, ele fundou a Congregação da Missão, dos Padres Lazaristas, que trabalhava para evangelizar os camponeses.

Num apelo feito pelo Pe. Vicente em Châtillon nasceu a Confraria da Caridade, conhecido também como o movimento das Senhoras da Caridade. A primeira religiosa foi uma camponesa, Ir. Margarida Nasseau, que teve orientação de Santa Luísa de Marillac. Depois, oficializou a Confraria das Irmãs da Caridade, atualmente conhecidas como Filhas da Caridade.

Organizador da caridade

Inspirado por seu amor a Deus e aos pobres, Vicente de Paulo organizou muitas obras de caridade, doando-se inteiramente aos irmãos mais necessitados. Ele é considerado o pai dos pobres e também causou muitas mudanças no clero. As Conferências Vicentinas que conhecemos na atualidade tiveram início com Antônio Frederico Ozanam e seus companheiros, no ano de 1833. Essas conferências foram inspiradas por São Vicente de Paulo, e hoje estão espalhadas pelo mundo inteiro. São Vicente estipulou regras e condutas para as visitas aos pobres e doentes, visando à discrição, ao respeito para com os necessitados sem humilhá-los em hipótese alguma, mas, sim, ao contrário, fazendo-se igual a eles.

Devoção a São Vicente de Paulo

Para São Francisco de Sales, Vicente de Paulo era o sacerdote mais santo da época. Ele faleceu e foi sepultado na capela da Igreja de São Lázaro, na cidade de Paris. Sua canonização aconteceu em junho de 1737. Em maio de 1885 o Papa Leão XIII o declara patrono das obras de caridade da Igreja Católica Apostólica Romana.

Corpo incorrupto

52 anos após a sua morte, seu corpo foi exumado e encontrado incorrupto. Foram testemunhas do fenômeno, dois médicos, autoridades da Igreja e algumas pessoas. Para os dois médicos é impossível este tipo de preservação do corpo ocorrer naturalmente. Seu corpo está exposto na Capela de São Vicente de Paulo, em Paris, aberto à visitação. Seu coração está conservado em um relicário na Capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.

Oração a São Vicente de Paulo

São Vicente, que tanto vos compadecestes dos pobres, eu vos peço, olhai para mim! Sou Pobre, mas tenho fé! Há gente mais pobre do que eu: são aqueles que não tem fé; porque esses têm a alma vazia. São Vicente, conservai minha riqueza, que é a fé; mas eu vos peço, aliviai também minha pobreza. Ajudai-me a adquirir ao menos o necessário para me alimentar bem, para me vestir honestamente e comprar os remédios que me conservam a saúde e as forças necessárias par afazer os meus trabalhos e cumprir as minhas obrigações e assim poder ser útil à minha família e a todos os que precisarem de minha ajuda. Amém.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

O Espírito Santo no mistério da Igreja

“Sem o Espírito não há Igreja, pois é ele que a cria e recria em Cristo."
Vatican News

"Somos diferentes, na variedade das qualidades e dos dons. O Espírito distribui-os com criatividade, sem rebaixar nem nivelar. E, a partir desta diversidade, constrói a unidade. Assim procede desde a criação, porque é especialista em transformar o caos em cosmo, em criar harmonia. Ele é especialista em criar as diversidades, as riquezas; cada um com a sua, diversa. Ele é o criador desta diversidade e, ao mesmo tempo, é Aquele que harmoniza, que dá harmonia, e dá unidade na diversidade."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

“Igreja, comunhão viva na fé dos Apóstolos que ela transmite, é o lugar do nosso conhecimento do Espírito Santo: nas Escrituras, que Ele inspirou; na Tradição, de que os Padres da Igreja são testemunhas sempre actuais; no Magistério da Igreja, que Ele assiste; na liturgia sacramental, através das suas palavras e dos seus símbolos, em que o Espírito Santo nos põe em comunhão com Cristo; na oração, em que Ele intercede por nós; nos carismas e ministérios, pelos quais a Igreja é edificada; nos sinais de vida apostólica e missionária; no testemunho dos santos, nos quais Ele manifesta a sua santidade e continua a obra da salvação. (CIC 688)”

"Ninguém pode dizer "Jesus é o Senhor" a não ser pela ação do Espírito Santo» (1Cor 12, 3). «Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: "Abbá! Pai!'» (Gl 4, 6). Este conhecimento da fé só é possível no Espírito Santo. Para estar em contato com Cristo, é preciso primeiro ter sido tocado pelo Espírito Santo. É Ele que nos precede e suscita em nós a fé. Em virtude do nosso Batismo, primeiro sacramento da fé, a Vida, que tem a sua fonte no Pai e nos é oferecida no Filho, é-nos comunicada, íntima e pessoalmente, pelo Espírito Santo na Igreja (CIC 683).

Depois de ter falado em nosso último programa sobre "O mistério do Espírito na Igreja", padre Gerson Schmidt* nos propõe hoje a reflexão "O Espírito Santo no Mistério da Igreja":

"Falamos no aprofundamento anterior que o Concilio Vaticano II pôs em relevo a missão e atuação do Espírito Santo, outrora esquecidas nos tratados teológicos e na eclesiologia. O teólogo Bueno escreveu que uma Igreja sem o Espírito Santo seria reduzida a máquina de poder e o Espírito sem a Igreja ficaria a uma teoria humana escrava das circunstâncias históricas[1].

Recordemos aqui o que Atenágoras de Atenas escreveu já no segundo século: “Sem o Espírito Santo, Deus está distante, Cristo permanece no passado, o Evangelho uma letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a ação moral um agir de escravos. Mas no Espírito Santo o cosmos é enobrecido pela geração do Reino, o Cristo ressuscitado faz-se presente, o Evangelho faz-se força do Reino, a Igreja realiza a comunhão trinitária, a autoridade transforma-se em serviço, a liturgia é memorial e antecipação, a ação humana torna-se divina”.

Na Solenidade de Pentecostes de 2019, o Papa Francisco parafraseou essas palavras dizendo assim, referindo-se ao Espírito Santo: “É paz na ansiedade, confiança no desânimo, alegria na tristeza, juventude na velhice, coragem na prova. É Ele que, no meio das correntes tempestuosas da vida, mantém firme a âncora da esperança. Como nos diz hoje São Paulo, é o Espírito que nos impede de recair no medo, fazendo-nos sentir filhos amados (cf. Rm 8, 15). É o Consolador, que nos transmite a ternura de Deus. Sem o Espírito, a vida cristã desfia-se, privada do amor que tudo une. Sem o Espírito, Jesus permanece um personagem do passado; com o Espírito, é pessoa viva hoje. Sem o Espírito, a Escritura é letra morta; com o Espírito, é Palavra de vida. Um cristianismo sem o Espírito é um moralismo sem alegria; com o Espírito, é vida”.

E concluía ainda o Papa: “Mas, sem o Espírito, a Igreja é uma organização, a missão é propaganda, a comunhão é um esforço. E tantas Igrejas fazem ações programáticas neste sentido de planos pastorais, de discussões sobre todas as coisas. Parece ser aquele o caminho a nos unir, mas este não é o caminho do Espírito, é o caminho da divisão. A primeira e a derradeira necessidade da Igreja é o Espírito (cf. São Paulo VI, Catequese na Audiência Geral de 29/XI/1972). Ele «vem aonde é amado, aonde é convidado, aonde é esperado» (São Boaventura, no Sermão para o IV Domingo depois da Páscoa). De fato, sem o Espírito Santo, Deus está distante, Cristo é do passado, o Evangelho é letra morta, a Igreja é uma simples organização, a autoridade é dominação, a missão é propaganda, o culto é evocação, o agir cristão é uma moral de escravos. Mas, com o Espírito Santo e no Espírito Santo, o Universo é elevado e clama pelo Reino de Deus, a presença do Cristo Ressuscitado é reconhecida, o Evangelho é vida e poder, Igreja significa comunhão trinitária, a autoridade é um serviço libertador e redentor, a missão um Pentecostes, a Liturgia é memorial e antecipação do mistério, o agir humano é divinizado[2].

“Sem o Espírito não há Igreja, pois é ele que a cria e recria em Cristo. Para São Paulo, a Igreja, como Igreja particular ou Igreja universal (Ef 2,17-22), é edificação do Espírito”[3]. Disse Santo Irineu que, tal qual o Verbo, o Espírito Santo, existia desde toda a eternidade e ambos são como as mãos de Deus com as quais o Pai modela todas as coisas. É bela essa comparação de Santo Irineu que usa esse símbolo de que o Pai se utilizou das duas mãos para modelar o universo: o Filho e o Espírito Santo.""

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

_______________

[1] E. BUENO, Eclesiología, Madrid, 1998.

[2] Cf. Ignazio Hazim, La resurrezione e l’uomo d’oggi - Ed. Ave, Roma, 1970, pp. 25-26.

A eucaristia nos ensina a adorar a Deus, não a nós mesmos, diz o papa

Papa Francisco em Matera / Vatican Media

REDAÇÃO CENTRAL, 25 Set. 22 / 12:49 pm (ACI).- O Papa Francisco viajou para Matera, na Itália, onde exortou milhares de pessoas reunidas em um estádio de futebol para a missa dominical a "redescobrir" a adoração eucarística.

“Irmãos, irmãs, da cidade de Matera, esta ‘cidade do pão’, gostaria de lhes dizer: voltemos a Jesus. Voltemos à Eucaristia”, disse o Papa Francisco em sua homilia em 25 de setembro.

“Voltemos ao sabor do pão, porque enquanto estamos famintos de amor e esperança, ou estamos quebrados pelas dores e dores da vida, Jesus se torna alimento que nos alimenta e nos cura”.

Matera, uma das cidades habitadas sem interrupção mais antigas do mundo é chamada de “cidade do pão” por causa de sua receita tradicional de fermento transmitida ao longo dos séculos.

A antiga “cidade do pão” sediou o Congresso Nacional da Eucaristia da Itália de 23 a 25 de setembro. Mais de 80 bispos e centenas de delegados de toda a Itália participaram do congresso com o tema “Voltemos ao sabor do pão: por um Igreja Eucarística e Sinodal”.

O papa Francisco voou no início da manhã de domingo para a cidade do sul da Itália para oferecer a missa de encerramento do congresso. Ele partiu de avião, em vez de helicóptero, conforme programado devido às condições meteorológicas de tempestade em Roma.

Em sua homilia, o Papa expressou seu sonho de uma “Igreja eucarística” que “se ajoelhe diante da Eucaristia e adore com admiração o Senhor presente no pão, mas também saiba curvar-se com compaixão e ternura diante das feridas de quem sofre, socorrendo os pobres, enxugando as lágrimas dos que sofrem, tornando-se pão de esperança e alegria para todos”.

Ele disse que a Eucaristia apresenta a cada pessoa um desafio: “adorar a Deus e não a nós mesmos, colocando-o no centro e não na vaidade de si mesmo”.

“Quando adoramos o Senhor Jesus presente na Eucaristia, recebemos também um novo olhar sobre nossas vidas: eu não sou as coisas que possuo ou os sucessos que posso alcançar. O valor da minha vida não depende do quanto posso me exibir nem diminui quando encontro fracassos e contratempos. Eu sou uma criança amada, cada um de nós é uma criança amada. Eu sou abençoado por Deus. Ele quer me vestir de beleza e me libertar de toda escravidão”, disse Francisco.

“Lembremo-nos disto: quem adora a Deus não se torna escravo de ninguém. Eles são livres. Vamos redescobrir a oração de adoração, uma oração muitas vezes esquecida. A adoração… nos liberta e nos devolve a nossa dignidade de crianças, não de escravos.”

Presos na Itália ajudaram a fazer as hóstias eucarísticas oferecidas durante a comunhão na missa, como parte de uma iniciativa da associação italiana de capelães penitenciários. O vinho oferecido na comunhão foi feito a partir de vinhas cultivadas por refugiados e migrantes que trabalham nas vinhas da Casa da Dignidade.

No final da missa, o papa Francisco rezou a oração do Angelus e lembrou que 25 de setembro marca o 108º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, celebrado anualmente no último domingo de setembro.

O Papa disse: “Renovemos nosso compromisso de construir o futuro de acordo com o projeto de Deus: um futuro no qual cada pessoa possa encontrar seu lugar e ser respeitada; em que migrantes, refugiados, pessoas deslocadas e vítimas de tráfico de pessoas possam viver em paz e com dignidade”.

O papa Francisco então rezou pela paz na Ucrânia e em Mianmar, onde um ataque aéreo a uma escola no início desta semana matou 11 crianças.

“Que o choro desses pequeninos não passe despercebido! Essas tragédias não devem acontecer”, disse.

O papa também pediu a libertação de cinco padres e uma religiosa que foram sequestrados em Camarões.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Tenha cuidado com o que pede para Deus!

Oração | Guadium Press
A conformidade com a vontade de Deus não é uma atitude fácil, mas é extremamente necessária e é a maior prova de fé e confiança que podemos dar.

Redação (25/09/2022 11:49Gaudium Press) Desde crianças, aprendemos a pedir coisas a Deus e seguimos pela vida fazendo isso. Mas, na juventude, período da vida em que tudo parece importante e urgente, nossos pedidos são sempre uma questão de vida ou morte.

Na minha adolescência, conheci um padre que me marcou por seu bom humor e pela maneira como evangelizava os seus paroquianos. Os jovens eram muito afeiçoados a ele e sempre costumavam pedir-lhe que rezasse por suas intenções, ao que ele respondia: “Eu não! Vai que Deus atende!”

Na época, eu pensava em seguir a vida religiosa e estava participando de encontros para discernir se tinha ou não vocação. Num desses encontros vocacionais, tive oportunidade de conversar mais longamente com ele e, como os demais, pedi que ele rezasse por mim.

A inconstância

Ele então me explicou – e depois reproduziu em um sermão – porque fazia aquela brincadeira de dizer que não rezaria, porque, ‘vai que Deus atende… ’ Ele me falou com muita seriedade sobre o perigo da inconstância, que nos faz querer uma coisa hoje, outra amanhã e outra na semana seguinte e que, muitas vezes, algo que imploramos a Deus em determinado momento, como se a nossa vida dependesse daquilo, em poucos dias, pode se modificar e já não querermos mais.

O padre se chamava José Luís e em sua homilia, daquela tarde, ele disse: “Deus é Pai e nos ama e, quando pedimos algo a ele com fervor, Ele atende, mas, muitas vezes, quando a graça chega, já mudamos de ideia e não a queremos mais. Então, a bênção se torna uma maldição”.

Depois de ouvi-lo, passei a rezar de forma diferente. Eu queria seguir a vida religiosa, mas minha família se opunha, então eu me ajoelhava e pedia fervorosamente a Deus que “amansasse” o coração da minha mãe e a fizesse concordar com minha entrada no seminário. Eu sofria muito com a resistência dela e não entendia por que Deus não a convencia de que aquilo era o melhor para mim e me deixava partir.

Angustiado, eu perguntei àquele padre que tanto me inspirava e me fazia imaginar o sacerdócio como o estado de vida mais perfeito que havia sobre a terra: “Padre, se estou oferecendo a minha vida a Deus para servi-lo, para fazer o bem às pessoas, por que Ele não me ajuda fazendo a minha mãe compreender que isso é o melhor para mim?”

Ele, então, me respondeu com outra pergunta: “Você acha que isso é o melhor para você, mas você já se perguntou se isso é o melhor para Deus?”

Eu tinha 15 ou 16 anos na época e meu raciocínio não conseguiu atingir a profundidade da sua pergunta e eu saí da sala um pouco decepcionado. Contudo, ao ouvir a sua homilia, pela primeira vez eu pensei: E se isso não for o melhor para mim, e Deus me der, por causa da minha insistência e eu me arrepender depois e me tornar um mau sacerdote?

Conformidade com a vontade de Deus

Muitas coisas aconteceram, minha vida tomou outros rumos, o padre mudou de paróquia, eu mudei de cidade e nunca mais tive notícias dele, porém, nunca o esqueci. Agora, já entrando na velhice, outro sacerdote, jovem e entusiasmado, me fez lembrar o Pe. José Luís. Esse padre costuma recomendar às pessoas que leiam um livrinho de Santo Afonso Maria de Ligório chamado Tratado da Conformidade com a vontade de Deus.

Eu nunca tinha ouvido falar desse livro e não tenho ideia se o Pe. José Luís o leu, entretanto, toda a sua vida parecia pautada no que Santo Afonso diz ali, naquelas poucas, mas tão profundas páginas.

Ele fala que nós devemos nos conformar com a vontade de Deus em tudo, até em coisas simples como não reclamar se chove, se faz calor ou se faz frio, e explica que estar conformado com a vontade de Deus não significa não rezar, mas rezar do jeito certo.

Como sou muito observador, passei a prestar atenção naquelas pessoas mais ostensivas, que rezam e pedem que se reze por elas, falando quais são as suas intenções. E vi muitos casos em que os fiéis foram atendidos por Deus e ficaram tremendamente decepcionados, pois o que pediam demorou a chegar e, quando chegou, já não era tão necessário ou desejado. Cheguei a ver pessoas rezando para Deus retirar aquilo que lhes havia dado e que agora viam como um problema.

É totalmente legítimo apresentarmos as nossas intenções a Deus e muito apropriado que o façamos por intermédio de Nossa Senhora, todavia a oração mais perfeita é a que Ela própria nos ensinou: “Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra.” Porque Deus sabe o que é melhor para nós. Nós não o sabemos.

A conformidade com a vontade de Deus não é uma atitude fácil, mas é extremamente necessária e é a maior prova de fé e confiança que podemos dar. Não significa abrir mão de nosso livre-arbítrio, como muitos alegam, mas usarmos o nosso livre-arbítrio para nos colocarmos sob o irrestrito governo de Deus.

Serenidade e confiança

Eu não sei se eu teria sido mais feliz na vida religiosa, mas sei que tive a vida que o Senhor escolheu para mim e a felicidade, embora tivesse flertado com ela nos ensinamentos daquele padre de minha mocidade, só a encontrei agora, quando já se aproxima o fim de meus dias, quando troquei a ansiedade e a angústia pela serenidade e a confiança.

Conto essa história numa tentativa de trazer alívio para muitas pessoas para as quais rezar ainda significa carregar pedras e cujas orações não atendidas despertam nelas a imaturidade de se depreciarem e sentirem pena de si mesmas ou a arrogância de se rebelarem contra Deus.

Como nos ensinou São Paulo: “Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido” (ICor 13, 12). Portanto, dia chegará que compreenderemos o que agora não é possível compreender. Portanto, enquanto nossa visão é turva e nosso entendimento incompleto, apenas confiemos e, se não temos forças suficientes para renunciar aos nossos desejos e ao nosso hábito de pedir o que achamos que seja adequado para nós, apenas fiquemos em silêncio. O resto, Deus fará.

Por Afonso Pessoa

Fonte: https://gaudiumpress.org/

São Cosme e São Damião

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26 de setembro

São Cosme e São Damião

Santos médicos, mártires (†303) 

Segundo certa tradição, os nomes verdadeiros dos gêmeos Cosme e Damião eram Acta e Passio. Nasceram em Aegeae (atual Yumurtalık, Turquia) e tinham outros 3 irmãos (Antimo, Leôncio e Euprepio). O pai foi mártir durante uma das perseguições aos cristãos promovidas por Diocleciano e a mãe, Teodata, é venerada como santa na Igreja Ortodoxa. 

Os gêmeos estudaram Ciências na Síria, onde também fizeram sua formação em medicina. Exerceram a profissão em Aegeae, onde alcançaram grande reputação por curarem enfermos não só com seus conhecimentos, mas também através de milagres promovidos por suas orações. Não aceitavam nenhum pagamento por seus serviços e por isso foram chamados de anargiras (em grego antigo: anargyroi = avessos ao dinheiro). Dessa forma, trouxeram muitos adeptos novos à fé cristã. 

Quando começou uma nova perseguição aos cristãos, promovida por Diocleciano, o prefeito Lísias mandou prender Cosme e Damião e ordenou-lhes retratação. Eles se mantiveram constantes em sua fé como cristãos e, sob tortura, de forma milagrosa, não sofreram qualquer ferimento causado por água, fogo, ar, nem mesmo na cruz, até serem decapitados por uma espada. Seus três irmãos morreram mártires, juntamente com eles. A execução ocorreu no dia 27 setembro, provavelmente entre 287/303 d.C. 

Mais tarde, surgiu uma série de relatos fabulosos sobre os gêmeos ligados em parte às suas relíquias. Os restos mortais dos mártires foram enterrados na cidade de Ciro, na Síria. O imperador Justiniano I (527-565) suntuosamente restaurou a cidade em honra deles, depois de ter sido curado de uma doença maligna por intercessão de Cosme e Damião. Justiniano I  reconstruiu e decorou a igreja dos mártires em Constantinopla, que veio a se tornar um famoso lugar de peregrinação. Em Roma, o Papa Félix IV (526-530) edificou uma igreja em honra dos mártires.

Eles são invocados no Cânon da Missa e na Ladainha de Todos os Santos. 

O culto aos gêmeos mártires foi trazido para o Brasil em 1530 por Duarte Coelho Pereira e tornaram-se padroeiros de Igarassu, em Pernambuco. No nordeste brasileiro passaram a ser invocados para afastar o contágios de epidemias. Os negros bantos identificaram Cosme e Damião como os orixás Ibejis em um sincretismo religioso. 

A Igreja Católica Apostólica Romana, desde tempos imemoriáveis até o Calendário Romano de 1962, que vigorou até 1969, celebrava a festa de santos Cosme e Damião no dia 27 de setembro. Porém, em 1969, com a reforma litúrgica, o Calendário Romano passou a comemorá-los no dia 26, pois, considerada a importância de São Vicente de Paulo, também celebrado no dia 27, preferiu-se não pôr as duas Memórias na mesma data. A memória de São Vicente ficou fixada no dia 27, já que era a data sabida de sua morte; já Santos Cosme e Damião, como não se sabia ao certo a data da morte deles, tiveram a Memória movida para o dia 26 de setembro. Ainda assim, católicos tradicionalistas, devotos mais antigos e as religiões afro-brasileiras que também os cultuam, como o Candomblé e a Umbanda, continuam a comemorá-los no dia 27. Apesar da mudança na Igreja Católica, ao menos no Brasil, por conta da tradição, populares continuam fazendo comemorações no dia 27 de setembro.

Cosme e Damião são considerados os patronos dos farmacêuticos, médicos e cirurgiões e por vezes são representados por emblemas médicos.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

domingo, 25 de setembro de 2022

Extremos

O RICO E LÁZARO | DM

EXTREMOS

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo

Neste domingo continua a leitura do capítulo 16 de Lucas, com os versículos 19-31. Todo capítulo ensina sobre as consequências maléficas do mau uso dos bens materiais. A chocante parábola do “rico e do pobre Lázaro” serve de introdução ao tema. Por um lado, temos um homem que vive diariamente em festas esplêndidas; por outro lado, temos um homem requisitando migalhas e sendo cuidado por cachorros. A morte chega para ambos, nisto eles são iguais. O diálogo, após a morte, levanta questões inquietadores sobre o situação antes da morte. Também oferece indicações para solucionar situações dramáticas da miséria.

A fé cristã crê e vive na esperança da vida eterna. Professa que o Senhor que “há de vir a julgar os vivos e os mortos”. É a cena que inicia a segunda parte da parábola: o julgamento divino. Aquele que tinha condições de fazer festa todos os dias, agora requisita apenas que “Lázaro molhe a ponta do dedo para me refrescar a língua”. A resposta é negativa porque durante a vida foi cavado um “grande abismo entre eles” e agora é intransponível.

As migalhas desejadas por Lázaro em vida e da gota de água desejada pelo homem festeiro depois da morte indicam que os abismos são cavados com pequenas decisões, medidas e mecanismos. A vida e a organização da sociedade não são feitas somente de grandes fatos e decisões. Mas a rotina, as “migalhas”, vai aprofundando ou vai aterrando o abismo.

O homem rico percebendo que as opções feitas em vida eram irreversíveis e que não havia mais possibilidade de volta, começa a preocupar-se com os seus irmãos que mantinham o mesmo modo de vida dele. Até sugere que Lázaro seja enviado de volta para a terra, como último recurso, para sacudir os irmãos. Recebe como resposta: “Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem” e “não acreditarão” em Lázaro ressuscitado.

Convivemos, quase que diariamente, com notícias de situações de extrema miséria e, por outro lado, de anúncios de fortunas pessoais inimagináveis para a absoluta maioria das pessoas, de lucros milionários de algumas empresas em períodos curtos. É uma cena análoga à parábola. O que significa “ouvir Moisés e os profetas”? Moisés, na tradição bíblica, liderou o povo da escravidão para a liberdade. Mas também, o êxodo tinha por objetivo fazer uma sociedade mais igual e fraterna. Estes princípios estão expressos no pentateuco e recordados pelos profetas quando esquecidos.

Hoje a Doutrina Social da Igreja oferece princípios para orientar os cristãos. “Estes princípios, expressões da verdade inteira sobre o homem conhecida através da razão e da fé, promanam “do encontro da mensagem evangélica e de suas exigências, resumidas no mandamento supremo do amor, com os problemas que emanam da vida da sociedade” (160). Os quatro princípios da Doutrina Social da Igreja são a dignidade da pessoa humana, o bem comum, a subsidiariedade e a solidariedade.

O tema que a Palavra de Deus propõe liga-se ao princípio do bem comum. “Dentre as múltiplas implicações do bem comum, assume particular importância o princípio da destinação universal dos bens: “Deus destinou a terra, com tudo que ela contém, para o uso de todos os homens e de todos os povos, de tal modo que os bens criados devem bastar a todos, com equidade, segundo a regra da justiça, inseparável da caridade”. (171). “A destinação universal dos bens comporta, portanto, um esforço comum que mira obter para toda pessoa e para todos os povos as condições necessárias ao desenvolvimento integral, de modo que todos possam contribuir para a promoção de um mundo mais humano, “onde cada um possa dar e receber, e onde o progresso de uns não seja mais um obstáculo ao desenvolvimento de outros, nem um pretexto para a sua sujeição” (175).

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF