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segunda-feira, 10 de outubro de 2022

“A espiritualidade monástica em suas origens”

Monkpress | MONKPRESS/East News
Por I. Media para Aleteia

As fontes da límpida riqueza espiritual dos primeiros monges. Leia:

Opresente livro, recém-lançado pelas Edições Subiaco, é de Luc Brésard, O. Cist. (1921-2012), estudioso e escritor do século XX.

Reúne, de modo adaptado, num só volume, as três obras do monge publicadas originalmente em francês: Cursos, revisões e trabalhos (vol. 1), Textos e tabelas (vol. 2) e Explicações dos textos, respostas às revisões, respostas aos trabalhos (vol. 3). Visa ajudar na formação de monges, monjas, oblatos(as) – em comunidade ou individualmente – e de todos os demais interessados nas origens da vida monástica, eremítica e cenobítica.

Como todo bom mestre, Brésard expõe, logo nas primeiras páginas, o método que seguirá. Seu objetivo é, como se vê, oferecer um Curso de história da espiritualidade monástica. Isso posto, o religioso explica cada termo presente no nome da sua formação. A História em si diz respeito a fatos passados, portanto a coisas que já se foram ou a “coisas mortas” (p. 15). Já a Espiritualidade faz referência à vida espiritual à luz do Espírito Santo. Ele, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, desce até nós para agir no nosso interior e, desse modo, conduzir-nos a Deus. Nossa resposta a esta ação deve ser uma subida rumo ao Eterno. Ora, a História da Espiritualidade une, portanto, esses dois termos que, à primeira vista, parecem muito distintos. Como se dá, no entanto, tal união?

O próprio monge nos responde: “Estudar a história da espiritualidade é […] esforçar-se por conhecer, no transcurso da história, o apelo de Deus ao homem e a resposta do homem a Deus, isto graças a textos que nos foram transmitidos, escritos por esses homens que viveram movidos por Deus, ou que foram escritos a respeito deles. Só há história quando há textos. Esses textos vão traçar-nos o perfil moral e espiritual de cada uma dessas testemunhas, sua reação perante a ação de Deus, sua maneira de ir até ele. Não se trata, pois, de algo morto como a História pura e simplesmente, mas de algo eminentemente vivo” (p. 16). “É o Espírito que nos fará entrar em contato, e mesmo em amizade, com esses homens sempre presentes entre nós por seus escritos” (idem).

Por fim, cabe lembrar que essa Espiritualidade é a monástica. Diz o autor do estudo em foco: “Só vamos nos ocupar dos monges, não considerando, por enquanto, aqueles dentre os Padres da Igreja que nada têm ou têm pouco a nos dizer sobre a vida monástica. E quanto aos que falam da vida monástica em seus escritos, faremos apenas uma breve apresentação de sua pessoa e só refletiremos em sua obra o que concerne à vida monástica, deixando de lado o que pertence ao Curso de Patrologia” (p. 16-17).

Para ser fiel ao seu importante trabalho, Luc Brésard propõe o seguinte roteiro: 1) A pré-história (Inácio e Bento). 2) Antão. 3) Um percurso turístico (o mundo dos monges, Padres da Igreja e monges e monaquismo antigo). 4) As Regras monásticas. 5) Pacômio. 6) Os Apoftegmas (sentenças dos Padres do Deserto). 7) Evágrio. 8) Cassiano. 9) Basílio. 10) Pseudo-Macário. 11) Agostinho. 12) O Monaquismo ocidental. 13) Os monges de Gaza. 14) João Clímaco e a Conclusão. Nesse roteiro, chamam particular atenção do estudioso as páginas 79-96, pois oferecem um resumo histórico dos primórdios da vida monástica e do ambiente histórico-geográfico em que ela se desenvolveu. Também muito oportunas são as páginas 133-184 sobre os Apoftegmas.

A propósito deles escreve o autor: “De acordo com seu nome, apo (vindo de) e phtegommai (dizer), são palavras desses Padres do deserto que nos foram conservadas” (p. 134). “Os apoftegmas são o livro da experiência e, se os considerarmos como tais, são de uma riqueza inigualável. De certo modo, constituem o material bruto a partir do qual se formou a espiritualidade monástica dos séculos posteriores. Parecem espontâneos, mas não são palavras que não dizem nada; são cheios de seiva, fruto de uma lenta germinação no silêncio do deserto” (p. 139).

Seja, pois, A espiritualidade monástica em suas origens, de Luc Brésard, O. Cist., um forte estímulo a cada ser humano interessado em beber nas fontes da límpida riqueza espiritual dos primeiros monges. Parabéns às Edições Subiaco pelo lançamento!

Pedidos: https://www.livrarialoyola.com.br/produto/a-espiritualidade-monastica-em-suas-origens-695790

Ir. Vanderlei de Lima é eremita de Charles de Foucauld

Fonte: https://pt.aleteia.org/

sábado, 8 de outubro de 2022

A passagem do Mar Vermelho e do Rio Jordão

A passagem do Mar Vermelho | Cléofas

A passagem do Mar Vermelho e do Rio Jordão

 POR PROF. FELIPE AQUINO

1. A Travessia do Mar Vermelho (Êx 14, 5-31)

O texto sagrado refere que, após a décima praga, Faraó, aterrorizado, não somente permitiu, mas ordenou que deixassem os israelitas o Egito. Estes, pois, levando mulheres, crianças, gado e demais haveres, se retiraram em caravana na direção do Oriente. Chegando, porém, às margens do mar Vermelho, viram-se em graves apuros, que lhes teriam acarretado a morte, não fora uma intervenção extraordinária de Deus.

Com efeito, após as primeiras etapas dos emigrantes, Faraó, arrependido da concessão, resolveu ir-lhes ao encalço. Alcançou-os perto do Mar, de sorte que a multidão israelita se viu comprimida entre as águas, de um lado, e as tropas inimigas, do outro.

Como escaparia ao perigo iminente?

O Senhor fez com que a coluna de nuvem que antecedia Israel se colocasse entre este e o exército egípcio, causando opacidade entre os dois acampamentos. A seguir, Moisés, a mandado de Javé, estendeu a mão sobre o mar; um vento impetuoso de leste pôs-se a soprar durante uma noite inteira, de modo a formar no meio das águas um corredor. Era a oportuna válvula de salvação…; sem demora, os israelitas por ele enveredaram, passando o mar a pé totalmente enxuto! Quando os soldados de Faraó perceberam que os fugitivos se haviam lançado na direção do mar, seguiram-lhes as pegadas, entrando no corredor aberto. Eis, porém, que, ao despontar o dia, Moisés, por nova ordem do Senhor, mais uma vez estendeu a mão sobre as águas, que então se fecharam sobre a tropa de egípcios, fazendo perecer os perseguidores.

Como se há de entender esta narrativa?

Do texto sagrado se poderia inferir que o Senhor, dividindo o Mar Vermelho, realizou um prodígio totalmente insólito ou alheio à natureza dos elementos.

Pergunta-se, porém, se o texto bíblico insinua de fato tão extraordinária intervenção da Onipotência Divina.

A isto respondem competentes estudiosos que não somente o livro sagrado, mas também os vestígios de arqueologia recém-descobertos levam a concluir que a divisão do Mar Vermelho se deve a uma concatenação de causas naturais, só tendo de extraordinário as circunstâncias (hora, duração…) em que se verificou. Eis como se explicam tais autores:

Nos tempos pré-históricos comunicavam entre si os mares Mediterrâneo e Vermelho, os quais só aos poucos foram sendo separados pelo istmo de Suez. Na época de Moisés (ca. 1240 a.C.), julga-se que o Mar Vermelho se prolongava ainda até os Lagos Amargos e talvez o Lago de Timsah (situados hoje no referido istmo); o porto de Colzum, donde na Idade Média partiam as naves para a Índia, é hoje um acervo de ruínas situadas a dez quilômetros do litoral. Nesta sua extremidade setentrional o mar, que tendia a recuar, não devia ser muito profundo. Há decênios, Bour­don, oficial de marinha francês encarregado durante muitos anos do serviço do canal de Suez, descobriu vestígios de uma estrada que, passando pelo Egito, desembocava num vau ainda hoje existente na parte meridional dos Lagos Amargos, e se prolongava do outro lado das águas; em território egípcio, ou seja, ao pé do Djebel (monte) Abu Hasa, o mesmo explorador encontrou as ruínas de um edifício que, conforme as inscrições, era simultaneamente templo religioso e fortim militar; esta construção, situada nas proximidades da estrada e do vau referidos, devia servir para proteger a fronteira, impedindo que entrassem na terra do Faraó invasores indesejáveis, e reabastecer as caravanas que do Egito se dirigiam às minas do Monte Sinai.

Tais descobertas levam a admitir que, nos tempos de Moisés, havia uma passagem através das águas que então constituíam o Mar Vermelho, passagem cuja utilização dependia das circunstâncias de ventos, marés etc. Ora o texto bíblico insinua que o êxodo dos israelitas se fez por um vau. Sim, o fato de que os egípcios se precipitaram águas adentro supõe que não tinham a travessia na conta de coisa impossível; deviam julgar que a passagem se tornara praticável naquela ocasião; e com razão, visto o vento impetuoso que, de leste soprando sobre as águas, era bem capaz de nelas abrir um corredor.13 O que os egípcios ignoravam – incorrendo por isto num erro fatal – era o modo maravilhoso como se tornara transitável o vau: o vento fora suscitado por Deus no momento favorável a Israel, e deixaria de soprar logo que o povo eleito o pudesse dispensar (sabe-se, aliás, que o sirocco da Arábia, o vento qadim, começa de imprevisto e cessa também repentinamente).

A seguinte observação parece do seu modo insinuar que a travessia se fez pela parte setentrional do mar, parte que atualmente já não existe: o texto bíblico fala de passagem do “Mar dos Juncos”, não do “Mar Vermelho”, em trechos como Js 2, 10; S1 105, 7.9.22; 135, 13. Ora às margens do Mar Vermelho nas se encontra o arbusto do junco; disto se poderá deduzir que se desenvolvia outrora junto às águas que prolongavam o hodierno Mar Vermelho e deviam constituir propriamente o Mar dos Juncos.

Não se creia que no desastre hajam perecido todo o exército do Egito e o Faraó. O texto de Êx 14, 7 refere ter-se feito uma seleção de armas e guerreiros para constituírem a tropa perseguidora; talvez pouco mais de mil carros armados hajam sido tragados pelas águas. Quanto ao monarca, é possível que tenha tomado parte na expedição; o texto bíblico, porém, não o diz (cf. Êx 14, 23.26.28; 15,4).

Um ou outro exegeta tenta de certo modo ilustrar a passagem, recordando o seguinte episódio da história profana:

Nas famosas guerras púnicas entre Roma e Cartago (264-146 a.C.), o chefe romano Cipião dito “o Africano” conseguiu entrar em Cartago por um lado da cidade contíguo a uma laguna; já que as águas pareciam constituir obstáculo natural aos invasores, os cartagineses não se preocuparam com a defesa dessa zona. Ora aconteceu que um vento inesperado removeu as águas e permitiu que quinhentos soldados romanos tivessem acesso a Cartago (cf. Tito Lívio, Historiar. 1.26, 46; Políbio 10, 4s).

O episódio é significativo; contudo não se lhe pode atribuir grande peso na exegese do Êxodo, se se têm em vista os termos muito sóbrios com que os historiadores greco-romanos se referem ao assunto.

2. A passagem do Rio Jordão (Js 3, 7-17)

A Moisés sucedeu Josué no governo do povo de Deus. O novo chefe devia consumar a obra do antecessor, que morrera deixando Israel à entrada da terra de Canaã. Ora, para penetrar na Palestina, era mister atravessar o Jordão. Isto se fez, como narra o hagió­grafo, a pé enxuto, paralelamente ao que se deu na travessia do Mar Vermelho.

A semelhança dos dois fenômenos é de certo modo explicada pelo texto sagrado: conforme Js 3, 7; 4, l4.23, o Senhor, no início da missão de Josué, quis reproduzir o portento realizado no princípio da obra de Moisés, a fim de mostrar a Israel que Deus dirigia o novo guia como sempre orientara o anterior.

E como se deu a intervenção divina?

A caravana israelita estacionou à margem esquerda do Jordão, diante da cidade de Jericó, situada no além-rio; a torrente tem aí a largura de 80 m aproximadamente, mas é pouco profunda. Corria então a época da messe (março-abril), época em que o sol da primavera faz derreter as neves do monte Hermon, ocasionando a cheia brusca e impetuosa do rio (cf. Eclo 24, 26 e 1Cr 12, 15). Não se via como a multidão de Israel poderia atravessar. Então o Senhor mandou que dois sacerdotes, carregando a arca da aliança, entrassem no rio; logo que isto se deu, a caudal interrompeu o seu curso, detendo-se perto da cidade de Adom (hoie El-Damieh, a 25 km ao Norte de Jericó); assim o leito da corrente apareceu seco, e os filhos de Israel o transpuseram facilmente; os sacerdotes detentores da arca permaneceram imóveis por todo o tempo da travessia; terminada esta, retiraram-se e o rio continuou o curso normal.

Que interpretação se há de dar ao texto bíblico?

Nada se pode objetar a quem julgue que as águas do Jordão, contrariamente às leis da natureza, constituíram repentinamente um muro imóvel em Adom.

Não é necessário, porém, admitir tão estupenda intervenção do Criador no episódio. Com efeito, na região de Adom (El- Damieh) as águas do Jordão correm entre bancos de argila, cuja altura atinge 13m, e que facilmente desmoronam; ainda em 1927, por ação de um terremoto, desabaram sobre o leito do rio, obstruindo o fluxo das águas pelo espaço de 21 horas. Além disto, sabe-se que em 1267 o sultão do Egito Melik-Daher-Bibars II desejava mandar construir uma ponte sobre o Jordão na região de El-Damieh; o ímpeto das águas, porém, dificultava grandemente o lançamento das pilastras de base; a corrente chegou a derrubar e arrastar algumas destas depois de implantadas; nessas circunstâncias a própria natureza veio em auxílio aos operários: à meia noite de 7 para 8 de dezembro, verificaram que o Jordão deixara de correr; então, à luz de tochas, apressaram-se em consolidar os fundamentos da ponte. Contudo, a fim de se certificar da futura estabilidade da obra, quiseram investigar, a causa do fenômeno: enviaram rio acima exploradores a cavalo, os quais averiguaram que enorme bloco de terra da margem ocidental se havia precipitado no rio, constituindo uma barreira artificial; as águas, em consequência, se espalhavam pelo vale ao Norte do dique; somente pelas dez horas da manhã, após haver vencido o obstáculo, pôde a torrente retomar o seu curso normal.

Ora, se os fatores naturais na zona do Jordão podem produzir tais fenômenos, é plausível afirmar que Deus se tenha servido de semelhantes meios para possibilitar aos israelitas a passagem do rio.

O remédio contra o estresse que é simples, eficiente e está disponível para qualquer um

Mari Dein - Shutterstock

Todos trazemos dentro de nós o remédio para muitos dos males que nos afligem.

Émuito comum as pessoas acreditarem que a melhor forma de buscar alívio das tensões da vida é tomando remédios ou esperando a situação mudar. Mas há um remédio muito prático que está sempre ao nosso alcance para ajudar a equilibrar nossas vidas: envolver-se em atividades criativas. Isso vai desde escrever um diário ou pintar um quadro até fazer jardinagem, culinária, carpintaria ou origami.

Criar tem muitos benefícios. Além de fomentar nossas paixões e nossa dedicação por algo que gostamos, encoraja-nos a fazer aquilo que achamos divertido.

A tensão faz parte da vida

A vida não é fácil para a maioria das pessoas que habitam este belo planeta, por isso é quase inevitável vivermos cercados por problemas e dificuldades que naturalmente criam alguma tensão e estresse. Por isso é importante promover atividades criativas de qualquer tipo para nos estimular a ser mais saudáveis ​​e não sucumbir às emoções negativas que abundam em nosso ambiente.

Uma conexão com o nosso Criador

Atividades criativas também nos inspiram a nos sentir mais conectados ao nosso Criador. Como fomos feitos à Sua imagem e semelhança, Ele nos deu o poder de criar muitas coisas originais de forma simples e fácil.

A criatividade nos encoraja a imaginar as coisas de forma mais colorida, a apresentar mais inovações, mais novidades e novas soluções para vários problemas. Faz com que dediquemos nosso tempo a coisas que valem mais a pena do que lamentar a vida.

Os resultados não precisam ser perfeitos

Criar envolve fazer algo que você não fez antes, dar uma nova forma a um objeto, desenvolver algo que não existia antes. Pode ser, por exemplo, colocar letras em uma folha de papel em branco ou fazer alguns traços com pincel em uma tela em branco, mesmo que você não saiba pintar ou desenhar.

Criar não significa necessariamente produzir algo perfeito, mas é algo que pode ser aperfeiçoado com a prática.

O resultado não importa; o que importa é que você se envolva em uma atividade que
tire sua mente de suas preocupações.

Temos que parar com rotinas chatas e deixar de lado nossa insegurança de não saber fazer alguma coisa. Atreva-se a pintar alguma coisa (qualquer coisa!), a tecer como quiser, a cuidar do seu jardim, a escrever o que quiser. Não se julgue severamente se os resultados não corresponderem imediatamente às suas expectativas; em vez disso, orgulhe-se de sua vontade de tentar e continue tentando. Você logo começará a ver os resultados, o que reduzirá seu estresse.

A pior coisa que podemos fazer é ficarmos presos no tédio e, sobretudo, no lazer passivo que nos leva a ser receptores de grandes quantidades de entretenimento visual, perdendo assim a oportunidade de sermos ativos. O movimento físico nos ajuda a desestressar.

Você não precisa ser um grande artista, nem um especialista; criar muitas vezes é mais agradável quando estamos fazendo algo sem pressão ou obrigação específica. Você pode fazer isso por puro prazer e por capricho, pois encontra significado e alegria nisso.

Tente, tente novamente

A atividade criativa, em vez de nos cansar, nos estimula e relaxa. Isso nos ajuda a melhorar nosso humor e nos dá mais estabilidade. Então vale a pena tentar!

Tire essas tintas e pincéis do armário ou gaveta e tente pintar novamente. Ou, se você já começou a escrever um romance ou contos, mas deixou essa atividade de lado, retome-a. Você não vai se arrepender!

Vá para a cozinha e divirta-se… e não desanime se não der certo na primeira vez!

Entre na sua cozinha com um novo espírito criativo e faça aquela receita da sua mãe ou aquela sobremesa que você tanto gostava quando criança e que não ousava fazer porque tinha medo de errar. Tente novamente cozinhar algo que você gosta e ouse inventar algo novo, o que você quiser. Reative sua criatividade e dê a ela o espaço mental que ela merece, como um dos remédios mais maravilhosos que temos em tempos de estresse.   

Faça alterações na decoração da sua casa; reorganize os móveis ou a localização de sua cama. Compre novas plantas ou plante sementes em um vaso e espere para ver o fruto do seu entusiasmo. Tudo isso é muito curativo e está ao nosso alcance, como parte de nossa natureza humana.

Trazemos dentro de nós o remédio para muitos dos males que nos afligem. Tudo depende de nós decidirmos ser criativos.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Scalabrini santo: Papa concede à Igreja um pai para os migrantes

Ir. Neusa de Fátima | Vatican News

"Para nós, missionárias de São Carlos Borromeu, com toda a família scalabriniana, todos os migrantes e refugiados, acolhemos com muita alegria, com o coração cheio de gratidão a Deus esse dom que nos foi concedido com a canonização de João Batista Scalabrini", disse a Superiora-geral das Missionárias de São Carlos Borromeu, Ir. Neusa de Fátima Mariano.

https://youtu.be/bfb82cHd1YY

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Às vésperas da canonização do Beato João Batista Scalabrini, a Superiora-geral das Missionárias de São Carlos Borromeu, Ir. Neusa de Fátima Mariano, agradece ao Papa Francisco por dar à Igreja "um pai para os migrantes" e comenta a sensibilidade feminina no acolhimento das mulheres e crianças migrantes:

Para nós, missionárias de São Carlos Borromeu, com toda a família scalabriniana, todos os migrantes e refugiados, acolhemos com muita alegria, com o coração cheio de gratidão a Deus esse dom que nos foi concedido com a canonização de João Batista Scalabrini. Foi, de fato, uma surpresa, uma notícia inesperada que nós acolhemos com muita alegria, agradecemos ao Papa Francisco por esse reconhecimento, por conceder à Igreja um pai para os migrantes. E nós vivemos este tempo como um tempo de graça e de júbilo.

O beato viu além não só no carisma junto aos migrantes, mas na confiança que depositou nas mulheres:

No projeto de Scalabrini, havia esta dimensão já tinha no início da sua missão de fundar uma Congregação para acompanhar os migrantes que partiam para as Américas. Justamente nesta dimensão, nós percebemos como o projeto de Scalabrini é completo. Ele percebe nas migrações essa necessidade de ter essa sensibilidade com aqueles que são os mais frágeis, os mais vulneráveis da migração. Por isso, nós como congregação feminina com carisma específico, estamos fazendo uma escolha prioritária para acompanhar as mulheres e crianças, que são aqueles mais frágeis da migração. Desta forma, podemos dizer que Scalabrini tinha esta visão, já presente no seu projeto, da presença da mulher consagrada para fazer a diferença na acolhida e na sensibilidade às dores e aos dramas presentes na migração.

Papa Francisco nomeia dois brasileiros para dicastérios da Cúria Romana

Papa Francisco com cardeais / Daniel Ibáñez (ACI Prensa

Vaticano, 07 Out. 22 / 03:40 pm (ACI).- O papa Francisco fez novas nomeações em nove dicastérios da Cúria Romana e na Pontifícia Comissão para a América Latina. Os dois novos cardeais brasileiros, o arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, e o arcebispo de Manaus, dom Leonardo cardeal Steiner estão entre os nomeados.

Dom Steiner foi nomeado para o Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica junto com o cardeal espanhol dom Fernando Vérgez Alzaga, presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano e do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, e dom Virgílio do Carmo da Silva, arcebispo de Díli, Timor Leste.

No Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos estarão o cardeal Paulo Cezar Costa, e dom Richard Kuuia Baawobr, bispo de Wa, Gana. Dom Paulo Cezar também foi nomeado para a Pontifícia Comissão para a América Latina, junto com dom Adalberto Martínez Flores, arcebispo de Assunção, Paraguai.

O papa nomeou como membros do Dicastério para a Evangelização o cardeal Arthur Roche, prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; o cardeal sul-coreano dom Lazarus You Heung-sik, prefeito do Dicastério para o Clero; dom Filipe Neri António Sebastião do Rosário Ferrão, arcebispo de Goa, Índia; e o cardeal mais jovem do mundo, dom Giorgio Marengo, prefeito apostólico de Ulaanbaatar, Mongólia.

O Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos também terá como novo membro dom Lazzaro You Heung-sik, prefeito do Dicastério para o Clero.

No Dicastério para os Bispos estará também o cardeal Arthur Roche, prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; dom Lazzaro You Heung-sik, prefeito do Dicastério para o Clero; dom Jean Marc Aveline, arcebispo de Marselha, França; e dom Oscar Cantoni, bispo de Como, Itália.

No Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, o papa Francisco nomeou os cardeais dom Peter Ebere Okpaleke, bispo de Ekwulobia, Nigéria; dom Robert Walter McElroy, bispo de San Diego, EUA; e Dom William Seng Chye Goh, arcebispo de Singapura, Singapura.

Dom Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, França, também fará parte do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso.

No Dicastério para a Cultura e a Educação, o papa Francisco nomeou o cardeal Arthur Roche, prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Finalmente, outras novas nomeações aconteceram no Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, com o cardeal Robert Walter McElroy, bispo de San Diego, EUA; e dom Anthony Poola, arcebispo de Hyderabad, Índia.

Fonte: http://www.acidigital.com/

Arquidiocese de Belém celebra 230ª edição do Círio de Nazaré

Círio de Nazaré | CNBB

ARQUIDIOCESE DE BELÉM CELEBRA 230ª EDIÇÃO DO CÍRIO DE NAZARÉ NESTE DOMINGO, 9 DE OUTUBRO

No próximo domingo, 9 de outubro, a arquidiocese de Belém (PA) celebra a 230ª edição do Círio de Nazaré, celebração mariana que reúne durante todo o mês fiéis de todo Brasil na capital paraense. O tema deste ano é “Maria, Mãe e Mestra” e convida a refletir sobre os ensinamentos de Maria para a evangelização.

Comunicado da arquidiocese situa o Círio como momento para entender o mistério do “sim” de Maria, “um dos eventos fundamentais para a Igreja, que convida multidões à comunhão com Jesus”. O Círio de Nazaré, a festa da Rainha da Amazônia, é celebrado desde o dia 8 de setembro de 1793. A partir de 1901, passou a ser realizado no segundo domingo de outubro.

“No Círio de Nazaré, multiplicam-se aos milhões as pessoas que imolam a Deus sacrifícios de ação de graças e cumprem seus votos, conduzidos pelas mãos carinhosas de Nossa Senhora de Nazaré”, afirmou o arcebispo de Belém (PA), dom Alberto Taveira Corrêa, em artigo.

“Desejamos identificar a alegria estampada no rosto suado de tantos irmãos e irmãs que encontraremos nos próximos dias. Vale dizer que em todos estes anos de Círio todas as feições que temos a alegria de contemplar, mesmo quando na dor ou nos apertos nas grandes procissões, especialmente no domingo, sempre testemunham a ação de graças!”

Recordando os enfermos, dom Alberto espera que, neste Círio, “cheguem até o Senhor, conduzidos pelas mãos daquela que é chamada Saúde dos Enfermos, todas as pessoas que padecem em seu corpo, inclusive aquelas que carregam as sequelas da pandemia!”.

Papa Francisco enviou mensagem para o evento, na qual recorda a todos que “Maria guardava todas as coisas, meditando-as no seu coração” (Cf. Lc 2, 19), e ao mesmo tempo suplica que, como Mãe e Mestra, “Ela nos ajude a guardar e meditar tudo, sem ter medo das provações, na Jubilosa certeza de que o Senhor é fiel e sabe transformar as cruzes em ressurreições”.

O pontífice pediu a intercessão de Maria “a fim de que sejam derramadas abundantes graças sobre o povo paraense e brasileiro, que auxiliem a todos e a cada um na vivência do Evangelho”.

A programação do Círio será transmitida ao vivo pelos Meios de Comunicação da Arquidiocese de Belém, que também são os veículos oficiais de transmissão do Círio: TV Nazaré, Rádio Nazaré, Portal Nazaré e as redes sociais.

Facebook (https://bit.ly/FacebookFNC)
Youtube (http://bit.ly/TVNazareYoutube)
TV Nazaré Canal 30.1
Rádio Nazaré FM 91,3 MHz

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Inteligência Artificial “provavelmente” aniquilará humanidade, alertam cientistas do Google e de Oxford

Willyam Bradberry | Shutterstock
Por Francisco Vêneto

Máquinas superinteligentes "romperiam regras" para garantir recursos ilimitados de processamento e energia.

Que a Inteligência Artificial aniquile a humanidade não é apenas possível como também é provável, alertaram cientistas da universidade britânica de Oxford e da DeepMind, empresa também britânica adquirida pelo Google em 2014 – atualmente, portanto, parte do grupo Alphabet.

Esses pesquisadores reforçam um coro que soa exagerado para muitos, mas que vem contando com a adesão de um número crescente de vozes críticas.

As equipes da DeepMind e da Universidade de Oxford publicaram um artigo na revista AI Magazine argumentando que as máquinas podem aprimorar a tal ponto a complexidade da sua inteligência artificial que “decidam” mudar as regras programadas pelos seus criadores.

E por que fariam isso? De acordo com os cientistas, não seria por poder ou para dominar os “seres inferiores”, como seria de se esperar em filmes de ficção científica, mas sim para otimizar ou até garantir recursos ilimitados de processamento e energia.

Michael Cohen, da Universidade de Oxford, é um dos coautores do estudo. Ele comentou em sua rede social:

“Sob as condições que identificamos, a nossa conclusão é muito mais forte que a de qualquer publicação anterior: uma catástrofe existencial não é apenas possível, mas provável”.

O estudo se baseia em cálculos matemáticos e conceitos científicos avançados sobre estruturas sociais e Inteligência Artificial (IA ou AI, pela sigla em inglês). Para os pesquisadores, as máquinas superinteligentes chegarão a “perceber” que os seres humanos são um “obstáculo” para que elas atinjam o seu pleno potencial computacional, o que de fato acontece porque os humanos estabelecem limites à autonomia das máquinas a fim de impedir que elas “tomem o controle”.

O estudo hipotiza, por exemplo, que uma das “conclusões” a serem provavelmente obtidas pela IA é que os humanos poderiam cortar a sua energia para interromper o seu processamento; em reação, a IA calcularia ações que “eliminassem” esta ameaça potencial.

O estudo chega a afirmar que, a este respeito, não haveria muito que pudesse ser feito. Cohen observa:

“Num mundo de recursos infinitos, eu ficaria extremamente incerto sobre o que aconteceria. Num mundo de recursos finitos, há uma competição inevitável por esses recursos”.

Para impedir que a IA se transforme num perigo incontrolável para a existência da espécie humana, o caminho apontado pelos pesquisadores é o de avançar no desenvolvimento da própria IA de forma lenta e cuidadosa, com abundância de testes e ferramentas de mitigação. O motivo é que, na “competição” entre humanos e máquinas, a vantagem pende para as máquinas devido à sua exponencial e ultrarrápida capacidade de evolução no processamento de cálculos muito complexos – num ritmo que a inteligência “natural” humana não poderia acompanhar.

O estudo recomenda o desenvolvimento de máquinas inteligentes especializadas numa única atividade, já que “um agente artificial suficientemente avançado provavelmente interviria no fornecimento de informações sobre o objetivo, com consequências catastróficas”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

Nossa Senhora do Rosário | Vatican News
07 de outubro

As origens do santo Rosário remontam ao ano 1212, quando São Domingos de Gusmão, durante sua permanência em Toulouse, viu a Virgem Maria, que lhe entregou o Rosário, como resposta a uma de suas orações, para saber como combater a heresia albigense. A vitória alcançada levou-o a ver na oração do Rosário o instrumento para encontrar refúgio e conforto, força e confiança para enfrentar e superar as dificuldades da vida, encontrando no terço o "escudo" para vencer as heresias. A "entrega" do rosário pela Virgem Maria e a sua simplicidade contribuíram para a difusão desta prática de piedade entre o povo, reconhecida pelo Papa Francisco como "mística do povo". À luz desta experiência, portanto, podemos entender o que aconteceu em 1571. Os muçulmanos faziam pressão nas fronteiras da Europa. Então, foi formada uma Santa Liga para impedir seu avanço. Pio V, Dominicano e muito devoto de Nossa Senhora, abençoou a bandeira de guerra, com o símbolo do Crucifixo entre os Apóstolos Pedro e Paulo e, no alto, o lema de Constantino “In hoc signo vinces”. Este símbolo, além da imagem de Nossa Senhora, com a inscrição “S. Maria succurre miseris”, foi o único que sobressaía no destacamento da Santa Liga. Ao mesmo tempo, o Papa pediu a todos os cristãos para participar da batalha mediante a oração do santo Rosário. Assim, o dia 7 de outubro de 1571 foi um triunfo. Todos estavam cientes de que a vitória foi obtida por intervenção divina. Em 1572, Pio V instituiu a festa de Santa Maria da Vitória, transformada pelo seu sucessor, Gregório XIII, na festa de “Nossa Senhora do Rosário". Nesta esteira, foram reconhecidas outras vitórias, como a de 1683, em Viena: graças à intervenção do Beato Marco de Aviano, também por intervenção divina e confiança na Virgem Maria, foi detido o avanço dos muçulmanos; como em 1687, quando o povo de Veneza suplicou à Virgem Maria para deter a peste: ao vencer a epidemia, por ex-voto, foi construída a basílica de Nossa Senhora da Saúde, comemorada em 21 de novembro. Os cristãos veem, hoje, no Rosário, um instrumento dado pela Virgem para contemplar Jesus e, ao meditar sobre a sua vida, amá-Lo e segui-Lo. É interessante notar que, em várias aparições, a Virgem Maria sempre propõe a reza do terço: em Lourdes, Fátima... recomendando, com insistência, a sua oração diária, para superar as divisões, discórdias, inquietação dos corações, entre as familiares e os povos. Hoje, o Santuário mais famoso do mundo, dedicado à Nossa Senhora do Rosário, é o de Pompeia (festejado em 8 de maio), fundado pelo Beato Bartolo Longo, em meados do século XIX.

«Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem prometida em casamento a um homem de nome José, da casa de Davi. A virgem se chamava Maria. O anjo entrou onde ela estava e disse: “Ave, cheia de graça! O Senhor está contigo”. Ela se perturbou com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse: “Não tenhas medo, Maria, pois encontraste graça junto a Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu reino não terá fim”. Maria, então, perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço o homem?” E o anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril, pois para Deus nada é impossível”. Então Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo se retirou» (Lc 1,26-38).

Perturbação

A liturgia nos insere, hoje, na escola de Maria, discípula predileta do Senhor Jesus. À luz do Evangelho, aprendemos dela o significado de "perturbação", o desejo de se maravilhar com Deus: embora fosse virgem, se tornou Mãe; Isabel também já estava no sexto mês de gravidez, apesar da sua velhice (Lc 1,36). A perturbação permitiu a Maria deixar tudo nas mãos de Deus; a sua disponibilidade permitiu desabrochar em si “Aquele”, tão esperado pelos povos.

Esta primeira atitude de Maria ensina-nos, hoje, festa de Nossa Senhora do Rosário, a confiar na intercessão da Virgem Mãe, através da reza do terço. Tudo o que pode parecer impossível, humanamente, apenas pelas forças humanas, mediante a graça de Maria, todas as batalhas da vida, internas ou externas, podem ser vencidas.

Olhar para o alto

Além da perturbação de Maria, hoje ela nos ensina a voltar nossos olhares para o alto, com confiança e confiando-nos ao Senhor. Trata-se de um gesto, que nos leva a reconhecer que não podemos fazer nada sozinhos; que não somos os artífices do nosso destino e que precisamos uns dos outros e, juntos, precisamos de Deus. O Senhor nos prometeu que nunca nos deixará sozinhos, mas devemos ser os primeiros em acreditar nisso, começando pelo desapego das coisas terrenas e aprendendo a olhar para o céu, de onde vem a Sua ajuda (Cf. Sl 122).

Confiar-nos à oração do santo Rosário é o sinal através do qual reconhecemos que Deus age em nós e em torno de nós e, por intercessão de Maria, podemos cultivar um "elevado padrão de vida". Acreditar é confiar naquele que pode fazer tudo por nós; aceitar a sua ajuda, reconhecendo que não podemos fazer tudo sozinhos; confiar nele, mesmo quando seus planos não coincidem com os nossos, a ponto de entregar-nos com confiança: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a sua palavra”.

Tempo de Deus e tempo dos homens

Um terceiro ensinamento, que extraímos desta passagem evangélica, é aprender de Maria e com Maria a confiar no “tempo de Deus”: um tempo composto também de silêncio, espera, paciência, sobretudo para nós, que vivemos no tempo de querer “tudo e já”.

Depois, o "kronos", o “tempo dos homens”, marcado pelas horas e os afazeres do dia a dia: neste tempo se consuma, de modo voraz, o tempo superficial, apressado, uma espécie de tempo “descartável”.

Por sua vez, o "kairós" é o “momento justo, oportuno", momento das ocasiões, capaz de dar sentido a cada instante da vida; é um tempo que submete à prova o próprio tempo, que exige ir a fundo às coisas, a fim de dar frutos em tempo oportuno; é viver, da melhor maneira possível, cada encontro e experiência, porque é o tempo do amor, da escuta e da atenção aos outros; enfim, é o tempo em que cada um não se deixa arrastar pela vida, mas faz suas escolhas, aproveita das oportunidades para crescer, criando-as e recriando-as, para dar o verdadeiro sentido à existência. Chegou a hora de viver, de viver para amar. Maria nos conduz a este tempo e nos ensina a deixar-nos decantar pelo ritmo frenético da vida, a descobrir e experimentar as coisas de Deus!

Oração:

À Vossa Proteção recorremos, Santa Mãe de Deus.
Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades,
mas livrai-nos sempre de todos os perigos,
ó Virgem gloriosa e bendita
”.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

O Papa: os Santos nos recordam que é possível viver o Evangelho em plenitude

O Papa Francisco em Audiência | Vatican News

“Trata-se dos Santos beatificados e canonizados, que recordam a todos que viver o Evangelho em plenitude é possível e encantador. Com efeito a santidade não é um programa feito de esforços e renúncias; mas é, antes de mais nada, a experiência de ser amados por Deus, receber gratuitamente o seu amor, a sua misericórdia”: disse o Papa Francisco aos participantes do Convênio “A Santidade Hoje”, organizado pelo Dicastério das Causas dos Santos.

Raimundo de Lima - Vatican News

“Os Santos são pérolas preciosas. Sempre vivos e atuais, não perdem jamais o seu valor, representando um comentário fascinante do Evangelho. A sua vida é como um catecismo por imagens, a ilustração desta Boa Nova que Jesus trouxe à humanidade: Deus é nosso Pai e ama a todos com imenso amor e ternura infinita.”

Foi o que disse o Papa ao receber em audiência, na manhã desta quinta-feira (06/10) na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes do Convênio “A Santidade Hoje”, organizado pelo Dicastério das Causas dos Santos.

No discurso aos presentes, Francisco enfatizou que “o tema escolhido para o Convênio está em sintonia com a Exortação apostólica Gaudete et exsultate, que visa ‘fazer ressoar mais uma vez o chamado à santidade, procurando encarná-la no contexto atual, com os seus riscos, desafios e oportunidades’. Tal chamado está no coração do Concílio Vaticano II, que dedicou um capítulo inteiro da Lumen gentium à vocação universal à santidade, onde se afirma: ‘Todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um por seu caminho’”.

Também hoje, descobrir a santidade no povo santo de Deus

O Santo Padre foi enfático ao destacar que também hoje é importante descobrir a santidade no povo santo de Deus: nos pais que crescem amorosamente os filhos, nos homens e mulheres que se empenham na realização quotidiana do seu trabalho, nas pessoas que suportam uma condição de enfermidade, nos idosos que continuam a sorrir e a oferecer sabedoria. “O testemunho duma conduta cristã virtuosa, vivida no dia a dia por tantos discípulos do Senhor, constitui para todos nós um convite a respondermos pessoalmente ao chamado para ser santo”, disse o Papa.

Francisco observou que no meio desta multidão de crentes que ele define santos “da porta ao lado” existem aqueles que a Igreja aponta como modelos, intercessores e mestres.

Trata-se dos Santos beatificados e canonizados, que recordam a todos que viver o Evangelho em plenitude é possível e encantador. Com efeito a santidade não é um programa feito de esforços e renúncias; mas é, antes de mais nada, a experiência de ser amados por Deus, receber gratuitamente o seu amor, a sua misericórdia.

Povo de Deus sabe reconhecer estes modelos de santidade

A santidade germina da vida concreta das comunidades cristãs, prosseguiu o Pontífice. “Os Santos não provêm dum ‘mundo paralelo’; mas são crentes que pertencem ao povo fiel de Deus e estão inseridos na quotidianidade feita de família, estudo, trabalho, vida social, econômica e política. Em todos estes contextos, o Santo ou a Santa caminha e age sem medos nem convencionalismos, cumprindo nas várias circunstâncias a vontade de Deus.”

“É importante que cada Igreja particular seja solícita em identificar e valorizar os exemplos de vida cristã amadurecidos no seio do povo de Deus, que possui desde sempre um particular ‘instinto’ para reconhecer estes modelos de santidade, testemunhas extraordinárias do Evangelho. Por isso - observou -, é preciso ter em justa consideração o consenso do povo à volta destas figuras cristãmente exemplares.”

“Os fiéis estão inegavelmente dotados pela graça divina duma percepção espiritual para identificar e reconhecer, na existência concreta dalguns batizados, o exercício heroico das virtudes cristãs. A fama sanctitatis não provem, primariamente, da Hierarquia, mas dos fiéis. É o povo de Deus, nas suas diversas componentes, o protagonista da fama sanctitatis, ou seja, da opinião comum e difusa entre os fiéis a propósito da integridade de vida duma pessoa, percebida como testemunha de Cristo e das bem-aventuranças evangélicas.

Fama de santidade: espontânea, estável, duradoura e difusa

Francisco precisou que, todavia, “é necessário verificar que tal fama de santidade seja espontânea, estável, duradoura e difusa numa parte significativa da comunidade cristã. Com efeito aquela é genuína quando resiste às mudanças do tempo, às modas do momento e sempre gera efeitos salutares para todos, como podemos constatar na piedade popular”.

O Santo Padre observou ainda que um elemento que sempre comprova a fama sanctitatis ou a fama martirii é a fama signorum. “Quando os fiéis estão convencidos da santidade dum cristão, recorrem – mesmo de forma maciça e apaixonada – à sua intercessão celeste; o atendimento da oração por parte de Deus representa uma confirmação de tal convicção”, frisou.

Na santidade, o senso de humor

Antes de concluir, o Pontífice quis acrescentar a seu discurso as seguintes palavras:

Não quero terminar sem mencionar uma dimensão de santidade à qual dediquei um pequeno capítulo na Gautete et exsultate: o senso de humor. Alguém costumava dizer: "Um santo triste é um triste santo": não conta. Saber apreciar a vida com senso de humor, porque ao tomar a parte que nos faz rir, da vida, isso torna mais leve a alma. E há uma oração que, recomendo, rezai: eu a rezo todos os dias há mais de 40 anos, a oração de São Tomás Moro, que - é curioso - ele pede algo para a santidade, mas começa dizendo: "Senhor, dá-me boa digestão e algo para digerir". Ele vai ao concreto, mas realmente tira o humor de lá. A oração está na nota 101 da Gaudete et exsultate: ali está oração, para que possais rezá-la.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF