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terça-feira, 11 de outubro de 2022

A missão educativa da família (1)

Foto Dinamik

A missão educativa da família (1)

O amor entre os pais gera na família um ambiente que facilita a educação e o serviço aos próximos. Este é o tema de um editorial sobre a missão educativa da família, de que publicamos a primeira parte.

O homem, criado a imagem e semelhança de Deus, “única criatura que Deus quis por si mesma”[1], quando nasce – e durante um longo período de tempo –, depende muito do cuidado de seus pais. Ainda que desde o momento da concepção goze de toda a dignidade da pessoa humana, que deve ser reconhecida e preservada, também é um fato que precisa de tempo e ajuda para atingir a sua perfeição. Esse desenvolvimento – que não é automático nem autônomo, mas livre e relacionado aos outros – é o objetivo da educação.

A própria etimologia do termo enfatiza a necessidade que o ser humano tem da educação como parte essencial do seu aperfeiçoamento. Educar vem do latim “ducere”, que significa “guiar”. O homem precisa ser guiado por outros para aperfeiçoar as suas faculdades. Também provém de “educere”, que significa “extrair”. Precisamente, a tarefa específica da educação é “extrair o melhor eu” de cada um, desenvolver todas as capacidades da pessoa. As duas facetas – guiar e desenvolver – constituem o fundamento da tarefa educativa.

Os pais, primeiros e principais educadores

Não é muito difícil entender que – como tantas vezes afirmou o Magistério da Igreja –, “os pais são os primeiros e principais educadores de seus filhos”[2]. É um direito/dever que tem raiz na lei natural e, por isso, todos compreendem, ainda que seja apenas de maneira intuitiva, que existe uma continuidade necessária entre a transmissão da vida humana e a responsabilidade educadora.

Rejeitamos naturalmente a ideia de pais que abandonam seus filhos depois de os terem trazido ao mundo e também a ideia de que sua função está limitada às necessidades físicas dos filhos, despreocupando-se das intelectuais, morais etc. E a raiz desta rejeição natural é que a razão humana entende que o âmbito primário para a acolhida e o desenvolvimento da vida do homem é a comunidade conjugal e familiar.

O AMOR MÚTUO ENTRE OS ESPOSOS SE CONVERTE EM "IMAGEM DO AMOR ABSOLUTO E INDEFECTÍVEL COM QUE DEUS AMA AO HOMEM"

A Revelação e o Magistério assumem e aprofundam os motivos racionais de os pais serem os primeiros educadores. “Tendo-os criado Deus homem e mulher, o amor mútuo entre eles se converte em imagem do amor absoluto e indefectível com que Deus ama ao homem”[3].

No desígnio divino, a família, “é uma comunhão de pessoas, reflexo e imagem da comunhão do Pai e do Filho no Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educativa é reflexo da obra criadora de Deus”[4]. A transmissão da vida é um mistério que supõe a cooperação dos pais com o Criador para trazer à existência um novo ser humano, imagem de Deus e chamado a viver como filho seu. E a educação participa plenamente deste mistério. Este é o motivo para a Igreja afirmar sempre que “por sua própria natureza, a instituição do matrimônio e o amor conjugal estão ordenados à procriação e à educação da prole e com elas são coroados como sua culminação”[5].

Pertence à essência do matrimônio a abertura à vida, que não se reduz à mera geração dos filhos, mas inclui a obrigação de lhes ajudar a viver uma vida plenamente humana e em relação com Deus.

O mistério da Redenção oferece luzes sobre a missão educativa dos pais no desígnio de Deus. Jesus Cristo, que com suas palavras e com seus feitos “revela plenamente o homem ao próprio homem, e lhe descobre a sublimidade de sua vocação”[6], quis se encarnar e ser educado em uma família. Além disso, quis elevar o matrimônio à condição de sacramento, levando-o à sua plenitude no plano salvífico da Providência.

A exemplo da Sagrada Família, os pais são cooperadores da providência amorosa de Deus para dirigir à sua maturidade a pessoa que lhes foi confiada, acompanhando e favorecendo, desde a infância até a idade adulta, o seu crescimento em sabedoria, em idade e em graça, diante de Deus e diante dos homens[7].

João Paulo II sintetizava toda esta doutrina, explicando que eram três as características do direito / dever educativo dos pais[8]:

- é essencial, por estar vinculado com a transmissão da vida humana;

- é original e primário, em relação a outros agentes educativos – derivado e secundário –, porque a relação de amor que há entre pais e filhos é única e constitui a alma do processo educativo;

- e é insubstituível e inalienável: não pode ser usurpado nem delegado completamente. Consciente desta realidade, a Igreja ensinou sempre que o papel dos pais na educação “tem tanto peso que, quando falta, dificilmente pode suprir-se”[9]. De fato, o obscurecimento destas verdades levou muitos pais ao descuido, e inclusive ao abandono, de seu papel insubstituível, a ponto de Bento XVI falar de uma situação de “emergência educativa”[10], que é tarefa de todos enfrentar.

O fim e a alma da tarefa educativa

“Deus que criou o homem por amor chamou-o também ao amor, vocação fundamental e inata de todo ser humano”[11]. Já que o amor é a vocação fundamental e inata do homem, o fim da missão educativa dos pais só pode ser ensinar a amar. Tal fim é reforçado pelo fato de que a família é o único lugar onde as pessoas são amadas não pelo que têm, sabem ou produzem, mas pela sua condição de membros da família: esposos, pais, filhos, irmãos.

São muito significativas as palavras de João Paulo II: “Em uma perspectiva que chega às raízes mesmas da realidade, devemos dizer que a essência e a missão da família são definidas em última instância pelo amor (...) Toda missão particular da família é a expressão e a atuação concreta de tal missão fundamental”[12].

O AMOR NÃO É SÓ O FIM,
MAS TAMBÉM
A ALMA DA EDUCAÇÃO.

Mas, como levar a cabo essa missão? A resposta é sempre a mesma: com amor. O amor não é só o fim, mas também a alma da educação. São João Paulo II, após descrever as três características essenciais do direito-dever educativo dos pais, concluía que, “acima destas características, não pode se esquecer que o elemento mais radical, que determina o dever educativo dos pais, é o amor paterno e materno que encontra na ação educativa sua realização, ao fazer pleno e perfeito o serviço à vida. O amor dos pais transforma-se de fonte em alma, e portanto, em norma, que inspira e guia toda a ação educativa concreta, enriquecendo-a com os valores de doçura, constância, bondade, serviço, desinteresse, espírito de sacrifício, que são o fruto mais precioso do amor”[13].

Em consequência, ante a “emergência educativa” de que fala Bento XVI, o primeiro passo é voltar a recordar que o amor é a meta e o motor interno da educação. E que, diante das imagens deformadas do amor, os pais, participantes e colaboradores do amor de Deus, têm a capacidade e a gozosa missão de transmitir, de maneira viva, o seu verdadeiro significado.

A educação dos filhos é projeção e continuação do próprio amor conjugal e, por isso, o lar familiar que nasce como desenvolvimento natural do amor dos esposos é o ambiente adequado para a educação humana e cristã dos filhos. Para estes, a primeira escola é o amor que os pais têm um pelo outro. Através de seu exemplo, recebem, desde pequenos, uma autêntica capacitação para o amor verdadeiro.

Por esse motivo, o primeiro conselho que São Josemaria dava aos esposos era que conservassem e reconquistassem a cada dia o seu amor, porque é a fonte de energia, o que realmente dá coesão a toda a família.

Se há amor entre os pais, o ambiente que os filhos respirarão será de entrega, de generosidade. O clima do lar é dado pelos esposos, com o carinho com que se tratam: palavras, gestos e mil detalhes de amor sacrificado.

A caridade inundará tudo e levará a compartilhar as alegrias e os possíveis dissabores, a saber sorrir, esquecendo as preocupações pessoais para atender os demais; a escutar o outro cônjuge ou os filhos, mostrando-lhes que são queridos e compreendidos de verdade; a não dar importância a pequenos atritos que o egoísmo poderia converter em montanhas; a depositar um amor grande nos pequenos serviços de que se compõe a convivência diária[14].

Coisas pequenas, quase sempre, que um coração apaixonado sabe ver como grandes e que, desde o começo, têm uma enorme repercussão na formação dos filhos, ainda nos mais novos.

A MISSÃO EDUCATIVA RESIDE NOS PAIS PRECISAMENTE ENQUANTO CASAL. PARA A MISSÃO DE CONSTRUIR O LAR SÃO NECESSÁRIOS OS DOIS CÔNJUGES.

Já que a educação é continuação necessária da paternidade e maternidade, a participação comum dos dois esposos estende-se também à educação. A missão educativa reside nos pais precisamente enquanto casal; cada esposo participa solidariamente da paternidade ou maternidade do outro. Não devemos esquecer que os outros agentes educativos – colégio, paróquia, clube juvenil etc. – são colaboradores dos pais: sua ajuda é prolongação – nunca substituição – do lar. Em suma, para a missão de construir o lar são necessários os dois cônjuges. Deus dá a graça para suprir a forçada ausência de um, mas o que não cabe é a inibição ou renúncia voluntária.

O mundo sofreu enormes mudanças sociais e trabalhistas que também têm repercussão na família. Entre outros fenômenos, cresceram o número de lares em que tanto o marido como a esposa têm um trabalho profissional fora do lar, que com frequência absorve muito do seu tempo. Cada geração tem seus problemas e seus recursos e não é necessariamente pior que as outras, nem se pode cair em casuísticas.

Em qualquer caso, o amor sabe antepor a família ao trabalho, e é imaginativo para suprir horas de dedicação com uma maior intensidade de trato. Além do mais, não se pode esquecer que os dois esposos têm de estar envolvidos na construção do lar, sem cair na ideia equivocada de que o trabalho fundamental do homem é ganhar dinheiro, deixando em mãos da mulher os trabalhos da casa e a educação dos filhos. Confiamos a Maria e José, que viram crescer Jesus em sabedoria, em idade e em graça[15], a missão dos pais, cooperadores de Deus em um trabalho de grande transcendência e de suma beleza.

M. Díez

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[1] Conc. Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, n. 24.

[2] Catecismo da Igreja Católica, n. 1653.

[3] Ibidem, n. 1604.

[4] Ibidem, n. 2205.

[5] Conc. Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, n. 48.

[6] Ibidem, n. 22.

[7] Lc 2, 52.

[8] Cfr. João Paulo II, Exhort. apost. Familiaris consortio, 22-11-1981, n. 36.

[9] Conc. Vaticano II, Decl. Gravissimum educationis, 28-10-1965, n.3.

[10] Bento XVI, Mensagem à diocese de Roma sobre a tarefa urgente da educação, 21-01-2008.

[11] Catecismo da Igreja Católica, n. 1604.

[12] João Paulo II, Exhort. apost. Familiaris consortio, 22-11-1981, n. 17.

[13] Ibidem, n. 36.

[14] É Cristo que passa, n. 23.

[15] Cfr.Lc 2, 52.

Nossa Senhora do Pantanal: uma devoção brasileira

Paróquia Nossa Senhora do Pantanal

Você sabe como surgiu a devoção que despertou o interesse do Brasil nos últimos meses?

A regravação da novela “Pantanal” fez muito sucesso neste ano de 2022. A trama também ajudou a difundir a devoção a Nossa Senhora do Pantanal, que até pouco tempo era restrita aos católicos do Centro-Oeste brasileiro.

A personagem Filó, interpretada pela atriz Dira Paes, era devota de Nossa Senhora do Pantanal, usava um pingente com a imagem e sempre recorria a ela nos momentos de necessidade.

Influenciados pela novela, os brasileiros passaram a pesquisar mais sobre essa devoção. Tanto que a busca pelo termo “Nossa Senhora do Pantanal” teve um crescimento repentino nos últimos 12 meses no Google.

A origem da devoção a Nossa Senhora do Pantanal

A origem dessa devoção é recente. Acredita-se que em 4 de setembro de 1982 a artesã Ida Sanches Mônacona confeccionou uma imagem diferente da mãe de Jesus, que recebeu o nome de Nossa Senhora do Pantanal. Os traços da santa eram bem parecidos com os de Nossa Senhora Aparecida, mas ela possuía um manto repleto de folhas e flores de camalotes (planta típica do pantanal) nas cores verde e lilás, e uma coroa feita de pequenas folhas e flores da mesma planta.

O título Nossa Senhora Imaculada Conceição do Pantanal foi oficializado em Decreto Episcopal por Dom Milton Santos, sdb, em 2001 quando ele era bispo de Corumbá, MS. Nascia, assim, a devoção mariana dedicada a proteger um dos biomas mais diversos do Brasil.

A festa em homenagem a ela acontece em 21 de setembro.

Do pantanal para o Vaticano  

Justamente em setembro de 2022, mês da padroeira do pantanal, os bispos da região Centro-Oeste estiveram em visita ad Limina no Vaticano. O Bispo de Corumbá, MS, Dom João Bergamasco, aproveitou a oportunidade para entregar ao Papa Francisco uma imagem da santa. O Pontífice também ganhou outros presentes feitos por artesãos da região.

Dom João Bergamasco, SAC e Papa Francisco | Diocese de Corumbá

Oração a Nossa Senhora do Pantanal

site da arquidiocese de Cuiabá traz a prece abaixo e declara que a oração tem aprovação eclesiástica de Dom Milton Santos (Arcebispo Metropolitano de Cuiabá). Rezemos com fé por toda a criação, pelo povo pantaneiro e por todo o Brasil:

“Ó Virgem Maria Imaculada, Nossa Senhora do Pantanal, que aparecestes à margem do Rio Paraguai na arte do Massabarro através das mãos de pequenos artesãos – crianças e jovens.

Modelai em nós Jesus Cristo, Vosso Filho e nosso Irmão, para que na docilidade ao Espírito Santo realizemos no novo milênio a vontade de Deus que é o seu plano de amor.

Senhora do Pantanal, Protegei o Vosso povo Pantaneiro e o Brasil que vos elegem como Mãe e Protetora. Senhora do Pantanal, nossa fauna, nossa flora e o minério: – dons da Mãe – natureza em nossas mãos – para fazermos de tudo ‘um hino de louvor da criação’.

Nossa Senhora do Pantanal, em vosso zelo de Mãe atendei as nossas preces apresentando nossos pedidos junto a Deus-Trindade-Amor.

Nossa Senhora do Pantanal, Mãe de Deus, Rogai por nós, agora e sempre. Amém.”

Fonte: https://pt.aleteia.org/

De João XXIII a Francisco um longo caminho, mas Concílio ainda deve ser entendido

Papa João XXIII | Vatican News

O escritor e jornalista repassa o caminho dos últimos 60 anos. Um percurso traçado no último livro escrito junto com Monsenhor Malnati, apresentado no último domingo em Sotto il Monte, Itália. "Na ideia do então Pontífice, sua experiência pessoal e os fermentos do século XX. Ele tomou distância dos profetas da desgraça e pediu à Igreja para recorrer ao remédio da misericórdia e se abrir aos desafios da modernidade".

Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano

A memória viaja 60 anos no tempo, do célebre Discurso à Lua com o qual seu tio-avô entrou "nas casas de tantas pessoas", até a longa fase de preparação que levou à abertura de um evento divisor de águas para a vida e história eclesial. Mas o olhar de Marco Roncalli, jornalista, escritor, estudioso e sobrinho-neto do Papa João XXIII, no século Angelo Roncalli, está sobretudo no presente de uma Igreja que, depois de seis décadas, ainda não compreendeu e implementou plenamente o Concílio Vaticano, cujos frutos "não se exauriram".

O livro

Roncalli publicou recentemente pela Bolis Edizioni o livro João XXIII - Vaticano II, um Concílio para o mundo, com prefácio do Papa Francisco, escrito juntamente com monsenhor Ettore Malnati, vigário episcopal para os leigos e a cultura da Diocese de Trieste, testemunha de muitos e importantes eventos eclesiais, graças também à proximidade com Loris Capovilla e Pasquale Macchi, secretários dos dois Papas Santos do Concílio, João XXIII e Paulo VI.

O livro - apresentado na tarde do domingo, 9 de outubro, em Sotto il Monte, cidade natal de Angelo Roncalli - relata importantes fatos históricas, como a mediação do Papa João XXII (mostrada através de documentos) entre Krushev e Kennedy durante a crise dos mísseis em Cuba entre 16 e 28 de outubro de 1962. Uma crise, cujos fantasmas ressurgem hoje com a atual ameaça nuclear na Europa, mas que na época foi resolvida "escolhendo o caminho da paz", como disse o Papa no Angelus do último domingo, instando publicamente a seguir o mesmo exemplo.

Mas sobretudo as páginas do livro têm o mérito de reviver o evento do Concilio, cuja abertura, em 11 de outubro de 1962, marcava o fim "de uma longa preparação que durou ainda mais do que veio a ser o próprio Concílio", como explica Roncalli. Concílio, aliás, que imediatamente demonstrou "que não seria a continuação do Concílio Ecumênico Vaticano I. Antes pelo contrário, de alguma forma  dele se diferenciaria por insistir mais na capacidade de atração do cristianismo do que na ideia de condenar erros".

João XXIII durante a celebração de abertura do Concílio Vaticano II
(11 de outubro de 1962) | Vatican News

Fragmentos de história

João XXIII, recorda o escritor, indicou então “os objetivos programáticos de seu Concílio, tomando distância dos profetas da desgraça e pedindo à Igreja para recorrer ao remédio da misericórdia, abrindo-se de alguma forma aos desafios da sociedade moderna contemporânea”.

O "Pontífice de transição" imprimiu uma reviravolta na vida e na história da Igreja ao dar vida a uma ideia que, diz Roncalli, já dois dias depois da eleição de 28 de outubro de 1958 havia confidenciado ao seu secretário particular, Loris Capovilla. Ele então a compartilhou com outros colaboradores, mas, de fato, pelo menos segundo fontes do diário, esperou até 20 de janeiro para comunicá-la ao secretário de Estado da época, Domenico Tardini. Em seguida, houve o anúncio na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em 25 de janeiro de 1959, "diante de alguns cardeais que, ao ouvir a notícia da voz do Santo Padre, ficaram surpresos": "Ele tentou justificar a eles, dizendo que talvez não tivessem encontrado as palavras adequadas para expressar seus aplausos. Na realidade, não foi bem assim, antes pelo contrário, cerca de quarenta cardeais sequer responderam à notícia do anúncio de um Concílio”.

A entrada do Papa João XXIII na Basílica de São Pedro | Vatican News

Muitos movimentos por trás de uma decisão

Decisão, disse João XXIII, "tomada por inspiração do Altíssimo". "É uma ideia - explica Marco Roncalli - que certamente dá a resposta ao que será uma decisão corajosa e pessoal para João XXIII. Por trás, porém, há também muito que diz respeito à história da Igreja do século XX, há grandes fermentos que percorreram o chamado século curto, há as evoluções dos grandes movimentos, o litúrgico, patrístico, ecumênico, bíblico, o que era trabalhado no apostolado dos leigos...”.

E há também a história biográfica do Papa Roncalli, sua experiência pastoral, diplomática, cultural: aquela ao lado do bispo Radini-Tedeschi (bispo de Bérgamo de 1905 a 1914, ed.), os estudos sobre a Igreja e sobretudo sobre a reforma borromeana que o levam a ser "um convicto defensor da eclesiologia conciliar". "Há certamente as grandes experiências feitas no exterior, o conhecimento da sinodalidade da tradição ortodoxa na Bulgária e depois na Grécia. Há o período que viveu na Turquia, na grande terra dos Concílios, depois o Sínodo celebrado como Patriarca de Veneza e a experiência na França que o coloca em contato com a experiência de Taizé”. De fato, no livro, para além do prefácio do Papa, há um testemunho-contribuição do frère Alois, prior de Taizé.

A Bula de Convocação do Concílio Vaticano II | Vatican News

A implementação, hoje, com o caminho sinodal

“Existe, portanto - aponta Roncalli - todo um importante percurso por trás que, de alguma forma, leva hoje a um redespertar da conciliaridade de João XXIII com a implementação do caminho sinodal desejado pelo Papa Francisco. Este Sínodo sobre a Sinodalidade certamente também seria importante para fazer uma boa reflexão e entender de onde partimos e onde chegamos hoje com o pontificado de um Papa que não viveu o Concílio diretamente, mas vivificou um tempo muito ligado à essas sementes lançadas há algum tempo. O Papa Francisco afirma que os frutos do Concílio ainda não se esgotaram, que estamos diante de um Concílio que ainda deve ser compreendido, vivido e sobretudo aplicado”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

“A espiritualidade monástica em suas origens”

Monkpress | MONKPRESS/East News
Por I. Media para Aleteia

As fontes da límpida riqueza espiritual dos primeiros monges. Leia:

Opresente livro, recém-lançado pelas Edições Subiaco, é de Luc Brésard, O. Cist. (1921-2012), estudioso e escritor do século XX.

Reúne, de modo adaptado, num só volume, as três obras do monge publicadas originalmente em francês: Cursos, revisões e trabalhos (vol. 1), Textos e tabelas (vol. 2) e Explicações dos textos, respostas às revisões, respostas aos trabalhos (vol. 3). Visa ajudar na formação de monges, monjas, oblatos(as) – em comunidade ou individualmente – e de todos os demais interessados nas origens da vida monástica, eremítica e cenobítica.

Como todo bom mestre, Brésard expõe, logo nas primeiras páginas, o método que seguirá. Seu objetivo é, como se vê, oferecer um Curso de história da espiritualidade monástica. Isso posto, o religioso explica cada termo presente no nome da sua formação. A História em si diz respeito a fatos passados, portanto a coisas que já se foram ou a “coisas mortas” (p. 15). Já a Espiritualidade faz referência à vida espiritual à luz do Espírito Santo. Ele, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, desce até nós para agir no nosso interior e, desse modo, conduzir-nos a Deus. Nossa resposta a esta ação deve ser uma subida rumo ao Eterno. Ora, a História da Espiritualidade une, portanto, esses dois termos que, à primeira vista, parecem muito distintos. Como se dá, no entanto, tal união?

O próprio monge nos responde: “Estudar a história da espiritualidade é […] esforçar-se por conhecer, no transcurso da história, o apelo de Deus ao homem e a resposta do homem a Deus, isto graças a textos que nos foram transmitidos, escritos por esses homens que viveram movidos por Deus, ou que foram escritos a respeito deles. Só há história quando há textos. Esses textos vão traçar-nos o perfil moral e espiritual de cada uma dessas testemunhas, sua reação perante a ação de Deus, sua maneira de ir até ele. Não se trata, pois, de algo morto como a História pura e simplesmente, mas de algo eminentemente vivo” (p. 16). “É o Espírito que nos fará entrar em contato, e mesmo em amizade, com esses homens sempre presentes entre nós por seus escritos” (idem).

Por fim, cabe lembrar que essa Espiritualidade é a monástica. Diz o autor do estudo em foco: “Só vamos nos ocupar dos monges, não considerando, por enquanto, aqueles dentre os Padres da Igreja que nada têm ou têm pouco a nos dizer sobre a vida monástica. E quanto aos que falam da vida monástica em seus escritos, faremos apenas uma breve apresentação de sua pessoa e só refletiremos em sua obra o que concerne à vida monástica, deixando de lado o que pertence ao Curso de Patrologia” (p. 16-17).

Para ser fiel ao seu importante trabalho, Luc Brésard propõe o seguinte roteiro: 1) A pré-história (Inácio e Bento). 2) Antão. 3) Um percurso turístico (o mundo dos monges, Padres da Igreja e monges e monaquismo antigo). 4) As Regras monásticas. 5) Pacômio. 6) Os Apoftegmas (sentenças dos Padres do Deserto). 7) Evágrio. 8) Cassiano. 9) Basílio. 10) Pseudo-Macário. 11) Agostinho. 12) O Monaquismo ocidental. 13) Os monges de Gaza. 14) João Clímaco e a Conclusão. Nesse roteiro, chamam particular atenção do estudioso as páginas 79-96, pois oferecem um resumo histórico dos primórdios da vida monástica e do ambiente histórico-geográfico em que ela se desenvolveu. Também muito oportunas são as páginas 133-184 sobre os Apoftegmas.

A propósito deles escreve o autor: “De acordo com seu nome, apo (vindo de) e phtegommai (dizer), são palavras desses Padres do deserto que nos foram conservadas” (p. 134). “Os apoftegmas são o livro da experiência e, se os considerarmos como tais, são de uma riqueza inigualável. De certo modo, constituem o material bruto a partir do qual se formou a espiritualidade monástica dos séculos posteriores. Parecem espontâneos, mas não são palavras que não dizem nada; são cheios de seiva, fruto de uma lenta germinação no silêncio do deserto” (p. 139).

Seja, pois, A espiritualidade monástica em suas origens, de Luc Brésard, O. Cist., um forte estímulo a cada ser humano interessado em beber nas fontes da límpida riqueza espiritual dos primeiros monges. Parabéns às Edições Subiaco pelo lançamento!

Pedidos: https://www.livrarialoyola.com.br/produto/a-espiritualidade-monastica-em-suas-origens-695790

Ir. Vanderlei de Lima é eremita de Charles de Foucauld

Fonte: https://pt.aleteia.org/

sábado, 8 de outubro de 2022

A passagem do Mar Vermelho e do Rio Jordão

A passagem do Mar Vermelho | Cléofas

A passagem do Mar Vermelho e do Rio Jordão

 POR PROF. FELIPE AQUINO

1. A Travessia do Mar Vermelho (Êx 14, 5-31)

O texto sagrado refere que, após a décima praga, Faraó, aterrorizado, não somente permitiu, mas ordenou que deixassem os israelitas o Egito. Estes, pois, levando mulheres, crianças, gado e demais haveres, se retiraram em caravana na direção do Oriente. Chegando, porém, às margens do mar Vermelho, viram-se em graves apuros, que lhes teriam acarretado a morte, não fora uma intervenção extraordinária de Deus.

Com efeito, após as primeiras etapas dos emigrantes, Faraó, arrependido da concessão, resolveu ir-lhes ao encalço. Alcançou-os perto do Mar, de sorte que a multidão israelita se viu comprimida entre as águas, de um lado, e as tropas inimigas, do outro.

Como escaparia ao perigo iminente?

O Senhor fez com que a coluna de nuvem que antecedia Israel se colocasse entre este e o exército egípcio, causando opacidade entre os dois acampamentos. A seguir, Moisés, a mandado de Javé, estendeu a mão sobre o mar; um vento impetuoso de leste pôs-se a soprar durante uma noite inteira, de modo a formar no meio das águas um corredor. Era a oportuna válvula de salvação…; sem demora, os israelitas por ele enveredaram, passando o mar a pé totalmente enxuto! Quando os soldados de Faraó perceberam que os fugitivos se haviam lançado na direção do mar, seguiram-lhes as pegadas, entrando no corredor aberto. Eis, porém, que, ao despontar o dia, Moisés, por nova ordem do Senhor, mais uma vez estendeu a mão sobre as águas, que então se fecharam sobre a tropa de egípcios, fazendo perecer os perseguidores.

Como se há de entender esta narrativa?

Do texto sagrado se poderia inferir que o Senhor, dividindo o Mar Vermelho, realizou um prodígio totalmente insólito ou alheio à natureza dos elementos.

Pergunta-se, porém, se o texto bíblico insinua de fato tão extraordinária intervenção da Onipotência Divina.

A isto respondem competentes estudiosos que não somente o livro sagrado, mas também os vestígios de arqueologia recém-descobertos levam a concluir que a divisão do Mar Vermelho se deve a uma concatenação de causas naturais, só tendo de extraordinário as circunstâncias (hora, duração…) em que se verificou. Eis como se explicam tais autores:

Nos tempos pré-históricos comunicavam entre si os mares Mediterrâneo e Vermelho, os quais só aos poucos foram sendo separados pelo istmo de Suez. Na época de Moisés (ca. 1240 a.C.), julga-se que o Mar Vermelho se prolongava ainda até os Lagos Amargos e talvez o Lago de Timsah (situados hoje no referido istmo); o porto de Colzum, donde na Idade Média partiam as naves para a Índia, é hoje um acervo de ruínas situadas a dez quilômetros do litoral. Nesta sua extremidade setentrional o mar, que tendia a recuar, não devia ser muito profundo. Há decênios, Bour­don, oficial de marinha francês encarregado durante muitos anos do serviço do canal de Suez, descobriu vestígios de uma estrada que, passando pelo Egito, desembocava num vau ainda hoje existente na parte meridional dos Lagos Amargos, e se prolongava do outro lado das águas; em território egípcio, ou seja, ao pé do Djebel (monte) Abu Hasa, o mesmo explorador encontrou as ruínas de um edifício que, conforme as inscrições, era simultaneamente templo religioso e fortim militar; esta construção, situada nas proximidades da estrada e do vau referidos, devia servir para proteger a fronteira, impedindo que entrassem na terra do Faraó invasores indesejáveis, e reabastecer as caravanas que do Egito se dirigiam às minas do Monte Sinai.

Tais descobertas levam a admitir que, nos tempos de Moisés, havia uma passagem através das águas que então constituíam o Mar Vermelho, passagem cuja utilização dependia das circunstâncias de ventos, marés etc. Ora o texto bíblico insinua que o êxodo dos israelitas se fez por um vau. Sim, o fato de que os egípcios se precipitaram águas adentro supõe que não tinham a travessia na conta de coisa impossível; deviam julgar que a passagem se tornara praticável naquela ocasião; e com razão, visto o vento impetuoso que, de leste soprando sobre as águas, era bem capaz de nelas abrir um corredor.13 O que os egípcios ignoravam – incorrendo por isto num erro fatal – era o modo maravilhoso como se tornara transitável o vau: o vento fora suscitado por Deus no momento favorável a Israel, e deixaria de soprar logo que o povo eleito o pudesse dispensar (sabe-se, aliás, que o sirocco da Arábia, o vento qadim, começa de imprevisto e cessa também repentinamente).

A seguinte observação parece do seu modo insinuar que a travessia se fez pela parte setentrional do mar, parte que atualmente já não existe: o texto bíblico fala de passagem do “Mar dos Juncos”, não do “Mar Vermelho”, em trechos como Js 2, 10; S1 105, 7.9.22; 135, 13. Ora às margens do Mar Vermelho nas se encontra o arbusto do junco; disto se poderá deduzir que se desenvolvia outrora junto às águas que prolongavam o hodierno Mar Vermelho e deviam constituir propriamente o Mar dos Juncos.

Não se creia que no desastre hajam perecido todo o exército do Egito e o Faraó. O texto de Êx 14, 7 refere ter-se feito uma seleção de armas e guerreiros para constituírem a tropa perseguidora; talvez pouco mais de mil carros armados hajam sido tragados pelas águas. Quanto ao monarca, é possível que tenha tomado parte na expedição; o texto bíblico, porém, não o diz (cf. Êx 14, 23.26.28; 15,4).

Um ou outro exegeta tenta de certo modo ilustrar a passagem, recordando o seguinte episódio da história profana:

Nas famosas guerras púnicas entre Roma e Cartago (264-146 a.C.), o chefe romano Cipião dito “o Africano” conseguiu entrar em Cartago por um lado da cidade contíguo a uma laguna; já que as águas pareciam constituir obstáculo natural aos invasores, os cartagineses não se preocuparam com a defesa dessa zona. Ora aconteceu que um vento inesperado removeu as águas e permitiu que quinhentos soldados romanos tivessem acesso a Cartago (cf. Tito Lívio, Historiar. 1.26, 46; Políbio 10, 4s).

O episódio é significativo; contudo não se lhe pode atribuir grande peso na exegese do Êxodo, se se têm em vista os termos muito sóbrios com que os historiadores greco-romanos se referem ao assunto.

2. A passagem do Rio Jordão (Js 3, 7-17)

A Moisés sucedeu Josué no governo do povo de Deus. O novo chefe devia consumar a obra do antecessor, que morrera deixando Israel à entrada da terra de Canaã. Ora, para penetrar na Palestina, era mister atravessar o Jordão. Isto se fez, como narra o hagió­grafo, a pé enxuto, paralelamente ao que se deu na travessia do Mar Vermelho.

A semelhança dos dois fenômenos é de certo modo explicada pelo texto sagrado: conforme Js 3, 7; 4, l4.23, o Senhor, no início da missão de Josué, quis reproduzir o portento realizado no princípio da obra de Moisés, a fim de mostrar a Israel que Deus dirigia o novo guia como sempre orientara o anterior.

E como se deu a intervenção divina?

A caravana israelita estacionou à margem esquerda do Jordão, diante da cidade de Jericó, situada no além-rio; a torrente tem aí a largura de 80 m aproximadamente, mas é pouco profunda. Corria então a época da messe (março-abril), época em que o sol da primavera faz derreter as neves do monte Hermon, ocasionando a cheia brusca e impetuosa do rio (cf. Eclo 24, 26 e 1Cr 12, 15). Não se via como a multidão de Israel poderia atravessar. Então o Senhor mandou que dois sacerdotes, carregando a arca da aliança, entrassem no rio; logo que isto se deu, a caudal interrompeu o seu curso, detendo-se perto da cidade de Adom (hoie El-Damieh, a 25 km ao Norte de Jericó); assim o leito da corrente apareceu seco, e os filhos de Israel o transpuseram facilmente; os sacerdotes detentores da arca permaneceram imóveis por todo o tempo da travessia; terminada esta, retiraram-se e o rio continuou o curso normal.

Que interpretação se há de dar ao texto bíblico?

Nada se pode objetar a quem julgue que as águas do Jordão, contrariamente às leis da natureza, constituíram repentinamente um muro imóvel em Adom.

Não é necessário, porém, admitir tão estupenda intervenção do Criador no episódio. Com efeito, na região de Adom (El- Damieh) as águas do Jordão correm entre bancos de argila, cuja altura atinge 13m, e que facilmente desmoronam; ainda em 1927, por ação de um terremoto, desabaram sobre o leito do rio, obstruindo o fluxo das águas pelo espaço de 21 horas. Além disto, sabe-se que em 1267 o sultão do Egito Melik-Daher-Bibars II desejava mandar construir uma ponte sobre o Jordão na região de El-Damieh; o ímpeto das águas, porém, dificultava grandemente o lançamento das pilastras de base; a corrente chegou a derrubar e arrastar algumas destas depois de implantadas; nessas circunstâncias a própria natureza veio em auxílio aos operários: à meia noite de 7 para 8 de dezembro, verificaram que o Jordão deixara de correr; então, à luz de tochas, apressaram-se em consolidar os fundamentos da ponte. Contudo, a fim de se certificar da futura estabilidade da obra, quiseram investigar, a causa do fenômeno: enviaram rio acima exploradores a cavalo, os quais averiguaram que enorme bloco de terra da margem ocidental se havia precipitado no rio, constituindo uma barreira artificial; as águas, em consequência, se espalhavam pelo vale ao Norte do dique; somente pelas dez horas da manhã, após haver vencido o obstáculo, pôde a torrente retomar o seu curso normal.

Ora, se os fatores naturais na zona do Jordão podem produzir tais fenômenos, é plausível afirmar que Deus se tenha servido de semelhantes meios para possibilitar aos israelitas a passagem do rio.

O remédio contra o estresse que é simples, eficiente e está disponível para qualquer um

Mari Dein - Shutterstock

Todos trazemos dentro de nós o remédio para muitos dos males que nos afligem.

Émuito comum as pessoas acreditarem que a melhor forma de buscar alívio das tensões da vida é tomando remédios ou esperando a situação mudar. Mas há um remédio muito prático que está sempre ao nosso alcance para ajudar a equilibrar nossas vidas: envolver-se em atividades criativas. Isso vai desde escrever um diário ou pintar um quadro até fazer jardinagem, culinária, carpintaria ou origami.

Criar tem muitos benefícios. Além de fomentar nossas paixões e nossa dedicação por algo que gostamos, encoraja-nos a fazer aquilo que achamos divertido.

A tensão faz parte da vida

A vida não é fácil para a maioria das pessoas que habitam este belo planeta, por isso é quase inevitável vivermos cercados por problemas e dificuldades que naturalmente criam alguma tensão e estresse. Por isso é importante promover atividades criativas de qualquer tipo para nos estimular a ser mais saudáveis ​​e não sucumbir às emoções negativas que abundam em nosso ambiente.

Uma conexão com o nosso Criador

Atividades criativas também nos inspiram a nos sentir mais conectados ao nosso Criador. Como fomos feitos à Sua imagem e semelhança, Ele nos deu o poder de criar muitas coisas originais de forma simples e fácil.

A criatividade nos encoraja a imaginar as coisas de forma mais colorida, a apresentar mais inovações, mais novidades e novas soluções para vários problemas. Faz com que dediquemos nosso tempo a coisas que valem mais a pena do que lamentar a vida.

Os resultados não precisam ser perfeitos

Criar envolve fazer algo que você não fez antes, dar uma nova forma a um objeto, desenvolver algo que não existia antes. Pode ser, por exemplo, colocar letras em uma folha de papel em branco ou fazer alguns traços com pincel em uma tela em branco, mesmo que você não saiba pintar ou desenhar.

Criar não significa necessariamente produzir algo perfeito, mas é algo que pode ser aperfeiçoado com a prática.

O resultado não importa; o que importa é que você se envolva em uma atividade que
tire sua mente de suas preocupações.

Temos que parar com rotinas chatas e deixar de lado nossa insegurança de não saber fazer alguma coisa. Atreva-se a pintar alguma coisa (qualquer coisa!), a tecer como quiser, a cuidar do seu jardim, a escrever o que quiser. Não se julgue severamente se os resultados não corresponderem imediatamente às suas expectativas; em vez disso, orgulhe-se de sua vontade de tentar e continue tentando. Você logo começará a ver os resultados, o que reduzirá seu estresse.

A pior coisa que podemos fazer é ficarmos presos no tédio e, sobretudo, no lazer passivo que nos leva a ser receptores de grandes quantidades de entretenimento visual, perdendo assim a oportunidade de sermos ativos. O movimento físico nos ajuda a desestressar.

Você não precisa ser um grande artista, nem um especialista; criar muitas vezes é mais agradável quando estamos fazendo algo sem pressão ou obrigação específica. Você pode fazer isso por puro prazer e por capricho, pois encontra significado e alegria nisso.

Tente, tente novamente

A atividade criativa, em vez de nos cansar, nos estimula e relaxa. Isso nos ajuda a melhorar nosso humor e nos dá mais estabilidade. Então vale a pena tentar!

Tire essas tintas e pincéis do armário ou gaveta e tente pintar novamente. Ou, se você já começou a escrever um romance ou contos, mas deixou essa atividade de lado, retome-a. Você não vai se arrepender!

Vá para a cozinha e divirta-se… e não desanime se não der certo na primeira vez!

Entre na sua cozinha com um novo espírito criativo e faça aquela receita da sua mãe ou aquela sobremesa que você tanto gostava quando criança e que não ousava fazer porque tinha medo de errar. Tente novamente cozinhar algo que você gosta e ouse inventar algo novo, o que você quiser. Reative sua criatividade e dê a ela o espaço mental que ela merece, como um dos remédios mais maravilhosos que temos em tempos de estresse.   

Faça alterações na decoração da sua casa; reorganize os móveis ou a localização de sua cama. Compre novas plantas ou plante sementes em um vaso e espere para ver o fruto do seu entusiasmo. Tudo isso é muito curativo e está ao nosso alcance, como parte de nossa natureza humana.

Trazemos dentro de nós o remédio para muitos dos males que nos afligem. Tudo depende de nós decidirmos ser criativos.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Scalabrini santo: Papa concede à Igreja um pai para os migrantes

Ir. Neusa de Fátima | Vatican News

"Para nós, missionárias de São Carlos Borromeu, com toda a família scalabriniana, todos os migrantes e refugiados, acolhemos com muita alegria, com o coração cheio de gratidão a Deus esse dom que nos foi concedido com a canonização de João Batista Scalabrini", disse a Superiora-geral das Missionárias de São Carlos Borromeu, Ir. Neusa de Fátima Mariano.

https://youtu.be/bfb82cHd1YY

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Às vésperas da canonização do Beato João Batista Scalabrini, a Superiora-geral das Missionárias de São Carlos Borromeu, Ir. Neusa de Fátima Mariano, agradece ao Papa Francisco por dar à Igreja "um pai para os migrantes" e comenta a sensibilidade feminina no acolhimento das mulheres e crianças migrantes:

Para nós, missionárias de São Carlos Borromeu, com toda a família scalabriniana, todos os migrantes e refugiados, acolhemos com muita alegria, com o coração cheio de gratidão a Deus esse dom que nos foi concedido com a canonização de João Batista Scalabrini. Foi, de fato, uma surpresa, uma notícia inesperada que nós acolhemos com muita alegria, agradecemos ao Papa Francisco por esse reconhecimento, por conceder à Igreja um pai para os migrantes. E nós vivemos este tempo como um tempo de graça e de júbilo.

O beato viu além não só no carisma junto aos migrantes, mas na confiança que depositou nas mulheres:

No projeto de Scalabrini, havia esta dimensão já tinha no início da sua missão de fundar uma Congregação para acompanhar os migrantes que partiam para as Américas. Justamente nesta dimensão, nós percebemos como o projeto de Scalabrini é completo. Ele percebe nas migrações essa necessidade de ter essa sensibilidade com aqueles que são os mais frágeis, os mais vulneráveis da migração. Por isso, nós como congregação feminina com carisma específico, estamos fazendo uma escolha prioritária para acompanhar as mulheres e crianças, que são aqueles mais frágeis da migração. Desta forma, podemos dizer que Scalabrini tinha esta visão, já presente no seu projeto, da presença da mulher consagrada para fazer a diferença na acolhida e na sensibilidade às dores e aos dramas presentes na migração.

Papa Francisco nomeia dois brasileiros para dicastérios da Cúria Romana

Papa Francisco com cardeais / Daniel Ibáñez (ACI Prensa

Vaticano, 07 Out. 22 / 03:40 pm (ACI).- O papa Francisco fez novas nomeações em nove dicastérios da Cúria Romana e na Pontifícia Comissão para a América Latina. Os dois novos cardeais brasileiros, o arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, e o arcebispo de Manaus, dom Leonardo cardeal Steiner estão entre os nomeados.

Dom Steiner foi nomeado para o Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica junto com o cardeal espanhol dom Fernando Vérgez Alzaga, presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano e do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, e dom Virgílio do Carmo da Silva, arcebispo de Díli, Timor Leste.

No Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos estarão o cardeal Paulo Cezar Costa, e dom Richard Kuuia Baawobr, bispo de Wa, Gana. Dom Paulo Cezar também foi nomeado para a Pontifícia Comissão para a América Latina, junto com dom Adalberto Martínez Flores, arcebispo de Assunção, Paraguai.

O papa nomeou como membros do Dicastério para a Evangelização o cardeal Arthur Roche, prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; o cardeal sul-coreano dom Lazarus You Heung-sik, prefeito do Dicastério para o Clero; dom Filipe Neri António Sebastião do Rosário Ferrão, arcebispo de Goa, Índia; e o cardeal mais jovem do mundo, dom Giorgio Marengo, prefeito apostólico de Ulaanbaatar, Mongólia.

O Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos também terá como novo membro dom Lazzaro You Heung-sik, prefeito do Dicastério para o Clero.

No Dicastério para os Bispos estará também o cardeal Arthur Roche, prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; dom Lazzaro You Heung-sik, prefeito do Dicastério para o Clero; dom Jean Marc Aveline, arcebispo de Marselha, França; e dom Oscar Cantoni, bispo de Como, Itália.

No Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, o papa Francisco nomeou os cardeais dom Peter Ebere Okpaleke, bispo de Ekwulobia, Nigéria; dom Robert Walter McElroy, bispo de San Diego, EUA; e Dom William Seng Chye Goh, arcebispo de Singapura, Singapura.

Dom Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, França, também fará parte do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso.

No Dicastério para a Cultura e a Educação, o papa Francisco nomeou o cardeal Arthur Roche, prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Finalmente, outras novas nomeações aconteceram no Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, com o cardeal Robert Walter McElroy, bispo de San Diego, EUA; e dom Anthony Poola, arcebispo de Hyderabad, Índia.

Fonte: http://www.acidigital.com/

Arquidiocese de Belém celebra 230ª edição do Círio de Nazaré

Círio de Nazaré | CNBB

ARQUIDIOCESE DE BELÉM CELEBRA 230ª EDIÇÃO DO CÍRIO DE NAZARÉ NESTE DOMINGO, 9 DE OUTUBRO

No próximo domingo, 9 de outubro, a arquidiocese de Belém (PA) celebra a 230ª edição do Círio de Nazaré, celebração mariana que reúne durante todo o mês fiéis de todo Brasil na capital paraense. O tema deste ano é “Maria, Mãe e Mestra” e convida a refletir sobre os ensinamentos de Maria para a evangelização.

Comunicado da arquidiocese situa o Círio como momento para entender o mistério do “sim” de Maria, “um dos eventos fundamentais para a Igreja, que convida multidões à comunhão com Jesus”. O Círio de Nazaré, a festa da Rainha da Amazônia, é celebrado desde o dia 8 de setembro de 1793. A partir de 1901, passou a ser realizado no segundo domingo de outubro.

“No Círio de Nazaré, multiplicam-se aos milhões as pessoas que imolam a Deus sacrifícios de ação de graças e cumprem seus votos, conduzidos pelas mãos carinhosas de Nossa Senhora de Nazaré”, afirmou o arcebispo de Belém (PA), dom Alberto Taveira Corrêa, em artigo.

“Desejamos identificar a alegria estampada no rosto suado de tantos irmãos e irmãs que encontraremos nos próximos dias. Vale dizer que em todos estes anos de Círio todas as feições que temos a alegria de contemplar, mesmo quando na dor ou nos apertos nas grandes procissões, especialmente no domingo, sempre testemunham a ação de graças!”

Recordando os enfermos, dom Alberto espera que, neste Círio, “cheguem até o Senhor, conduzidos pelas mãos daquela que é chamada Saúde dos Enfermos, todas as pessoas que padecem em seu corpo, inclusive aquelas que carregam as sequelas da pandemia!”.

Papa Francisco enviou mensagem para o evento, na qual recorda a todos que “Maria guardava todas as coisas, meditando-as no seu coração” (Cf. Lc 2, 19), e ao mesmo tempo suplica que, como Mãe e Mestra, “Ela nos ajude a guardar e meditar tudo, sem ter medo das provações, na Jubilosa certeza de que o Senhor é fiel e sabe transformar as cruzes em ressurreições”.

O pontífice pediu a intercessão de Maria “a fim de que sejam derramadas abundantes graças sobre o povo paraense e brasileiro, que auxiliem a todos e a cada um na vivência do Evangelho”.

A programação do Círio será transmitida ao vivo pelos Meios de Comunicação da Arquidiocese de Belém, que também são os veículos oficiais de transmissão do Círio: TV Nazaré, Rádio Nazaré, Portal Nazaré e as redes sociais.

Facebook (https://bit.ly/FacebookFNC)
Youtube (http://bit.ly/TVNazareYoutube)
TV Nazaré Canal 30.1
Rádio Nazaré FM 91,3 MHz

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Inteligência Artificial “provavelmente” aniquilará humanidade, alertam cientistas do Google e de Oxford

Willyam Bradberry | Shutterstock
Por Francisco Vêneto

Máquinas superinteligentes "romperiam regras" para garantir recursos ilimitados de processamento e energia.

Que a Inteligência Artificial aniquile a humanidade não é apenas possível como também é provável, alertaram cientistas da universidade britânica de Oxford e da DeepMind, empresa também britânica adquirida pelo Google em 2014 – atualmente, portanto, parte do grupo Alphabet.

Esses pesquisadores reforçam um coro que soa exagerado para muitos, mas que vem contando com a adesão de um número crescente de vozes críticas.

As equipes da DeepMind e da Universidade de Oxford publicaram um artigo na revista AI Magazine argumentando que as máquinas podem aprimorar a tal ponto a complexidade da sua inteligência artificial que “decidam” mudar as regras programadas pelos seus criadores.

E por que fariam isso? De acordo com os cientistas, não seria por poder ou para dominar os “seres inferiores”, como seria de se esperar em filmes de ficção científica, mas sim para otimizar ou até garantir recursos ilimitados de processamento e energia.

Michael Cohen, da Universidade de Oxford, é um dos coautores do estudo. Ele comentou em sua rede social:

“Sob as condições que identificamos, a nossa conclusão é muito mais forte que a de qualquer publicação anterior: uma catástrofe existencial não é apenas possível, mas provável”.

O estudo se baseia em cálculos matemáticos e conceitos científicos avançados sobre estruturas sociais e Inteligência Artificial (IA ou AI, pela sigla em inglês). Para os pesquisadores, as máquinas superinteligentes chegarão a “perceber” que os seres humanos são um “obstáculo” para que elas atinjam o seu pleno potencial computacional, o que de fato acontece porque os humanos estabelecem limites à autonomia das máquinas a fim de impedir que elas “tomem o controle”.

O estudo hipotiza, por exemplo, que uma das “conclusões” a serem provavelmente obtidas pela IA é que os humanos poderiam cortar a sua energia para interromper o seu processamento; em reação, a IA calcularia ações que “eliminassem” esta ameaça potencial.

O estudo chega a afirmar que, a este respeito, não haveria muito que pudesse ser feito. Cohen observa:

“Num mundo de recursos infinitos, eu ficaria extremamente incerto sobre o que aconteceria. Num mundo de recursos finitos, há uma competição inevitável por esses recursos”.

Para impedir que a IA se transforme num perigo incontrolável para a existência da espécie humana, o caminho apontado pelos pesquisadores é o de avançar no desenvolvimento da própria IA de forma lenta e cuidadosa, com abundância de testes e ferramentas de mitigação. O motivo é que, na “competição” entre humanos e máquinas, a vantagem pende para as máquinas devido à sua exponencial e ultrarrápida capacidade de evolução no processamento de cálculos muito complexos – num ritmo que a inteligência “natural” humana não poderia acompanhar.

O estudo recomenda o desenvolvimento de máquinas inteligentes especializadas numa única atividade, já que “um agente artificial suficientemente avançado provavelmente interviria no fornecimento de informações sobre o objetivo, com consequências catastróficas”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF