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quarta-feira, 12 de outubro de 2022

A missão educativa da família (2)

Família | Opus Dei

A missão educativa da família (2)

Conversar com os filhos sobre as questões que lhes interessam, dar bom exemplo e não ter medo de influir positivamente em suas vidas, são alguns dos desafios da educação. Publicamos aqui o segundo editorial sobre este tema relativo à família.

A pessoa humana realiza-se e edifica-se a si mesma, por meio de suas livres decisões. Como é sabido, a liberdade não consiste na simples possibilidade de escolher entre duas opções, mas na capacidade de ser dono de si mesmo a fim de dirigir-se para o bem verdadeiro. Por isso, um aspecto central na educação dos filhos é precisamente formá-los para a liberdade, de maneira que queiram fazer o bem: isto é, que o queiram não só porque está mandado, mas precisamente por ser bom.

Muitas vezes, educa-se mais com aquilo que os filhos vêem e experimentam no lar – um ambiente de liberdade, de alegria, de carinho e de confiança -, do que com as palavras. Por isso, mais que transmitir, a missão educativa dos pais consiste em contagiar esse amor com a verdade, que é a chave da liberdade [1].

Desta maneira, e com a ajuda da graça de Deus, os filhos crescem com o desejo de orientar sua vida para a Verdade completa, a única capaz de dar sentido à existência e saciar os anseios mais profundos do coração do homem.

AMOR EXIGENTE

Educar para a liberdade é toda uma arte, muitas vezes nada fácil. Como assinala Bento XVI, “chegamos ao ponto talvez mais delicado da obra educativa: encontrar o equilíbrio adequado entre liberdade e disciplina. Sem regras de comportamento e de vida, aplicadas dia a dia também nas pequenas coisas, não se forma o caráter e não se prepara para enfrentar as provas, que não faltarão no futuro. Mas a relação educativa é antes de tudo encontro de duas liberdades, e a educação bem sucedida é uma formação para o uso correto da liberdade” [2].

Uma premissa útil para encarar de maneira adequada esta tarefa de conciliar exigência e liberdade é recordar que a fé e a moral cristãs são a chave da felicidade do homem. Ser cristão pode ser exigente, mas nunca é algo opressivo, mas, sim, enormemente libertador.

A meta é que, desde pequenos, os filhos experimentem no lar que o homem “não pode encontrar sua própria plenitude se não na entrega sincera de si mesmo aos demais” [3]. E que uma pessoa que vive plenamente a vida cristã não é uma “pessoa desagradável e conformista; não perde sua liberdade. Só o homem que se põe totalmente nas mãos de Deus encontra a verdadeira liberdade, a amplidão grande e criativa da liberdade do bem” [4].

A vida cristã é precisamente a única vida feliz; a única que liberta da amargura de uma existência sem Deus. Bento XVI o afirmava com grande força no início de seu pontificado: “quem deixa Cristo entrar não perde nada, nada – absolutamente nada – daquilo que torna a vida livre, bela e grande. Não! Somente com esta amizade abrem-se as portas da vida. Somente com esta amizade abrem-se realmente as grandes potencialidades da condição humana. Somente com esta amizade experimentamos o que é belo e aquilo que nos liberta, Assim, hoje, eu quisera, com grande força e grande convicção, a partir da experiência de uma longa vida pessoal, dizer a todos vocês, queridos jovens: Não tenhais medo de Cristo! Ele não tira nada, e dá tudo. Quem se dá a Ele, recebe cem por um” [5].

Para conseguir isto, em primeiro lugar é preciso que os próprios pais “deixem transparecer” a alegria de viver coerentemente. Os pais educam fundamentalmente com sua conduta. O que os filhos e as filhas buscam em seu pai ou em sua mãe não são apenas alguns conhecimentos mais amplos que os seus, ou alguns conselhos mais ou menos certos, mas algo de maior categoria: um testemunho do valor e do sentido da vida encarnado em uma existência concreta, confirmado nas diversas circunstâncias e situações que se sucedem ao longo dos anos[6].

Os filhos devem perceber que a conduta que vêem como vida em seus pais não é um sufoco, mas fonte de liberdade interior. E os pais, sem ameaças, com sentido positivo, devem “estruturar interiormente” os seus filhos. Educá-los para esta liberdade, dando-lhes razões para que entendam a bondade daquilo que se lhes pede, para que o tornem seus.

Desta maneira se fortalece sua personalidade e crescem amadurecidos, seguros e livres. Aprendem assim a viver acima das modas, indo contra a corrente, quando for necessário. A experiência mostra que, quando os filhos já são maiores, não há nada que mais agradeçam a seus pais do que essa educação livre e responsável.

PROPOR BENS ELEVADOS

Indubitavelmente, o amor aos filhos nada tem a ver com observar uma suposta – impossível na prática – “neutralidade educativa”. De um lado, não se pode esquecer que se os pais não educam, outros o farão. Sempre, porém, hoje talvez mais que no passado, a sociedade, o ambiente e os meios de comunicação têm exercido uma influência notável, que em nenhum caso é neutra. Por outro lado, atualmente, há uma tendência a ensinar valores aceitáveis por todos: talvez positivos, porém mínimos.

Os pais devem educar, sem medo, em todos os bens que consideram essenciais para a felicidade de seus filhos. Da insistência dos pais no estudo, por exemplo, as crianças aprendem que o estudo é um bem importante em suas vidas. Da insistência amável de seus pais em que se limpem e andem arrumados, aprendem que a higiene e a apresentação não são coisas desprezíveis. Mas se os pais não insistem – acompanhando-os sempre com o exemplo e raciocinando sobre os porquês – sobre outras questões (por exemplo, ser sóbrios, dizer sempre a verdade, ser leais, rezar, frequentar os sacramentos, viver a santa pureza etc.), os filhos podem pensar intuitivamente que são bens em desuso, que nem mesmo seus pais vivem, ou que não se atrevem a propor seriamente.

Um ponto de vital importância para esta tarefa é a comunicação. Uma tentação habitual é pensar que “não entendo os jovens de hoje”; “o ambiente está muito mal”; “antes, isto não seria permitido”. A simples argumentação de autoridade pode servir em algum momento, mas acaba mostrando-se sempre insuficiente. Na educação, às vezes, é preciso argumentar com o prêmio e o castigo, mas, sobretudo, há que se falar da bondade ou da maldade dos atos, e do tipo de vida que estes atos configuram. Desta maneira facilita-se também que os filhos descubram o vínculo indissolúvel que existe entre liberdade e responsabilidade.

Raciocinar com os filhos será sempre necessário. São Josemaria o concretizava dizendo que é preciso chegar a ser amigos de seus filhos: amigos aos quais se confiam as inquietações, com quem se consulta sobre os problemas, de quem se espera uma ajuda eficaz e amável [7]. Para conseguir isso, é preciso passar tempo juntos, escutar a cada um a sós, adiantar-se para falar serenamente dos temas centrais das diferentes etapas da existência: a origem da vida, as crises da adolescência, o noivado e, sem nenhuma dúvida – porque é o mais importante -, a vocação que Deus tem prevista para cada pessoa.

Como assinala Bento XVI, “seria muito pobre a educação que se limitasse a dar noções e informações, deixando de lado a grande pergunta sobre a verdade, principalmente, acerca da verdade que pode guiar a vida” [8]. Os pais não devem ter medo de falar de tudo com seus filhos, nem de reconhecer que eles também se enganam, que erram, e que foram jovens: longe de lhes tirar a autoridade, esta confiança os torna mais aptos para sua missão educativa.

O PRIMEIRO “NEGÓCIO”

A missão educativa dos pais é uma tarefa apaixonante e uma grande responsabilidade. Os pais devem compreender a obra sobrenatural que implica a fundação de uma família, a educação dos filhos, a difusão cristã na sociedade. Desta consciência da própria missão dependem em grande parte a eficácia e o êxito de sua vida: sua felicidade [9].

Ser pais é a primeira ocupação. São Josemaria costumava dizer que os filhos são o primeiro e o melhor “negócio” dos pais: o negócio de sua felicidade, do qual tanto esperam a Igreja e a sociedade. E da mesma forma que um bom profissional mantém sempre um desejo nobre de aprender e melhorar em seu trabalho, deve-se cultivar o desejo de aprender e melhorar como esposos e pais.

Para fomentar este desejo, São Josemaria impulsionou tantas iniciativas práticas que continuam ajudando a milhares de casais em sua tarefa: cursos de orientação familiar, clubes juvenis, colégios em que os pais são os principais protagonistas etc.

Ser bons pais é todo um desafio. Não se deve esconder o esforço que supõe, mas, com a graça de Deus própria do sacramento do matrimonio e a entrega alegre e enamorada dos esposos, todos os sacrifícios se levam com gosto. A educação dos filhos não é um ofício determinado pela sorte ou pelo ambiente, mas pelo amor. Com este amor, os pais podem dirigir-se com toda confiança a Deus, de quem toma nome toda família nos céus e na terra [10], para que proteja o lar familiar e cubra com suas bênçãos os filhos.

M. Diez

[1] Cfr. Jo 8, 32.

[2] Bento XVI, Mensagem à diocese de Roma sobre a tarefa urgente da educacão, 21-01-2008.

[3] Conc. Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, n. 24.

[4] Bento XVI, Homilia, 8-12-2005.

[5] Bento XVI, Homilia no Solene Início do Ministério Petrino, 24-04-2005.

[6] É Cristo que passa, n. 28.

[7] Ibidem, n. 27.

[8] Bento XVI, Mensagem à diocese de Roma sobre a tarefa urgente da educação, 21-01-2008.

[9] Questões Atuais do Cristianismo, n. 91. [10] Ef 3, 14.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Nota Oficial da Presidência da CNBB

Eleições 2022 | CNBB

CNBB LAMENTA INTENSIFICAÇÃO DA EXPLORAÇÃO DA FÉ E DA RELIGIÃO PARA ANGARIAR VOTOS NO SEGUNDO TURNO.

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota, nesta terça-feira, 11 de outubro, na qual lamenta “a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno” das eleições deste ano. Os bispos recordam que a manipulação religiosa desvirtua valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que precisam ser debatidos e enfrentados no país.

Leia o pronunciamento na íntegra:

NOTA DA PRESIDÊNCIA

“Existe um tempo para cada coisa” (Ecl. 3,1)

Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos.

A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.

Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo 
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-presidente da CNBB

Dom Mário Antonio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB

Baixe a nota na íntegra (aqui).

Na festa de Aparecida, Papa convida brasileiros a rezarem pela paz

Papa Francisco | Vatican News

Francisco citou a Padroeira do Brasil ao saudar os fiéis de língua portuguesa no final da Audiência Geral desta quarta-feira. Rezemos com os brasileiros pela paz, foi o convite do Papa.

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

No dia de Nossa Senhora Aparecida, rezemos pela paz!

Como acontece toda quarta-feira ao final da Audiência Geral, o Papa saudou os fiéis de língua portuguesa. Mas neste dia 12 de outubro, Francisco se dirigiu de modo especial aos brasileiros, na festa de sua Padroeira. 

“Hoje, celebra-se a Senhora Aparecida com tantos irmãos e irmãs que chegam em peregrinação ao seu Santuário. E ali, junto da Virgem Mãe, rezam o terço e cantam a Nossa Senhora Aparecida. Rezemos com eles pela paz e peçamos a Nossa Senhora que nos ajude a assumir o grande desejo do Pai celeste: fazer-nos participantes, a todos, da sua plenitude de vida. Deus os abençoe e Nossa Senhora os guarde.”

Os fiéis presentes na Praça São Pedro acompanharam as palavras do Pontífice com aplausos e cantando o hino "Dai-nos a bênção, ó Mãe Querida".

A inauguração da imagem de Nossa Senhora Aparecida

Perto Francisco, nos Jardins Vaticanos, há uma imagem de Nossa Senhora Aparecida que o próprio Papa inaugurou em 3 de setembro de 2016. Naquela ocasião, convidou os presentes a rezarem para que a Virgem "continue a proteger todo o Brasil, o povo brasileiro".

"Que proteja os mais pobres, os descartados, os idosos abandonados, os meninos de rua; que ampare os descartados e os que estão nas mãos dos exploradores de todo tipo; que salve o povo com a justiça social e com o amor de Jesus Cristo, seu Filho. Peçamos com amor por todo o povo brasileiro, que Ela, Mãe, abençoe. Foi encontrada pelos pobres trabalhadores: que hoje seja encontrada por todos, de modo especial por aqueles que têm necessidade de trabalho, de educação, por quantos estão privados de dignidade. Rezemos juntos: Ave Maria..."

A inauguração da imagem de Nossa Senhora Aparecida
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nossa Senhora Aparecida

Nsa. Senhora Aparecida | arquisp
Não bastasse ser um dos maiores países católicos do planeta, o Brasil tem também um dos maiores centros de peregrinação mariana da cristandade do mundo. Trata-se, é claro, do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, São Paulo. A cidade foi batizada com o nome da Senhora, "aparecida" das águas, mas o Brasil inteiro também recebeu sua bênção desde o nascimento, graças aos descobridores e colonizadores que a tinham como advogada junto a Deus nas desventuras das expedições. A fé na Virgem Maria cresceu com os séculos e a confiança não esmoreceu, só se fortaleceu.

Em 1717, quando da visita do governador a Guaratinguetá, foi ordenado aos pescadores que recolhessem do rio Paraíba a maior quantidade possível de peixes, para que toda a comitiva pudesse ser alimentada e festejada com uma grande recepção. Todos se lançaram às águas com suas redes. Três deles, Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso, partiram juntos com suas canoas e juntos também lançaram as redes por horas e horas, sem pegar um único peixe. De repente, na rede de João Alves apareceu o corpo da imagem de uma santa. Outra vez lançada a rede, e a cabeça da imagem vem também para bordo. A partir daí, os três pescaram tanto que quase afundaram por causa da quantidade de peixes.

A pesca, milagrosa, eles atribuíram à imagem da santa. Ao regressarem foram para a casa de Filipe Pedroso e, ao limparem a imagem com cuidado, viram que se tratava de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de cor escura. Então, cobriram-na com um manto e a colocaram num pequeno altar dentro de casa, onde passaram a fazer suas orações diárias. A novidade se espalhou e todos da vizinhança acorriam para rezar diante dela. Invocada pelos devotos como "Aparecida" das águas, durante quinze anos seguidos, a imagem ficou na casa da família daquele pescador.

A devoção foi crescendo no meio do povo e muitas graças foram alcançadas por todos aqueles que rezavam diante da imagem. Eram tantos os devotos que acorriam ao local que, em 1732, a família de Filipe construiu o primeiro oratório. Mas a fama dos prodigiosos poderes de Nossa Senhora Aparecida foi se espalhando até atingir todos os recantos do Brasil. Assim, foi necessário, então, construir uma pequena capela, em seguida uma sucessão de outras capelas cada vez maiores. Até que o local se tornou a cidade de hoje. Em 1888, houve a bênção do primeiro templo, que existe até hoje, conhecido como "Basílica Velha".

A primeira grande peregrinação de católicos "de fora", oficial e historicamente registrada, aconteceu em 1900. Eram mil e duzentos peregrinos viajando de trem desde São Paulo, liderados por seu bispo. Atualmente, são milhões de peregrinos vindos, diariamente, de todos os estados do país e de várias outras nações católicas, especialmente das Américas. A atual Catedral-Basílica de Nossa Senhora Aparecida, conhecida como "Basílica Nova", foi consagrada pessoalmente pelo papa João Paulo II, em 1980, quando de sua primeira visita ao Brasil.

Quanto ao amor do nosso povo por Maria, em 1904 a imagem foi coroada, simbolizando a elevação da Senhora como eterna "Rainha do Brasil", com todo o apoio popular. A coroa foi oferecida pela princesa Isabel. Foi também por aclamação popular e a pedido dos bispos brasileiros que, em 1930, o papa Pio XI proclamou solenemente Nossa Senhora Aparecida a "padroeira oficial do Brasil". O dia de sua festa, 12 de outubro, desde 1988 é feriado nacional.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

terça-feira, 11 de outubro de 2022

A missão educativa da família (1)

Foto Dinamik

A missão educativa da família (1)

O amor entre os pais gera na família um ambiente que facilita a educação e o serviço aos próximos. Este é o tema de um editorial sobre a missão educativa da família, de que publicamos a primeira parte.

O homem, criado a imagem e semelhança de Deus, “única criatura que Deus quis por si mesma”[1], quando nasce – e durante um longo período de tempo –, depende muito do cuidado de seus pais. Ainda que desde o momento da concepção goze de toda a dignidade da pessoa humana, que deve ser reconhecida e preservada, também é um fato que precisa de tempo e ajuda para atingir a sua perfeição. Esse desenvolvimento – que não é automático nem autônomo, mas livre e relacionado aos outros – é o objetivo da educação.

A própria etimologia do termo enfatiza a necessidade que o ser humano tem da educação como parte essencial do seu aperfeiçoamento. Educar vem do latim “ducere”, que significa “guiar”. O homem precisa ser guiado por outros para aperfeiçoar as suas faculdades. Também provém de “educere”, que significa “extrair”. Precisamente, a tarefa específica da educação é “extrair o melhor eu” de cada um, desenvolver todas as capacidades da pessoa. As duas facetas – guiar e desenvolver – constituem o fundamento da tarefa educativa.

Os pais, primeiros e principais educadores

Não é muito difícil entender que – como tantas vezes afirmou o Magistério da Igreja –, “os pais são os primeiros e principais educadores de seus filhos”[2]. É um direito/dever que tem raiz na lei natural e, por isso, todos compreendem, ainda que seja apenas de maneira intuitiva, que existe uma continuidade necessária entre a transmissão da vida humana e a responsabilidade educadora.

Rejeitamos naturalmente a ideia de pais que abandonam seus filhos depois de os terem trazido ao mundo e também a ideia de que sua função está limitada às necessidades físicas dos filhos, despreocupando-se das intelectuais, morais etc. E a raiz desta rejeição natural é que a razão humana entende que o âmbito primário para a acolhida e o desenvolvimento da vida do homem é a comunidade conjugal e familiar.

O AMOR MÚTUO ENTRE OS ESPOSOS SE CONVERTE EM "IMAGEM DO AMOR ABSOLUTO E INDEFECTÍVEL COM QUE DEUS AMA AO HOMEM"

A Revelação e o Magistério assumem e aprofundam os motivos racionais de os pais serem os primeiros educadores. “Tendo-os criado Deus homem e mulher, o amor mútuo entre eles se converte em imagem do amor absoluto e indefectível com que Deus ama ao homem”[3].

No desígnio divino, a família, “é uma comunhão de pessoas, reflexo e imagem da comunhão do Pai e do Filho no Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educativa é reflexo da obra criadora de Deus”[4]. A transmissão da vida é um mistério que supõe a cooperação dos pais com o Criador para trazer à existência um novo ser humano, imagem de Deus e chamado a viver como filho seu. E a educação participa plenamente deste mistério. Este é o motivo para a Igreja afirmar sempre que “por sua própria natureza, a instituição do matrimônio e o amor conjugal estão ordenados à procriação e à educação da prole e com elas são coroados como sua culminação”[5].

Pertence à essência do matrimônio a abertura à vida, que não se reduz à mera geração dos filhos, mas inclui a obrigação de lhes ajudar a viver uma vida plenamente humana e em relação com Deus.

O mistério da Redenção oferece luzes sobre a missão educativa dos pais no desígnio de Deus. Jesus Cristo, que com suas palavras e com seus feitos “revela plenamente o homem ao próprio homem, e lhe descobre a sublimidade de sua vocação”[6], quis se encarnar e ser educado em uma família. Além disso, quis elevar o matrimônio à condição de sacramento, levando-o à sua plenitude no plano salvífico da Providência.

A exemplo da Sagrada Família, os pais são cooperadores da providência amorosa de Deus para dirigir à sua maturidade a pessoa que lhes foi confiada, acompanhando e favorecendo, desde a infância até a idade adulta, o seu crescimento em sabedoria, em idade e em graça, diante de Deus e diante dos homens[7].

João Paulo II sintetizava toda esta doutrina, explicando que eram três as características do direito / dever educativo dos pais[8]:

- é essencial, por estar vinculado com a transmissão da vida humana;

- é original e primário, em relação a outros agentes educativos – derivado e secundário –, porque a relação de amor que há entre pais e filhos é única e constitui a alma do processo educativo;

- e é insubstituível e inalienável: não pode ser usurpado nem delegado completamente. Consciente desta realidade, a Igreja ensinou sempre que o papel dos pais na educação “tem tanto peso que, quando falta, dificilmente pode suprir-se”[9]. De fato, o obscurecimento destas verdades levou muitos pais ao descuido, e inclusive ao abandono, de seu papel insubstituível, a ponto de Bento XVI falar de uma situação de “emergência educativa”[10], que é tarefa de todos enfrentar.

O fim e a alma da tarefa educativa

“Deus que criou o homem por amor chamou-o também ao amor, vocação fundamental e inata de todo ser humano”[11]. Já que o amor é a vocação fundamental e inata do homem, o fim da missão educativa dos pais só pode ser ensinar a amar. Tal fim é reforçado pelo fato de que a família é o único lugar onde as pessoas são amadas não pelo que têm, sabem ou produzem, mas pela sua condição de membros da família: esposos, pais, filhos, irmãos.

São muito significativas as palavras de João Paulo II: “Em uma perspectiva que chega às raízes mesmas da realidade, devemos dizer que a essência e a missão da família são definidas em última instância pelo amor (...) Toda missão particular da família é a expressão e a atuação concreta de tal missão fundamental”[12].

O AMOR NÃO É SÓ O FIM,
MAS TAMBÉM
A ALMA DA EDUCAÇÃO.

Mas, como levar a cabo essa missão? A resposta é sempre a mesma: com amor. O amor não é só o fim, mas também a alma da educação. São João Paulo II, após descrever as três características essenciais do direito-dever educativo dos pais, concluía que, “acima destas características, não pode se esquecer que o elemento mais radical, que determina o dever educativo dos pais, é o amor paterno e materno que encontra na ação educativa sua realização, ao fazer pleno e perfeito o serviço à vida. O amor dos pais transforma-se de fonte em alma, e portanto, em norma, que inspira e guia toda a ação educativa concreta, enriquecendo-a com os valores de doçura, constância, bondade, serviço, desinteresse, espírito de sacrifício, que são o fruto mais precioso do amor”[13].

Em consequência, ante a “emergência educativa” de que fala Bento XVI, o primeiro passo é voltar a recordar que o amor é a meta e o motor interno da educação. E que, diante das imagens deformadas do amor, os pais, participantes e colaboradores do amor de Deus, têm a capacidade e a gozosa missão de transmitir, de maneira viva, o seu verdadeiro significado.

A educação dos filhos é projeção e continuação do próprio amor conjugal e, por isso, o lar familiar que nasce como desenvolvimento natural do amor dos esposos é o ambiente adequado para a educação humana e cristã dos filhos. Para estes, a primeira escola é o amor que os pais têm um pelo outro. Através de seu exemplo, recebem, desde pequenos, uma autêntica capacitação para o amor verdadeiro.

Por esse motivo, o primeiro conselho que São Josemaria dava aos esposos era que conservassem e reconquistassem a cada dia o seu amor, porque é a fonte de energia, o que realmente dá coesão a toda a família.

Se há amor entre os pais, o ambiente que os filhos respirarão será de entrega, de generosidade. O clima do lar é dado pelos esposos, com o carinho com que se tratam: palavras, gestos e mil detalhes de amor sacrificado.

A caridade inundará tudo e levará a compartilhar as alegrias e os possíveis dissabores, a saber sorrir, esquecendo as preocupações pessoais para atender os demais; a escutar o outro cônjuge ou os filhos, mostrando-lhes que são queridos e compreendidos de verdade; a não dar importância a pequenos atritos que o egoísmo poderia converter em montanhas; a depositar um amor grande nos pequenos serviços de que se compõe a convivência diária[14].

Coisas pequenas, quase sempre, que um coração apaixonado sabe ver como grandes e que, desde o começo, têm uma enorme repercussão na formação dos filhos, ainda nos mais novos.

A MISSÃO EDUCATIVA RESIDE NOS PAIS PRECISAMENTE ENQUANTO CASAL. PARA A MISSÃO DE CONSTRUIR O LAR SÃO NECESSÁRIOS OS DOIS CÔNJUGES.

Já que a educação é continuação necessária da paternidade e maternidade, a participação comum dos dois esposos estende-se também à educação. A missão educativa reside nos pais precisamente enquanto casal; cada esposo participa solidariamente da paternidade ou maternidade do outro. Não devemos esquecer que os outros agentes educativos – colégio, paróquia, clube juvenil etc. – são colaboradores dos pais: sua ajuda é prolongação – nunca substituição – do lar. Em suma, para a missão de construir o lar são necessários os dois cônjuges. Deus dá a graça para suprir a forçada ausência de um, mas o que não cabe é a inibição ou renúncia voluntária.

O mundo sofreu enormes mudanças sociais e trabalhistas que também têm repercussão na família. Entre outros fenômenos, cresceram o número de lares em que tanto o marido como a esposa têm um trabalho profissional fora do lar, que com frequência absorve muito do seu tempo. Cada geração tem seus problemas e seus recursos e não é necessariamente pior que as outras, nem se pode cair em casuísticas.

Em qualquer caso, o amor sabe antepor a família ao trabalho, e é imaginativo para suprir horas de dedicação com uma maior intensidade de trato. Além do mais, não se pode esquecer que os dois esposos têm de estar envolvidos na construção do lar, sem cair na ideia equivocada de que o trabalho fundamental do homem é ganhar dinheiro, deixando em mãos da mulher os trabalhos da casa e a educação dos filhos. Confiamos a Maria e José, que viram crescer Jesus em sabedoria, em idade e em graça[15], a missão dos pais, cooperadores de Deus em um trabalho de grande transcendência e de suma beleza.

M. Díez

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[1] Conc. Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, n. 24.

[2] Catecismo da Igreja Católica, n. 1653.

[3] Ibidem, n. 1604.

[4] Ibidem, n. 2205.

[5] Conc. Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, n. 48.

[6] Ibidem, n. 22.

[7] Lc 2, 52.

[8] Cfr. João Paulo II, Exhort. apost. Familiaris consortio, 22-11-1981, n. 36.

[9] Conc. Vaticano II, Decl. Gravissimum educationis, 28-10-1965, n.3.

[10] Bento XVI, Mensagem à diocese de Roma sobre a tarefa urgente da educação, 21-01-2008.

[11] Catecismo da Igreja Católica, n. 1604.

[12] João Paulo II, Exhort. apost. Familiaris consortio, 22-11-1981, n. 17.

[13] Ibidem, n. 36.

[14] É Cristo que passa, n. 23.

[15] Cfr.Lc 2, 52.

Nossa Senhora do Pantanal: uma devoção brasileira

Paróquia Nossa Senhora do Pantanal

Você sabe como surgiu a devoção que despertou o interesse do Brasil nos últimos meses?

A regravação da novela “Pantanal” fez muito sucesso neste ano de 2022. A trama também ajudou a difundir a devoção a Nossa Senhora do Pantanal, que até pouco tempo era restrita aos católicos do Centro-Oeste brasileiro.

A personagem Filó, interpretada pela atriz Dira Paes, era devota de Nossa Senhora do Pantanal, usava um pingente com a imagem e sempre recorria a ela nos momentos de necessidade.

Influenciados pela novela, os brasileiros passaram a pesquisar mais sobre essa devoção. Tanto que a busca pelo termo “Nossa Senhora do Pantanal” teve um crescimento repentino nos últimos 12 meses no Google.

A origem da devoção a Nossa Senhora do Pantanal

A origem dessa devoção é recente. Acredita-se que em 4 de setembro de 1982 a artesã Ida Sanches Mônacona confeccionou uma imagem diferente da mãe de Jesus, que recebeu o nome de Nossa Senhora do Pantanal. Os traços da santa eram bem parecidos com os de Nossa Senhora Aparecida, mas ela possuía um manto repleto de folhas e flores de camalotes (planta típica do pantanal) nas cores verde e lilás, e uma coroa feita de pequenas folhas e flores da mesma planta.

O título Nossa Senhora Imaculada Conceição do Pantanal foi oficializado em Decreto Episcopal por Dom Milton Santos, sdb, em 2001 quando ele era bispo de Corumbá, MS. Nascia, assim, a devoção mariana dedicada a proteger um dos biomas mais diversos do Brasil.

A festa em homenagem a ela acontece em 21 de setembro.

Do pantanal para o Vaticano  

Justamente em setembro de 2022, mês da padroeira do pantanal, os bispos da região Centro-Oeste estiveram em visita ad Limina no Vaticano. O Bispo de Corumbá, MS, Dom João Bergamasco, aproveitou a oportunidade para entregar ao Papa Francisco uma imagem da santa. O Pontífice também ganhou outros presentes feitos por artesãos da região.

Dom João Bergamasco, SAC e Papa Francisco | Diocese de Corumbá

Oração a Nossa Senhora do Pantanal

site da arquidiocese de Cuiabá traz a prece abaixo e declara que a oração tem aprovação eclesiástica de Dom Milton Santos (Arcebispo Metropolitano de Cuiabá). Rezemos com fé por toda a criação, pelo povo pantaneiro e por todo o Brasil:

“Ó Virgem Maria Imaculada, Nossa Senhora do Pantanal, que aparecestes à margem do Rio Paraguai na arte do Massabarro através das mãos de pequenos artesãos – crianças e jovens.

Modelai em nós Jesus Cristo, Vosso Filho e nosso Irmão, para que na docilidade ao Espírito Santo realizemos no novo milênio a vontade de Deus que é o seu plano de amor.

Senhora do Pantanal, Protegei o Vosso povo Pantaneiro e o Brasil que vos elegem como Mãe e Protetora. Senhora do Pantanal, nossa fauna, nossa flora e o minério: – dons da Mãe – natureza em nossas mãos – para fazermos de tudo ‘um hino de louvor da criação’.

Nossa Senhora do Pantanal, em vosso zelo de Mãe atendei as nossas preces apresentando nossos pedidos junto a Deus-Trindade-Amor.

Nossa Senhora do Pantanal, Mãe de Deus, Rogai por nós, agora e sempre. Amém.”

Fonte: https://pt.aleteia.org/

De João XXIII a Francisco um longo caminho, mas Concílio ainda deve ser entendido

Papa João XXIII | Vatican News

O escritor e jornalista repassa o caminho dos últimos 60 anos. Um percurso traçado no último livro escrito junto com Monsenhor Malnati, apresentado no último domingo em Sotto il Monte, Itália. "Na ideia do então Pontífice, sua experiência pessoal e os fermentos do século XX. Ele tomou distância dos profetas da desgraça e pediu à Igreja para recorrer ao remédio da misericórdia e se abrir aos desafios da modernidade".

Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano

A memória viaja 60 anos no tempo, do célebre Discurso à Lua com o qual seu tio-avô entrou "nas casas de tantas pessoas", até a longa fase de preparação que levou à abertura de um evento divisor de águas para a vida e história eclesial. Mas o olhar de Marco Roncalli, jornalista, escritor, estudioso e sobrinho-neto do Papa João XXIII, no século Angelo Roncalli, está sobretudo no presente de uma Igreja que, depois de seis décadas, ainda não compreendeu e implementou plenamente o Concílio Vaticano, cujos frutos "não se exauriram".

O livro

Roncalli publicou recentemente pela Bolis Edizioni o livro João XXIII - Vaticano II, um Concílio para o mundo, com prefácio do Papa Francisco, escrito juntamente com monsenhor Ettore Malnati, vigário episcopal para os leigos e a cultura da Diocese de Trieste, testemunha de muitos e importantes eventos eclesiais, graças também à proximidade com Loris Capovilla e Pasquale Macchi, secretários dos dois Papas Santos do Concílio, João XXIII e Paulo VI.

O livro - apresentado na tarde do domingo, 9 de outubro, em Sotto il Monte, cidade natal de Angelo Roncalli - relata importantes fatos históricas, como a mediação do Papa João XXII (mostrada através de documentos) entre Krushev e Kennedy durante a crise dos mísseis em Cuba entre 16 e 28 de outubro de 1962. Uma crise, cujos fantasmas ressurgem hoje com a atual ameaça nuclear na Europa, mas que na época foi resolvida "escolhendo o caminho da paz", como disse o Papa no Angelus do último domingo, instando publicamente a seguir o mesmo exemplo.

Mas sobretudo as páginas do livro têm o mérito de reviver o evento do Concilio, cuja abertura, em 11 de outubro de 1962, marcava o fim "de uma longa preparação que durou ainda mais do que veio a ser o próprio Concílio", como explica Roncalli. Concílio, aliás, que imediatamente demonstrou "que não seria a continuação do Concílio Ecumênico Vaticano I. Antes pelo contrário, de alguma forma  dele se diferenciaria por insistir mais na capacidade de atração do cristianismo do que na ideia de condenar erros".

João XXIII durante a celebração de abertura do Concílio Vaticano II
(11 de outubro de 1962) | Vatican News

Fragmentos de história

João XXIII, recorda o escritor, indicou então “os objetivos programáticos de seu Concílio, tomando distância dos profetas da desgraça e pedindo à Igreja para recorrer ao remédio da misericórdia, abrindo-se de alguma forma aos desafios da sociedade moderna contemporânea”.

O "Pontífice de transição" imprimiu uma reviravolta na vida e na história da Igreja ao dar vida a uma ideia que, diz Roncalli, já dois dias depois da eleição de 28 de outubro de 1958 havia confidenciado ao seu secretário particular, Loris Capovilla. Ele então a compartilhou com outros colaboradores, mas, de fato, pelo menos segundo fontes do diário, esperou até 20 de janeiro para comunicá-la ao secretário de Estado da época, Domenico Tardini. Em seguida, houve o anúncio na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em 25 de janeiro de 1959, "diante de alguns cardeais que, ao ouvir a notícia da voz do Santo Padre, ficaram surpresos": "Ele tentou justificar a eles, dizendo que talvez não tivessem encontrado as palavras adequadas para expressar seus aplausos. Na realidade, não foi bem assim, antes pelo contrário, cerca de quarenta cardeais sequer responderam à notícia do anúncio de um Concílio”.

A entrada do Papa João XXIII na Basílica de São Pedro | Vatican News

Muitos movimentos por trás de uma decisão

Decisão, disse João XXIII, "tomada por inspiração do Altíssimo". "É uma ideia - explica Marco Roncalli - que certamente dá a resposta ao que será uma decisão corajosa e pessoal para João XXIII. Por trás, porém, há também muito que diz respeito à história da Igreja do século XX, há grandes fermentos que percorreram o chamado século curto, há as evoluções dos grandes movimentos, o litúrgico, patrístico, ecumênico, bíblico, o que era trabalhado no apostolado dos leigos...”.

E há também a história biográfica do Papa Roncalli, sua experiência pastoral, diplomática, cultural: aquela ao lado do bispo Radini-Tedeschi (bispo de Bérgamo de 1905 a 1914, ed.), os estudos sobre a Igreja e sobretudo sobre a reforma borromeana que o levam a ser "um convicto defensor da eclesiologia conciliar". "Há certamente as grandes experiências feitas no exterior, o conhecimento da sinodalidade da tradição ortodoxa na Bulgária e depois na Grécia. Há o período que viveu na Turquia, na grande terra dos Concílios, depois o Sínodo celebrado como Patriarca de Veneza e a experiência na França que o coloca em contato com a experiência de Taizé”. De fato, no livro, para além do prefácio do Papa, há um testemunho-contribuição do frère Alois, prior de Taizé.

A Bula de Convocação do Concílio Vaticano II | Vatican News

A implementação, hoje, com o caminho sinodal

“Existe, portanto - aponta Roncalli - todo um importante percurso por trás que, de alguma forma, leva hoje a um redespertar da conciliaridade de João XXIII com a implementação do caminho sinodal desejado pelo Papa Francisco. Este Sínodo sobre a Sinodalidade certamente também seria importante para fazer uma boa reflexão e entender de onde partimos e onde chegamos hoje com o pontificado de um Papa que não viveu o Concílio diretamente, mas vivificou um tempo muito ligado à essas sementes lançadas há algum tempo. O Papa Francisco afirma que os frutos do Concílio ainda não se esgotaram, que estamos diante de um Concílio que ainda deve ser compreendido, vivido e sobretudo aplicado”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF