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terça-feira, 18 de outubro de 2022

Ajuda à Igreja que Sofre: oração pela paz mundial conduzida pelas crianças

Oração pela paz mundial conduzida pelas crianças  (ANSA)

Você já imaginou 1 milhão de crianças ao redor do mundo rezando o Terço pela paz? Esta comovente iniciativa se torna realidade todos os anos desde 2005 no dia 18 de outubro.

Laura Lo Monaco – Vatican News

Tudo começou quando um grupo de crianças rezava o terço em frente a um santuário mariano na capital venezuelana, Caracas. Alguns dos presentes lembraram as palavras do padre Pio: "Quando um milhão de crianças rezarem o Terço, o mundo mudará". Desde então, a campanha rapidamente se espalhou pelo mundo.

Como explica o presidente internacional da Fundação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre (ACS - sigla em inglês), cardeal Mauro Piacenza, “vendo à nossa volta tantas guerras e maldades, perseguições, doenças e medos que pesam sobre o nosso mundo, as pessoas podem perguntar-se: 'é mesmo Deus que está no comando?'. Sim, é Ele, mas também devemos procurar suas mãos estendidas em nossa direção e nos agarrar a elas. Deus nos alcançou através de Maria. Acreditamos que, se rezarmos fielmente o Terço juntos, a Santa Mãe de Deus nos conduzirá como uma grande família nos braços amorosos de nosso Pai Celeste”.
Neste ano de 2022 muitas guerras e desastres naturais afetaram diversos países ao redor do mundo e são sempre recordados pelo Santo Padre em suas orações e audiências.
Perante a situação de guerra, violência e grave pobreza que reina em países como a Ucrânia, Nigéria, Mianmar ou Paquistão, bem como no Oriente Médio e nas regiões africanas do Sahel, a ACS quer confiar de forma especial às mãos poderosas e amorosas do Divino Pai e à intercessão da Mãe de Deus todos aqueles lugares onde as pessoas não podem viver em paz.

No caso da Ucrânia, a população tem sentido os efeitos devastadores de um conflito geopolítico com a Rússia, iniciado em fevereiro de 2022. Bombardeios em diversas cidades por parte da Federação Russa já provocaram milhares de mortes. Após a Audiência Geral do dia 5 de outubro, Papa Francisco convidou os fiéis a rezarem pela paz no Leste Europeu: 

“E não nos esqueçamos de rezar pela martirizada Ucrânia, sempre pedindo ao Senhor o dom da paz.”

Na Nigéria, a população teme o avanço dos pastores Fulani que, fugindo da desertificação no Norte do país, usam a violência para conseguir as terras dos agricultores, deixando mortos e feridos e destruição por onde passam. Desde 23 de junho foram massacrados mais de 200 agricultores em alguns vilarejos do estado central de Plateau. Situação semelhante vive a população de Mianmar onde o conflito civil, entre o exército birmanês e as forças de resistência, iniciado em fevereiro de 2021, já causaram muitas perdas humanas e destruição de templos religiosos.

No caso do Paquistão, a preocupação provém das consequências dos desastres naturais. As enchentes ocorridas em agosto afetaram severamente 6,4 milhões de pessoas, incluindo 3,4 milhões de crianças. Essas chuvas, "sem precedentes em 30 anos", segundo o primeiro-ministro Shehbaz Sharif, destruíram ou danificaram seriamente mais de 1 milhão de casas e devastaram grandes áreas de terras agrícolas essenciais para a economia do país. "Olhando para as dificuldades e a luta pela sobrevivência, pode parecer que tudo está sem esperança ou que as pessoas estão experimentando uma secura espiritual. Ao invés disso, podemos dizer que as pessoas, nesta crise, mostram uma profunda fé em Deus, acreditam na Providência e encontram em Deus a rocha para avançar e olhar para o futuro”, diz o arcebispo de Karachi, Dom Benny Travas.

Por isso, de maneira especial, a ACS convida todas as paróquias, escolas e grupos de crianças e famílias a participarem deste momento de oração junto à Mae de Deus, confiando em sua poderosa intercessão por todas as realidades de guerra e sofrimento no mundo.

Você pode ter acesso ao cartaz da campanha e também baixar o kit de oração, inclusive em língua portuguesa, no site da fundação.

Entrevista exclusiva com a mãe de Carlo Acutis: O segredo do meu filho

Avec la permission de Antonia Salzano Acutis.
Antonia Salzano Acutis et son fils Carlo.
Por Aline Iaschine

Entrevista exclusiva com a mãe do Beato Carlo Acutis: Um jovem italiano que foi beatificado em 2020, ele mostra-nos o caminho - que talvez não seja tão difícil - para Deus.

Por ocasião do lançamento, a 12 de Outubro, do seu livro “O Segredo do Meu Filho” (Il segreto di mio figlio), Antonia Salzano falou com Aleteia. Ela testemunha a “extraordinária vida ordinária” do seu filho Carlo, que tinha um amor infinito por Jesus na Eucaristia. Ele é uma fonte de inspiração tanto para jovens como para idosos, frequentemente citado pelo próprio Papa como um modelo a seguir.

Aleteia: Antónia, você é a mãe do Beato Carlo Acutis. Conta-nos qual é o seu segredo. O que fez para criar um santo?

Antonia Salzano: Pessoalmente, não fiz nada; apenas dei ao meu filho os fundamentos educacionais que todos os pais devem dar. Carlo recebeu uma educação religiosa. Mandei batizá-lo, mas eu nasci numa família secular. O meu pai era um editor, constantemente rodeado de escritores, e neste ambiente nunca tinha ouvido ninguém falar de fé. A minha primeira Missa foi a minha Primeira Comunhão, a minha segunda Missa foi a minha Confirmação, e a minha terceira Missa foi o meu casamento.

Digo isto para salientar que foi o meu filho Carlo que me ensinou tudo. Mesmo em criança, ele demonstrou grande piedade: aos 3 anos de idade, quando passamos diante de uma igreja, ele quis entrar, saudar Jesus na cruz e Jesus no tabernáculo, e trazer pequenas flores a Nossa Senhora. Aos quatro anos e meio, ele lia a Bíblia e as vidas dos santos e rezava o terço. Se no caso de Santa Teresa de Lisieux, os seus pais foram os grandes educadores; no caso de Carlo, os papéis foram invertidos. Ele era o meu pequeno salvador, e acima de tudo era o meu grande educador na fé.

O que tornou Carlo diferente de outros jovens da sua idade?

Como disse João Paulo II, quando abrimos as portas a Cristo, a nossa vida muda. Cada vida ordinária torna-se extraordinária se for vivida em Cristo, por Cristo, e com Cristo. Isto foi o que Carlo fez. E ele fê-lo em todas as situações, desde a mais simples à maior, como ajudar em casa, ajudar as crianças vítimas de bullying, ou aquelas em dificuldades que tinham uma deficiência, ou os sem abrigo, trazendo-lhes comida e cobertores. O seu empenho foi sobretudo no apostolado. Aos 9 anos de idade, lia livros de informática que tinha comprado na Universidade Politécnica de Milão. Aprendeu algoritmos com os quais criou programas, depois websites para paróquias, os Jesuítas, o Vaticano. Não o fez pela sua glória pessoal, mas pela glória do Céu. Para conseguir, passou horas a trabalhar nisso. E no Verão, em vez de se divertir, permaneceu no seu computador até às 3 da manhã. Queria divulgar a Boa Nova, o Evangelho, e usou as suas extraordinárias capacidades para proclamar Cristo e ajudar os outros a aproximarem-se de Deus.

Carlo também criou exposições sobre diferentes tópicos da fé cristã, incluindo uma exposição sobre milagres eucarísticos que foi um enorme sucesso. Como surgiu este projeto e que frutos produziu?

A exposição sobre os milagres eucarísticos está agora circulando pelo mundo, em todos os continentes. Nos Estados Unidos, já foi exibida em mais de 10.000 paróquias. Depois, em Singapura, China, Japão, África, Índia… É uma exposição internacional. Carlo começou a colecionar material em 2000, quando tinha 9 anos de idade. Tínhamos feito uma peregrinação a Lanciano e ele ficou muito impressionado com esse milagre eucarístico. Dali surgiu a ideia de fazer algo que abalasse a consciência das pessoas, as tirasse do seu torpor, da sua tibieza. Porque já não há esta consciência de que Cristo está realmente presente no pão e no vinho consagrados.

Como se pode ver, os bancos estão sempre vazios em frente dos tabernáculos. Foi assim que a exposição nasceu e se espalhou por todo o mundo, imediatamente após a sua morte. Carlo teve imediatamente uma reputação de santo porque as pessoas sabiam que ele era um jovem cuja vida era consistente com aquilo em que ele acreditava. Por que é que os santos atraem? Porque Cristo está escondido neles, eles são portadores de Cristo. Carlo sempre disse que devemos “eucaristizar-nos”, porque depois nos tornamos contagiosos com Cristo. “Estar sempre unido a Jesus: esse é o meu programa de vida”, costumava ele dizer.

No seu livro, O Segredo do Meu Filho Carlo Acutis, diz que teve a intuição de que o seu filho deixaria a terra prematuramente. Teria o Senhor preparado você para este julgamento?

Sim, tive este sentimento interior diante da relíquia do véu da Virgem Maria, na sua bela catedral de Chartres. É um lugar especial com uma grande espiritualidade porque é um lugar onde as pessoas têm rezado durante séculos. Até Carlo, que estava tão próximo de Jesus – ele não se apercebeu, mas contou-nos coisas que se tornaram realidade depois. Por exemplo, desde criança, costumava dizer que permaneceria sempre jovem e que morreria por causa de uma veia no seu cérebro que se partiria (foi o que aconteceu devido à sua leucemia). Também dizia que quando pesasse 70 kg, morreria. E foi isso que aconteceu. Quando a leucemia começou, ele veio ao hospital e disse: “Mãe, eu não vou conseguir sair daqui vivo, quero que saibas isso, mas vou enviar-te muitos sinais”. Ele estava muito sereno, sempre com um sorriso; nunca se queixou. Se alguém lhe perguntasse: “Estás a sofrer?”, ele responderia: “Há pessoas que sofrem mais do que eu”. Ele deu um exemplo de santidade na morte. Compreendi que não me podia queixar, que era a suprema vontade de Deus: Carlo estava pronto e maduro para o Céu. Era um rapaz de vida perfeita e reta, de extraordinária pureza, generosidade, bondade… Nunca tivemos a mínima dúvida de que ele já estivesse no Céu.

Quando o seu filho foi exumado, o seu corpo foi encontrado num estado extraordinário. Hoje ele está em Assis, no Santuário do Despojamento, e o seu coração está num relicário na Basílica de São Francisco. Pode falar-nos sobre as suas relíquias?

De fato, Carlo foi encontrado intacto. Conseguiram vesti-lo. Os seus órgãos estavam intactos, bem como o seu coração, que foi depois transportado em procissão durante a beatificação de Carlo em Assis. As relíquias são úteis porque os santos, que têm muitos méritos no Céu, podem interceder para que o Senhor possa conceder milagres. Nunca esqueçamos que tudo isto é uma obra do Senhor. Quando as pessoas entram em contato com estas relíquias, ou quando as relíquias são exibidas ou transportadas em procissão, há curas e libertações. Elas fazem muito bem, e isto não é novidade.

Na verdade, a Igreja sempre venerou as relíquias dos santos, desde os primeiros séculos de cristianismo. Por isso, continuamos esta tradição da Igreja.

Carlo Acutis foi proclamado Beato a 10 de Outubro de 2020. Acha que o seu filho será canonizado em breve? O que é necessário para isso?

Esperamos que sim. Para a canonização, é necessário que outro milagre seja reconhecido pela comissão médica. Estamos otimistas porque vemos muitos deles. Dia sim, dia não, recebemos notícias sobre possíveis milagres: curas de câncer, pessoas com problemas graves que foram curadas sem cirurgia, pessoas que não podiam ter filhos… Então a Igreja analisá-los-á a seu tempo. É importante saber que não estamos a propor dez de cada vez, mas um de cada vez, e depois leva meses a analisar cada um deles. Dependendo do tipo de milagre, todos os médicos têm de concordar, como para o milagre da beatificação. Depois vai para a comissão teológica e depois para a comissão de cardeais. Esta é a rota. E, no final, o Papa tem a última palavra.

Carlo era um jovem que foi contra a corrente. Vivemos num mundo onde é difícil seguir Deus sem reservas. Que conselho daria o seu filho aos jovens de hoje?

Certamente a ser um influenciador de Deus, não um influenciador do nada. As coisas da terra são coisas que passam e deixarão de existir. O que restará é o quanto amamos a Deus, acima de tudo, e ao nosso próximo como a nós próprios. Jesus diz a cada um de nós: “Ide por todo o mundo. Proclamai o Evangelho”. Ele chama-nos a todos a sermos apóstolos, independentemente do nosso estado de vida. Portanto, antes de tudo, respondamos e sejamos portadores de Cristo. Digo aos jovens: Não banalizem a vossa vida, estejam sempre ligados ao Céu, e para estarmos ligados devemos rezar. Se rezarmos, Deus guia-nos e somos mais dóceis às suas inspirações, para irmos e caminharmos diretamente no caminho certo. Assim, Carlo é um jovem do seu tempo, que viveu o que você vive, com os mesmos perigos, alegrias, e tristezas. Ele soube resistir e vencer a sua luta. Ganhe a sua! Saiba que Jesus é um grande amigo e que os sacramentos são grandes meios. Tire partido desta grande oportunidade!

Antonia, poderia concluir com uma oração por todos os leitores de Aleteia no mundo, através da intercessão do seu filho, o Beato Carlo Acutis?

Como Carlo costumava dizer: “Não eu, mas Deus; não a minha própria auto-estima, mas a Glória de Deus”. Senhor, que seja sempre feita a Vossa vontade. Nunca nos esqueçamos de pedir ajuda à Tua santa Mãe. Que ela seja sempre um refúgio seguro para nós! Não esqueçamos o seu chamado a rezar o terço todos os dias. É um meio muito poderoso, ao qual a Santíssima Trindade deu um poder extraordinário. Portanto, aproveitemos e sigamos os conselhos do Céu. Não nos esqueçamos de ir todos os dias à Adoração Eucarística e à Santa Missa, e se isto não for possível, rezemos para podermos ir mais vezes.

Isto é o que devemos pedir ao Senhor: graças espirituais acima de tudo, para curar as nossas almas e estar prontos para ir diretamente para o Céu. Isto é o que vos peço, leitores da Aleteia! Carlo… interceda por nós!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa à FAO: alimentos não são mercadorias, mas um dom de Deus

Dom Fernando Chica Arellano, observador permanente da
Santa Sé junto à FAO, ao ler a mensagem do Papa

Francisco volta a falar de pobreza e fome neste dia 17 de outubro, que também é de abertura do Fórum Mundial da Alimentação. Em mensagem dirigida à Organização para a Alimentação e a Agricultura da ONU, o Papa alertou que os alimentos não devem ser tratados como mercadorias, porque "são frutos da terra", "dom de Deus", e nós, "meros administradores".

Andressa Collet - Vatican News

Uma segunda-feira, esta do dia 17 de outubro, pra se voltar à reflexão de uma conversão econômica tão fortemente exortada pelo Papa Francisco quando encontra públicos capazes de agir para tanto, pensando nos mais pobres e nas injustiças que assolam quem vive em situação de miséria no mundo. Como foi no encontro da manhã com empresários espanhóis no Vaticano, quando o Papa disse da importância de se contribuir no combate "à doença da miséria" com amor, sendo criativo no planejamento do trabalho e dando emprego aos pobres; ou através de uma mensagem enviada durante a tarde para a abertura do II Fórum Mundial da Alimentação da FAO. 

A preocupação com as necessidades reais das pessoas

O texto do Pontífice, escrito em espanhol, foi dirigido ao diretor-geral da Organização para a Alimentação e a Agricultura da ONU, Qu Dongyu, mas direcionado a todos os participantes do evento e "àqueles que se comprometem e se esforçam todos os dias para erradicar a fome e a pobreza no mundo". Na mensagem, o Papa procurou novamente enfatizar sobre o cuidado com o próximo e com a criação:

“A alimentação é fundamental para a vida humana, de fato, participa da sua sacralidade e não pode ser tratada como qualquer mercadoria. Os alimentos são sinais concretos da bondade do Criador e frutos da terra.”

Como disse em mensagens recentes à FAO, lembrou Francisco, "nossa primeira preocupação deve se concentrar no ser humano como tal, considerado em sua integridade e levando em conta suas necessidades reais, em particular aquelas que carecem do sustento básico para a sobrevivência". Reconhecer e garantir a centralidade da pessoa humana, acrescentou ele no texto, sobretudo neste atual período de crises interligadas, é o desafio proposto pela mensagem de Cristo - inclusive para aqueles que não creem - de não apenas dar de comer a quem precisa, disse o Pontífice, mas de nos entregarmos a serviço dos outros: precisamos "voltar a acreditar na fraternidade e na solidariedade" como inspiração "da relação entre as pessoas e os povos".

O alimento é dom de Deus

O Papa também citou o exemplo dos avós e "do respeito que tinham pelo pão; eles o beijavam quando o levavam para a mesa e não permitiam que nada fosse desperdiçado. O próprio Cristo, na Eucaristia, tornou-se pão, pão vivo para a vida do mundo (cf. Jo 6,51)". Francisco, assim, demonstrou confiança nos frutos do Fórum Mundial da Alimentação "para que as iniciativas e decisões que contribuem para o bem e o futuro de toda a humanidade possam aumentar":

“Respeitar os alimentos e dar-lhes o lugar preeminente que ocupam na vida humana só será possível se, além da preocupação com sua produção, disponibilidade e acesso, bem como com as medidas técnicas do comércio agrícola, tomarmos consciência de que são um dom de Deus do qual somos meros administradores.”

São Lucas evangelista

S. Lucas | RCC Brasil
18 de outubro
São Lucas evangelista

São Lucas é o padroeiro dos médicos e dos pintores, porque ele exercia essas duas atividades. Ele é o grande autor de dois livros do Novo Testamento: o Terceiro Evangelho (ou Evangelho Segundo São Lucas) e o livro chamado Atos dos Apóstolos, o primeiro livro que vem na sequência dos quatro Evangelhos.

Apóstolo São Lucas

São Lucas era um homem sírio, originário da grande cidade de Antioquia. Sua profissão era a medicina. Lucas não conheceu pessoalmente a Jesus. Ele conheceu o Senhor através dos apóstolos. Ele foi discípulo de apóstolos de Jerusalém e, depois, discípulo de São Paulo.

Na sua carta aos Colossenses 4, 14, Paulo chama Lucas de "o Médico Amado". Lucas acompanhou São Paulo até o martírio deste, no ano 68, em Roma.  São Lucas permaneceu firme no Senhor até o fim de sua vida. Ele viveu solteiro, sem filhos e faleceu aos 84 anos de idade.

Referências a São Lucas no Novo testamento

Existem várias referências a São Lucas no novo Testamento. A primeira delas está na carta que São Paulo escreveu a Filemon, versículo 24. Ele aparece também na carta de Paulo  aos Colossenses 4, 14. Vemo-lo mencionado também em 2 Timóteo 4, 11.

Pintor

Uma antiga tradição cristã afirma que São Lucas foi o primeiro artista a pintar a Virgem Maria e os apóstolos Pedro e Paulo. Por isso, São Lucas é considerado também o padroeiro dos pintores. É por isso também que várias associações de artistas receberam o nome de São Lucas.

Historiador

São Lucas não presenciou os fatos que narrou em seu Evangelho (Lc 1, 2). Mas, como ele mesmo diz no começo de seu Livro, ele “estudou acuradamente os fatos, antes de escrever”. É Lucas quem narra mais detalhadamente os fatos da infância de Jesus. Seus relatos sobre a infância de Jesus narram a vida do menino Jesus desde a sua concepção no seio da Virgem Maria até o tempo em que o menino completou 12 anos. Esta parte de seu Evangelho é chamada de “Evangelho da Infância”. Há uma tradição que diz que ele colheu os fatos diretamente de conversas com Nossa Senhora. Por isso, ele é também chamado de “Biógrafo da Virgem Maria”. Toda a narrativa de São Lucas em seu Evangelho é bastante detalhada comprovando que ele “estudou acuradamente” antes de escrevê-los.

Atos dos Apóstolos

O livro dos Atos dos Apóstolos é considerado uma sequência do Evangelho de Lucas. Trata-se de um livro importantíssimo, pois narra os acontecimentos maravilhosos do começo do cristianismo. Narra a vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos; as grandes viagens missionárias de São Paulo, as quais Lucas acompanhou. Narra também o primeiro concílio da Igreja, o “Concílio de Jerusalém” e uma série detalhada de fatos acontecidos no começo da Igreja. Trata-se de uma narrativa emocionante e coerente que vale a pena ser lida.

Devoção a São Lucas

Uma tradição antiga da Igreja cristã atesta que, após a morte de São Paulo, Lucas partiu como missionário a pregar o Evangelho no sul da Europa, nas regiões da Gália (atual França), Itália, Macedônia e Dalmácia. Criou comunidades e formou discípulos como aprendera com seu grande mestre, São Paulo.

Um antigo documento que São Jerônimo traduziu informava que São Lucas foi martirizado em Patras, Grécia, por causa de sua pregação do Evangelho. Deu a vida por causa de Jesus Cristo. Foi Mártir. Derramou seu sangue por causa do Evangelho que ele imortalizou em seus escritos. Sua festa é comemorada no dia 18 de outubro.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

A carta de Maria para Santo Inácio de Antioquia

Walter A. Aue CC
Por Philip Kosloski

Não há comprovação da veracidade da carta, mas o texto nos convida a uma bela reflexão.

Será mesmo que a Virgem Maria escreveu alguma carta? Embora não existam provas conclusivas de que ela tenha escrito alguma coisa durante a sua vida, há uma tradição que diz que Santo Inácio de Antioquia teria escrito à Santíssima Virgem e ela teria lhe respondido.

Santo Inácio nasceu na Síria e acredita-se que ele tenha sido discípulo de São João Apóstolo. Inácio foi ordenado bispo de Antioquia e tornou-se um dos principais membros da igreja cristã primitiva.

Não existe uma data certa da assunção de Maria ao céu.Mas os estudiosos dizem que isso pode ter ocorrido entre os anos 44 e 55. De qualquer forma, Inácio provavelmente estaria vivo antes de a Virgem Maria ter deixado esta terra– e é possível que ele tenha escrito uma carta para ela. Se ele era um discípulo de São João (o discípulo que levou a Mãe Abençoada para sua casa), ele certamente tinha meios de transmitir sua mensagem. Inácio pode até ter conhecido a Virgem Maria.

Qualquer que seja o caso, o documento medieval Legenda Sanctorum relaciona a seguinte troca de mensagens entre os dois. Primeiro, Santo Inácio escreve à Santíssima Virgem.

Para: Maria, a mãe do Cristo De: Inácio A senhora poderia fortalecer e consolar-me, um discípulo de João, com quem aprendi muitas coisas sobre o seu Jesus, coisas maravilhosas para contar, e estou perplexo ao ouvi-las. O desejo do meu coração é ter certeza sobre essas coisas que ouvi por você, que sempre esteve tão intimamente próxima a Jesus e compartilhou seus segredos. Permita que os novos cristãos que estão comigo sejam fortalecidos na fé pela senhora, através na senhora e na senhora.

A Mãe Santíssima teria sido gentil em oferecer a resposta:

Para: meu amado discípulo Inácio De: esta humilde serva de Cristo Jesus As coisas que ouviste e aprendeste com João são verdadeiras. Acredita nelas, agarra-se a elas, sê firme na realização de seu compromisso cristão e modela sua vida nisso. Eu irei com João para visitar-te e aqueles que estão contigo. Permanece firme em tua fé com coragem. Não deixes que as dificuldades da perseguição te sacudam, e que teu espírito seja forte e alegre em Deus. Amém

Vale reforçar que não há certeza sobre a origem dessas cartas, apenas a história de que elas foram transmitidas durante os anos.

Independentemente da veracidade, as missivas podem contribuir para uma meditação fascinante. Podemos nos imaginar no século I e nos perguntar se, naquela época, escreveríamos uma carta para Maria, a Mãe de Deus. Ela era bem conhecida na Igreja primitiva e teria sido uma conselheira muito procurada e ansiosa por ajudar outras pessoas a amarem seu Filho.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

A transmissão da fé às novas gerações

A família | FASBAM

A TRANSMISSÃO DA FÉ ÀS NOVAS GERAÇÕES

Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo Metropolitano de Santa Maria

Vivemos hoje numa sociedade laica, plural, secularizada, que, de fato, não é antirreligiosa, mas que situa todas as suas convicções no terreno da livre adesão. Essa situação sociocultural nos força a despertar a dimensão missionária da fé. Daí a problemática da proposta da fé e, mais concretamente ainda, a do “primeiro anúncio”. Não é possível estabelecer um caminho de catequese se a pessoa não está motivada a percorrê-lo. É preciso que crianças, jovens e adultos tenham um mínimo de interesse em se aprofundar na fé cristã.

Outro desafio é a recuperação da centralidade da fé na vida humana. Muitos escolheram caminhos que dispensam Deus e a vida eterna da agenda. Quando aparece a doença, a morte, a perda e o vazio, se questionam sobre as razões da existência. Essa realidade afeta até mesmo os cristãos, como bem recordou o Papa Bento XVI na Porta Fidei n. 2: “Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerada essa como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora, um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado.”

Urge recuperar o lugar de Deus em nossa vida, e, entre as coisas que passam, ser capaz de abraçar as que permanecem. Isso traz consequências para a transmissão da fé. Somente quem a tem pode apresentá-la. Eis o desafio da catequese atual. Há muita sede, mas é preciso maior profundidade e experiência de encontro com a Palavra que se fez carne.

A experiência revela que, em todo o Brasil, se multiplicam formações e projetos de Iniciação à Vida Cristã numa redescoberta fecunda da centralidade da Palavra de Deus na catequese de crianças, jovens e adultos. As novas gerações e os afastados se encantam quando a Palavra é anunciada sem fundamentalismos ou ideologias, e quando a doutrina e a moral têm como fundamento e permanente referência a revelação bíblica.

Contudo, se percebe que a resistência e os obstáculos crescem em quem vive outro estilo de vivência, pouco afeito à escuta da Palavra. Então, há rejeição às mudanças, especialmente quando a Palavra pede para estarmos atentos aos sinais dos tempos, e mantendo a fidelidade à beleza tão antiga e sempre nova do Evangelho.

Uma catequese centrada na Palavra exige catequistas mais dedicados à leitura e ao testemunho cristão. Exige ministros e leigos que anunciem mais pela vida do que pelas palavras. Igualmente é preciso rever os materiais usados na catequese de crianças, jovens e adultos. Afinal, no “início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma pessoa, que dê à vida um novo horizonte e, dessa forma, o rumo decisivo.” Deus Caritas Est n.1.

Quando uma comunidade é convertida pela Boa-Nova, é capaz de acolher e atrair sempre novos irmãos para a família de Deus. Pode-se até questionar se a evasão de jovens após os sacramentos de iniciação não é resultado de uma comunidade que pouco se deixa afetar pela Palavra de Deus. Afinal, segundo o relato dos Apóstolos, a cada dia, o Senhor acrescenta sempre mais ao número daqueles que serão salvos (At2,42 ss).

Lições de um psicopata

Shutterstock | Dzelat
Por Vanderlei de Lima

O filme “Dahmer: Um Canibal Americano” lidera o Top 10 da Netflix. Este artigo traz breves lições oferecidas por um psicopata. Confira:

O filme “Dahmer: Um Canibal Americano” lidera o Top 10 da Netflix. Este artigo traz, a pedido de leitores, breves lições oferecidas por um psicopata.

A produção cinematográfica, como o próprio título diz, traz a vida de Jeffrey Dahmer, o grande canibal americano, que, entre 1978 e 1991, seduziu, dopou, matou, esquartejou e se alimentou de partes dos corpos de suas vítimas. Ao todo, 17 homens. Foi sentenciado, condenado à prisão perpétua e, na penitenciária, assassinado por um detento que sofria delírios e alucinações. Sim, Dahmer, psicopata clássico, morreu nas mãos de alguém com transtornos mentais graves. Analisemos, pois, algumas falas do canibal. Elas nos transmitem bons indícios sobre a diferença entre o psicopata e o portador de transtornos mentais graves.

Dahmer pondera: “Eu realmente nasci desse jeito. Quer dizer, eu não acho que aconteceu alguma coisa pra me deixar assim, porque eu sempre fui exatamente assim”. Sua declaração é fundamental. O psicopata nasce, se desenvolve e morre psicopata. Certo é, porém, que, antes dos 18 anos, chamamos os atos transgressores de alguém de transtornos de conduta e, por volta dos 40 anos, sua sanha de fazer o mal pode diminuir muito. Todavia, uma pergunta básica aqui se impõe: Como definir o psicopata? – O psicopata é um ser humano perverso, ou seja, mau por natureza. “Seus atos criminosos não provêm de mentes adoecidas, mas sim de um raciocínio frio e calculista combinado com uma total incapacidade de tratar as outras pessoas como seres humanos pensantes e com sentimentos” (Ana Beatriz Barbosa Silva. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. 3ª ed. Principium, 2018, p. 42).

Qualquer ser humano atento poderá, a esta altura deste modesto artigo, de modo um tanto confuso, pensar: “O psicopata pode não ser doente mental, mas também não é normal. Um ser humano normal não seduz, dopa, mata, esquarteja e se alimenta de partes dos corpos de suas vítimas”. Respondemos que o Dr. Guido Palomba, psiquiatra forense, sempre afirma o seguinte: o psicopata habita a zona fronteiriça entre a loucura e a normalidade. Entre a noite (a doença mental) e o dia (a normalidade), há a aurora (a psicopatia). Portanto, o psicopata não é nem doente, nem normal, mas um transgressor (cf. Vanderlei de Lima. Psicopatas. Ixtlan, 2022, p. 15). Aqui, cabem duas máximas: “Nem todo delinquente é psicopata, mas todo psicopata é delinquente” e “Nem todo egocêntrico é psicopata, mas todo psicopata é egocêntrico”. Ele não olha para os outros na horizontal (“somos iguais”), mas na vertical (“sou superior a todos”).

Questionado pelos investigadores a razão pela qual passou 9 anos sem atacar e matar ninguém, Dahmer respondeu, com frieza, que “tava tentando ser um bom menino”. Esta declaração, à primeira vista periférica, é assaz importante. Demonstra que, à diferença de alguém com transtornos mentais graves, o psicopata tem pleno domínio dos seus atos. Sabe o que, onde, quando, como e com quem faz o mal. Deve, pois, responder pelos crimes junto a todos os criminosos comuns e, via medida de segurança, ficar preso por tempo indeterminado. Só deixaria a prisão ao ter constatado, por meio de psiquiatras forenses e psicólogos competentes, que a sua periculosidade, de fato, cessou.

Indagado pelos policiais se ouvia vozes, Dahmer foi enfático: “Não, eu não sou louco”. Correto! O psicopata, como dito, está na zona fronteiriça entre a loucura e a normalidade. E por que não é “louco”? – Porque o portador de transtornos mentais graves rompeu com a realidade comum para viver a sua própria. Nela, tudo é diferente. Aí, há delírios (crenças errôneas e exageradas) e alucinações (ouvir e ver o que não existe na realidade objetiva). Ora, um psicopata jamais delira e alucina. Seu grave problema está na sua má conduta de vida, não em transtornos mentais a necessitarem de tratamentos.

O filme em foco nos ensina, uma vez mais, a cuidar bem de quem tem transtornos mentais graves e a fugir dos psicopatas. Do contrário, cairemos nas suas garras.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: combater a miséria criando emprego e não poluir a natureza, abrindo caminhos de cura

O Papa Francisco com um grupo de empresários da Espanha  (VATICAN MEDIA
Divisione Foto)

O Papa encontrou cerca de 50 empresários espanhóis e os incentivou a transformar "o rosto da economia com criatividade, para que ela possa estar mais atenta aos princípios éticos", e a não se esquecerem "de que sua atividade está a serviço do ser humano, não só de poucos, mas de todos, especialmente dos pobres".

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (17/10), na Sala do Consistório, no Vaticano, os membros da Confederação Espanhola de Associações de Jovens Empresários e da Confederação Empresários da Galícia. "A presença de vocês aqui hoje é um sinal de esperança", disse o Pontífice no início de seu discurso.

A seguir, o Papa disse que "estamos vivendo uma época de evidentes desequilíbrios econômicos e sociais", e recordou as palavras do Concílio Vaticano II na Constituição Pastoral Gaudium et Spes: «Coexistem o luxo e a miséria. Enquanto um pequeno número dispõe dum grande poder de decisão, muitos estão quase inteiramente privados da possibilidade de agir por própria iniciativa e responsabilidade, e vivem e trabalham em condições indignas da pessoa humana».

"Nesse contexto, é urgente propor uma economia adequada para resolver os grandes problemas que vivemos no mundo inteiro", frisou ele. A seguir, Francisco partilhou com eles três ideias que considera oportunas para o caminhar dos empresários.

Economia e profecia

Em primeiro lugar, a profecia. Na Bíblia, o profeta é aquele que fala em nome de Deus, que transmite sua mensagem, e favorece uma mudança ao seu redor. O Papa recordou Amós, o profeta da "justiça", que denunciava já no século VII a.C. o desejo de luxo e enriquecimento dos poderosos no povo de Israel, que beneficiava apenas o setor rico, enquanto a grande maioria do povo vivia oprimida.

O Papa com um grupo de empresários espanhóis

Num contexto tão complexo quanto o atual, marcado pela guerra e pela crise ambiental, cabe a vocês desempenhar seu serviço, como profetas que anunciam e edificam a Casa comum, respeitando todas as formas de vida, se interessando pelo bem de todos e promovendo a paz. Sem profecia, a economia, e em geral toda a ação humana, é cega.

Segundo o Papa, "quando a economia se transforma em finança, tudo se torna líquido ou gasoso". "Um líder econômico-financeiro mundial, um dia conversando comigo, me disse que procurou, ele ocupava uma posição muito elevada, fazer um encontro entre economia, humanismo e religião, e foi muito bom. Tentou fazer o mesmo entre finança, humanismo e religião, e não encontraram saída". "Isso me faz pensar muito ", sublinhou Francisco.

Relação com Deus e conversão econômica

A segunda ideia é o cuidado da relação com Deus. Segundo o Papa, quando temos uma boa relação com o Senhor, começamos a dar frutos bons. «Procurem o Senhor, e vocês viverão. Procurem o bem e não o mal, e assim Deus estará com vocês», disse Francisco, citando o profeta Amós.

O heroísmo que o mundo precisa hoje de vocês só pode ser sustentável se houver raízes fortes. A conversão econômica será possível quando vivermos uma conversão do coração; quando formos capazes de pensar mais nos necessitados; quando aprendermos a colocar o bem comum antes do bem individual; quando entendermos que a falta de amor e justiça em nossas relações são consequências de uma negligência da nossa relação com o Criador, e isso também repercute em nossa Casa comum. Então, e talvez só então, seremos capazes de reverter as ações prejudiciais que estão preparando um futuro triste para as novas gerações. Lembrem-se de que cultivar uma relação com o Senhor torna possível ter raízes fortes que sustentarão os projetos que vocês desejam empreender.

O Papa com um grupo de empresários espanhóis

Combater a miséria criando emprego

A terceira ideia do Papa tem a ver com o trabalho e a pobreza. A esse propósito, o Pontífice recordou o "importante testemunho de São Francisco de Assis, que realizou não só a restauração da capela de São Damião, mas, sobretudo, contribuiu para restaurar a Igreja de seu tempo". Ele "fez isso com o amor que tinha pelos pobres e com seu modo austero de viver. Com os valores do trabalho e da pobreza, que implicam total confiança em Deus e não nas coisas, pode-se criar uma economia que reconcilie entre si os membros das diversas etapas da produção, sem desprezar uns aos outros, sem criar mais injustiças ou viver uma indiferença fria". A "miséria deve ser combatida", disse ainda o Papa, afirmando que os empresários têm "bons instrumentos" para isso, "como a possibilidade de criar empregos, contribuindo para dignificar seus próximos". De acordo com Francisco, através do trabalho, Deus "ergue da poeira o fraco e tira do lixo o indigente". Portanto, "temos um remédio para combater a doença da miséria: o trabalho e o amor pelos pobres. Sejam criativos no planejamento do trabalho, sejam criativos e isso lhes dará muito mais força", sublinhou.

A empresa deve de alguma forma não poluir mais a natureza

O Papa incentivou os empresários a transformar "o rosto da economia com criatividade, para que ela possa estar mais atenta aos princípios éticos" e a não se esquecerem "de que sua atividade está a serviço do ser humano, não só de poucos, mas de todos, especialmente dos pobres". "É importante que vocês se conscientizem de que não estão acima da natureza, mas que precisam cuidar dela, pois as gerações futuras dependem disso. A sua empresa deve ter, de alguma forma, um cuidado para não poluir mais a natureza, abrindo caminhos de cura", sublinhou Francisco, dizendo que "ainda está em nossas mãos mudar a tendência de contaminação que está destruindo, está destruindo tudo".

O Papa concluiu, dizendo que "o bom economista, o bom empresário cuida", cuida de sua empresa, de seus funcionários e da Casa comum.

Santo Inácio de Antioquia

S. Inácio de Antioquia | ComShalom
17 de outubro

Santo Inácio de Antioquia

Santo Inácio de Antioquia

Bispo e mártir, foi discípulo de São João e sagrado bispo por São Pedro e morto no Coliseu de Roma, devorado por leões.

Origens

Nascido provavelmente na Síria, algumas fontes dizem que ele teria sido a criança que Jesus colocou no meio dos discípulos e disse: “Se não vos tornardes como uma criança não entrareis no Reino dos Céus...” (Mt 18, 1-6). Inácio representa a segunda geração dos Apóstolos, tendo conhecido São Pedro, São Paulo e São João, tendo sido discípulo deste último. Sagrado bispo de Antioquia, a terceira maior cidade do império romano, mencionada várias vezes no livro dos Atos dos Apóstolos. Foi lá que os seguidores de Cristo foram chamados de “Cristãos” pela primeira vez (At 11, 26). Inácio governou a comunidade cristã de Antioquia por 40 anos. Ali, destacou-se pela santidade, pela mística profunda e pela grande liderança que exercia sobre os fiéis.

Perseguição

Pelo fato de Inácio ser uma liderança de grande destaque, o imperador Trajano, grande perseguidos dos cristãos, resolveu prendê-lo, no intuito de fazê-lo negar a fé e, assim, desencorajar o cristianismo crescente. Assim, no ano 106, Inácio foi preso por um destacamento de dez soldados romanos e forçado a negar sua fé em Cristo. Como preferiu a morte a negar Jesus, foi enviado a Roma para ser jogado aos leões no Coliseu.

Viagem gloriosa

Algemado e guardado por 10 soldados romanos, Inácio de Antioquia foi levado de navio. Os cristãos, sabendo a rota dos navios, anteciparam-se e esperaram por ele nos portos onde o navio deveria parar. Por isso, em todos os portos, multidões de fiéis esperavam para ver o bispo santo, receber sua bênção e rezar por ele. Os soldados permitiam esse contato pensando que, com a morte do líder em Roma, o cristianismo fosse perder toda essa força.

Cartas

Durante a viagem, mesmo sendo duramente maltratado pelos soldados, Santo Inácio de Antioquia escreveu sete cartas, ou epístolas que são tidas como verdadeiras preciosidades do cristianismo primitivo. São elas: Epístola a Policarpo de Esmirna (jovem bispo de Esmirna com quem Inácio se encontrou nesta viagem), aos Efésios, aos Magnésios, aos Esmirniotas, aos Filadélfos, aos Trálios e aos Romanos. Essas cartas revelam a espiritualidade profunda de Inácio, baseada na Eucaristia e na união mística com Jesus Cristo. As cartas revelam também um coração apaixonado por Jesus, a ponto de entregar sua vida por Ele. Aos cristãos de Roma, ele pediu que não interviessem por sua libertação, pois queria ser jogado aos leões como testemunha de Jesus Cristo. Inácio chamava a Eucaristia de "o remédio da imortalidade". Também a designou como o "antídoto da morte". Sobre a libertação do mal, ele disse: "Jesus na cruz fisgou o demônio como um peixe, com a isca do seu próprio Corpo".

Martírio

Santo Inácio de Antioquia chegou a Roma no último dia dos jogos que aconteciam no Coliseu. Lá, foi jogado às feras, como pedira. Antes de morrer, testemunhou sua fé dizendo a todos não ter medo da morte porque Jesus Cristo tinha alcançado para ele a vida eterna. Aos romanos, ele escreveu: “Deixai-me ser alimento das feras, pelas quais me será dado desfrutar a Deus. Eu sou o trigo de Deus: é preciso que ele seja triturado pelos dentes das feras a fim de ser considerado puro pão de Cristo”. Assim, diante de um Coliseu lotado de cruéis espectadores, Santo Inácio de Antioquia foi dilacerado e devorado pelos leões. Uma tradição diz que em seu coração encontraram escrito o nome de Jesus. Seus restos mortais foram levados para Antioquia e colocados num sepulcro às portas da cidade. Ali, são venerados até hoje, na atual Antakya, Turquia.

Oração a Santo Inácio de Antioquia

“Deus eterno e todo-poderoso, que ornais a vossa Igreja com o testemunho dos mártires, fazei que a gloriosa paixão que hoje celebramos, dando a Santo Inácio de Antioquia a glória eterna, nos conceda contínua proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

domingo, 16 de outubro de 2022

Eleições, discernimento e manipulação religiosa

joseherval | jusbrasil

ELEIÇÕES, DISCERNIMENTO E MANIPULAÇÃO RELIGIOSA

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz 
Bispo de Campos (RJ)

A recente nota da Presidência da CNBB, de 11 de outubro, adverte, de forma clara, contra a exploração da fé e da religião para angariar votos no segundo turno. Torna-se uma apropriação indevida de símbolos e espaços sagrados para veicular conteúdos de campanhas políticas eleitorais. Desvirtua-se a finalidade, precípua e sublime do culto, para exaltar pessoas e conquistar, de modo inadequado, e antiético, votos de fiéis que são, dessa forma, cooptados e distraídos da sua devoção autêntica de glorificar ao próprio Deus.  

Por outra parte, percebe-se, em certos ministros religiosos (pastores e padres), um comportamento próximo do abuso espiritual e da intimidação, ameaçando com a maldição do inferno ou até excomunhão aos eleitores que votarem no candidato contrário ao que eles defendem, como única alternativa. Esquece-se que a missão de um líder espiritual é formar consciências, não substituí-las (Amadeo Cencini), iluminar e chamar à reflexão, não determinar, coagir e direcionar o voto, cerceando-se gravemente a liberdade de expressão e o direito ao voto.  

Para esses religiosos que assumem a função de cabos eleitorais e que violentam a sacralidade das consciências dos fiéis, as pessoas tornam-se massa de manobra, ou rebanho gregário, que deve ser totalmente conduzido, sem o mínimo respeito, a suas preferências ou opções. Estes representantes do fundamentalismo religioso ainda interferem, de modo insidioso e violento, no clima eleitoral, praticando o terrorismo espiritual que divide, acirra os ânimos e gera atitudes de ódio, medo e desgosto pela atividade política.  

O Cristo do Evangelho é o grande esquecido e desconhecido por estas práticas que tornam as eleições uma guerra suja, na qual, o único que importa é ganhar, passando por cima do respeito, do amor incondicional, da justiça, legalidade, verdade, e todos os valores do Reino que o Salvador veio testemunhar para guiar a humanidade a dignidade da filiação divina e da reconciliação.  

Resgatemos a política como a arte e a ciência do bem comum, da mais alta forma de exercer a caridade, e testemunhar, de modo inequívoco, o serviço e o amor incondicional a todas as pessoas. Deus seja louvado! 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF