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sábado, 5 de novembro de 2022

Os santos que viram almas do purgatório pedindo ajuda

Renata Sedmakova | Shutterstock
Por Anne Bernet

Durante todo o mês de Novembro, dedicado às almas do Purgatório, a Igreja reza pelas almas sofredoras que esperam a alegria do Céu. Muitos santos têm visto almas atormentadas pelos seus pecados pedindo-lhes, do Purgatório, que rezem por eles.

Quando seminaristas, Dom Bosco e o seu melhor amigo, Luigi Romollo, prometem um ao outro que o primeiro dos dois a morrer voltará para informar o outro do seu destino eterno. Este juramento solene foi um tanto infantil, pois ambos sabiam que a Igreja condena as tentativas de comunicação com os mortos, mas era motivado pelo desejo de aliviar o possível sofrimento expiatório do seu ente querido. Na primeira metade do século XIX, as mortes prematuras não eram excepcionais; a morte era onipresente e, nos círculos católicos, o pensamento do fim da vida era constante.

A missa de Dom Bosco

O primeiro a morrer foi Luigi, em 1839, poucos meses antes da sua ordenação. A dor de Dom Bosco era imensa, mas ele não tinha esquecido o juramento trocado com o falecido. Na noite após a morte de Romollo, enquanto os seminaristas dormiam, ouviu-se uma voz alta através do dormitório, acordando todos; que gritou: “Bosco! Bosco! Estou salvo!” Todos reconheceram a voz do seu camarada falecido e sentiram um medo salutar, incluindo Dom Bosco.

Os dois homens prometeram um ao outro que, assim que fossem informados da morte do amigo, o sobrevivente celebraria uma missa para o repouso da sua alma."

Dom Bosco cedo compreendeu que não era necessário pedir notícias para as receber, quer na forma de um sonho, quer na noite em que o pequeno Domingos Sávio apareceu-lhe num esplêndido jardim e lhe explicou a necessidade de passar por este tipo de imagem para dar aos vivos uma ideia do esplendor da eternidade abençoada, ou através da comunicação verbal. Depois de se tornar padre, um dos colegas padres de Dom Bosco morre subitamente.

Os dois homens prometeram um ao outro que, assim que fossem informados da morte do seu amigo, o sobrevivente celebraria uma missa para o repouso da sua alma. No dia da sua morte, Dom Bosco já tinha celebrado a sua própria missa e assim adiou a celebração para o dia seguinte. No entanto, durante a noite, o falecido aparece-lhe, prostrado, em lágrimas, com dores terríveis, e censura-o amargamente por ter esquecido a sua promessa, uma vez que o abandonou “durante tanto tempo” nos tormentos do Purgatório.

Quando Dom Bosco responde que está a fazer o seu melhor, mas que não passaram doze horas desde que o seu visitante expirou, este último parece atordoado. Um pequeno detalhe que tendemos a esquecer: na eternidade, não há mais tempo e uma hora no Purgatório é provável que pareça dez anos do nosso lado da realidade… Escusado será dizer que, ao amanhecer, Dom Bosco celebra a missa prometida, com o fervor do santo que ele é, e a dedica ao seu amigo.

Uma missão expiatória: aliviar as almas em sofrimento

De facto, este tipo de aparições de almas sofredoras, que Deus permite para nos recordar a realidade do mundo invisível, da eternidade feliz ou infeliz, também nos permite levar alívio àqueles que “definham no Purgatório”, como canta um hino latino dos falecidos. É altamente improvável que os nossos mortos voltem para nós desta forma para pedir a nossa ajuda, mesmo que seja um dever rezar por eles e oferecer missas para apressar a sua entrada no Céu, uma ajuda que eles nos devolverão cem vezes e que, além disso, tornará possível suavizar e encurtar o nosso próprio purgatório. Mas não é menos verdade que, na história da Igreja, as almas em sofrimento manifestaram-se a santos e místicos capazes de assumir livremente, por amor a Cristo e aos seus irmãos e irmãs, uma missão expiatória extremamente dolorosa.

A fim de abrir as portas do Céu ao seu irmão mais novo, um pagão, que morreu aos sete anos de idade de câncer, Santa Perpétua, em 204, tendo tido uma visão da criança a morrer de sede, tristeza e angústia na escuridão, oferece-lhe os múltiplos caminhos sofridos nas masmorras sufocantes da prisão de Cartago, na expectativa do seu martírio.

Margarida Maria e Padre Pio

Margarida Maria Alacoque teve uma experiência mais aterradora quando um religioso devorado pelas chamas lhe apareceu e lhe implorou, a fim de a resgatar de um dos andares mais baixos do Purgatório, que assumisse todos ou parte dos seus tormentos. Depois de pedir permissão à sua superiora, a freira aceitou. Durante três meses, que diria terem sido os piores da sua vida, quando já estava habituada à penitência e ao sofrimento, físico, moral e espiritual, Margarida Maria rezou, ofereceu e expiou por este beneditino que não tinha sido fiel aos seus votos e às exigências do seu sacerdócio.

Após três meses assustadores, durante os quais ele a seguiu passo a passo, ela teve o alívio de o ver arrancado da sua prisão de fogo, a correr, resplandecente, em direção ao Paraíso que o mensageiro do Sagrado Coração lhe tinha finalmente aberto. O Padre Pio também ofereceu e sofreu para entregar almas presas no Purgatório.

Mas fique tranquilo! Não é necessário ir a estes extremos, que estão para além do nosso entendimento, para aliviar os mortos. Durante este mês de Novembro, e o resto do ano também, basta-nos levar nas nossas orações aqueles que amamos e por quem ainda podemos fazer muito, e aqueles milhões de estranhos que iremos encontrar, agradecidos, um dia, por quem nunca ninguém implora a misericórdia divina.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Bispo francês lamenta dessacralização da Liturgia

Guadium Press
Dom David Macaire, Bispo da ilha de Martinica, lamentou a “dessacralização da liturgia” que se verifica em tantas celebrações ao redor do mundo, e exortou os fiéis a executarem cada detalhe litúrgico com respeito e piedade.

Redação (04/11/2022 09:50, Gaudium Press) Comentando a recente Carta Apostólica do papa Francisco “Desiderio desideravi” (Tenho desejado ardentemente), sobre a formação litúrgica, o bispo de Fort-de-France, território francês na ilha de Martinica, Dom David Macaire, lamenta a “dessacralização da liturgia” em muitas celebrações católicas.

Os funerais da Rainha da Inglaterra

As recentes cerimônias dos funerais em homenagem à falecida rainha Isabel II de Inglaterra fizeram o bispo sonhar: “sonhei que Nosso Senhor merecia Ele também, nas nossas celebrações litúrgicas, uma devoção semelhante e muito mais ainda!”.

“Fiquei impressionado pelo cadre pomposo que rodeou os funerais da rainha da Inglaterra. Sem exaltar os efeitos, o cerimonial conseguiu transcender as emoções mediante coreografias sóbrias, ao mesmo tempo faustosas e humildes, e perfeitamente ordenadas. O fato de atentar-se a cada detalhe, cada gesto, cada movimento, testemunhava, mais do que gritos e lágrimas, amor e respeito! Os cantos religiosos convidavam à oração e ao aprofundamento”.

Guadium Press

Falta de piedade e respeito nas comunhões

Comparando com certas celebrações litúrgicas, o bispo pondera: “Para um bom católico, é algo quase banal poder, todos os domingos, e até todos os dias, se aproximar do Corpo e do Sangue daquele que os profetas, desde Abraão, desejaram ver”. Mas lamenta o prelado: “nas comunhões falta piedade, até mesmo respeito”.

E enfatiza: “nós misturamos a Eucaristia com todo gênero de manifestações, como se fosse preciso ‘apimentar’: danças e desenhos dos meninos do catecismo, cerimônias para honrar pessoas, discursos sócio-políticos ou teológicos, matrimônios em que os convidados não são cristãos…”

Dessacralização da Liturgia

Citando o papa Francisco, ele afirma claramente: “Estamos dessacralizando a liturgia porque ‘confundimos a simplicidade com a banalidade rasteira’ (“Desiderio desideravi”, 22). Introduzindo no ritual “danças, vibrações, emoções, percussões agressivas…”.

O bispo conclui pedindo, com o papa Francisco, que “todos os aspectos do celebrar devem ser cuidados (espaço, tempo, gestos, palavras, objetos, vestes, canto, música, …) e todas as rubricas devem ser observadas: bastaria esta atenção para evitar subtrair à assembleia aquilo que lhe é devido, isto é, o mistério pascal celebrado na modalidade ritual que a Igreja estabelece” (“Desiderio desideravi”, 23). (JMJA)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

O Papa: devemos nos comprometer a viver corajosamente a fraternidade universal

Missa Presidida pelo Papa Francisco no Estádio Nacional do Bahrein,
Awali (Vatican Media)

"Não sonhemos idealisticamente com um mundo animado pela fraternidade, mas nos comprometamos – principiando nós mesmos – a viver concreta e corajosamente a fraternidade universal, perseverando no bem mesmo quando recebemos o mal, quebrando a espiral da vingança, desarmando a violência, desmilitarizando o coração". Palavras do Papa Francisco na homilia durante a Missa pela Paz e Justiça, celebrada no Estádio Nacional do Bahrein, em Awali. neste sábado (05/11).

Jane Nogara - Vatican News

O primeiro compromisso do Papa Francisco neste sábado (05/11) foi a Santa Missa pela Paz e Justiça, celebrada no Estádio Nacional do Bahrein, em Awali. Francisco iniciou sua homilia citando Isaías que afirmou que o Messias que vem é verdadeiramente poderoso, mas “não como um líder que guerreia e domina sobre os outros, mas como ‘Príncipe da paz’ (9, 5), como Aquele que reconcilia os homens com Deus e entre si. A grandeza do seu poder não se serve da força da violência, mas da debilidade do amor”.

“Este é o poder de Cristo: o amor. E confere também a nós o mesmo poder, o poder de amar, de amar em seu nome, de amar como Ele amou. Como? De modo incondicional: não só quando as coisas correm bem e temos vontade de amar, mas sempre; não apenas aos nossos amigos e vizinhos, mas a todos, mesmo inimigos.”

Amar sempre

Em seguida convidou a refletir sobre estes dois temas: “amar sempre amar a todos”. Ao falar sobre amar sempre recordou as palavras de Jesus que nos convidam a fazer isso, isto é, “a permanecer sempre no seu amor, a cultivá-lo e praticá-lo qualquer que seja a situação onde vivermos”. Advertindo em seguida: “Mas atenção! O olhar de Jesus é realista; não diz que será fácil nem propõe um amor sentimental e romântico”, esclarecendo, “Jesus não é utópico, mas realista: fala explicitamente de ‘maus’ e de ‘inimigos’ (cf. 5, 39.43). Sabe que acontece uma luta diária entre amor e ódio, no âmbito dos nossos relacionamentos”, disse acrescentando em seguida, “Ele vê e sofre ao contemplar, nos nossos dias e em muitas partes do mundo, exercícios do poder que se nutrem de opressão e violência, procuram aumentar o espaço próprio restringindo o dos outros, impondo o próprio domínio, limitando as liberdades fundamentais, oprimindo os mais frágeis. Concluindo, Jesus bem sabe que há conflitos, opressões, inimizades".

Missa Presidida pelo Papa Francisco no Estádio Nacional do Bahrein,
Awali (Vatican Media)

Permanecer fiel no amor

Colocando a questão na prática o Papa se pergunta: “Que havemos de fazer quando nos encontramos em situações do gênero? A proposta de Jesus é surpreendente, intrépida, audaz. Pede aos seus a coragem de arriscar por algo que, na aparência, é perdedor; pede-lhes para permanecerem sempre, fielmente, no amor, apesar de tudo, mesmo perante o mal e o inimigo”.

“Aqui está o que nos pede o Senhor: que não sonhemos idealisticamente com um mundo animado pela fraternidade, mas que nos comprometamos – principiando nós mesmos – a viver concreta e corajosamente a fraternidade universal, perseverando no bem mesmo quando recebemos o mal, quebrando a espiral da vingança, desarmando a violência, desmilitarizando o coração.”

Observando em seguida que o convite de Jesus não tem a ver primariamente com as grandes questões da humanidade, “mas com as situações concretas da nossa vida: os nossos laços familiares”. “Haverá atritos, momentos de tensão, conflitos, diversidade de perspectivas, mas quem segue o Príncipe da paz deve procurar sempre a paz. Exortando em seguida: “É preciso ‘desativar’, quebrar a cadeia do mal, romper a espiral da violência”. “Devemos permanecer no amor, sempre: é o caminho de Jesus para dar glória ao Deus do céu e construir a paz na terra. Amar sempre”.

Amar a todos

Ao falar sobre o segundo aspecto “amar a todos”, Francisco disse que “podemos empenhar-nos no amor, mas não basta se o circunscrevermos à esfera restrita das pessoas de quem recebemos igualmente amor”. “Também neste caso”, esclarece o Papa, “o convite de Jesus é surpreendente, porque amplia os confins da lei e do bom senso: já é difícil, embora razoável, amar o próximo, quem é nosso vizinho”. “Mas que sucede se, quem estava distante, vem para perto de nós, se quem é estrangeiro, diferente ou de outro credo se torna nosso vizinho de casa?” E referindo ao Bahrein disse: “precisamente esta nação é uma imagem viva da convivência na diversidade, do nosso mundo marcado sempre mais pela migração permanente dos povos e pelo pluralismo de ideias, usos e tradições”.

“O verdadeiro desafio, para ser filhos do Pai e construir um mundo de irmãos, é aprender a amar a todos, mesmo o inimigo.”

“Na realidade”, disse ainda, “isto significa escolher não ter inimigos: ver no outro, não um obstáculo a superar, mas um irmão e uma irmã a amar. Amar o inimigo é trazer à terra um reflexo do Céu, é fazer descer sobre o mundo o olhar e o coração do Pai, que não faz distinções nem discrimina, mas ‘faz com que o sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores’".

Graça

Reiterando Francisco disse ainda que o poder de Jesus é o amor, e Jesus dá-nos o poder de amar desta maneira, de uma forma que nos parece sobre-humana. Na verdade, uma tal capacidade não pode ser fruto apenas dos nossos esforços; é, antes de mais nada, uma graça; uma graça que deve ser pedida com insistência. Sugerindo em seguida: “Frequentemente confiamos à atenção do Senhor muitos pedidos, mas o pedido essencial para o cristão é este: saber amar como Cristo”. Deste modo disse, “lentamente, vão caindo os muros que nos endurecem o coração e encontramos a alegria de praticar obras de misericórdia para com todos. Então compreendemos que uma vida feliz passa através das Bem-aventuranças e consiste em sermos construtores de paz (cf. Mt 5, 9).

São Zacarias e Santa Isabel

Visita de Virgem Maria à Santa Isabel e São Zacarias | rs21
05 de novembro

São Zacarias e Santa Isabel

No dia 5 de outubro, a Igreja celebra São Zacarias e Santa Isabel, moradores da aldeia Ain-Karim e parentes da Sagrada Família de Nazaré. Juntos formavam um casal repleto de fé, humildade, e uma união sólida, que jamais se deixaram levar pelas tentações da vida, e sim fiéis perante Deus e seus mandamentos.

Escolhidos por Deus

A história de São Zacarias e Santa Isabel é contada no Evangelho de São Lucas. No tempo de Herodes, o rei da Judéia, Zacarias era sacerdote da classe de Abias. Já Isabel era descendente de Aarão.

O casal possuía uma fé inabalável, corações puros e cheios de amor dedicado ao próximo. No entanto, Isabel carregava uma vergonha para uma mulher hebreia àquela época, desprestigiada pela maternidade por ser estéril. Mas foi a esterilidade dela que a tornou uma grande protagonista feminina na história religiosa da encarnação de Deus entre o povo.

 O milagre concedido pelo Senhor

Na velhice, o casal ainda não possuía filhos, e já haviam desistido de tal possibilidade. Até que Zacarias se pôs a orar num templo e um anjo enviado pelo Senhor apareceu diante de si e lhe deu a notícia de que sua mulher viria a engravidar e gerar em seu ventre um menino chamado João. Prometeu que a criança seria repleta do Espírito Santo.

“Não tenhas medo, Zacarias, porque foi ouvida tua oração; Isabel, tua mulher, vai te dar um filho a quem darás o nome de João. Ficarás alegre e contente e todos se alegrarão com seu nascimento” (Lc 1,13-14).

Mesmo diante da aparição de um anjo, Zacarias desacreditou da promessa, acreditava ser impossível uma gravidez naquela idade, então pediu um sinal de prova. Em resposta, ficou mudo durante a gestação da esposa e só tornou a falar quando João, aquele que viria a se tornar São João Batista, veio ao mundo. Assim, ao recuperar a voz, ele entoou o salmo profético, profetizando a missão do filho.

Recolhimento nos braços de Deus

Durante a maternidade, Isabel se pôs a dividir os dias em três momentos: o silêncio, a oração e a meditação. Virgem Maria, sua prima, recebeu o anúncio de sua divina maternidade do mesmo anjo que recorreu a Zacarias, e assim ficou ciente da gravidez de Isabel. Partiu às pressas para ajudar a prima nos preparativos do parto. E quando Isabel é visitada por Virgem Maria, a prima lhe concede uma bênção: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre”.

Zacarias e sua esposa se recolheram, para longe dos holofotes que o nascimento do filho trouxe, se alegraram e se satisfizeram na humildade, da mesma maneira como vieram ao mundo e assim permaneceram. O casal foi fiel a Deus até a morte, em 12 d.C.

“[...] ambos eram justos diante de Deus e cumpriram todos os mandamentos e observâncias do Senhor” (Lc 1,6).

Oração a São Zacarias e Santa Isabel

“Que Deus conceda aos pais de família imitar Zacarias e Isabel, levando-os a viver uma vida santa, sendo justos diante do Senhor e observando com exatidão Seus mandamentos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.”

São Zacarias e Santa Isabel, rogai por nós!

Fabíola Augusta, da Rede Século 21


sexta-feira, 4 de novembro de 2022

A Religião Salva?

Editora Cléofas

A Religião Salva?

 POR PROF. FELIPE AQUINO

A Religião, entendida como “instituição”, não salva. Só Jesus Cristo, segundo o protestantismo, salva… Salva, porém, (dizem os católicos) mediante seu Corpo Místico, que é a Igreja-instituição.

A Religião, que consiste em aderir à Igreja, vem a ser o sacramento pelo qual passa a salvação vinda de Cristo. A instituição que goza da assistência de Cristo, resguarda os fiéis contra o subjetivismo, que tende a destruir a mensagem revelada. Está claro, portanto, que a fé será sempre o princípio dinamizador da vida do cristão na Igreja.

No diálogo ecumênico os interlocutores protestantes apresentam a pergunta: “Religião salva?”. Pergunta à qual dão resposta negativa. Esta atitude merece consideração.

1. O problema

Eis a mensagem enviada a Pergunte e Responderemos (via internet):

“As palavras de Tiago, irmão do Senhor, líder espiritual da Igreja primitiva em Jerusalém, martirizado pelos judeus no ano 62, nos ensinam o que é religião:

“A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e conservar-se puro da mundo desse mundo” (Tg 1,27).

Religião, portanto, é algo pessoal, que se desenvolve em duas dimensões: a dimensão humana, terrena, na qual movidos por amor ao próximo e compaixão pelos necessitados, nós os auxiliamos em suas tribulações (na sociedade judaica da época, por exemplo, os órfãos e as viúvas eram os necessitados). A outra dimensão é a espiritual – à qual nos relacionamos diretamente com o Deus e Pai, guardando-nos daquilo que o mundo nos oferece e, por consequência, pode causar nossa corrupção de caráter e contaminação da alma. Seremos, portanto, maculados e afastados de Deus.

Vemos, então, que o coração da verdadeira religião não se manifesta na institucionalização de dogmas, credos ou ritos, mas na prática cotidiana do amor, porque “Deus é amor” e a sua lei é o amor. Como ensinou Jesus Cristo, nosso Salvador, a lei de Deus se resume:

‘Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo’ (Lc 10,27).

Porque Deus é único, e cada um de nós somos seres únicos, o que Ele espera de nós é que, por meio de Jesus Cristo, a cada dia vivamos esta religião pura e sem mácula”.

Dizem outros: a Religião é um conjunto de crenças, leis e práticas codificadas, aptas a atrofiar a fé, suscitando a impressão de que a pessoa religiosa pode obter efeitos mágicos.

Em nossos dias é o protestantismo neo-pentecostal que professa tais ideias, tendo em vista esvaziar os conceitos de Igreja e o Magistério da Igreja em favor da tese do livre-exame da Bíblia: a cada crente se confere o direito de configurar o Cristianismo a seu modo, já que “Religião-lgreja” não salva ninguém.

Perguntamos:

2. Que dizer?

Proporemos seis observações a respeito:

1) Sem dúvida, a fé é o dínamo da vida espiritual; é a fonte de toda prática religiosa (Cf. Rm 1,17: “o justo vive da fé”).

2) O princípio “Somente a fé” acarreta o risco do subjetivismo religioso alimentado pela prática do livre-exame da Bíblia; assim vai-se dilacerando cada vez mais o patrimônio da fé ou da Revelação Divina, como acontece nas comunidades dos Mórmons e das Testemunhas de Jeová, por exemplo.

3) Para conter o subjetivismo esvaziador, faz-se necessária uma instância objetiva, que paire acima dos subjetivismos ou dos “achismos (eu acho que…)” que é a Igreja com seu Magistério assistido pelo Espírito Santo; (cf. Jo 14, 25s). A Igreja é Mãe e Mestra, que tem a promessa da infalibilidade em matéria de fé e de Moral.

4) Mais: o Cristianismo não é simplesmente uma escola, na qual o mestre dá as suas aulas e vai embora. Cristo não é somente um Mestre martirizado. É um tronco de videira, da qual nós somos os ramos (cf. Jo 15,1-5); é Cabeça de um Corpo, do qual somos os membros (cf. 1Cor 12, 12-20). Ele continua vivo e atuante na Terra mediante os sacramentos: o Sacramento da Igreja, que prolonga o Sacramento da Encarnação e que se estende a cada cristão através dos sete sacramentos da Liturgia. Em outros termos: Deus se dá aos homens não de maneira meramente privada e individualista, mas mediante sinais, que são a humanidade de Jesus, o Corpo de Cristo que é a Igreja, e os sete sinais sacramentais (água, pão, vinho, gestos, palavras), que perfazem o que se chama uma instituição. Esta é indispensável para que haja ordem numa sociedade.

5) Está claro que somente Jesus Cristo salva, mas Ele quer salvar mediante a Igreja, da qual Ele é Cabeça, Igreja que professa o seu Credo, tem seu Código de Moral e seus ritos sagrados… Este conjunto institucional não sufoca a fé, mas a preserva contra o subjetivismo deteriorante.

6) Para preencher seu papel de instrumento da salvação, a Religião ou a religiosidade do cristão há de ser esclarecida e consolidada mediante a leitura e o estudo, preservando-a de cair na superstição e no sincretismo. Cada fiel católico saberá avaliar as modalidades de aprofundamento da fé de que precisa.

Eis em que termos se pode dizer que, se a Religião não salva, Ela é ao menos indispensável instrumento de salvação.

Dom Estêvão Bettencourt, osb.
Revista Pergunte e Responderemos, n. 518. Agosto de 2005.

20% dos católicos não se sentem confortáveis em partilhar a sua fé

makasana photo / Shutterstock
Por Zoe Romanowsky

Novo estudo revela o que as pessoas consideram útil quando se trata de crescer na fé. Veja:

Podemos pensar que alguém que está profundamente comprometido com sua fé se sentiria confortável em partilhá-la com outros. Mas não é necessariamente esse o caso.

Um novo estudo da DeSales Media em parceria com a Vinea Research revelou que 1 em cada 5 católicos não se sente preparado para partilhar a sua fé e deseja ter mais formação.

O estudo examinou mais de 3.200 pessoas que declararam a sua fé “central para as suas vidas”. A investigação foi feita entre Maio e Dezembro de 2021, em parceria com 22 organizações católicas, a maioria das quais está listada no relatório. 

“Há uma grande necessidade do trabalho de formação de discípulos motivados dentro das nossas comunidades. Muitas pessoas simplesmente não sabem a quem recorrer para adquirir as competências necessárias para falar livremente sobre a sua fé numa variedade de cenários”, disse Bill Maier, CEO da DeSales Media.

“Especialmente após a diminuição pós-pandémica da participação nas missas, precisamos urgentemente de levar as ferramentas certas às pessoas certas para que a fé na Igreja Católica de Jesus seja reacendida naqueles que se afastaram.”

Mas embora haja aqui uma necessidade importante identificada para os líderes ministeriais prestarem atenção, há também algumas boas e úteis notícias. A maioria dos inquiridos no estudo disse que reza diariamente e que os sacramentos são centrais para as suas vidas espirituais, e que os meios de comunicação impressos e digitais são uma componente integral disso.

Os meios digitais tais como websites, podcasts, e aplicações estão a tornar-se rapidamente ferramentas essenciais para os católicos de hoje, uma vez que a grande maioria citou algum tipo de meio digital como uma fonte chave de formação, DeSales Media notou no seu comunicado de imprensa.

Dave Plisky, Diretor de Produção e Inovação da DeSales Media, disse que o estudo pode ajudar aqueles que estão no ministério a “identificar e compreender a jornada espiritual dos discípulos motivados” e que mostra “como nós, como Igreja, podemos ajudar os católicos a formar relações mais profundas com Deus e com os outros”.

Houve outras descobertas chave no estudo. Os participantes expressaram uma “necessidade de crescimento nas áreas da humildade, ‘tomar a sua cruz,’ e realizar obras de misericórdia espiritual. Também expressaram a necessidade de oportunidades de retiro, direção espiritual, e a importância de ir mais frequentemente à confissão”.

Mesmo que não seja um líder ministerial, esta é uma grande informação a considerar para a sua própria vida espiritual e a da sua família. Como está a aprofundar a sua fé? Está a rezar diariamente? Como é que está a servir os outros? Há recursos disponíveis na sua paróquia, online, ou impresso, a que se pode recorrer?

Novembro é o mês em que a Igreja reflete sobre as últimas coisas, a fim de viver e morrer bem. É uma boa altura para pensar em como pode crescer na sua fé e partilhá-la com aqueles que Deus coloca no seu caminho.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Disponíveis spots de rádio para o VI Dia Mundial dos Pobres no Brasil

CNBB

DISPONÍVEIS SPOTS DE RÁDIO PARA O VI DIA MUNDIAL DOS POBRES NO BRASIL

Os organizadores da celebração brasileira do Dia Mundial dos Pobres disponibilizaram mais três materiais para divulgação da data, criada pelo Papa Francisco em 2016. São oferecidos spots de áudio para serem utilizados nas rádios de todo o Brasil. O material contém uma divulgação da jornada, entre os dias 6 e 13 de novembro deste ano, bem como reflexões sobre a cultura do descarte e sobre as causas da miséria.

Neste ano, o Papa Francisco motivou a reflexão para a sexta edição do Dia Mundial dos Pobres a partir do texto bíblico da segunda carta aos Coríntios: “Jesus Cristo fez-se pobre por vós” (cf. 2 Cor 8, 9). A intenção com o convite – tomado do apóstolo Paulo – é manter o olhar fixo em Jesus, que, “sendo rico, se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza”.

Já o tema escolhido pela Igreja do Brasil para animar esta VI Jornada é “Dai-lhes vós mesmos de comer!”, em consonância com a Campanha da Fraternidade 2023, que traz o tema “Fraternidade e fome”, e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16).

Além dos spots de rádio, estão disponíveis outros materiais de divulgação, como a identidade visual, cartaz em pdf, arte para camiseta e ilustração oficial da iniciativa. Os organizadores também disponibilizaram o caderno formativo, um subsídio para o VI Dia Mundial dos Pobres.

Confira e baixe os materiais:

📣 Spots de rádio

📙 Acesse aqui o caderno formativo

🎨 Identidade visual JMP 2022

🔸 Logo JMP

A história da Jornada Mundial dos Pobres

No dia 20 de novembro de 2016, na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres. Na mensagem de lançamento ele disse: “Este dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade”.

No Brasil, nos primeiros anos, a CNBB confiou à Cáritas Brasileira a animação e a mobilização do Dia Mundial dos Pobres. A entidade, nesse período, já realizava a Semana da Solidariedade – para pensar e agir por um país justo, fraterno, igualitário, solidário e amoroso, por ocasião de seu aniversário de fundação, 12 de novembro de 1956. A partir da III Jornada Mundial dos Pobres, as Pastorais e Organismos Sociais ligados à Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB assumiram coletivamente a animação e mobilização do Dia Mundial dos Pobres.

O Papa no Bahrein: a vocação de todo ser humano na terra é de fazer a vida prosperar

O Papa Francisco no encontro com autoridades do Bahrein | Vatican News

"Rejeitemos a lógica das armas e invertamos o rumo, transformando as enormes despesas militares em investimentos para combater a fome, a falta de cuidados da saúde e da educação", disse Francisco em seu primeiro discurso no Bahrein.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco encontrou-se, nesta quinta-feira (03/11), com as Autoridades, Representantes da sociedade civil e o Corpo diplomático no Palácio Real Sakhir, em Awali, no Bahrein, no âmbito de sua 39ª Viagem Apostólica Internacional por ocasião do "Fórum do Bahrein para o Diálogo: Oriente e Ocidente para a Coexistência Humana".

Francisco agradeceu ao Rei do Bahrein, Sua Majestade Hamad bin Isa bin Salman Al Khalifa, pelo "amável convite para visitar o Reino do Bahrein", pelo "caloroso e generoso acolhimento" e suas palavras de boas-vindas.

"Aqui, onde as águas do mar circundam as areias do deserto e imponentes arranha-céus se erguem ao lado dos tradicionais mercados orientais, cruzam-se realidades muito diferentes: convergem antiguidade e modernidade, fundem-se história e progresso, e sobretudo pessoas da mais variada proveniência formam um original mosaico de vida", disse o Papa no início de seu discurso.

Pesquisa e valorização de seu passado

A fala do Papa foi norteada pelo «emblema de vitalidade» que caracteriza o país: a «árvore da vida» (Shajarat-al-Hayat). "Uma majestosa acácia, que, há séculos, sobrevive numa zona deserta, onde a chuva é muito escassa. Parece impossível que uma árvore tão longeva resista e prospere em tais condições. Na opinião de muitos, o segredo estaria nas raízes, que se estendem por dezenas de metros sob o solo, recorrendo aos depósitos subterrâneos de água."

"As raízes! O Reino do Bahrein empenha-se na pesquisa e valorização do seu passado, que fala de uma terra extremamente antiga, para onde acorriam os povos: sempre foi lugar de encontro entre populações diferentes", sublinhou Francisco, ressaltando que a maior riqueza das raízes do Bahrein "se vê na sua variedade étnica e cultural, na convivência pacífica e no tradicional acolhimento da população".

Segundo o Papa, os vários "grupos nacionais, étnicos e religiosos que coexistem" no Bahrein "testemunham que é possível e se deve conviver em nosso mundo", que se tornou uma "aldeia global, na qual dando como certa a globalização, ainda é em muitos aspectos desconhecido «o espírito da aldeia»", formado de "hospitalidade, solicitude pelo outro e fraternidade".

Trabalhar em prol da esperança

De acordo com Francisco, vemos o "crescimento em larga escala da indiferença e mútua suspeita, da extensão de rivalidades e contraposições que se esperavam superadas, de populismos, extremismos e imperialismos que põem em perigo a segurança de todos. Não obstante o progresso e tantas conquistas civis e científicas, aumenta a distância cultural entre as várias partes do mundo e, às benéficas oportunidades de encontro, antepõem-se perversas atitudes de conflito".

Em vez disso, pensemos na árvore da vida e distribuamos, nos desertos áridos da convivência humana, a água da fraternidade: não deixemos evaporar-se a possibilidade do encontro entre civilizações, religiões e culturas, não permitamos que sequem as raízes do humano!

“Trabalhemos juntos, trabalhemos em prol do todo, em prol da esperança! Estou aqui, na terra da árvore da vida, como semeador de paz, para viver dias de encontro, participar do Fórum de diálogo entre Oriente e Ocidente em prol da coexistência humana pacífica.”

O Pontífice disse que esses dias passados no Bahrein "marcam uma etapa preciosa no percurso de amizade que tem vindo a intensificar-se, nos últimos anos, com vários líderes religiosos islâmicos: um caminho fraterno que, sob o olhar do Céu, quer favorecer a paz na Terra".

Contribuição de diferentes povos

Francisco manifestou apreço "pelas conferências internacionais e as oportunidades de encontro que este Reino organiza e favorece, centrando-se especialmente na temática do respeito, da tolerância e da liberdade religiosa".

Voltando à árvore da vida, o Papa sublinhou que "os vários ramos de diferentes tamanhos que a caracterizam, com o passar do tempo, deram vida a espessas ramagens, fazendo crescer a sua altura e circunferência. Neste país, foi a contribuição de tantas pessoas de diferentes povos que consentiu um notável progresso produtivo".

“Isto tornou-se possível graças à imigração, que regista no Reino do Bahrein uma das taxas mais elevadas do mundo: cerca de metade da população residente é estrangeira e trabalha de forma significativa para o progresso de um país, onde – tendo deixado a própria pátria – se sente em casa.”

Todavia não se pode esquecer que, nos nossos dias, há ainda muita falta de trabalho e demasiado trabalho desumano: isto acarreta não só graves riscos de instabilidade social, mas representa um atentado à dignidade humana. De fato, o trabalho não é necessário apenas para se ganhar a vida, mas constitui também um direito indispensável para nos desenvolvermos integralmente e moldarmos uma sociedade à medida do ser humano.

Promoção em toda a área dos direitos 

A seguir, o Papa chamou a atenção para a crise do trabalho em todo o mundo. "Muitas vezes falta o trabalho, precioso como o pão; frequentemente é pão envenenado, porque escraviza". Ele pediu para que "sejam garantidas condições de trabalho seguras e dignas do ser humano, que não impeçam, mas favoreçam a vida cultural e espiritual; que promovam a coesão social, em prol da vida comum e do próprio progresso dos países".

O Bahrein pode gloriar-se de preciosas conquistas neste sentido: penso, por exemplo, na primeira escola feminina surgida no Golfo e na abolição da escravatura.

“Continue sendo farol na promoção em toda a área dos direitos e condições justas e cada vez melhores para os trabalhadores, as mulheres e os jovens, garantindo ao mesmo tempo respeito e solicitude por quantos se sentem mais à margem da sociedade, como os emigrantes e os reclusos: o desenvolvimento verdadeiro, humano, integral mede-se sobretudo pela atenção que lhes é prestada.”

A questão ambiental

A árvore da vida, que se ergue, solitária, na paisagem deserta, sugeriu ao Papa refletir sobre "dois âmbitos decisivos para todos e que interpelam primariamente quem, governando, detém a responsabilidade de servir o bem comum".

Em primeiro lugar, a questão ambiental: quantas árvores são derrubadas, quantos ecossistemas devastados, quantos mares poluídos pela ganância insaciável do homem, cuja conta se deve pagar depois! Não nos cansemos de trabalhar em prol desta dramática pendência, realizando opções concretas e previdentes, pensando nas gerações mais jovens, antes que seja demasiado tarde e se comprometa o seu futuro.

“Que a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP27), que terá lugar no Egito dentro de poucos dias, constitua um passo em frente no referido sentido!”

Fazer a vida prosperar

Em segundo lugar,  "a vocação de todo ser humano na terra: fazer a vida prosperar". Infelizmente, vemos hoje e cada vez mais "ações e ameaças de morte". O Papa pensou em "particular na realidade monstruosa e insensata da guerra, que semeia por toda a parte destruição e erradica a esperança. Na guerra, aparece o lado pior do ser humano: egoísmo, violência e mentira. Sim, porque a guerra, qualquer guerra, constitui também a morte da verdade".

Rejeitemos a lógica das armas e invertamos o rumo, transformando as enormes despesas militares em investimentos para combater a fome, a falta de cuidados da saúde e da educação. Tenho no coração a tristeza por tantas situações de conflito.

“Olhando para a Península Arábica, cujos países desejo saudar com cordialidade e respeito, dirijo um pensamento especial e sentido ao Iêmen, martirizado por uma guerra esquecida que, como qualquer guerra, não leva a nenhuma vitória, mas apenas a amargas derrotas para todos.”

Recordo na oração sobretudo os civis, as crianças, os idosos, os doentes, e imploro: calem-se as armas, comprometemo-nos por toda parte e de verdade em prol da paz!

"A respeito disto, a Declaração do Reino do Bahrein reconhece que a fé religiosa é «uma bênção para todo o gênero humano», o alicerce «para a paz no mundo». Estou aqui como fiel, como cristão, como homem e peregrino da paz, porque hoje, mais do que nunca, somos chamados a nos comprometer seriamente com a paz", concluiu.

Por que a Coreia do Sul quer sediar a Jornada Mundial da Juventude?

Antoine Mekary | ALETEIA | I.MEDIA
Por Francisco Vêneto

Arquidiocese de Seul manifestou o desejo de organizar a edição de 2027 e o arcebispo explica um dos motivos mais dolorosos.

A Coreia do Sul quer sediar a Jornada Mundial da Juventude prevista para o ano de 2027 – a edição imediatamente seguinte à de Lisboa, que acontece em 2023.

O desejo foi manifestado pela Arquidiocese de Seul, cujo arcebispo, dom Peter Chung Soon-taick, explicou uma das motivações mais pungentes para o país:

“Seria uma oportunidade extraordinária para relançar a pastoral juvenil num país que luta com o inverno demográfico e com um sistema educacional dominado pela competitividade”.

De fato, a mesma Coreia do Sul que quer sediar a Jornada Mundial da Juventude apresenta hoje uma das taxas de natalidade mais baixas do planeta, com 0,8 filhos por casal. A preocupante diminuição do número de jovens no país repercute em todos os âmbitos – inclusive, naturalmente, na Igreja.

Dom Chung, que confirmou a intenção de apresentar oficialmente a candidatura de Seul para sediar a JMJ 2027, acrescenta:

“Precisamos de um ponto de virada para a pastoral juvenil em Seul e a JMJ é uma ocasião propícia. Apresentamos o projeto aos outros bispos da Coreia, que deram seu apoio. Ainda não há nada decidido. Mas estamos preparando o dossiê para ser enviado à Santa Sé com a nossa candidatura. Pode ser uma excelente oportunidade para reunir os jovens em torno de um projeto que os torna protagonistas. Daria início a um processo. E, após concluído, seria bom compartilhar a nossa experiência com todos. Seria uma oportunidade missionária para compartilhar os valores do Evangelho em nossa sociedade”.

A Coreia do Sul enfrenta graves problemas sociais também em decorrência da pressão desmedida pela competitividade e por indicadores de suposto sucesso individual, sobretudo nos resultados acadêmicos e profissionais.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF