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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Comunidades do Caminho Neocatecumenal são apresentadas a Dom Paulo Cezar

Pascom | arqbrasilia

Comunidades do Caminho Neocatecumenal são apresentadas a Dom Paulo Cezar

No domingo, 6 de novembro, as 270 comunidades do Caminho Neocatecumenal da Arquidiocese de Brasília foram apresentadas ao Arcebispo Cardeal Dom Paulo Cezar Costa. O encontro aconteceu na Arena BRB “Nilson Nelson”.

A apresentação foi conduzida pela Equipe responsável pelo Caminho Neocatecumenal no Brasil, composta pelo Padre José Folqué e Raúl Viana. Padre José agradeceu a presença de Dom Paulo, afirmando que aquele era também um momento de acolhida “sincera e verdadeira do Bispo que o Senhor colocou na Arquidiocese de Brasília”. Ele ressaltou a importância da apresentação como sinal de comunhão, uma vez que o Caminho Neocatecumenal é a Igreja e se inicia em uma paróquia com o pedido do pároco e o consentimento do Bispo.

Padre José explicou que o “Caminho Neocatecumenal propõe colocar dentro da paróquia a renovação do Batismo, que, já na Igreja Primitiva, não era apenas um rito, mas um processo que se chamava ‘catecumenato’ e era levado pela mão do Bispo, junto com os catequistas, selando a fé com o Batismo. O Concílio Vaticano II pediu que fosse restaurada nas paróquias essa recuperação do Batismo, que fica latente após sermos batizados na infância”.

O Caminho Neocatecumenal é um Itinerário de Iniciação Cristã que nasceu na década de 1960, em Madri, Espanha, com Kiko Argüello e Carmen Hernández (Carmen faleceu em 2016 e, atualmente, corre seu processo de beatificação). Em Brasília, esse carisma chegou em abril de 1979, quando Dom José Newton de Almeida Batista, então Arcebispo, acolheu os primeiros catequistas itinerantes. Após 43 anos, dez mil pessoas estão inseridas nas comunidades neocatecumenais, que se encontram em 33 paróquias da Arquidiocese.

Os frutos deste Itinerário

O Caminho Neocatecumenal está a serviço da Igreja para a Nova Evangelização, a fim de anunciar o amor de Jesus Cristo por todas as nações.  Ao longo desses anos, este anúncio tem transformado a vida de muitas pessoas que se abrem ao chamado do Senhor, permitindo, assim, o surgimento de novas vocações: presbíteros, religiosas e famílias abertas à vida à luz da Encíclica Humanae Vitae, de São Paulo VI.

Foi com o objetivo de formar presbíteros missionários que nasceram os Seminários Missionários Arquidiocesanos Redemptoris Mater. Em Brasília, o Seminário Redemptoris Mater foi erigido em 1990 e, no momento, conta com 60 seminaristas que ali se formam. Todos eles, junto com seus formadores participaram do encontro com Dom Paulo na Arena BRB “Nilson Nelson”.

A Igreja Doméstica

Após a explanação sobre o início do Caminho em Brasília e a apresentação das etapas do percurso neocatecumenal, foram ouvidos alguns testemunhos. A família de Francisco e Franscinalva de Castro começou o Caminho Neocatecumenal há 29 anos, na Paróquia São Pedro Apóstolo (Ceilândia). Dos oito filhos do casal, dois são seminaristas. “Deus nos abençoou com estes filhos e, em família, podemos rezar. Na mesa do altar familiar, passamos a fé aos nossos filhos, a fé que eu tenho recebido da Santa Mãe Igreja, no Caminho Neocatecumenal; e nesta família, Deus suscitou as vocações dos meus filhos”, testemunhou Francisco para Dom Paulo. Ele também falou sobre a experiência da vida na comunidade cristã: “O Senhor nos deu uma comunidade cristã onde pudemos viver este anúncio, com o Senhor nos chamando à conversão, a deixar o homem velho e fazer brotar em nós o homem novo. Essa foi a aliança que Deus fez conosco e à qual Ele tem sido fiel, por isso, hoje, estamos dentro de uma comunidade onde podemos viver entre nossos 48 irmãos o amor, o perdão e a presença do Senhor”.

Paloma de Oliveira Timo, de 24 anos, vive a fé em uma comunidade neocatecumenal na Paróquia Nossa Senhora da Esperança (Asa Norte). Ela testemunhou a mudança de vida na alegria de conhecer Cristo, que dá sentido à sua vida e à sua juventude buscando defender a castidade: “Foi numa comunidade cristã que Deus me mostrou que me ama profundamente. Foi ali que a face amorosa de Deus se apresentou a mim, de um Deus que sempre cuidou de mim, que é Pai. De um coração seco, Deus me seduziu com sua beleza, com a beleza dos cantos, com a beleza da Palavra de Deus e hoje sou feliz!”, disse.

Padre Gean Rabelo Fernandes, da Paróquia Santa Maria dos Pobres (Paranoá), deu o testemunho da misericórdia de Deus na sua vida e como surgiu a sua vocação missionária durante a juventude, mesmo com os combates da fé. Por ter sempre experimentado a fidelidade de Deus na sua vida, ele afirmou estar disponível para partir em missão para qualquer lugar do mundo, conforme o envio do Arcebispo.

Desde que foi erigido o Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater, em 1990, a Arquidiocese de Brasília já enviou mais de 50 presbíteros em missão.

O mandato da evangelização

Ao se dirigir às comunidades, Dom Paulo manifestou alegria “de ver a força daquilo que o Senhor foi fazendo a partir de 1979, quando o Caminho começou na Arquidiocese”. O Cardeal exortou e encorajou todos os presentes a serem testemunhas do Cristo ressuscitado em toda e qualquer circunstância, seja em uma missão específica, seja na vida cotidiana: “Quem amadurece na fé tem que ser evangelizador. Nós temos uma missão fundamental na nossa sociedade hoje. Talvez o mundo peça para entrarmos no deserto da vida das pessoas, ir ao deserto e falar ao coração das pessoas, escutá-las, se colocar ao lado delas. Este é o grande desafio da evangelização hoje, mas é um desafio no qual nós temos certeza de que não estamos sozinhos: o Senhor está conosco! E esta é a Igreja em saída de que o Papa Francisco tem falado, a Igreja que se faz presente através de vocês, nos lugares em que vocês estão para anunciar o amor de Jesus que dá vida nova e eu conto incondicionalmente com vocês!”

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Seminário Redemptoris Mater de Brasília

rmater

CAMPANHA 2022

Estimados irmãos,

A paz do Senhor esteja com cada um de vocês suas famílias e comunidades!

No final deste ano de 2022, o Seminário Redemptoris Mater de Brasília está lançando uma campanha com o objetivo de levar adiante a pintura de dois ambientes de nosso Seminário. Serão feitos ícones que nos ajudarão na oração e conduzirão à contemplação, pois a beleza fala de Deus. “Ai de mim se não anunciar o evangelho”. Mas para que a boa nova do evangelho seja anunciada, é necessário que pessoas sejam enviadas! Em nosso Seminário temos a missão de preparar presbíteros para anunciar a nova do Reino do Céus e assim ajudar a tantos que não têm mais sentido em suas vidas. Cristo vivo tem o poder de mudar a vida de todos aqueles que acolhem o anúncio do amor gratuito de Deus.

Individualmente, por família ou mais famílias, comunidade ou paróquia, pedimos a doação de R$ 500,00 reais até o final do ano. Sabemos que a união faz a força!

É Deus que concederá o cêntuplo por tudo aquilo que fizerem em prol desta obra de evangelização! PARTICIPE DESTA OBRA! Ajudem-nos nesta campanha e também ajudem a divulgar nosso pedido.

ALGUMAS FORMAS PARA COLABORAR NA CAMPANHA:

1) Individualmente: R$ 500,00 (doação única ou duas vezes de R$ 250,00).
ou
2) Uma família: R$ 500,00 (doação única ou duas vezes de R$ 250,00)
ou
3) Duas famílias: R$ 125,00 por família a cada mês.
ou
4) Três famílias: R$ 84,00 por família a cada mês.
ou
5) Quatro famílias: R$ 62,50 por família a cada mês.

Sejam criativos e busquem doadores para o nosso Seminário, caso seja possível alguma doação maior, temos inúmeras necessidades! Que o Senhor inspire a cada um!
Que Deus abençoe a todos!

DOAÇÃO VIA PIX (CAIXA, CHAVE EMAIL): SRMBSBCAIXA@RMATER.ORG.BR

Fonte: https://www.rmater.org.br/

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Da Homilia de um Autor do século segundo

liturgiadashoras

Da Homilia de um Autor do século segundo

(Cap.3,1-4,5; 7,1-6: Funk 1,149-153)

Testemunhemos a Deus pelas obras

O Senhor usou para conosco de uma misericórdia tão grande que, primeiramente, nós, seres vivos, não sacrificássemos a deuses mortos nem os adorássemos, e levando-nos por Cristo ao conhecimento do Pai da verdade. E qual é o conhecimento que nos conduz a ele? Não é acaso não negar Aquele por quem o conhecemos? Ele mesmo declarou: Ao que der testemunho de mim, eu darei testemunho dele diante do Pai (cf. Lc 12,8). É este o nosso prêmio: testemunhar aquele por quem fomos salvos. Como o testemunharemos? Fazendo o que diz, sem desprezar seus mandamentos, honrando-o não com os lábios só, mas de todo o coração e inteligência. Pois Isaías disse: Este povo me honra com os lábios, seu coração, porém, está longe de mim (Is 29,13).

Portanto, não nos contentemos em chamá-lo de Senhor; isto não nos salvará. São suas as palavras: Não é quem me diz Senhor, Senhor, que se salvará, mas quem pratica a justiça (cf. Mt 7,21). Por isso, irmãos, demos testemunho pelas obras: amemo-nos mutuamente, não cometamos adultério, não nos difamemos uns aos outros nem nos invejemos, mas vivamos na continência, na misericórdia, na bondade. E sejamos movidos pela mútua compaixão, não pela cobiça. Confessemo-lo por estas obras, não pelas contrárias. Não temos de temer os homens, mas a Deus. Porque o Senhor disse aos que assim procediam: Se estiverdes comigo, reunidos em meu seio e não cumprirdes meus mandamentos, eu vos repelirei e direi: Afastai-vos de mim, não sei donde sois, operários da iniqüidade (cf. Mt 7,23; Lc 13,27).

Por conseguinte, irmãos meus, lutemos, sabendo que o combate está em nossas mãos. Muitos se entregam a lutas corruptíveis, mas somente são coroados aqueles que mais tiverem lutado e combatido gloriosamente. Lutemos, pois, também nós, para sermos todos coroados. Para isto, corramos pelo caminho reto, pelo combate incorruptível. Naveguemos em grande número para ele e pelejemos, a fim de obter a coroa. Se não pudermos todos ser coroados, que ao menos dela nos aproximemos. Convém-nos saber que se alguém se entrega a um combate corruptível, mas é surpreendido com o corruptor, é flagelado, afastado e expulso do estádio.

Que vos parece? Que deverá padecer quem corrompe o combate da incorrupção? Sobre aqueles que não guardam o caráter, se diz: Seu verme não morre, seu fogo não se extingue e serão dados em espetáculo a toda carne (Is 66,24).

Quando a vontade de Deus é tão diferente da minha…

Guadium Press
Tudo vai bem quando tudo vai bem, mas basta que os acontecimentos comecem a se precipitar de uma forma que nos desagrade, e já passamos a duvidar da vontade de Deus, duvidar até mesmo que Ele esteja no controle.

Redação (06/11/2022 11:19Gaudium Press) Ao longo da vida, conhecemos muitas pessoas piedosas, que aparentam ser verdadeiramente consagradas a Deus e que demonstram estar sempre dispostas a fazer a vontade dEle. No entanto, entre a aparência e a realidade, existe uma distância que nossa limitada percepção não consegue alcançar.

Parece haver uma tendência de sermos dóceis à vontade de Deus, desde que ela seja o reflexo da nossa vontade, ou seja, desde que a nossa vontade prevaleça e nos permita fazer de conta que se trata da vontade de Deus. Exemplos disso são comuns quando tudo vai bem.

E alimentamos a ilusão de que tudo vai bem porque estamos vivendo em conformidade com a vontade de Deus, mas, na verdade, só nos sentimos bem porque as coisas estão acontecendo sem contrariar a nossa vontade.

Porém, basta que alguma coisa saia dessa linha reta, que lá se vai a nossa serenidade, a nossa humildade e a nossa capacidade de viver em conformidade com a vontade de Deus.

Quando os acontecimentos nos contrariam…

Outra coisa lamentável que costumamos fazer é aplicar a vontade de Deus à vida das outras pessoas. É comum dizermos “Deus não gosta disso. Deus não se agrada daquilo. Deus age assim ou assim diante de tal situação”. Agimos como se fôssemos amigos íntimos de Deus, para os quais Ele faz confidências sobre o seu modo de agir e a sua vontade.

Então, fazemos previsões de coisas que imaginamos que acontecerão. Entretanto, essas previsões se baseiam exclusivamente naquilo que nós achamos que seja a vontade de Deus, e não no que realmente é a vontade dEle.

Tudo vai bem quando tudo vai bem, mas basta que os acontecimentos comecem a se precipitar de uma forma que nos desagrade, e já passamos a duvidar da vontade de Deus, duvidar até mesmo que Ele esteja no controle. Em tais circunstâncias, para a vida se tornar um caos e perdermos a fé, é um passo, pois, nessas horas, corremos o risco de agir como crianças mimadas.

Quantas vezes, ao rezar pedindo alguma coisa a Deus, estamos, na verdade, tentando determinar o que esperamos que Ele faça por nós, e depois, quando vem um resultado que diverge daquilo que tínhamos certeza que aconteceria, vamos protestar, vamos fazer birra, vamos obstruir o caminho do outro, vamos brigar, vamos agredir.

Nem sempre percebemos, mas, nesses momentos, mostramos aos outros como somos hipócritas, porque anunciamos aos quatro ventos que confiamos na vontade de Deus e que vai acontecer tal ou tal resultado, contudo, se o vento muda e o resultado é o oposto daquilo que acreditamos e anunciamos, nós simplesmente não aceitamos.

Para onde foi a fé? Para onde foi a conformidade com a vontade de Deus se não aceitamos o resultado dos acontecimentos? Será que esquecemos que Ele está no controle de tudo, sempre? Ou a vontade dEle só é real quando atende aos nossos interesses, aos nossos caprichos, àquilo que nós julgamos que seja justo e bom, mas que não é o que Ele determina?

Santo Afonso Maria de Ligório nos ensina que “o grande ponto é abraçar a vontade divina em tudo quanto acontece, seja agradável ou desagradável às nossas inclinações.” E Santa Teresa D’Ávila nos diz, sobre o que pedimos a Deus, que “tudo o que se deve procurar no exercício da oração é a conformidade da nossa vontade com a vontade divina, tendo por certo que nisto consiste a maior perfeição”.

Aceitar a vontade soberana de Deus

Nos últimos meses, temos vivido um período difícil, de muita polarização política, passando por um processo eleitoral completamente atípico. Até os momentos finais, estivemos diante de uma balança muito equilibrada, o que demonstrou que uma linha tênue dividiu o país em duas partes, com duas ideologias opostas.

Em tempos de crise, quando há grande comoção social, é comum as pessoas dizerem que não se pode aceitar tudo passivamente. Não obstante, se temos fé, verdadeiramente, sabemos que em tudo se faz a vontade de Deus, mesmo quando ela não pareça lógica, porque Deus não se curva aos nossos desejos, todavia, age com justiça e sabedoria, sempre para o bem de todos e de cada um.

Findo o pleito, muitas pessoas que dobraram os joelhos repetidas vezes, pedindo – e esperando – por um determinado resultado, enfrentam dificuldades em aceitar o resultado, por ele divergir do que elas pediram em suas orações. Mas, se somos cristãos e se, de fato, acreditamos que Deus está no controle de todas as coisas, precisamos admitir que aconteceu o que tinha de acontecer. E, mesmo que metade da população tenha ficado insatisfeita com o resultado das urnas, o presidente eleito não governará apenas para a metade que o elegeu, mas para a totalidade dos brasileiros, e só resta aos que se sentiram derrotados, aceitar que muitas vezes a vontade de Deus faz chover quando se deseja sol.

Que pessoas desprovidas de fé não aceitem o rumo dos fatos é uma coisa; aos cristãos, aos católicos, porém, que pautam suas vidas pelos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, que são guiados pelas santíssimas mãos de Maria, cabe lembrar que, tanto o presidente eleito quanto o presidente derrotado merecem o nosso respeito e necessitam de nossas orações, e que a paz e a ordem são o objetivo maior.

Não aceitar a vontade soberana de Deus, e acreditar que, num quesito tão importante quanto a escolha do governo de uma nação do porte da nossa, as coisas tenham fugido ao controle de nosso Criador, é o caminho mais curto para a revolta, o sofrimento e a perda da fé, e só revela o quanto ainda flertamos com a hipocrisia e o quanto estamos longe da verdadeira conversão.

Não nos esqueçamos de que o ato político mais injusto da História levou à cruel morte na cruz o Inocente por excelência, Aquele a quem servimos e amamos, e que nem mesmo isto esteve em desacordo com a suprema e soberana vontade de Deus.

Por Afonso Pessoa

Fonte: https://gaudiumpress.org/

O Papa: "três guerras mundiais em um século, sejam pacifistas"!

Papa Francisco na coletiva de imprensa  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

No voo de retorno do Bahrein, Francisco falou sobre a Ucrânia e os muitos conflitos do mundo. Ele falou de sua amizade com o Grão Imame de Al-Azhar, da importância de dar direitos e igualdade às mulheres, dos migrantes nos navios, dos abusos de crianças. E aos católicos alemães disse: "A Alemanha já tem uma grande Igreja evangélica, eu não gostaria de ter outra".

DO VOO PAPAL

Eis a transcrição de trabalho da conversa do Papa Francisco com jornalistas no voo de retorno do Bahrein.

1) Fatema Alnajem (Bahrain News Agency)

Gostaria de lhe dizer algo antes de lhe fazer minha pergunta. O senhor tem um lugar muito especial no meu coração, não só porque visitou meu país, mas porque quando o senhor foi eleito Papa, era o dia do meu aniversário. Tenho uma pergunta: como o senhor avalia os resultados de sua histórica visita ao Reino do Bahrein e como avalia os esforços que o Bahrein está fazendo para consolidar e promover a convivência, em todos os âmbitos da sociedade, de todas as religiões, sexos e raças?

Foi uma viagem de encontro porque o objetivo era precisamente encontrar-se em diálogo inter-religioso com o Islã e em diálogo ecumênico com Bartolomeu. As ideias do Grão Imame de Al-Azhar estavam precisamente nessa direção de buscar a unidade, a unidade dentro do Islã respeitando as nouances, as diferenças, mas com unidade, unidade com os cristãos e com outras religiões, e para entrar em diálogo inter-religioso ou diálogo ecumênico é necessário ter sua própria identidade. Não se pode partir de uma identidade difusa. Eu sou islâmico, sou cristão, mas tenho esta identidade e, portanto, posso falar com identidade. Quando não se tem uma identidade própria, um pouco no ar, é um pouco difícil o diálogo porque não há um ir e um voltar e é por isso que é importante e estes dois que vieram, tanto o Grão Imame de Al-Azhar como o Patriarca Bartolomeu, têm uma grande identidade. E isso é bom.

Do ponto de vista islâmico, escutei atentamente os três discursos do Grão Imame e fiquei impressionado com a forma como ele insistiu tanto no diálogo intra-islâmico, entre vocês, não para cancelar as diferenças, mas para se entenderem e trabalhar juntos, não ser um contra o outro. Nós cristãos temos uma história um pouco feia de diferenças que nos levou a guerras religiosas: católicos contra os ortodoxos ou contra os luteranos. Agora, graças a Deus depois do Conselho, há uma aproximação e podemos dialogar e trabalhar juntos e isto é importante, um testemunho de fazer o bem aos outros. Depois os especialistas, os teólogos, discutirão coisas teológicas, mas devemos caminhar juntos como crentes, como amigos, como irmãos, fazendo o bem. Eu também fiquei impressionado com as coisas que foram ditas no Conselho de Anciãos, sobre a criação e a preservação da criação, e esta é uma preocupação comum a todos, islâmicos, cristãos, a todos.  Agora, no mesmo avião, eles vão do Bahrein ao Cairo, o Secretário de Estado do Vaticano e o Grão Imame de Al-Azhar, juntos como irmãos. Isto é algo bastante comovente. Isto é uma coisa boa. Também a presença do Patriarca Bartolomeu - ele é uma autoridade no campo ecumênico – foi muito boa. Vimos isso na função ecumênica que fizemos e nas palavras que ele também disse anteriormente. Em resumo: foi uma viagem de encontro.

Para mim, a novidade de conhecer uma cultura aberta a todos. Em seu país, há espaço para todos. Também vi, o rei me disse: aqui todos fazem o que querem, se uma mulher quer trabalhar, que trabalhe. Abertura total, assim ele me disse. Você sabe, "você trabalha".  E também a parte religiosa, a abertura. Fiquei impressionado com a quantidade de cristãos, filipinos, indianos de Kerala que estão aqui e vivem no país e trabalham no país.

Fatema Alnajem

Eles amam muito o senhor.

Esta é a ideia, encontrei uma novidade e isto me ajuda a entender e interagir mais com as pessoas. A palavra-chave é diálogo, diálogo, e para dialogar é preciso partir da própria identidade, ter identidade.

Fatema Alnajem

Obrigado, Santidade. Rezarei a Alá, o Todo-Poderoso, para abençoar o senhor com boa saúde, felicidade e uma longa vida.

Santo Padre: Sim, reze por mim, não contra (risos).

2) Imad Atrach

Santo Padre, desde a assinatura do "Documento sobre a Fraternidade humana", três anos atrás, até a visita a Bagdá e também recentemente ao Cazaquistão: este caminho está dando frutos tangíveis em sua opinião? Podemos esperar que culmine em um encontro no Vaticano? Então gostaria de agradecer ao senhor por mencionar o Líbano hoje, porque como libanês posso lhe dizer que precisamos realmente de uma viagem urgente da sua parte, também e sobretudo porque agora nem sequer temos um presidente, então peço que vá para abraçar o povo diretamente.

"Obrigado. Tenho pensado muito nestes dias - e conversamos sobre isso com o Grão Imame - sobre como surgiu a ideia do Documento de Abu Dhabi, aquele Documento que fizemos juntos, o primeiro. Ele tinha vindo ao Vaticano para uma visita de cortesia: após nosso encontro protocolar, estava quase na hora do almoço e ele estava partindo, e enquanto eu o acompanhava para despedir-me dele, perguntei-lhe: "Mas, aonde vai para almoçar? Não sei o que ele me disse. "Mas venha, vamos almoçar juntos". Foi algo que veio de dentro. Depois, sentados à mesa, ele, seu secretário, dois conselheiros, eu, meu secretário, meu conselheiro, pegamos o pão, o partimos e o demos um ao outro. Um gesto de amizade, oferecendo o pão. Foi um almoço muito agradável, muito fraternal. E no final, não sei quem teve a ideia, dissemos um para o outro: mas por que não escrevemos sobre este encontro? Assim nasceu o Documento de Abu Dhabi. Os dois secretários começaram a trabalhar, com um rascunho indo e um rascunho voltando, um rascunho indo e um rascunho voltando, e no final aproveitamos do encontro de Abu Dhabi para publicá-lo. Foi uma coisa de Deus, não se pode entender de outra forma, porque nenhum de nós tinha isto em mente. Surgiu durante um almoço amigável, e isso é uma coisa importante. Depois continuei pensando, e o Documento de Abu Dhabi foi a base da "Fratelli tutti"; o que escrevi sobre amizade humana na "Fratelli tutti" é baseado no Documento de Abu Dhabi. Acredito que não se pode pensar em tal caminho sem pensar em uma bênção especial do Senhor neste caminho. Quero dizer isto por justiça, penso que é justo que vocês saibam como o Senhor inspirou este caminho. Eu nem sabia nem mesmo qual era o nome do Grão Imame, depois nos tornamos amigos e fizemos algo como dois amigos, e agora conversamos toda vez que nos encontramos. O Documento é atual, e estamos trabalhando para torná-lo conhecido.

Depois no Líbano... O Líbano é uma dor para mim. Como o Líbano não é um país em si mesmo, um Papa disse-o antes de mim, o Líbano não é um país, é uma mensagem. O Líbano tem um significado muito grande para todos nós. E o Líbano está sofrendo neste momento. Rezo, e aproveito esta oportunidade para fazer um apelo aos políticos libaneses: deixem os interesses pessoais de lado, olhem para o país e concordem entre si. Primeiro Deus, depois a pátria, depois os interesses. Mas Deus e a pátria. Neste momento não quero dizer "salvar o Líbano" porque não somos salvadores, mas por favor, apoiem o Líbano, ajudem para que o Líbano pare esta descida, para que o Líbano recupere sua grandeza. Há meios, há a generosidade do Líbano, quantos refugiados políticos o Líbano tem! Tão generoso e está sofrendo. Aproveito esta oportunidade para pedir uma oração pelo Líbano, a oração também é uma amizade. Vocês são jornalistas, olhem para o Líbano e falem sobre isso para aumentar a conscientização. Obrigado.

3) Carol  Glatz (CNS)

Santidade, durante esta viagem ao Bahrein, o senhor falou dos direitos fundamentais, inclusive das mulheres, da sua dignidade, do direito a ter o seu espaço na esfera social e pública e encorajou os jovens a terem coragem, a fazerem barulho, a irem adiante por um mundo mais justo. Vista a situação aqui perto, no Irã, com as manifestações desencadeadas por algumas mulheres e por muitas jovens que querem mais liberdade, o senhor apoia este empenho das mulheres e dos homens que pedem para terem direitos fundamentais, que se encontram também no documento sobre a Fraternidade Humana?

Mas devemos dizer a verdade. A luta pelos direitos da mulher é uma luta contínua. Porque, em alguns lugares, a mulher consegue ter uma igualdade com os homens. Mas em outros lugares não consegue. Não? Eu me lembro nos anos 50 no meu país, quando houve a luta pelos direitos civis das mulheres, para que as mulheres pudessem votar. Porque até os anos 50 mais ou menos só os homens podiam votar no meu país. E penso nesta mesma luta nos Estados Unidos, famosa, pelo voto feminino. Mas por que – me questiono – a mulher deve lutar assim para manter os seus direitos? Há uma lenda – não sei se é uma lenda – sobre a origem das joias da mulher – talvez uma lenda – que explica a crueldade de muitas situações contra a mulher. Diz-se que a mulher carrega tantas joias porque em algum país – não lembro, talvez seja um fato histórico – havia o hábito que quando o marido se cansava da mulher, lhe dizia “vai embora!” e ela não podia voltar para pegar nada. Tinha que ir embora com aquilo que tinha consigo. E por isso acumulavam ouro para pelo menos terem alguma coisa. Dizem que esta seja a origem das joias. Não sei se é verdade ou não, mas a imagem nos ajuda.

Os direitos são fundamentais: mas por que hoje, hoje, no mundo não podemos parar com a tragédia da infibulação nas meninas? Isto é terrível. Hoje. Que exista esta prática, que a humanidade não consiga eliminar isto que é um crime, um ato criminoso!  As mulheres, segundo dois comentários que ouvi, ou são material descartável - é feio, não? - ou são “espécie protegida”. Mas a igualdade entre homens e mulheres ainda não existe universalmente, e existem esses episódios: que as mulheres são de segunda classe ou menos. Devemos continuar a lutar, porque as mulheres são um dom. Deus não criou o homem e depois lhe deu um cachorrinho para se divertir. Não. Criou os dois, iguais, homem e mulher. E aquilo que Paulo escreveu em uma das suas cartas sobre a relação homem-mulher, que hoje nos parece antiquado, naquele momento foi tão revolucionário que escandalizou sobre a fidelidade homem e mulher. (Disse): o homem cuide da mulher como da própria carne. Naquele momento, isto foi uma coisa revolucionária. Todos os direitos da mulher vêm desta igualdade. E uma sociedade que não é capaz de colocar a mulher no seu lugar não vai adiante. Temos a experiência (disto). No livro que escrevi “Voltemos a sonhar”, na parte sobre a economia por exemplo: existem mulheres economistas neste momento no mundo que mudaram a visão econômica e são capazes de levá-la avante. Porque têm um dom diferente. Sabem administrar as coisas de outro modo, que não é inferior, é complementar. Uma vez tive um colóquio com uma chefe de governo, uma grande chefe de governo, uma mãe com vários filhos que teve um sucesso muito grande em resolver uma situação muito difícil. E eu lhe disse: diga-me, senhora, como fez para resolver uma situação tão difícil?

E ela começou a mover as mãos assim, em silêncio. Depois me disse: como fazemos (nós) as mães. A mulher, para resolver um problema, tem o próprio caminho, que não é o do homem. E ambos os caminhos devem trabalhar juntos: a mulher igual ao homem trabalha pelo bem comum com aquela intuição que as mulheres têm. Vi que, no Vaticano, toda vez que uma mulher entra para fazer um trabalho no Vaticano, as coisas melhoram. Por exemplo, a vice-governadora do Vaticano é uma mulher, a vice-governadora é uma mulher e as coisas mudaram bem. No Conselho para a Economia, havia seis cardeais e seis leigos, todos homens. Mudei os leigos e coloquei um homem e cinco mulheres. E esta é uma revolução porque as mulheres sabem encontrar o caminho certo, sabem ir adiante. E agora coloquei Marianna Mazzuccato, na Pontifícia Academia para a Vida. Ela é uma grande economista dos Estados Unidos, (a coloquei) para dar um pouco de humanidade a isto. As mulheres trazem a sua contribuição. Não devem se tornar como os homens. Não. São mulheres e nós precisamos delas. E uma sociedade que cancela as mulheres da vida pública é uma sociedade que empobrece. Empobrece. Igualdade de direitos, sim. Mas também uma igualdade de oportunidades. Igualdade de (possibilidades) para ir avante, porque, do contrário, se empobrece. Creio que com isto disse aquilo que globalmente é preciso fazer. Mas ainda falta caminhar, porque existe este machismo. Eu venho de um povo machista. Os argentinos somos machistas, sempre. E isso é ruim, mas depois recorremos às mães que são aquelas que resolvem os problemas. Mas este machismo mata a humanidade. Obrigado por ter me dado a oportunidade de dizer isto, (algo) que levo muito no coração. Lutemos não só pelos direitos, mas porque é preciso ter mulheres na sociedade que nos ajudem a mudar.

4) Antonio Pelayo (Vida Nueva)

Santo Padre, a única vez nesta viagem que o senhor improvisou foi para se referir à “martirizada Ucrânia” e às “negociações de paz”. Gostaria de perguntar ao senhor se pode nos dizer algo sobre como prosseguem as negociações por parte do Vaticano e outra pergunta: o senhor falou ultimamente com Putin ou tem intenção de fazê-lo proximamente?

Bom, antes de tudo: o Vaticano está continuamente atento, a Secretaria de Estado trabalha e trabalha bem, trabalha bem. Sei que o secretário, Dom Gallagher, se move bem ali. Depois, um pouco de história. No dia sucessivo (ao início) da guerra – pensei que não se pudesse fazer algo inusual – fui à embaixada russa para falar com o embaixador, que é uma boa pessoa. Eu o conheço há seis anos, desde que chegou, um humanista. Lembro de um comentário que me fez naquela ocasião: “Nous sommes tombés dans la dictature de l’argent” (Nós caímos na ditadura do dinheiro), falando da civilização. Um humanista, um homem que luta pela igualdade. Eu lhe disse que estava disposto a ir a Moscou para falar com Putin, caso fosse necessário. Mas me respondeu muito educadamente Lavrov (o ministro das Relações Exteriores, ndr) – obrigado – (mas) naquele momento não era necessário. Mas a partir daquele momento, nos interessamos muito. Falei duas vezes por telefone com o presidente Zelensky; depois com o embaixador algumas outras vezes. E se faz um trabalho de aproximação, para buscar soluções. Também a Santa Sé faz o que deve fazer em relação aos prisioneiros, essas coisas... são coisas que sempre se fazem e a Santa Sé sempre as fez, sempre.  E (depois) a pregação pela paz. A mim impressiona – por isso uso a palavra “martirizada” para a Ucrânia – a crueldade - que não é do povo russo, talvez... porque o povo russo é um povo grande -, é dos mercenários, dos soldados que vão fazer a guerra como fazem uma aventura, os mercenários... Eu prefiro pensar assim, porque tenho uma estima muito elevada do povo russo, do humanismo russo. Basta pensar em Dostojevskij que até hoje nos inspira, inspira os cristãos a pensar o cristianismo. Tenho um grande afeto pelo povo russo e também tenho um grande afeto pelo povo ucraniano. Quando eu tinha 11 anos, havia um padre que celebrava em ucraniano e todas essas canções ucranianas eu as conheço na língua deles, porque eu as aprendi quando criança, por isso tenho um afeto muito grande pela liturgia ucraniana. Estou em meio a dois povos aos quais quero bem. Mas não só eu, a Santa Sé fez muitos encontros reservados, muitas coisas com êxito positivo. Porque não podemos negar que uma guerra no início talvez nos faça corajosos, mas depois cansa e faz mal e se vê o mal que uma guerra faz. Isso da parte mais humana, mais próxima. Depois gostaria de me lamentar, aproveitando esta pergunta: em um século, três guerras mundiais! A de 1914-1918, a de 1939-1945, e esta! Esta é uma guerra mundial, porque é verdade que quando os impérios, seja de um lado, seja do outro, se enfraquecem, precisam fazer uma guerra para se sentirem fortes e também para vender armas! Porque hoje creio que a maior calamidade que existe no mundo é a indústria das armas. Por favor! Disseram-me, não sei se é verdade ou não, que se por um ano não se produzissem armas se poderia acabar com a fome no mundo. A indústria das armas é terrível. Alguns anos atrás, três ou quatro, chegou de um país um navio repleto de armas a Gênova, e deveria passar as armas para um navio maior para levá-lo ao Iêmen. Os operários de Gênova se recusaram… Foi um gesto. O Iêmen: mais de dez anos de guerra. As crianças do Iêmen não têm o que comer. Os Rohingya, transferindo-se de um lado a outro porque foram expulsos, sempre em guerra. Em Mianmar, é terrível o que está acontecendo… Agora, espero que hoje na Etiópia algo pare, com um tratado… Mas estamos em guerra em todos os lugares e nós não entendemos isso. Agora, nos toca de perto, na Europa, a guerra russo-ucraniana. Mas está em todos os lugares, há anos. Na Síria, 12-13 anos de guerra, e ninguém sabe se há prisioneiros e o que acontece ali dentro. Depois, o Líbano, falamos desta tragédia... Eu não sei se já disse isso a vocês: quando fui a Redipuglia, em 2014, vi isso – e meu avô lutou no Piave e me contou o que acontecia ali - e aqueles túmulos de jovens... chorei, chorei, não tenho vergonha de dizer. Depois num 2 de novembro, que sempre vou ao cemitério, fui perto de Anzio e vi o túmulo daqueles jovens americanos, (mortos) no desembarque de Anzio. (Tinham) 19-20-22-23 anos e chorei, realmente, me veio do coração… E pensei nas mães quando batem à sua porta: “Uma carta para a senhora”. Abre o envelope: “Senhora, tenho a honra de lhe dizer que tem um filho herói da pátria... As tragédias da guerra. Não quero falar mal de ninguém, mas me tocou o coração: quando se recordou o desembarque na  Normandia, havia os chefes de muitos governos para celebrar. É verdade, foi o início da queda do nazismo, é verdade. Mas quantos jovens ficam na praia da Normandia? Dizem 30 mil … Quem pensa naqueles jovens? A guerra semeia tudo isto. Por isso, vocês que são jornalistas, por favor, sejam pacifistas, falem contra as guerras, lutem contra a guerra. Eu lhes peço como um irmão. Obrigado.

5) Hugues Lefevre (I. Media)

Santo Padre, esta manhã em seu discurso ao clero do Bahrein, o senhor falou sobre a importância da alegria cristã, mas nos últimos dias muitos fiéis franceses perderam essa alegria quando descobriram pela imprensa que a Igreja tinha mantido em segredo a condenação, em 2021, de um bispo, agora aposentado, que tinha cometido abuso sexual nos anos 90 quando era sacerdote. Quando esta história saiu na imprensa, cinco novas vítimas apareceram. Hoje, muitos católicos desejam saber se a cultura do sigilo da justiça canônica deve mudar e se tornar transparente (e eu) gostaria de saber se o senhor acha que as sanções canônicas devem ser tornadas públicas, obrigado.

Obrigado a você pela pergunta. Eu gostaria de começar (com) um pouco de história sobre isso. O problema do abuso sempre existiu, não apenas na Igreja, mas em todos os lugares. Vocês sabem que de 42 a 46% dos abusos sexuais ocorrem na família ou no bairro. Isto é muito grave, mas o hábito sempre foi o de encobrir. Na família ainda hoje tudo é encoberto, e até no bairro tudo é encoberto ou pelo menos a maioria dos casos. Um hábito feio que na Igreja começou a mudar quando houve o escândalo de Boston nos tempos do cardeal Law que, por causa do escândalo, renunciou. Foi a primeira vez que (um caso de abuso) saiu como um escândalo. Desde então, a Igreja tomou consciência disso e começou a trabalhar, enquanto na sociedade e em outras instituições normalmente se encobre. Quando houve o encontro dos presidentes das conferências episcopais (sobre este tema) pedi ao Unicef, a ONU as estatísticas deste (fenômeno), os dados percentuais: nas famílias, bairros, nas escolas, no esporte... e um estudo preciso foi feito incluindo também a Igreja.  Alguns dizem que somos uma pequena minoria, mas (eu digo) se fosse um único caso ainda seria trágico, porque você sacerdote tem a vocação de fazer as pessoas crescer e ao se comportar dessa maneira você as destrói. Para um sacerdote, o abuso é como ir contra a própria natureza sacerdotal e contra a própria natureza social. Por isso, é uma coisa trágica e não devemos parar, não devemos parar.

Neste despertar-se, fazer investigações e acusações, nem sempre (e em todos os lugares) foi tudo igual, algumas coisas foram escondidas. Antes do escândalo de Boston as pessoas eram deslocadas (os sacerdotes eram transferidos), agora tudo é claro e estamos avançando neste ponto. Por isso, não devemos nos surpreender que casos como este surjam. Agora me lembrei de outro caso, de outro bispo. Existem sabe? E (agora) não é fácil dizer "não sabíamos" ou "era a cultura da época e continua sendo a cultura social a de esconder". Digo-lhe isto: a Igreja está determinada sobre isso, e quero agradecer publicamente aqui o heroísmo do cardeal O'Malley, um bom frade capuchinho, que sentiu a necessidade de institucionalizar isso com a Comissão para a Proteção dos Menores que ele está realizando e isso faz bem a todos nós e nos dá coragem.

Estamos trabalhando com tudo o que podemos, mas saiba que existem pessoas dentro da Igreja que ainda não veem claramente, não compartilham. É um processo o que estamos fazendo e o estamos realizando com coragem e nem todos têm coragem; às vezes há a tentação de fazer acordo, também somos todos escravos de nossos pecados, mas a vontade da Igreja é de esclarecer tudo.  Por exemplo, nos últimos meses recebi duas queixas sobre casos de abuso que tinham sido encobertos e não julgados bem pela Igreja: pedi imediatamente um novo estudo (os dois casos) e agora um novo julgamento está sendo feito; há também isto então, a revisão de julgamentos antigos, não bem feitos (não ocorridos de maneira adequada). Fazemos o que podemos, somos todos pecadores, sabe? E a primeira coisa que temos que sentir é vergonha, a vergonha profunda disso. Eu acredito que a vergonha seja uma graça. Podemos lutar contra todos os males do mundo, mas sem a vergonha... (é inútil). Por isso, me surpreendeu que Santo Inácio nos Exercícios Espirituais, quando faz você pedir perdão por todos os pecados que cometeu, ele faz você chegar até a vergonha, e se você não tem a graça da vergonha, não pode ir adiante. Um dos insultos que temos na minha terra é "você ser um sem-vergonha" e acredito que a Igreja não pode ser "uma sem-vergonha". Ela deve se envergonhar das coisas ruins, assim como (dizer) agradecer a Deus pelas coisas boas que faz. Isto eu posso lhe dizer: (nós) temos toda a boa vontade de ir em frente, também graças à sua ajuda.

6) Vânia De Luca (Rai-Tg3)

Vossa Santidade, o senhor falou sobre os migrantes nestes dias. Quatro navios na costa da Sicília, com centenas de mulheres, homens, crianças, em dificuldade, mas nem todos podem desembarcar. O senhor teme que na Itália tenha voltado uma política de "portos fechados" da direita e como avalia a posição sobre isso de alguns países do norte da Europa? Eu queria perguntar também em geral: que impressão, que opinião o senhor tem sobre o novo governo italiano, que pela primeira vez é liderado por uma mulher?

… Eh é um desafio, é um desafio. Sobre os migrantes, o princípio: os migrantes devem ser acolhidos, acompanhados, promovidos e integrados. Se não forem feitos estes quatro passos, o trabalho com os migrantes não será bom. Acolhidos, acompanhados, promovidos e integrados, chegar ao ponto de integração. A segunda coisa que digo: todos os governos da União Europeia devem entrar de acordo sobre quantos migrantes podem receber. Pelo contrário, há quatro países que recebem migrantes: Chipre, Grécia, Itália e Espanha que são os mais próximos do Mediterrâneo, mas internamente existem alguns, como a Polônia, Belarus... mas (falando) dos grandes migrantes do mar: a vida deve ser salva. Hoje, você sabe que o Mediterrâneo é um cemitério? Talvez o maior cemitério do mundo. Acho que a última vez eu lhes disse que li um livro em espanhol chamado Hermanito, é pequeno e se lê rapidamente, acho que certamente foi traduzido para o francês e também para o italiano. Pode ser lido rapidamente em duas horas.

É a história de um menino da África, não sei se da Tanzânia ou de outro lugar, que, seguindo os passos do irmão, chegou à Espanha: sofreu cinco escravidão antes de embarcar! Muita gente, conta ele, é levada à noite para esses barcos - não para os grandes navios que têm outra função - e se não quiserem embarcar: pum, pum! E são deixados na praia. O que essas pessoas fazem é realmente uma ditadura da escravidão - e depois há o risco de morrer no mar. Se você tiver tempo, leia isso, que é importante. A política migratória deve ser acordada entre todos os países, não se pode fazer uma política sem consentimento, e a União Europeia deve assumir uma política de colaboração e ajuda, não pode deixar Chipre, Grécia, Itália e Espanha com a responsabilidade de todos os migrantes que chegam às praias. A política dos governos até agora tem sido salvar vidas, isso é verdade.

Até certo ponto isso foi feito e acredito que esse governo (italiano) tenha a mesma política. Não conheço os detalhes, mas acho que não queira ir embora, acredito que já fez desembarcar as crianças, as mães, os doentes, pelo que ouvi, pelo menos a intenção tinha. A Itália pensamos aqui... este governo não pode fazer nada sem o acordo com a Europa, a responsabilidade é europeia, e então eu gostaria de mencionar outra responsabilidade europeia sobre a África. Acredito que tenha dito isso uma das grandes mulheres estadistas que tivemos e temos, Merkel. Ela disse que o problema dos migrantes deve ser resolvido na África, mas se pensarmos na África com o lema: a África deve ser explorada, é lógico que os migrantes, as pessoas fogem daquele resultado. Devemos, a Europa deve tentar fazer planos de desenvolvimento para a África.

Pensar que alguns países da África não são donos de seu próprio subsolo, que ainda depende das potências coloniais! É hipocrisia resolver o problema dos migrantes na Europa. Devemos resolvê-los também na casa deles. A exploração das pessoas na África é terrível para essa concepção. No dia 1º de janeiro tive um encontro com estudantes universitários da África. O encontro foi o mesmo que eu tive com a Universidade Loyola dos Estados Unidos. Aqueles estudantes têm uma capacidade, uma inteligência, criticidade, vontade de seguir em frente, mas às vezes não podem por causa da força colonialista que a Europa exerce em seus governos. Se quisermos resolver definitivamente o problema dos migrantes, devemos resolvê-lo na África. Os migrantes que vêm de outras partes são menores, são menos, mas temos a África, ajudemos a África. O novo governo começa agora. Eu estou aqui: desejo-lhe o melhor. Eu desejo sempre o melhor a um governo porque o governo é para todos e desejo o melhor para que possa fazer progredir a Itália, e a todos os outros que são contrários ao partido vencedor, que colaborem com criticidade, com a ajuda, mas um governo de colaboração, não um governo onde movem o seu rosto, fazem você cair se não gostam de uma coisa ou outra. Por favor, eu em relação a isso chamo à responsabilidade. Diga-me, é justo que desde o início do século até agora a Itália tenha tido 20 governos? Vamos acabar com essas brincadeiras!

7) Ludwig Ring-Eifel (Centrum informationis Catholicum),

Também quero dizer algo pessoal antes de tudo, porque me sinto muito emocionado, porque depois de uma pausa de 8 anos estou de volta ao voo papal. Estou muito grato por estar aqui novamente....

Seja bem-vindo,

Ludwig

Muito obrigado. Nós do grupo alemão somos poucos, apenas três neste voo, pensamos: como podemos fazer uma conexão entre o que vimos no Bahrein e a situação na Alemanha. Porque no Bahrein vimos uma Igreja pequena, um pequeno rebanho, uma Igreja pobre, com muitas restrições e assim por diante, mas uma Igreja animada, cheia de esperança, que cresce. Na Alemanha, por outro lado, temos uma grande Igreja, com grandes tradições; rica, com teologia, dinheiro e tudo mais, mas perdendo trezentos mil fiéis a cada ano, que vão embora, que estão em profunda crise. Há algo a aprender com este pequeno rebanho que vimos no Bahrein para a grande Alemanha?

A Alemanha tem uma velha história religiosa. Citando Hoelderlin, direi: "muitas coisas viveram, muitas". Sua história religiosa é grande e complicada, de lutas. Eu digo aos católicos alemães: a Alemanha tem uma grande e bela Igreja Evangélica; eu não gostaria de outra, que não será (nunca) tão boa quanto essa; mas a quero católica, à católica, em fraternidade com a Evangélico. Às vezes perdemos o sentido religioso do povo, do Santo Povo fiel de Deus, e caímos em discussões de ética, discussões de conjuntura, discussões que são consequências teológicas, mas não são o núcleo da teologia. O que pensa o Santo Povo fiel de Deus? Como o povo santo de Deus se sente? Ir até ele e procurar saber como se sente, aquela religiosidade simples, que você encontra nos avós. Não estou dizendo para voltar atrás, não; mas à fonte de inspiração nas raízes.

Todos nós temos uma história de raízes de fé; até mesmo os povos a têm: reencontrá-la! Vem-me em mente a frase de Hoelderlin para nossa idade: "o homem velho deveria cumprir o que prometeu quando criança" Nós, em nossa infância... prometemos muitas coisas, muitas coisas. Agora entramos em discussões éticas, em discussões conjunturalistas, mas a raiz da religião é a bofetada no rosto que o Evangelho nos dá, o encontro com Jesus Cristo vivo: e dali as consequências, todas elas; dali a coragem apostólica, dali ir para às periferias, também as periferias morais do povo para ajudar; mas do encontro com Jesus Cristo. Se não houver o encontro com Jesus Cristo, haverá uma ética disfarçada de cristianismo. Isto é o que eu queria dizer, mas do fundo do coração. Obrigado.

(Transcrição feita pelo Dicastério para a Comunicação)

Papa: “o poder de Jesus é o amor”

Photo by VATICAN MEDIA / AFP

Jesus bem sabe que há conflitos, opressões, inimizades. Mas Ele "dá-nos o poder de amar duma forma que nos parece sobre-humana". E o Papa explicou como fazer isso. Veja:

O Papa Francisco afirmou nesse sábado que, “no palco deste mundo, muitas vezes vemos que quanto mais se procura o poder, tanto mais ameaçada está a paz”.

No entanto, “o Messias que vem é verdadeiramente poderoso, mas não como um líder que guerreia e domina sobre os outros, mas como Príncipe da paz”, disse Francisco, em sua homilia na Santa Missa pela Paz e a Justiça, no Estádio Nacional do Bahrein.

De fato, o Papa explicou que a grandeza do poder do Senhor não se serve da força da violência, mas da debilidade do amor.

Este é o poder de Cristo: o amor. E confere também a nós o mesmo poder, o poder de amar, de amar em seu nome, de amar como Ele amou. Como? De modo incondicional: não só quando as coisas correm bem e temos vontade de amar, mas sempre; não apenas aos nossos amigos e vizinhos, mas a todos, mesmo inimigos. Sempre e a todos.

Amar sempre e amar a todos

Em seguida, o Papa explicou que as palavras de Jesus convidam-nos a amar sempre, isto é, a permanecer sempre no seu amor, a cultivá-lo e praticá-lo qualquer que seja a situação onde vivemos.

Mas atenção! O olhar de Jesus é realista; não diz que será fácil nem propõe um amor sentimental ou romântico, como se não houvesse, nas nossas relações humanas, momentos de conflito e não houvesse motivos de hostilidade entre os povos. Jesus não é utópico, mas realista: fala explicitamente de «maus» e de «inimigos».

Sabe que acontece uma luta diária entre amor e ódio, no âmbito dos nossos relacionamentos; e, dentro de nós mesmos, verifica-se dia a dia um combate entre a luz e as trevas, entre tantos propósitos e desejos de bem e aquela fragilidade pecadora que muitas vezes nos domina e arrasta para as obras do mal. Sabe também que é o que experimentamos quando, apesar de tantos esforços generosos, nem sempre recebemos o bem que esperávamos, antes, às vezes incompreensivelmente sofremos um dano. Mais, Ele vê e sofre ao contemplar, nos nossos dias e em muitas partes do mundo, exercícios do poder que se nutrem de opressão e violência, procuram aumentar o espaço próprio restringindo o dos outros, impondo o próprio domínio, limitando as liberdades fundamentais, oprimindo os mais frágeis. Concluindo, Jesus bem sabe que há conflitos, opressões, inimizades.

Que havemos de fazer quando nos encontramos em situações do gênero?

A proposta de Jesus a essa pergunta “é surpreendente, é intrépida, é audaz”. Ele pede aos seus a coragem de arriscar por algo que, na aparência, é perdedor; pede-lhes para permanecerem sempre, fielmente, no amor, apesar de tudo, mesmo perante o mal e o inimigo.

Ora a pura e simples reação humana cinge-se ao «olho por olho e dente por dente»; mas isto equivale a fazer-se justiça com as mesmas armas do mal recebido. Jesus ousa propor-nos algo de novo, diferente, impensável, algo de Seu: «Eu, porém, digo-vos: Não oponhais resistência ao mau. Mas, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra» (5, 39). Aqui está o que nos pede o Senhor: que não sonhemos idealisticamente com um mundo animado pela fraternidade, mas que nos comprometamos – principiando nós mesmos – a viver concreta e corajosamente a fraternidade universal, perseverando no bem mesmo quando recebemos o mal, quebrando a espiral da vingança, desarmando a violência, desmilitarizando o coração. Um eco disto mesmo, temo-lo no apóstolo Paulo quando escreve «não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem» (Rm 12, 21).

Assim – prosseguiu o Papa –, o convite de Jesus “não tem a ver primariamente com as grandes questões da humanidade, mas com as situações concretas da nossa vida: os nossos laços familiares, as relações na comunidade cristã, os vínculos que cultivamos no trabalho e na sociedade onde nos encontramos”.

Haverá atritos, momentos de tensão, haverá conflitos, diversidade de perspetivas, mas quem segue o Príncipe da paz deve procurar sempre a paz. E esta não se pode restabelecer se, a uma palavra ofensiva, se responde com outra pior, se a uma bofetada se responde com outra. Isto não! É preciso «desativar«, quebrar a cadeia do mal, romper a espiral da violência, deixar de guardar ressentimento, pôr fim a lamúrias e lamentos acerca da própria sorte. Há que permanecer no amor, sempre: é o caminho de Jesus para dar glória ao Deus do céu e construir a paz na terra. Amar sempre.

O segundo aspeto: amar a todos

Podemos empenhar-nos no amor, mas não basta se o circunscrevermos à esfera restrita das pessoas de quem recebemos igualmente amor, de quem nos é amigo, dos nossos semelhantes, familiares, disse o Papa.

Também neste caso, o convite de Jesus é surpreendente, porque amplia os confins da lei e do bom senso: já é difícil, embora razoável, amar o próximo, quem é nosso vizinho. Em geral, é aquilo que uma comunidade ou um povo procura fazer, para conservar a paz no próprio seio: se se pertence à mesma família ou à mesma nação, se se têm as mesmas ideias ou os mesmos gostos, se se professa o mesmo credo, é normal procurar ajudar-se e querer-se bem. Mas que sucede se, quem estava distante, vem para perto de nós, se quem é estrangeiro, diferente ou de outro credo se torna nosso vizinho de casa? Precisamente esta nação é uma imagem viva da convivência na diversidade, do nosso mundo marcado sempre mais pela migração permanente dos povos e pelo pluralismo de ideias, usos e tradições.

Então é importante acolher esta provocação de Jesus: «Se amais os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os publicanos?» (Mt 5, 46). O verdadeiro desafio, para ser filhos do Pai e construir um mundo de irmãos, é aprender a amar a todos, mesmo o inimigo: «Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem» (5, 43-44). Na realidade, isto significa escolher não ter inimigos: ver no outro, não um obstáculo a superar, mas um irmão e uma irmã a amar. Amar o inimigo é trazer à terra um reflexo do Céu, é fazer descer sobre o mundo o olhar e o coração do Pai, que não faz distinções nem discrimina, mas «faz com que o sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores» (5, 45).

O poder de Jesus é o amor

Nesse sentido, o Papa enfatizou que “o poder de Jesus é o amor” e Ele “dá-nos o poder de amar desta maneira, duma forma que nos parece sobre-humana”.

Na verdade, uma tal capacidade não pode ser fruto apenas dos nossos esforços; é, antes de mais nada, uma graça; uma graça que deve ser pedida com insistência: «Jesus, Vós que me amais, ensinai-me a amar como Vós. Jesus, Vós que me perdoais, ensinai-me a perdoar como Vós. Enviai sobre mim o vosso Espírito, o Espírito do amor». Peçamo-lo! Frequentemente confiamos à atenção do Senhor muitos pedidos, mas o pedido essencial para o cristão é este: saber amar como Cristo. Amar é o dom maior, e recebemo-lo quando damos espaço ao Senhor na oração, quando acolhemos a Presença d’Ele na sua Palavra que nos transforma e na revolucionária humildade do seu Pão partido. Assim, lentamente, vão caindo os muros que nos endurecem o coração e encontramos a alegria de praticar obras de misericórdia para com todos. Então compreendemos que uma vida feliz passa através das Bem-aventuranças e consiste em sermos construtores de paz (cf. Mt 5, 9).

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF