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quinta-feira, 10 de novembro de 2022

São Leão Magno enfrenta Átila

Guadium Press
O Papa São Leão I combateu heresias e enfrentou reis de povos bárbaros que devastavam o Império Romano, no século V. Tal foi o esplendor de seus ensinamentos e de sua luta, que recebeu o título de Magno.

Redação (16/08/2021 11:52Gaudium PressPouco se sabe sobre suas origens. Nasceu na Toscana, Itália, cerca do ano 390, tornou-se clérigo e foi escolhido pelo Papa São Sisto III como seu assessor.

Guadium Press

Em 440, tendo havido na Gália, atual França, um grave conflito entre Aécio – general que gozava de enorme prestígio no Império do Ocidente – e o prefeito romano daquela região, a Imperatriz Gala Placídia recorreu a São Sisto III, o qual enviou para lá São Leão a fim de solucionar o problema.

Entretanto, São Sisto faleceu poucos meses depois e foi eleito para sucedê-lo São Leão, que ainda se encontrava na Gália.  Regressou ele a Roma, assumiu o papado e escolheu como conselheiro São Pedro Crisólogo, o qual posteriormente foi declarado Doutor da Igreja; devido a seu elevado dom da oratória, recebeu o sobrenome “Crisólogo” que significa “palavra de ouro”.

Os Impérios do Ocidente e do Oriente eram assolados pelas heresias de Nestório e de Eutiques. São Leão mobilizou não só o clero e os leigos para combatê-las, mas também os imperadores: Teodósio II, Santa Pulquéria, Marciano e Leão o Trácio, do Oriente; Gala Placídia e Valentiniano III, do Ocidente.

Prestou apoio a São Turíbio, Bispo de Astorga, na Espanha, para combater Prisciliano, o qual negava a Santíssima Trindade e atribuía ao demônio a formação dos corpos humanos.  Essa heresia gnóstica propugnava, no fundo, a ruína da Igreja e da ordem temporal.

Átila, rei dos hunos, marcha em direção a Roma…

São Leão enfrentou também os bárbaros que devastavam diversas regiões do Império. Em 452, Átila, rei dos hunos, põe-se em marcha com suas tropas em direção a Roma a fim de conquistá-la.

Amiano Marcelino (330-395), oficial do exército romano e historiador, escreve que os hunos tinham fisionomias horríveis, usavam casacos de pele de ratos selvagens que só trocavam quando caíam aos pedaços. Comiam, bebiam e dormiam sobre seus cavalos. Alimentavam-se de raízes de plantas e carnes “cozidas” entre suas pernas e o dorso dos equinos. Não trabalhavam nem possuíam casas. Levavam uma vida perpetuamente errante.

Após conquistar Venécia e Ligúria – Norte da Itália –, Átila se aproximava de Roma. Mas São Leão Magno, cheio de Fé e confiança em Deus, foi ao seu encontro.

… que estava sem soldados e sem armas

Escreve Dr. Plinio Corrêa de Oliveira:

“A figura do famoso chefe huno passou para a História e para a lenda como a personificação da força destruidora no auge de seu ímpeto, de sua universalidade, de sua invencibilidade.

“Ao que se conta, ele mesmo se intitulava ‘flagelo de Deus’, e se jactava de uma tal força de destruição que nem a erva renascia sob as patas de seu cavalo.

“Invadindo a Europa já destroçara todas as linhas de defesa do Império romano cristianizado. A conquista de Roma representava para ele a derrota do mundo civilizado.

“A capital da Cristandade estava sem soldados, sem armas, sem defesa. Nesta situação trágica, o Papa São Leão I saiu ao encontro do rei huno, seguido apenas de pequena comitiva, e confiando unicamente na Providência Divina.

Guadium Press

“Segundo documentos antigos, Átila, ao se acercar do Santo Pontífice, percebeu no céu os vultos de São Pedro e São Paulo que, com expressão terrível, lhe ordenaram que retrocedesse.

“Obedeceu-lhes o ‘flagelo de Deus’. Roma estava salva. Em face de Átila, São Leão I passou a encarnar para todos os séculos vindouros a virtude da confiança, pela qual o fiel, mesmo nas situações mais extremas, não perde o alento e continua a lutar, esperando tranquilamente em Deus”.

Genserico, rei dos vândalos, invade Roma

Átila se retirou para outras regiões e morreu em 454. Nesse mesmo ano, o Imperador Valentiniano III – homem fraco e invejoso – matou com um punhal o General Aécio. No ano seguinte ele mesmo foi assassinado, e o trono passou às mãos de um Senador chamado Máximo.

Guadium Press

Mas os bárbaros não cessavam de invadir e saquear regiões do Império. Genserico, rei dos vândalos, havia tomado Cartago, Sicília, ilhas Baleares, Sardenha, Córsega e Malta.   Em 442, através de um tratado, Valentiniano III lhe cedera metade da África romana.

Em 455, ele chegou à foz do Tibre. Quase todos os habitantes de Roma fugiram. Máximo foi assassinado por soldados no momento em que se preparava para escapar.

São Leão Magno, acompanhado pelo clero, foi ao encontro de Genserico e obteve deste a promessa de que não queimaria a cidade nem mataria seus habitantes.

Ele saqueou Roma durante 14 dias, mas o morticínio e o incêndio foram evitados. Levou milhares de prisioneiros, entre os quais a Imperatriz Licínia Eudóxia, viúva de Valentino III, e suas duas filhas.

Em 461, após 21 anos de pontificado, São Leão morreu. Posteriormente, recebeu o título de Doutor da Igreja.

O que ele diria das heresias hoje difundidas?

A respeito desse grande guerreiro de Deus, comentou Dr. Plinio:

“São Leão Magno foi um dos maiores papas que a História registra. Lutou em seu pontificado contra numerosas heresias que então agitavam a Igreja.

“Com a autoridade de Papa aliada à qualidade de Santo, cuja santidade foi confirmada por um dos maiores milagres da História da Igreja – a vitória sobre Átila e suas tropas que pretendiam invadir Roma –, fez sermões advertindo o povo contra os hereges, exortando-o a denunciá-los aos sacerdotes e vigários, para sofrerem as penas canônicas e, eventualmente, também as temporais. Portanto, ele praticou uma virtude que hoje seria muito pouco apreciada, por ser oposta ao ecumenismo mal compreendido.

“O que diria São Leão Magno diante das heresias soltas em nossos dias?

“Peçamos a ele que reacenda na Igreja esse espírito de discernimento, de intransigência e de luta, que seria suficiente para evitar ao mundo os terríveis castigos pelos quais inevitavelmente vai passar, se não se converter. Que ao raiar a aurora do Reino de Maria esse espírito esteja imensamente aceso e dure até o fim dos tempos.”

Por Paulo Francisco Martos

Fonte: https://gaudiumpress.org/

O Papa: construir pontes com oração e Jesus Cristo

Encontro do Papa Francisco com membros do Colégio Nepomuceno |
Vatican News

Ao encontrar nesta manhã (10/11) a Comunidade do Pontifício Colégio Nepomuceno, de Roma, destinado a sacerdotes de nacionalidade tcheca o Papa convidou a serem construtores de pontes: com oração e com Jesus Cristo, inspirados no Padroeiro São João Nepomuceno.

Jane Nogara - Vatican News

Na manhã desta quinta-feira (10/11) o Papa Francisco recebeu a Comunidade do Pontifício Colégio Nepomuceno de Roma destinado a sacerdotes de nacionalidade tcheca. Francisco iniciou seu discurso afirmando que gostaria de compartilhar algumas reflexões com os presentes falando do Padroeiro do Colégio, São João Nepomuceno, pois nele se encontra uma raiz forte, uma raiz sempre viva, capaz de alimentar o presente e o futuro da comunidade, como fez em seu passado. 

Fiel ao segredo da Confissão

É sempre impressionante, continuou Francisco que ele tenha sido “morto porque queria permanecer fiel ao segredo da Confissão”. Disse "não" ao rei para confirmar seu "sim" a Cristo e à Igreja. “E isto”, disse o Papa, “faz pensar no que tantos sacerdotes e bispos tiveram que suportar ao longo da história sob vários regimes autoritários ou totalitários”, recordando que para eles “isso aconteceu particularmente durante os quarenta anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial”. Ainda falando sobre o Santo, Francisco disse: “Esta raiz de coragem e firmeza evangélica - que remonta ao seu santo padroeiro - jamais deve se tornar uma placa a ser colocada na parede, como um objeto de museu; não, ela deve permanecer uma raiz viva, porque sua seiva é necessária até hoje!”.

“Ainda hoje, na Europa e em todas as partes do mundo, ser cristão, e em particular ser ministros da Igreja, requer dizer ‘não’ aos poderes deste mundo a fim de confirmar o ‘sim’ ao Evangelho.”

Ponderando em seguida que o testemunho de São João Nepomuceno nos recorda, hoje mais do que nunca, “a primazia da consciência sobre qualquer poder mundano; a primazia da pessoa humana, a sua dignidade inalienável, que tem seu centro precisamente na consciência, entendida não em um sentido meramente psicológico, mas em sua plenitude, como abertura à transcendência”. Desejando em seguida que o Colégio que leva o nome do grande sacerdote e mártir boêmio seja sempre “uma casa e escola de liberdade, liberdade interior, fundada sobre a relação com Cristo e com o Espírito Santo”.

Pontes com oração

Em seguida o Papa falou sobre um outro ponto de reflexão ao recordar que São João de Nepomuceno é o protetor das pontes, ele, que foi jogado da Ponte Carlos de Praga no rio Moldau coroando assim seu testemunho. Convidando a todos:

“Uma forma apropriada de honrar sua memória é então tentar, na vida concreta, construir pontes onde há divisões, distâncias, incompreensões.”

Advertindo em seguida que isto “não pode ser feito sem a oração. As pontes são construídas a partir da oração, a partir da oração de intercessão: dia após dia, batendo insistentemente no coração de Cristo, são lançados os fundamentos para que duas margens distantes e hostis possam se comunicar novamente”. Continuando o tema o Papa lembrou que o ponto central para se construir pontes, é Jesus Cristo:

“Jesus Cristo é a ponte e Ele é o pontífice. É Ele que é nossa paz, é Ele que derrubou e derrubou e derruba os muros da inimizade. E é a Ele que devemos sempre dirigir e atrair pessoas, famílias, comunidades.”

Acrescentando que “isto é o que fazemos no momento central de cada um de nossos dias, quando celebramos a missa. Não podemos e não devemos estarmos nós no centro, mas Ele!”.

Riqueza humana

Por fim o Papa recordou a presença no Colégio Nepomuceno, além dos sacerdotes da República Tcheca, de outros sacerdotes de diferentes países, inclusive da África e da Ásia. “E esta realidade”, disse, “que depende da diminuição da presença europeia, pode se tornar, se bem administrada, uma riqueza humana e formativa. Nesta diversidade vocês podem praticar melhor como ser ‘pontes’, servidores da cultura do encontro, capazes de captar no outro a peculiar originalidade e ao mesmo tempo a humanidade comum”.

Vaticano ordena visita apostólica a todos os seminários na Espanha

Guadium Press
A Conferência Episcopal Espanhola (CEE) informou que, entre os meses de janeiro e fevereiro, o Papa Francisco pediu uma visita aos seminários espanhóis.

Redação (09/11/2022 11:50Gaudium Press) O Pontífice encarregou o Dicastério para o Clero a realizar esta visita canônica, cujo objetivo é determinar se as instruções do documento “O dom da vocação presbiteral”, também conhecido como Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, estão sendo implementadas.

A visita foi confiada a dois bispos uruguaios: Dom Milton Luis Tróccoli, bispo de Maldonado – Punta del Este – Minas, e Dom Arturo Eduardo Fajardo, bispo de Salto, ambos com experiência em seminários e pastoral vocacional.

O documento, publicado pelo Dicastério para o Clero em 2016, substituiu aquele publicado em 1985 pelo Papa João Paulo II, e enfatiza a necessidade da formação dos futuros sacerdotes em quatro dimensões: humana, intelectual, espiritual e pastoral. Além disso, introduz um novo curso introdutório ou propedêutico, o acompanhamento da etapa pastoral e a formação permanente.

Outra questão levantada é a exigência de um número mínimo de jovens no seminário para que haja vida comunitária.

No ano de 2021-2022, há pouco mais de 1.000 candidatos nos seminários espanhóis – cerca de 200 a menos do que quatro anos atrás, embora o número anual de novos participantes permaneça estável acima de 200.

Cerca de 500 sacerdotes foram ordenados na Espanha nos últimos quatro anos. Assim, segundo os dados da CEE, as 70 dioceses têm pouco mais de 16.500 sacerdotes.

Com informações Aciprensa.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

30 mil católicos homenageiam Nossa Senhora em país 91% muçulmano

Lumenite / Shutterstock
Por Francisco Vêneto

Minúscula diante de 150 milhões de muçulmanos, a Igreja Católica é muito respeitada no país pelo alto nível das suas instituições educacionais, do seu papel decisivo na área da saúde e da sua ação humanitária.

Cerca de 30 mil católicos participaram da peregrinação anual ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Baromari, uma paróquia situada em um país onde 91% da população é muçulmana: Bangladesh.

A paróquia pertence à diocese de Mymensingh, formada por 85 mil fiéis organizados em 18 paróquias. Trata-se de uma minúscula porção de pessoas diante dos 150 milhões de muçulmanos do país.

Ainda assim, a Igreja Católica é muito respeitada em Bangladesh por conta do alto nível das suas instituições educacionais, do seu papel decisivo na área da saúde e da sua ação humanitária, especialmente junto às tribos.

O santuário dedicado a Nossa Senhora de Fátima foi construído em 1997, sob os incentivos do Papa São João Paulo II. Ele havia exortado os fiéis locais a fazerem uma peregrinação antes do Jubileu do Ano 2000.

Na peregrinação deste ano, muitos dos fiéis participantes quiseram agradecer por bênçãos recebidas, em particular pela sobrevivência à pandemia de covid-19 – que teve impacto devastador na vida das famílias.

Entre as celebrações, houve uma vigília de oração, adoração eucarística, via-crúcis, o santo rosário e uma procissão à luz de velas.

A celebração eucarística foi presidida pelo pe. Gabriel Corraya, vigário geral da arquidiocese de Daca, a capital do país.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

São Leão Magno

S. Leão Magno | arquisp
10 de novembro

São Leão Magno

Nascido provavelmente em Roma, de pais de origem toscana, Leão foi elevado ao sólio pontifício em 440. No seu longo pontificado realizou a unidade da Igreja, impedindo usurpações de jurisdição pelo patriarcado de Constantinopla e vicariato de Arles.

Combateu as heresias dos pelagianos, dos maniqueus, dos nestorianos e sobretudo dos monofisitas, com a célebre Carta dogmática endereçada ao patriarca Flaviano de Constantinopla, na qual expõe a doutrina católica das duas naturezas de Cristo em uma só pessoa. A carta, lida pelos legados romanos na assembléia conciliar de Calcedônia (451), forneceu o sentido e as próprias fórmulas da definição dogmática e marcou época na teologia católica.

Mas não só por esse ato solene Leão teve — o primeiro entre os papas — o título de Magno e, em 1754, o de doutor da Igreja. Ele tinha uma idéia altíssima da própria função. Encarnava a dignidade, o poder e a solicitude do príncipe dos apóstolos.

Os seus 96 sermões e as 173 cartas chegadas até nós mostram-nos um papa paternalmente dedicado ao bem espiritual dos fiéis, aos quais se dirige com uma linguagem sóbria e eficaz. Mesmo não se detendo nos particulares de uma questão doutrinária, expõe os conteúdos dogmáticos dela com clareza e precisão, e ao mesmo tempo com um estilo culto e atento a certa cadência, que torna agradável a sua leitura.

O seu pontificado corresponde a um dos períodos mais atormentados da história; assim, ao cuidado espiritual dos fiéis uniu-se uma solicitude pela salvação de Roma. Quando, na primavera de 452, os hunos transpuseram os Alpes, Valentiniano III, refugiado em Roma, não encontrou outra solução senão rogar ao papa que fosse ao encontro de Átila, acampado perto de Mântua.

Leão foi até ali e convenceu o feroz guerreiro a retirar-se para a outra margem do Danúbio. A lenda conta que Átila viu no céu os apóstolos Pedro e Paulo com as espadas desembainhadas em defesa do pontífice. Este repetiu a mesma tentativa três anos depois com o bárbaro Genserico, mas com menos sucesso. Os vândalos, oriundos da África, aportaram na Itália e adentraram a Cidade Eterna. O papa foi o único a defendê-la e conseguiu que Genserico não a incendiasse nem matasse os habitantes. Em 14 dias de ocupação contentou-se em saqueá-la. A história da arte é-lhe grata.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Consagração da Basílica de Latrão

Basílica de Latrão | Vatican News
09 de novembro

Consagração da Basílica de Latrão

A igreja “mãe de todas as igrejas da Urbe e do Orbe” surge nas encostas do Célio, o monte dos luzeiros — uma das sete colinas sobre as quais ocorreram fatos decisivos para a civilização romana. Daí partiam as antigas estradas do Lácio e as vias consulares, como a Regina viarum, a via Ápia.
Sobre essa colina tinham-se estabelecido as ilustres famílias dos Valérios, dos Vetílios e dos Lateranos, posto que o Palatino era reservado à família imperial. Contudo, também as egregiae domum Lateranorum foram confiscadas por Nero, quando Pláucio Laterano foi acusado de haver participado da conjura de Pisão.

Com Septímio Severo, no fim do século II, parte dos Lateranos voltou aos antigos proprietários e parte continuou com o imperador. É esta parte que Constantino doou ao bispo de Roma para construir precisamente a primeira basílica cristã, fundada pelo papa Melcíades (311-314), ao lado do palácio que até então fora residência imperial.

Pouco restou em pé da antiga basílica constantiniana: o batistério e os muros perimetrais da basílica, cuja consagração é celebrada solenemente a cada ano. É de fato a primeira esplêndida domus Dei, embora houvesse anteriormente outros lugares públicos nos quais os cristãos se reuniam para celebrar a eucaristia.

Existe um testemunho singular a tal propósito, no início do século III, quando Alexandre Severo foi chamado em causa e deu razão a uma comunidade cristã em um processo contra um hospedeiro que reclamava contra a transformação de uma hospedaria em lugar de culto cristão. De qualquer forma, tratava-se de modestos edifícios. Deve-se aos grandiosos projetos de Constantino a construção da basílica (ou casa do rei) dedicada inicialmente ao Salvador e sucessivamente ao Batista e a são João apóstolo.

A antiga catedral do papa, da qual se conserva a cátedra de mármore no claustro medieval, sofreu várias transformações no decurso dos séculos. O pontificado que deixou maiores obras é o de Inocêncio X (1644-1655), durante o qual Borromini renovou completamente a nave central e as laterais.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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O sentido da vida cristã na atualidade e na patrística

(AFP or licensors)

"Se a pessoa teve uma vida marcada pelo bem, a beleza se refletirá na vida corporal e também na espiritual. A pessoa pode não ser atraente no aspecto exterior, mas é sábia naquilo que não se vê, como uma rosa perfumada e florescente."

Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá (PA)

A vida cristã está rodeada por muitos desafios e por muitas esperanças. Vivemos tempos difíceis, mas não impossíveis em que é preciso o testemunho de uma vida ligada ao Senhor, à Igreja, à comunidade e à sociedade. As necessidades das pessoas são muitas, porque muitas delas se manifestam radicais em suas posições, sobretudo partidárias, de modo que é preciso o diálogo, a paz, a caridade. Os valores humanos, comunitários e sociais como o respeito para com o próximo, a democracia, o amor a Deus, ajudam-nos a viver bem as relações com as pessoas no mundo de hoje e essas nos preparam para as moradas eternas.

A vida da pessoa sábia

São Gregório de Nazianzo, bispo do século IV afirmou a importância da pessoa viver a sabedoria das coisas com o andamento da própria vida. Ele dizia que se a pessoa fosse jovem, seria chamada a fazer o bem, a espalhar a paz e o amor. Através dos valores humanos e cristãos mostraria sabedoria na flor e no vigor do corpo. Se a pessoa fosse idosa, ela não envelhecerá no espírito, mas ela se prepararia para o momento do encontro com o Senhor, sempre é claro com a prática de boas obras. Se a pessoa teve uma vida marcada pelo bem, a beleza se refletirá na vida corporal e também na espiritual. A pessoa pode não ser atraente no aspecto exterior, mas é sábia naquilo que não se vê, como uma rosa perfumada e florescente[1].

A partilha dos bens

Se a pessoa tiver maiores condições financeiras, é rica, é chamada a partilhar com seus bens aos mais necessitadas e assim outras pessoas gozarão de seus bens para uma vida digna. Se a pessoa for pobre, a sua riqueza será Deus, onde ela colocará a sua esperança para a continuidade de sua vida. Se a pessoa sentir fome? Será nutrida como os pássaros, que vivem sem semear e sem arar, pois a pessoa viverá tendo a confiança em Deus e sempre na busca do alimento, como Elias disse à viúva de Sarepta em que a vasilha de farinha não acabará e jarra de azeite não diminuirá (1 Rs 17,14)[2].

A busca da perfeição

 São Gregório de Nazianzo também falou do sentido da vida pela perfeição no sentido da injúria, objeto de perseguições. O Senhor sustentará o fiel nos momentos mais difíceis. Se a pessoa for coberta de injúrias, o bispo lembrou que Cristo por primeiro o foi e será para a pessoa uma grande honra participar aos seus sofrimentos. A pessoa poderá também passar pela cruz, mas esta é a vida que o Senhor pede de seus seguidores para assim chegar à perfeição, à gloria da ressurreição com o Senhor[3].

A união de vida contemplativa e ativa

São Gregório ainda disse que a vida contemplativa e a ativa andam juntas nos seguidores, seguidoras de Jesus Cristo e de sua Igreja. É o testemunho de vida da pessoa que acredita em Deus, o adora sobre todas as coisas e a prática de vida. Se uma vida é mais tranqüila, mais ordenada porque ela busca a unidade com Deus, a outra é colocada à prova ou ao confronto com a vida objetiva, é mais ativa, útil, não fugindo às tempestades. Ele citou para isso como exemplo, São Basílio Magno que buscou esta unidade na vida dos eremitérios com a objetividade das coisas. Ele construiu casas de retiros, lugares onde viviam os eremitas não longe das habitações dedicadas à vida comum e sociáveis, nem colocou um muro de separação e divisão, mas ele fez a unidade entre as duas partes, de modo que a vida contemplativa não fosse privada da comunidade e a vida ativa não fosse privada de contemplação. Da mesma forma como a terra e o mar se comunicam uns com os outros da mesma forma os bens da vida contemplativa e ativa concorrem para a única glória de Deus[4]

A felicidade e a sabedoria

Santo Agostinho, bispo de Hipona, séculos IV e V afirmou que a felicidade e a sabedoria andam juntas, porque uma pessoa feliz é também uma pessoa sábia. A sabedoria possibilita o equilíbrio no espírito para a felicidade, para assim a pessoa não cair na vontade de domínio sobre os outros, no orgulho, na tristeza. A felicidade vem quando o fiel tem a sabedoria[5].

O ser humano é chamado a viver o dom de Deus em Cristo

São Leão Magno, papa, século V, afirmou que o ser humano é chamado a acordar e reconhecer a dignidade da sua natureza. Ele lembrou que foi feito à imagem de Deus (Gn 1,26), imagem que se em Adão foi corrompida pelo pecado, no entanto em Cristo foi renovada (1 Cor 15,45). Ele é chamado a usar das criaturas visíveis, como a terra, o mar, o céu, o ar, as nascentes, os rios, tudo o que for maravilhoso nessas coisas, em louvor e à glória do Criador. É preciso abraçar aquela luz que ilumina todo o ser humano que vem a este mundo (Jo 1,9) e no qual a pessoa aproximando-se do Senhor ficará iluminada e as faces não se cobrirão de vergonha (Sl 33,6)[6].

 O uso das coisas criadas

São Leão Magno também afirmou que é preciso usar bem as coisas criadas com temperança, com inteligência de toda a realidade criada e de toda a beleza do universo em vista do louvor ao Criador. Já São Paulo afirmou que as coisas visíveis são passageiras e aquelas que não se vêem, são eternas (2 Cor 4,18). Por isso o fiel que nasceu pelas coisas visíveis, mas também tem em vista aquelas futuras é chamado a dedicar-se às coisas eternas[7].

Nós somos chamados a viver a unidade na diversidade, porque muitos são os dons ao redor do único Espírito (1 Cor 12,4). A vida real exige muito diálogo, oração, com as divergências, para assim superar o ódio e as falsas noticias que circulam entre as pessoas. Os padres da Igreja também enfrentaram situações semelhantes, mas eles buscaram o diálogo com as diferenças e assim eles e elas comunicaram o evangelho do Senhor para as comunidades e aos povos provenientes do paganismo.

[1] Cfr. Gregorio di Nazianzo. Discorso dopo il suo ritorno dalla campagna, 11-13. In: In: La teologia dei padri, v. 3. Roma, Città Nuova Editrice, 1982, pg. 19.

[2] Cfr. Idem, pg. 19.

[3] Cfr. Idem, pgs. 19-20.

[4] Cfr. IdemDiscorso funebre in lode di Basilio il Grande, 62. In: Idem, pgs. 23-24.

[5] Cfr. Agostino. La felicita, 4,33. In: Idem, pg. 20.

[6] Cfr. Leone Magno. Sermoni, 27,6Idem, pg. 23.

[7] Cfr. Idem, pg. 23.

As piores heresias

Cléofas

As piores heresias

 POR PROF. FELIPE AQUINO

A Igreja, logo no início de sua vida, enfrentou perigosas heresias que ameaçavam abalar a fé deixada por Jesus Cristo.

Nos primeiros séculos ela foi perturbada fortemente pelo gnosticismo dualista que acreditava que a matéria era obra do mal e que, portanto, Jesus jamais poderia ter assumido de fato um corpo humano material. Negava assim a Encarnação e a salvação dos homens pela morte e ressurreição de Jesus. Era o também chamado docetismo, que ensinava hereticamente que a encarnação do Verbo tinha sido apenas aparente. Esta heresia, que penetrou na Igreja vindo da Pérsia, foi combatida pelos próprios Apóstolos (cf Col 2,9; 1Jo 4,2; 2Jo7) e principalmente por Santo Ireneu († 202).Talvez tenha sido a pior heresia dos primeiros tempos.

Ainda nos séculos II e III surgiram as heresias do tipo monarquianista (adopcionismo, subordinacionismo), que negavam a Santíssima Trindade, não aceitando as três Pessoas divinas como distintas. O Filho e o Espírito Santo seriam apenas manifestações do próprio Pai, ou subordinadas ao Pai, e não Pessoas igualmente divinas e distintas, na única Trindade.

Depois das heresias Trinitárias, surgiram as heresias Cristológicas:

1. Arianismo – Ário, de Alexandria († 334), defendia que Cristo era apenas uma criatura do Pai; a maior de todas, através da qual o Pai tinha criado as demais. Foi combatida por Santo Atanásio e condenada no primeiro Concílio da Igreja, o de Nicéia (325), que ensinou ser Jesus: “Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai”.

2. Apolinarismo – Apolinário (300-390), bispo de Laodicéia, defendia que Cristo não tinha uma alma humana; era Deus, mas com uma natureza humana mutilada. Foi combatido principalmente pelos Santos Padres São Gregório de Nazianzo (329-390) e São Gregório de Nissa (†394), segundo o princípio de que “o que não foi assumido pelo Verbo não foi redimido”.

3. Macedonismo – Macedônio, bispo de Constantinopla, defendia que o Espírito Santo não era Deus, mas mera criatura do Pai. Esta heresia foi condenada no Concílio de Constantinopla II (381), que ensinou ser o Espírito Santo uma Pessoa divina.

“Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho;e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado” (Símbolo Niceno-Constantinopolitano).

Outras heresias

Depois do gnosticismo, do arianismo, apolinarismo e macedonismo, surgiram ainda outras heresias sobre a pessoa de Jesus Cristo. Essas heresias também muito perturbaram a vida da Igreja, mas foram superadas nos Concílios.

4. Nestorianismo – Nestório (†426), patriarca de Constantinopla, que defendia erroneamente que em Jesus havia duas pessoas (uma humana e outra divina) e duas naturezas; e assim, Maria seria apenas a mãe de Jesus homem, mas não Mãe de Deus (como querem os protestantes), como se existissem dois Eu(s) em Jesus. Desde o primeiro século os cristãos chamavam Maria de “Theotokos” (Mãe de Deus).

Essa heresia foi condenada no Concílio de Éfeso (431), principalmente pelo trabalho de S.Cirilo de Alexandria (†444). O Concílio ensinou que em Jesus há uma só Pessoa (divina), o Eu de Jesus é divino, mas Nele há duas naturezas (humana e divina) unidas e distintas, harmoniosamente, nesta única Pessoa, que é a do Verbo. Confirmou firmemente a crença dos cristãos desde os primeiros século, de que Maria é a Santa “THEOTOKOS (= Mãe de Deus)”.

5. Monofisismo – Defendida por Êutiques de Constantinopla e Dionísio de Alexandria, foi uma réplica exagerada ao Nestorianismo, caindo em erro oposto; dizia que em Jesus havia apenas uma Pessoa e uma Natureza. Defendia que a natureza divina teria absorvido a humana, e assim Jesus não seria perfeitamente homem. Esta heresia foi condenada no Concílio de Calcedônia (451), que reafirmou haver em Jesus uma só Pessoa (divina), mas nela há duas naturezas(divina e humana). Neste Concílio o Papa Leão Magno enviou uma carta ao patriarca Flaviano de Constantinopla reafirmando dogmaticamente a dupla natureza de Jesus. O Concílio acolheu a palavra do papa e os bispos disseram: “Pedro falou pela boca de Leão”.

6. Monotelitismo ou Monoenergismo – Sérgio, patriarca de Constantinopla (séc. VII), defendia que em Jesus havia uma só Pessoa, duas naturezas, mas uma só vontade (“theletes”, em grego) e uma só operação. Isto também negava que Jesus fosse perfeitamente homem, colocando em risco os mistérios da Encarnação e da Redenção. Essa heresia foi condenada no Concílio de Constantinopla III (681); que ensinou haver em Jesus uma só Pessoa, duas naturezas, duas vontades e operações. Isto quer dizer que Jesus é perfeitamente Deus e perfeitamente homem. Na terra, quando queria agia como Deus (milagres), mas redimiu os homens assumindo totalmente, integralmente, a natureza humana. Diz a carta aos hebreus que Jesus:

“…passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado” (Hb 4,15).

“…em tudo semelhante aos seus irmãos” (Hb 2,17).

Prof. Felipe Aquino

Como podemos ajudar os nossos filhos a permanecerem inocentes

Yuganov Konstantin / Shutterstock
Por Michael Rennier

Criar os nossos filhos para viver no mundo mas não é particularmente difícil numa cultura que é hostil às crenças religiosas.

Quando entrei na escola secundária pública aos 14 anos de idade, depois de ter sido educado em casa durante toda a minha vida, não estava, no mínimo, preparado. Não fazia ideia de como transitar pela escola, nem como me vestir para me adaptar. Não percebi no começo os outros simplesmente riam de mim.

Logo na primeira semana, vesti uma camiseta do meu grupo de jovens cristãos. Não a vesti para ser corajoso ou dar um testemunho público sobre a minha fé – simplesmente era uma camiseta comum que eu tinha. Todos os amigos que fizera até aquele ponto da minha vida eram da minha igreja – não teriam piscado um olho à minha camisa – mas os alunos da escola pública eram muito diferentes.

Suponho que se pode dizer que eu era ingênuo. Eu não estava pronto para socializar num ambiente tão estranho. Olhando para trás, no entanto, estou um pouco contente por ter sido tão inocente. Após alguns meses na escola, comecei a adaptar-me. As mudanças ajudaram-me a adaptar-me melhor aos meus colegas, mas não estou convencido de que valesse inteiramente a perda de inocência. De certa forma, sobrevivi escondendo partes de quem eu realmente era. Talvez eu pudesse ter abordado toda a experiência de forma diferente.

No mundo, mas não dele

É um dos problemas mais difíceis que os católicos enfrentam. Como é que vivemos no mundo mas não nos tornamos como o mundo? Como é que nos viramos numa cultura que não é predominantemente católica – e é cada vez mais hostil a qualquer tipo de crença religiosa?

É um enigma particular para as famílias com crianças pequenas. Queremos protegê-las do mal do mundo, mas não tanto que não possam se virar fora da segurança do ambiente doméstico e eclesiástico.

Alguns pais decidem que a preservação da inocência dos seus filhos requer o seu afastamento total do mundo. Não há televisão, música ou tecnologia. Apenas amigos cristãos e educação religiosa. Eu compreendo a motivação; compreendo mesmo. Pensando na minha experiência escolar, poderia facilmente ter-me afastado permanentemente da minha fé. Quero tanto manter os meus próprios filhos afastados dessa experiência.

Ao mesmo tempo, preocupa-me que se as crianças estiverem tão abrigadas que qualquer encontro com um não-católico as choca, isso causará uma reação negativa. Podem perguntar-se por que razão se escondeu tanto deles e se rebelarem.

A minha própria experiência no escola teve alguns resultados positivos. Sim, foi um pouco difícil, mas os meus pais foram pacientes e ajudaram-me a ultrapassar os momentos mais duros. Emergi com um sentido mais forte de como me mover com confiança num mundo que nem sempre aprecia as crenças cristãs. Certamente, ainda hoje há momentos em que não falo quando devo defender a fé, e a forma como me comporto fica muito aquém daquilo em que pretendo acreditar, mas penso que, com a ajuda dos meus pais e depois de ter cometido muitos erros, fui capaz de preservar pelo menos alguma aparência de inocência enquanto crescia na idade adulta.

O significado de inocência

É bom conhecer o verdadeiro significado da palavra inocência. Vem do latim nocere, que significa dano. O prefixo in nega o verbo, significando que uma pessoa inocente é literalmente, “não prejudicial”.

Parece-me que uma definição prática de pessoa inocente é alguém que está consciente do mal que o pecado causa e procura redimir-se. Uma pessoa inocente mantém uma sensação de bom e mau, tentando ativamente evitar o mau. Note-se que a inocência requer o conhecimento do bem e do mal. Isto significa que a melhor maneira de permanecer inocente não é permanecer ingênuo.

O padre Brown, de G.K. Chesterton, é um grande exemplo de inocência. Ele é um homem bom e um padre católico. Contudo, por ouvir confissões, ele sabe muito mais sobre o pecado do que a pessoa comum. De fato, ele sabe muito mais sobre o pecado do que até mesmo os orgulhosos pecadores não arrependidos parecem saber. Ele não é ingênuo, mas continua a ser muito inocente.

Ainda hesito em fazer passar os meus próprios filhos pela mesma experiência que tive, em parte porque parece que a cultura se tornou mais hostil nestes 30 anos desde que frequentei a escola, e também porque tive amigos que perderam a sua inocência ao passarem por uma experiência semelhante à minha. Não quero tomar nada como garantido.

Cada criança é diferente, por isso é sempre necessário um juízo prudencial. O que é bom para uma criança, não é tão bom para outra. O objetivo não é fazer delas clones perfeitos que projetam a aparência exterior de serem perfeitos, católicos morais e só socializam uns com os outros. O objetivo é preservar a sua inocência para que possam levar vidas felizes e florescentes, quaisquer que sejam as circunstâncias.

Como pai, não posso manter os meus filhos totalmente separados do mundo – esse não é o melhor caminho para a inocência – mas o que posso fazer é, através da palavra e do exemplo, mostrar-lhes como é importante esforçar-se por se tornarem “inofensivas”, como dar prioridade a permanecerem livres do pecado e não se tornarem cativas de vícios. Para mim, isto significa ser pai com prudência, ser transparente e honesto com elas de uma forma apropriada à idade quando se deparam com o mal, e permitir-lhes ver alguns dos meus próprios esforços espirituais contínuos em prol da inocência.

Em última análise, o objetivo é viver no mundo como agentes do bem, para levar um pouco mais de felicidade, alegria e inocência aonde quer que possamos.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF