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segunda-feira, 14 de novembro de 2022

18º Congresso Eucarístico Nacional em Recife: Feira reúne espiritualidade e cultura

A Eucaristia é o centro e o ápice da vida cristã | Vatican News

18º Congresso Eucarístico Nacional em Recife (PE)

A Feira Católica do 18º CEN também abre espaço para as Congregações Religiosas com uma ala dedicada às diversas expressões e aos mais diversos carismas da Igreja. Estão presentes, por exemplo, Salesianos, Dehonianos, as Claretianas e os Camilianos, entre outros. “Essa feira católica quer dar visibilidade a todo o trabalho missionário da Igreja através de sua organização como as comunidades de vida e missão e a todo o trabalho no campo educacional nos colégios e universidades”, diz irmã Ivonete.

Vatican News

Mais de 140 expositores estão na Feira Católica do 18º Congresso Eucarístico Nacional (CEN), que foi aberta na sexta-feira dentro da programação que antecedeu o início oficial do evento, 11 de novembro, no Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon), em Olinda (PE). A inauguração da mostra contou com a presença do bispo emérito de Leiria-Fátima e legado pontifício para o CEN cardeal António Marto. Também participaram o núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, o presidente da CNBB NE2, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, e o arcebispo anfitrião, dom Fernando Saburido.

Até esta terça-feira (15), empresas como editoras católicas, de artigos religiosos, móveis e equipamentos para igrejas apresentarão as novidades dos segmentos. Também estão presentes marcas que atuam nas áreas de turismo, educação católica e serviços religiosos.

“Essa feira é uma grande vitrine do segmento no Brasil para o Nordeste e visa a promoção dos bens e serviços oferecidos aos católicos. É uma oportunidade para quem compra e para quem vende nesse mercado. Com um público qualificado: bispos, padres, religiosos e religiosas, leigos e leigas de nossas comunidades, com certeza, a carteira de clientes e fornecedores ficará maior”, afirmou a presidente da Feira Católica, irmã Ivonete Kurten.

Antes de dar início às vendas, os expositores e voluntários participaram da Santa Missa na capela montada no mezanino do pavilhão do Cecon. A liturgia foi presidida pelo vigário geral da Arquidiocese de Olinda e Recife, monsenhor Luciano Brito. O secretário-executivo do 18º CEN, monsenhor José Albérico Bezerra, concelebrou a Eucaristia.

A empresa Nova Jerusalém Artes Sacras, de Goiânia (GO), produz velas litúrgicas e abraçou a oportunidade de exibir seus produtos para venda durante o Congresso. “É um meio de divulgar nossa marca e participar de um evento grandioso, que traz uma temática que preocupa não somente o Brasil, mas o mundo inteiro, que é proporcionar pão em todas as mesas”, disse o representante comercial, Danilo Correia.

Vida religiosa e riqueza cultural

A Feira Católica do 18º CEN também abre espaço para as Congregações Religiosas com uma ala dedicada às diversas expressões e aos mais diversos carismas da Igreja. Estão presentes, por exemplo, os Salesianos, Dehonianos, as Claretianas e os Camilianos, entre outros.

“Essa feira católica quer dar visibilidade a todo o trabalho missionário da Igreja através de sua organização como as comunidades de vida e missão e a todo o trabalho no campo educacional nos colégios e universidades”, explicou irmã Ivonete. A riqueza da cultura pernambucana também tem lugar na Feira Católica do CEN. Estandes expõem peças de artesãos locais feitas em diferentes materiais como madeira e argila, e no vão livre do pavilhão do Cecon grupos de dança e música apresentam números de forró, frevo e outros ritmos típicos.

“O visitante poderá conhecer parte do rico artesanato do estado de Pernambuco e do Nordeste, e saborear a sua deliciosa culinária – expressão da cultura e da vida nordestina. Como Arquidiocese de Olinda e Recife nos orgulhamos de poder reunir neste espaço empresas que expressam a nossa fé, nossa cultura e que ajudam os fiéis a construírem uma cultura de paz e não-violência”, declarou a irmã Ivonete.

(Fonte – CNBB NE2)

São Serapião

S. Serapião | Mercedários
14 de novembro
São Serapião

Origens

Serapião nasceu em Londres, em 1179, de uma família cristã e nobre. Seu pai se chamava Rotlando Scoth e era capitão de esquadra do famoso rei Henrique III. Ainda jovem, Serapião já acompanhava o pai nas cruzadas. Participou da cruzada liderada por Ricardo Coração de Leão, o lendário.

Reviravolta

Quando retornavam da cruzada, o navio naufragou perto de Veneza. Por isso, tiveram que continuar a viagem por terra. No trajeto que fizeram, acabaram presos pelo duque da Áustria, chamado Leopoldo. Este deu liberdade ao rei e ao pai de Serapião. O jovem Serapião e os demais, porém, permaneceram presos. Esta prisão se tornou um ponto de virada que mudaria toda a vida de serapião.

Na corte do rei

O duque da Áustria percebeu logo que o jovem militar Serapião, era bondoso e caridoso para com todos, além de excelente militar. Por causa disso, decidiu mantê-lo na Corte, dando-lhe a liberdade. Tempos depois, Serapião ficou sabendo que seus pais morreram. Por isso, decidiu permanecer na Áustria.

Militar defensor dos cristãos

Amigo do rei, Serapião juntou-se aos militares do duque e partiu para a Espanha. Seu objetivo era ajudar o exército cristão do rei Afonso III. Este travava grande luta contra os invasores muçulmanos. Quando chegaram, porém, os muçulmanos já tinham sido expulsos. Serapião, então, sentiu o desejo de ficar para servir o exército do rei Afonso III. Seu grande objetivo era continuar defendendo os cristãos.

Cruzadas na Terra Santa

Na espanha, Serapião lutou em algumas cruzadas que foram bem sucedidas. Em 1214, porém, o rei Afonso III foi morto num combate. Por isso, Serapião, voltou para a Áustria e inscreveu-se na quinta cruzada liderada pelo do duque Leopoldo. Partiram no ano 1217 rumo a Jerusalém e, posteriormente, ao Egito.

Um encontro muda sua vida

A vida de militar defensor dos cristãos levou Serapião novamente para a Espanha, no ano 1220. Nesta ocasião, ele conheceu o padre Pedro Nolasco. Este encontro daria novo rumo à sua vida. Pedro Nolasco tinha no coração o desejo de fundar uma Ordem Religiosa cujo objetivo era não fazer guerra, mas sim libertar cristãos escravizados e feitos prisioneiros dos muçulmanos. Este era o objetivo, mesmo que para cumpri-lo colocassem suas próprias vidas em risco.

Ordem dos Mercedários

O Padre Pedro Nolasco, auxiliado por Serapião e Raimundo Nonato (todos santos) fundaram a Ordem de Nossa Senhora das Mercês. Os membros da Ordem ficaram conhecidos como frades mercedários. Serapião fez os votos na Ordem e vestiu o hábito mercedário no ano 1222, juntamente com os santos Pedro Nolasco e Raimundo Nonato.

Libertações e morte

São Serapião conseguiu realizar muitas libertações de cristãos presos e escravizados. Na última, em Argel, África, ofereceu-se como refém para dar liberdade a cristãos que estavam em vias de renegar a fé diante dos muçulmanos. Outro mercedário foi para Barcelona buscar o dinheiro do resgate. Pedro Nolasco, o superior, estando na França, escreveu pedindo que fizessem arrecadação de esmolas para libertar Serapião o mais rápido possível. O resgate, porém, não chegou na data marcada. Por isso, os muçulmanos disseram a Serapião que, se renegasse a fé cristã, seria libertado. Serapião recusou. Furiosos, os muçulmanos deram a ele um martírio cruel. Quebraram-lhe todas as juntas do corpo e o jogaram de cabeça para baixo do andar de cima da casa. Era o dia 14 de novembro de 1240. Por causa do martírio que sofreu, São Serapião passou a ser venerado como protetor das articulações. Ele foi canonizado no ano 1625 pelo papa Urbano VIII.

O óleo de São Serapião

Por causa do martírio de São Serapião, no qual todas as suas juntas foram separadas, passou-se a usar o óleo de São Serapião nas jungtas e em dores do corpo. O manual de Piedade cristã da Ordem afirma que o óleo “é, de há muito, usado pelos fieis em todas a sorte de dores corporais, especialmente nas fraturas, luxações, chagas e etc.

Oração para benção do Óleo de São Serapião

(para ser feita pelo sacerdote)

Dignai-vos, Senhor santificar este óleo que vou benzer em vosso Nome e no do ínclito e fortíssimo atleta, São Serapião, a fim de que, os que sofrem de chagas, fraturas ou qualquer outras dores, ungidos com este óleo, pelos merecimentos e preces daquele que tanto sofreu por Vós no martírio sintam o alívio temporal e obtenham a vida eterna. Amém.”.

Modo de usar o óleo bento

Ajoelha-te e reza a seguinte:

Oração

Ó São Serapião, Atleta nobilíssimo, Porta-bandeira da milícia mercedária, Filho da Virgem Mãe, Mártir preclaro de Cristo Jesus, intercedei por mim diante de Deus que vos concedeu a fortaleza e constância para suportardes vosso cruel martírio concedei-me a graça de permanecer fiel nas maiores privações da vida e manter-me unido à Cruz do meu Salvador, e, se for para bem de minha alma, daí-me  também a saúde do corpo, fazei que por esta unção seja curado dos males que padeço. Amém.”

Agora passar o óleo na parte magoada do corpo e depois rezar o seguinte:

Oração

Ó Glorioso São Serapião, que suspenso na cruz exclamáveis: “desejo ser desatado e estar em Cristo, salva-me cruz preciosa, leva-me a Meu Mestre, por ti Me receba quem por ti Me resgatou”. Humildemente vos suplico me obtenhais a paciência e conformidade nos padecimentos desta vida e a salvação eterna. Amém.

Rezar Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai

São Serapião, rogai por nós em nossas tribulações. Piedosíssima Mãe das Mercês, rogai por nós.”

Tudo por Vós, Sacratíssimo Coração de Jesus. Amém.”

Extraído do Manual de Piedade Cristã da Ordem Mercedária

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

domingo, 13 de novembro de 2022

33º Domingo do Tempo Comum – Ano C

iCatólica

Homilética: 33º Domingo do Tempo Comum - Ano C: "É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!".

Estamos no penúltimo domingo do Ano Litúrgico. A Palavra de Deus convida-nos a meditar no fim último do homem, no seu destino além da morte. A meta final, para onde Deus nos conduz, faz nascer em nós a esperança e a coragem para enfrentar as adversidades e lutar pelo Advento do Reino.

O Profeta Malaquias fala do juízo final, com acentos fortes: “Eis que virá o dia, abrasador como fornalha…” (Ml 3, 19)

O texto do Evangelho ( Lc 21, 5-19 ) é uma parte dos famosos discursos escatológicos de Jesus. Podemos interpretá-lo como anúncio de desventuras: aí se fala de guerras, revoluções, terremotos, carestias e pestes. Na realidade, ao invés, é um anúncio de paz. As desventuras – de acordo com o que o Evangelista Lucas diz à Igreja – continuarão a existir, porque fazem parte integral da história humana; não foi Jesus que as trouxe, o que Jesus trouxe foi, antes, a possibilidade de vencê-las mediante a fé em seu nome: “Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” ( Lc21, 18-19 ).

O texto não pretende incutir medo, falando do “fim do mundo”, mas fortalecer a esperança em Deus para enfrentar os dramas da vida e da história; esperança que devemos ter ainda hoje, apesar do que vemos…

São Paulo (2Ts 3, 7-12) fala da comunidade de Tessalônica, perturbada por fanáticos que pregavam estar próximo o fim do mundo, por isso não valia a pena continuar trabalhando. Paulo diz: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer…” (2Ts 3, 10). O Apóstolo ressalta a importância do trabalho para a vida do homem.

A vida é realmente muito curta e o encontro com Jesus está próximo. Isto ajuda-nos a desprender-nos dos bens que temos de utilizar e aproveitar o tempo; mas não nos exime de maneira nenhuma de dedicar-nos plenamente à nossa profissão no seio da sociedade. Mais ainda: é com os nossos afazeres terrenos, ajudados pela graça, que temos de ganhar o Céu.

Para imitar Cristo, que trabalhou como artesão a maior parte de sua vida, longe de descuidar as tarefas temporais, os cristãos “estão mais obrigados a cumpri-los, por causa da própria fé, de acordo com a vocação a que cada um foi chamado (GS, 43).

Durante séculos, muitos pensavam que, para serem bons cristãos, bastava-lhes uma vida de piedade sem conexão alguma com as suas ocupações profissionais no escritório, na fábrica, no campo, na Universidade… Muitos tinham, além disso, a convicção de que os afazeres temporais, os assuntos profanos em que o homem está imerso de uma forma ou de outra eram um obstáculo para o encontro com Deus e para uma vida plenamente cristã. A vida oculta de Jesus veio ensinar-nos o valor do trabalho, da unidade de vida, pois com o seu trabalho diário o Senhor estava também redimindo o mundo.

O fiel cristão não deve esquecer que, além de ser cidadão da Terra, também o é do Céu, e por isso deve comportar-se entre os outros de uma maneira digna da vocação a que foi chamado, sempre alegre, irrepreensível e simples, compreensivo com todos, bom trabalhador e bom amigo, aberto a todas as realidades autenticamente humanas (cf. Fl. 1, 27; 2, 3-4; 2, 15; 4,4).

É algo verdadeiramente humano e nobre: ninguém quer morrer, ninguém quer ser enganado. E porque tantas pessoas se empenharam em saber a data do fim do mundo? A curiosidade também é algo assaz humana. Viver e conhecer a verdade são dois grandes desejos que estão no coração de cada ser humano. Nisso se pode ver que o céu será a realização de tudo isso: viveremos para sempre conhecendo e amando a Verdade, que é Deus. Quando? Para cada um, logo após a sua morte haverá um juízo na qual já se decidirá a sua sorte eterna (cfr. Hb 9,27). Para todos, na consumação dos tempos, haverá um juízo universal que reafirmará a sentença do juízo particular tendo em conta as consequências das nossas ações (cfr. Mt 25,31-46). Ambos os eventos são desconhecidos quanto ao tempo de sua realização.

De todas as maneiras, e contra qualquer teoria que pretenda saber mais que os desígnios do Altíssimo, no Evangelho, Jesus nos deixa de sobreaviso: “vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e ainda: O tempo está próximo. Não sigais após eles” (Lc 21,8). É verdade: Jesus voltará, ressuscitaremos com os nossos corpos, seremos julgados, há prêmio (céu) e castigo (inferno), haverá um novo céu e uma nova terra. Essas são verdades da nossa fé. Mas, quando acontecerá? Em primeiro lugar, o Senhor nos diz que tenhamos cuidado para não sermos enganados e depois nos diz que não sigamos os falsificadores da verdade. Em outra passagem lemos: “vigiai, pois, porque não sabeis a hora em virá o Senhor. (…) Por isso, estai também vós de preparados porque o Filho do homem virá numa hora em que menos pensardes” (Mt 24,42-44). O importante é vigiar e estar preparado sempre, isto é, em graça de Deus e praticando as obras da fé.

Diante das catástrofes Jesus exorta à esperança: não ter medo… Esses sinais de desagregação do mundo velho não devem assustar, pelo contrário são anúncio de alegria e esperança, de que um mundo novo está por surgir. “Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se, ergam a cabeça, porque a libertação está próxima” (Lc 21, 28). A vida do discípulo no mundo assume, de repente, um aspecto novo: é vida de espera, por isso de vigilância; é vida de peregrinos a caminho, não de domiciliados e de sedentários.

Quanto aos “presságios” do Novo Testamento sobre o fim – difusão do Evangelho, anticristo, conversão dos judeus –, parece que é preciso entendê-los como sinais enigmáticos presentes na história entre a primeira e a segunda vinda de Cristo que ajudam os cristãos a manter-se em estado de vigilância continua e a desejarem a vinda do Senhor. Há uma presença permanente de Cristo na história que se culminará com a sua Parusia gloriosa na consumação desses últimos tempos que estamos vivendo. Em efeito, já estamos nos últimos tempos desde a Encarnação do Filho de Deus: “Quando veio plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei” (Gl 4,4).

“É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (Lc 21, 19). Aproveitemos o tempo! Diante das dificuldades não nos deixemos levar pelo desânimo! Acreditemos na Vitória final do Reino de Cristo.

Comentários aos textos bíblicos

Leituras: Ml 3,19-20a; Sl 97; 2Ts 3,7-12; Lc 21,5-19

Meus caros irmãos e irmãs, estamos prestes a concluir o ano litúrgico e bem às portas do tempo do advento, no qual iremos nos preparar para o Natal do Senhor e também para a sua segunda vinda.  A primeira leitura (cf. Ml 3,19-20)  e o Evangelho (cf. Lc 21,5-19) incidem no tema escatológico propício destes últimos domingos.  A perícope evangélica nos oferece uma reflexão sobre o percurso que a Igreja é chamada a percorrer até à segunda vinda de Jesus. A missão dos discípulos em caminhada na história é comprometer-se na transformação do mundo, de forma que a antiga realidade desapareça e nasça um novo Reino. Esse caminho será percorrido com dificuldades e perseguições; mas os discípulos terão sempre a ajuda e a força de Deus.

O Evangelho nos traz uma profecia e uma promessa. A profecia é sobre o fim dos tempos. E a promessa é sobre como o Senhor recompensará todos aqueles que se mantiverem fiéis à sua Palavra.  O evangelista São Lucas revela aos cristãos os acontecimentos que surgirão: “Haverá grandes terremotos e, em diversos lugares, fome e epidemias; surgirão fenômenos espantosos e grandes sinais no céu”  (v. 11).  Estas palavras eram também usadas pelos pregadores populares da época de Jesus, para ressaltar a queda do velho mundo, ou seja, o mundo do pecado, do egoísmo, da exploração; e também para ressaltar o surgimento de um mundo novo. A questão é, portanto, esta, no tempo intermediário entre a queda de Jerusalém e a segunda vinda de Jesus, o Reino de Deus irá se manifestando e nascerá um mundo novo: um mundo de esperança e de felicidade.

No tempo de Jesus era bastante comum a ideia de que o mundo antigo já estava muito corrompido e deveria desaparecer, para que pudesse surgir um mundo novo.  Pensava-se que, na hora da passagem do mundo antigo para o novo, os homens seriam tomados por um grande pavor, os povos e as nações se envolveriam em tumultos, violências, doenças, calamidades e guerras.

Este modo de falar, estas imagens, chamadas de apocalípticas, eram comuns no tempo dos apóstolos. Também Jesus as usou para dizer aos seus discípulos que tinha chegado o tempo da passagem do mundo antigo para o mundo novo.  Trata-se de imagens que indicam ao mesmo tempo anúncio de alegria e de esperança. Por esta razão, Jesus exorta aos seus discípulos: “Não vos assusteis” (v. 9). E pouco depois recomenda: “Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação” (Lc 21,28).

Este discurso de Jesus é sempre atual, também para nós deve ecoar esta exortação: “Prestai atenção para não serdes enganados. Muitos virão em meu nome” (v. 8). Trata-se de um convite ao discernimento. Com efeito, também hoje existem falsos pregadores, que procuram substituir-se a Jesus; personagens que desejam atrair a si as mentes e os corações. Jesus alerta: “Não os sigais!” (v. 8).

Os cristãos são advertidos para as dificuldades e perseguições que marcarão a caminhada histórica da Igreja pelo tempo, até à segunda vinda de Jesus. Contudo, lembra que os fiéis não estarão sós, pois Deus estará sempre presente. Será com a força Divina que eles enfrentarão os adversários e resistirão à tortura, à prisão e à morte; será com a ajuda de Deus que eles poderão até resistir à dor pela traição de seus próprios familiares e amigos. As palavras de alento deixadas pelo evangelista São Lucas enfatizam a certeza de que Deus não abandona os seus filhos. É essa presença constante e amorosa do Senhor que lhes permitirá enfrentar as forças da morte. É essa força de Deus que levará os discípulos de Jesus a vencer o desânimo, a adversidade e o medo, permitindo renascer a esperança e a coragem para superar as adversidades do mundo presente.  É o percurso que todos nós somos chamados a percorrer, até a segunda vinda de Jesus Cristo.

No meio de todos os desastres e perseguições, Deus está conosco: “Nem um só cabelo cairá de vossas cabeças. Pela vossa perseverança é que haveis de salvar-vos” (v. 18).  Na alma verdadeiramente cristã jamais morre a esperança.  Mesmo quando tudo parece obscuro, temos a certeza da presença sábia e misericordiosa de Deus.

O evangelista São Lucas põe os cristãos de sobreaviso para as dificuldades e perseguições que marcarão a caminhada histórica da Igreja pelo tempo fora, até à segunda vinda de Jesus. Lucas lembra-lhes, contudo, que não estarão sós.  Quando Lucas escreve este texto, tem bem presente a experiência de uma Igreja que caminha e luta na história para tornar realidade o “Reino” e que, nessa luta, conhece os sofrimentos, as dificuldades, a perseguição e o martírio. As palavras de alento que ele aqui deixa – sobretudo a certeza de que Deus está presente e não abandona os seus filhos, devem constituir uma ajuda inestimável para esses cristãos a quem o Evangelho se destina.

O discurso escatológico do texto evangélico define, portanto, a missão da Igreja na história: dar testemunho da Boa Nova e construir o Reino. Os discípulos nada deverão temer: haverá dificuldades, mas eles terão sempre a ajuda e a força de Deus.

No texto do Evangelho encontramos ainda a admoestação do Senhor: “Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não vos alarmeis; é preciso que estas coisas sucedam primeiro, mas não será logo o fim” (v. 9). Como de fato, desde o início, a Igreja vive na expectativa orante da vinda do seu Senhor, perscrutando os sinais dos tempos e advertindo os fiéis de correntes religiosas, que cada vez anunciam a iminência do fim do mundo.  Mas o fim do mundo para cada um de nós pode ser também a hora da nossa morte.  Não falando quando isso acontecerá, Jesus queria ensinar que devemos estar sempre vigilantes e preparados.

Diante deste contexto podesurgir o perigo de um certo desânimo e a atividade diária do trabalho pode perder o sentido perante esta iminente segunda vinda do Senhor, por isto, alguns tessalonicenses estavam deixando o trabalho, para viver na ociosidade, “ocupados em não fazer nada” (2Ts 3,11), por esta razão adverte São Paulo na segunda leitura: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer” (2Ts 3,10). São Paulo recorda o seu próprio exemplo de dedicação ao trabalho dia e noite, para não ser um peso para ninguém (cf. 2Cor 11,8).

O trabalho tem o seu valor e constitui uma participação da humanidade na ação criadora de Deus, a quem deve imitar, não só pelo trabalho em si, mas também pelo descanso, já que Deus apresentou ao homem a sua própria obra da criação sob a forma de trabalho e descanso (cf. Gn 2,2). E nisto encontramos um eco na oração do Pai Nosso e nas palavras de Jesus: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5,17).

Saibamos viver fielmente a nossa vocação cristã, não tenhamos medo de dar o bom testemunho de Cristo, para que possamos ser aprovados diante do juízo final. Nossa vida neste mundo é semente de eternidade. Que o Senhor nos conceda a graça de vivermos a santidade que nos fará ganhar o reino de Deus, e que a nossa vida esteja sempre cimentada sobre uma fé firme e perseverante.

Possamos também nós aceitar convite de Cristo a enfrentar os acontecimentos quotidianos confiando no seu amor providente. Que Ele seja a nossa força e o nosso sustento perante as guerras e as revoluções,  Não receemos o futuro, mesmo quando ele pode parecer de aspecto tenebroso.  Peçamos ao Senhor que nos conceda a graça de sermos portadores da esperança e que tenhamos sempre a coragem necessária para superarmos todas as dificuldades. Assim seja.

Dia Mundial dos Pobres

Dia Mundial dos Pobres | CNBB

DIA MUNDIAL DOS POBRES, ESTE ANO, SERÁ CELEBRADO NO DIA 13 DE NOVEMBRO

O Dia Mundial dos Pobres será realizado, este ano, no dia 13 de novembro de 2022. Com isso, a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com as Pastorais Sociais e Organismos lançam o material para favorecer a preparação em forma de jornada para a vivência, convivência, reflexão e ação do VI Dia Mundial dos Pobres

O Papa Francisco em sua mensagem deste ano escolheu o texto bíblico para motivar a reflexão: “Jesus Cristo fez-se pobre por vós” (cf. 2 Cor 8, 9).  A intenção com o convite – tomado do apóstolo Paulo – é manter o olhar fixo em Jesus, que, “sendo rico, se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza”. Já o tema escolhido pela Igreja do Brasil para animar esta VI Jornada é: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”, em consonância com a Campanha da Fraternidade 2023, que traz o tema “Fraternidade e fome”, e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16)

O material pretende ajudar na reflexão e ação em atenção à realidade das pessoas em situação pobreza no Brasil e no mundo. Apesar de a América Latina e o Caribe estarem entre os maiores exportadores de alimentos do planeta, neste momento há 56,5 milhões de latino-americanos e caribenhos que passam fome e 268 milhões de pessoas com insegurança alimentar moderada ou grave, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).  

Em junho deste ano, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) revelou que 33,1 milhões de pessoas no Brasil não têm o que comer. Isso significa que, seguindo os dados coletados, 15,5% da população brasileira sente fome e não come por falta de dinheiro para comprar alimentos. 

Além do mais, seis em cada dez famílias estão em situação de insegurança alimentar, isso significa que estão na condição de não ter acesso pleno e permanente à alimentar-se. Esses dados foram colhidos em 12.745 domicílios brasileiros entre dezembro de 2021 e abril de 2022. Diante isso, somos interpelados/as a voltar o olhar e à escuta atenta para a provocação de Jesus Cristo “Dai-lhes vós mesmos de comer!”.

“Na realidade, os pobres, antes de ser objeto da nossa esmola, são sujeitos que ajudam a libertar-nos das armadilhas da inquietação e da superficialidade [..] A pobreza que mata é a miséria, filha da injustiça, da exploração, da violência e da iníqua distribuição dos recursos.”, denuncia o Papa Francisco na sua mensagem para este ano. 

Acesse aqui o caderno formativo: https://ssb.org.br/app/uploads/2022/10/JMP.pdf

Identidade visual JMP 2022: https://bit.ly/3g3E4Vj

Logo JMP: https://bit.ly/3T60AeO

A história da Jornada Mundial dos Pobres 

No dia 20 de novembro de 2016, na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres. Na mensagem de lançamento ele disse: “Este dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade”.  

No Brasil, nos primeiros anos, a CNBB confiou à Cáritas Brasileira a animação e a mobilização do Dia Mundial dos Pobres. A entidade, nesse período, já realizava a Semana da Solidariedade – para pensar e agir por um país justo, fraterno, igualitário, solidário e amoroso, por ocasião de seu aniversário de fundação, 12 de novembro de 1956. A partir da III Jornada Mundial dos Pobres as Pastorais e Organismos Sociais  ligados à Cepast-CNBB, assumiram coletivamente a animação e mobilização do Dia Mundial dos Pobres.  

Com informações da Comissão para a Ação Sociotransformadora

Papa: cuidado com os falsos "messias", o ser humano é o verdadeiro templo de Deus

Papa na missa por ocesião do Dia Mundial dos Pobres | Vatican News

No Dia Mundial dos Pobres, Francisco celebrou a missa na Basílica de São Pedro com a participação de milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade. Na homilia, exortou os fiéis a romperem a "surdez interior" que impede de ouvir o grito de sofrimento dos mais frágeis. E convidou a refletir sobre o que fazer diante da III Guerra Mundial.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

O ser humano é o verdadeiro templo de Deus: foi o que recordou o Papa Francisco ao celebrar a missa na Basílica de São Pedro neste Dia Mundial dos Pobres.

O Pontífice inspirou a sua homilia no Evangelho deste XXXIII Domingo do Tempo Comum, em que Jesus faz duas exortações: não vos deixeis enganar e dai testemunho.

Jesus quer nos livrar da tentação de ler os fatos mais dramáticos de modo supersticioso ou catastrófico, como se estivéssemos já perto do fim do mundo não valendo a pena empenhar-nos em algo de bom. Durante as crises, nunca faltam magos, gurus, horóscopos e teorias fantasiosas propostas por qualquer “messias” da última hora. "E muitos cristãos buscam o horóscopo como se fosse a voz de Deus", lamentou. Por sua vez, o discípulo do Senhor não cede ao desânimo nem mesmo nas situações mais difíceis, porque o seu Deus é o Deus da ressurreição e da esperança.

A arte tipicamente cristã: reagir ao mal com o bem

Assim, a segunda exortação é justamente esta: Tereis ocasião de dar testemunho. E Francisco acentuou a palavra “ocasião”, ressaltando que é uma “arte tipicamente cristã” não ficar refém daquilo que acontece, mas aproveitar a oportunidade de construir mesmo a partir de situações negativas. "O cristão não permanece vítima daquilo que acontece", recordou o Papa. Portanto, situações de prova, de perda de controle, de insegurança são ocasiões para testemunhar o Evangelho. "Também eu me faço esta pergunta hoje: o que está nos dizendo o Senhor diante desta III Guerra Mundial?"

A crise, explicou ainda Francisco, é abertura, enquanto o mau espírito trabalha para que a crise se torne conflito. "O conflito é sempre fechamento, sem horizonte e sem saída. Não! Vivamos a crise como pessoas humanas, como cristãos, sem as transformar em conflito porque toda crise é uma possibilidade e oferece ocasião de crescimento."

O Papa convidou cada um a se interrogar: "Diante desta III Guerra Mundial tão cruel, diante da fome de tantas crianças, de tantas pessoas: eu posso desperdiçar, desperdiçar dinheiro, desperdiçar a minha vida, desperdiçar o sentido da minha vida sem tomar coragem e ir avante?"

O sofrimento do povo ucraniano

E este é o convite que ressoa neste Dia Mundial dos Pobres, para romper esta surdez interior que nos impede de ouvir o grito de sofrimento, sufocado, dos mais frágeis.

Também hoje vivemos em sociedades feridas e assistimos, tal como nos disse o Evangelho, a cenários de violência, "é só pensar na crueldade que está sofrendo o povo ucraniano", de injustiça e de perseguição; há a crise gerada pelas alterações climáticas e pela pandemia; ampliam-se os conflitos, estamos diante da “calamidade da guerra”; há desemprego e migração forçada. E os pobres são os mais penalizados.

“Mas, se o nosso coração estiver blindado e indiferente, não conseguiremos ouvir o seu flébil grito de dor, chorar com eles e por eles, ver quanta solidão e angústia se escondem mesmo nos cantos esquecidos das nossas cidades, vê-se ali tanta miséria, tanta dor e tanta pobreza descartada.”

Não dar ouvidos aos falsos "messias"

Portanto, prosseguiu o Papa, façamos nosso o convite forte e claro do Evangelho a não nos deixarmos enganar. Não vamos dar ouvidos aos profetas da desgraça, às sirenes do populismo, aos falsos "messias" que, em nome do lucro, proclamam receitas úteis apenas para aumentar a riqueza de poucos.

Ao contrário, vamos dar testemunho: aproveitar a ocasião para testemunhar o Evangelho da alegria e construir um mundo mais fraterno; empenhando-nos em prol da justiça, da legalidade e da paz, permanecendo ao lado dos mais frágeis. “Não fujamos para nos defender da história, mas lutemos para dar a esta história que estamos vivendo um rosto diferente.”

A força vem da confiança em Deus. Abrindo o nosso coração a Ele, aumentará em nós a capacidade de amar e "este é o caminho: crescer no amor". Deixemo-nos interrogar: como cristãos, que atitude tomar diante desta civilização que descarta os pobres, os velhos e os nascituros? Francisco recordou uma tradição italiana, na ceia de Natal, de reservar um lugar vazio à mesa para o Senhor que poderá bater à porta. E questionou: "O seu coração tem sempre um lugar vazio para aquela gente, ou estamos tão atarefados com os amigos, os eventos sociais, as obrigações? Nunca temos um lugar vazio para aquelas pessoas. Amados por Ele, decidamo-nos amar os filhos mais descartados. Ele se identifica com o pobre."

“Não podemos ficar – como aqueles de quem fala o Evangelho – a admirar as belas pedras do templo, sem reconhecer o verdadeiro templo de Deus, o ser humano, o homem e a mulher, especialmente o pobre, em cujo rosto, em cuja história, em cujas feridas está Jesus. Foi Ele que o disse… Nunca o esqueçamos!”

Sabe qual é o livro católico mais lido depois da Bíblia?

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Por Cláudio de Castro

Este clássico da espiritualidade católica é um dos livros mais traduzidos do mundo e já passou por mais de 3 mil edições desde que foi lançado.

O livro católico mais lido depois da Bíblia é de autoria do alemão Tomás de Kempis (1380-1471).

O autor foi um sacerdote agostiniano do século XV com uma profunda espiritualidade e um grande amor à Igreja e a Jesus Sacramentado.

Ele escreveu uma obra de devoção para aquecer a vida espiritual dos frades e monges da época. A obra foi elogiada por Santa Teresa e pelo próprio Dom Bosco.

As origens

É curioso que muitas pessoas eram conhecidas pelo lugar onde nasceram ou moravam, o que acabava sendo seu sobrenome. Foi o caso de Jesus – que costuma ser chamado de Jesus de Nazaré – Leonardo da Vinci, Teresa de Ávila, São Francisco de Assis

Nosso autor, a quem milhares de almas devem tanto, não foi exceção. É por isso que ele era chamado de Thomas Hemerken de Kempen (Kempis). Por fim, ele acabou sendo conhecido como Tomás de Kempis.

Sua grande obra? “A Imitação de Cristo“.

A Imitação de Cristo

Gosto muito de recomendar aos nossos leitores da Aleteia que leiam livros edificantes para os ajudar a crescer espiritualmente e a entender melhor nossa sagrada religião.

Dom Bosco dizia que nada faz tão bem à alma quanto ler um bom livro de espiritualidade. Hoje eu quero recomendar que você leia “A Imitação de Cristo”, escrito por Tomás de Kempis.

Esse, de fato, é o livro que meu pai estava segurando no momento de sua morte e que tanto o confortou em meio à sua dolorosa doença. 

O livro “A Imitação de Cristo” já passou por mais de 3.000 edições desde que foi publicado pela primeira vez e é um dos mais traduzidos do mundo.

Dividida em capítulos independentes, a obra apresenta orientações práticas para a vida do fiel. O objetivo é colocar o leitor em contato com Cristo e ajudá-lo na sua jornada espiritual.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Relíquias de São Francisco Xavier serão expostas em Goa, Índia

Pintura com São Francisco Xavier | Vatican News

O arcebispo de Goa e Damão, cardeal Filipe Neri Ferrão, anunciou que os restos mortais do missionário jesuíta, São Francisco Xavier, que chegou à costa oeste da Índia no século XVI, serão expostos entre 2024 e 2025.

Anna Poce - Cidade do Vaticano

O arcebispo da Arquidiocese de Goa e Damão, na Índia, Dom Filipe Neri Ferrão,  assinou um decreto especial com o qual anuncia, em seu site, a exposição das relíquias sagradas de São Francisco Xavier, um dos primeiros discípulos de Santo Inácio de Loyola.

O evento espiritual, conhecido pelo povo como “Gõycho Saib”, que sempre atrai milhões de pessoas de todas as partes do mundo, na antiga Goa, no sul da Índia, começará em 21 de novembro de 2024 e se concluirá em 5 de janeiro de 2025.

Exposição solene das relíquias de São Francisco Xavier

No decreto, lê-se que "segundo uma antiga tradição, realiza-se, a cada dez anos, nesta nossa Arquidiocese, uma 'Exposição solene das sagradas relíquias de São Francisco Xavier'. O evento terá início a partir de quinta-feira, 21 de novembro de 2024, e se concluirá no domingo, 5 de janeiro de 2025".

A data das celebrações, segundo um comunicado de imprensa, foi divulgada com dois anos de antecedência para que os peregrinos possam se organizar e participar do evento. Esta iniciativa espiritual, diz o cardeal Neri Ferrão, oferecerá aos fiéis a oportunidade de refletir sobre o “caminho de fé” de São Francisco Xavier e imitar seu zelo apostólico pelo Evangelho de Jesus Cristo. A exposição 2024-2025 deverá, portanto, representar “o ponto alto de um caminho espiritual de renovação e esperança, percorrido por cada pessoa, família, paróquia e toda a Igreja em Goa e Damão”.

“Os dois anos de preparação espiritual para a exposição – conclui o comunicado – consistirão em uma caminhada com os pobres e marginalizados, com pessoas de todas as religiões e culturas e em harmonia com a criação”.

Para acompanhar de perto o andamento da solene exposição, o cardeal Neri Ferrão nomeou uma Comissão especial, composta de leigos, religiosos e sacerdotes.

O Santo de Goa

O Santo de Goa, Francisco Xavier, pioneiro na difusão do cristianismo na Ásia, nasceu em 1506, em Navarra, Espanha, e morreu como missionário, em 1552, na ilha de Shangchuan, Jiangmen, na China. Após dois anos, seus restos mortais foram trasladados, intactos e íntegros, para Malaca e, depois, para Goa, onde ainda hoje é venerado na igreja Bom Jesus. Em 1619, o Papa Paulo V beatificou o missionário espanhol e, em 1622, Gregório XV o canonizou. Uma de suas relíquias - o antebraço direito – encontra-se em Roma, desde 1614, na Igreja de Gesù.

O corpo de São Francisco Xavier, preservado em uma urna, na Basílica do Bom Jesus, em Goa, é exposto a cada dez anos. Cerca de 4 milhões de pessoas visitaram suas relíquias na última exposição, que terminou em janeiro de 2015.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF