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terça-feira, 15 de novembro de 2022

Século XX: século da violência paroxística

Dom Jacinto Bergmann | CNBB

SÉCULO XX: SÉCULO DA VIOLÊNCIA PAROXÍSTICA

 

 Dom Jacinto Bergmann

Arcebispo de Pelotas (RS)

Lendo no “Livro do Sentido” do teólogo Clodovis Boff os vários pontos que ele dedica ao tema da “violência”, encontrei elementos sobre a violência paroxística presente no século passado. Dessa leitura, saiu o meu artigo de hoje. 

A dinâmica niilizante da modernidade chegou o seu ponto culminante no século XX (1900-1999). Para o Papa João Paulo II, o “século XX será considerado uma época de ataques maciços contra a vida, uma série infindável de guerras e o massacre permanente de vidas humanas inocentes”. 

  Concordando com esse juízo, muitos historiadores marcaram a fogo este século XX com definições como: “o século mais criminoso da história” (J. Delumeau); “o século mais violento da história da humanidade” (E. Hobsbawm); “o século mais cruel dos que o precederam” (A. J. Soljenitsyn); “o século das ideias assassinas” (R. Conquest); “o século do ódio” (G. Mariani); “o século do medo” (G. Pinzani); “o século do genocídio” (R. Gellately e Ben Kiernan); “o século dos gulags e dos campos de extermínio” (T. Todorov); “o século do mal” (M. Martelli); “o século das grandes catástrofes humanas” (S. Courtois); “o matadouro da história” (De Carli); “um réquiem satânico” (L. Begley). 

Na folha corrida deste século sangrento encontramos duas guerras mundiais, regimes totalitários, ideologias criminosas, revoluções endêmicas, racismo, genocídios (desde o dos armênios até os de Ruanda), gulags, campos de concentração, fornos crematórios, perseguição religiosa e destruição ecológica. Nunca na história se matou tanto! No século passado a violência atingiu níveis paroxísticos de crueldade sádica e ostensiva. Autores apresentam estatísticas que assustam: 61 milhões de mortos em guerras e 127 a 175 milhões em genocídios e outras chacinas de massa. 

Johann Baptist Metz, teólogo católico, definiu o século passado com uma “história de sofrimento e catástrofe”, pelo que “a crise de Deus”, para ele, seria “a assinatura do tempo”. Por sua vez, o teólogo Joseph Ratzinger, atual Papa Emérito Bento XVI, ainda na Páscoa de 1969, perguntava: “Não começa nosso século a ser um grande sábado santo, dia da ausência de Deus?” Seria à toa que o século passado, o mais violento da história, foi, ao mesmo tempo, o mais ateu? O niilismo religioso leva ao niilismo ético e este ao totalitarismo mortífero. 

Ademais, é preciso também dizer que este horribile saeculum, ao tempo em que viu a derrocada do ideologismo nadificante, inaugurou, em âmbito mundial, um processo decisivo de reavivamento espiritual. Como nunca a esperança entrou na pauta do dia. Foi “bom demais”, que a “estrela da esperança” ficou na terra como parabolicamente é afirmada na “Fábula da Estrela Verde”. Segue a fábula: “Havia milhares de estrelas no céu. Estrelas de todas as cores: brancas, prateadas, verdes, douradas, vermelhas e azuis. Um dia, elas procuraram Deus e lhe disseram: – “Senhor, gostaríamos de viver na terra, entre as pessoas”. – “Assim será feito”, respondeu Deus. “Conservarei todas vocês pequeninas como são vistas e podem descer para a terra”. Conta-se que naquela noite houve uma linda chuva de estrelas. Algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram brincar de correr com os vaga-lumes nos campos, outras misturaram-se aos brinquedos das crianças e a terra ficou maravilhosamente iluminada. Porém, passando o tempo, as estrelas resolveram abandonar os seres humanos e voltaram ao céu, deixando a terra escura e triste. – “Por quê voltaram?”, perguntou Deus, à medida que elas chegavam ao céu. – Senhor, não nos foi possível permanecer na terra! Lá existe muita miséria e violência, muita maldade, muita injustiça…”. E Deus lhes disse: – “Claro! O lugar de vocês é aqui no céu! A terra é o lugar de passagem, daquilo que passa, daquele que cai, daquele que erra, daquele que morre, onde nada é perfeito! O céu é o lugar da perfeição, do imutável, do eterno, onde nada perece e sobretudo onde reside a glória do Altíssimo! Mesmo, assim, eu amo as pessoas”. Depois que chegaram todas as estrelas e conferindo o seu número, Deus falou de novo: – “Mas está faltando uma estrela! Perdeu-se no caminho?”. Um anjo que estava perto retrucou: – “Não Senhor, uma estrela resolveu ficar entre os homens! Ela descobriu que seu lugar é exatamente onde existe a imperfeição, onde as coisas não vão bem, onde há luta e dor!” – “Mas que estrela é essa?”, voltou a perguntar Deus. – “É a esperança, Senhor! A ‘estrela verde’! A única dessa cor!” E quando olharam para a terra, a estrela da esperança não estava só. Estava com os humanos. O planeta ficou novamente iluminado com a volta das estrelas, mas também havia a estrela da esperança no coração de cada ser humano”. 

Que essa estrela da esperança encontre ainda mais espaço no coração da humanidade neste século XXI pelo qual atualmente somos protagonistas.

Hoje é celebrada Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná

Nossa Senhora do Rocio. Foto: Rodrigo Pinheiro /
Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio

Paranaguá, 15 Nov. 22 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra hoje (15), Nossa Senhora do Rocio, padroeira do estado do Paraná. Assim como Nossa Senhora Aparecida, esta devoção mariana brasileira teve início com uma pesca e foi crescendo com o tempo, conquistando uma multidão de devotos. A Festa Estadual de Nossa Senhora do Rocio, que acontece anualmente em Paranaguá (PR), é um dos grandes eventos de turismo religioso no Sul do Brasil.

A devoção a Nossa Senhora do Rocio teve início no século XVII, após a elevação de Paranaguá à Vila, em 1648. Durante uma pesca na baía de Paranaguá, um pescador conhecido como Pai Berê pegou em sua rede uma imagem de Nossa Senhora do Rosário. Ele levou a imagem para sua casa e lá se começou a rezar à Virgem. A primeira igreja de Nossa Senhora do Rocio foi edificada em 1813 e o Santuário, em 1920.

O nome Nossa Senhora do Rocio surgiu porque Rocio era o nome do lugar onde morava Pai Berê. A palavra rocio quer dizer orvalho e aquela localidade ficava no perímetro da Vila, onde terminava a povoação e começava a se condensar o orvalho matutino. Mais tarde, o rocio passou a ser interpretado pelos devotos como as graças que Deus derrama do céu por intercessão de Nossa Senhora.

Nossa Senhora do Rocio também passou a ser invocada por seus devotos frente às epidemias. Em 1686, quando os habitantes da Vila de Paranaguá, às margens de sua baía, foram assolados por uma peste, recorreram aos favores da Mãe de Jesus, invocada neste título, para que os livrasse da doença. Desde então, como recorda o site do Santuário de Paranaguá, “Nossa Senhora do Rocio vem sendo o socorro das aflições dos devotos cristãos paranaenses”. A Virgem do Rocio também atendeu aos seus devotos com curas individuais e coletivas, como nos casos da peste bubônica, em 1901 e da gripe espanhola, em 1918.

Por causa de milagres e graças alcançadas pela intercessão de Nossa Senhora do Rocio, essa devoção mariana cresceu cada dia mais. Assim, os bispos do Paraná a declararam padroeira do Estado, em 1939. Depois, em 1977, o papa são Paulo VI concedeu a Nossa Senhora do Rocio o patronato do Paraná.

Devoção brasileira não tem ligação com a espanhola

Também existe uma devoção a Nossa Senhora do Rocio, na Espanha, sem ligação com a devoção brasileira, embora toda devoção mariana seja à mesma e única Virgem Maria, invocada sob diferentes títulos.

A Virgem do Rocio é venerada no Santuário no povoado de Almonte, em Huelva, na Andaluzia. Sua devoção data do início de século XV, quando uma imagem de Nossa Senhora foi encontrada dentro de um tronco oco de uma velha árvore, em um bosque. No local, foi construída uma igreja. Atualmente, a romaria ao santuário do Rocio, em Almonte, é uma das mais importantes da Espanha e acontece na segunda-feira seguinte ao domingo de Pentecostes.

Fonte: ACI Digital

No entardecer do mundo

Dom Lindomar Rocha | CNBB

NO ENTARDECER DO MUNDO

  Dom Lindomar Rocha Mota

Bispo de São Luís de Montes Belos (GO) 

Quase concluindo o ano litúrgico e o ciclo do Evangelho de Lucas, deparamo-nos com a mensagem escatológica de Jesus. É a sua última pregação antes da Paixão e Ressurreição. 

Em questão, o fim dos tempos, os falsos profetas, eventos catastróficos e a coragem de testemunhar. 

A profecia que identificava a destruição do Templo com fim dos tempos é superada! Entretanto, Jesus alerta que no vazio deixado por sua ausência, como, por fim, o vazio deixado pelas grandes tradições, oferece oportunidade para pregadores de ocasião. Gente que se alvora a salvar o mundo com suas palavras e caminhos extemporâneos. Há uma alerta geral, pois nos lembra o Senhor: “Cuidado para que vocês não sejam enganados, porque muitos virão em meu nome” (Lc 21,8). 

Os falsos profetas se espalham por toda parte. Por vezes são invejados e copiados, mas isso não testemunha o Reino nem a presença de Jesus. 

Tempos difíceis também não são provas para o fim dos tempos. Eventos catastróficos e esperanças desviadas são sinais inequívocos de um mundo em ocaso, mas não é o ocaso final.  

No entardecer do mundo a única coisa que atesta os sinais do Reino é a coragem dos discípulos. 

A coragem daqueles que decidem permanecer de pé no crepúsculo é a prova do Reino. Desde sempre estimamos e apreciamos a coragem. Ela se manifesta em meio às dificuldades e é marcada pela decisão de não seguir o caminho fácil. De não ceder ao mal. De não manipular a vontade de Deus, mas de ser passagem que permite o Reino acontecer. 

Essa coragem é a marca dos que darão testemunho. Não haverá, como por fim, já não há agora, vida fácil. Neste quesito o Senhor não engana ninguém. “Vocês serão entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vocês” (Lc 21,10). 

Neste tempo crepuscular o discípulo aparece fragilizado. Não demonstra fortuna e parece envolto em dúvidas. Está fraco. É odiado “por todos, por causa do nome do Senhor”. É neste momento que ele enfrenta o mal. 

A coragem transforma a caminhada numa jornada. Os empecilhos e até perigo para a vida não esmorece os discípulos. Eles estão dispostos fazer a jornada até o fim. Rindo dos infortúnios e alegrando-se com as derrotas. Assim, Paulo se misturava com os grandes e pequenos do mundo. Assim, pescadores de origem modestas olharam o mundo nos olhos. Anunciaram a sua morte e proclamaram o nascimento de um mundo novo. 

Confiantes eles confiaram. Não prepararam nada com antecedência e não se espantaram com o novo que vinha. 

Com coragem permaneceram firmes na fé e nesta perseverança ganharam a vida que o Senhor lhes prometera (Lc 21,19).

Francisco: depois das guerras a conversão, inverter a rota e investir no que importa

Santo Inácio de Loyola | Vatican News

Em carta enviada ao Cardeal Omella Omella, o Papa se une às celebrações pelos 500 anos da chegada de Santo Inácio de Loyola a Barcelona. "De sua história uma grande lição para nós".

Paolo Ondarza – Vatican News

"Através das crises, Deus nos diz que não somos os mestres da história, nem mesmo de nossa própria história, e mesmo que sejamos livres para responder ou não aos apelos da sua graça, é sempre seus desígnios de amor que dirigem o mundo". São palavras do Papa Francisco em uma carta dirigida ao Cardeal Juan José Omella Omella, Arcebispo de Barcelona e Presidente da Conferência Episcopal Espanhola, por ocasião dos 500 anos da chegada de Santo Inácio de Loyola à cidade catalã.

Despojado de tudo

Em 14 de novembro de 1522, o futuro fundador da Companhia de Jesus, então um "pobre soldado", deixou sua casa em Loyola para ir a Barcelona e embarcar para Jerusalém. Sua viagem, entretanto, incluiu uma longa parada de quase um ano em Manresa, onde Inácio renunciou às suas nobres roupas e à sua espada. "Nosso protagonista", lembra o Pontífice, "depois de ter servido o rei e suas convicções a ponto de derramar seu sangue, foi ferido no corpo e no espírito, despojou-se de tudo e estava determinado a seguir Cristo na pobreza e na humildade".

A crise como uma oportunidade

“É significativo neste momento", observa o Bispo de Roma, "pensar que Deus tenha usado uma guerra e uma praga para levá-lo até lá. A guerra que o tirou do cerco de Pamplona e foi a causa de sua conversão, e a peste que o impediu de chegar a Barcelona e o deteve na caverna de Manresa. Esta é uma grande lição para nós, pois não faltam guerras e pragas antes da conversão. Podemos, portanto, aproveitá-los como uma oportunidade para reverter a rota seguida até agora e investir no que importa".

Da terra ao céu

É por isso que, segundo Francisco, as crises se tornam uma oportunidade para reconhecer o primado de Deus: "Inácio era dócil a esse chamado, mas acima de tudo não guardava essa graça para si mesmo, mas a via desde o início como um dom para os outros, como um caminho, um método que poderia ajudar os outros a encontrar Deus, a abrir seus corações e a deixar-se desafiar por Ele”. Desde então, seus exercícios espirituais, como outros itinerários de perfeição", conclui, "são-nos apresentados como a escada de Jacó que conduz da terra ao céu e que Jesus promete àqueles que sinceramente o buscam”.

Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo

liturgiadashoras

Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo

(Orat. 9, in ramos palmarum: PG 97,1002) (Séc.VIII)

Eis que vem a ti teu rei, justo e salvador

Digamos também nós a Cristo: Bendito o que vem em nome do Senhor (Mt 21,9), rei de Israel (Mt 27,42). Levantemos para ele, quais folhas de palmeira, as derradeiras palavras na cruz. Vamos com entusiasmo para a frente, não com ramos de oliveira, mas com as honras das esmolas de uns aos outros. Estendamos a seus pés, como vestes, os desejos do coração. Deste modo, pondo seus passos em nós, esteja dentro de nós, e nós inteiros nele; e se manifeste ele totalmente em nós. Repitamos para Sião a aclamação do Profeta: Tem confiança, filha, não temas. Eis que vem a ti teu rei, manso e montado no jumentinho, filho da que leva o jugo (cf. Zc 9,9).

Vem aquele que está presente em todo o lugar e ocupa tudo, para realizar em ti a salvação de tudo. Vem aquele que não veio chamar os justos, mas os pecadores à conversão (Mt9,13), para fazer voltar os desviados pelo pecado. Não temas, pois. Está Deus no meio de ti, não serás abalada (cf. Dt 7,21).

De mãos erguidas, recebe-o, a ele que gravou nas próprias mãos tuas muralhas. Acolhe-o, a ele que cavou em suas palmas teus fundamentos. Recebe-o, a ele que tomou para si tudo o que é nosso, à exceção do pecado, a fim de mergulhar tudo que é nosso no que é dele. Alegra-te, cidade-mãe, Sião; não temas. Celebra tuas festas (Na 2,1). Glorifica por sua misericórdia quem em ti vem para nós. Mas também tu, rejubila-te com entusiasmo, filha de Jerusalém, canta, dança de alegria. Resplandece, resplandece (assim aclamamos junto com Isaías, o clarim sagrado), porque chegou tua luz e nasceu sobre ti a glória do Senhor (Is 60,1).

Que luz é esta? Só pode ser aquela que ilumina a todo homem que vem ao mundo (cf. Jo 1,9). A luz eterna, luz que não conhece o tempo e revelada no tempo, luz manifestada pela carne e oculta por natureza, luz que envolveu os pastores e se fez para os magos guia do caminho. Luz que desde o princípio estava no mundo, por quem foi feito o mundo e o mundo não a conheceu. Luz que veio ao que era seu, e os seus não a receberam.

Glória do Senhor. Qual glória? Na verdade, a cruz em que Cristo foi glorificado. Ele, esplendor da glória do Pai, como ele próprio, estando próxima a paixão, disse: Agora é glorificado o Filho do homem e Deus é glorificado nele; e o glorificará sem demora (cf. Jo13,31-32). Chama de glória neste passo sua exaltação na cruz. Porque a cruz de Cristo é glória e, realmente, sua exaltação. Por isto diz: Eu, quando for exaltado, atrairei todos a mim (Jo 12,32).

Cristo, o Rei que veio para servir

Renata Sedmakova | Shutterstock
Por Ricardo Sanches - Pe. Reginaldo Manzotti

Seu Reino é diferente de tudo o que imaginamos, e nós somos chamados a fazer parte dele.

Querido povo de Deus, estamos chegamos ao final do ano litúrgico. Diferentemente do calendário civil, o litúrgico tem seu final com a Solenidade de Cristo Rei. Nos tempos atuais quando não vivemos a monarquia, só sabemos sobre o assunto o que vemos em filmes, com o aprendemos em história, então pode parecer até estranho falar em “Cristo Rei” e corremos o risco de cometer um equívoco ao compará-Lo aos moldes do reino deste mundo.  Portanto, ao proclamar Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, precisamos compreender de que reino se trata.  

Interessante que quando Jesus admite ser rei, não estava num momento glorioso, num momento de reconhecimento, pelo contrário Ele estava despojado de tudo, estava seminu, ensanguentado, fragilizado, humilhado, já tinha passado a noite apanhando, estava com fome e no momento mais frágil da sua vida. É neste contexto, que, frente a um homem desfigurado pela dor, Pilatos pergunta: ”Tu és o Rei dos Judeus? ” Precisamente, quando qualquer hipótese de um reinado glorioso e triunfalista em Jesus tinha sido apagado Ele admite: “Eu Sou Rei” (Jo 18, 33b-37). 

Um Rei que veio para servir

Ao proclamarmos Jesus Rei, tenhamos consciência que esse Rei perdoou uma pecadora em praça pública, então o seu reinado é de perdão. Que esse Rei matou a fome de mais de cinco mil pessoas, seu reinado é da partilha e da caridade. Sabemos que esse Rei lavou os pés dos Apóstolos, é um Rei que veio para servir. Esse Rei se levantou contra os opressores pedindo justiça, respeito, amor, então é um reino que prega a igualdade. Portanto, Ele nos mostra o que falou a Pilatos, que Seu Reino é diferente de tudo o que imaginamos e nós somos chamados a fazer parte deste Reino. O trono da graça do Rei Jesus é a Cruz, a coroa foi de entrega, de espinhos. O cetro de Jesus foi o do pastoreio. 

Antigamente, quando se lutava numa guerra preservava-se o rei, porque se no combate ele fosse morto, a guerra estava acabada e perdida. Vejam, Jesus está para ser morto quando Ele diz “Eu Sou Rei”, não para acabar a guerra, para aqueles que acreditavam Nele desistissem de lutar, mas porque Ele ressuscitaria e ressuscitado a vitória é certa. 

O Rei ressuscitou

Então, mataram sim o Rei, mas o Rei ressuscitou. Quem acreditava nesse Rei não perdeu a batalha, porque o Rei está vivo e a luta continua.  Porém, não uma luta com armas, não uma luta de favores, não uma luta de questões econômicas, meus irmãos isso é do mundo e Jesus, pela sua vida, tentou mostrar de todas as formas, que nós devemos combater com as armas do amor e da caridade. Combater pelo serviço, acolhendo uns aos outros como irmãos, lavando os pés e perdoando.  

Jesus é Rei, Vivo Ressuscitado, o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim de tudo. Deixemos que Ele reine em nossas vidas, em nossos corações e sejamos construtores do Seu Reino de amor, paz e justiça!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Santo Alberto Magno, Doutor Universal

S. Alberto Magno | Guadium Press
15 de novembro
Doutor Universal, Mestre de São Tomás de Aquino, Santo Alberto Magno soube fazer da razão uma aliada para sustentar e aumentar a fé.

Redação (15/11/2021 07:00, Gaudium Press) Por volta do ano 1200, nasceu Alberto na Alemanha. Originário de uma família de nobres da cidade de Bollstad. Alberto tinha uma carreira militar promissora diante de si. Mas seus interesses e, sobretudo, os interesses de Deus tinham outros planos para Alberto.

Bem jovem, Alberto foi enviado a Pádua para estudar Artes Liberais. Sua dedicação e paixão pelos estudos não demorou a ser percebida.

Física, Química, Astronomia, Mineralogia, Botânica e Zoologia, essas eram apenas algumas das matérias de interesse de Santo Alberto. Porém, foram sem dúvidas a filosofia e a teologia que lhe renderam o título de Magno.

A vocação dominicana

O jovem estudante Alberto ainda se encontrava na Itália, quando viu chegar à figura de um frade que encantava as multidões com suas pregações.

Oriundo também da Alemanha, o pregador que tinha fama de santidade chamava-se Jordão da Saxônia e era sucessor de São Domingos de Gusmão.

Algum tempo antes, Maria Santíssima apareceu a Alberto e o convidou a abandonar o mundo. Ao ouvir uma das pregações de Jordão da Saxônia, Alberto não hesitou e atendeu ao chamado de ingressar na Ordem dos Pregadores.

Santo Alberto Magno professou os votos em 1226. Em 1228, após concluir seus estudos na cidade italiana de Bolonha, foi enviado para Colônia.

Ali, o Santo assumiu o magistério de seus confrades e descobriu sua aptidão especial pelo ensino e pela pregação. 

O Mestre e o discípulo

Especialmente dotado para os assuntos doutrinários, seus superiores o enviaram às grandes universidades europeias.

Foi precisamente em Paris, na Sorbonne, que Alberto teve um dos encontros mais importantes de sua vida. Entre seus discípulos havia um cujo nome era Tomás de Aquino

Logo, Santo Alberto se deu conta do tesouro de santidade e sabedoria contido na alma de São Tomás, e não hesitava em defender o discípulo que era maldosamente apelidado de “boi mudo”.

Foi nessa época que Santo Alberto interessou-se pelas obras de Aristóteles e pode comprovar como razão e fé são harmônicas entre si.

O mestre Alberto e o discípulo Tomás, que encantavam as Universidades de Paris e Colônia, estavam lançando os fundamentos filosóficos da doutrina Católica.

Últimos anos antes da eternidade

A virtude e as qualidades de Santo Alberto não passavam despercebidas. Por esta razão, ele foi eleito duas vezes consecutivas provincial dos dominicanos na Alemanha.

Também o Papa Alexandre IV nomeou-o bispo de Regensburg. Contudo, após dois anos à frente da diocese, Santo Alberto pediu permissão ao Papa para regressar ao magistério e à vida monástica.

Com o avanço da idade, Santo Alberto escolheu o isolamento do convento e alguns anos antes de sua morte perdeu quase completamente a memória.

Em 15 de novembro de 1280, Santo Alberto faleceu no convento dominicano de Colônia. Em 1931, Pio XI canonizou-o e proclamou Doutor da Igreja, com o nome de Doutor Universal. (FM)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Abnegação e paciência

Abnegação e paciência | Alcindo Almeida

Abnegação e paciência

RAÍZES ILUMINADAS

Há alguns anos, chegou-me às mãos um recorte de jornal que me sensibilizou profundamente. A autora do artigo, uma professora de uns trinta e poucos anos, evocava a memória de seus pais, já falecidos, que tinham sido em tempos idos meus conhecidos. O artigo foi escrito por ocasião da Beatificação do Fundador do Opus Dei e continha uma dupla homenagem: a São Josemaria Escrivá (então Bem-aventurado Josmaria Escrivá) e aos pais da autora, que tinham sabido encarnar na vida do lar a espiritualidade aprendida de São Josemaria.

Vale a pena reproduzir aqui algumas citações desse artigo.

Maria Antônia – assim se chama a professora – conta aí a redescoberta que fez da “alma” de seus pais quando, depois de ambos terem falecido, remexia com carinho filial nos seus escritos, cartas e apontamentos, e especialmente na correspondência que o pai tinha mantido com Mons. Escrivá.

“Até que ambos tornaram a reunir-se na vida eterna, havia muitos aspectos da vida interior deles que eu só podia intuir – escreve a filha -. Captava-se a força do exemplo, a força da vocação dos dois, mas, como é lógico, perdiam-se muitos matizes, que ficavam só na intimidade deles. Através de alguns excertos da correspondência encontrada, aprendi algumas coisas que agora tento transmitir”.

Olhando para trás, Maria Antônia evoca a progressiva descoberta que foi fazendo de muitas coisas maravilhosas que teciam, por assim dizer, o ambiente de seu lar, e que hoje percebia que não estavam lá por acaso nem por geração espontânea, mas como fruto do espírito cristão, generosamente vivido e cultivado pelos pais, num dia a dia amoroso, abnegado, paciente.

“Meus pais já eram do Opus Dei naqueles duros anos 50 de Barcelona, quando eu ainda não tinha nascido. À medida que fui tendo uso de razão e tornando-me mais consciente do que me rodeava, julguei sempre que o ambiente reinante na minha família, a educação que estávamos recebendo, e que tantas vezes tenho agradecido a Deus, fosse coisa normal em todas as famílias. Com o decorrer dos anos, fui percebendo que nem de longe era tão normal. Os princípios dessa educação eram bem claros: uma grande liberdade, baseada no senso de responsabilidade inculcado desde crianças; otimismo e alegria fundamentados claramente na fé, pois não faltaram dificuldades e obstáculos em todo o caminho terreno de meus pais; uma sólida formação na doutrina cristã, unida a um modo positivo de nos sugerir, sem impor, detalhes de vida de oração, e uma profunda e arraigada devoção a Nossa Senhora, a quem todos considerávamos e continuamos a considerar a especial intercessora para os assuntos familiares. Ficou-me muito claro que um dos pilares básicos para que esse ambiente familiar se mantivesse era o fato de que, em todos os momentos, o exemplo de meus pais, os seus atos, iam na frente das palavras. Passados os anos, percebi, sem que eles nada me dissessem, que aquilo era o espírito do Opus Dei”…

A filha relembra comovida as dificuldades financeiras por que a família numerosa passou, e os equilíbrios que o pai era obrigado a fazer para conjugar aulas na Faculdade, onde era professor, práticas de laboratório, trabalho em uma fábrica, preparação de um concurso e ainda aulas particulares. E relata a emoção que sentiu quando, folheando a correspondência paterna, descobriu que Mons. Escrivá tinha transcrito, no ponto 986 do livro Sulco, palavras de uma carta de seu pai: “Não irá rir, Padre, se lhe disser que – faz uns dias – me surpreendi oferecendo ao Senhor, de uma maneira espontânea, o sacrifício de tempo que supunha para eu ter de consertar um brinquedo estragado de um dos meus filhos? – Não sorrio, fico feliz! Porque, com esse mesmo amor, Deus se ocupa de recompor os nossos estragos”. “Tenho – comenta a filha – recordações muito vivas dessas cenas: as bonecas descabeçadas ou sem pernas, a peça que precisava ser colada…, tudo isso nós sabíamos que, deixando-o na mesa do escritório de papai, tornaria a adquirir rapidamente a sua forma original. Que pouco valorizávamos, naquela altura, o ato heróico que podia significar para ele o fato de gastar dez ou quinze minutos! Mas como o valorizava aquela alma a quem Deus, através do espírito do Opus Dei, lhe saía ao encontro nesses pormenores minúsculos, mas grandiosos, por estarem cheios de amor”.

“Mais de uma vez – acrescenta a filha – tenho esclarecido em público que eu não seria o que hoje sou, se não tivesse recebido a educação que meus pais me deram, se não tivesse tido o seu exemplo em face de tantas contrariedades e situações difíceis – entre elas a morte de dois filhos – por que Deus permitiu que passassem” (Maria Antônia Virgili, Jornal El Norte de Castilla, Valladolid, 16.05.1992).

Essa perspectiva de tantos anos de entrega constante e amorosa dos pais iluminou, aos olhos dessa mulher, as suas próprias raízes. Entendeu-se melhor a si mesma, projetando as suas lembranças sobre o fundo luminoso da dedicação paciente, contínua, calada, carinhosa de seus pais cristãos.

OS FRUTOS DOURADOS DA PACIÊNCIA

Ao captar mais lucidamente a riqueza do exemplo dos pais, Maria Antônia pôde compreender também uma dimensão preciosa da virtude da paciência: a da abnegação, praticada com fidelidade persistente: uma fidelidade que é feita de amor generoso e constante; uma paciência que não se cansa do sacrifício, que não tem pressa em cobrar resultados, que não desanima quando os esforços parecem baldados e os frutos ainda não se vêem. Esta era a paciência que brilhava, com seu halo doce e envolvente, na recordação dos pais.

Todos nós temos experiência de quanto custa persistir nos esforços ou atitudes que exigem sacrifícios continuados e não trazem compensações imediatas. Não é fácil lutar, manter-se firme no empenho, e ver que tudo demora a realizar-se, a concluir-se, a chegar.

A nossa paciência é testada sempre que temos de aguardar, esperar, voltar, tentar uma e outra vez: desde a interminável espera num consultório dentário até o desgosto do casal de namorados que precisa adiar de novo a data do casamento, porque não têm condições de financiar o apartamento. Com razão diz Hildebrand que “a impaciência se relaciona sempre com o tempo” (Dietrich von Hildebrand, A nossa transformação em Cristo, Aster, Lisboa, 1960, pág. 204).

Mas todo aquele que quiser conseguir alguma coisa de real valor na vida, não terá outro remédio senão armar-se de paciência e esperar. Demora-se, necessariamente, a ser um profissional experiente; demora-se a amadurecer por dentro até corrigir pelo menos alguns dos defeitos pessoais; demora-se a suavizar arestas no casamento e, aos poucos, ir-se ajustando à base de mútuos perdões e sorridentes renúncias; demora-se a criar um bom ambiente familiar; demora a vida inteira a autêntica formação dos filhos.

“Aprendi a esperar – dizia São Josemaria Escrivá -; não é pouca ciência”. Mas é importante termos muito presente que esse “esperar” não significa “aguardar” passivamente. Consiste, como estamos vendo, em persistir fiel e confiadamente no cumprimento da nossa missão, do nosso dever – do dever religioso, moral, familiar, profissional… -, durante todo o tempo que for preciso, com aquela convicção que animava Santa Teresa: “A paciência tudo alcança”.

A essa paciente espera se refere o Apóstolo São Tiago, quando nos põe diante dos olhos a imagem do lavrador: Tende, pois, paciência, meus irmãos […]. Vede o lavrador: ele aguarda o precioso fruto da terra e tem paciência até receber a chuva do outono e a da primavera. Tende também vós paciência e fortalecei os vossos corações (Ti 5, 7-8).

Não é verdade que estas palavras nos lembram muitas coisas pessoais? Os frutos dourados da vida só se conseguem com uma luta constante, unida a uma paciência fiel. Mas quanto custa seguir o conselho do Apóstolo! Muitas vezes já fomos como aquela criança a quem a mãe tinha oferecido uma planta que, com o tempo, iria dar flores. “Mas, quando os botões surgiram, não sabíamos esperar que abrissem. Colaborávamos no seu desabrochar triturando-as, separando talvez as pétalas, para que a floração fosse mais rápida. Nódoas escuras apareciam então, e as flores estiolavam, murchavam…”(Romano Guardini, O Deus vivo, Aster, Lisboa, s/d, pág. 71).

Quantas coisas, na vida, não murcham por cansaços impacientes que nos levam a desistir! Na vida familiar, os exemplos são gritantes. Talvez hoje seja mais necessário do que nunca recordar aos casais que a felicidade que procuram, sem saber bem como achá-la, nunca a conseguirão como fruto do egoísmo defendido de qualquer incômodo, mas como fruto do amor fielmente paciente, do amor cristão. E da mesma coisa deveriam lembrar-se todos os que começaram alguma vez, movidos por um alegre impulso da graça, a esforçar-se decididamente por viver o ideal e as virtudes cristãs. A maior ameaça contra esse bom propósito, mais do que nas fraquezas e nas reincidências no erro, encontra-se no cansaço, na sensação de que “não adianta continuar”, ou de que “custa demais conseguir”, ou seja, na falta de paciência para ir avançando aos poucos, à força de começar e recomeçar.

Nós gostamos de que as coisas nos sejam dadas logo. Deus sabe que as almas e as coisas precisam ter as suas estações. Temos que aprender, por isso, a ser bons semeadores, que esperam a colheita sem pressas inquietas e perseveram sem desânimos exaustos.

Semear é duro. É enterrar o grão e nada ver. Isso exige fé e desprendimento. Eu dou a semente do meu esforço, do meu empenho, do meu sacrifício, da minha oração, e espero, vigilante, até que dê o seu fruto, enquanto continuo, solícito, a zelar pelo campo: rego, limpo, podo, adubo, protejo… Só com essa paciência ativa é que um dia virá o fruto: o fruto da fé, amadurecida a partir da persistência na oração, nos sacramentos, na formação; o fruto dos valores cristãos finalmente arraigados nos filhos; o fruto das virtudes pessoais que desabrocham e se firmam; os frutos do apostolado.

Todos nós já exclamamos mais de uma vez: “Que paciência!”, ao admirarmos obras humanas magníficas, que só se explicam por uma longa aplicação, por um trabalho meticuloso, prolongado e imensamente paciente. É assim que louvamos, por exemplo, os bordados delicadíssimos e artísticos de uma enorme toalha de mesa feita à mão. É assim também que admiramos o trabalho da vida inteira de um pesquisador, que foi coligindo, exaustivamente, um incrível acervo de dados sobre uma matéria até então ainda não estudada. – “Que paciência!”, dizemos. Pois bem, uma paciência igual, pelo menos, e um esmero e uma tenacidade análogos, são os que Deus nos pede para cultivarmos em nós e à nossa volta a vida e as virtudes cristãs.

A paciência produz a virtude comprovada, diz São Paulo (Rom 5, 4). E São Tiago repisa o mesmo ensinamento ao escrever: É preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma (Ti 1, 4) que, nesses dois textos do Novo Testamento, como em tantos outros da Bíblia, a mesma palavra que significa paciência inclui também o sentido de perseverança, de persistência fiel, essa virtude que Deus ama tanto. Pela vossa paciência possuireis as vossas almas, diz-nos Jesus (Lc 21, 19).
(Adaptação de um trecho do livro de F.Faus: A paciência)

O que um católico deve fazer com as correntes de oração do WhatsApp?

Imagem ilustrativa / Crédito: Pexels

REDAÇÃO CENTRAL, 14 Nov. 22 / 05:00 am (ACI).- Há alguns anos, tornou-se comum receber através do WhatsApp algumas “correntes de oração” para que sejam enviadas a todos os contatos em um período de tempo e, assim, receber uma bênção de Deus e evitar “um castigo”.

O que um católico deve fazer quando recebe uma dessas mensagens?

O sacerdote mexicano Sergio Román respondeu a esta inquietude em um artigo publicado no meio católico 'Desde la Fe'.

O que fazer?

“Em primeiro lugar, o que devemos fazer é recordar que Deus não colocou condições na hora de convidar seus discípulos para rezar, por isso, o recomendável é apagar o texto, embora quem nos enviou seja nosso melhor amigo. E não acontece nada? Absolutamente nada! Não se preocupem”, assegurou.

O padre disse que se pode “aproveitar esse tipo de correntes como uma recordação para rezar pelas muitas necessidades do mundo”, mas não se pode “deixar de assinalar que intrinsecamente são ruins e não devem ser feitas nem seguidas, porque apresentam uma imagem errada e supersticiosa de Deus”.

Em terceiro lugar, recomendou ter uma legítima devoção a Jesus, a Virgem e aos santos, porque, “dessa maneira, estariam fazendo uma propaganda boa que serviria para instruir outras pessoas e para incentivá-las a compartilhar sua devoção”.

Razões pelas quais as correntes não são recomendáveis

1. Causam desconforto

Embora essas correntes sejam feitar por “pessoas de boa fé que pensam que desse modo ajudarão a fomentar a devoção a algum santo”, padre Román assegura que “a única coisa que fazem é causar desconforto aos seus contatos sobretudo àqueles que, por falta de conhecimento, se deixam escravizar pelas correntes”.

2. Fomentam superstições

Fomentam a superstição ao fazer acreditar que as graças divinas dependem da repetição sem sentido de uma ação que não tem nenhuma importância, indica o presbítero.

3. Assemelha-se à magia ou bruxaria

“As correntes fazem fronteira com magia ou bruxaria, o que atribui às coisas o poder que só Deus tem e que considera que existem fórmulas infalíveis para forçar Deus a fazer os nossos caprichos”, concluiu padre Román.

A Tapeçaria da Criação: um tesouro ibérico medieval

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curid=19068328
Por Daniel R. Esparza

Apenas a parte superior da tapeçaria original permanece. Nela, é contada a história da Criação. Veja aqui:

ATapeçaria da Criação, também conhecida como Tapeçaria de Girona, está alojada no Museu da Catedral de Girona. Originalmente o baldaquino para o altar da Santa Cruz na mesma catedral (embora alguns pensem que possa ter sido usado como cortina, ou mesmo como tapete), a tapeçaria é um painel românico de bordados minuciosos do século XI bordados com uma série de cenas teológicas retratando os ciclos bíblicos da Criação e (até certo ponto) da Redenção.

Medindo quase 4 x 5 metros (12 pés × 15,4 pés), a Tapeçaria da Criação não é exatamente uma tapeçaria. Na realidade, é um grande painel de agulhas de feltro colocado na superfície de um tecido moído – uma lã de terracota de diferentes cores, com fios de lã e linho branco.

Curiosamente, as molduras da Tapeçaria da Criação (que está bastante deteriorada) contêm quadros menores. A maioria dos estudiosos concorda quando diz que se trata de uma adição posterior, devido ao seu estilo e temas bizantinos (e não românicos).

Apenas a parte superior da Tapeçaria da Criação permanece. Esta parte, porém, está dividida em três outras partes – ou, melhor dito, ciclos:

  • O Génesis, que é presidido pelo Cristo Pantocrator
  • Os elementos cósmicos (incluindo meses e dias)
  • A História da Santa Cruz (de fato, Helena de Constantinopla é claramente retratada nela, uma vez que lhe é creditado encontrar a Cruz Verdadeira e levá-la para a Europa)

O Cristo Pantocrator, retratado como um jovem (de forma claramente Alexandrina, não bizantina), ocupa um círculo no centro da tapeçaria. Está rodeado por um círculo cujos setores (além do superior, no qual o Espírito Santo é representado como pomba branca) mostram os sete dias da criação, retratando Adão e Eva.

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No quadrado central superior da Tapeçaria da Criação encontramos um homem velho representando “o tempo secular” (Annus, literalmente “o ano”) segurando a Roda do Tempo na sua mão esquerda. Os outros quadrados incluem personificações dos Rios do Paraíso, das Quatro Estações, de Sansão, e outro personagem bíblico que se crê ser Adão. Os dois cantos inferiores dos restos da Tapeçaria da Criação incluem as personificações do Sol (simbolizando o Domingo) e da Lua (simbolizando a Segunda-feira).

No fundo, cenas incompletas da descoberta da Santa Cruz apresentam Helena de Constantinopla em Jerusalém, e o trânsito da Cruz Verdadeira à medida que é levada para a Europa.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF