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sábado, 19 de novembro de 2022

Francisco em visita a Asti para encontrar suas famílias de sangue e de fé

A visita a Asti está prevista para este final de semana 
(Vatican Media)

O Papa Francisco viaja neste sábado (19) à cidade italiana de Asti, no norte da Itália, para visitar seus parentes e também para celebrar na catedral no domingo (20) a Jornada Mundial da Juventude, em nível diocesano. Segundo o bispo local, dom Marco Prastaro, o Papa “vem visitar o lugar das origens da sua família e levar-nos às raízes da nossa fé".

Alessandro Di Bussolo e Eugenio Bonanata - Vatican News

Sobre esta visita de Francisco, o Bispo de Asti, Dom Marco Prastaro, explica: "Neste sábado, o Papa encontra membros da sua família, na terra dos seus antepassados. Trata-se de um encontro tão esperado do Papa com sua família de sangue. Seu pai, Mário Bergoglio, nasceu em Turim, mas sempre viveu na província de Asti, até fevereiro de 1929. Desde então, o jovem contador, de 21 anos, emigrou para Buenos Aires, com os avós do futuro Papa, Giovanni e Rosa. Amanhã, domingo (20/11), Francisco manterá um encontro com uma família mais numerosa: os fiéis da Igreja local de Asti, para a celebração da Jornada Mundial da Juventude, em nível diocesano”.

Encontro tão esperado desde 13 de março de 2013

Aos microfones da Rádio Vaticano, Dom Marco Prastaro fala desta visita do Papa a Asti: “Esperávamos esta visita desde o dia 13 de março de 2013, quando Jorge Mario Bergoglio foi eleito Papa. O povo de Asti logo pensou: "Um de nós se tornou Papa". Assim, nestes dois dias, 19 e 20 de novembro, o Papa Jorge, como seus primos o chamam, volta às raízes da vida da sua família, à qual ainda está intimamente ligado. Além do caráter familiar, Francisco também vem levar-nos às raízes da nossa fé: o Evangelho, a tradição apostólica, a oração e a vida comunitária”.

Encontro privado de sábado e públicos de domingo

“Este sábado foi dedicado à visita privada do Papa com seus familiares: primeiro, o encontro, em Portacomaro, com sua prima Carla Rabezzana, que, há poucos dias, completou 90 anos; depois, com a prima Delia Gai e outros parentes, em Tigliole. Na parte da manhã de Domingo, 20, o Pontífice manterá um encontro com a comunidade diocesana, durante a celebração Eucarística, na Catedral, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, em nível diocesano. Antes da Missa, o Papa Francisco passará, de papamóvel, entre os numerosos presentes na praça central de Asti. Ao término da celebração, o Pontífice almoçará, na Cúria episcopal, com membros da sua família e algumas pessoas. O cardápio bem piemontês será oferecido por ele aos seus parentes queridos. Na parte da tarde, antes de deixar Asti, o Papa encontrará 1.340 jovens e crianças no estádio Censin Bosia”.

Quais seus sentimentos sobre este encontro tão esperado com o Papa?

“Antes de tudo, o fato de o Papa voltar às suas raízes, com a qual, apesar da distância, como filho de imigrantes, porque nasceu na Argentina, Bergoglio quis manter um forte vínculo com seus parentes e a terra de seus ancestrais. Claro, as pessoas daqui se sentem orgulhosas por ter um Papa de origem piemontesa. O povo daqui, muito religioso, está entusiasmado com a presença de um ilustre conterrâneo. As pessoas estão cientes de que Francisco vem visitar seus familiares e a comunidade diocesana, sem fazer discursos, mas apenas para encontrar sua família de sangue e a de fé. Enfim, a importância desta visita, como todas as suas visitas, é, sobretudo, confirmar seus irmãos na fé, levar-nos à redescoberta da nossa fé: o Evangelho, a tradição apostólica, a oração, a vida comunitária”.

Programa da visita papal

“Este sábado é dedicado a encontros em forma privada. Domingo, o Papa partirá da Cúria episcopal e dará uma volta de papamóvel pela cidade, entre as pessoas, até chegar à praça da catedral, que contará com a presença de cerca de 4.000 fiéis, para a celebração Eucarística pelo Dia da Juventude. Entre os numerosos jovens estará também o nosso seminarista, Stefano Accornero, que receberá o acolitato, uma das etapas em preparação ao sacerdócio. Trata-se de uma mensagem de esperança para a nossa Igreja local. Antes de voltar para o Vaticano, haverá um encontro com a Juventude diocesana e suas famílias no estádio da cidade”.

Como foi preparada esta visita do Papa?

“O Santo Padre, tão esperado por um povo entusiasmado, se hospedará na Cúria episcopal, toda preparada para a sua breve permanência, que contou com a participação de muita gente. Visto que esta será uma visita para encontrar a sua família e a da diocese, tudo será muito simples. O povo de Asti é acolhedor, gosta de viver e compartilhar juntos da alegria também ao redor de uma mesa, pois aqui se come e se come bem”.

O que mais lhe impressionou durante a preparação para a chegada do Papa?

“O que mais me impressionou foi o slogan que nossos jovens inventaram, intitulado "Um encontro tão esperado", que representa o verdadeiro sentido de um encontro privado e público. Fiquei impressionado também pela colaboração e disponibilidade de todos. Porém, o mais importante de tudo é que o Papa vem aqui com simplicidade para visitar a terra de seus antepassados”.

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

O pote sem flor

Dom Jacinto Bergmann | CNBB

O POTE SEM FLOR

 

 Dom Jacinto Bergmann

Arcebispo de Pelotas (RS)

Um valor que me foi transmitido pelos meus saudosos pais e que agradeço cotidianamente é o da honestidade. Se eles ainda vivessem nos dias de hoje, certamente jamais “entenderiam” a desonestidade que impera inescrupulosamente. Ser “honesto” já quase virou sinônimo de ser “trouxa”! 

Honestidade é a palavra e a realidade que indicam a qualidade de ser verdadeiro: não mentir, não fraudar, não enganar. Quanto à etimologia, a palavra honestidade vem do latim honos/honestitas, que traduz a qualidade do que é honesto. Portanto, honestidade faz referência àquele ou àquela que é decente, razoável, íntegro(a), recatado(a), reservado(a), justo(a), probo(a), reto(a), verdadeiro(a), sincero (a), honrado(a)… pode-se ainda acrescentar mais facetas. Em outras palavras, a honestidade constitui uma qualidade humana que consiste em comportar-se e expressar-se com sinceridade e coerência, respeitando os valores da verdade e justiça. 

O filósofo chinês Confúcio (551 a.C.-479 a.C.) já apresentou uma diferença progressiva da honestidade em três níveis. Em outras palavras próprias dele, podemos classificar assim os três níveis: o primeiro nível, denominado Li, é a honestidade consigo mesmo, pois, fundamentados nas Sagradas Escrituras Cristãs, cada ser humano é “feito à imagem e semelhança de Deus”; o segundo nível, denominado Yi, é a honestidade consigo e com os outros, porque, também, baseados nas Sagradas Escritura Cristãs, somos todos “filhos de Deus e irmãos uns dos outros”; e o terceiro nível, denominado Ren, é a honestidade consigo mesmo, com os outros e com Deus, pois, igualmente, iluminados pela Palavra de Deus, temos clareza que somos co-criadores do Senhor da Vida e, por isso mesmo, responsáveis honestos pelo cuidado da vida da “Casa Comum” e responsáveis honestos pela verdade e justiça, pela ética e paz da civilização que estamos construindo. 

As perguntas que se impõem neste momento da reflexão: vale a pena ser honesto? Vale a pena remar contra a maré alta da desonestidade? Nada melhor para responder as perguntas é trazer presente uma fábula: “Há muito tempo, na China, vivia um menino chamado Ping, que adorava flores. Tudo o que ele plantava, florescia maravilhosamente. O Imperador gostava muito de pássaros e outros animais, mas o que ele mais apreciava eram as flores. Acontece que o Imperador estava muito velho e precisava escolher um sucessor. Quem poderia herdar seu trono? Como fazer essa escolha? Já que gostava muito de flores, o Imperador resolveu deixar as flores escolherem. No dia seguinte ele mandou anunciar que todas as crianças do reino deveriam comparecer ao palácio. Cada uma delas receberia do Imperador uma semente especial. – “Quem provar que fez o melhor possível com a semente dentro de um ano” – declarou ele – “será meu sucessor”. A notícia provocou muita agitação! Crianças do país inteiro dirigiram-se ao palácio para pegar suas sementes de flores. Ping recebeu sua semente do Imperador e ficou felicíssimo.  Tinha certeza de que seria capaz de cultivar a flor mais bonita de todas. Ping encheu um vaso com terra de boa qualidade e plantou a semente com muito cuidado. Todos os dias ele regava o vaso. Mal podia esperar o broto surgir, crescer e depois dar uma linda flor! Os dias se passavam, mas nada crescia no vaso. Ping começou a ficar preocupado. Pôs terra nova e melhor num vaso maior. Depois transplantou a semente para aquela terra escura e fértil. Esperou mais dois meses, e nada aconteceu. Assim se passou o ano inteiro. Chegou a primavera e todas as crianças vestiram suas melhores roupas para irem cumprimentar o Imperador. Então correram ao palácio com suas lindas flores, ansiosas por serem escolhidas. Ping estava com vergonha de seu vaso sem flor. Achou que as outras crianças zombariam dele porque pela primeira vez na vida não tinha conseguido cultivar uma flor. Seu amigo apareceu correndo, trazendo uma planta enorme. – Ping – ele disse -, você vai mesmo se apresentar ao Imperador levando um vaso sem flor? Por que não cultivou uma flor bem grande, como a minha? – “Eu já cultivei muitas flores melhores do que a sua” – disse Ping. “Foi essa semente que não deu nada”. O pai de Ping ouviu a conversa e disse: – “Você fez o melhor que pôde, e o melhor possível deve ser apresentado ao Imperador”. Ping dirigiu-se ao palácio levando o vaso sem flor. O Imperador estava examinando as flores vagarosamente, uma por uma. Como eram bonitas! Mas o Imperador estava muito sério e não dizia uma palavra. Finalmente chegou a vez de Ping. O menino estava envergonhado, esperando um castigo. O Imperador perguntou: – Por que você trouxe um vaso sem flor? Ping começou a chorar e respondeu: – Eu plantei a semente que o senhor me deu e a reguei todos os dias, mas ela não brotou. Eu coloquei num vaso maior com terra melhor, e mesmo assim ela não brotou. Eu cuidei dela o ano todo, mas não deu nada. Por isso hoje eu trouxe um pote vazio. Foi o melhor que eu pude fazer. Quando o Imperador ouviu essas palavras, um sorriso foi se abrindo em seu rosto, e ele abraçou Ping. Então declarou para todos ouvirem: – “Encontrei! Encontrei alguém que merece ser Imperador. Não sei onde vocês conseguiram essas sementes, pois as que eu lhes dei estavam todas queimadas. Nenhuma delas poderia ter brotado. Admiro a coragem de Ping, que apareceu diante de mim trazendo a pura verdade. Ele foi ‘honesto’! Vou recompensá-lo com meu reino inteiro e torná-lo imperador deste país”.

Aos pais que se culpam quando os filhos adultos se desviam

Shutterstock/kei907
Por Cerith Gardiner

É muito difícil para uma mãe ou um pai ver os filhos influenciados negativamente.

Tive de amparar, recentemente, uma amiga que estava à beira do desespero por não saber o que fazer com uma filha de 26 anos, cujo comportamento a deixava tão frustrada e ansiosa que, entre lágrimas, ela me perguntava: “O que foi que eu fiz de errado? Eu não criei a minha filha para ser assim”.

Ouço cada vez mais esse tipo de reflexão, vinda de outros pais de jovens adultos; pais que estão preocupados porque os filhos demonstram falta de direção, de dinamismo e de ética sólida de trabalho.

A minha amiga – vamos chamá-la de Liz – trabalha o dia todo desde os 18 anos. Ela dedica tempo a cuidar da família, incluindo uma tia idosa que está doente. Ela irradia bondade e generosidade. É fervorosa na sua fé, que tem sido a pedra angular da sua vida.

Mas a filha abandonou os estudos, não tem emprego e anda viajando de carro pelo sul da França, sem preocupações com a vida, já que herdou muito dinheiro do falecido pai. Quando Liz pergunta à filha quais são os seus planos, ela se irrita e responde à mãe que não é da conta dela (embora dependa bastante da mãe).

É uma situação complicada, e Liz e eu já conversamos longamente sobre ela. É fácil dizer: “Ela é adulta, deixe que ela se vire”. Mas Liz ainda se sente responsável pela filha e acredita que tem culpa pelo comportamento dela.

É fácil dizer que a filha vai amadurecer e encontrar o seu rumo. Afinal, acredito que os jovens só começam a ser independentes e responsáveis na vida depois de precisarem enfrentar as realidades do mundo adulto.

Mas a filha de Liz está adiando este momento o máximo possível. E quando Liz questiona o que fez de errado como mãe, eu sugiro que ela olhe para o que fez de bom – afinal de contas, a filha tem muitos traços positivos.

Influências externas negativas

Salientei também que a sociedade de hoje é muito diferente das gerações anteriores, e muito mais afastada das realidades da nossa própria infância. Quando estávamos crescendo, os nossos pais podiam contar com três instituições sólidas para influenciar positivamente os filhos: a Igreja, a família e o sistema escolar.

As mães e os pais podiam determinar o ambiente escolar e a educação religiosa que queriam dar aos filhos, e isto ajudava a proporcionar fundamentos morais sólidos e dar às crianças a orientação de que elas precisavam para chegar mais preparadas à vida adulta. Décadas mais tarde, essas instituições exercem muito mais influência do que os pais imaginam.

O crescimento e a popularização da internet facilitou o acesso dos nossos filhos a coisas que nunca poderíamos ter imaginado. Eles recebem um fluxo constante de opiniões agressivas fluindo pelas telas dos seus telefones e computadores. Eles também têm acesso permanente a notícias de todos os cantos do mundo com inúmeros vieses e pontos de vista diferentes. Esse fluxo arrasador pode ter efeito prejudicial na saúde mental de um jovem.

Os jovens adultos de hoje também fazem parte da geração dos “influenciadores” – quase “gurus” das mídias sociais que reúnem milhões de seguidores e tentam direcionar comportamentos de compra, escolhas de lazer, aparência física e muito mais.

Se um jovem adulto está perdido ou apático, ele não precisa procurar muito para encontrar alguém que justifique as escolhas dele; algum “influenciador” que o incentive a continuar fazendo o que ele está fazendo – ou no caso da filha de Liz, a continuar não fazendo. Poderíamos descrever este fenômeno como semelhante a uma seita.

As crianças do passado eram influenciadas por tecnologias como o rádio e depois a TV, mas a internet facilita a exposição a influências muito mais invasivas e insidiosas.
Pessoas podem esconder-se atrás de perfis para compartilhar ideias e opiniões que podem ser altamente enganadoras. É um território de risco para os nossos filhos, e, à medida que eles crescem, o controle dos pais se torna impossível.

Não tenho uma solução para Liz, mas acho importante que ela perceba que fez e continua fazendo muito bem à filha ao longo dos anos. Ela pode sentir-se reconfortada por ter conseguido exercer uma influência positiva na vida dela.

Liz também pode recorrer à poderosa intercessão dos santos em prol da sua filha, assim como manter um diálogo aberto com ela. Ela parou de criticar a filha pelas suas escolhas e está se concentrando em conversas positivas sobre questões isentas de conflitos.

Espero que ela consiga consolidar essa postura e, muito gentilmente, inspirar a sua filha a voltar a uma vida rica de significado.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Abertura da causa de beatificação e canonizção de Carmen Hernández

Carmen Hernández | cn.org.br

TRANSMISSÃO AO VIVO DA ABERTURA DA CAUSA DE BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO DE CARMEN HERNÁNDEZ

https://youtu.be/sOHiWqqh3wA

Por C. N. BRASIL

No dia 4 de dezembro acontece a Abertura da Causa de Beatificação e Canonização de Carmen Hernández Barrera, coiniciadora do Caminho Neocatecumenal.

O evento acontece às 14h (horário de Brasília/ 17 horas em Lisboa, Portugal/ 18 horas em Luanda, Angola ) na Universidade Francisco de Vitória, em Madri, Espanha, sendo transmitido ao vivo com tradução simultânea em português. 

Neste primeiro momento se abre a etapa diocesana do processo de beatificação e canonização que corre pela Arquidiocese de Madri. O evento será presidido pelo Arcebispo Cardeal Dom Carlos Osoro Sierra, com a presença de Kiko Argüello, iniciador do Caminho Neocatecumenal, Padre Mario Pezzi e Maria Ascensión Romero, que formam a equipe responsável pelo Caminho internacionalmente, acompanhados de Carlos Metola, Postulador da Causa.

Acompanhe a transmissão:

Site oficial para a causa de canonização e beatificação de Carmen Hernández:

Acesse: carmenhernandez.org

Fonte: https://cn.org.br/

Como superar a falta de vontade de fazer exercícios físicos

Ketut Subiyanto | Pexels CC0
Por Jim Schroeder

Exercitar nossos corpos não é apenas compromisso ou saúde, mas uma maneira de honrar a Deus.

Nas últimas duas décadas, aprendi que exercícios físicos regulares não são apenas a chave para atingir a saúde física e psicológica; eles também nos tornam mais engajados social espiritualmente.

Como homem casado, pai de oito filhos, psicólogo infantil e alguém que tem demandas vindas de todas as frentes, o exercício físico diário para mim é indispensável. Como costumo dizer às pessoas que me perguntam se vou participar de alguma corrida, estou, antes de mais nada treinando para a vida.  

Sim, já participei de muitas corridas, um Ironman, várias ultramaratonas e outras provas que requerem preparo físico. Por isso, muitas pessoas podem acreditar erroneamente que faço exercícios diários com pouca ou nenhuma resistência. Mas, na verdade, como qualquer outra pessoa, sinto regularmente o desejo de apenas relaxar e até mesmo ser preguiçoso (o que, às vezes, é realmente importante para a saúde). Encontrar o equilíbrio certo entre o exercício físico – ou qualquer tipo de trabalho – e o descanso é sempre um bom trabalho.

Os exercícios físicos honram Aquele que nos criou

No entanto, considero meus exercícios físicos diário uma aliança com Deus, e não apenas um compromisso ou desejo de ser saudável. É uma aliança porque Deus criou nossos corpos à Sua imagem e semelhança, e um estilo de vida saudável — incluindo atividades regulares — honra esse desígnio. 

Além disso, enquanto os compromissos estão vinculados à obrigação — o que muitas vezes nos deixa relutantes sobre o que “devemos fazer” — a atividade física deve ser encarada como um ato de amor, o que nos leva a desejar a unidade com Deus.

Superando as barreiras

Ainda assim, mesmo com essa mentalidade, existem barreiras, e qualquer pessoa que tentar desenvolver um estilo de vida saudável deverá enfrentá-las e resolvê-las. Muitas vezes, há um nível de resistência que prejudica nossa capacidade de agir como Deus deseja. Esse é o nível intra-pessoal – ou o que poderíamos chamar de voz interna incômoda – que pode nos impedir de realizar a atividade de que precisamos.

Como você notará nos exemplos abaixo, estou constantemente usando o diálogo interno, a oração, a observação, a interação e outros métodos para lidar com vários tipos de resistência que surgem e que, às vezes, me fazem não ter vontade de praticar um exercício físico. A resistência às atividades diárias se manifesta de muitas formas, como através da solidão, do tédio, das lesões, dos medos, da tensão da atividade e coisas do gênero. 

Aqui estão alguns breves exemplos de como abordo essas questões antes e durante a atividade. Nota: minha conversa interna está em itálico.

Quarta-feira, 17h15

[Eu saio de bicicleta do trabalho. É assim na maioria dos dias: uma viagem de ida e volta de 21 quilômetros].  Que linda tarde – humm, há um vento contrário muito bom. Obrigado, Deus, pelo vento e pela estrada seca. [Terça-feira foi um passeio chuvoso].  As cores do outono são lindas – amo o laranja e o vermelho brilhantes. 17 pequenas quadras para chegar em casa, contra o vento. [Eu gosto de dividir meus passeios em quadras, que mudam a cada curva]. Oh, pessoas que eu nunca vi antes caminhando pelo Cemitério de Oak Hill – que tarde agradável para uma caminhada! [Eu aceno para elas enquanto passo]. Obrigado, Deus, pelo novo pavimento colocado sobre os buracos (em uma ponte a cerca de um quilômetro de minha casa). Eu amo esta última grande colina, embora seja difícil; é bom respirar profundamente. [Chego em casa]. Obrigado, Deus, por uma viagem segura.

Quinta-feira, 4h37

[O alarme desperta para a natação e a corrida matinais]. Obrigado, Senhor, por uma boa noite de sono. Manhã fresca para nadar, mas depois de algumas voltas, sei que vai esquentar. [Chego à natação]. Ótimo ver outros carros esta manhã – os alunos do ensino médio da equipe de natação local estão fora. Estou impressionado por eles estarem dispostos a acordar tão cedo. [Entro pelas portas e vejo meu “amigo” na recepção].  Aprecio o sorriso e as breves conversas – é divertido vê-lo. [Chego ao deck da piscina e ver o treinador de uma conversar por alguns minutos antes de eu entrar, enquanto a filha deles nada ao meu lado]. Uau, ela está se movendo rápido – legal que alguém possa realmente nadar nessa velocidade. Sinto-me um pouco travado esta manhã – vou dedicar isso ao papai. [Meu pai passou por duas cirurgias de quadril e uma ponte de safena tripla nos últimos dois anos]. Vai funcionar como sempre… hora dos exercícios respiratórios. Não gosto da sensação de menos oxigênio, mas como sempre, Bob, estes são para você. [Bob é um amigo querido que faleceu anos atrás de uma forma rara de câncer de pulmão]. Legal que o novo centro aquático esteja movimentado e eu adoro fazer parte desse movimento inicial antes do sol nascer. Obrigado, Deus, pelo bom mergulho.

No final, como em muitos aspectos de nossas vidas, é fundamental envolvermos as várias vozes e impedimentos para o que sabemos ser bom e vivificante.  A realidade é que, embora a maioria de nós saiba que os exercícios físicos regulares são importantes, esse entendimento por si só não é suficiente para nos motivar.

 Como diz o Salmo 119: “Correrei pelo caminho de vossos mandamentos, porque sois vós que dilatais meu coração”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Cuba: 25 anos da visita de João Paulo II, ocasião para renovar a missão da Igreja

S. João Paulo II em visita à Cuba em janeiro de 1998 (Vatican Media)

"O aniversário da visita do Santo Papa pode ser uma ocasião providencial para renovar a vida e a missão do povo de Deus, no marco do caminho sinodal já empreendido em todas as dioceses", escrevem os bispos da Ilha caribenha no comunicado ao término da assembleia plenária realizada estes dias. Durante a assembleia, eles se comprometeram com o caminho sinodal em sua fase continental e a colocar em prática a constituição apostólica "Praedicate Evangelium."

Vatican News

A Igreja cubana se prepara para celebrar os 25 anos da visita do Papa São João Paulo II à ilha, que ocorreu em janeiro de 1998. "O aniversário da visita do Santo Papa pode ser uma ocasião providencial para renovar a vida e a missão do povo de Deus, no marco do caminho sinodal já empreendido em todas as dioceses", escreve a Conferência dos Bispos Católicos de Cuba (Cocc), no comunicado ao término da assembleia plenária realizada estes dias. A Conferência episcopal começou a definir o programa pastoral das celebrações e os últimos detalhes estão sendo finalizados.

Compromisso com a etapa continental do processo sinodal

Durante a assembleia, os bispos se comprometeram com o caminho sinodal em sua fase continental e a colocar em prática a constituição apostólica "Praedicate Evangelium". No primeiro ponto, eles lembraram que motivaram todas as dioceses a realizar "o que corresponde à etapa continental do processo sinodal, entre os meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023".

Prevenção a abusos contra menores e adultos vulneráveis

Isto enriquecerá as contribuições a serem compartilhadas no encontro regional, que será realizada em Santo Domingo, na República Dominicana, entre 20 e 24 de fevereiro de 2023, e no qual a Igreja cubana será representada por um grupo de sete membros: um bispo, um sacerdote diocesano e um religioso, juntamente com quatro leigos. Durante a assembleia também foram aprovadas as "Diretrizes para a prevenção de abusos contra menores e adultos vulneráveis", após aprovação pela Santa Sé.

(com Sir)

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Santa Isabel da Hungria

Sta. Isabel da Humgria | conventodapenha
17 de novembro
Santa Isabel da Hungria, Padroeira da Ordem Terceira Franciscana

Paz e Bem!

A Igreja celebra hoje o dia de Santa Isabel da Hungria, intercessora dos pobres e enfermos, e Padroeira da Ordem Terceira Franciscana.

Isabel da Hungria era princesa, foi rainha e se fez santa. Nasceu no ano de 1207, e desde o nascimento já foi prometida em casamento para o princípe Luís, da Turíngia. Cresceu e foi educada junto com o marido.

O jovem príncipe Luís amava verdadeiramente Isabel, que se tornava cada dia mais bonita, amável e modesta. Luís admirava a noiva, amável nas palavras e atitudes, que vivia em orações e era generosa em caridade com pobres e doentes.

A mãe de Luís, não gostava da devoção da sua futura nora, assim tentou convencer o filho de desistir do casamento. Mas Luís foi categórico dizendo preferir abdicar do trono a desistir de Isabel. Isabel se tornou rainha aos catorze anos de idade. Ela foi a única soberana que se recusou a usar a coroa, símbolo da realeza, durante a cerimônia realizada na Igreja. Alegou que diante do nosso Rei coroado de espinhos, não poderia usar uma coroa tão preciosa.

Foi um casamento feliz. Luís nunca colocou obstáculos à vida de oração, penitência e caridade da rainha. Depois de seis anos a rainha Isabel ficou viúva, com três filhos pequenos. O cunhado de Isabel, para assumir o poder, a expulsou do palácio junto com os três reis herdeiros ainda crianças.

Aconteceu que Isabel teve que se abrigar num curral de porcos com os filhos, até ser socorrida como pobre pelos franciscanos de Eisenach, uma vez que até mesmo os mendigos e enfermos ajudados por ela insultavam-na, por temerem desagradar o regente. Ajudada por um tio que era Bispo de Bamberga, Isabel logo foi chamada para voltar à corte, e seus direitos, como os de seus filhos, foram reconhecidos, isto porque os companheiros de cruzada do falecido rei tinham voltado com a missão de dar proteção à Isabel, pois nisto consistiu o último pedido de Luís IV.

Santa Isabel não quis retornar para Hungria; renunciou aos títulos, além de entrar na Ordem Terceira de São Francisco. Fundou um convento de franciscanas em 1229 e pôs-se a servir os doentes e enfermos até morrer, em 1231, com apenas 24 anos num hospital construído com seus bens.
Isabel da Hungria faleceu no dia 17 de novembro de 1231, com apenas vinte e quatro anos de idade, sendo canonizada quatro anos depois.

Sta. Isabel da Humgria | conventodapenha

 REFLEXÃO

O zelo dos pobres, nos quais Isabel sempre via a imagem transfigurada de Cristo, foi espiritualizando cada vez mais a sua vida. Sua alma generosa se assomava a seus olhos negros e profundos, que brilhavam como lamparinas de amor nos sombrios casebres dos pobres. Em tudo ela foi modelo de santidade. Sua intercessão auxilia-nos para enfrentar os caminhos tortuosos da vida.

ORAÇÃO

Deus, nosso Pai, Santa Isabel foi um conforto para os pobres e defensora dos desesperados. A ninguém negava sua caridade e o apoio nas horas difíceis. Colocou a serviço dos necessitados todas as suas riquezas. Transformai também o nosso interior, para que sejamos luz para o mundo de hoje, como Santa Isabel o foi para o seu tempo. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

“A salvação é um gesto simples como um olhar

Jesus, José e Maria,
detalhe do Repouso na fuga para o Egito,
Bartolomé Esteban Murillo (1618-1682),
Museu Pushkin, Moscou
Por LUIGI GIUSSANI - Revista 30Dias - 11/2008

“A salvação é um gesto simples como um olhar.”

Uma seleção de trechos extraídos de livros e entrevistas

“São José é a mais bela figura de homem que possamos conceber e que o cristianismo já tenha gerado. São José era um homem como todos os outros, tinha o pecado original, como eu. [...] São José viveu como todo o mundo; não há registro de uma só palavra sua, nem um traço, nada: mais pobre que isso, uma figura não pode ser”.

L’attrattiva Gesù, Milão, Rizzoli, 1999, pp. 95-96

“Antes de qualquer outra coisa, portanto, devemos desejar que essa memória se realize cada vez mais: ‘Todo o que n’Ele tem esta esperança purifica-se a si mesmo como também Ele é puro’. É preciso que desejemos isso. E o sim de Simão, que é genérico, geral, invade a totalidade da pessoa de Simão ao se expressar, mesmo quando todas as expressões dele poderiam ser contraditórias. Você pode errar sempre; São Pedro podia errar sempre e ser verdadeiro ao dizer: ‘Sim, eu Te amo’. Tanto, que chegamos a comentar: ‘Eu não sei como pode ser isso, mas eu Te amo’. E em nós surgiria uma objeção logo em seguida: ‘Mas você já errou tantas vezes, vai errar de novo’. ‘Eu não sei de nada disso. Só sei que O amo’. É nesse nível que se deve alinhar a nossa vida, ao lado de algo aparentemente genérico como, em termos realistas, é a relação com o Deus feito homem, com esse homem-Deus, quando o vemos à noite, no barco que está para afundar no lago; quando o vemos parar diante da árvore em que Zaqueu está aninhado; quando o vemos fitar a mulher nos olhos e dizer: ‘Nem eu te condeno, vai e não erres mais’”.

Si può (veramente?!) vivere così?, Milão, Rizzoli, 1996, p. 431

“‘Sim, Senhor, Tu sabes que és o objeto de minha simpatia suprema, de minha estima suprema’: é assim que nasce a moralidade. No entanto, a expressão é muito genérica: ‘Sim, eu Te amo’; mas é tão genérica quanto geradora de uma diversidade de vida que todos procuramos. ‘Todo o que n’Ele tem esta esperança purifica-se a si mesmo como também Ele é puro’”.

“Simone, mi ami tu?”, in: Tracce, nº 10, novembro de 1998

“Por isso, diga ‘Te ofereço’ e não se preocupe com mais nada. Mas você sabe muito bem o que significa esse Te, o Tu que está dentro desse Te; você sabe muito quem Ele é. São Pedro sabia quem era, mas era genérico o modo de conceber seu amor: o modo como afirmava amá-lo era genérico. Existe um genérico que inclui tudo, como um horizonte que implica todas as coisas, e pode existir um genérico que supõe tudo aquilo que está dentro desse amor porque não o sabe, mas o afirma (como quando a mãe diz ao filho: ‘Tiaguinho, você me quer bem?’, e a criança responde: ‘Sim, mamãe’ e lhe estala um beijo!).”

L’attrattiva Gesù, cit., p. 133

“É o sim de Simão. O sim de Simão é o aspecto mais totalizante: não tem limites. Possui apenas um horizonte, no qual sempre aparece, sempre está para aparecer o sol. E é a expressão mais terna que o homem possa conceber. É a forma mais forte com que se impõe e se confessa nossa necessidade de reconhecer o amor que nos toca. Faço votos de que vocês possam vir a meditar isso, pensando na situação de todas as existências que conhecem: todas as existências que vocês conhecem só cedem e dizem ‘sim’ diante da ternura suscitada por uma força amorosa que se propõe ao coração do eu. É ‘quase um nada’, justamente, a condição para começar a entender tudo.”

L’attrattiva Gesù, cit., p. 116

Goiânia será sede do 19º Congresso Eucarístico Nacional em 2027

Missa de encerramento do 18º CEN. Foto: Comunicação 18º CEN

RECIFE, 16 Nov. 22 / 03:40 pm (ACI).- A cidade de Goiânia (GO) será sede do 19º Congresso Eucarístico Nacional (CEN), que acontecerá de 3 a 7 de setembro de 2027. O anúncio foi feito ontem (15) pelo secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado, no encerramento do 18º Congresso Eucarístico, em Recife (PE).

“O arcebispo (de Goiânia), dom João Justino Medeiros da Silva, unido às demais dioceses do Regional Centro-Oeste (da CNBB), já agora se prepara para nos receber”, disse dom Joel Portella.

Em seguida, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, entregou a dom João Justino uma réplica do ostensório do 18º Congresso Eucarístico Nacional, que aconteceu de 11 a 15 de novembro, na capital pernambucana.

missa de enceramento do CEN foi celebrada pelo enviado do papa Francisco, o bispo emérito de Leiria-Fatima, Portugal, cardeal António Marto, no Marco Zero do Recife. Teve a participação de cerca de 1200 padres e 200 bispos.

Em sua homilia, o cardeal Marto disse que aquela celebração eucarística era o “momento culminante do Congresso Eucarístico Nacional do Brasil” e que, “durante esses dias”, foi vivida “uma série de encontros e de experiências belas e enriquecedoras” que “não são só para nós, são também para comunicarmos aos outros, ao mundo”.

“Esta celebração eucarística é de encerramento e de ação de graças, é simultaneamente uma celebração de envio. De fato, não há Missa sem missão. A própria celebração termina com a bênção e a despedida final: ‘Ide em paz para o mundo!’. É o Senhor Jesus que nos envia como Igreja em saída para levar a bênção, o amor, a alegria e a paz Dele para a vida do mundo. Enviados para dar testemunho, a partir da Eucaristia, vamos, pois, meditar sobre a Eucaristia, profecia de um mundo novo”, expressou.

Dom António Marto comentou sobre o Evangelho de João 6, 51-58, o “anúncio da Eucaristia”. Segundo ele, Jesus se apresenta “com palavras muito realistas: ‘Eu Sou o Pão Vivo descido dos céus, o pão que Eu darei é minha carne para a vida do mundo. A minha carne é verdadeira comida. E o meu sangue, verdadeira bebida. O pão que Eu vos dou não é o pão que comeram vossos pais’”.

O bispo, então, perguntou aos presentes: “O que significa comer a carne e beber o sangue de Jesus? É só uma imagem? Um modo de dizer? Ou indica algo que é verdadeiramente real?”. “Encontramos a resposta nas palavras e nos gestos na última ceia, de despedida de Jesus, ao convívio terno com os discípulos, quando lhes diz: ‘tomai e comei, este é o meu corpo que será entregue por vós. Tomai e bebei, este é o cálice do meu sangue derramado por vós e por todos’”.

O cardeal afirmou que, “segundo a linguagem bíblica, o corpo e o sangue são expressão da pessoa inteira, com toda a sua vida, com toda a sua história, com todo o seu infinito amor, oferecido até a morte na cruz, amor eternizado na ressurreição, na pessoa de Jesus ressuscitado”.

“Na Eucaristia, nos sinais humildes do pão e do vinho consagrados, Jesus deixa-nos o dom mais admirável e impensável, o dom da sua presença real, do seu amor infinito e redentor como só Ele pode fazer enquanto ressuscitavam. Para permanecer conosco para sempre, um alimento que nos dá vida verdadeira e eterna”.

O bispo português disse que a “comunhão de Jesus trata-se de uma íntima amizade com a pessoa”. Ele recordou que, ao comungar, “a gente diz ‘amém!’”. Segundo dom Marto, essa resposta “é também um compromisso, como quem diz: ‘Sim, ó Senhor, eu quero receber-te com todo o meu coração. Quero que entres em minha vida. Quero viver em Teu amor. Quero seguir os Teus passos. Quero colaborar Contigo por um mundo melhor, para a redenção do mundo’”.

Por fim, reforçou que “é nossa missão ser sinal da presença de Jesus no mundo de hoje”.

Após a comunhão, houve um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento e uma procissão de 3,5 km de percurso com o Jesus Eucarístico do Marco Zero até o pátio da basílica do Carmo. Ao chegar ao local, o representante do papa abençoou o Brasil e todos que acompanharam a cerimônia.

Casa do Pão

Antes da última missa do 18º CEN, foi inaugurada também ontem pela manhã a Casa do Pão, que ficará como legado do Congresso. O espaço fica na Rua do Imperador, bairro de Santo Antônio, em Recife, e será um local para auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade.

A casa conta com um restaurante popular, lavanderia, atendimento social, espiritual e psicológico, capela, banho e descanso para pessoas que passam por problemas socioeconômicos.

Fonte: http://www.acidigital.com/

18º Congresso Eucarístico Nacional

CNBB

18º CONGRESSO EUCARÍSTICO NACIONAL

 

 Dom Carmo João Rhoden

Bispo Emérito de Taubaté (SP) 

18º Congresso Eucarístico Nacional: 11 a 15 de novembro de 2022 

Tema: Pão em todas as mesas.
Lema: Repartiram o pão, com alegria e não havia necessitados entre eles. 

N.B. É claro que o 18º Congresso Eucarístico Nacional, parte da Eucaristia, como “Pão do céu”, ou seja, como sacramento, para frisar a importância do pão, que mata a fome dos pobres, mormente, dos mais necessitados. Portanto, não se deve aproximar da mesa eucarística, quem não reparte seu pão com pobres, os preferidos de Jesus (cf. Mt 5,1-12); (Lc 6,20-26). 

 A Eucaristia, sempre, foi o centro da vida cristã. Todos os sacramentos, a Ela levam, ou Dela partem. É o dom, dos dons de Jesus Cristo, a nós e por nós oferecido, solenemente, pouco antes de morrer. Ele a preparou, carinhosamente, durante toda sua evangelização (cf. Jo 6,48-59) e a instituiu na inolvidável última ceia. Como? Lavando os pés dos discípulos, como sinal do seu amor, dizendo-lhes: Amai-vos, como Eu vos amei, (Jo 13,34) recordando, uma vez mais a necessidade de aprendermos a servir, com ternura. De fato, Ele não veio para ser servido, mas para servir (Lc 22,26-27). Deixou claro ainda que a felicidade humana, somente se conseguiria, pela imitação do seu exemplo. “Sereis felizes se o fizerdes” (Jo 13,17); (Jo 13,1-20). Por isso, sobretudo, num contexto de fome e necessidades, cabe-nos repartir o pão, de cada dia. Somos uma grande família, não só numérica, mas também, para sê-la, sempre, mais qualitativamente: pelo amor, pela justiça, pela paz e fraternidade. Quem não tiver uma visão social, de acordo com o Evangelho, não pode ser discípulo de Cristo e nem participar da Eucaristia. 

 A Igreja deve, portanto, viver do amor e da Eucaristia, para realizar sua missão evangelizadora, pastoral e diacônica. Jesus, não veio apenas, para fundar uma Igreja. Encarnou-se. Assumiu a labilidade da vida humana, em tudo, semelhante à nossa, menos no pecado. Escolheu 12 discípulos – os apóstolos – , à semelhança das 12 tribos da antiga Aliança, para continuarem Sua obra. O verdadeiro culto cristão é amor a Deus, sobretudo, antes de tudo e além de tudo, e ao próximo como, Ele o viveu. Não quis levar, apenas, seus seguidores ao templo, mas para a casa do Pai: à vida eterna. Por isso, exigiu fraternidade e uma disposição inquebrantável para a construção do Reino do Pai. Quem se aproxima da mesa eucarística, para alimentar-se do pão do céu, deve, também, saber partilhar o pão de sua mesa, com os que possuem fome: os necessitados. Na terra, haverá sempre diferenças sociais. A sociologia o explica, e a psicologia ajuda a entendê-lo. Nem todos conseguem vencer as múltiplas dificuldades e problemas da vida, numa realidade onde impera o pecado. Por isso, todos podem e devem pensar no próximo e amando-o, servi-lo carinhosamente. 

Conclusão. Portanto, Eucaristia nos sacrários, pão nas mesas de todos e fraternidade nos corações, para que haja menos tristeza e miséria no mundo. A felicidade que Cristo trouxe do Pai, deveria expandir-se sempre mais aos irmãos e irmãs, aqui na terra e não somente, no céu. Não podemos ser ingênuos, nem tão pouco omissos, na vivência do Evangelho (cf. História da Igreja). Um dia Cristo poderá, na prestação de contas, no final dos tempos, perguntar-nos: onde ficou teu irmão(a) necessitado? Nem uma explicação, mesmo que teológica, resolverá o problema. Pois até podemos enganar os homens, mas certamente não a Deus. Vamos, então, enquanto é tempo, partilhar o pão, oferecendo-o com amor e espírito serviçal. Na eternidade, já, na visão beatífica, enfim seremos todos servidos, para sempre.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF