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domingo, 20 de novembro de 2022

Campanha Evangelizar 2022

Campanha Evangelizar 2022 | CNBB

INSPIRADA PELA FRATELLI TUTTI, A “CAMPANHA PARA A EVANGELIZAÇÃO 2022” VAI INCENTIVAR A CULTURA DO ENCONTRO

No próximo domingo, 20 de novembro, data em que a Igreja celebra Cristo Rei, também tem início a Campanha para Evangelização 2022 promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelas dioceses e Igrejas particulares da Igreja no Brasil. Com o tema “Evangelizar: graça e missão que se dá no encontro”, a iniciativa busca mobilizar os católicos para a corresponsabilidade na sustentação das atividades evangelizadoras da Igreja e tem como ponto alto a coleta realizada nas comunidades, no 3º Domingo do Advento, este ano, nos dias 10 e 11 de dezembro.

O tema desta edição está em sintonia com o 3º Ano Vocacional celebrado pela Igreja no Brasil de 20 de novembro de 2022 a 26 de novembro de 2023, com o tema “Vocação: Graça e Missão”. A reflexão proposta para esta Campanha para a Evangelização recorda que evangelizar é a vocação da Igreja e, nela, a vocação de cada batizado, discípulo missionário de Jesus Cristo. “Essa vocação é dom e compromisso, ou seja, é graça e missão, a qual se realiza no encontro interpessoal, intercomunitário, intergeracional, etc.”, destaca um trecho do texto-base.

Promover a cultura do encontro

“Neste Tempo do Advento, no qual se realiza o tempo forte da Campanha para a Evangelização, Deus vem ao nosso encontro e renova a nossa esperança de um mundo novo. Queremos, portanto, convidar todos os cristãos e demais pessoas de boa vontade a intensificar: o encontro com a Palavra; o encontro com o Cristo-Pão; o encontro com os irmãos que sofrem; e o encontro missionário”, lê-se no texto-base.

Assim, de acordo com a reflexão apresentada, a Igreja no Brasil vai reavivar os quatro pilares da ação evangelizadora — Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária — propostos pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE, 2019-2023). Desta forma, espera-se dos cristãos católicos a tomada de consciência de que não existe evangelização sem encontro interpessoal.

“A partir deste encontro, entenderemos igualmente que precisamos mais do que nunca nos comprometer com a obra evangelizadora, deixando-nos encontrar, saindo ao encontro do outro e promovendo a cultura do encontro”.

As reflexões sobre o tema proposto no texto-base da campanha também retomam explicações do Papa Francisco para edificar a cultura do encontro, em especial a partir de trechos da encíclica Fratelli Tutti, sobre a amizade e a paz social.

A Campanha

A Campanha da Evangelização foi criada pela CNBB em 1998 e busca mobilizar os católicos para que assumam a corresponsabilidade na sustentação das atividades evangelizadoras da Igreja. Ela ocorre a partir do Domingo de Cristo Rei, neste ano em 20 de novembro, até o 3º Domingo do Advento, celebrado neste ano em 11 de dezembro.

A distribuição dos recursos é feita da seguinte forma: 45% do montante arrecadado permanecem na diocese para subsidiar a ação missionária, evangelizadora e pastoral da própria Igreja local; 20% do total arrecadado são encaminhados para os regionais da CNBB, com a mesma finalidade, sustentar as estruturas regionais de evangelização; e os demais 35% destinam-se à CNBB nacional, de forma a garantir iniciativas e estruturas evangelizadoras em todo o Brasil, especialmente nas regiões mais carentes.

Ações financiadas

Os recursos da Coleta para a Evangelização garantem que a Igreja no Brasil dê continuidade ao anúncio e testemunho do Evangelho desde as áreas missionárias até às periferias das grandes cidades, passando pelas ações pastorais e pela articulação das comunidades eclesiais missionárias, além de contribuir para a manutenção da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Uma dessas iniciativas financiadas é organização da Ação Solidária Emergencial “É tempo de cuidar”, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Cáritas Brasileira, em parceria com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), o Movimento de Educação de Base (MEB) e a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec). Com um alcance de mais de 1,1 milhão de pessoas beneficiadas, foram arrecadados em recursos financeiros mais de R$ 4,5 milhões e distribuídos cerca de 5,9 milhões de quilos de alimentos.

O balanço aponta ainda que as populações em situação de vulnerabilidade receberam 713 mil refeições prontas, 675 mil peças de roupas e calçados, além de 405 mil kits de higiene pessoal e 409 mil equipamentos de proteção individual. Outra iniciativa em âmbito nacional que tem como foco lutar e proteger as mais diversas formas de vida, é o Pacto pela Vida e pelo Brasil.

Contribuiu ainda na viabilização de importantes publicações como Estudo 114 da CNBB – Em 2021, foi publicado o Estudo 114 da CNBB: “E a Palavra habitou entre nós” (Jo 1,14) – Animação Bíblica da Pastoral a partir das comunidades eclesiais missionárias, do “Celebrar em Família” subsídio que foi ofertado, durante a pandemia, pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O material começou a ser elaborado e disponibilizado para download diante da necessidade de isolamento social para enfrentar a pandemia do novo coronavírus.

Saiba mais:
Peças de comunicação da Campanha para a Evangelização (cnbb.org.br)

Do Opúsculo sobre a oração, de Orígenes, presbítero

Cristo Rei do Universo | liturgiadashoras

Do Opúsculo sobre a oração, de Orígenes, presbítero

(Cap. 25: PG 11, 495-499)  (Séc. III)

Venha o teu reino

Reino de Deus, conforme as palavras de nosso Senhor e Salvador, não vem visivelmente, nem se dirá: Ei-lo aqui ou ei-lo ali; mas o reino de Deus está dentro de nós (cf. Lc 16,21), pois a palavra está muito próxima de nossa boca e em nosso coração (cf. Rm 10,8). Donde se segue, sem dúvida nenhuma, que quem reza pedindo a vinda do reino de Deus pede – justamente por ter em si um início deste reino – que ele desponte, dê frutos e chegue à perfeição.

Pois Deus reina em todo o santo e quem é santo obedece às leis espirituais de Deus, que nele habita como em cidade bem administrada. Nele está presente o  Pai e, junto com o Pai reina Cristo na pessoa perfeita, segundo as palavras: Viremos a ele e nele faremos nossa morada  (Jo 14,23).

Então o reino de Deus, que já está em nós, chegará por nosso contínuo adiantamento à plenitude, quando se completar o que foi dito pelo Apóstolo: sujeitados todos os inimigos, Cristo entregará o reino a Deus e Pai, a fim de que Deus seja tudo em todos(cf. 1 Cor 15,24.28). Por isto, rezemos sem cessar, com aquele amor que pelo Verbo se faz divino; e digamos a nosso Pai que está nos Céus: Santificado seja teu nome, venha o teu reino (Mt 6,9-10).

É de se notar também a respeito do reino de Deus: da mesma forma que não há participação da justiça com a iniquidade nem sociedade da luz com as trevas nem pacto de Cristo com Belial. (cf. 2 Cor 6,14-15), assim o reino de Deus não pode subsistir junto com o reino do pecado.

Por conseguinte, se queremos que Deus reine em nós, de modo algum reine o pecado em nosso corpo mortal (Rm 6,12), mas mortificaremos nossos membros que estão na terra (cf. C1 3,5) e produzamos fruto no Espírito. Passeie, então, Deus em nós como em paraíso espiritual, e reine só ele, junto com seu Cristo; e que em nós se assente   à destra de sua virtude espiritual, objeto de nosso desejo. Assente-se até que seus inimigos todos que existem em nós sejam reduzidos a escabelo de seus pés (S1 98,5), lançados fora todo principado, potestade e virtude.

Tudo isto pode acontecer a cada um de nós e ser destruída a última inimiga, a morte (1 Cor 15,26). E Cristo diga também dentro de nós: Onde está, ó morte, teu aguilhão? Onde está, inferno, tua vitória? (1 Cor 15,55;cf. Os 13,14)Já agora, portanto, o corruptível em nós se revista de santidade e de incorruptibilidade, destruída a morte, vista a imortalidade paterna (cf. 1 Cor 15,54), para que, reinando Deus, vivamos dos bens do novo nascimento e da ressurreição.

Pastoral Afro-brasileira e o Dia da Consciência Negra

CNBB

PASTORAL AFRO-BRASILEIRA DIVULGA MENSAGEM PARA CELEBRAÇÃO DO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Em 20 de novembro, o Brasil recorda a memória de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra na luta pela libertação. Desde 1978, o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial batizou a data como o Dia Nacional da Consciência Negra em substituição ao 13 de Maio, que é considerado como o Dia das Raças.

Para colaborar com a reflexão nesta data, a Pastoral Afro-brasileira da CNBB divulgou uma mensagem, na qual recorda os desafios e a luta contra a escravidão moderna, e em prol da cidadania dos afrodescendentes.

A seguir, a íntegra do texto:

20 de novembro: Dia da Consciência Negra

Aos poucos os eventos gaúchos atraíram a atenção da mídia nacional e de grupos negros de outros Estados, que também passaram a adotar o 20 de novembro. Finalmente, em 1978, o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial adotou a data, batizando-a de Dia Nacional da Consciência Negra. Mais recentemente os poderes públicos abraçaram a ideia, dando origem ao feriado de amanhã, celebrado em muitas cidades do País.

Em uma dissertação de mestrado apresentada no programa de pós-graduação em história da PUC de Porto Alegre, o jornalista negro Deivison Moacir Cezar de Campos sugere que os rapazes do Palmares foram subversivos. Porque fizeram um contraponto ao discurso oficial do regime militar, que exaltava as igualdades proporcionadas pela democracia racial e via no debate sobre o tema um fator de distúrbio. “Eles buscavam o reconhecimento das diferenças étnicas e das condições desiguais de acesso à cidadania e a integração socioeconômica”, diz a tese. E mais: “Colocaram-se contra o oficialismo ao defenderem a substituição de 13 de Maio, o Dia das Raças, pelo 20 de Novembro, Dia do Negro; ao proporem uma revisão da historiografia; ao afirmarem um herói não reconhecido.”

Hoje, muitas conquistas das comunidades negras estão presentes em nossa sociedade. Existem desafios que vamos enfrentando com participação de grupos organizados ou não. A Pastoral Afro-brasileira, presente em todo o Brasil, celebra, mas também está empenhada em enfrentar os desafios presentes no mundo.  A Escravidão hoje atinge 29 milhões de trabalhadores em todo o mundo. Um relatório recém-divulgado pela fundação Walk Free aponta que 29 milhões de pessoas no mundo ainda trabalham sob o regime de escravidão.

Para o cientista político Leonardo Sakamoto, que é coordenador da ONG Repórter Brasil e membro da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, a escravidão ocorre quando a dignidade ou a liberdade são aviltadas. Condição degradante é aquela que rompe o limite da dignidade. São negadas a essas pessoas condições mínimas mais fundamentais, colocando em risco a saúde e a vida.

A Mauritânia ocupa o primeiro lugar do ranking de escravidão global, que analisou 162 países e leva em consideração o casamento infantil e os níveis de tráfico humano. Haiti, Paquistão e Índia vêm em seguida. No Brasil, 125 anos após a abolição da escravatura, milhares de pessoas ainda são submetidas a trabalhos em situação degradante. No entanto, há avanço na erradicação da prática. A primeira política de contenção do trabalho escravo é de 1995 e, de lá para cá, 45 mil pessoas foram libertadas de locais onde havia exploração desumana da mão de obra. Tramita no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional para endurecer a lei. É a PEC do Trabalho Escravo e prevê o confisco de imóveis em que o trabalho escravo for encontrado e sua destinação para reforma agrária ou para o uso habitacional urbano.

Lucrativa, a escravidão moderna movimenta mais de US$ 32 bilhões, segundo a Organização Internacional do Trabalho. Estimativas da OIT também apontam que há 5,5 milhões de crianças escravas no mundo.

Como muito bem falou o Papa João Paulo II, aos afro-americanos, em 1992, em Santo Domingo: “A estima e o cultivo dos vossos valores Afro-americanos, enriquecerão infalivelmente a Igreja.”

Em outras palavras, a novidade que a Igreja quer e merece é a inclusão em sua Ação Evangelizadora, das riquezas culturais e espirituais que emanam do Patrimônio africano e afrodescendente.

O processo de Cidadania do povo negro é uma dimensão essencial da vida e da Missão da Nossa Igreja Católica Apostólica Romana. A Igreja Católica no Brasil, fiel à missão de Jesus Cristo, está presente nesses importantes acontecimentos por meio de seus representantes e de suas orações. Exorta a todo o Povo de Deus a colocar-se a serviço da vida e da esperança, “acolher, com abertura de espírito as justas reivindicações de movimentos – indígenas, da consciência negra, das mulheres e outros – (…) e empenhar-se na defesa das diferenças culturais, com especial atenção às populações afro-brasileiras e indígenas” (CNBB, Doc. 65, nº 59).

Pastoral Afro-brasileira da CNBB

Esses três santos dedicaram a vida a proteger e evangelizar os negros

Santa Rosa de Lima / Charles de Foucauld / São Pedro Claver

REDAÇÃO CENTRAL, 20 Nov. 22 / 08:00 am (ACI).- Hoje (20), é comemorado Dia Nacional da Consciência Negra. A seguir, a vida de três santos católicos que dedicaram suas vidas a proteger e a evangelizar os escravos negros na América e na África.

Santa Rosa de Lima

A primeira santa do continente americano, padroeira da América, das Índias e das Filipinas, dedicou especial atenção à evangelização de índios e negros durante sua vida, entre o final do século XVI e o início do século XVII.

Em seu livro Hechos de los Apóstoles de América, publicado pela editora Gratis Date, o padre José María Iraburu recorda que a caridade de santa Rosa de Lima, leiga dominicana, "deu atenção preferencial à evangelização dos índios e negros”.

“E não podendo realizá-lo pessoalmente, contribuiu com suas orações e sacrifícios, além de arrecadar esmolas para que pudessem ser formados seminaristas pobres”, disse.

São Pedro Claver, o "escravo dos escravos"

Nascido em 1580 em Verdú, Espanha, são Pedro Claver, padre jesuíta, viveu a maior parte de sua vida e morreu em Cartagena das Índias, Colômbia, cuidando e evangelizando negros que foram levados para o continente americano como escravos.

Cartagena das Índias foi no século XVII um dos principais portos de entrada de escravos trazidos para os territórios hispânicos.

O site da Companhia de Jesus, jesuítas, lembra que “com a ajuda de catequistas poliglotas, são Pedro Claver abordou em todos os navios negreiros que entravam no porto”.

Nos navios, com a ajuda de intérpretes, atendia os negros, alimentava, curava e evangelizava.

Ao fazer os votos perpétuos na Companhia de Jesus, são Pedro Claver assinou: Petrus Claver, aethiopum semper servus, que poderia ser traduzido como "Pedro Claver, escravo dos negros para sempre".

Estima-se que ele tenha batizado e evangelizado mais de 300 mil escravos durante as quatro décadas que viveu em Cartagena das Índias.

São Charles de Foucauld

O francês são Charles ou Carlos de Foucauld, canonizado em 15 de maio de 2022, via a escravidão como uma "monstruosidade" e passou seus anos como eremita na África libertando e evangelizando escravos nas mãos dos nômades tuaregues na virada do século XX.

René Bazin, o primeiro biógrafo de Charles de Foucauld, cita-o comprometendo-se a "trabalhar com todas as nossas forças para abolir a escravidão".

Fonte: http://www.acidigital.com/

Rei pobre

Jesus Cristo: Rei pobre | cebi

REI POBRE

 

 Dom Lindomar Rocha Mota

Bispo de São Luís de Montes Belos (GO) 

Nas proximidades em que Cristo é celebrado Rei do universo, o Papa Francisco avizinhou-lhe o dia do pobre. Parece contraditório, mas em Deus não há contradição. Como no infinito tudo se conecta, o início é igual ao fim. A estética da realeza, que já vinha mudando desde o Antigo Testamento, assumiu forma definitiva em Jesus Cristo. Da beleza e esplendor dos palácios marfíneos à própria beleza de Davi foi superada nos contornos descaracterizados do Servo que nos apresenta Isaias 53. 

Rei sem beleza, que muitos vieram ver, é a novidade gritante da escatologia profética. A condição estética da antiga realeza não vale mais, pois como continua nos informando Isaias 53,2 “Ele não tinha aparência (eídos) nem beleza (kállos) para atrair o nosso olhar, nem simpatia (dóxa) para que pudéssemos apreciá-lo.  

A entrada neste novo feitio produz violência ao conceito e ao sentido, mas não nega o desejo e a busca, pois, mesmo sem eídos, dóxa e kállos, todos desejam alcançar sua incalculável riqueza (Ef 3,8). 

A realeza de Jesus é outro tipo de advento. É outro modo pelo qual o belo contamina o mundo e ultrapassa o domínio das formas e da atração visual. 

O mundo do Novo Testamento é totalmente desprovido do “belo” ostensivo, como ressalta Gehard Nebel, em seu Das Ereignis des Schönen: “Davi e Salomão eram grandes reis, mas a arte busca sempre sua identificação com o poder da história terrena. Os galileus, entre os quais o Verbo de Deus se fez carne, são provincianos, sem grande cultura […], onde é impossível que o belo pudesse significar um grande advento”.  

A compreensão do belo sem o poder é alargada e se encontra com o desejo iminente dos Gregos que pediram: «Senhor queremos ver Jesus». Assim, é supriminda a contradição entre o Antigo e o Novo Testamento. É clara a expressão: «queremos ver!». Ela é um imperativo e serve para interpretar o que significaria beleza neste novo sentido. O kállon em seu autônomo modo de existir funda um novo estilo na apresentação de Jesus, capaz de atrair os olhares humanos e dos anjos, pois, como continua São Paulo aos Efésios: “os principados e autoridades no céu doravante, conhecem, graças a Igreja, a multiforme sabedoria de Deus”. O Rei pobre é novidade extraordinária que a Igreja revela até mesmo aos anjos. 

A transcendência do belo, produtor de interesse para os sentidos, evolui no pensamento cristão até aos nossos dias. Essa transcendência encontra uma ordem simétrica na evolução que vai das coisas belas à alma bela e avança na tradição latina, onde o belo é o constitutivo do ser, e não a forma. A atração é pela existência – razão pela qual o ser perfeitamente humano de Jesus atrai todos os olhares. 

Se continuarmos, entretanto, a buscar na evolução e o alargamento de kallòn, veremos o seu encostamento a ayatón, isto é, o belo e o bem; refletindo sobre a imagem bela nos colocamos em relação com a capacidade de fazer o bem, e deduzimos que o bem se torna visível, como beleza, naquele que está disposto ao amor. Em circunstâncias precisas, de fato, o belo é o bem, e sendo assim a procura por Jesus evoca uma realeza para além da disposição formal de uma pessoa. É a procura dAquele que é coligado com a prática do bem e o próprio Bem. Portanto, a identificação da Realeza de Jesus sobre todo o universo, com o pobre que se encontra entre os últimos de seus semelhantes, é adorável e real.

Reflexão para a Solenidade de Cristo Rei do Universo - Ano C

Evangelho do domingo - Jesus Cristo | Vatican News

O Evangelho nos fala que Cristo não só reuniu o Povo de Deus disperso, mas veio salvar o que estava perdido, isto é, convertendo os corações ao Pai, mostrando que ele é um rei que reina nos corações das pessoas, que essa é sua verdadeira vitória, que ele é o rei do amor, da paz, da vida!

Padre Cesar Agusuto, SJ – Vatican News

A primeira leitura nos fala da proclamação de Davi como rei de Israel. Mas por que ele foi feito rei? Qual sua autoridade? Ao governar a tribo de Judá, Davi mostrou sua grandeza. Agora as tribos de Israel querem seu governo. Isso nos mostra que, por detrás de um povo unido está a lucidez e o temor de Deus de um grande líder. A autoridade de Davi estava no estabelecimento da justiça, da paz, da segurança e pela convivência com os diferentes.

Neste domingo celebramos Jesus Cristo, Rei do Universo. Como será, como é a realeza de Cristo? Como a de Davi? Com essa autoridade? Sim e muito mais.  Davi foi um leve sinal do Rei Jesus Cristo. O Evangelho nos fala que Cristo não só reuniu o Povo de Deus disperso, mas veio salvar o que estava perdido, isto é, convertendo os corações ao Pai, mostrando que ele é um rei que reina nos corações das pessoas, que essa é sua verdadeira vitória, que ele é o rei do amor, da paz, da vida!

A cena do Calvário, onde sobre a cabeça de Jesus, pregado na cruz, está também pregado nela uma taboazinha onde se lê: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus, nos mostra alguns diálogos entre o Senhor e dois bandidos. Sim, o Senhor, rei do Universo está sendo supliciado como um bandido, no meio de bandidos, por pessoas que se diziam cumpridoras da justiça.

Para um dos malfeitores, Jesus é um derrotado e incapaz de realizar o maior desejo deles, escapar daquele suplício. Para o outro, não. Em meio a tantas desilusões, decepções e desesperanças surge um sentimento de esperança. Crê no poder de Jesus. Não olha para seu passado de crimes, de pecados e nem se deixa impressionar pela fragilidade de seu ilustre companheiro de sorte. Ao contrário, é o único a reconhecer-se pecador e a professar sua fé em Jesus. “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”. Ele não pede perdão, não procura justificativas, mas confessa-se pecador e professa sua fé no poder amoroso do Rei Jesus. Na nossa vida, o importante não é ficarmos olhando para o nosso passado, para o que fizemos, mas reconhecermo-nos pecadores e cremos na misericórdia e no poder de Jesus. Isso basta!

Por seu lado, Jesus age como agiu o pai do “filho pródigo”. Imediatamente o Senhor, sem palavras de correção e, muito menos de condenação, diz: “...ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. Ele não deixa seus súditos passarem vergonha!

Ele nos amou e continua nos amando. É o rei do amor! Como cidadãos do Reino de Cristo somos levados a viver no Amor. Como nos dizem as Sagradas Escrituras, o amor de Cristo nos impele a que nos amemos uns aos outros, como o Senhor nos amou.

Vivamos como cidadãos do Reino de Cristo, praticando a justiça, o amor, a paz e o perdão.

sábado, 19 de novembro de 2022

««Porque Choras?» (Jo 20,13)»

Captura: YouTube

««Porque Choras?» (Jo 20,13)»

13 De Novembro De 2022 | By Ecclesia

Que chorem os que não têm a esperança da ressurreição; não é a vontade de Deus que lhes tira essa esperança, mas a dureza daquilo em que acreditam. Tem de haver uma diferença entre os servos de Cristo e os pagãos. E essa diferença é a seguinte: estes choram os seus julgando-os mortos para sempre; desse modo, não conseguem pôr fim às suas lágrimas, não encontram descanso para a tristeza. […] Mas para nós, servos de Deus, a morte não é o fim da existência, mas apenas o fim da nossa vida. Dado que a nossa existência será restaurada por uma condição melhor, que a chegada da morte varra, portanto, todas as lágrimas. […]

A nossa consolação será tanto maior quanto acreditamos que as boas ações que fazemos terão grandes recompensas depois da morte. Os pagãos têm a sua consolação: para eles a morte é um repouso para todos os males. Como pensam que os seus mortos estão privados de fruir da vida, pensam também que ficam privados da faculdade de sentir e libertos da dor das duras e contínuas tribulações que se sofrem nesta vida. Nós, porém, assim como devemos ter um espírito mais elevado por causa da recompensa esperada, devemos também suportar melhor a dor graças a essa consolação. […] Os nossos mortos não foram enviados para longe de nós, mas apenas antes de nós; a morte não os tragará, a eternidade recebê-los-á.  

Santo Ambrósio de Milão (c. 340-397)
Sobre a morte de seu irmão, I, 70-71
Fonte: Evangelho Cotidiano

Fonte: https://www.ecclesia.org.br/

Das Cartas de São Roque González, presbítero

SS. Roque, Afonso Rodrigues e João Castillo | liturgiadashoras

Das Cartas de São Roque González, presbítero

(Lit. Annuae P. Rochi González pro anno 1615 [s. d.] datae ad P. Provincialem Petrum Oñate. Ed. [in lingua hispanica] in: Documentos para la Historia Argentina, vol.20, Buenos Aires 1920, pp. 24-25)            (Séc.XVII)

Espero que esta cruz seja o princípio
para se levantarem muitas outras

Voltando pouco depois para lá encontrei um local onde podia ficar: uma pequena choupana perto do rio; e, passado algum tempo, ofereceram-me uma palhoça maior. Dois meses mais tarde, o Padre Reitor enviou o Padre Diogo de Boroa. Este chegou finalmente na segunda-feira de Pentecostes. Com muita consolação considerávamos como o amor de Deus nos juntava naquelas terras tão longínquas. Dividimos entre nós o limitado espaço da nossa morada, com um tabique feito de canas. Ao lado tínhamos uma capela, pouco maior que o próprio altar em que celebrávamos a Missa. Por eficácia deste supremo e divino sacrifício, em que Cristo se ofereceu ao Pai na Cruz, começou ele a triunfar ali, pois os demônios que antes costumavam aparecer a estes índios não se atreveram a aparecer mais, como testemunhou algum deles. Resolvemos continuar na mesma palhoça, embora tudo nos faltasse. O frio era tanto que nos custava adormecer. O alimento também não era melhor: milho ou farinha de mandioca, que é a comida dos índios; e porque começamos a buscar pelos bosques umas ervas de que se alimentam os papagaios, com este apelido nos chamavam.

Prosseguindo as coisas deste modo, e temendo os demônios que, se a Companhia de Jesus entrasse nestas regiões, eles perderiam em breve o que por tanto tempo tinham possuído, começaram a espalhar por todo o Paraná que nós éramos espiões e falsos sacerdotes, e que trazíamos a morte em nossos livros e imagens. Divulgou-se isto a tal ponto que, estando o Padre Boroa a explicar aos índios os mistérios da nossa fé, eles temiam aproximar-se das sagradas imagens, com receio de algum contágio mortífero. Mas estas ideias foram-se desfazendo pouco a pouco, sobretudo quando viram com os próprios olhos que os nossos eram para eles como verdadeiros pais, dando-lhes de bom grado quanto tinham em casa e assistindo-os nos seus trabalhos e enfermidades, de dia e de noite, auxiliando-os não só em proveito das suas almas, o que é certamente mais importante, mas também dos seus corpos.

E assim, quando vimos consolidar-se o amor dos índios para conosco, pensamos em construir uma igreja, que, embora pequena e modesta e coberta com palha, apareceu a esta gente miserável como um palácio real, e ficam atônitos quando levantam os olhos para o teto. Ambos tivemos de trabalhar com barro para fazer o reboco e para ensinar os indígenas a fazer tijolos. Deste modo conseguimos ter a igreja pronta para o dia de Santo Inácio do ano passado de 1615. Neste dia celebramos lá a primeira missa e renovamos os nossos votos. Houve ainda outros ritos festivos, quanto era possível segundo a pobreza do lugar. Também quisemos organizar umas danças, mas estes rapazes são tão rudes que não conseguiram aprendê-las. Levantamos depois uma torre de madeira e pusemos nela um sino que a todos encheu de admiração, pois nunca tinham visto nem ouvido semelhante coisa. Também foi ocasião de grande devoção uma cruz que os próprios indígenas levantaram: tendo-lhes nós explicado por que razão os cristãos adoram a cruz, eles se ajoelharam conosco para adorá-la. Desconhecida até agora nestas terras, espero em nosso Senhor que esta cruz seja o princípio para se levantarem muitas outras.

Por que nunca devemos ir para a cama zangados: a explicação esclarecedora de São Bento

Gorodenkoff | Shutterstock
Por Marzena Devoud

Se hoje a ciência o confirma, São Bento já tinha compreendido isso há mais de quinze séculos, justificando este conselho com uma explicação particularmente luminosa. Confira aqui:

Talvez já o tenha ouvido antes: é melhor não ir para a cama zangado com alguém próximo de si. Se deixar arrastar uma briga antes de ir dormir, isso criará um ressentimento mais duradouro. Embora os pesquisadores de hoje confirmem que o sono desempenha de fato um papel na ancoragem de sentimentos negativos no cérebro, São Bento, monge nascido há quinze séculos, já tinha dado este conselho, com uma explicação muito mais profunda e esclarecedora.

Voltar à paz antes do pôr-do-sol

Quando começou a fundar mosteiros na Itália, nomeadamente o de Subiaco e Monte Cassino em 529, São Bento notou a falta de regras comuns que estabelecessem uma disciplina de vida para os irmãos. Por volta de 530, decidiu escrever a Regra para guiar os seus discípulos e orientar a sua espiritualidade: marcos que ele próprio seguiu pela primeira vez. Entre uma longa lista de conselhos espirituais expressos, chamados “instrumentos para agir bem”, São Bento dá este: em caso de conflito, é preciso respeitar esta regra de “pôr-se em paz antes do pôr-do-sol quando se tem tido um desacordo”. Porque este gesto de oferecer e receber perdão permite redescobrir uma relação de verdade, e aprender a amar e a ser amado.

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Como toda a vida, a vida monástica de clausura não carece de aborrecimentos e frustrações diárias. Face a estas dificuldades na gestão da interioridade, estes poucos “instrumentos para agir bem” recomendados pelo famoso santo são preciosos:

“Não preferir nada ao amor de Cristo”
“Não queira ser chamado de santo antes de ser um; primeiro torne-se um”
“Nunca perca a esperança na misericórdia de Deus”
“Volte à paz antes que o sol se ponha”

Este último conselho concreto foi retomado à sua maneira pelo Papa Francisco em 2013: “pode acontecer de os pratos voarem, palavras fortes são trocadas, mas meu conselho é não terminar o dia sem fazer as pazes”. E ao falar aos religiosos na Catedral de São Rufino em Assis, Francisco voltou a um tema próximo do seu coração: o de “reconhecer os próprios erros e pedir perdão, mas também aceitar as desculpas dos outros perdoando-as”. Ele dirigiu este apelo tanto ao clero como às famílias. “Nunca terminem o dia sem fazer as pazes”, recomendou ele.

Viver cada dia como se fosse o último

Mas o perdão não é uma coisa fácil, por vezes mesmo para além do reino das possibilidades. Para praticá-lo, São Bento dá este conselho que muda radicalmente a perspectiva: “Vive cada dia como se tivesses a morte diante dos teus olhos, e um dia terás razão”. Segundo ele, para se conseguir uma vida feliz, é preciso ter o cuidado de conduzi-la bem, amando-a no essencial. E para entrar na vida eterna, como o monge escreveu no seu Prólogo:

O Senhor diz: Quem deseja a Vida? Quem deseja a felicidade? Se ouvires, responda: “eu…”.

Assim, é apropriado viver cada dia como se fosse o último, lembrando sempre que a graça é dada a todos. E quando é dada, conduz a pessoa “com um coração expandido, à doçura indizível do amor”. “E alcançará”, conclui a Regra.

Como São Bento assinala, o pôr-do-sol simboliza a passagem da morte e da escuridão para a ressurreição de Cristo. “Desejar a vida eterna com todo o ardor espiritual”, para ele, significa estar constantemente orientado para o objetivo final: ‘ter a ameaça de morte diante dos olhos todos os dias’, pensar que esta vida tem um fim, permite viver plenamente a partir de agora, na sua essência.

Adotar um olhar de amor

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Perdoar e estar em paz é definitivamente “rasgar a página em que se escreveu com malícia ou raiva a conta contra o seu vizinho”, disse o Padre Henri Caffarel, fundador das Equipes de Notre-Dame. Perdoar é finalmente mudar a visão de um sobre o outro a fim de adotar uma visão do amor. É o momento do despojamento total. Perdoar é encontrar em Cristo, aquele que morreu perdoando os seus tormentos, a energia para falar do fundo do seu coração uma verdadeira palavra que liberta e abre à reparação, ao amor verdadeiro e ao eterno.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Santa Matilde de Hackeborn

Sta. Matilde de Hackeborn | arquisp
19 de novembro

Santa Matilde de Hackeborn

Matilde ou Mechtilde — proveniente de uma família principesca, aparentada com a poderosa casa dos Hohenstaufen — teve desde a meninice o desejo de seguir as pegadas da irmã mais velha, Gertrudes, abadessa do mosteiro beneditino de Roderdorf, depois do de Helfta.

Aos 7 anos, pois, a menina foi confiada à irmã para que cuidasse de sua educação. Um bom aprendizado, visto que aos 14 anos Matilde foi admitida entre as noviças, das quais dentro de alguns anos se tornaria a mestra — um encargo confiado a religiosas de comprovada virtude.

Matilde teve entre suas noviças uma jovem destinada a deixar uma grande marca na espiritualidade da Alemanha, a grande santa Gertrudes. Mestra e aluna cresceram juntas, avançando rapidamente na via da perfeição, ambas favorecidas de particulares experiências místicas.

Gertrudes teve o encargo de fixar por escrito as confidências da mestra, aquelas célebres visões de santa Matilde que se lêem no Livro das graças especiais (Liber specialis gratiae). Este é um autêntico vade-mécum da espiritualidade medieval, centrada em Cristo glorioso, mais que em Cristo sofredor, e na devoção ao Sagrado Coração como evidência do incomensurável amor divino pela humanidade redimida.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF