Coletiva de imprensa | cnbb |
ABERTURA DO 3º ANO VOCACIONAL É MARCADA POR
COLETIVA DE IMPRENSA REALIZADA NO SANTUÁRIO NACIONAL
O 3º Ano Vocacional, em nível nacional, iniciou-se com a celebração
da Eucaristia no Santuário Nacional de Aparecida, no sábado, dia 19, precedido
por uma coletiva de imprensa que contou com a presença de dom João Francisco
Salm, presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da irmã Maristela
Ganassini, assessora do Setor Juventudes e Vocações da Conferência dos
Religiosos do Brasil (CRB) e a presidente do Conselho Nacional do Laicato no
Brasil (CNLB), Sônia Gomes de Oliveira.
Na coletiva, o presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a
Vida Consagrada, dom João Francisco Salm, destacou que o Ano Vocacional 2023
surgiu do IV Congresso Vocacional do Brasil, posteriormente aprovado por
unanimidade pela Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB). Com o tema “Vocação: Graça e Missão” e
o lema “Corações ardentes, pés a caminho” se
procurou “refletir aquilo que a Igreja neste momento precisa, aquilo que
pudesse ser de fato resposta e inspiração para essa experiência tão especial,
todo um ano dedicado à questão das vocações”, segundo dom João Salm.
O presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida
Consagrada destacou que nos elementos recolhidos apareceu “uma Igreja de
comunhão, uma Igreja de sinodalidade, que fosse uma Igreja do Vaticano II, que
houvesse o espírito de uma Igreja missionária, uma Igreja em saída, uma Igreja
aberta aos pobres, uma Igreja que se colocasse ao serviço de Jesus Cristo na
vida D´ele doada à humanidade hoje, de acordo com as necessidades do nosso
tempo”.
D. Salm | cnbb |
O bispo de Novo Hamburgo destacou a importância de trabalhar a vocação
como “uma experiência, uma realidade que diz respeito a toda vida humana”,
insistindo em que todo batizado, “cada um, cada uma, vive uma vocação
específica”. Lembrando a exortação do Sínodo da Juventude, o bispo definiu a
vocação como “um entrelaçamento entre Deus que toma a iniciativa e a pessoa
humana na sua resposta livre”, ressaltando a dimensão de liberdade presente em
toda vocação.
“Daí surge a visão da vocação como graça, como dom, como algo que tem
uma dimensão de Mistério, presente no tema, e o encontro com Jesus, que faz
arder o coração e nos põe a caminho, elemento presente no lema”, insistiu dom
Salm.
Despertar
vocacional das juventudes
Ir. Maristela | cnbb |
Em sua fala, a irmã Maristela Ganasini, assessora
do Setor Juventudes da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), apontou que
os outros dois anos vocacionais, realizados há 40 e 20 anos,
“traziam a perspectiva do caminho para a cultura vocacional, algo que tem como
objetivo este terceiro ano, buscando “oportunizar às nossas juventudes o
despertar vocacional”.
A religiosa destacou que a primeira vocação é à vida, o que depois leva
a fazer uma escolha a uma vocação específica. A religiosa das Filhas do Sagrado
Coração de Jesus destacou a importância de esta ser “uma temática transversal,
que vai perpassando nas nossas comunidades, nas nossas famílias”. Junto com
isso, “nos tornarmos sensíveis, olhar para todas as vocações”, sem ficar só no
ser padre ou irmã.
Também destacou a importância da teologia da graça, de ser missionários,
igreja em saída, do acompanhamento personalizado das juventudes e fazer o
convite direto às vocações específicas. Um outro elemento que deve, segundo a
religiosa, são as equipes vocacionais, buscando incentivar uma dinâmica que
perpasse todas as pastorais e movimentos.
Vocação
laical
Sônia Gomes | cnbb |
Ao relembrar o Documento 105 da CNBB, a presidente do Conselho Nacional
do Laicato do Brasil (CNLB), Sônia Gomes de Oliveira, afirmou que a vocação
laical nos remete ao “verdadeiro sujeito eclesial, maduro na fé, testemunha do
amor à Igreja, a serviço dos irmãos, permanece à escuta da Palavra de Deus,
obediente à inspiração do Espírito, que tenha coragem para dar testemunho na
defesa dos irmãos”. A partir daí, Sônia falou sobre o que é um sujeito maduro
na fé, afirmando que “a partir do Batismo, nós fomos chamados a ser
corresponsáveis na evangelização”.
O olhar da vocação laical, segundo a presidente do CNLB, “tem que ser
para o interno da Igreja, olhando o ministério, mas a missão específica nossa é
na sociedade”. Ela insistiu no testemunho do amor à Igreja, “que vem a partir
daquilo que nós recebemos a partir do nosso chão, a partir da catequese, da
vida na comunidade, a partir da vida nos espaços onde nós estamos”. Junto com
isso destacou o serviço aos irmãos, nas periferias, onde a vida está ameaçada,
sendo bálsamo e alento.
“Para isso se faz necessário escutar a Palavra para entender que estamos
ao serviço de Jesus Cristo e evitar que cada um se anuncie a se mesmo. Aí dar
testemunho, em espaços que precisam da presença do cristão leigo, suscitando
vocacionados para cada espaço, partindo do fato de assumir o Batismo, de ser
Igreja”.
Desafios
no âmbito vocacional
No trabalho vocacional, a irmã Maristela fez um chamado a aprender com
as juventudes, a estar com eles, a sentir, viver o que eles vivem. Junto com
isso, o desafio de estar no mundo virtual, nas redes sociais, de evoluir na
linguagem, de ressignificar as relações internas dentro da vida religiosa, a
espiritualidade. Ela pediu para não se preocupar com quantidade e sim com que
os vocacionados tenham o ardor missionário. Sempre em um trabalho organizado e
contando com os materiais que ajudam a vivenciar o Ano Vocacional.
Falar de vocação é segundo dom Salm, “falar desses carismas que Deus dá
a cada um”. Em um tempo de transformação, em que o mundo vive uma grande crise,
em uma mudança de época, o bispo de Novo Hamburgo fez um chamado a “descobrir a
pessoa de Jesus, nos encontrarmos com Ele, e a partir d´Ele começar a fazer um
outro trabalho de renovação das nossas vidas”. Isso em um mundo que não é mais
de Cristandade e que desafia a fazer cristãos, recordando as palavras de
Tertuliano, a partir do testemunho de vida, destacando a importância de saber
apresentar o modo de viver de Jesus, levando o jovem a uma experiência, onde a
gente reflete, encontra respostas e faz seguir um caminho novo.
O presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida
Consagrada da CNBB vê a crise no âmbito vocacional como momento de
possibilidades, ainda mais em um tempo em que precisa-se encontrar caminhos
novos, vendo o Ano Vocacional como um tempo de criatividade, chamando a
planejar atividades, a pensar o que se quer alcançar. O bispo destacou três
áreas no campo vocacional: a formação, a oração e o chamado direto a partir de
experiências impactantes, que são apelo para o jovem.