Cléofas |
“Diante dos filhos os pais não podem
ser super-heróis, que nunca erram. Ao contrário, os filhos devem saber que os
seus pais também erram e que também têm o direito de serem perdoados”.
Os pais e professores são agentes
determinantes na educação da criança e do adolescente. Especialmente os pais
têm uma responsabilidade especial nisso. Para que a criança seja amanhã um
adulto equilibrado em todas as suas dimensões humanas: física, psicológica,
afetiva, sexual, moral, profissional, familiar, etc., ela precisa ter recebido
dos pais uma boa “herança” de amor, segurança, carinho e firme correção dos
seus erros.
Mas para que os pais possam cumprir
bem esta sagrada missão precisam, antes de tudo, saber “conquistar” os filhos;
não com dinheiro demais, roupa da moda, tênis de marca, etc., mas com aquilo
que eles são para os filhos; isto é, seu bom exemplo, carinho, atenção, tempo
gasto com os filhos…
O filho precisa ter “orgulho” do seu
pai, ter “admiração” pela sua mãe, ter prazer de estar com eles, “ser seus
amigos”, partilhar a vida e os problemas, tristezas e alegrias com eles. Assim
ele ouvirá os seus conselhos e as suas correções com facilidade.
Se não conquistarmos os nossos filhos,
com amor, carinho e correção sadia, eles poderão ir buscar isto nos braços de
alguém que não convém. É preciso que cada lar seja acolhedor para o jovem, para
que ele não seja levado a buscar consolo na rua, na droga, na violência… fora
de casa.
Sobretudo é primordial o respeito
para com o filho; levá-lo a sério, respeitar os seus amigos, as suas
iniciativas boas, etc. Se você quer ser amigo do seu filho, então deve
tornar-se amigo dos seus amigos, e nunca afastá-los. Acolha-os em sua casa.
Deixe que o seu filho traga os seus amigos para a sua casa; então, você os
poderá conhecer e evitar as más companhias para eles.
Diante dos filhos os pais não podem
ser super-heróis, que nunca erram. Ao contrário, os filhos devem saber que os
seus pais também erram e que também têm o direito de serem perdoados.
O educador francês André Bergè, diz
que “os defeitos dos pais são os pais dos defeitos dos filhos”. Parafraseando-o
podemos dizer também que “as virtudes dos pais são os pais das virtudes dos
filhos”. Isto faz crescer a responsabilidade dos pais.
É importante que os pais saibam
corrigir os filhos adequadamente, com firmeza é certo, mas sem humilhá-los. Não
se pode bater no filho, não se pode repreendê-lo com nervosismo, ofendê-lo na
frente dos seus amigos e irmãos. Isso tudo humilha o filho e o faz odiar os
pais. Há pais que gritam com seus filhos e os ofendem e magoam na frente de
outras pessoas; ora, esta criança ficará com ódio deste pai.
São Paulo diz aos pais cristãos:
“Pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai-os na
disciplina e correção do Senhor” (Ef 6,4).
O livro do Eclesiástico diz que:
“Aquele que estraga seus filhos com mimos terá que lhes curar as feridas” (Eclo
30,7). A criança mimada torna-se problema; pensa que o mundo é dela, e que
todos devem servi-la.
Podemos e precisamos corrigir os
filhos, em todas as idades, sem traumatizá-los. Não é raro eu ver alguns pais
tomando tapas de crianças com 1 ou 2 anos, sem fazer nada… Hoje em dia é
difícil ouvir alguém dizer não para os filhos. Ora, é precisa dizer: “Você não
pode bater no seu amiguinho”. “Não vai assistir a uma novela feita para
adultos”. “Não vai fumar maconha”. “Não, você não vai passar a madrugada na
rua”. “Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação”. “Não, essas
pessoas não são companhias pra você”. “Não, hoje você não vai ganhar brinquedo
ou comer salgadinho e chocolate”. “Não, aqui não é lugar para você ficar”.
“Não, você não vai faltar na escola sem estar doente”. “Não, essa conversa não
é pra você se meter”. “Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no
parque”. Quem mais usou o Não em seus sagrados Mandamentos, foi Deus, para nos
guiar.
Crianças e adolescentes que crescem
sem ouvir bons justos e necessários NÃOS, crescem sem saber que o mundo não é
só deles. E aí, no primeiro Não que a vida dá se revoltam. Alguém muito sábio
disse que se não educarmos a criança, teremos de castigar o adulto.