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sexta-feira, 25 de novembro de 2022

«QUANDO AS PEDRAS VOLTAM A FALAR»

Igreja no ano de 1966 | neocatechumenaleiter
Kiko Argüello nos arredores | neocatechumenaleiter

CncMadrid

«QUANDO AS PEDRAS VOLTAM A FALAR»

No último 12 de outubro (2022), festa da Virgem do Pilar dia em que a Espanha comemora solenemente a aparição, no ano 40 DC, sobre um pilar de mármore às margens do rio Ebro, da Virgem Mãe de Deus ao apóstolo São Tiago e seus companheiros para animá-los a continuar na evangelização , em Fuentes de Carbonero o Maior, uma pequena aldeia próxima de Segóvia, desabitada desde 1960, foi realizada uma celebração com um significado verdadeiramente extraordinário.

A Eucaristia foi presidida pelo bispo de Segóvia, S. E. Mons. César Franco, acompanhado de mais de 30 presbíteros e com a presença de cerca de 500 pessoas que encheram o interior da Igreja e o espaço em volta. Esteve também presente o governador de Segóvia, Miguel Ángel de Vicente, a prefeita de Carbonero o Maior, María Ángeles Sanz, acompanhados de outras autoridades e representantes do Caminho Neocatecumenal do noroeste da Espanha e muitos irmãos de diversas comunidades neocatecumenais da Região. Foi comovente a participação de numerosos habitantes de Carbonero e dos filhos das famílias originárias de Fuentes antes de as casas desta pequena aldeia serem abandonadas e caírem em ruínas.

A área, mais à frente da pequena igreja agora completamente restaurada graças ao esforço e trabalho do Caminho, é cercada por uma paisagem campestre. Ao longe, podem ser vistas as paredes destruídas de algumas antigas casas rurais, uma pequena fonte no fundo de uma encosta e uma fazenda do outro lado do fosso.

O que este lugar tem de particular? Por que foi reconstruída uma igreja em um lugar abandonado pelos homens, do qual se poderia pensar que foi deixado de lado por Deus?

Igreja N. Sra. da Assunção – Fuentes de Carbonero | neocatechumenaleiter
Kiko Argüello no poço | neocatechumenaleiter

Foi lembrado antes da Eucaristia por Dom Antonio Riquelme, presbítero do Caminho responsável desta região, que leu uma mensagem enviada por Kiko Argüello, iniciador com Carmen Hernández do Caminho Neocatecumenal, que não pode estar presente ao evento, mas cuja história está unida a este lugar e que constitui a razão da recuperação deste edifício.

Deixemos que Kiko fale:

Bendigo a Deus, que permitiu a reconstrução desta pequena igreja, que foi tão importante para mim. Agradeço ao Sr. Bispo por sua presença e a todos os que tornaram possível a reabilitação deste templo.

O Caminho Neocatecumenal é uma Iniciação Cristã aprovada oficialmente pela Santa Sé em 2008. O Senhor se serviu de Carmen e de mim para esta renovação da Igreja nascida com a estrela do Vaticano II. Começou em 1964 entre os habitantes dos barracos de Palomeras Altas de Madri, quando os pobres com quem vivíamos nos pediram que lhes anunciássemos o Evangelho de Jesus Cristo. Uma grande alegria para todo o Caminho e para a Igreja será a abertura da Causa de Beatificação de Carmen Hernández em 4 de dezembro.

Deus quis que em 1965, desejando buscar um lugar de retiro e oração, encontrasse abandonada a igreja de Fuentes de Carbonero. Enquanto caminhava pelo planalto castelhano em um dia nublado, um raio de luz iluminou as pedras de mica que são abundantes na região, e de repente tudo ficou iluminado, e fiquei impressionadíssimo: a igreja no meio daquela planície era um verdadeiro deslumbre. Estava aberta e vazia; ainda tinha o retábulo e algumas imagens; a sacristia com paletes de madeira me serviu para dormir. Estive vivendo ali durante 15 dias, rezando, só e com grandes frutos. Vendo que era um lugar estupendo, retirei-me ali outras vezes, vivendo em solidão, em jejum e oração e dormindo com meu saco de dormir na sacristia.

Como passava um rio próximo desse lugar, decidi levar comigo uns irmãos dos barracos nesses dias de verão para que eles também tivessem férias. Vivemos uma semana de descanso, de comunhão e de amor. Fiquei impressionado ao ver que enquanto todas as casas do povoado estavam em ruínas, a única construção que estava de pé naquela aldeia abandonada era a igreja, e uma igreja cheia de pobres. Disse aos irmãos dos barracos para recolherem palha. Foram ao campo e cada família preparou para si a cama com palhas e cobertores. Era emocionante, dava para fazer um filme. Fora, todas as casas demolidas; dentro, a igreja cheia de pobres.

Carmen Hernández | neocatechumenaleiter
Irmãos no rio de Fuentes de Carbonero | neocatechumenaleiter

No último dia celebramos uma missa e vieram todos os do povoado que viviam em Carbonero. Alguns disseram que, ao ouvir o badalar dos sinos, choraram de emoção, porque fazia anos que não os ouvia tocar. Celebramos uma Missa e vieram participar conosco. Estavam emocionados; de novo haviam ouvido os sinos de seu povoado. A igreja ficou cheia. Havíamos adornado-a com flores e preparado muito bem; estava formidável.

Com o passar do tempo, este Kerigma anunciado aos pobres se concretizou em uma síntese catequética fundada sobre o tripé “Palavra de Deus – Liturgia – Comunidade” e cuja finalidade é conduzir as pessoas à comunhão fraterna e a uma fé adulta.

Este novo itinerário de Iniciação Cristã suscitou o interesse do então Arcebispo de Madri, Monsenhor Casimiro Morcillo, que nos animou a levá-lo às paróquias; assim se difundiu em Madri e em outras Dioceses espanholas. Em 1968 o Caminho começou em Roma e a partir dessa data foi-se difundindo em dioceses de todo o mundo.

Aqui celebramos a Vigília Pascal com os irmãos dos barracos e os da primeira comunidade de Madri. Não tínhamos luz; éramos iluminados por um círio velho que encontramos. Ao amanhecer comemos um cordeiro que havíamos encomendado em Carbonero.

Hoje, depois de 57 anos, os sinos de Fuentes de Carbonero voltam a ser ouvidos.  Como não agradecer ao Senhor? Como não agradecer à Santa Maria Virgem que inspirou o Caminho Neocatecumenal e justamente na festa do Pilar nos concede sua reabertura? Justamente hoje se comemora o descobrimento da América em 1492. A Virgem do Pilar: patrona da América hispânica, estrela da evangelização do novo continente. Foi a partir daqui que partiram os primeiros itinerantes do Caminho para evangelizar a América, que hoje está cheia de comunidades.

Rezem por mim.

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Depois da leitura do testemunho de Kiko foram realizadas a benção da Igreja restaurada e a Celebração da Eucaristia. O Bispo, em sua homilia, quis também destacar que a recuperação deste lugar é um “milagre” de Deus, que faz grandes coisas em nós, salientando a importância simbólica da reconstrução da igreja como sinal da missão da Igreja de anunciar a Cristo: “Este edifício – afirmou – exemplifica o que Kiko Argüello queria fazer e o que a Igreja faz desde suas origens, ou seja, evangelizar, catequizar, enviar ao mundo os que tem fé para continuar a única e definitiva missão de Cristo”. Assim, desejo a Kiko que mantenha o “valor com o que há evangelizado tantas pessoas por meio do Caminho, um Caminho que está dando muitos frutos à Igreja”. Precisamente a reconstrução desta igreja é “outro fruto do Caminho Neocatecumenal”.

Um sonho – uma visão.

O testemunho de Kiko e a benção da igreja de Fuentes depois do trabalho de reconstrução fazem que a partir deste lugar abandonado chegue a nós a lembrança da gênesis de alguns acontecimentos que são essenciais para a história do Caminho e que tiveram sua origem aqui em Fuentes: a Vigília Pascal, vivida segundo o redescobrimento do Concílio Vaticano II, e a forma de missão com equipes itinerantes.

Em outra história/testemunho do Kiko, ele acrescentou alguns detalhes que achamos importante lembrar como complemento ao que foi dito anteriormente. Em sua jornada de fé, Kiko teve a intuição de que Cristo estava presente no sofrimento dos “últimos na terra”. Seguindo os passos de São Charles de Foucauld, em 1964 decidiu ir viver com os mais pobres, num barraco de Palomeras Altas, nos arredores de Madri, onde conheceu Carmen Hernández, dando início assim a uma nova forma de pregação que pouco depois levou à formação de uma comunidade cristã.

Kiko nos conta:

“Nos barracos havia uma tal Vicenta (uma voluntária que ia ajudar os moradores dos barracos) e um dia lhe disse: “Olhe, antes que você viesse, nunca tínhamos nos agredido, e estivemos sempre em comunhão; desde que você veio, aqui há uma bagunça…”.  E ficou brava e decidiu ir embora. Era de Segóvia. E então um dia pensei em procurá-la e pedir-lhe perdão. Fui a seu povoado, Carbonero o Maior, e como não tinha o endereço, perguntei por ela e me disseram que estava na horta.

Eu comecei a caminhar tranquilamente pelo planalto castelhano, um deserto; o planalto castelhano é maravilhoso, parece a estepe russa. O dia estava nublado e de repente abriu-se um raio de luz e iluminou Fuentes. Acontece que as pedras daquele povoado são de mica, brilham; e de repente tudo se iluminou e fiquei muito impressionado. A igreja no meio daquela estepe era um verdadeiro deslumbre…

Em 1967 celebramos a Vigília Pascal na igreja de Fuentes com os irmãos de Palomeras e os da primeira paróquia de Madri.

Em 1969 D. Francesco Cuppini – o primeiro presbítero que acompanhou a Carmen e a mim – disse que viria comigo passar a Semana Santa. Fomos ali e não tínhamos luz, mas havia um círio antigo, e o acendemos.  Encomendamos no povoado ao lado um cordeiro para, ao amanhecer, comer na ceia pascal. Celebramos a Vigília Pascal sem luz, Francesco Cuppini a presidiu.

Também em Fuentes foi celebrada a primeira convivência de itinerantes, e desse lugar partiram para a América as primeiras equipes de evangelização.”

Kiko ficou muito impressionado pelo “raio de luz” que iluminava as pedras de mica, que davam uma nova visão a toda aquela região, com uma igreja abandonada. Esta visão nos fez recordar a outra igreja, outra palavra e outro sonho da vida de São Francisco de Assis.

Carmen Hernández e Kiko Argüello | neocatechumenaleiter

Na vida de São Francisco de Assis há dois acontecimentos muito interessantes, digamos assim, muito próximos de nós. Conta-se que estando próximo da igreja de São Damião, um pequeno edifício então em ruínas não distante de Assis, entrou para rezar, e durante a oração, enquanto seus olhos estavam fixos na Cruz do Senhor, ouviu uma voz que dizia: “Francisco, vai e repara minha igreja que, como tu vês, está em ruínas”. São Francisco pôs em seguida mãos à obra para reparar a igreja, mas logo compreendeu que o chamado do Senhor ia muito além. Na “Legenda Maior”, a vida de São Francisco escrita por São Boaventura, se conta o sonho do Papa Inocêncio III – admiravelmente pintado por Giotto na Basílica de Assis – em que viu a Basílica de São João de Latrão, que estava para desmoronar e que estava sustentada por um frade… Todos conhecemos a obra que Deus fez na Igreja por meio da reforma franciscana e não só na Igreja de então, mas até nossos dias.

A reconstrução da igreja de Fuentes cria um surpreendente paralelo entre a situação da Igreja no século XII e a situação atual. Certamente, sem ter nenhuma presunção, sabemos que são duas histórias e dois acontecimentos muito diferentes: ali está a história consolidada, aqui ainda se trata de uma “visão”, mas basta abrir um pouco os olhos para ver como Deus leva adiante a história: a Iniciação Cristã, iniciada por Kiko e Carmen, à luz do Concílio Vaticano II e seguindo suas pegadas, aberta em 135 países dos cinco continentes, é algo que realmente pode ser decisivo para a Igreja de nossos dias.

No centro, no coração deste Caminho está o redescobrimento da Páscoa, da Vigília Pascal, que o próprio Papa Francisco, aos bispos de Santo Domingo em visita “Ad limina”, reconheceu como um mérito do Caminho Neocatecumenal. E esta Vigília teve seu nascimento aqui, em Fuentes. De fato, Kiko e Carmen se aventuraram a celebrar com aquela primeira comunidade nascida entre os pobres da favela tanto a Páscoa do ano 1967 – durante toda a noite – como depois o Tríduo Pascal do ano 1969. A Páscoa foi também fundamental na formação do itinerário neocatecumenal, para dar força e impulso aos primeiros anos de Caminho. Com a beleza e a graça do Tríduo Pascal e a Vigília, foi fundamentada a transmissão da fé às famílias que iam formando as comunidades.

Alguns anos mais tarde, de 1º a 20 de agosto de 1969 – depois do início do Caminho na Itália –, Kiko e Carmen convocaram novamente aqui em Fuentes, em uma convivência., os primeiros irmãos nascidos destas evangelizações. E foi aqui que se formou a primeira equipe de missionários itinerantes que partiu para Colômbia.

Igreja da Assunção em Fuentes de Carbonero | neocatechumenaleiter
Kiko Argüello | neocatechumenaleiter
Igreja da Assunção em Fuentes de Carbonero | neocatechumenaleiter
Ezechiele Pasotti. Segundo telhado | neocatechumenaleiter

Reconstruir a igreja de Fuentes – tão importante para Kiko, como ele recordou em sua saudação – é como fazer memória destes quase 60 anos de história do Caminho: um necessário agradecimento a Deus que a partir dos barracos e a partir de Fuentes lançou a vida de Kiko e Carmen e a dos primeiros itinerantes a uma aventura que viu levar esse “raio de luz” aos cinco continentes e iluminar com estas “pedras de mica” para que se convertam em sinais de esperança no mundo de hoje para milhares e milhares de pessoas.

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Fonte: https://neocatechumenaleiter.org/pt-br

Os sonhos nunca envelhecem

Dom Quixote e Sancho Pança | bibliotecasma

OS SONHOS NUNCA ENVELHECEM! DOM QUIXOTE À SANCHO PANÇA

 

 

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

No Advento, tempo de preparação do Natal, celebramos a capacidade de imaginar e sonhar utopias, reinventando a nossa vida e história a partir do Senhor que vem para salvar e libertar. Com Jesus, o Menino Deus, ou o Deus que nasce criança, somos convidados à reestreia do nosso mundo, tão fascinante, quando foi criado pelas mãos do Pai.  

Implica, também, como dizia Picasso na sua genialidade, ver de novo a realidade com o olhar de uma criança pois, como afirmou o célebre pintor, fazer-se criança leva tempo. Deixar o cansaço, as cardiopatias mentais e sociais, para ser capaz de sentir e vibrar com a vida palpitante que ressurge e se explana em todas as criaturas. Construir o presépio, como São Francisco, com materiais e personagens da vida cotidiana, com todas as fragilidades e misérias que carregamos, que são abraçadas com ternura na manjedoura do Deus pequenino.  

Esperançar e samaritanizar os espaços e relacionamentos do convívio familiar e social, derrubando os muros e bunkers do ódio, da arrogância, e prepotência que nos feriram e dividiram profundamente. Resgatar o poder da inocência e da bondade espontânea que simplesmente sorri, se aproxima e consegue humanizar e tornar as situações mais leves e cordiais. Acreditar na reserva do bem e da centelha divina que todos/as possuímos a partir do mistério inefável da encarnação, de um Deus que se irmana a ponto de usar faixas e fraldas.  

Sim, o espírito natalino faz renascer sempre o melhor de nós, a saudade do verdadeiro eu que habita no mais íntimo, no mais profundo do nosso ser onde, num espaço incontaminado esperamos, com alegria e confiança inabalável, a chegada do Salvador. Não nos conformemos apenas com símbolos ou gestos externos, mas tornemo-nos num Advento e Natal verdadeiros, com a luz que nasce do nosso interior, na criança eterna que todos guardamos e veneramos como o mais sagrado que nunca perderemos. Deus seja louvado!

Influenciador protestante se converte ao catolicismo: “o papado é verdadeiro”

Capturing Christianity | Facebook
Cameron Bertuzzi, influenciador protestante que se converteu ao catolicismo
Por Francisco Vêneto

"Entrei nesse estudo com a mente aberta e disse a mim mesmo que seguiria as evidências aonde quer que elas me levassem, mesmo que essa conclusão fosse desconfortável para mim ou para a minha família."

Um influenciador protestante se converteu ao catolicismo após concluir que “o papado é verdadeiro”. Trata-se do youtuber Cameron Bertuzzi, fundador do ministério de apologética Capturing Christianity.

Ele anunciou neste último 17 de novembro a sua decisão de tornar-se católico, em decorrência do que descreveu como um período de “estudo aprofundado das evidências a favor e contra o papado como protestante”. A decisão já tinha sido tomada no dia 20 de setembro, conforme ele mesmo relatou em vídeo no seu canal.

“Atualmente estou fazendo o RCIA (Rito de Iniciação Cristã de Adultos, pela sigla em inglês) e receberei a crisma na próxima Páscoa”.

Ao longo dos meses recentes, Cameron vinha apresentando no seu canal diversos debates, testemunhos, entrevistas e relatos sobre as doutrinas protestante e católica, visando aprofundar no seu conhecimento.

Entre os entrevistados católicos houve personalidades de renome internacional, como dom Robert Barron, bispo de Winona-Rochester, o padre exorcista Vincent Lampert e o famoso escritor e apologista Scott Hahn, que também se converteu do protestantismo ao catolicismo há vários anos em decorrência dos seus estudos.

Cameron Bertuzzi testemunhou a respeito da própria conversão como protestante ao catolicismo:

“Entrei nesse estudo com a mente aberta. Disse a mim mesmo que seguiria as evidências aonde quer que elas me levassem, mesmo que essa conclusão fosse desconfortável para mim ou para a minha família. Meus amigos protestantes tinham certeza de que isso acabaria dando uma confirmação profunda às minhas crenças protestantes, mas eles estavam equivocados. O que eu descobri foi que a evidência sugere fortemente que o papado é verdadeiro”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa: o modo que tratamos o corpo da mulher revela nosso nível de humanidade

Vatican News

Um vídeo especial produzido pelo Vatican News repropõe a reflexão feita por Francisco durante homilia de 1° de janeiro de 2020, Dia da Paz e Solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus. Palavras contundentes que ganham força neste dia dedicado à eliminação da violência contra as mulheres.

https://youtu.be/LgHrzHaILLE

Andressa Collet - Vatican News

"O renascimento da humanidade começou pela mulher. As mulheres são fontes de vida; e, no entanto, são continuamente ofendidas, espancadas, violentadas, induzidas a se prostituir e a suprimir a vida que trazem no seio. Toda a violência infligida à mulher é profanação de Deus, nascido de uma mulher."

“Pelo modo como tratamos o corpo da mulher, vê-se o nosso nível de humanidade.”

Assim o Papa Francisco, na missa pela Solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus, e Dia Mundial da Paz,  de 1° de janeiro de 2020, convidou a nos aproximarmos de Nossa Senhora, mãe e mulher, que teceu a humanidade de Deus: "se quisermos tecer de humanidade a trama dos nossos dias, devemos recomeçar da mulher", acrescentou ainda o Pontífice em homilia. Palavras contundentes ao recordar das mulheres violentadas que ganham força neste 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, instituído pela ONU.

A campanha brasileira "Una-se"

Em uma ação dentro dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas – uma iniciativa internacional encabeçada pelo secretário-geral das Nações Unidas desde 2008 – a ONU Brasil começou no último domingo (20), Dia da Consciência Negra, a campanha “Una-se! O Brasil das Mulheres". Até o dia 10 de dezembro, as agências que fazem parte da ONU Brasil mobilizarão governos, parlamentos, sistema de justiça, empresas e sociedade civil para debater e construir "o Brasil das mulheres", um país que seja diverso, justo e seguro, onde todas as mulheres e meninas possam viver suas vidas livres de violência e de discriminação.

“A violência contra as mulheres e as meninas é uma grave violação de direitos humanos. Precisamos escutar e fazer ecoar as vozes das mulheres defensoras de direitos humanos, que têm trabalhado arduamente, em todos os lugares, para que todas as mulheres e meninas vivam suas vidas livres de violência", afirma a coordenadora residente das Nações Unidas no Brasil, Silvia Rucks.

Enfrentamento e prevenção: Lei Maria da Penha

Entre os mecanismos de enfrentamento e prevenção à violência que devem ser celebrados através da campanha, destaca-se a Lei Maria da Penha, a mais importante legislação sobre violência contra mulheres no país. A Lei Maria da Penha é um dos maiores exemplos do esforço coletivo de feministas e defensoras de direitos humanos e trouxe inúmeros avanços no país.

Outro exemplo importante é a decisão do Supremo Tribunal Federal de 2019, que prevê maior proteção a mulheres lésbicas, bissexuais, trans e travestis contra discriminação com base em orientação sexual e identidade de gênero, por analogia ao crime de racismo. De grande importância é também a decisão do STF de 2022, que estabeleceu jurisprudência para a aplicação da Lei Maria da Penha para mulheres trans e travestis.

Apesar dos avanços, ainda existem lacunas na proteção integral de direitos humanos de todas as mulheres e meninas no Brasil. As leis existentes não abarcam contextos de violência contra mulheres no ambiente de trabalho, nos meios de comunicação, contra as ativistas que defendem direitos humanos, em contextos de deslocamento, sejam eles forçados ou voluntários, ou nos casos de violência perpetrada por atores estatais.

"A violência contra mulheres e meninas não afeta todas elas da mesma forma. Por isso, precisamos de soluções e iniciativas específicas para que possamos construir esse Brasil das mulheres, que seja realmente de todas as mulheres e meninas", completa Silvia Rucks.

Papa fala da diferença entre teólogos e catequistas

Pope Francis | Daniel Ibáñez / CNA
Por Hannah Brockhaus

ROMA, 24 Nov. 22 / 03:59 pm (ACI).- O papa Francisco traçou uma distinção entre teólogos e catequistas na relação com a doutrina da Igreja. Os comentários foram feitos hoje (24) durante reunião com a Comissão Teológica Internacional no Vaticano.

Segundo o papa, um teólogo tem a vocação de ir além da doutrina existente, pois “ele está tentando tornar a teologia mais explícita.”

Já um catequista, “deve dar a doutrina correta, a doutrina sólida”, ao instruir crianças e adultos na fé.

A Comissão Teológica Internacional existe para assessorar o Dicastério para a Doutrina da Fé. Seus membros são nomeados pelo papa para mandatos de cinco anos, durante os quais são estudadas questões teológicas específicas e resultados são publicados.

A décima comissão, composta por 28 membros, foi nomeada em 2021.

“Os teólogos devem ir além, tentar ir além”, disse o papa em seu discurso à comissão. “Mas quero distinguir isto do catequista: o catequista deve dar a doutrina correta, a doutrina sólida; não as possíveis novidades, das quais algumas são boas…”

"O teólogo corre o risco de ir além e será o Magistério a detê-lo”, disse o papa. “Mas nunca dê catequese às crianças e às pessoas com doutrinas novas que são incertas”.

Francisco disse que essa distinção vem de santo Inácio de Loyola, fundador da ordem jesuíta a que o papa pertence.

A Comissão Teológica Internacional está no Vaticano para a reunião plenária anual do grupo nesta semana.

O papa Francisco expressou seu agradecimento pela disposição da comissão de explorar três temas durante suas reuniões.

O primeiro, disse, é a “relevância da fecundidade da fé cristológica professada pelo Concílio de Niceia, ao completar 1700 anos de sua celebração”.

A comissão também vai examinar algumas questões antropológicas relevantes e “de significado crucial para a jornada da família humana, à luz do plano divino de salvação” hoje.

O papa não disse quais “questões antropológicas” são essas.

O terceiro tema a ser aprofundado pela comissão é “a teologia da criação a partir de uma perspectiva trinitária, escutando o clamor dos pobres e da terra”, disse o papa.

Fonte: http://www.acidigital.com/

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Técnico Tite: fé e devoção rumo ao hexa

VINCENZO PINTO | AFP
Tite comanda treino da seleção brasileira com terço na mão
Por Ricardo Sanches

Durante a preparação para a Copa do Catar, o treinador da seleção brasileira demonstrou sua fé em Nossa Senhora ao usar um objeto especial junto ao apito.

O técnico Tite, comandante da seleção brasileira de futebol que está em busca do hexacampeonato mundial na Copa do Catar, é um homem de muita fé.

E ele faz questão de demonstrar sua devoção – tanto dentro quanto fora dos campos. Tite, segundo os familiares, tem o costume de ir à Missa todas as semanas. Ele também já confessou que é devoto de São Jorge e que costuma acender uma vela para Nossa Senhora Aparecida sempre antes de cada jogo.

O treinador ainda tem o hábito de sempre visitar igrejas e locais religiosos nos locais onde seu time vai jogar. No Catar não foi diferente. Na véspera da estreia contra a Sérvia, Tite foi a uma mesquita perto do hotel e que a seleção está hospedada. Ele ficou no local por cerca de dez minutos.

Durante a concentração para a Copa, que aconteceu em Turim (Itália), Tite comandou os treinos da seleção brasileira com um terço na mão, junto ao apito! Um gesto que quem conhece o treinador sabe que não tem nada de superstição. Pelo contrário: é mais uma demonstração de sua religiosidade e da fé que ele tem em Nossa Senhora.

Paz espiritual durante a Copa

Em 2018, durante a Copa da Rússia, Tite foi visto na igreja do Sagrado Coração, na cidade de Samara. De fato, essa foi a cidade onde aconteceu a partida que classificou o Brasil para as quartas de final do mundial.

Também em 2018, o técnico Tite revelou ao site globoesporte.com o seu segredo para manter a paz e a serenidade durante a Copa do Mundo, o principal campeonato de futebol do planeta. Para ele, isso só foi possível graças à ajuda de um orientador espiritual, o Padre Jefferson, da paróquia de São José em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. 

Técnico e sacerdote conversavam todos os dias por um aplicativo de mensagem. Além do bom humor dois dois amigos, o bate-papo era recheado de conselhos sobre espiritualidade.

Religião na seleção

Vale lembrar que, desde 2015, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) proíbe a realização de cultos religiosos no local de preparação do time.

A decisão, entretanto, não impede as manifestações religiosas de âmbito pessoal da comissão técnica e dos jogadores, o que, certamente, tem grande impacto dentro de campo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Da Carta de Paulo Le Bao-Tinh aos alunos do Seminário de Ke-Vinh, de 1843

liturgiadashoras

Da Carta de Paulo Le Bao-Tinh aos alunos do Seminário de Ke-Vinh, de 1843

(Launay, A., Le clergé tonkiois et se prêtres martyrs, MEP, Paris, 1925, pp. 80-83) (Séc.XIX)

A participação dos mártires na vitória de Cristo Rei

Eu, Paulo, preso pelo nome de Cristo, quero levar ao vosso conhecimento as minhas tribulações cotidianas que me assaltam de todos os lados, para que, inflamados pelo amor de Deus, possais louvá-lo, porque a sua misericórdia é eterna (Sl 117,1).

O meu cárcere é verdadeiramente uma imagem do fogo eterno. Aos cruéis suplícios de todo gênero, como grilhões, algemas e ferros, juntam-se ódio, vingança, calúnias, palavrões, acusações, maldades, falsos testemunhos, maldições e, finalmente, angústia e tristeza. Mas Deus, que outrora libertou os três jovens da fornalha acesa, sempre me assiste e libertou-me dessas tribulações, que se tornaram suaves, porque a sua misericórdia é eterna!

Graças a Deus, no meio desses tormentos que continuam a apavorar os outros, sinto-me alegre e contente, pois não me julgo só, mas com Cristo. Nosso Mestre suporta todo o peso da cruz, deixando-me apenas uma pequena e ínfima parte: não é só testemunha do meu combate, mas combatente, vencedor e consumador de toda luta. Assim, sobre sua cabeça é que foi colocada a coroa da vitória, de cujo triunfo participam também os seus membros.

Como, porém, Senhor, suportar tal espetáculo, ao ver diariamente os imperadores, os mandarins e seus soldados blasfemarem vosso santo nome, quando estais acima dos querubins e serafins? (cf. Sl 79,3). Eis que a vossa cruz é calcada pelos pagãos! Onde está a vossa glória? Ao ver tudo isso, me inflamo por vós, preferindo morrer com os membros amputados, em testemunho do vosso amor!

Mostrai,  Senhor, o vosso poder, salvando-me e protegendo-me. Que a força se manifeste na minha fraqueza e seja glorificada ante os gentios, pois, se eu vacilar no caminho, vossos inimigos, cheios de orgulho, poderão levantar as cabeças.

Caríssimos irmãos, ao ouvirdes tudo isto, dai alegremente graças imortais a Deus, do qual procedem todos os bens. Bendizei comigo o Senhor, porque a sua misericórdia é eterna! Minha alma engrandeça o Senhor e meu espírito exulte de alegria em Deus, meu Salvador; porque olhou para a humildade de seu servo (cf. Lc 1,46-48), todas as gerações me proclamarão bendito, porque a sua misericórdia é eterna!

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, povos todos, festejai-o (Sl 116,1),porque Deus escolheu o que é fraco no mundo para confundir os fortes, e o que é vil e desprezível (1Cor 1,27-28), para confundir os nobres. Pelos meus lábios e inteligência, Deus confunde os filósofos, os discípulos dos sábios deste mundo, porque a sua misericórdia é eterna!

Tudo isto vos escrevo, para unirdes à minha a vossa fé. No meio desta tempestade lanço a âncora, a viva esperança que trago no coração, até ao trono de Deus.

Caríssimos irmãos, correi de tal modo que possais alcançar a coroa: revesti-vos com a couraça da fé (1Ts 5,8), tomai as armas de Cristo, à direita e à esquerda, segundo os ensinamentos de São Paulo, meu patrono. É melhor para vós entrar na posse da vida comum só olho ou privados de algum membro (cf. Mt 5,29), do que serdes lançados fora com todos eles.

Vinde em meu auxílio com vossas preces, para que possa combater, segundo a lei, o bom combate, e combater até o fim, encerrando gloriosamente a minha carreira. Se já não nos podemos ver nesta vida, tal felicidade nos está reservada para o futuro, quando, junto ao trono do Cordeiro imaculado, exultantes com a alegria da vitória, cantaremos em uníssono eternamente os seus louvores. Assim seja.

A importante missão de educar para a vida

Cléofas
A importante missão de educar para a vida

 POR PROF. FELIPE AQUINO

“Diante dos filhos os pais não podem ser super-heróis, que nunca erram. Ao contrário, os filhos devem saber que os seus pais também erram e que também têm o direito de serem perdoados”.

Os pais e professores são agentes determinantes na educação da criança e do adolescente. Especialmente os pais têm uma responsabilidade especial nisso. Para que a criança seja amanhã um adulto equilibrado em todas as suas dimensões humanas: física, psicológica, afetiva, sexual, moral, profissional, familiar, etc., ela precisa ter recebido dos pais uma boa “herança” de amor, segurança, carinho e firme correção dos seus erros.

Mas para que os pais possam cumprir bem esta sagrada missão precisam, antes de tudo, saber “conquistar” os filhos; não com dinheiro demais, roupa da moda, tênis de marca, etc., mas com aquilo que eles são para os filhos; isto é, seu bom exemplo, carinho, atenção, tempo gasto com os filhos…

O filho precisa ter “orgulho” do seu pai, ter “admiração” pela sua mãe, ter prazer de estar com eles, “ser seus amigos”, partilhar a vida e os problemas, tristezas e alegrias com eles. Assim ele ouvirá os seus conselhos e as suas correções com facilidade.

Se não conquistarmos os nossos filhos, com amor, carinho e correção sadia, eles poderão ir buscar isto nos braços de alguém que não convém. É preciso que cada lar seja acolhedor para o jovem, para que ele não seja levado a buscar consolo na rua, na droga, na violência… fora de casa.

Sobretudo é primordial o respeito para com o filho; levá-lo a sério, respeitar os seus amigos, as suas iniciativas boas, etc. Se você quer ser amigo do seu filho, então deve tornar-se amigo dos seus amigos, e nunca afastá-los. Acolha-os em sua casa. Deixe que o seu filho traga os seus amigos para a sua casa; então, você os poderá conhecer e evitar as más companhias para eles.

Diante dos filhos os pais não podem ser super-heróis, que nunca erram. Ao contrário, os filhos devem saber que os seus pais também erram e que também têm o direito de serem perdoados.

O educador francês André Bergè, diz que “os defeitos dos pais são os pais dos defeitos dos filhos”. Parafraseando-o podemos dizer também que “as virtudes dos pais são os pais das virtudes dos filhos”. Isto faz crescer a responsabilidade dos pais.

É importante que os pais saibam corrigir os filhos adequadamente, com firmeza é certo, mas sem humilhá-los. Não se pode bater no filho, não se pode repreendê-lo com nervosismo, ofendê-lo na frente dos seus amigos e irmãos. Isso tudo humilha o filho e o faz odiar os pais. Há pais que gritam com seus filhos e os ofendem e magoam na frente de outras pessoas; ora, esta criança ficará com ódio deste pai.

São Paulo diz aos pais cristãos: “Pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai-os na disciplina e correção do Senhor” (Ef 6,4).

O livro do Eclesiástico diz que: “Aquele que estraga seus filhos com mimos terá que lhes curar as feridas” (Eclo 30,7). A criança mimada torna-se problema; pensa que o mundo é dela, e que todos devem servi-la.

Podemos e precisamos corrigir os filhos, em todas as idades, sem traumatizá-los. Não é raro eu ver alguns pais tomando tapas de crianças com 1 ou 2 anos, sem fazer nada… Hoje em dia é difícil ouvir alguém dizer não para os filhos. Ora, é precisa dizer: “Você não pode bater no seu amiguinho”. “Não vai assistir a uma novela feita para adultos”. “Não vai fumar maconha”. “Não, você não vai passar a madrugada na rua”. “Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação”. “Não, essas pessoas não são companhias pra você”. “Não, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate”. “Não, aqui não é lugar para você ficar”. “Não, você não vai faltar na escola sem estar doente”. “Não, essa conversa não é pra você se meter”. “Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque”. Quem mais usou o Não em seus sagrados Mandamentos, foi Deus, para nos guiar.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons justos e necessários NÃOS, crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no primeiro Não que a vida dá se revoltam. Alguém muito sábio disse que se não educarmos a criança, teremos de castigar o adulto.

Prof. Felipe Aquino

Em um livro, o Papa e a alegria

Livro “La gioia” (A Alegria) com textos do Papa Francisco

Em quase dez anos de pontificado, Francisco falou várias vezes sobre a alegria e agora será lançado o livro “La gioia” (A Alegria) que reúne vários pensamentos seus sobre o assunto. A introdução é de Mons. Dario Edoardo Viganò, que explica o significado desta atitude para os cristãos: "Não simples otimismo, mas sim a capacidade de olhar a história através do olhar de Deus".

Eugenio Bonanata e Giovanni Orsenigo – Vatican News

"A alegria dos fiéis não é ingenuidade ou incapacidade de ver os problemas da história". Mons. Dario Edoardo Viganò, vice-chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e das Ciências Sociais, ilustra assim o livro intitulado "A Alegria", no qual escreveu a introdução. Um texto desejado pelo Papa, que reúne textos nos quais falou sobre este tema - extraído de encíclicas, homilias, discursos e mensagens - com o objetivo de dar ao leitor a oportunidade de embarcar no seu próprio caminho pessoal. "Não é um livro que se lê da primeira à última página, mas pode ser lido de forma desordenada", explica Viganò. Na verdade, continua, "são textos que, especialmente neste momento de palavras gritadas, notícias terríveis e mortes, permitem alargar o coração, erguer o olhar e reapropriar-se da experiência de ser cristão".

A alegria do vinho

"A Igreja é uma experiência de povo que vive a alegria", esclarece o religioso, convidando-nos a refletir sobre a experiência das Bodas de Caná. A história do primeiro milagre de Jesus tem como ponto central o casamento, no qual, entretanto, falta um elemento importante, o vinho, que é um sinal de alegria. "Os jarros de purificação estão vazios", sublinha o Viganò. E este é o símbolo de uma relação de amor agora consumada entre Deus e seu povo. Nem mesmo a lei e a purificação podem restaurar a paixão dessa relação. "É por isso que Jesus não está presente, mas é convidado", continua. "De fato, é Cristo quem traz o vinho novo, sancionando assim uma aliança nova, eterna, última e definitiva". Uma aliança que nasce neste primeiro grande milagre do vinho, ou seja, da alegria. É por isso que para Viganò "a Igreja é um povo de homens e mulheres que não vivem sob a Lei, mas que vivem na alegria de serem filhos e filhas de Deus".

A alegria de viver do jeito de Deus

O dom do batismo nos permite receber a vida de Deus, tornando-nos assim filhos no seu filho Jesus. E isto nos torna capazes de viver as relações, em relação ao mundo ou a criação, no modo do Senhor. "Portanto a prioridade", afirma, "não é o eu, mas sobretudo o outro, assim como é para Deus, cuja prioridade sempre foi o filho". Ao contrário do que acontece com o ladrão crucificado no Calvário, que naquela ocasião diz a Jesus: 'Se és realmente o Filho de Deus, salva-te a ti mesmo, e depois me salve também'. "Se não se vive a filiação em Deus", continua Viganò, "os relacionamentos só serão instrumentais e funcionais, enquanto viver a alegria significa sentir a urgência de viver no modo de Deus".

A estrutura narrativa

Para facilitar a leitura, o livro foi dividido em três áreas temáticas, ou melhor, em 'três percursos de aproximação à alegria', que são delineados a partir de três verbos: 'ser', ou seja, a identificação da alegria entendida como uma atitude pessoal e espiritual; 'compartilhar', que é a alegria no compromisso e na amizade social; 'testemunhar', que é a alegria de viver no modo de Deus. “Ler este livro", assinala ainda, "é como caminhar nas páginas, da mesma forma que os discípulos de Emaús". Nesta passagem do Evangelho, os discípulos só reconhecem Jesus ao partir o pão, mas se perguntam: ‘Será que ele não chega ao nosso coração enquanto conversa conosco?’ “O Espírito Santo", conclui, "prepara o homem e a mulher para reconhecer o Senhor no ato de compartilhar o pão, mas ele trabalha antes disso, também quando estamos caminhando com uma pessoa que é desconhecida".

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF