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terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Missa de posse de Dom Paulo Cezar Costa em sua sede cardinalícia em Roma

Imagens e Vídeos: Luciana Martins e Paulo Junior (Rede Vida)

BISPOS DO REGIONAL LESTE 1 PARTICIPAM DA MISSA DE POSSE DE DOM PAULO CEZAR COSTA EM SUA SEDE CARDINALÍCIA EM ROMA

O Episcopado Fluminense esteve presente na Missa de posse do Cardeal Dom Paulo Cezar, Costa, Arcebispo Metropolitano de Brasília (DF), em sua paróquia na Cidade Eterna, a Basílica dos Santos Bonifácio e Aleixo, em Aventino, realizada às 20h (horário de Roma), 15h (horário de Brasília), nesta sexta-feira (7/10).

“Essa paróquia tem origem no quarto século, depois Idade Média. E agora está aqui. É uma basílica hoje em dia mais utilizada para casamentos. Brinco que sou um cardeal casamenteiro. Aqui tem a tradição de ter sido a basílica de vários cardeais brasileiros e que o Papa, por bondade e misericórdia, me confiou”, disse o Dom Paulo Cezar em entrevista à Rede Vida de Televisão.

Cardeal Costa acompanhou a delegação do Regional Leste 1 durante a Visita Ad Limina, pois quando fora nomeado arcebispo de Brasília (DF), os bispos do Regional Centro-Oeste já haviam realizado sua peregrinação ao túmulo dos Apóstolos.

Imagens e Vídeos: Luciana Martins e Paulo Junior (Rede Vida)

SOBRE O CARDEAL

Natural de Valença, no sul fluminense, Dom Paulo Cezar foi ordenado presbítero em 05 de dezembro de 1992 em sua terra natal. Trabalhou nas cidades de Paraíba do Sul e Vassouras até ir para Roma onde fez especialização em Teologia na Pontifícia Univerdade Gregoriana, obtendo os títulos de Mestre e Doutor. Retornando ao Brasil, trabalhou na Paróquia Santa Rosa de Lima em Valença, nesse período conciliava o ofício de pároco com o ensino na PUC-Rio onde também exercia a função de Diretor Acadêmico e também o de perito na Comissão de Doutrina da Fé da CNBB. Em 2007 foi nomeado Reitor do Seminário Diocesano Paulo VI em Nova Iguaçu que, naquela época acolhia um projeto em comum das Dioceses de Nova Iguaçu, Barra do Piraí – Volta Redonda, Duque de Caxias, Itaguaí e Valença. No final de 2010 foi nomeado pelo Papa Bento XVI como bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, recebendo a ordenação episcopal em fevereiro de 2011. Na realização da Jornada Mundial da Juventude na cidade do Rio de Janeiro, em 2013, Dom Paulo Cezar Costa atuou como Diretor Administrativo. Em 2016, foi nomeado 7º bispo da Diocese de São Carlos pelo Papa Francisco e, posteriormente, foi nomeado arcebispo da Arquidiocese de Brasília, em 2020.

NOMEAÇÃO

No dia 29 de maio deste, durante a Oração do Angelus, o Papa Francisco anunciou a realização do seu 8º Consistório Público em 27 de agosto com a criação de 20 novos cardeais, entre eles, dois brasileiros, Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus (AM) e Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília (DF).

A Dom Paulo Cezar Costa foi dado o título de Cardeal-presbítero dos Santos Bonifácio e Aleixo no Monte Aventino, sede que, desde 1905, é dada a um cardeal brasileiro, sendo o primeiro a ter esse título, o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, primeiro cardeal da América Latina.

Lista dos Cardeais Brasileiros na Basílica de Aventino:

1.      Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti (1905-1930)

2.      Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra (1933-1942)

3.      Dom Jaime de Barros Câmara (1946-1971)

4.      Dom Avelar Brandão Vilela (1973-1986)

5.      Dom Lucas Moreira Neves, O.P. (1988-1998) – in commendam (1998-2002);

6.      Dom Eusébio Oscar Scheid, SCJ (2003-2021)

7.      Dom Paulo Cezar Costa (desde 2022)

MISSA EM AVENTINO

A delegação do Regional Leste 1 da CNBB, após celebrar a santa missa na Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros, encerrando a Visita Ad Limina Apostolorum, dirigiu-se para Aventino, uma das sete colinas históricas da Cidade

Imagens e Vídeos: Luciana Martins e Paulo Junior (Rede Vida)

Eterna, para celebrar com Dom Paulo Cezar sua entronização e posse na Basílica dos Santos Bonifácio e Aleixo.

Em sua homilia, o Cardeal se dirigiu primeiramente aos Religiosos da Ordem dos Clérigos Regulares de Somasca que cuidam atualmente da Basílica. E recordou que está antiga igreja remonta a um período em que a Igreja Católica começa a florescer no mundo, saindo da clandestinidade a que era imposta e dava os seus primeiros passos de forma pública. Dom Paulo fez ainda memória dos seus predecessores naquele ofício, disse ele: “Esta basílica tem uma relação histórica com alguns irmãos bispos do Brasil que no passado também foram chamados a fazer parte do Colégio Cardinalício. Recordo de todos com afeto e peço-vos que rezem comigo por eles neste altar do sacrifício eucarístico.”

E, continuando, Cardeal Costa recordou que celebrávamos neste dia a memória da Bem-aventurada Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora do Rosário. “O Santo Rosário tem sido chamado de “Evangelho dos pobres”, porque através dos vários mistérios contemplamos por intermédio da Mãe de Deus a alegria, a luz, a dor e a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador da humanidade”. E finalizou convidando a Igreja a viver em comunhão, dizendo: “somos neste momento da história, discípulos de Jesus que caminham na fé e testemunham ao mundo a beleza do Evangelho. Em comunhão com o Papa que preside toda a Igreja na caridade e é sinal de unidade, e também aqui com esta comunidade dos Santos Bonifácio e Aleixo celebramos este mistério da Eucaristia, nesta basílica, com a intercessão de Nossa Senhora do Rosário”.


Imagens e Vídeos: Luciana Martins e Paulo Junior (Rede Vida)

Colaboração: Adielson Agrelos e Grasiele Guimarães (Diocese de Nova Friburgo)

(CLIQUE AQUI PARA LER A HOMILIA NA ÍNTEGRA)

Veja a seguir a reportagem de Luciana Martins e Paulo Junior para a Rede Vida sobre este compromisso.

Artesãos de misericórdia

Voluntários | Vatican News

Num mundo sempre mais individualista e marcado pela cultura do descarte, é interessante refletir sobre o significado e a importância do voluntariado, dentro e fora da Igreja. Voluntário é aquele que age por vontade própria.

Irmão Darlei Zanon - Religioso Paulino

A Igreja Católica não é uma ONG ou uma associação de voluntariado, isso já enfatizou o Papa em diversas ocasiões. No entanto, a Igreja é fonte de caridade e dentre as suas ações há muito espaço – e necessidade – do trabalho voluntário. Exatamente isso é o que enfatiza o Papa Francisco no seu vídeo do mês de dezembro, no qual pede orações pelos voluntários e pelas organizações de voluntariado. Mais especificamente, Francisco convida-nos a rezar “para que as organizações de voluntariado e promoção humana encontrem pessoas desejosas de empenhar-se pelo bem comum e procurem caminhos sempre novos de colaboração a nível internacional.”

Num mundo sempre mais individualista e marcado pela cultura do descarte, é interessante refletir sobre o significado e a importância do voluntariado, dentro e fora da Igreja. Voluntário é aquele que age por vontade própria, que se compromete com um trabalho ou assume a responsabilidade de uma tarefa sem ter a obrigação de o fazer, que realiza alguma ação movido pelo desejo sincero de fazer o bem, sem esperar nada em troca, sem pretender nenhum pagamento pelo trabalho exercido. Alguém que quer colaborar com a construção de um mundo melhor, agindo por empatia, ou seja, com a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa.

Ser voluntário nos enche de alegria. E vai muito além, pois nos abre à justiça social, ao amor ao próximo, ao desenvolvimento humano, ao crescimento pessoal e comunitário. Exatamente isso é o que destaca o Papa Francisco no seu vídeo do mês: “o mundo precisa de voluntários comprometidos com o bem comum”. Precisa de pessoas que se comprometam com o outro, com a comunidade, que estejam dispostos a “multiplicar a esperança”.

Para ilustrar a importância do voluntariado, o Sumo Pontífice utiliza uma expressão muito bonita e cheia de significado: a imagem do artesão, tantas vezes já utilizadas por Francisco, junto ao conceito de misericórdia, sentimento ou virtude ao qual dedicou inclusive um ano jubilar (2016). Francisco afirma que “ser voluntário é ser artesãos de misericórdia: com as mãos, com os olhos, com o ouvido atento, com a proximidade”.

Artesão é aquele pequeno produtor que exercita a sua arte com paciência, cansaço, cuidado e constância, mas também com grande maestria. Produz objetos cuja realização exige uma particular capacidade técnica e um específico gosto estético. O artesão é um profissional no seu campo, mas é também um artista, criativo, inovador, minucioso. Empenha-se e envolve-se profundamente na sua criação, vê a sua obra como uma extensão da sua pessoa. O artesão dá vida, “põe a mão na massa” diríamos popularmente.

O conceito de artesão exprime bem a visão e a metodologia de trabalho a serem concretizadas para alcançar a misericórdia e a comunhão. É um trabalho feito de pequenos e grandes gestos, a cada dia, em cada situação, colocando atenção a cada pequeno detalhe, como fizeram Jesus e os seus discípulos. Ser artesão significa, como indicou o Papa Francisco em outra ocasião, «praticar a paciência, o diálogo, o perdão, a fraternidade» (Angelus, 19 de fevereiro de 2017).

A imagem do “artesão” é utilizada pelo Papa com frequência. Poderíamos recordar, por exemplo, de quando incentivou os participantes no Concerto Beneficente “Avrai”, realizado na Sala Paulo VI em 2016, a serem “artesãos de misericórdia a cada dia”; ou quando nos falou dos “artesãos de justiça e de paz”, na mensagem para a LIII Jornada mundial da Paz (1° de janeiro de 2020); de “artesãos de fraternidade”, na mensagem na Praça do Campidoglio, Roma (26 de março de 2019); ou então dos “artesãos de hospitalidade”, durante a cerimônia de boas-vindas na Tailândia (21 de novembro de 2019); e ainda de “artesãos de paz”, no Angelus de 1° de janeiro de 2019. Comum a todos esses discursos, inclusive à imagem do voluntário como um “artesão de misericórdia”, está a certeza de que a atividade artesanal requer trabalho exigente e contínuo, e pode dar resultados esplêndidos, gerando verdadeiras obras de arte.

A misericórdia que somos convidados a construir artesanalmente através do voluntariado se torna sinal potente do amor de Deus no mundo e por isso um testemunho forte de comunhão, de fraternidade e de alegria do Evangelho. Tema provocador para refletir e rezar especialmente durante o Advento, enquanto esperamos alegres e ansiosos pela encarnação do Filho de Deus, expressão maior do seu amor e misericórdia.

São Nicolau ou Papai Noel? Seis diferenças entre o santo e o personagem de ficção

São Nicolau, bispo de Mira, e Papai Noel

REDAÇÃO CENTRAL, 06 Dez. 22 / 06:00 am (ACI).- Papai Noel é um dos personagens mais emblemáticos das festas de final de ano. Nas últimas décadas, ganhou tanta fama e se tornou tão eficaz para representar a diversão e os presentes que desvia o foco da verdadeira razão da alegria: Jesus que nasce em Belém.

De acordo com vários historiadores, Papai Noel é a distorção – primeiro literária e depois comercial – de são Nicolau, o generoso bispo de Mira, padroeiro das crianças, dos marinheiros e dos cativos. Estas são as principais diferenças segundo o ‘St. Nicholas Center’:

1. Papai Noel está associado à infância; São Nicolau é um modelo de cristão para toda a vida.

2. Papai Noel, como o conhecemos, surgiu para aumentar as vendas e a mensagem comercial do Natal; São Nicolau levou a mensagem de Cristo e a paz, a bondade e a mensagem cristã de esperança que o Natal traz.

3. Papai Noel incentiva o consumo; São Nicolau promove a compaixão.

4. Papai Noel aparece a cada ano para “ser visto” por um curto período de tempo; São Nicolau é parte da comunhão dos santos e nos pela oração e seu testemunho.

5. Papai Noel “voa” pelos ares, vindo do Polo Norte; São Nicolau caminhou pela terra preocupando-se e ajudando os mais necessitados.

6. Papai Noel, para alguns, substitui o Menino de Belém; São Nicolau assinala e conduz todos ao Menino de Belém.

De são Nicolau a Papai Noel

Há várias teorias sobre a origem do Papai Noel. A mais difundida é que foi a empresa Coca-Cola que inventou o personagem para promover o consumo de sua bebida em 1920.

Entretanto, no século XIX, escritores de Nova York tentaram dar um selo nacional às festas de Natal cheias de tradições cristãs dos migrantes europeus. Em pouco tempo, as celebrações deixaram de lado o caráter santo desta data e tornaram-se populares as desenfreadas, com bebedeiras e desordem pública.

Em 1821, foi publicado o livro de litografias para crianças “Papai Noel, o amigo das crianças”, no qual se apresentava um personagem que chegava do Norte em um trenó com renas voando. Esta publicação fez o personagem aparecer a cada véspera de natal e não no dia 6 de dezembro, dia da festa do santo bispo. Um poema anônimo e as ilustrações dessa publicação se tornaram a chave para a distorção de São Nicolau.

Segundo especialistas do ‘St. Nicholas Center’, foi a elite de Nova York que conseguiu nacionalizar o Natal através do Papai Noel e do apoio de artistas e escritores como Washington Irving, John Pintard e Clement Clarke Moore.

Em 1863, durante a Guerra Civil, o caricaturista político Thomas Nast começou a desenhar Papai Noel com os traços que agora lhe atribuem: gorro vermelho, barba branca e barriga saliente. Junto com as mudanças de aparência, o nome do santo em inglês mudou para Santa Claus, uma alteração fonética do alemão “Sankt Niklaus”. Apenas em 1920, Papai Noel apareceu pela primeira vez em um anúncio da Coca Cola.

Fonte: https://acidigital.com/

São Nicolau

S. Nicolau | a12
06 de dezembro
São Nicolau

Origens

Filho de família nobre e rica, Nicolau nasceu em Patara, cidade da Ásia Menor, por volta do ano 250. Seus pais eram muito ricos e cristãos fervorosos. Desde criança Nicolau demonstrou inclinação para a virtude, para a vida espiritual e para a caridade. Quando jovem, não se importava com diversões e vaidades, mas preferia participar das atividades da igreja. Já morando com sua família em Mira, desenvolveu o costume de fazer doações anônimas, tanto em dinheiro quanto em roupas e alimentos para viúvas, pobres e necessitados.

Presentes jogados pela chaminé

Este fato ajudou a criar a figura de Papai Noel. Certa vez, um pai não tinha dinheiro para pagar os dotes de suas três filhas. Por isso, não tinha condições de dar a elas um bom casamento. Desesperado, o homem decidiu encaminhar as três para a prostituição. Nicolau ficou sabendo dessa história e agiu. Encheu três saquinhos de moedas de ouro, no valor dos dotes de cada uma das filhas. Depois, foi até à casa dessa família de madrugada, subiu no telhado e jogou os saquinhos pela chaminé. Assim, ele salvou as jovens da prostituição e criou o mito do Papai Noel.

Bispo de Mira

São Nicolau foi sagrado bispo da cidade de Mira, ainda muito jovem, por causa de sua grande sabedoria, caridade e espiritualidade. Sua liderança era incontestável e admirada por todos. Porém, o que mais admiravam era sua santidade. Ele chegou a desenvolver um apostolado também na região da Palestina e Egito, mas sempre voltou para sua cidade, Mira.

Perseguição e prisão

Mais tarde, ocorreram as terríveis perseguições do imperador Diocleciano. Por isso, São Nicolau foi preso, pelo fato de ser bispo católico. Permaneceu na prisão por duas décadas, mas não renegou sua fé. Ficou firme e encorajava outros prisioneiros a permanecerem fiéis a Jesus Cristo, mesmo diante da crueldade da prisão. Somente quando foi decretado o famoso Edito de Constantino, que tornou o cristianismo a religião oficial do Estado Romano, ele foi libertado.

Atuante

O bispo São Nicolau participou ativamente do primeiro Concílio de Nicéia, em 325. Neste Concílio foi rejeitada a heresia ariana. Documentos atestam que no momento da abertura deste Concílio, o imperador romano Constantino ajoelhou-se em frente a São Nicolau e a outros santos homens de Deus, que sofreram a última persegui­ção romana. Ajoelhado, Constantino beijou suas gloriosas cicatrizes em sinal de veneração.

Milagres

São Nicolau de Mira foi venerado como santo ainda em vida. De fato, sua caridade e sabedoria, eram admiráveis. Além disso, quando ainda estava vivo, vários milagres aconteceram por usa intercessão. Por isso, sua fama se espalhou entre os cristãos da Ásia.

Morte

São Nicolau faleceu em 6 de dezembro do ano 326, na cidade de Mira. Seu túmulo tornou-se local de grande peregrinação. Mais tarde seus restos mortais foram transpor­tados para a cidade de Bari, Itália. Lá, até hoje, suas relíquias são motivo de gran­de veneração.  O culto a São Nicolau propagou-se por toda a Europa.

Oração a São Nicolau

“Deus, Todo-Poderoso, atendei às nossas preces e aceitai que Vos adoremos, prestando homenagem a São Nicolau, Sede bendito e louvado, eternamente, pelos dons que concedestes a esse Vosso Santo, e por nos haver dado São Nicolau com nosso protetor.São Nicolau, protegei-me contra os perigos do mar. São Nicolau, guiai-me.São Nicolau, socorrei-me.”

(Rezar um Pai-Nosso e uma Ave-Maria)

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Do Tratado “A subida do Monte Carmelo”, de São João da Cruz, presbítero

You Tube | liturgiadashoras

Do Tratado “A subida do Monte Carmelo”, de São João da Cruz, presbítero

(Lib. 2, cap. 22)             (Séc. XVI)

Deus nos falou pelo Cristo

O motivo principal porque na antiga Lei eram lícitas as perguntas feitas a Deus, e convinha aos profetas e sacerdotes desejarem visões e revelações divinas, era não estar ainda bem fundada a fé nem estabelecida a Lei evangélica. Era assim necessário que se interrogasse a Deus e ele respondesse, ora por palavras, ora por visões e revelações, ora por meio de figuras e símbolos ou finalmente por muitas outras maneiras de expressão. Porque tudo o que respondia, falava e revelava, eram mistérios da nossa fé ou verdades que a ela se referiam ou a ela conduziam.

Agora, já estando firmada a fé em Cristo e promulgada a Lei evangélica nesta era de graça, não há mais razão para perguntar a Deus, daquele modo, nem para que ele responda como antigamente. Ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é a sua única Palavra (e não há outra), disse-nos tudo de uma vez nessa Palavra e nada mais tem a dizer.

É este o sentido do texto em que São Paulo busca persuadir os hebreus a se afastarem daqueles primitivos modos de tratar com Deus, previstos na lei de Moisés, e a fixarem os olhos unicamente em Cristo, dizendo: Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio de seu Filho (Hb 1,1-2). Por estas palavras o Apóstolo dá a entender que Deus emudeceu, por assim dizer, e nada mais tem a falar, pois o que antes dizia em parte aos profetas, agora nos revelou no todo, dando-nos o Tudo, que é o seu Filho.

Se agora, portanto, alguém quisesse interrogar a Deus, ou pedir-lhe alguma visão ou revelação, faria injúria a Deus não pondo os olhos totalmente em Cristo, sem querer outra coisa ou novidade alguma. Deus poderia responder-lhe deste modo: Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o! (Mt 17,5). Já te disse todas as coisas em minha Palavra. Põe os olhos unicamente nele, pois nele tudo disse e revelei, e encontrarás ainda mais do que pedes e desejas.

Desde o dia em que, no Tabor, desci com meu Espírito sobre ele, dizendo: Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!, aboli todas as antigas maneiras de ensinamento e resposta. Se falava antes, era para prometer o Cristo; se me interrogavam, eram perguntas relacionadas com o pedido e a esperança da vinda do Cristo, no qual haviam de encontrar todo o bem – como agora o demonstra toda a doutrina dos evangelhos e dos apóstolos.

A perseguição aos cristãos e o amor

DesignRage | Shutterstock
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

O cancelamento cultural (“perseguição educada”, nas palavras do Papa Francisco) ao qual os cristãos de hoje frequentemente estão sujeitos, nas democracias ocidentais, nos revolta e escandaliza.

Perseguidos, mas não esquecidos: o título da série de relatórios bianuais produzidos pela Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), reportando a perseguição aos cristãos no mundo não poderia ser mais adequado. Desde sempre os cristãos estão sendo perseguidos em algum lugar do mundo, mas a estabilidade e a relativa segurança que o cristianismo desfruta nas democracias ocidentais frequentemente nos faz esquecer dessa dura realidade de nossos irmãos cristãos que vivem em países onde são minoria. Mas não podemos nos esquecer deles…

Todos nós, cristãos, no horizonte místico da comunhão dos santos, somos devedores de nossos irmãos que viveram e vivem o martírio. Qual país teria conhecido a Cristo sem a dedicação dos missionários? Pois não existe missão sem histórias de martírio. Ainda hoje, os sacrifícios dos mártires nos ajudam – de forma tão invisível quanto a da oração – a manter nossa fé e nos encontrarmos com Cristo. O mártir, em sua entrega, se torna particularmente semelhante a Cristo e, com Ele, se torna instrumento privilegiado para a salvação do mundo. Não se esquecer de nossos irmãos que sofrem perseguição é gesto de gratidão, mas também exercício para o fortalecimento de nossa fé, caminho para nos descobrirmos mais mergulhados na comunhão dos santos.

Certa vez, perguntaram ao já idoso Dom Estanislao Karlic, bispo e teólogo argentino, o que pensava da possibilidade de grandes nações atuais, cada vez mais ateias, serem “recristianizadas”. Ele respondeu que já havia pensado nessa hipótese, e essa ideia fazia com que se entristecesse e rezasse. Ficava triste, dizia ele, porque nenhuma nação se converteria sem o testemunho de mártires, e ele sofria ao pensar em todos esses cristãos que ainda deveriam sofrer para que o mundo se convertesse. Os católicos há muito descobriram que a verdadeira conversão não é fruto do poder ou das estratégias de convencimento, mas da ação misteriosa de Deus, que toca os corações… E o martírio revela uma abundância de vida e de amor, capaz de superar o sofrimento e a morte – uma força, ainda maior e mais verdadeira que a do poder humano, que toca o coração de quem se depara com tal testemunho.

A perseguição física e a “perseguição educada”

Quando lemos o relatório Perseguidos, mas não esquecidos recém-lançado pela ACN nos damos conta de quão pequenas são nossas dificuldades para praticar os preceitos de nossa fé. De fato é muito ruim não poder ir à missa ou encontrar nossos amigos e partilhar em comunidade nossa fé por conta de uma pandemia, como aconteceu no auge da pandemia de Covid. Mas percebemos que é muito pouco diante da possibilidade de ter sua família metralhada em meio de uma celebração litúrgica, ter sua filha raptada para ser forçada a se casar com um homem de outra religião ou precisar fugir de sua casa, deixando todos os seus bens e história para trás.

O cancelamento cultural (“perseguição educada”, nas palavras do Papa Francisco) ao qual os cristãos de hoje frequentemente estão sujeitos, nas democracias ocidentais, nos revolta e escandaliza. Mas sem dúvida ainda é pouco comparado com a perseguição física, que pode chegar até à morte, experimentada por nossos irmãos em vários países do mundo. Não se trata de minimizar o que sofremos, mas apenas de dar aos problemas sua verdadeira dimensão – e reconhecer os méritos de uma história que pode ter muitos erros, mas transmitiu a nossos povos a noção de respeito à integridade física e à liberdade de cada cidadão. Aliás, minorias religiosas muitas vezes são vítimas de intolerância e perseguição religiosa entre nós, e também nos cabe lutar para que seus praticantes tenham os mesmos direitos que temos.

Um cuidado necessário

O Relatório da ACN mostra que as maiores ameaças aos cristãos no mundo atual vêm de grupos extremistas islâmicos e das ditaduras comunistas que ainda restam no mundo. Geograficamente, a Ásia e a África são os dois continentes onde os cristãos são mais ameaçados. Esses dados levam a algumas conclusões, mas, ao mesmo tempo, implicam em alguns cuidados.

Sem dúvida, o extremismo islâmico e o autoritarismo comunista devem ser combatidos no mundo todo, se queremos sociedades mais livres e direitos humanos mais respeitados. Contudo, um perigo sempre presente é aquele de, ao combater um adversário, usarmos as mesmas estratégias e armas que ele usa. Quando agimos assim, acabamos nos tornando iguais àqueles que desejamos combater. Podemos nos tornar tão agressivos e irracionais quanto os extremistas islâmicos dos quais queríamos nos proteger. Podemos apoiar um líder tão ou mais despóticos do que os líderes das ditaduras comunistas em nosso medo de vivermos num Estado totalitário. Com isso, acabamos perdendo o amor cristão que, inicialmente, nos movia. Enganados, servimos ao demônio em nosso afã de seguir a Deus.

Responder ao mal com o bem

Mas, então, como devemos agir? Bento XVI, numa passagem curta, mas iluminada, comentando a passagem em que Cristo diz para “dar a outra face” (Mt 5, 38-42 e Lc 6, 27-31), explica que não se trata de deixar-se dominar pelos maus, deixar que os perseguidores nos façam mal, mas sim em responder ao mal com o bem (Ro 12, 21), num “modo de ser pessoa” baseado no amor. Mostrar-se capaz de amar, de fazer o bem, mostrar que o amor de Deus realmente nos faz mais felizes, é uma forma eficiente de lutarmos contra muitas formas de perseguição religiosa.

Isso não elimina, evidentemente, o fato de não nos esquecermos das vítimas de perseguição e de alguns gestos, até pequenos, mas que estão ao nosso alcance. O primeiro, mais fundamental e sabermos de suas histórias (não nos esquecermos deles) e rezarmos por eles, que Deus os conforte e os proteja em suas tribulações.  Para isso, vale a pena conhecer este relatório que estou comentando. Depois, existem uma série de ações de solidariedade aos refugiados e recuperação econômica das comunidades que podem ser apoiadas por nós. Por último, cobrar que nosso governo tenha uma posição proativa, no cenário internacional, de combate aos grupos extremistas e às políticas persecutórias em todos os países.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa Francisco: "Sem paz somos todos derrotados"

Destruição na Ucrânia  (AFP or licensors)

Publicamos a introdução do Papa Francisco ao livro "Uma encíclica sobre a paz na Ucrânia" (Edições Terra Santa, organizado por Francesco Grana) que reúne os discursos do Pontífice sobre o conflito na Europa. O texto foi antecipado pelo jornal "Il Fatto Quotidiano".

Francisco

“Nunca soube que o Senhor tenha começado um milagre sem concluí-lo bem". Desde que li e reli o livro Os Noivos de Alessandro Manzoni, há muitos anos, sempre meditei longamente sobre esta frase. É uma frase de esperança, enquanto caminhamos rumo ao Jubileu de 2025, cujo lema eu quis dedicar precisamente a esta virtude teologal: Peregrinos da Esperança.

Bento XVI nos deu uma maravilhosa encíclica sobre esperança, Spe salvi. Ele escreve que “a ‘redenção’, a salvação, segundo a fé cristã, não é um simples dado de fato. A redenção é-nos oferecida no sentido que nos foi dada a esperança, uma esperança fidedigna, graças à qual podemos enfrentar o nosso tempo presente: o presente, ainda que custoso, pode ser vivido e aceito, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho”.

Estas são experiências que cada um de nós teve na sua própria vida e que nos permitem enfrentar as quedas diárias com a certeza de que o Senhor nos toma pela mão e nos levanta porque Ele não quer que fiquemos no chão. Tenho lembrado com frequência "que é lícito olhar uma pessoa do alto para baixo somente para ajudá-la a se levantar: nada mais. Somente neste caso é lícito olhar de cima para baixo. Mas nós cristãos devemos ter o olhar de Cristo, que abraça de baixo, que busca os perdidos, com compaixão. Este é, e deve ser, o olhar da Igreja, sempre, o olhar de Cristo, não o olhar condenador".

A guerra na Ucrânia, mesmo na véspera do seu início, questionou cada um de nós. Depois dos anos dramáticos da pandemia, quando, não sem grandes dificuldades e muitas tragédias, estávamos finalmente saindo de sua fase mais aguda, por que chegou o horror deste conflito sem sentido e blasfemo, como é toda a guerra? Podemos falar com segurança de uma guerra justa? Podemos falar com segurança de uma guerra santa?

Nós, homens de Deus que anunciamos o Evangelho do Ressuscitado, temos o dever de gritar esta verdade de fé. Deus é um Deus da paz, do amor e da esperança. Um Deus que quer que todos nós sejamos irmãos, como Seu Filho Jesus Cristo nos ensinou. Os horrores da guerra, de toda guerra, ofendem o santíssimo nome de Deus. E o ofendem ainda mais quando seu nome é abusado para justificar tal indizível massacre.

O grito das crianças, das mulheres e dos homens feridos pela guerra sobe a Deus como uma oração pungente pelo coração do Pai. Quantas tragédias ainda teremos que testemunhar antes que todos os envolvidos em cada guerra compreendam que esta é apenas uma estrada de morte que ilude apenas alguns a acreditarem que são os vencedores? Pois que fique claro: com a guerra todos nós somos derrotados! Mesmo os que não tomaram parte dela e que, na covarde indiferença, assistiram a este horror sem intervir para levar a paz.

Todos nós, em qualquer papel, temos o dever de ser homens de paz. Ninguém excluído! Ninguém tem o direito de olhar para o outro lado. "Neste mundo da globalização, caímos na globalização da indiferença. Habituamo-nos ao sofrimento do outro, não nos diz respeito, não nos interessa, não é responsabilidade nossa! Reaparece a figura do ‘Inominado’ de Alexandre Manzoni. A globalização da indiferença torna-nos a todos ‘inominados’, responsáveis sem nome e sem rosto".

Na véspera do início da Segunda Guerra Mundial, o Servo de Deus Pio XII lembrou ao mundo que "nada se perde com a paz. Tudo pode ser perdido com a guerra. Que os homens voltem a compreender-se. Recomecem as negociações. Tratando com boa vontade e com respeito os direitos recíprocos, dar-se-ão conta de que a negociações sinceras e eficazes nunca está fechado um sucesso excelente”.

Sou particularmente grato a Francesco Antonio Grana porque reuniu todos os meus apelos pela paz na Ucrânia. Do mesmo sou grato ao seu jornal, ilfattoquotidiano.it, porque, desde o início deste conflito, sempre deu ampla ressonância a estas minhas palavras. Como sou para tantos outros homens e mulheres que se fizeram portadores desta mensagem, muitas vezes com concretude e no silêncio.

O texto que vocês têm mãos é um texto que reúne o que despertou no meu coração durante estes meses de guerra, vendo as imagens desta terrível tragédia e lendo as terríveis crônicas desta e de muitos outros conflitos no mundo que muitas vezes são esquecidos. Uma espécie de diário de guerra que ofereço aos leitores na esperança de que possa muito em breve tornar-se um diário de paz e, sobretudo, um aviso a todos para não repetirem mais tais monstruosidades. Uma verdadeira encíclica sobre e pela paz na Ucrânia e em todos os outros lugares da Terra.

Enquanto continuamos a rezar insistentemente pela paz na Ucrânia, verdadeiramente sem nunca nos cansarmos, não devemos nos acostumar a esta guerra assim como qualquer outra guerra. Não devemos permitir que nossos corações e mentes fiquem anestesiados diante da repetição destes graves horrores contra Deus e contra o homem. Não devemos, por nenhuma razão no mundo, acostumar-nos a isto, quase tomando como certa esta terceira guerra mundial em pedaços que se tornou, diante de nossos olhos, uma guerra mundial total.

Rezemos pela paz! Vamos trabalhar pela paz! Certos de que o Senhor Jesus, Príncipe da Paz, dará à Ucrânia e ao mundo inteiro, especialmente onde tantos focos de guerra ainda persistem, o alvorecer da manhã de Páscoa.

TEM INÍCIO O PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO DE CARMEN HERNÁNDEZ

Início do Processo de Beatificação e Canonozação de Carmen Hernádez |
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TEM INÍCIO O PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO DE CARMEN HERNÁNDEZ

POST 4 DE DEZEMBRO DE 2022 C. N. BRASIL

Fotos: archimadri.es

Está aberto, oficialmente, o processo de beatificação e canonização de Carmen Hernández Barrera, iniciadora, junto com Kiko Argüello, do Caminho Neocatecumenal, um itinerário de iniciação cristã, fruto do Concílio Vaticano II, que está a serviço da Igreja para levar às paróquias a beleza de viver a fé em pequenas comunidades. Esta iniciação cristã está presente no mundo todo, inclusive em cem dioceses do Brasil.

A cerimônia que marcou a abertura oficial, dando início à primeira etapa do processo, ou seja, a fase diocesana, aconteceu em 4 de dezembro, na Universidade Francisco de Vitória, em Madri, Espanha, sendo presidida pelo Arcebispo de Madri, Cardeal Carlos Osoro Sierra.

Esteve presente a Equipe Internacional responsável pelo Caminho Neocatecumenal, composta por Kiko Argüello, Ascensión Romero e Padre Mario Pezzi. Ascensión passou a integrar a equipe após a morte de Carmen em 19 de julho de 2016.

Já Kiko conheceu Carmen na década de 60, em Palomeras Altas, periferia de Madri, lugar onde teve início o Caminho Neocatecumenal. Em sua fala, no início da cerimônia, ele recordou:

“O Senhor nos uniu, Carmen e eu, durante mais de 50 anos, em uma missão de evangelização maravilhosa, que começou nesta diocese de Madri, como fruto do Concílio Vaticano II. Nos conhecemos em 1964, quando ela retornou de sua histórica peregrinação à Terra Santa. Eu havia ido viver em um barraco com os pobres de Palomeras. Ali, Carmen conheceu a comunidade de irmãos que se reuniam em meu barraco e ficou impressionada com a resposta que davam à Palavra de Deus. Decidiu ficar e viver conosco e construímos um barraco para ela. Carmen viu a presença de Jesus Cristo que vem salvar os pecadores, realizar o mistério de Páscoa e criar a comunhão onde é impossível que se realize.Carmen foi estupenda! Foi uma mulher extraordinária, uma verdadeira profeta, uma autêntica missionária, que viveu a fé em grau heroico. Uma mulher excepcional! Importantíssima para a Igreja, sempre em oração, apaixonada por Cristo, pela Escritura, pela Páscoa, com um amor incondicional ao Papa e a Igreja”.

Fotos: archimadri.es

Na cerimônia, Carlos Metola, postulador da causa, leu o Supplex Libellus (libelo de súplica), que representa o pedido de abertura do processo em nome das partes autoras: a Equipe Internacional do Caminho Neocatecumenal, Fundação Família de Nazaré de Madri e Fundação Família de Nazaré de Roma.

Dom Carlos fez a leitura de aceitação do libelo de demanda e da nomeação do Tribunal Delegado para esta causa, composto pelo Delegado Episcopal para a Causa dos Santos, Padre Alberto Fernández Sánchez, o Promotor de Justiça, Padre Martín Rodajo Morales e as notárias adjuntas, Ana Gabriela García Martínez e Mercedes Alvaredo de Beas.

Fotos: archimadri.es

Uma vez iniciado o processo de beatificação e canonização, Carmen Hernández passa a ser reconhecida como Serva de Deus, uma vez que foi aceito o Supplex Libellus onde se afirma:

“Carmen Hernández pôde viver as virtudes cristãs em grau heroico: a fé, a esperança, a caridade, a prudência, a justiça, a fortaleza, a temperança, a paciência, o sofrimento, a piedade, a aceitação da vontade de Deus, um amor profundíssimo pela Igreja e por Jesus Cristo, um imenso amor pela oração, pela hierarquia da Igreja, com uma grande liberdade na correção fraterna, e cremos ter muitas provas disso, através de seus numerosos escritos pessoais, catequeses, cartas e testemunhos de muitas pessoas que a conheceram. Há uma fama de sinais e favores estendida ao povo de Deus, de que Carmen Hernández intercede ante a Deus por eles, devido a numerosas graças e favores que lhe pediram e continuam pedindo diariamente. Temos recebido mais de 1500 graças de mais de 70 países distintos de todo o mundo”.

A cerimônia encerrou com a estreia de dois poemas sinfônicos de Kiko Argüello: Filhas de Jerusalém Aquedah, sendo este referente ao sacrifício de Isaac, filho de Abraão, narrado no capítulo 22 do livro do Gênesis, e aquele se refere ao capítulo 23 do Evangelho de São Lucas, que narra a subida de Jesus Cristo ao Calvário para ser crucificado. A apresentação foi feita pela Orquestra Sinfônica do Caminho Neocatecumenal.

O evento foi transmitido, ao vivo, pelo canal oficial da Arquidiocese de Madri no YouTube. No Brasil, a transmissão foi feita, com tradução simultânea, pelo canal oficial do Caminho Neocatecumenal no Brasil no YouTube. Assim, a cerimônia pôde ser acompanhada em todo o mundo, de forma que, em muitos lugares, inclusive no Brasil, as comunidades neocatecumenais se reuniram para acompanhar a transmissão.

Fotos: archimadri.es

Livros

No Brasil, há dois livros publicados que apresentam a história de Carmen: Carmen Hernández – Notas Biográficas, da autoria de Aquilino Cayuela, e Carmen Hernández Diários 1979-1981 com anotações feitas por ela em seus diários, em que relata fatos de sua vida e manifesta sua relação pessoal em diálogo com Jesus Cristo.

Os livros podem ser solicitados entrando em contato com o Centro Neocatecumenal de Brasília pelo link: https://cn.org.br/portal/livros/

Centro Neocatecumenal de Brasília
Assessoria de Comunicação

Mais informações, acesse:
Site oficial para a causa de canonização e beatificação de Carmen Hernández
Site oficial internacional do Caminho Neocatecumenal

O Papa: se não fossem feitas armas por um ano, a fome no mundo acabaria

Mísseis usados ​​na guerra  (©oneinchpunch - stock.adobe.com)

Encontrando uma delegação do Seminário Rabínico Latino-Americano, Francisco reiterou sua denúncia contra a indústria de armas e lembrou que novas armas estão sendo testadas na Ucrânia às custas das pessoas que morrem. Ele então afirma que na Bíblia, a justiça é adorar a Deus e servir ao próximo.

Benedetta Capelli – Vatican News

Há uma referência à atualidade no discurso improvisado do Papa Francisco em espanhol a uma delegação do Seminário Rabínico Latino-Americano, proveniente da Argentina e recebida, no Vaticano, na sexta-feira, 2 de dezembro. Em suas palavras, a dor pela guerra na Ucrânia.

Esta guerra me faz sofrer. Irmãos contra irmãos, mas não só isso. Pensar que em um século houve três guerras mundiais: 39-45, 14-18 e esta. Pensar que se não fossem feitas armas por um ano, a fome no mundo acabaria, pois acredito que seja a maior indústria. Pensar que uma guerra se trava quando um império se sente fraco, então mata para se sentir forte e usar as armas que devem vender ou doar para fazer novas. Dói-me ver aqueles drones sendo experimentados, sobrevoando a Ucrânia. São armas novas que estão testando, às custas das pessoas que morrem.

Exemplo de fraternidade

A pergunta que o bispo de Roma se faz sobre a mansidão do ser humano encontra resposta em Jeremias. O convite a trabalhar como irmãos é forte.

Contra uma cultura da crueldade, do homem lobo para o homem, trabalhamos a partir da nossa fé, com estes livros sagrados comuns e dando o exemplo de fraternidade.

Adorar, servir e ajudar

O Papa também se detém naqueles que, refletindo sobre suas palavras, o julgam "comunista" porque "fala de coisas sociais" em vez de falar de Deus. Em vez disso, ele enfatiza que "a justiça do coração" está presente na Bíblia, "está sempre com Deus e com o próximo". Portanto, se adora e se serve, se adora e se ajuda.

Quem só ajuda e não adora é um bom ateu, nada mais. Quem adora e não ajuda é um cínico, um mentiroso. As duas coisas caminham juntas. Devemos lutar por isso, para que a nossa fé se torne obras e as nossas obras nos conduzam à fé. É um círculo.

Formar novos líderes sociais

A delegação do Seminário Rabínico Latino-Americano "Marshall T. Meyer", por ocasião da audiência, apresentou ao Papa uma proposta de mudança social através da formação de líderes, a partir de uma perspectiva espiritual comum. Uma meta a ser alcançada em união com a Santa Sé e através de centros educacionais, centros de espiritualidade e movimentos juvenis. Em entrevista ao Vatican News, o rabino argentino Ariel Stofenmacher, reitor do Seminário Rabínico Latino-Americano, sublinhou que "a proposta tem a ver com a compreensão das necessidades deste mundo e com a visão do Papa sobre essas necessidades, em termos de atenção aos pobres e defesa do meio ambiente”. Daí a exigência de nos tornarmos “agentes de mudança através da educação” para enfrentar com decisão “os flagelos da sociedade como a discriminação, a pobreza, a falta de trabalho e a violência de gênero”.

O Seminário Rabínico Latino-Americano é o principal centro de espiritualidade e formação judaica na América Latina. Foi fundado em 1962 na cidade de Buenos Aires pelo rabino Marshall T. Meyer e tem sedes em Montevidéu e Santiago do Chile.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF