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Ecclesia |
«Acerca do Pai Espiritual e da
Paternidade Espiritual»
Metropolita Anthony (Bloom) de Souroge
Conferência pronunciada em Moscou em 1997
Trad.: Monastério dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
Bósnia-Herzegovina
O tema da minha explanação é a espiritualidade ou a paternidade espiritual, ou ainda, se preferirdes, "nutrir espiritualmente", ou então "tomar cuidado das almas".
Eu gostaria de primeiramente definir a palavra "espiritualidade", porque habitualmente quando falamos de espiritualidade falamos de certas expressões de nossa vida espiritual, tal como a oração, a ascese; e isto está claro em certos livros como, por exemplo, aqueles de Teófano o Recluso. Todavia, necessário é, me parece, relembrar que a espiritualidade consiste na realização da ação do Espírito Santo em nós. A espiritualidade não é o que designamos habitualmente por esta palavra, mas antes a manifestação da ação misteriosa do Espírito Santo.
E isto nos coloca imediatamente em uma posição muito nítida em relação à paternidade espiritual, pois não se trata mais de formar uma pessoa seguindo certos princípios e de lhe ensinar a se desenvolver na oração ou na ascese segundo alguns estereótipos. A paternidade espiritual consistiria então, para o pai espiritual, qualquer que seja o seu próprio nível de espiritualidade, em vigiar com um olho vigilante o que faz o Espírito Santo com e em tal pessoa; ele (Pai espiritual) estimulará Sua ação, a protegerá contra as tentações, as quedas e contra as hesitações da incredulidade. Em conseqüência, a função do Pai Espiritual pode parecer de uma certa forma mais considerável do que pensamos geralmente.
Antes de ir mais adiante, quero dizer duas palavras acerca do fato de só haver um único conceito de paternidade espiritual. Existem, ao que me parece, três tipos de Pais Espirituais.
No nível fundamental, é um Presbítero, a quem é dado a graça do sacerdócio e que traz nele não só o direito mas a plena força da graça para celebrar os Sacramentos - o Sacramento da Eucaristia, o Sacramento do Batismo, o Sacramento da Unção dos Doentes, assim como o Sacramento da Confissão, quer dizer da reconciliação do homem com Deus. O grande perigo que pode vir a tomar o jovem padre inexperiente, cheio de entusiasmo e de esperança, reside no fato de que, as pessoas jovens, recém saídas das Escolas de Teologia imaginam que a ordenação os dotou de conhecimentos e de inteligência, de experiência e da capacidade de "discernir os espíritos". Eles tornam-se então semelhantes àqueles que denominávamos na literatura ascética, de “neo-starets”, o que quer dizer que, não possuindo ainda nem maturidade espiritual, nem mesmo o conhecimento que tão somente uma experiência pessoal traz, eles pensam ter-lhes sido ensinado a tomar pela mão um pecador arrependido e o elevar da terra ao céu.
Infelizmente, isto se produz muito geralmente, e em todos os países: o jovem Padre, em virtude de seu sacerdócio, e não porque tem uma experiência espiritual, ou porque Deus aí o conduziu, ele se põe a dirigir seus filhos espirituais à força de decretos: não faça isso, não faça aquilo; não leia este gênero de literatura; vá à Igreja; faça “metanóias”... E, no fim das contas, obtemos uma forma de caricatura da vida espiritual nestas "vítimas", que fazem tudo o que faziam os Ascetas, talvez, mas eles o faziam por experiência espiritual e não porque eram animais domesticados. Quanto ao Padre, é uma catástrofe, porque penetra num domínio em que não tem nem o direito, nem a experiência de invadir. Eu insisto nisso, porque é uma questão essencial para o clero.
Só podemos ser “starets” pela graça de Deus: é um fenômeno carismático, é um dom; e não podemos aprender a ser um “starets”, tal como não podemos nos escolher em vista de um talento. Podemos todos sonhar em ser gênios, mas, todavia compreendemos perfeitamente que Beethoven ou Mozart, Leonardo da Vinci ou Roublev possuíam um talento tal que, não podemos adquiri-lo em escola alguma, nem mesmo por uma longa experiência, mas que é um dom divino da graça.
Eu insisto acerca disso, sem dúvida um pouco tempo de mais, mas me parece que é um tema essencial, e na Rússia talvez até mais do que no Ocidente, pois o papel do Padre aí é mais central. E geralmente os jovens Padres - jovens em idade e maturidade, ou imaturidade - "governam" seus filhos espirituais no lugar de os fazer crescer.
Os fazer crescer, significa estar com eles, conduzir-se com eles, tal como o jardineiro o faz com as flores e as plantas. Ele se importa em conhecer a natureza da planta, as condições climáticas e outras, nas quais ela vive, e somente então podemos ajudar - e é tudo o que podemos fazer - ajudar esta planta a se desenvolver da maneira que é própria à sua natureza particular. Não saberíamos quebrar uma pessoa para tomá-la semelhante a si. Certo escritor religioso ocidental disse: "Só podemos levar um filho espiritual a ele próprio, e o caminho que conduz ao interior de sua própria vida pode por vezes ser muito longo..." Nas vidas dos Santos, podemos ver, o quanto os grandes “starets” sabiam fazê-lo, como sabiam ser eles próprios e ao mesmo tempo ver claramente no outro sua natureza excepcional, única, e dar a esta pessoa, à outra, à uma terceira, a possibilidade de ser também elas próprias e não réplicas deste “starets” ou, pior ainda, seu duplo estereotipo.
O encontro de Antônio e Teodósio das Grutas de Kiev é um exemplo na história da Igreja russa. Teodósio fora o discípulo de Antônio e, todavia, suas vidas não têm nada de comum, se considerarmos que Antônio era um eremita e Teodósio o fundador da vida cenobítica. Poderíamos perguntar de que maneira pôde Antônio prepará-lo a fazer o quê ele próprio não havia feito, e a fazer um homem, tal como ele próprio não quisera ser e ao que Deus não lhe havia chamado.
Parece-me que é necessário fazer muito claramente a diferença entre o nosso desejo de tomar uma pessoa semelhante a si (próprio) e o desejo de torná-la semelhante a Cristo.
O "Staretsismo", como eu já disse, é um dom cheio de graça, é o talento espiritual, e eis porque ninguém dentre nós pode sonhar em se conduzir como um “starets”. Todavia, existe ainda um domínio intermediário, é paternidade. E de novo repito: o padre jovem demais - ou menos jovem - pelo fato de o chamarmos "padre fulano", se imagina não simplesmente um presbítero confessor, mas em verdade "um pai", no sentido em que ouvíamos o Apóstolo Paulo dizer: "Vós tendes muitos pedagogos, mas sou eu quem vos engendrei em Cristo"; e em seu tempo, São Serafim de Sarov dizia a mesma coisa. É Pai - e não obrigatoriamente um presbítero - aquele que fez nascer para a vida espiritual uma outra pessoa, quando esta, ao depositar nele o seu olhar, viu - como diz o antigo ditado - em seus olhos e em seu rosto, o esplendor da vida eterna, e em virtude disso, pôde aproximar-se mais dele e pedir-lhe para ser seu mestre e seu guia.
O que distingue igualmente um pai, é o fato de ele ser de alguma maneira do mesmo" sangue" que o discípulo, que na vida espiritual eles partilhem o mesmo espírito. Pode ele assim guiá-lo pois entre eles existe uma verdadeira harmonia, não somente de espírito, mas também de alma.
Vós que vos recordais certamente que em seu tempo o deserto do Egito era super povoado por ascetas e guias espirituais, e, portanto as pessoas não escolhiam para si próprias um mestre segundo o seu renome, não iam aquele que diziam ser o melhor, mas antes encontravam para si o guia que compreendiam e que os compreendia.
E isso é muito importante, pois a obediência não é cumprir cegamente tudo o que dirá aquele que tem sobre ti um poder, quer seja econômico ou físico, moral ou espiritual. Para o discípulo, que, tendo escolhido para si, um guia espiritual em quem deposita confiança absoluta e em quem ele vê o que ele próprio procura, a obediência consiste em estar atento, não somente à cada uma das suas palavras, mas também ao tom de sua voz; testemunha de todos os fatos e gestos de seu guia, e de todas as manifestações da sua experiência espiritual, ele se esforça em ultrapassar a si próprio, de se iniciar nesta experiência para tornar-se naquele que cresceu para além da medida que atingiu com seus próprios esforços. A obediência é antes de tudo o desejo de escutar e de ouvir não somente com a sua inteligência, não somente com seus ouvidos, mas de todo o seu ser, coração aberto, com uma contemplação recolhida sobre o mistério espiritual do outro.
E do lado do Pai Espiritual que vos pôs no mundo ou que já vos recebeu concebido, mas que pode ser, todavia um pai para vós, ele deve ter uma profunda veneração pela ação do Espírito Santo em vós. O Pai Espiritual como, em suma, todo Padre de paróquia consciencioso, deve estar em estado de ver em uma pessoa a beleza da imagem de Deus, aquela que jamais fora tirada (e este estado se adquire por vezes ao preço de esforços, de uma profunda reflexão, de uma atitude respeitosa para com aquele que vem até ele). Mesmo se o homem está corrompido pelo pecado, o Pai Espiritual deve ver nele um ícone, deteriorado pelas circunstâncias da vida, da negligência humana ou de sacrilégios; ver nele este ícone e se recolher diante do que resta e, em virtude desta beleza divina que está nele, trabalhar em afastar tudo o que desfigura esta imagem de Deus. O Padre Eugraphe Kovalevsky, ainda enquanto leigo, me disse, certa vez: "Quando Deus olha o homem, Ele não vê nele nem as virtudes que ele talvez não tenha, nem o sucesso que ele não tem, mas Ele vê a imutável e resplandecente beleza de Sua Própria Imagem...". E então, se o Pai Espiritual não é capaz de ver em uma pessoa esta eterna beleza, de ver nela as primícias da realização de sua vocação para Cristo, então ele não pode guiá-lo; pois não construímos um homem, não o fabricamos, mas o ajudamos a crescer à medida da vocação que lhe é própria.
Ela, a palavra "obediência", pede talvez algumas precisões. Habitualmente, falamos de obediência como submissão, dependência e, por vezes, sujeição ao guia espiritual ou aquele a quem havemos dado o nome de “Pai Espiritual” ou de “starets”. A obediência consiste precisamente no que eu disse acima: estar à escuta de todas as forças de sua alma. Todavia, isto compromete em igual medida o Pai Espiritual e o discípulo; pois o Pai Espiritual deve mobilizar toda sua experiência, todo o seu ser, toda a sua oração e, eu diria mais, toda ação nele da graça do Espírito Santo, afim de perceber o que o Espírito Santo realiza naquele que se confiou a ele. Ele deve saber observar nesta pessoa as vias do Espírito Santo, ele deve se recolher diante do que Deus realiza e não procurar estudá-lo, seja de acordo com o seu próprio modelo, seja como lhe parece que o outro deveria se desenvolver, enquanto que "vítima" de sua direção espiritual.
E dos dois lados pede-se humildade. Nós esperamos a humildade da parte do discípulo ou filho espiritual; mas quanto não é necessário a um Padre, um Pai Espiritual, para jamais invadir o domínio santo, para tratar a alma do outro tal como Deus ordena a Moisés de tratar o solo que rodeava a Sarça Ardente. E todo homem se encontra já como sendo esta sarça - em potência ou em realidade; tudo o que o cerca, é este solo santo sobre o qual o Pai Espiritual só pode pôr os pés depois de ter tirado suas sandálias, ou de outra maneira, fazer como o Publicano que, permanecendo na entrada do Templo, observava o interior ( do Templo) pois sabia que era lá a morada do Deus Vivo; um lugar santo, e que só Ele tem o direito de nele penetrar.
Uma das tarefas do Pai Espiritual é a de educar seu filho na liberdade espiritual dos filhos de Deus, e não mais o manter em um estado de infantilismo, onde seu filho sempre o busque sem cessar, as vezes, por motivos banais, por nada, ou em vão, mas para que ele cresça na medida tal que, seja capaz de aprender, ele mesmo, a ouvir as palavras indizíveis que o Espírito Santo pronuncia em seu coração.
Se refletirmos acerca do sentido da palavra "humildade", podemos encontrar duas curtas definições. Primeiramente, em russo “smirenie” (em russo “smir” significa com paz) é o estado de reconciliação, quando o homem reconcilia-se com a vontade de Deus, o que quer dizer que remeteu-se a Ele de uma maneira ilimitada, total, com júbilo, e diz: "Faz de mim, Senhor, o que queres!" No fim das contas, ele reconciliou-se igualmente com todas as circunstâncias de sua própria vida: tudo é dom de Deus, e o que é bom e o que é redutível. Deus nos chamou para sermos Seus embaixadores sobre a terra e Ele nos envia lá onde estão as trevas para sermos luz; lá onde está o desespero para sermos esperança, lá onde o júbilo está morto para sermos júbilo. E o nosso lugar simplesmente não é lá onde tudo está calmo, na Igreja ou durante a Liturgia, quando estamos protegidos pela nossa mútua presença, mas lá onde permanecemos sós, como presença do Cristo nas trevas do mundo desfigurado.
Se tomarmos agora o latim, “humilitas” vem de húmus que significa a terra fértil. Teófano, o Recluso, escreveu neste mesmo sentido: “ Refleti no que representa a terra: ela está lá, silenciosa, descoberta, sem defesa, vulnerável, diante da face do céu; ela recebe do céu o calor tórrido e raios do sol, chuva e orvalho, mas ela recebe também o que chamamos de adubo, que quer dizer estrume, restos, enfim: tudo o que nela deitamos. E o que se passa? Ela traz frutos, e quanto mais ela suporta tudo, o que sobre o plano psicológico chamamos de humilhação e ultraje, mais ela traz frutos.”
E então: a humildade é abri-se a Deus de uma forma perfeita, de maneira a não demonstrar resistência alguma nem a Ele, nem à ação do Espírito Santo, nem à imagem de Cristo em toda sua realidade, nem ao Seu ensinamento, e de se encontrar vulnerável à graça assim como nos acontece quando nos encontrarmos vulneráveis à mão do homem, à uma palavra afiada, à uma ação cruel, a um escárnio; e é dar-se de maneira a que, de nosso bom grado, Deus tenha o direito de fazer de nós tudo o que bem Lhe parece: tudo aceitar, abrir-se, e então, tão simplesmente, deixar-se submeter pelo Espírito Santo.
Parece-me que, se o Pai Espiritual esforça-se em adquirir a humildade nesta concepção, se vê no homem a verdadeira beleza e se ele conhece o seu lugar (e este lugar é tão maravilhoso, tão santo - é o lugar do amigo do Esposo, e a noiva não é sua noiva, todavia, ele está lá para proteger seu encontro com o Esposo), então, ele pode verdadeiramente ser o companheiro de rota do seu filho espiritual, seguindo-o passo a passo, protegendo-o, sustentando-o, sem jamais invadir o domínio do Espírito Santo; e, neste caso, a paternidade espiritual torna-se uma parte desta espiritualidade, e esta progressão na santidade a qual cada um dentre nós é chamado, e que todo Pai Espiritual deve ajudar seus filhos espirituais a atingir.
Mas onde procurar Pais Espirituais? O mal é que não devemos procurar os “starets”, pois poderíamos fazer a volta ao mundo sem encontrar; todavia, a experiência mostra que, por vezes, Deus nos envia a boa pessoa no bom momento, mesmo que seja por um curto e breve prazo. E esta pessoa torna-se de repente para nós o que eram os “starets”. Sabem, eu geralmente penso que meu protetor celeste não passa da jumenta de Barlaão, que se põe a falar e diz ao Profeta o que ele próprio não podia ver. Pois acontece geralmente que alguém venha me ver, e eu não sei o que lhe dizer nem responder, quando de repente por acaso, eu lhe digo qualquer coisa e isto se revelará justo. Penso que em uma tal situação, Deus te dá uma palavra. Mas não deves contar que a tua experiência, a tua erudição, te darão a possibilidade de sempre fazer isso: eis porque, geralmente muito nos convém guardar um silêncio recolhido, e dizer em seguida: "Sabes, não posso te responder imediatamente..." Temos um magnífico exemplo na vida de Santo Ambrósio de Optina: muitas pessoas vinham vê-lo para um conselho, e ele os fazia esperar dois, três dias. Certa vez, um vendedor veio ver-lhe e lhe disse: "Devo retomar, minha venda está fechada e não me dás resposta..." Ambrósio lhe respondeu: "Eu nada posso te dizer! Já pedi à Mãe de Deus e Ela se cala..."
Penso que, nós deveríamos responder desta seguinte maneira: "Eu poderia te dizer algo que provém de meu próprio espírito, ou de um livro, ou ainda de um relato, todavia isso não seria real; e eis que eu nada posso te dizer. Ora, eu também vou orar, e se Deus esclarecer a minha alma, eu te escreverei, eu te direi." - E então a tua palavra seria acolhida de uma maneira totalmente diferente do que se praticares o altruísmo para todas as circunstâncias da vida. Pois todo mundo conhece as suas verdades, são todas feitas pelo coração, mas o problema é o de saber discernir aquela que convém em uma situação particular.
Agora, irei precisar: ao falar do gênio, do talento, não falava a respeito do clero, nem mesmo da categoria dos Pais Espirituais, mas especificamente e exclusivamente dos “starets”, do “staretsismo”.
E utilizei a palavra "gênio" porque no meio da língua falada, ela exprime o que podemos chamar também de "portador da graça". No mundo, é o gênio da música, da arte, das matemáticas, é algo que podemos atingir pelos nossos próprios esforços. Eis porque não falava do clero em geral e não tinha evidentemente a intenção alguma em denegrir o Padre de paróquia, o mais jovem, simples, mais sincero que realiza o seu trabalho, confessando as pessoas, partilhando com elas o que ele aprendeu dos Padres da Igreja, dos teólogos, de seu próprio Pai Espiritual, dos fervorosos cristãos que o cercam. Isto é algo de precioso. Todavia, existe um ponto que me inquieta um pouco: é o fato de certos padres que, sendo, espiritualmente ignorantes e imaturos, pensam facilmente que ao colocar a batina e a estola, falam sempre “em Nome de Deus”...e eu fico horrorizado com o fato de que alguém possa pensar que porque pronuncia por três vezes: "Senhor, esclarece o meu espírito obscurecido pelas paixões diabólicas", suas palavras, em seguida, serão tão simplesmente uma divina profecia!
Eu penso que nisso opera o bom senso mais elementar: só podemos falar do que sabemos de uma fonte segura. Tomemos um exemplo sobre uma vasta escala: o Santo Apóstolo Paulo podia falar com certeza e a segurança total sobre a ressurreição de Cristo, pois ele O havia encontrado vivo e ressuscitado no caminho de Damasco.
O Padre e o leigo podem igualmente falar baseando-se na experiência eclesial à qual eles participam, mesmo se não a possuem em sua totalidade, mas, tendo em comum com os outros, certas primícias desta experiência, eles podem escutar a experiência de outras pessoas, experiência ainda não totalmente tornada deles, no entanto, quando isso é necessário, podem dizer: "É a verdade, pois é o que diz a Igreja, e eu aprendi mais no seio da Igreja do que por minha própria experiência".
E, enfim, existem coisas que só podemos falar porque Deus no-las revelou.
FONTE:
Boletim Interparoquial. Órgão Informativo da Diocese Ortodoxa do Rio de Janeiro e Olinda-Recife. Igreja Ortodoxa Autocéfala da Polônia. Edição Jan/2007, pp 16-25.
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