Translate

domingo, 15 de janeiro de 2023

Mensagem de Kiko Argüello pelo passamento de Bento XVI ao Pai

Papa Bento XVI e os iniciadores do Caminho Neocatecumenal |
neocatechumenaleiter

MENSAGEM DE KIKO ÀS COMUNIDADES NEOCATECUMENAIS

Madri, 31 de dezembro de 2022. Memória de São Silvestre, Papa.

Queridos irmãos:

Acabamos de receber a notícia da passagem do Papa Emérito Bento XVI deste mundo ao Pai.

Lembro-lhes que, desde que era professor e depois Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, e em seguida como Papa, temos tido sempre um especial agradecimento e afeto por ele; depois do Papa São Paulo VI e do Papa São João Paulo II, sustentou e defendeu o Caminho Neocatecumenal.

Desde os anos 70, como catedrático da Universidade de Rastibona, após haver conhecido o Caminho Neocatecumenal pelo testemunho de dois de seus alunos, Stefano Gennarini, doutor em física, e Toni Spandri, doutor em Direito, e um encontro pessoal comigo e com Carmen em sua casa de Pentling (Baviera) em 1973, escreveu uma carta a três párocos de Mônaco na Baviera, em 22 de junho de 1974, propondo que abrissem o Caminho em suas paróquias, dizendo:

“Estou convencido, depois de muitas conversas (com os dois discípulos e Kiko e Carmen) de que aqui se trata de uma autêntica esperança de renovação que, vindo do espírito da Bíblia e dos Padres, está bem enraizado na Igreja concreta, une-se ao pároco, mas ao mesmo tempo abre novos caminhos de vida na fé. Pelo que ouvi, inclusive o Papa (Paulo VI) no momento, com base no material que lhe foi apresentado, expressou-se sobre toda esta realidade de uma maneira extraordinariamente positiva. Portanto, seria meu grande desejo que esta experiência pudesse iniciar também na Alemanha”.

Papa Bento XVI e Cármem | neocatechumenaleiter
Papa Bento XVI e Kiko Arguello | neocatechumenaleiter

Como Cardeal, Prefeito da Congregação da Fé, a pedido do Papa João Paulo II, iniciou o processo de exame para a aprovação das Catequeses e dos Estatutos, e que, nomeado Papa como Bento XVI, aprovou definitivamente: o Estatuto do Caminho Neocatecumenal, com o Decreto de 11 de maio de 2008, e o Diretório Catequético, com o Decreto de 10 de dezembro de 2010.

Seriam muitos os fatos que teria de recordar, de seu apoio constante e de seu carinho por mim e por Carmen e pelo Caminho Neocatecumenal, especialmente na Alemanha.

Em comunhão com o Papa Francisco e toda a Igreja, pedimos a todas as Comunidades Neocatecumenais que rezem ao Senhor para que acolha sua alma, perdoe seus pecados e que possa participar de sua Glória no Céu.

Com agradecimento ao Senhor, pelos muitos dons que nos concedeu durante seu pontificado, convido-os a orar ao Senhor por ele.

Rezem por mim! Feliz Ano Novo 2023!

Papa Bento XVI num encontro com as Comunidades Neocatecumenais |
neocatechumenaleiter

Carlo Acutis falou de um presente que Jesus lhe deu: qual seria?

Carloacutis.com
Por Gelsomino Del Guercio

O jovem beato contou o fato aos pais quando tinha apenas 9 anos.

Carlo Acutis (1991-2006), beatificado em 12 de outubro de 2020 em Assis, relatou aos seus pais quando ainda tinha apenas 9 anos que havia recebido um presente de Jesus.

O livro “Originais ou Fotocópias“, do padre dominicano Giorgio Maria Carbone, conta essa história a partir de textos do próprio Carlo.

O dom a que o beato aludia é um sacramento muito especial para ele:

“Nunca deixarei de agradecer o suficiente a Jesus por nos dar um presente tão grande quanto o sacramento do batismo”.

O pai e a mãe de Carlo recordaram essa frase. Eles estavam com o filho em Milão e acabavam de sair da igreja paroquial de Santa Maria Segreta, onde haviam assistido à missa dominical em que os participantes renovaram suas promessas batismais. Os pais registraram:

“Em outras ocasiões, ele nos tinha dito que há muitas pessoas que não percebem o dom infinito que é receber o batismo. E lamentou que muitas pessoas pareciam mais interessadas em aspectos externos, como festas, presentes, roupas, do que no sacramento em si. Mais de uma vez ele nos disse que era preciso cultivar e retribuir a graça recebida no batismo e não desperdiçar esse dom”.

Jesus e Nicodemos

A fé penetrante de Carlo Acutis, afirma o padre Carbone, resplandece nas palavras de Jesus a Nicodemos:

“Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3,5).

Para nos fazer compreender o significado do batismo, Jesus usa a metáfora do nascimento.

Afinal, o batismo nos torna filhos de Deus, nos introduz na relação de filiação com Deus Pai. Jesus, o Verbo encarnado, o unigênito, é o Filho da natureza divina.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Estado laico e não laicista

Estado laico | brasilescola.uol

ESTADO LAICO E NÃO LAICISTA

Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

 O Estado é laico porque tem uma ordem distinta da religiosa com bases diversas da religião. Ainda que a dimensão terrestre esteja subordinada à dimensão espiritual, pois deve favorecer ao ser humano alcançar seu fim último, isso não permite afirmar que a realidade temporal é instrumento da realidade espiritual, porque o Estado, em sua ordem autônoma, é um agente próprio e principal em si mesmo. Isso expressa o fato de que Igreja e Estado são de ordens diferentes. Esse esclarecimento desautoriza toda interferência eclesiástica em assuntos de Estado. 

 Por outro lado, o Estado laico não pode ser contrário à religião. O bem comum que o Estado pretende alcançar supõe o respeito à dimensão transcendental do ser humano, pois toda pessoa tem direito a uma realização íntegra, e isso requer respeitar sua vocação para bens superiores a ela mesma. Negar essa verdade é manipular e reduzir a compreensão de pessoa humana e de bem comum. Isso não implica que o Estado tenha uma ação direta sobre a dimensão religiosa das pessoas, mas deve outorgar facilidades sociais, para que cada cidadão possa desenvolver seus valores religiosos.  

 Na Constituição Gaudium et Spes (GS), lê-se que as coisas criadas e as sociedades gozam de leis e valores próprios a serem conhecidos, ordenados e usados pelo ser humano. Por vontade do próprio Criador, as coisas criadas são dotadas de fundamento próprio, bondade, verdade, leis e ordens próprias que deverão ser reconhecidos por todos. Isso se expressa nas ciências e nas artes, por exemplo. Por isso, a autonomia do Estado supõe uma legítima laicidade dentro da qual todos os cidadãos têm os mesmos direitos, independentemente de seus credos religiosos. Existe, portanto, entre Igreja e Estado, uma separação lícita e necessária. 

A autonomia das realidades terrestres, entretanto, não pode constituir uma ordem social que negue ou rejeite toda ou qualquer referência a Deus. “Na verdade, sem o Criador, a criatura se esvai.” (GS, 36). Nesse sentido, Pio XII escreveu que uma construção social que negue ou prescinda da sua relação com Deus, segue um caminho falso. Cai-se, assim, no laicismo que promove uma separação indiferentista entre Igreja e Estado. O laicismo supõe a ruptura arbitrária e artificial do elo essencial que une a ordem temporal à ordem sobrenatural.  

O Estado não pode pretender um humanismo desprovido de valores religiosos. Seria um humanismo exclusivo e reducionista, que poderia ser chamado de “humanismo desumano”, pois não há um autêntico humanismo se ele não for aberto ao absoluto, à transcendência. (Populorum Progressio, 42).  O Estado e a Igreja, portanto, devem cooperar, de maneira própria, das suas autonomia e finalidade, para criar um humanismo integral e solidário para todas as dimensões do ser humano e para todos os homens. Isso requer uma atenção e integração dos valores naturais e sobrenaturais que estão intimamente interligados.

Reflexão para o II Domingo do Tempo Comum (A)

Evangelho do domingo | Vatican Media

Deus quer salvar os homens, não de acordo com os nossos valores, mas segundo o seu coração, tornando-os mais filhos e irmãos, à sua própria imagem e à do seu filho, divinizando-os.

Padre Cesar Augusto - Vatican News

Neste domingo a liturgia nos convida a refletirmos sobre nossa vocação.

A leitura do Profeta Isaías fala da vocação do Servo do Senhor, escolhido por Deus desde o seio materno para cumprir uma missão muito importante.

Acontece que, logo no início, vemos que esse servo não é uma pessoa em especial, mas um povo, o Povo de Israel. “Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado.”

Contudo, Israel está em uma situação nada feliz. É um povo exilado, prisioneiro e escravo na Babilônia. Mas é assim que Deus lhe dá uma grande missão, levar a salvação a todos os povos. O Senhor quer servir-se de um povo escravo para protagonizar uma grande missão e manifestar a todos os povos sua glória, isto é, a libertação das pessoas de todo e qualquer tipo de opressão.

Foi Maria, a humilde serva do Senhor, a escolhida para ser a Mãe de Deus. Jesus vem a nós na fragilidade de um recém-nascido e nos comprova, através de sua vida, que a encarnação foi para valer, ele é um humano, sua humanidade não é aparente. Ao fazer-se homem, ele também se fez pobre, assumindo a condição social humana de quem nada tem.

Deus quer salvar os homens, não de acordo com os nossos valores, mas segundo o seu coração, tornando-os mais filhos e irmãos, à sua própria imagem e à do seu filho, divinizando-os.

A festa do Natal celebrou essa ação de Deus e Jesus é apresentado como o verdadeiro Servo do Senhor. Sua paixão e morte na cruz ratificarão esse desígnio de Deus, de nos salvar através da entrega amorosa e radical de seu filho. Será através do aparente fracasso e da morte que o Senhor se tornará vitorioso em sua missão.

João Batista percebe tão bem essa missão de Jesus, que o apresenta como o Cordeiro que veio tirar o pecado do mundo. Sabemos, pelo relato do Êxodo, que o cordeiro, para libertar o povo, deverá ser imolado; assim é Jesus, o Cordeiro imolado de Deus. Do mesmo modo que o sangue do cordeiro da Páscoa libertava os judeus da escravidão egípcia, o sangue do Cordeiro Jesus nos liberta, através do batismo, da escravidão da morte eterna.

Na segunda-leitura, Paulo fala de sua vocação, do chamado pessoal feito a ele por Deus, para anunciá-lo onde jamais foi conhecido.

Vimos na primeira leitura que a vocação é comunitária, que o Servo representa um grupo. A aspersão do sangue de Jesus, a imersão batismal, nos torna irmãos e filhos, nos faz Igreja, Povo de Deus. Eis nossa vocação. Nossa missão é - em meio a tantos crimes, guerras, ódios, pecados - anunciar a bondade do Senhor que ama, que perdoa, que quer nossa felicidade, custe o que custar, até a morte de seu Filho na cruz, para nossa redenção.

sábado, 14 de janeiro de 2023

A Núbia cristã

Um ícone copta do século VI | 30Giorni
Arquivo 30Dias - 01/02 - 2005

A presença da Igreja no Sudão remonta ao século IV

A Núbia cristã

Por Lorenzo Cappelletti

Nos últimos tempos fala-se muito de nova evangelização e de raízes cristãs da Europa, e fala-se também que o território europeu e a bacia do mediterrâneo formam o âmbito da mais antiga evangelização. Porém esquece-se que o cristianismo desde os primeiros séculos, enquanto era pouco ou nada difuso no coração da Europa, já tinha alcançado não só a Armênia e a Mesopotâmia, mas também remotas regiões do lado oriental do Mar Cáspio, muitas vezes graças a comunidades nestorianas e jacobitas. Assim como, já tinha subido o Nilo até Philae, uma ilha na metade do percurso desse rio, no território nubiano setentrional, onde se encontra uma sede episcopal que remonta ao século IV. Depois, a partir do século VI, outras igrejas e sedes episcopais, nesses casos muitas vezes de tendência monofisita, foram se formando também em zonas centrais e meridionais da Núbia (atual Sudão), que, portanto não só conta com raízes cristãs, mas com o sangue derramado pelos mártires, como se pode ler no livro do padre Renato Kizito Sesana.

Trata-se de noções acessíveis, possíveis de serem procuradas nos mapas geográficos de um manual muito difuso como La storia della Chiesa, de Joseph Lortz, ou em outros mapas de comentários correspondentes como do Atlante Universale della storia della Chiesa, organizado por Hubert Jedin e outros. Naturalmente, às vezes, é muito difícil localizar tais igrejas. Mas foi o que sempre aconteceu também no Ocidente e na Europa. Lembro de um livro do padre Jiry Vesely, de alguns anos atrás, sobre a evangelização de Cirilo e Metódio entre os morávios, búlgaros e tchecos, chamado Scrivere sull’acqua. Também hoje encontram-se desconhecidos catequistas africanos “escrevendo na água”, a fim de que alguém possa renascer da água e do Espírito, que é o que conta.

Beato Pedro Donders

B. Pedrro Donders | A12
14 de Janeiro
Beato Pedro Donders

Petrus Norbertus Donders, ou Pedro Donders, nasceu em Tilburg, sul da Holanda, em 1809. Era muito doente, e seu irmão mais novo, Martinus, era deficiente. Foi batizado nos primeiros dias de vida. Desde os cinco anos desejava ser sacerdote. Sua mãe faleceu quando tinha sete anos, e assim precisou parar de estudar para ajudar o pai, simples tecelão e já idoso, na renda familiar; a partir dos 12 anos, labutava no tear, primeiramente em casa e depois numa fábrica têxtil. Rezava durante o trabalho e ia à igreja diariamente, e dava aula de catecismo para as crianças.

Sua saúde frágil não permitiu seu alistamento militar em 1831. A falta de estudo, fraca capacidade intelectual e pobreza dificultaram também suas aspirações sacerdotais. Por fim, com o auxílio do seu pároco, iniciou o seminário menor Beekvliet em Sint-Michielsgestel aos 20 anos, mais como empregado do que como noviço: trabalhava para pagar os estudos, além de receber auxílio de benfeitores. Foi aconselhado pelos seus diretores a entrar num convento, mas tanto franciscanos como jesuítas e redentoristas não o aceitaram.

Em 1839 o prefeito Apostólico do Suriname (Guiana Holandesa), bispo Grooff, proferiu no seminário maior de Haaren, onde já estava, uma palestra sobre a sua condição de missionário, mostrando as dificuldades e pedindo ajuda. Ordenado em junho de 1841, aos 31 anos, Pedro se ofereceu para a missão, e em 1 de agosto de 1842 embarca para o Suriname, chegando na capital Paramaribo aos 16 de setembro e assumindo o cargo de capelão.

Nos primeiros 14 anos de atividade, dedicou-se à formação de crianças e catequistas e às visitas pastorais das famílias e escravos nas fazendas. Sua rotina era rezar a santa Missa nas primeiras horas da madrugada e permanecer em oração, para depois sair em visita. Entre 1842 e 1855 esteve em quatro plantações ao longo do rio Suriname e do distrito de Commewijne. Era confessor rigoroso, mas repartia tudo o que possuía, comida, roupa, o parco salário; certa vez, visita uma escrava que se encontrava quase sem vestimenta, e saindo da casa, tira sua camisa, cobre-se com a batina e, por uma fresta da porta, joga a camisa para dentro. Contraindo febre amarela em 1841, ficou quatro semanas acamado.

A convite de D. Grooff, transferiu-se em 1856 para a Batávia, iniciando seu trabalho numa colônia de leprosos – cerca de 400 na época, entre adultos e crianças, homens e mulheres e diferentes tipos de lepra –, serviço que outros capelães não suportavam por mais de 12 meses. Ele ali permaneceu por quase 30 anos. Além de confortá-los com as palavras, e com a Palavra, tratava de todos para o comer, o beber, e a higiene pessoal, com zelo e misericórdia, em condições sub-humanas.

Com a chegada dos missionários redentoristas ao Suriname em 1865, para assumir a evangelização do lugar a pedido do Papa, foi dada aos quatro sacerdotes holandeses na região a opção de voltar para o seu país ou entrarem para a ordem, e Pedro escolheu ficar, junto com outro sacerdote, fazendo os votos definitivos na Congregação do Santíssimo Redentor em 1867. Neste ano, visitou nove plantações do distrito de Saramacca, e até 1882 três comunidades indígenas e outras, quilombolas. Volta a Paramaribo em 1882, continuando a visitar regularmente duas plantações a partir de Mary’s Hope no litoral, até ser novamente designado para Batavia em 1885.

Em 1886 visitou, pela última vez, os seus enfermos. Contraindo uma nefrite, infecção renal, veio a falecer em Batavia a 14 de janeiro de 1887. É considerado o Apóstolo do Suriname, dos leprosos e dos índios.

Em 1902 os redentoristas compraram o terreno correspondente à casa da família de Pedro em Tilburg, na Holanda, onde moradores locais alegam usar água milagrosa de um poço. O nome de São Pedro Donders foi escolhido para várias instituições, como escolas, fundações, associações, uma igreja e uma casa religiosa, um parque, uma paróquia, um café, revistas, etc.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Doente de corpo, fraco de inteligência, pobre de dinheiro e recursos – a saudável, forte e rica alma de São Pedro Donders o levou a curar as feridas, deficiências e pobreza de outros, especialmente as de alma. Nenhuma dificuldade o impediu de seguir o caminho básico de inúmeros outros santos, mais capacitados humanamente: oração profunda, catequese aos de perto e aos de longe, caridade heroica. Deus não mente; por isso acreditemos quando Jesus afirma, “os últimos serão os primeiros” (cf. Mt 20,16), e busquemos a humildade de Pedro, que consistia não apenas em cuidar, por amor, mais dos irmãos do que de si mesmo, mas também na intrepidez de, sabendo de suas limitações, não as usar como desculpa para não oferecer o melhor de si para Deus. Cinco pães e dois peixes, com Cristo, saciam multidões; o que temos, que sempre é pouco diante da evangelização, devemos entregar a Deus pelas mãos de Maria, e os muitos frutos aparecerão. Os “últimos” a quem o Cristo Se refere certamente incluem a muitos que social ou profissionalmente não são reconhecidos, mas, de modo mais correto, aos humildes de coração, como Nossa Senhora, que teve a graça de ser escolhida Mãe de Deus exatamente porque Se sabia “escrava do Senhor”, isto é, reconheceu mais do que qualquer outro ser humano criado a Sua total dependência de Deus. Talvez que alguns talentos pessoais – dados gratuitamente por Deus! – nos levem usualmente a nos esquecer de que nada somos por nós mesmos, a soberba é a lepra da alma, que se não for cuidada, nos putrefaz para a vida que há de vir.

Oração:

Senhor, de Quem nos vêm todas as bençãos e capacidades, concedei-nos pela intercessão de São Pedro Donders a humildade, disponibilidade e coragem de tudo enfrentar para o Vosso serviço, limpando as chagas das nossas almas na água do Batismo, a qual devemos aspergir com nossas orações e ações ao longo de toda a jornada desta vida em verdadeiro apostolado contra as doenças deste mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Pastoral Familiar: Setor Pós-Matrimonial - CNBB

Pastoral Familiar | CNBB

PASTORAL FAMILIAR APRESENTA NOVO GUIA PARA O SETOR PÓS-MATRIMONIAL

A Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) lançou o novo guia para o Setor Pós-Matrimonial. Inspirado nas indicações da exortação Amoris Laetitia, o material é voltado para a atuação pastoral junto aos casais que já têm alguns anos de vida matrimonial e suas famílias, tendo como mote “acompanhar, discernir e inserir as famílias”.

“Este guia quer ser a força para construir a casa sobre a rocha, para firmar as bases morais e espirituais dos casais e das famílias que querem aprofundar o sentido da vida e da presença de Deus na Igreja Doméstica“, resume o bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, dom Ricardo Hoepers.

O bispo também ressalta que a proposta de acolher, acompanhar, discernir e integrar, baseada na Amoris Laetitia, “é uma atualização do nosso modo de fazer e compreender a Pastoral Familiar, não como algo dado e engessado, mas como um itinerário permanente de crescimento da fé no seio familiar, na comunidade eclesial e no testemunho do amor de Cristo a toda sociedade”.

O assessor da Comissão para a Vida e a Família da CNBB e secretário executivo da CNPF, padre Crispim Guimarães, destaca que o material é destinado “a todos aqueles que reconhecem o valor do Sacramento do Matrimônio como imagem do Amor de Cristo pela sua Igreja, e desejam se capacitar para testemunhá-lo de forma contundente ao mundo contemporâneo”.

Guia da Pastoral Familiar | CNBB

A publicação, continua o padre, “foi organizada de modo a fornecer conteúdo fiel ao Magistério da Igreja, bem como orientações pastorais de fácil consulta para sacerdotes, religiosos e leigos que exercem algum tipo de apostolado ou acompanhamento de casais e famílias”.

Ainda segundo o assessor, o guia segue uma metodologia de apresentação de propostas a partir de quatro eixos-chave, tendo como base a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia e trazendo, em cada seção, subtemas relevantes dentro das quatro atitudes práticas de acolher, acompanhar, discernir e integrar.

Esta publicação soma-se a outros guias da Pastoral Familiar que foram atualizados no presente quadriênio, principalmente com as contribuições do magistério do Papa Francisco. Além do Guia do Setor Pós-Matrimonial, já foram lançados o Guia de Implantação na Paróquia e o Guia do Setor Pré-Matrimonial. Em breve, será disponibilizado o guia para o Setor Casos Especiais, que está em preparação.

O livro está disponível na loja virtual da Pastoral Familiar. Para adquirir, acesse: http://bit.ly/SetorPos

“O enfrentamento final entre Deus e Satanás será sobre a família e a vida”

© Public Domain/Wikipedia
Por Gelsomino Del Guercio

Revelações importantes da Irmã Lúcia, vidente de Fátima, na carta que escreveu ao cardeal Cafarra, e ele compartilha isso conosco.

Deus contra Satanás: a última batalha, o enfrentamento final, será sobre a família e sobre a vida. A profecia é da Irmã Lúcia dos Santos, a vidente de Fátima, cujo processo de beatificação começou em fevereiro de 2015.

A carta a Lúcia

Em uma entrevista concedida a La voce di Padre Pio em março de 2015, o cardeal Carlo Cafarra conta que escreveu uma carta à Irmã Lúcia pedindo orações.

Na época, João Paulo II lhe confiou a tarefa de fundar o Instituto Pontifício para os Estudos sobre Matrimônio e Família, do qual hoje é professor emérito.

“No início desse trabalho – explica Cafarra – escrevi à Irmã Lúcia, por meio do bispo, porque não era permitido fazê-lo diretamente. Inexplicavelmente, ainda que eu não esperasse uma resposta (porque só lhe pedia orações pelo projeto), depois de poucos dias recebi uma longa carta de punho e letra dela – carta esta que se encontra atualmente nos arquivos do Instituto.”

Nessa carta da Irmã Lúcia, está escrito que o enfrentamento final entre o Senhor e o reino de Satanás será sobre a família e sobre o matrimônio.

“Não tenha medo, acrescentava, porque quem trabalha pela santidade do casamento e da família será sempre combatido e odiado de todas as formas, porque este é o ponto decisivo.”

A coluna que sustenta a Criação

A freira de Fátima afirma que Nossa Senhora esmagou a cabeça de Satanás. E Cafarra conclui:

“Advertia-se também, falando com João Paulo II, que este era o ponto central, porque se tocava a coluna que sustenta a Criação, a verdade sobre a relação entre o homem e a mulher, e entre as gerações. Quando se toca a coluna central, todo o edifício cai, e é isso que estamos vendo agora, neste momento, e já sabemos.”

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: a família é o lugar que acolhe e cuida de todos, o ponto de partida

O Papa cumprimenta menina da Comunidade Papa João XXIII
(Foto: VATICAN MEDIA)

"Deus escuta as suas orações pela paz", disse Francisco na manhã deste sábado, na Sala Paulo VI, às cerca de setecentas crianças e jovens da Comunidade Papa João XXIII, fundada por dom Oreste Benzi. Em suas "casas de família", quem não tem encontra um pai e uma mãe.

Manoel Tavares – Vatican News

O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado, 14, no Vaticano, as crianças e adolescentes que representam a maior parte da Comunidade Papa João XXIII, fundada pelo sacerdote, conhecido como pe. Oreste Benzi.

Antes de tudo, o Papa agradeceu as crianças e adolescentes que, antes da audiência, haviam lhe enviado suas biografias, com seus respectivos nomes. Francisco apreciou muito este gesto, que também agrada ao Senhor, porque ele conhece cada um pelo próprio nome. De fato, não somos anônimos, tampouco fotocópias. Somos todos originais e assim devemos ser, como dizia o Beato Carlo Acutis, coetâneo de vocês. Deus conhece cada um de nós, porque somos únicos. Claro, quem não tem defeitos? Alguns, infelizmente, carregam pesadas limitações, mas isso não diminui o valor da pessoa: todos somos únicos, filhos e filhas de Deus, irmãos e irmãs de Jesus. E o Papa perguntou: como Deus nos vê? E respondeu:

Com olhar de amor. Deus vê também nossas limitações, mas nos ajuda a suportá-las. Deus olha, sobretudo, nosso coração e a plenitude de cada pessoa. Deus nos vê à imagem de Jesus, seu Filho unigênito, e, com seu amor, nos ajuda a sermos sempre mais semelhantes a Ele. Jesus é o homem perfeito, a plenitude da humanidade e o amor que nos faz crescer para ganharmos o Paraíso”.

Francisco com algumas crianças | Vatican Media

Sabemos, acrescentou Francisco, que há sinais que demonstram quando uma pessoa é acolhida com amor e vista com o olhar divino. Por exemplo o sorriso, que citam também em suas biografias. Alguns de vocês disseram que, às vezes, “alguém tem problemas, mas, apesar disso, sorri sempre...". Por quê? Porque esta pessoa se sente amada, acolhida. O sorriso é uma flor que desabrocha no calor do amor. Mas, o Papa recordou outro sinal, que as crianças citam em suas histórias: a experiência das “Casas família”, fundadas pelo pe. Oreste Benzi:

Ele era um sacerdote que olhava as crianças e os jovens com os olhos e o coração de Jesus. Vendo que eram abandonados e se comportavam mal, percebia que lhes faltava o amor paterno e materno, o carinho dos irmãos. Assim, com a força do Espírito Santo e a colaboração de algumas pessoas, chamadas por Deus, Padre Oreste Benzi iniciou esta experiência de hospitalidade que chamou “Casa família”.

Francisco com algumas crianças | Vatican Media

Hoje, explicou Francisco, esta experiência se alastrou pela Itália e em outros países, caracterizada pelo acolhimento em casas de pessoas, que abrem suas portas para dar uma família a quem não tem, uma família de verdade, que acolhe todos: menores, deficientes, idosos, italianos ou estrangeiros.

Por fim, o Santo Padre recordou algumas crianças, que não puderam estar presentes, mas se dirigiu, de modo especial, a uma menina, Sara, de 13 anos, que fugiu do Iraque. Aqui, referiu-se àquelas crianças, cuja infância foi roubada, às inocentes que morrem no seio materno.

O Papa Francisco concluiu seu discurso à Comunidade “Papa João XXIII”, agradecendo às crianças e jovens, que, todos os domingos à noite, rezam o Terço on-line pela paz no mundo. Deus ouve as orações, sobretudo, dos pequeninos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

O inferno existe? Como entendê-lo?

Shutterstock
Por Vanderlei de Lima

Dada a estranheza dos dizeres atribuídos ao Santo Padre, órgãos católicos se puseram a comentar o tema.

Em data recente, o Sr. Eugênio Scalfari, do jornal italiano La Repubblica, disse ter o Papa Francisco lhe assegurado que o inferno não existe, por conseguinte, ninguém vai para lá. As almas dos maus simplesmente desaparecem.

Dada a estranheza dos dizeres atribuídos ao Santo Padre, órgãos católicos se puseram a comentar o tema. “É ‘fruto de uma reconstrução’ e ‘não é uma transcrição fiel’” – disse a Sala de Imprensa da Santa Sé, conforme o site Vaticannews.va, de 3 de abril último. Já a página Religionenlibertad.com, de 29 de março, assegura que a fala de Scalfari não é credível, pois, além de ter errado outras vezes, nos seus 93 anos, faz entrevistas, mas nada grava, nem anota. Reproduz tudo de memória no seu jornal.

Isso posto, pergunta-se: qual é, em suma, a doutrina da Igreja sobre o inferno? – No Antigo Testamento, há uma insinuação da existência do castigo eterno aos idólatras (aqueles que adoram falsos deuses) em Isaías 66,24. O castigo é aí, como em outras passagens bíblicas (cf. Judite 16,17; Eclesiástico 7,17;21,9), designado por fogo e verme. Também Daniel 12,2, ao tratar da ressurreição, diz que, depois dela, uns irão para o prêmio e outros para o castigo eterno.

O Novo Testamento tem trechos ainda mais claros sobre o inferno. As parábolas do joio e do trigo (cf. Mateus 13,24-30.36-43), da rede de pesca (cf. Mateus 13,47-50), dos convidados à ceia (cf. Lucas 14,16-24), das dez virgens (cf. Mateus 25,1-12; Lucas 13,27-29) e do rico e Lázaro (cf. Lucas 16,19-31). Essas passagens são enfatizadas, mais claramente, em Mateus 25,33-46, no conhecido Evangelho do Juízo Final.

Outros textos vêm ainda ao caso. Marcos 3,28-29, onde fala que todo pecado é perdoado, menos o pecado contra o Espírito Santo. Que é esse gravíssimo pecado? – É o fechamento obstinado à graça de Deus que chama, sem cessar, mas também sem forçar, o ser humano à conversão. Diz-se que é contra o Espírito Santo por ser Ele o grande dom divino à humanidade. Em João 5,28-29, aparece, com ênfase, o julgamento (krísis, em grego) no sentido de que o réu se sai mal ou é condenado (cf. João 3,17). Marcos 9,47-48, relembrando Isaías 66,24, recorda a importância de cortar o mal de nossa vida a fim de sermos salvos ou não condenados. Os Apóstolos também afirmam a salvação ou a condenação eternas em Gálatas 5,19-21; Efésios 5,5; 2 Coríntios 4,3-4.

O Papa Paulo VI, resumindo o clássico ensino da Igreja, no Credo do Povo de Deus (1968), n. 13, diz que o Senhor Jesus sofreu, morreu na cruz e ressuscitou, subiu ao céu, e de lá virá julgar os vivos e os mortos, segundo os seus méritos: “os que corresponderam ao Amor e à Misericórdia de Deus irão para a vida eterna; porém os que os tiverem recusado até a morte serão destinados ao fogo que nunca cessará. E o seu reino não terá fim” (itálico nosso). É a confirmação do inferno.

Pergunta-se: em que consiste, afinal, o inferno? – O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n. 212, responde: o inferno “consiste na condenação eterna daqueles que, por escolha livre, morrem em pecado mortal. A pena principal do inferno é a eterna separação de Deus, o único em quem o homem encontra a vida e a felicidade para que foi criado, e a que aspira. Cristo exprime esta realidade com as palavras: ‘Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno’ (Mateus 25,41)”.

Mais: como o inferno se concilia com a misericórdia de Deus? – A resposta não é difícil. Deus é infinitamente misericordioso; não tiranicamente misericordioso. Deu liberdade a cada ser humano. Ele pode usá-la bem ou mal. Daí se atribuir a Santo Agostinho de Hipona a sentença: “Aquele que te criou sem ti, não te salva sem ti”.

Quem está no inferno, além do diabo e seus anjos? – Impossível dizer. Em tese, todos os que morreram em pecado grave, mas, na prática, não se sabe até onde vai a misericórdia divina nos momentos extremos da vida de alguém ou quantos bons ladrões existem (cf. Lucas 23,42-43).

Eis os ensinamentos da Igreja sobre a dura realidade do inferno.

Vanderlei de Lima é eremita na Diocese de Amparo

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF