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terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Santo Antão: o pai dos monges que defendeu a divindade do Verbo de Deus

Santo Antão viveu entre III e IV séculos, tendo morrido
com mais de cem anos | Vatican Media
 
17 de janeiro
Santo Antão

"Ele inspira o povo de Deus e, sobretudo os monges a viverem o amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. Nós somos chamados a viver como Santo Antão, ligados à Deus, à Igreja e ao mundo e um dia carregamos a esperança na eternidade."

Por Dom Vital Corbellini, bispo de Marabá (PA)

A Igreja festeja no dia 17 de Janeiro, Santo Antão. O conhecimento de sua vida deu-se através de Santo Atanásio, Bispo de Alexandria, no Egito[1]. Seguindo a Jesus, ele é considerado pela comunidade eclesial, o pai dos monges, sendo o inspirador de todo o movimento monacal. Ele viveu entre III e IV séculos, devendo ter morrido com mais de cem anos.

A obra do bispo de Alexandria foi fundamental para a orientação de todo o movimento monacal. O período das perseguições contra o cristianismo estava acabando pelo Império romano e também pelo fato de que o monaquismo estava iniciando tanto no Oriente como no Ocidente de modo que era preciso apresentar um modelo de vida monacal para todas as pessoas que seguiam essa forma de vida na Igreja e com o Senhor. É importante analisar alguns pontos de Santo Antão como aquele que defendeu o Verbo de Deus diante do arianismo, que negava a sua divindade. O monge anunciou a vida do Senhor, sobretudo para o povo de Alexandria.

A sua vida em contínua retirada

Santo Antão, ou Antônio teve uma vida em continua retirada. Sendo filho de pais ricos, abandonou as riquezas e foi se retirando de seu lar, comunidade, e foi aos poucos morar nos desertos. Quando ele participou de uma celebração eucarística de sua comunidade ao ouvir o evangelho do jovem rico que pediu para Jesus o que ele faria de bom para ganhar a vida eterna?! Jesus lhe disse que era para ele observar os mandamentos da Lei de Deus e cumpri-los. Quando ele disse que estava observando os mandamentos, Jesus lhe fez uma proposta mais radical no sentido da perfeição evangélica, para vender os seus bens, dá-los aos pobres, tendo um tesouro nos céus e depois era para ele vir e seguir a Jesus. Mas como o jovem era cheio de riquezas, foi para casa triste (Mt 19,16-22). A partir desse evangelho, Antão assumiu a palavra de Jesus no sentido de segui-lo e tomar o lugar daquele jovem. Ele foi abandonando as suas coisas e foi se retirando aos poucos para seguir a Jesus Cristo.

O desejo pela solidão

Santo Antão ou Antônio foi anacoreta, uma pessoa que vivia a solidão sem a vida comunitária. Os anacoretas viviam em lugares desertos e também nas cidades. Além de ele ser o pai do monaquismo em geral, Antão foi também o pai do monaquismo anacoreta, das pessoas que viviam sozinhas. No deserto era ele uma pessoa dedicada à oração, ao trabalho e à leitura da Sagrada Escritura. As pessoas falavam que ele sabia a Escritura de cor. Ele trabalhava com as próprias mãos seguindo a palavra do apóstolo São Paulo que quem não quisesse trabalhar não deveria comer (2 Ts 3,10). É importante afirmar que o trabalho no monaquismo antigo visava prover as próprias coisas para o sustento de suas vidas e também para ajudar em esmola os pobres[2].

O enfrentamento com os espíritos maus

Santo Antão enfrentou os espíritos maus no deserto. O deserto era um lugar para se encontrar com Deus, mas também para lutar contra os espíritos malignos. Estes o insinuaram a abandonar a vida de ascese, à volta para trás, o amor ao dinheiro, o desejo da glória, o prazer nas coisas. Tudo isso era para fazê-lo renunciar à reta eleição. Mas Antão foi muito constante em enfrentar os espíritos maus pela oração, pela unidade com o Senhor Jesus que o seguia sempre mais no deserto. Como Santo Atanásio disse Antão pôs Cristo no coração e meditando a nobreza que vem dele e sobre a espiritualidade da alma, apagava as forças que vinham do demônio[3].

Antão venceu o demônio da impureza

O santo monge venceu o demônio da impureza que lhe assaltavam os pensamentos. Ele tinha se apresentado como o amigo da impureza, mas que Antão sempre o afastava pela oração, pelo encontro com o Senhor Jesus. Antão se encorajou e alegre prosseguia o seu caminho. Ele dizia que o Senhor era o seu socorro, de modo que era possível superar, desprezar os seus inimigos (Sl 117,7)[4].

O valor da perseverança

Santo Antão pregava para todas as pessoas a importância da perseverança, para desta forma unirem-se sempre mais a Deus e aos irmãos e irmãs. A pessoa não abandona a vontade de ser fiel também no dia atual, se ontem o foi de verdade. Jesus pediu de seus discípulos a perseverança até o final das tribulações em vista da salvação (Mt 24,13). O monge santo tinha presente a palavra de Paulo que diz que aquele que escolheu o bem, a paz, o amor, Deus colabora com ele (Rm 8,28)[5].

Jesus venceu o espírito mau

Santo Antão tinha presente o Senhor que venceu as tentações do ter, do poder e do prazer (Mt 4,1-10). A necessidade é a realização do bem, da luta pela paz e pelo amor entre as pessoas, famílias e povos. Assim não será necessário temer os espíritos maus, pela confiança em Deus e pela caridade com as pessoas, sobretudo para com os pobres. Antão acreditava nas palavras do Senhor quando mandou embora Satanás onde tinha presente as palavra da Escritura que somente a Deus a pessoa adorará e só a ele o servirá (Mt 4,10)[6].

O monge era considerado o substituto do mártir

Com o fim das perseguições os monges iram no deserto para enfrentar os espíritos maus e viverem o martírio da solidão, da oração e das práticas de ascese, do jejum e outras privações. Antão teve esta idéia que deixou a vida diária para ir ao deserto e viver uma vida de santidade. Mas ele nunca deixou o seu contato com os fieis de Alexandria que lhe dava consolo na perseguição de Maximino contra a Igreja. Antão desejava o martírio. Como não foi possível ser mártir, ele serviu os confessores na fé, como se estivesse preso por eles, e se consumia nesse serviço[7].

Santo Antão enfrentou o arianismo

Santo Antão foi uma pessoa muito imbuída pela graça de Deus, pela unidade com o Senhor Jesus Cristo e com o Espírito Santo. Ele como monge inspirado por Jesus Cristo saiu do deserto para enfrentar os arianos e todo o sistema do arianismo. Ário negava a divindade do Verbo de Deus de modo que ele foi condenado no Concílio de Nicéia em 325, quando este afirmou que o Filho Jesus é Deus como o Pai é Deus, é Deus como o Espírito Santo é Deus; Ele foi gerado desde sempre pelo Pai e é da mesma substância afastando desta forma toda a negação de sua divindade que vinha do sistema ariano. A pedido dos bispos e do povo cristão, Antão foi para Alexandria pregar para todos que o Filho de Deus não era criatura e que não foi tirado do nada; Ele é o Verbo eterno e a Sabedoria da substância do Pai. Era impiedade afirmar que teve um tempo em que ele não existiu, idéia presente em Ário, mas que Antão recusava, afirmando que o Filho estava sempre com o Pai. Era falsa a idéia ariana de que se colocaria entre as criaturas o Criador, Jesus, uma vez que tudo foi feito por meio dele (Jo 1,3)[8]. Ele é Criador e não criatura.

Antão era querido por todos

O povo se alegrava com Antão porque ele combatia a heresia ariana, que negava a divindade do Verbo. Antão defendeu a sua divindade. Os pagãos também desejavam ouvi-lo e vê-lo porque percebiam nele um homem de Deus. Em Alexandria o Senhor fez por meio dele milagres na purificação de espíritos maus. Muitas pessoas assumiram o cristianismo através de Antão, porque ele os conduzia ao Senhor Jesus e à Igreja[9].

Santo Antão morreu perto do Mar Vermelho, aos 105 anos de idade, segundo o relato de Santo Atanásio[10]. O Senhor que o amava tornou-o célebre em toda a parte. Foi um homem do Senhor, segundo o bispo de Alexandria, que desde a juventude até a idade avançada, conservou igual ardor na ascese[11]. Ele foi conhecido em toda a parte não somente no Oriente, mas também no Ocidente. Na verdade todos queriam saber a forma de sua vida monacal, porque o movimento estava iniciando em toda a Igreja. Ele inspira o povo de Deus e, sobretudo os monges a viverem o amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. Nós somos chamados a viver como Santo Antão, ligados à Deus, à Igreja e ao mundo e um dia carregamos a esperança na eternidade.

[1] Cfr. Santo Atanásio. Sobre a vida e conduta de Santo Antão. São Paulo, Paulus, 2002.

[2] Cfr. C. Noce. Il martiriotestimonianza e spiritualità nei primi secoli. Roma, Studium, 1987.

[3] Cfr. Santo Atanásio. Sobre a vida e conduta de Santo Antão, n.5.

[4] Cfr. Idem, n. 6.

[5] Cfr. Idem, n. 19.

[6] Cfr. Idem, n. 37.

[7] Cfr. Idem, n. 46.

[8] Cfr. Idem, 69.

[9] Cfr. Idem, n. 70.

[10] Cfr. Idem, n. 92.

[11] Cfr. Idem, n. 93.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

MORAL: O falso drama dos pseudoescrupulosos (1/6)

O falso drama dos pseudoescrupulosos | Presbíteros

O falso drama dos pseudoescrupulosos

Estou preocupado. Ultimamente, estão surgindo pessoas que, sem a devida preparação doutrinal e pastoral, começam a estudar moral e acabam desenvolvendo transtornos obsessivos. Colegas padres me relatam casos de falta de docilidade e mesmo de julgamento acerca de bons sacerdotes a partir de critérios rigoristas. A situação é alarmante, pois o único meio para sair deste problema é a obediência a experimentados e criteriosos confessores. Mas essas pessoas acabam se erigindo em juízas de si mesmas. Pretendo apresentar alguns apontamentos sobre isso.

Por Pe. José Eduardo Oliveira e Silva

ESCLARECENDO CONCEITOS EM TORNO DO ESCRÚPULO

Horror ao pecado. Esta é uma disposição habitual em toda alma que busca a santidade. Fruto do dom temor de Deus, o qual, como todos os dons do Espírito Santo, procede da caridade, pela qual Ele inabita em nosso espírito, o horror ao pecado é uma consequência do nosso amor sobrenatural por Deus, de modo que a tônica geral da vida cristã não é negativa (ou seja, uma busca incessante para encontrar pecados), mas positiva (isto é, o desejo de unir-se cada vez mais a Cristo pela fé e pela caridade, exercitadas na oração).

Escrúpulo. A consciência escrupulosa é um estado da mente em que está conjugada uma consciência delicadíssima com uma incapacidade para a prudência, quer dizer, quanto mais se explica para a pessoa um princípio moral, menos ela consegue entender. É um fenômeno muito raro. As pessoas que o sofrem, em geral, são simples e dóceis, querendo verdadeiramente encontrar um confessor criterioso e paciente ao qual obedeçam com toda a confiança. O estudo da moral apenas perturba mais o escrupuloso, pois ele é quase incapaz de prudência, não consegue realmente discernir.

Transtorno obsessivo-compulsivo. É uma psicopatologia que se caracteriza por pensamentos, imagens ou impulsos recorrentes que trazem ansiedade e perturbação. Pode causar uma espécie de escrúpulo, pois o doente, com ideias fixas e contínuas acerca do pecado, acaba por se tornar maníaco em vasculhar pecados antigos ou atuais. É bastante diferente do escrúpulo moral, principalmente porque neste a pessoa se submete a um diretor com tranquilidade, naquele a pessoa não consegue ficar tranquila para se confiar a ninguém, sua mente está sempre perturbada. Um dos piores quadros se dá quando o doente encontra alguém que, ao invés de encaminhar-lhe ao médico, alimenta a fixação psíquica, justificando as suas preocupações. Em muitos casos, é necessário tratamento psiquiátrico com medicação e psicoterapia, além da direção espiritual e da confissão.

A ignorância presunçosa e o hobby dos princípios. Contudo, a maioria dos casos que estão em circulação não é nenhum dos anteriores. Trata-se apenas de sujeitos que mesclaram conhecimento aparente com arrogância espiritual: munidos de alguns princípios que não são capazes de manejar, aplicam-se a ser juízes de si mesmos e dos outros, tentando raciocinar nos termos destes princípios mal aprendidos e aplicá-los a qualquer ação que se lhes apresente. Levianos, acabam transformando numa espécie de hobby a análise de casos morais que decerto dariam debate entre moralistas sérios ou são em si insignificantes, importunando nas madrugadas a sacerdotes com perguntas pueris, tais como se é pecado pentear o cabelo de um modo ou se colocar aparelhos nos dentes é vaidade… E tudo em termos de “princípios”. A consequência desse “exercício” para quem não tem o devido traquejo moral é que, ao invés de terem uma consciência mais clara, vão se tornando cada dia mais confusos e, isso, sem o perceberem direito. Analisam ações a partir de princípios equivocados, aplicam errado os princípios que nem conhecem direito, subordinam princípios superiores a inferiores e terminam por se tornar impermeáveis a todo e qualquer bom senso.

Fonte: https://presbiteros.org.br/

Povo ticuna, rosto amazônico da Igreja

3ª Reunião Geral Diocesana de Pastoral Ticuna | Vatican Media

O povo ticuna avança em evangelização intercultural e numa Igreja com rosto amazônico e indígena.

Padre Modino - CELAM

O Sínodo para a Amazônia insiste em avançar numa evangelização intercultural, em fazer realidade uma Igreja com rosto amazônico e rosto indígena. A paróquia São Francisco de Assis, em Belém do Solimões, diocese de Alto Solimões, mesmo diante dos desafios enfrentados e a necessidade de seguir amadurecendo, pode ser considerada como um bom exemplo desse jeito de ser Igreja, intercultural e com rosto indígena.

O trabalho dos frades capuchinhos com o povo ticuna vai mostrando que isso é possível, segundo foi comprovado mais uma vez na 3ª Reunião Geral Diocesana de Pastoral Ticuna, realizada 04 a 08 de janeiro de 2023. 180 indígenas ticunas de 20 comunidades de toda a diocese, ministros da Palavra, catequistas, agentes do Dízimo, jovens, coordenadores, vocacionados, missionários, caciques, homens e mulheres, se reuniram para partilhar, escutar os desafios de cada comunidade, avaliar o caminhar de cada Comunidade Eclesial Missionária.

Povo ticuna, rosto amazônico da Igreja | Vatican Media

Ao longo de 05 dias de intenso trabalho, os participantes do encontro foram trabalhando em grupo e recebendo formação em torno aos 04 pilares que sustentam as Diretrizes para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária. A partir desses pilares as comunidades têm assumido compromissos para cada um dos pilares, valorizando a Bíblia, as celebrações de forma inculturada, a catequese e a reza do terço, os jovens e o combate do alcoolismo, sua língua e cultura, o encontro foi realizado em língua ticuna, a ecologia, a missionariedade e as vocações ticuna, especialmente neste III Ano Vocacional que a Igreja do Brasil está vivendo.

A reunião contou com a presença do bispo diocesano dom Adolfo Zon e do arcebispo de Ancona (Itália) dom Ângelo Spina que junto com um grupo de padres, leigos e seminaristas está visitando a Diocese de Alto Solimões, em busca de avançar na cooperação missionária.

Povo ticuna, rosto amazônico da Igreja | Vatican Media

O encontro foi momento para elaborar um calendário pastoral diocesano ticuna para o ano 2023, com formações para os indígenas e encontros de jovens em prol da sobriedade, a ecologia e a valorização da cultura. Também foram organizadas as visitas missionárias onde missionários e missionárias do povo ticuna, junto com o diácono Antelmo Pereira Ângelo, o primeiro diácono permanente do povo ticuna.

De fato, já foram enviados os primeiros 07 missionários e missionárias ticunas para três semanas de missão e formações nas comunidades ticuna mais distantes da diocese, em Tonantins e Santo Antônio do Içá. Essas visitas são vistas como motivo de enorme alegria para o povo e os missionários e missionárias, vivendo plenamente seu protagonismo eclesial na construção do Reino de Deus, na construção de uma Igreja amazônica com rosto indígena.

Vídeo: bailarina brasileira que nasceu sem braços encanta jurados do maior show de talentos do mundo

Bailarina brasileira encanta o mundo | Aleteia
Por Ricardo Sanches

"Meu coração transborda gratidão", afirmou a jovem que foi aplaudida de pé no America's Got Talent: All-Stars.

O programa de TV America’s Got Talent tem proporcionado muito entretenimento aos telespectadores desde 2006. De lá para cá, revelou talentos e fez o público se emocionar com histórias incríveis de artistas anônimos.

Em janeiro de 2023 foi a vez da brasileira Vitória Bueno, de 18 anos, se destacar e brilhar no palco do programa especial, que reúne os melhores candidatos de outros programas similares. Vitória tinha participado de um show de talentos na Alemanha e foi convidada para o reallity americano America’s Got Talent: All-Stars.

Enquanto ela se preparava para se apresentar, contou com sua intérprete (que também é sua professora de dança) para ajudá-la a explicar sua história.

Vitória é de Santa Rita de Sapucaí, MG. Ela nasceu com uma malformação congênita e sem os dois braços. A mãe dela a matriculou em uma academia de dança aos cinco anos de idade. Com o incentivo e dedicação da professora — que se considera da família — Vitória se dedicou à arte e aprendeu a dançar até en pointe (na ponta dos pés). E, como um dos jurados do America’s Got Talent apontou, isso não é tarefa fácil quando você não tem braços para ajudar a dar equilíbrio.

Vitória, desde pequena, aprendeu a fazer tudo sem os braços: ela escreve, alimenta-se, arruma o cabelo, escova os dentes e faz a própria maquiagem com os pés.

A apresentação

No palco do America’s Got Talent: All-Stars Vitória Bueno fez uma apresentação incrivelmente graciosa e elegante. Com a música “You say”, de Lauren Daigle – cujo refrão diz “Eu acredito” – a bailarina brasileira mostrou passos de balé clássico e foi muito bem avaliada pelos jurados, que a aplaudiram de pé.

Simon Cowell afirmou: “O signo de uma estrela é alguém que persevera e, quando está no palco, ilumina o palco. E você tem as duas coisas. Você tem esse brilho em você, Vitória, e quando você estava se apresentando aqui, era como um silêncio completo porque estávamos hipnotizados. E acho que todo o Brasil e agora toda a América vai torcer por você!”

Apesar de ter sido muito elogiada, Vitória não conseguiu se classificar para a final do programa. Mas isso não frustrou a bailarina que, através da sua participação, quis passar uma mensagem inspiradora de superação. “Estou aqui para provar que todos podem lutar pelos seus sonhos”, afirmou Vitória.

No Instagram, a jovem publicou:

“Assistir a minha apresentação no AGT me faz relembrar de todas as vezes em que eu assistia outros talentos incríveis e me perguntava se um dia eu pisaria no mesmo palco… E sim, não somente pisei como dancei no mesmo palco!!!Que emoção!!!!! É uma grande honra e alegria representar o meu país no maior show de talentos do mundo!! Eu só tenho a agradecer, meu coração transborda GRATIDÃO!”

https://youtu.be/jMBLpWhCOCM

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Assim Bento XVI viveu os primeiros dias depois de sua renúncia

Bento XVI / Vatican Media
Por Almudena Martínez-Bordiú | ACI Prensa

Vaticano, 12 Jan. 23 / 12:26 pm (ACI).- O arcebispo Georg Gänswein, que foi secretário pessoal de Bento XVI por anos, conta em suas memórias como foram os dias após a renúncia de Bento XVI.

No livro Nient'altro che la verità. La mia vita al fanco di Benedetto XVI (Nada mais do que a verdade. Minha vida com Bento XVI), publicado em italiano hoje (12), dom Gänswein conta que "Bento estava intimamente convencido de que sua existência não duraria muito."

Depois de se mudar para Castel Gandolfo em 28 de fevereiro de 2013, tanto dom Gänswein quanto o médico do papa perceberam "sua deterioração progressiva".

“Nas primeiras semanas após sua renúncia, o papa emérito estava totalmente exausto, caminhava encurvado e falava muito pouco”, escreve o arcebispo.

O médico “não diagnosticou problemas de depressão psicológica, mas sim um excesso de trabalho físico e mental que tinha que ir eliminando aos poucos”.

“A tranquilidade daquele ambiente o ajudou muito, permitiu que ele lesse sem restrições de tempo (Gregório Magno, Agostinho, mas também autores mais recentes, como Romano Guardini e Eric Peterson)”, conta Gänswein em suas memórias.

Bento XVI escutava música sacra e sinfônica "com um CD player que tinha no quarto", e também voltou a tocar piano. "A maior dificuldade nas fases finais da vida era em relação à capacidade de falar, devido à fadiga pulmonar".

O arcebispo diz que Bento XVI reagiu com “seu humor habitual”, dizendo em várias ocasiões: “Deus me tirou a fala para me fazer apreciar cada vez mais o silêncio”.

A vida no mosteiro

Segundo o secretário de Bento XVI, a vida no mosteiro Mater Ecclesiae "estava marcada pela oração, como havia estabelecido uma frase que expressava seu programa geral: 'Todos os dias começo com o Senhor e termino com o Senhor, e veremos quanto dura'".

Ele também conta que, algumas vezes, como cardeal e também durante seu pontificado, Bento XVI “tinha ido à capela do mosteiro para celebrar a missa”.

“No momento de reflexão sobre sua renúncia, ele percebeu que este lugar corresponderia perfeitamente à sua natureza e ao desejo de uma vida sóbria que ele repetidamente prenunciava”, conta.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O testemunho de São João Batista

O testemunho de São João Batista | Vatican Media

No mundo atual é fundamental dar testemunho de Jesus, da Igreja, porque é preciso viver a Palavra de Jesus na família, na comunidade e na sociedade. Como João, testemunhamos o Senhor na realidade atual.

Dom Vital Corbellini - Bispo de Marabá - PA

A pessoa de São João Batista esteve muito presente nos evangelhos e na pregação da Igreja antiga. Ele ganhou considerações da parte de Jesus, por ser ele o precursor do Messias, preparando as pessoas para que Jesus fosse bem acolhido entre o povo. A liturgia lhe concedeu leituras que são proclamadas nas comunidades para serem aprofundadas, meditadas no tempo do advento, do Natal e no tempo comum. No mundo atual é fundamental dar testemunho de Jesus, da Igreja, porque é preciso viver a Palavra de Jesus na família, na comunidade e na sociedade. Como João, testemunhamos o Senhor na realidade atual.

Testemunho da Luz

É fundamental a compreensão da palavra testemunho que vem do verbo latino: testificari, do substantivo testimonium cujo significado é testemunhar, atestar, pessoa que viu, assistiu o fato e declara a verdade das coisas[1]. João testemunhou Jesus. O Prólogo de São João (Jo 1,6-8) fala que houve um homem enviado por Deus, chamado João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da Luz, para que todas as pessoas cressem por meio dele. O fato era claro que ele não era a luz, mas ele testemunhou em favor da Luz. João Batista testemunhou Jesus Cristo, a luz verdadeira que ilumina todo o ser humano. Os padres da Igreja diziam que ele era uma lâmpada diante da Luz, o Senhor que dissipou todas as trevas do erro e da maldade. João testemunhou Jesus Cristo, luz verdadeira.

Cordeiro de Deus

São João Batista é também conhecido pela expressão usada na liturgia eucarística, antes da comunhão: Cordeiro de Deus. Quando ele viu Jesus que estava vindo ao seu encontro ele disse que Jesus era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1,29). Sendo uma expressão de fé dita a Jesus por João, é a objetividade da pessoa do Senhor, o Cordeiro de Deus, único, imolado, sem mancha de pecado, na cruz para a salvação da humanidade. Muitos animais e cordeiros eram imolados por ocasião da Páscoa judaica. Mas com a vinda do Senhor e depois com o cristianismo não será mais necessária a imolação de animais, mas as atenções são dadas à imolação de Jesus como Cordeiro de Deus que na cruz ocorreu a maior manifestação do amor de Deus ao mundo. O evangelista São João coincidiu a morte de Jesus na cruz com a imolação de animais no Templo para dizer que daquele momento em diante o verdadeiro Cordeiro é Jesus, imolado para a redenção da humanidade.

Filho de Deus

João também testemunhou que Jesus era o Filho de Deus. Esta definição é sem dúvida uma das maiores manifestações que as pessoas diziam a Jesus, encontrando-se, as referências nos evangelhos. Jesus veio do Pai ao mundo, sendo gerado desde sempre por Ele. Ele é o Filho de Deus. O prólogo de São João colocou o dado que a visão de Deus não foi vista por ninguém, no entanto o Deus Unigênito que está no seio do Pai ele no-lo revelou (Jo 1, 18). Diante do pedido do discípulo Filipe que Jesus mostrasse o Pai, o Senhor respondeu que quem o viu, viu o Pai (Jo 14, 8-9). Jesus continuou a sua palavra em relação a Filipe que Jesus está no Pai e o Pai está nele (Jo 14,11). Marta também disse que Jesus era o Filho de Deus, diante do fato da morte de Lázaro, irmão seu e de Maria, pois, na ocasião, o Senhor disse que ele era a ressurreição, a vida e que ele ressurgiria Lázaro, morto já alguns dias (Jo 11, 25-27). Na morte de cruz, o centurião romano disse que Jesus era o Filho de Deus (Mc 15, 39). João Batista esteve na linha das grandes profissões de fé, de amor ditas a Jesus, como Filho de Deus na carne.

João disse a Jesus que ele deveria ser batizado pelo Cristo

São Gregório de Nazianzo, bispo de Constantinopla, século IV tendo como base o evangelho de Mateus, disse que João relutou quando Jesus se aproximou dele para ser batizado, pois ele desejava ser batizado pelo Senhor (Mt 3,14). Se João tentou resistir, Jesus insistiu. Jesus não tinha pecado, mas ele assumiu com o seu batismo o pecado da humanidade. Ele santificou as águas do Jordão, para assim iniciar a todos nos sacramentos mediante o Espírito e na água. São Gregório de Nazianzo disse também que João era uma lâmpada diante do Sol, a voz à Palavra, o amigo ao Esposo, o maior entre todos os nascidos de mulher ao Primogênito de toda a criatura, aquele que estremeceu de alegria no seio materno de Isabel ao que fora adorado no seio de Maria, sua Mãe, o Precursor diante do Salvador[2];

João Batista e Elias

Jesus pediu o silêncio aos discípulos Pedro, Tiago e João ao descerem da montanha, quando Jesus foi lá para a transfiguração solicitando a eles que não contassem a ninguém até que Ele tivesse ressuscitado dos mortos. No entanto os discípulos perguntaram a Jesus o fato de que primeiro deveria vir Elias, que eram as afirmações dos escribas, segundo eles. Mas Jesus afirmou aos seus discípulos que Elias restaurará tudo e tinha vindo, mas ele não recebeu o reconhecimento. As autoridades fizeram tudo com ele com o que desejavam dele. Jesus disse que também o Filho do Homem sofreria por causa deles. Os discípulos entenderam que Jesus lhes falava de João Batista (Mt 17,9-13). Elias veio primeiro, na pessoa do Precursor, João Batista e o Senhor passará pelo sofrimento, a cruz, para chegar à glória da ressurreição.

João e Jesus

Jesus disse às multidões que João Batista era uma pessoa simples, mais que um profeta, porque ele foi mandado por Deus para preparar o caminho do Senhor. Ele seria o maior entre os nascidos de mulher, no entanto o menor no Reino dos céus era maior do que ele (Mt 11, 7-11). Jesus é maior que João Batista, porque ele veio de Deus para redimir a toda a humanidade.

O testemunho de João Batista reforça sempre a necessidade de viver a Palavra de Jesus no mundo de hoje. O testemunho coloca a necessidade para a realização do bem na família, na comunidade e na sociedade. Nós somos chamados a amar a Deus, ao próximo como a si mesmo.

[1] Cfr. Testimòne, testimònio. In: Il vocabolario treccani, Il Conciso. Milano, Trento, 1998, pgs. 1778-1779.

[2] Cfr. Dos Sermões de São Gregório de Nazianzo, bispo. Oratio in Sancta Lumina, 14-16. 20. PG 36,350-351. 354. In: Liturgia das Horas, I. Aparecida SP, Editora Vozes, Paulinas, Paulus, Editora Ave-Maria, pg. 574.

domingo, 15 de janeiro de 2023

Pe. José Eduardo: “Estamos caminhando para a ditadura total”

fran_kie | Shutterstock
Por Pe. José Eduardo

"O absolutismo de uma democracia abstrata é justamente aquilo que a ameaça."

Michel Foucault formulou a sua teoria da “microfísica do poder” a partir da percepção de que as relações humanas são omnipresentemente relações de poder. A teoria, em si, tem os seus aspectos interessantes, mas padece de um erro fatal: pretender analisar a realidade a partir de um aspecto que, ainda que seja onipresente, é parcial. É como se tomássemos uma descrição por uma definição, já que, de certo modo, parafraseando os latinos, “relatio et potestas convertuntur”, “relação e poder se implicam mutuamente”.

Foucault, neste sentido, criou uma espécie não de “microfísica” do poder, mas de “metafísica” do mesmo, no sentido de que percebe que o “poder” corresponde àquilo que Aristóteles e S. Tomás de Aquino chamavam de “os transcendentais do ente”. Obviamente, para mim, o “poder” não é um transcendental das relações no mesmo sentido em que esta palavra tem nos clássicos; estou apenas tentando mostrar a tentativa filosófica de Foucault. Aliás, houve outras tentativas do gênero, como a de Leonardo Polo, que tentou transformar a “liberdade” num transcendental de “pessoa”.

Os transcendentais

Para Aristóteles e S. Tomás, há seis características que decorrem do ser enquanto tal: aliquid (algo), res (coisa), unum (uno), verum (verdadeiro), bonum (bom) e pulchrum (belo). Os “transcendentais do ente” são aspectos da própria realidade de tudo que é.

Neste sentido, os transcendentais chamam-se tais justamente porque, embora sejam aspectos de todos os seres enquanto tais, não se dão neles de maneira total, mas participada; e isso porque o próprio ato de ser que eles exercem é, em si, uma participação limitada criada do, no e pelo Ser divino.

Uma noção transcendental de democracia?

Ora, se Foucault tentou criar uma espécie de “transcendental da relação”, os nossos contemporâneos têm tentado criar uma noção transcendental de democracia. E isso vem desde longe, desde, pelo menos, os tempos da Revolução Francesa.

Não importa se o sujeito está matando, prendendo, invadindo a privacidade, criando crimes inexistentes na lei, atingindo poderes constitucionais, expropriando pessoas de seus bens… uma noção transcendental de “democracia” pode ser suportada por qualquer uma dessas ações.

Isso, em si, não carece de lógica. De fato, como muito bem já foi apontado, a democracia não pode se auto-gerar por meios democráticos, visto que ela teria que existir antes de si mesma. Por isso, os destruidores da democracia sempre levam vantagem sobre os seus criadores, visto que são eles que, de fato, usam de força para fazer prevalecer a vontade de um povo impotente.

O que é democracia?

Contudo, o que é, de fato, uma democracia? Em si, é o regime em que o povo governa por meio dos seus representantes. Não é, portanto, um estado de coisas abstrato, matemático, puro, em si mesmo institucional, mas existe no exato alcance em que essa finalidade é perseguida, ou seja, que se escute e atenta àquilo que é querido pelo povo.

A razão de ser dessas coisas é justamente o que impede que se crie uma noção transcendental de democracia em nome da qual se realize a concentração do poder monocrático. Este só se poderia exercer em função do aumento das liberdades e nunca em detrimento delas; e esse tipo de absolutismo redimido pela transcendência de uma democracia abstrata é justamente aquilo que a ameaça até os seus fundamentos, pois se torna uma arma polivalente, a ser usada contra qualquer um aleatoriamente identificado como inimigo.

Uso totalitário do poder em nome da democracia

Foi o uso totalitário do poder em nome dessa democracia transcendental que propiciou o surgimento de monstruosidades como o “terror de Robespierre”, que matou cerca de 17 mil pessoas em poucos meses, inaugurando o que se passou a chamar de “terrorismo de Estado”.

O mesmo expediente, ainda que não com os mesmos recursos assassinos, foi característico do que se chamou de “macarthismo”, a política de perseguição aos esquerdistas e, inclusive, aos seus amigos (era tratado como criminoso qualquer um que fosse amigo de um socialista).

Sociedade aberta

Agora, por democracia entende-se algo muito diferente do que o “governo do povo”. Há uma noção liberal de democracia que amplia este conceito em termos muito pitorescos. É aquilo que se chama de “sociedade aberta”.

O conceito foi pela primeira vez usado por Henri Bergson, mas partia de uma sua noção de universalismo moral, entendida como uma ética fundamental, válida para todos, que deveria servir como base para uma sociedade pouco controlada politicamente. São Tomás, a este respeito, é bastante mais realista quando fala sobre a necessidade das leis humanas para reprimir os delinquentes.

Essa ideia de Bergon, porém, foi amplamente desenvolvida pelo filósofo liberal Karl Popper, em seu livro “A sociedade aberta e os seus inimigos”. Mais do que um conceito político, Popper entende-o como um conceito cognitivo: partindo da crença de que todo conhecimento humano é provisório e falível, é necessário que se crie uma sociedade da tolerância, na qual todas as opiniões sejam respeitadas.

Paradoxo da tolerância

Contudo, Popper afirma que existe um limite para tal liberdade, este limite está delineado naquilo que ele chama de “paradoxo da tolerância”, ou seja, deve-se tolerar tudo, menos os intolerantes.

No entanto, mesmo para Popper, os “intolerantes” não são aqueles que pensam de maneira diferente dos moldes liberais, mas os que se valem da força institucional e física para impedir os outros de seguirem as suas convicções. Ele acreditava que se deveria levar o diálogo e a argumentação até o limite do possível.

Ainda que com princípios equivocados, Popper não levava tão longe quanto os seus seguidores a intolerância para com os que eles consideram intolerantes. De fato, o grande implementador das ideias do filósofo austríaco é ninguém menos que George Soros, cuja fundação, não por acaso, chama-se “Open Society”.

Diluição social

Nos últimos decênios, várias fundações se uniram em torno de uma tentativa de diluição das estruturas primárias e intermediárias das sociedades, afim de que permaneça apenas a estrutura de mercado, controlada por quem? Por eles mesmos!

Ora, qual é a grande barreira para a diluição dessas estruturas? Justamente são as crenças em torno dos mesmos valores, as quais aglutinam os indivíduos em torno de ideiais comuns. Por isso, qualquer um que, diferentemente dos pressupostos de Popper e Soros, creia que existem verdades objetivas e não provisórias é tachado impiedosamente de fundamentalista.

Inteligências discordantes são invisibilizadas

Aquilo que Popper preconizava, o diálogo racional, é inviabilizado por estes mesmos atores que detém a hegemonia da fala e da produção da cultura. As vozes e inteligências discordantes são simplesmente invisibilizadas, indivíduos são segregados e tornados párias num sistema em que a noção mesma de verdade é excluída como se fosse uma suma ofensa.

Papel da Igreja

Qual espaço a Igreja pode encontrar num mundo assim? Uma religião não feita de verdades pode apenas ser feita de práxis! Ora, esse tipo de religião que substitui a fé pela práxis já existe: chama-se teologia da libertação.

Ela não é uma “evangélica opção pelos pobres”, mas é justamente aquilo que definiu Gustavo Gutierrez, “uma crítica de si mesma e das suas próprias fontes”.

Perseguição sistemática de quem crê na verdade

Quando o paradoxo da tolerância de Popper, ao invés de simplesmente partir da ideia de que o conhecimento é sempre provisório, se une ao desconstrucionismo de Derridas e ao pós-criticismo de Foucault, a tarefa não é simplesmente criar uma comunidade dialógica num ambiente de descrença generalizada na objetividade da verdade, mas passa a ser a perseguição sistemática de quem crê em qualquer verdade, criminalizado como inimigo máximo ao qual se deve suprimir com toda força.

Estamos caminhando para a ditadura total

Não estamos caminhando para uma anarquia total, coisa plausível de se concluir quando os pressupostos da ideia são o ceticismo absoluto; não!, nós estamos caminhando para a ditadura total, na qual qualquer um poderá ser criminalizado por crer numa verdade absoluta e querer ensiná-la a outrem.

A noção de democracia, aqui, é totalmente abstrata, etérea, transcendental. Não se quer dar o governo ao povo, mas se quer moldá-lo para que uma parte deste desapareça e prevaleça apenas a parte que já é suficientemente moldada para não crer em nada, a não ser na economia, no prazer e na vaidade.

Esse tipo de democracia é o ideal de alguns que querem ser obedecidos sem serem conhecidos. O tal universalismo moral de Bergson será o de uma meta-ética do total barbarismo… E quem discordar e quiser ensinar a discordância está fora! Simples assim!

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Pe. José Eduardo de Oliveira, via Facebook

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Os filhos também nos educam…

Crédito: Cléofas

Os filhos também nos educam…

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Uma coisa é certa: os pais são educados mediante a educação dos filhos. A razão é muito simples: ninguém pode ensinar o bem sem vivê-lo; não dá para falar em honestidade para o filho, sem praticar esta virtude; e assim por diante.

Não só na exigência da prática das virtudes para poder bem educar, mas também em muitas outras coisas somos educados enquanto educamos, e assim, a família se torna, também para os pais, um educandário.

Ao educar os filhos você vai notar que nem sempre tudo sai bem, como a gente quer, então somos obrigados a exercitar a paciência, a tolerância, a bondade, etc. Muitas vezes aprenderemos que é preciso esperar e ter fé. Aprendemos que o trabalho em equipe é melhor, que a perseverança foi fundamental para resolver aquele problema.

Certa vez um dos nossos filhos, com apenas oito anos de idade nos deu uma grande lição, sem dizer nada. Era nosso costume rezar o Terço com eles desde pequenos; e um dia, antes da oração, eu lhes contei que algumas pessoas rezavam o Terço em cruz, isto é, com os braços abertos e na horizontal, como penitência. Contei isto sem pretensão alguma de que eles o fizessem. Mas qual não foi a nossa surpresa quando o menino nos disse: “pois eu hoje vou rezar o Terço em cruz!”. E ficou com os braços abertos por mais de vinte minutos até que tudo terminasse. Por mais que eu insistisse com ele que já estava bom, que podia baixar os braços, não o consegui convencer. Fiquei abismado! Aprendi a respeitar mais a criança.

Outra vez tive que passar uma noite em claro no hospital com um deles que estava com uma crise aguda de bronquite. Quanta coisa se aprende quando se passa uma noite em claro em um hospital…

Quantas lições de caridade, bondade, meiguice, pureza, naturalidade, espontaneidade, as crianças nos dão. Não é à toa que Jesus disse que para entrar no Reino dos céus temos que nos “tornar crianças”. Elas nos dão grandes lições: não se preocupam com o dia de amanhã, vivem intensamente o presente, confiam em alguém com todo o coração, não se dão ao luxo e aos caprichos dos adultos. Não fazem discriminação de pessoas e se adaptam com facilidade a qualquer lugar.

Aprenda com os filhos.

Retirado do livro: “Educar pela Conquista e pela Fé”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

Da Carta aos Efésios, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir

S. Inácio de Antioquia | liturgiadashoras

Da Carta aos Efésios, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir

(Nn.2,2-5,2: Funk 1, 175-177)                (Séc.I)

Na concórdia da unidade

De todos os modos vos convém glorificar a Jesus Cristo que vos glorifica, para que, perfeitamente unidos na obediência, sujeitos ao bispo e ao presbitério, vos santifiqueis em tudo.

Não vos dou ordens, como se fosse alguém. Mesmo carregado de cadeias por causa do nome de Cristo, ainda não sou perfeito em Jesus Cristo. Só agora começo a ser discípulo e vos falo como a condiscípulos. Eu é que deveria ser ungido por vossa fé, exortações, paciência, serenidade. A caridade, porém, não me permite calar a vosso respeito; resolvi por isto adiantar-me e exortar-vos a serdes bem unidos ao pensamento de Deus. Jesus Cristo, nossa vida inseparável, é o pensamento do Pai, da mesma forma como os bispos, em toda a extensão da terra, são o pensamento de Jesus Cristo.

Convém, pois, que vos encontreis com o pensamento do bispo, como aliás já o fazeis. Na verdade, vosso inesquecível presbitério, digno de Deus, está unido ao bispo como as cordas à cítara. Deste modo, em vosso consenso e caridade, ressoa Jesus Cristo. Cada um de vós, igualmente, forme um coro, uníssono na concórdia, recebendo a melodia de Deus na unidade, para cantardes a uma só voz por Jesus Cristo ao Pai. Este vos ouvirá e reconhecer-vos-á por vossa atitude como membros de seu Filho. É, na verdade, útil para vós estar na imaculada unidade, a fim de que participeis sempre de Deus.

Se eu, em tão curto tempo, fiz tão grande amizade, não humana mas espiritual, com vosso bispo, como vos considero felizes por lhe estardes unidos à semelhança da Igreja a Jesus Cristo e como Jesus Cristo ao Pai; para que de tudo resulte a unidade! Ninguém se engane: se alguém não estiver junto do altar, ficará privado do pão de Deus. Se a oração de um ou dois tem tamanha força, quanto mais a oração do bispo e de toda a Igreja!

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF