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sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

São Sebastião, Cavaleiro Cristão e Mártir

São Sebastião | gaudiumpress
São Sebastião ganhou fama quando no ano 680 a cidade de Roma foi atingida pela peste. Suas relíquias foram transportadas até a Basílica de São Pedro e desde então a peste cessou.

Redação (20/01/2023 08:45, Gaudium Press) A Igreja Católica celebra no dia de hoje, 20 de janeiro, a memória de São Sebastião, mártir. Nascido na cidade de Narbona, França, no ano 256 da nossa era cristã, foi educado em Milão, norte da Itália. De família cristã, ainda jovem se sentiu atraído pela milícia romana. Seu pai era militar. O Império era dirigido por Diocleciano e se estendia por toda a região ocidental do Mar Mediterrâneo.

Sua condição e seu porte nobres, sua valentia e arrojo, fizeram com que se destacasse no cumprimento das suas funções, e o governador [imperador] romano Maximiano o apreciava por sua valentia e bons serviços, chegando a nomeá-lo chefe da primeira coorte da Guarda Pretoriana Imperial.

São Sebastião | gaudiumpress

São Sebastião, um soldado cristão condenado a morrer a flechadas

Perfeito soldado, por causa da sua condição de cristão não participava dos cultos idolátricos impostos pelo imperador pagão, e por isso caiu em sua desgraça. Procurava auxiliar a seus irmãos cristãos maltratados nas cadeias de Roma à espera de serem entregues às feras no Coliseu.

Invejosos de seu prestígio o denunciaram. Ele manteve firme sua Fé em Cristo e acabou sendo condenado a morrer a flechadas. Deixado como morto, seu corpo foi recolhido, curado, e sobreviveu às feridas.

Converteu numerosos membros do exército romano, sendo novamente levado diante do imperador que se espantou ao vê-lo vivo, pois acreditava que ele estava morto. Indignado pela firme convicção cristã de seu antigo amigo, mandou matá-lo a pauladas, e que seu corpo fosse jogado em uma cloaca.

Contudo, ele foi resgatado novamente pelos cristãos e enterrado numa Catacumba da Via Ápia, que leva até hoje seu nome. Morreu no ano 288, aos 32 de idade.

São Sebastião | gaudiumpress

São Sebastião se tornou um exemplo de vida para a comunidade cristã

Jovem e virgem, conhecido por sua alta posição social e militar, rapidamente a vida de São Sebastião se tornou exemplo para a crescente comunidade cristã que tomava conta do Império Romano pagão. Pela sua intercessão, numerosos milagres foram obrados por Deus.

Nos tempos do Imperador Constantino, quando a Igreja pôde desenvolver-se livremente, foi construída uma igreja em sua honra nas proximidades das muralhas de Roma. Reformada várias vezes no correr dos séculos, até hoje pode ser visitada, com aparências mais modernas. Uma imagem do santo preside o Altar Mor.

São Sebastião | gaudiumpress

São Sebastião: protetor nas epidemias e defensor da Fé

São Sebastião ganhou fama e grande destaque quando no ano 680 a cidade de Roma foi atingida pela peste. Suas relíquias foram transportadas até a Basílica de São Pedro e desde então a peste cessou.

O fato divulgou-se rapidamente e o Santo começou a ser invocado por toda parte, como protetor nas epidemias e como defensor da Fé na luta contra os inimigos da Religião Católica, juntamente com outros dois santos também cavaleiros: São Maurício e São Jorge.

São Sebastião | gaudiumpress

São Sebastião e o Brasil

São Sebastião é muito popular no Brasil. Ele é, por exemplo, padroeiro da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e titular da respectiva Arquidiocese. Seu nome dá também o título a, pelo menos, 144 paróquias. Sete grandes municípios, além de numerosas vilas e povoados de norte a sul do Brasil conservam seu nome até hoje.

Na batalha final contra os protestantes calvinistas franceses que ocupavam a Bahia de Guanabara em 1567, “a crença, segundo a tradição corrente entre os tamoios e assinalada por alguns dos nossos cronistas, entre os quais Melo Morais pai, diz que o próprio santo protetor da cidade foi visto de envolta com portugueses mamelucos, e índios, batendo-se contra os Calvinistas” (Max Fleiuss, História da Cidade do Rio de Janeiro, 49, Melhoramentos, São Paulo, sd). O dia da luta coincidiu com a festa de São Sebastião, 20 de janeiro de 1567. Sebastião merecera do Papa Caio o título de Defensor da Igreja. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

MJ de Lisboa já tem 400 mil inscritos. “Jovens com sede de horizonte”, afirma o Papa

"Jovens com sede de horizonte", afirma Papa Francisco | Vatican Media

"Que nesta Jornada aprendam sempre a olhar o horizonte, a olhar sempre mais além. Não levantem uma parede diante da vida. As paredes fecham, o horizonte faz crescer", são os votos de Francisco aos jovens já inscritos na Jornada Mundial da Juventude.

https://youtu.be/pPgjZ4zxu6U

Vatican News

Um dos eventos eclesiais mais aguardados deste ano de 2023 é a Jornada Mundial da Juventude, a primeira pós-pandemia. O evento está marcado para se realizar em Lisboa de 1o a 6 de agosto, com a participação do Papa.

E Francisco já começou a encorajar os jovens, enviando uma mensagem aos 400 mil inscritos. Mesmo que alguns digam que irão a Portugal "a turismo", no fundo, afirma o Pontífice, é "porque sentem necessidade de participar, de partilhar, de contar a sua experiência e receber a experiência do outro, têm sede de horizonte".

“Vocês, jovens, que são 400 mil, têm sede de horizonte. Que nesta Jornada aprendam sempre a olhar o horizonte, a olhar sempre mais além. Não levantem uma parede diante da vida. As paredes fecham, o horizonte faz crescer. Olhem sempre o horizonte, também com os olhos, mas sobretudo com o coração. Abram o coração a outras culturas, a outros rapazes, a outras moças, que vêm também a esta Jornada.”

O incentivo de Francisco é para que se preparem para a Jornada, "para abrirem horizontes, para abrir o coração" e agradece por já terem se inscrito "com tanta antecedência", fazendo votos que outros sigam o mesmo exemplo.

"Que Deus os abençoe, que a Virgem cuide de vocês. Rezem por mim que eu rezo por vocês. E não se esqueçam: paredes não, horizontes sim. Obrigado."

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quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Papa Bento às crianças mexicanas

Bento XVI na sacada central do Palácio Presidencial de Guanajuato
[© Osservatore Romano]
Arquivo 30Dias - 03/04 - 2012

Papa Bento às crianças mexicanas

Antes de ir à Cuba de 26 a 29 de março, Papa Bento quis encontrar as crianças durante a sua visita pastoral no México, realizada de 23 a 26 de março. Eis as suas palavras às crianças durante o encontro no sábado, 24 de março, na Praça da Paz, em Guanajuato, capital do Estado mexicano com o mesmo nome.

pelo papa Bento XVI

Queridas crianças,

Estou contente por vos poder encontrar, vendo os vossos rostos encher de alegria esta linda praça. Vós ocupais um lugar muito importante no coração do Papa; e isto mesmo queria que o soubessem todas as crianças do México, neste momento, particularmente as que suportam o peso do sofrimento, o abandono, a violência ou a fome, que nestes meses, por causa da seca, se fez sentir intensamente nalgumas regiões. Obrigado por este encontro de fé, pela presença festiva e a alegria que exprimistes com os cânticos. Hoje estamos cheios de júbilo, e isto é importante. Deus quer que estejamos sempre felizes. Ele conhece-nos e ama-nos. Se deixarmos o amor de Cristo transformar o nosso coração, então poderemos mudar o mundo. Esse amor é o segredo da verdadeira felicidade.

Este lugar, onde nos encontramos, tem um nome que exprime o anseio presente no coração de todos os povos: “a paz”, um dom que provém do Alto. “A paz esteja convosco” (Jo 20, 21): são palavras do Senhor ressuscitado. Ouvimo-las em cada Missa, e hoje ressoam de novo aqui, com a esperança de que cada um se transforme em semeador e mensageiro daquela paz pela qual Cristo entregou a sua vida.

O discípulo de Jesus não responde ao mal com o mal, mas sempre é instrumento do bem, arauto do perdão, portador da alegria, servidor da unidade. Jesus quer escrever em cada uma das vossas vidas uma história de amizade. Por isso considerai-O como o melhor dos vossos amigos. Ele não se cansará de vos dizer que ameis sempre a todos e façais o bem. Ouvireis isto mesmo, se vos esforçardes por manter um contato frequente com Ele, que vos ajudará mesmo nas situações mais difíceis.

Vim para que sintais o meu afeto. Cada um de vós é um presente de Deus para o México e para o mundo. A vossa família, a Igreja, a escola e quantos detêm a responsabilidade na sociedade hão-de trabalhar, de mãos dadas, para que possais receber em herança um mundo melhor, sem invejas nem divisões.

Por isso, quero aqui elevar a minha voz, convidando todos a protegerem e cuidarem das crianças, para que nunca se apague o seu sorriso, podendo viver em paz e olhar o futuro com confiança.

Vós, meus amiguinhos, não estais sozinhos. Contai com a ajuda de Cristo e da sua Igreja, para levardes uma vida de estilo cristão. Participai na Missa dominical, na catequese, em algum grupo de apostolado, procurando lugares de oração, fraternidade e caridade. Assim fizeram os Beatos Cristóvão, António e João, os meninos mártires de Tlaxcala, que, tendo conhecido Jesus no tempo da primeira evangelização do México, descobriram que não havia maior tesouro do que Ele. Eram crianças como vós, e deles podemos aprender que, para amar e servir, não há idade.

Bem gostava de ficar mais tempo convosco, mas tenho de partir. Continuaremos unidos na oração. Por isso, convido-vos a não deixardes de rezar, mesmo em casa; assim experimentareis a alegria de falar com Deus em família. Rezai por todos; por mim também. Eu rezarei por vós, para que o México seja um lar onde todos os seus filhos vivam com serenidade e harmonia. De coração vos abençoo, pedindo-vos que transmitais o carinho e a bênção do Papa aos vossos pais, irmãos e demais seres queridos. Que a Virgem vos acompanhe! Muito obrigado, meus amiguinhos!

© Copyright 2012 – Libreria Editrice Vaticana

Fonte: http://www.30giorni.it/

Papa Francisco aos budistas: juntos para curar as feridas do mundo

O Papa Francisco recebe no Vaticano uma delegação de
budistas combojanos.  (Vatican Media)

O Papa Francisco recebeu nesta manhã de quinta-feira (19/01), no Vaticano, uma delegação de budistas combojanos, assim como os representantes da sociedade civil.

Silvonei José – Vatican News

“A pobreza e a falta de respeito pela dignidade dos marginalizados causam muito sofrimento e desânimo em nosso tempo; portanto, devem ser combatidos com processos concertados que promovam a consciência da fragilidade radical de nossos contextos ambientais”: foi o que disse o Papa Francisco recebendo nesta manhã de quinta-feira (19/01), no Vaticano, uma delegação de budistas combojanos, assim como os representantes da sociedade civil.

Francisco agradeceu pela visita, que visa consolidar a amizade duradoura como líderes religiosos comprometidos em melhorar a cooperação inter-religiosa.

Num momento em que a família humana e nosso planeta enfrentam graves ameaças, - recordou o Papa – “os senhores escolheram oportunamente a 'Conversão Ecológica' como tema para seu encontro”. Este é um sinal positivo da crescente sensibilidade e preocupação pelo bem-estar da Terra, a nossa Casa comum, e pelas importantes contribuições que, inspiradas pelas crenças religiosas e tradições espirituais, podem oferecer ao seu nobre país no caminho de cura social e reconstrução econômica após as crises sócio-políticas das últimas décadas, afirmou o Santo Padre.

*

Depois de sublinhar que a pobreza e a falta de respeito pela dignidade dos marginalizados causam muito sofrimento e desânimo em nosso tempo, Francisco disse que “há uma necessidade urgente de buscar, através do diálogo em todos os níveis, soluções integradas baseadas no respeito da fundamental interdependência entre a família humana e a natureza.

“Por esta razão, seguindo o caminho traçado por meus antecessores, continuei a insistir no cuidado de nossa Casa comum, um cuidado que é também "uma vocação ao respeito: respeito pela criação, respeito pelo próximo, respeito de si mesmo e respeito pelo Criador"”.

O Papa Francisco no seu discurso recordou que a conversão ecológica ocorre quando se reconhecem as raízes humanas da atual crise ambiental; “quando o verdadeiro arrependimento leva a desacelerar ou deter tendências, ideologias e práticas nocivas e desrespeitosas à criação; e quando as pessoas se comprometem a promover modelos de desenvolvimento que curem as feridas infligidas pela ganância, pela busca excessiva de ganhos financeiros, pela falta de solidariedade para com os vizinhos e pelo desrespeito ao meio ambiente”. A conversão ecológica destacou ainda o Papa visa "transformar em sofrimento pessoal o que está ocorrendo no mundo, e assim reconhecer qual é a contribuição que cada pessoa pode dar".

Francisco evidencia ainda que o diálogo revela a profunda riqueza que as respectivas tradições religiosas oferecem em apoio aos esforços para cultivar a responsabilidade ecológica. Seguindo os princípios que o Buda – disse o Papa - legou a seus discípulos (Pratimoksa), incluindo a prática chamada 'metta', que consiste em não prejudicar os seres vivos, e vivendo um estilo de vida simples, os budistas podem adquirir uma atitude de compaixão para com todos os seres, incluindo a terra, seu habitat. Por sua vez, os cristãos cumprem sua responsabilidade ecológica quando, como custódios confiáveis, protegem a criação, a obra que Deus confiou ao homem para que a cultivasse e a cuidasse.

O Santo Padre concluiu suas palavras dizendo estar certo de que o encontro com os membros do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso proporcionará uma oportunidade para explorar outras formas de promover a conversão ecológica através das iniciativas empreendidas pelo diálogo budista-cristão seja no Camboja, seja em toda a região.

MORAL: O falso drama dos pseudoescrupulosos (4/6)

O falso drama dos pseudoescrupulosos | Presbíteros

O falso drama dos pseudoescrupulosos

Por Pe. José Eduardo Oliveira e Silva

A VOLUNTARIEDADE DOS ATOS E A CONFUSÃO DOS PSEUDOESCRUPULOSOS

Quando uma pessoa insiste em confessar um a um todos os pensamentos estúpidos de que a mente é capaz ou de relatar todas as imperfeições que cometeu como se fossem pecados consumados, estamos diante de uma ignorância persistente.

Há desde quem se queira acusar pelo fato de ter pisado numa barata aos cinco anos de idade até quem o queria por ter deixado o terço cair da mão, uma vez, na semana passada.

Obviamente, essas pessoas são incapazes de entender que apenas os atos humanos são passíveis de moralidade.

A Teologia Moral tradicionalmente distingue entre os “atos do homem” e os “atos humanos”. Os primeiros são quaisquer atos realizados pelo homem sem voluntariedade (piscar, digerir, os atos reflexos etc.) e os segundos são aqueles realizados com voluntariedade, ou seja, porque se quis.

São Tomás de Aquino explica, na Suma Teológica (cf. I-II, q. 8), que a vontade é um “apetite racional” que segue uma “forma apreendida”. Em outras palavras, ninguém pode querer sem ter ciência do que quer (como diziam os antigos, “nihil volitum nisi præcognitum”, “ninguém pode querer sem ter conhecido antes”). O mesmo princípio é reafirmado por São João Paulo II na Encíclica Veritatis Splendor, n. 78.

Os pseudoescrupulosos, em sua sanha por inventar pecados, acabam sempre reinterpretando os seus atos involuntários como sendo objetivamente pecaminosos. Por exemplo, “quando eu fiz aquilo eu poderia ter causado aquela consequência ruim” — consideração absurda que no momento da ação ele mesmo não tinha presente.

Quando entram no mundo das “omissões”, então, a coisa se complica infinitamente, pois começam a inventar coisas que poderiam ter feito e não fizeram, não percebendo que a omissão consiste na escolha de não realizar um dever, entendido como tal na hora da escolha. Imaginem a neurose que é ficar investigando tudo que se poderia ter feito.

Por isso, os falsos escrupulosos têm verdadeira fome por tratados de moral, porque os ajudam a encontrar pecados que eles nunca imaginaram que teriam cometido, atribuindo-lhes a posteriori uma voluntariedade que não tiveram no momento em que supostamente realizaram ou omitiram aquelas ações. — Obviamente, eu não incluo aqui os atos “voluntários in causa” ou “voluntários indiretos” (quando uma ação é diretamente querida como meio para alcançar um efeito produzido).

Segundo a doutrina católica, a ignorância do fato exime de culpa (nem sempre a ignorância da lei, pois, às vezes, o interessado teria obrigação de conhecê-la; daí que não tem sentido aquela desculpa de quem diz “prefiro nem saber para não ter que cumprir”). Mas os falsos escrupulosos sempre apresentam situações mirabolantes em que atribuem consciência posterior à sua ignorância anterior, não percebendo que isso mesmo é uma demonstração de ignorância doutrinal. De fato, não são escrupulosos, são ignorantes.

O fulano queria ajudar uma pessoa, fez uma boa obra, mas, a despeito de sua vontade, acabou acontecendo uma consequência ruim… Pronto! Isso já é suficiente para que o pseudoescrupuloso se considere culpado pelo efeito mau, sendo que ninguém pode ser responsabilizado pelos maus efeitos de suas boas ações (por exemplo, um juiz não é responsável pelo suicídio de um condenado porque ele emitiu uma sentença justa de condenação).

A ignorância dessas pessoas as faz analisarem as suas ações como acontecimentos exteriores aos quais elas atribuem, pelo simples fato de serem realizadas, a voluntariedade. Não conseguem observar as ações desde dentro, desde a vontade, ignorando que seu o propósito interior é o que confere a responsabilidade pela ação.

Alguém escuta sem querer uma música estrangeira e, depois, vai conferir a letra e descobre, para a sua surpresa, que é imoral, logo, considera-se em pecado. Uma pessoa não percebe que estava com a blusa levantada na parte de trás, logo, considera ter cometido um pecado de

imodéstia. O sujeito se distrai e fala algo que não deveria ter dito, logo, julga-se em pecado. Outro, enfim, esbarra sem querer numa imagem indecente, à qual não quis nem por um segundo ver, pronto!, já se considera em pecado mortal.

Para que haja culpa de pecado grave, a Igreja ensina que a matéria precisa ser grave (diretamente contra o amor a Deus ou a benevolência ao próximo, contra a castidade ou contra os cinco mandamentos da Igreja; os demais mandamentos admitem parvidade de matéria, quer dizer, podem chegar a ser graves, mas não o são em toda a sua extensão), que deve haver plena advertência e perfeito consentimento.

Ora, ninguém tem plena advertência dormindo ou anestesiado. Os falsos escrupulosos não se cansam, porém, de querer confessar sonhos ou movimentos corporais ocorridos no estado de semissonolência.

Sobre o perfeito consentimento, creio que tudo que disse acima acerca da voluntariedade esclareça o tema suficientemente. Contudo, vale lembrar: ninguém peca mortalmente sem a plena anuência da vontade! Mesmo que a matéria seja grave, para que haja culpa, deve-se querer plenamente realizar aquilo (o que pode coincidir, às vezes, com certa repulsa; como no caso de alguém que comete um crime voluntariamente, mas com certa aversão emocional).

Mesmo os pecados por pensamento, sem consentimento, não possuem plena razão de pecado. Aquilo que se chama tradicionalmente de “delectatio morosa” é o pensamento consentido, ou seja, querer pensar ou imaginar algo. A simples passagem de uma imagem ou ideia tosca pela nossa mente, se for refutada imediatamente (caso seja passageira) ou se for insistentemente combatida (caso seja persistente) não é consentir em pecado, mas simplesmente sentir uma tentação e resisti-la (o que é até meritório). O ignorante, porém, confunde tudo e, por sua falta de doutrina, acaba por adscrever como pecados um monte de bobagens que a sua mente fértil acabou excretando.

Se a sua tia está assistindo uma novela indecente na sala ao lado, você não é culpado por estar ali. Se você usa um computador alheio no qual há um programa ilicitamente adquirido, você não é culpado de cooperação. Isso não passa de aplicação errada de princípios que você não sabe utilizar. Pare com isso agora mesmo e seja obediente a um criterioso confessor!

Fonte: https://presbiteros.org.br/

As 5 mais populares obras escritas pelo Papa Bento XVI

KNA-Bild / AFP
Cardeal Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, em 1984
Por Philip Kosloski

Conheça cinco tesouros do Papa Emérito que aparecem nos seus rankings de livros mais vendidos.

Um artigo assinado por Francis X. Rocca no Wall Street Journal declarou o Papa Bento XVI como um “autor best-seller”, lembrando que ele “escreveu mais de 60 livros e numerosos documentos pontifícios, incluindo três encíclicas”.

Bento XVI, de fato, foi um teólogo e estudioso altamente respeitado e, embora alguns de seus escritos sejam mais técnicos e de difícil compreensão para o leitor leigo, muitos de seus livros são acessíveis a qualquer católico.

Aqui estão seus 5 livros mais populares, de acordo com os rankings da Goodreadse da Amazon.

1 | JESUS ​​DE NAZARÉ

Durante o seu pontificado, Bento XVI escreveu uma trilogia de livros intitulada Jesus de Nazaré. Ele explicou que esses três livros representavam a sua “busca pessoal ‘pela face do Senhor’”.

Bento abordou a vida de Jesus em três volumes: Do Batismo no Jordão à Transfiguração; Semana Santa: Da Entrada em Jerusalém à Ressurreição; e, por último, As Narrativas da Infância.

Cada livro procura “restaurar a verdadeira identidade de Jesus, conforme descoberta nos Evangelhos”.

2 | INTRODUÇÃO AO CRISTIANISMO

Em seu prefácio a esta obra originalmente publicada em 1968, Bento XVI explicou que “a questão do real conteúdo e significado da fé cristã está hoje envolta em uma névoa de incerteza maior do que em quase qualquer período anterior da história”.

Ele reuniu muitas de suas palestras em um livro com o objetivo de ajudar “a compreender a fé novamente como algo que torna possível a verdadeira humanidade no mundo de hoje, para apresentar a fé sem trocá-la pela moeda fácil da conversa fiada, que dolorosamente procura esconder um completo vazio espiritual”.

É uma ótima introdução à fé que, de muitas maneiras, prefigura seu trabalho sobre o Catecismo da Igreja Católica.

3 | INTRODUÇÃO AO ESPÍRITO DA LITURGIA

Como cardeal, Bento XVI procurou honrar o livro Espírito da Liturgia, de Romano Guardini, com os seus próprios pensamentos sobre a liturgia e a adoração a Deus. Ele explicou que não pretendia envolver-se “com discussões e pesquisas acadêmicas. Estou simplesmente oferecendo uma ajuda para a compreensão da fé e para a reta maneira de dar à fé sua forma central de expressão na Liturgia”.

A liturgia era um dos assuntos mais queridos do Papa Bento XVI – e este livro resume a sua posição quanto à renovação litúrgica do século passado.

4 | ENCÍCLICAS

Aqui não se trata de um único livro, mas de vários de um mesmo estilo, as cartas encíclicas Todas as de Bento XVI são altamente recomendadas e bem-recebidas. Aliás, as encíclicas estão entre as suas publicações mais populares em geral.

Elas incluem Deus Caritas Est (“Deus é amor”), Spe Salvi (“Salvos na Esperança”) e Caritas in Veritate (“Amor na Verdade”). Foram escritas de maneira muito acessível ao leitor e, ao mesmo tempo, com abundância de profundas verdades espirituais.

O conjunto das encíclicas de Bento XVI permanece entre as suas obras mais vendidas e lidas.

5 | NO PRINCÍPIO DEUS CRIOU O CÉU E A TERRA

Para concluir esta lista muitíssimo simplificada das obras mais populares de Bento XVI, muitos fiéis vêm descobrindo uma coleção de homilias de Joseph Ratzinger como cardeal, publicadas sob o título de “No princípio Deus criou o Céu e a terra” e focadas no entendimento católico da história da criação e da queda do homem no pecado.

Na obra, o futuro Bento XVI explora o livro do Gênesis e apresenta uma visão revigorante da história da criação.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa, cristãos: agentes de reconciliação, próximos às vítimas de injustiça e guerras

O Papa Francisco com a delegação ecumênica da Finlândia por
ocasião da Festa de Santo Henrique  (Vatican Media)

Francisco recebeu a Delegação Ecumênica da Finlândia, por ocasião da festa do padroeiro Santo Henrique, e recordou o valor de nos imergir juntos "nas feridas dos necessitados". É o Batismo que nos pede para realizar "obras de justiça e gestos concretos de proximidade" aos mais vulneráveis.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (19/01), no Vaticano, uma Delegação Ecumênica da Finlândia que veio a Roma para celebrar a festa de Santo Henrique.

Francisco disse que ficou feliz "em receber representantes não apenas luteranos e católicos, mas também ortodoxos e metodistas", agradeceu as palavras cordiais e as condolências expressas pela representante do grupo em relação à morte de Bento XVI, e pelo que evocou de sugestivo "através da imagem do Mar Báltico, fonte de vida ameaçada pela ação do homem, ponto de encontro dolorosamente afetado pelo clima de confronto causado pela feroz insensatez da guerra que é sempre uma derrota, sempre".

Praticar gestos concretos de proximidade 

O Papa retomou o que ela disse a propósito das águas, "que a nós cristãos recorda o dom da reconciliação recebido no Batismo". "Recentemente celebramos o Batismo do Senhor. Somos filhos reconciliados e por isso somos chamados a nos reconciliar cada vez mais entre nós, e a ser agentes de reconciliação no mundo", sublinhou Francisco.

É bonito ver tudo isso na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Nela, rezamos juntos o Credo niceno-constantinopolitano, professamos "um só batismo pelo perdão dos pecados", mas neste ano refletimos também sobre algumas palavras extraídas do livro do profeta Isaías: "Aprendei a fazer o bem, procurai a justiça". Assim, ouvimos o eco do nosso Batismo que nos chama, como justificados pela graça, a realizar gratuitamente obras de justiça, a praticar gestos concretos de proximidade com quem é vítima de injustiça, descarte, de várias formas de opressão e, sobretudo, de guerras. Como testemunhas da fé em Cristo, que se imergiu na fragilidade da nossa condição humana, somos chamados a imergir-nos nas feridas dos necessitados. E fazer isso juntos.

É necessário um zelo ardente pela evangelização

Segundo o Papa, "na comunidade de todos os batizados, sabemos que de fato estamos unidos entre nós, aqui e agora, com cada irmã e irmão em Cristo, mas também às nossas mães e nossos pais na fé que viveram antes de nós. Da perfeita comunhão do Céu eles nos olham e nos convidam a caminhar juntos nesta terra. Santo Henrique, testemunha da fé, mensageiro da esperança e instrumento da caridade, é um deles. Com ele celebramos a comunhão ecumênica de todos os santos, conhecidos e desconhecidos, renascidos para uma nova vida das águas do Batismo. Em tudo reconhecemos como é grande a unidade que nos une e como é importante rezar juntos, trabalhar assiduamente e dialogar intensamente para superar as divisões e ser, segundo a vontade do Senhor, um na comunhão trinitária, para que o mundo creia".

Estamos certamente cientes disso, mas a consciência por si só não basta. É necessário alimentar uma verdadeira paixão, uma paixão que brota do amor à comunhão, do desejo de superar o contra testemunho dado pelas lacerações históricas entre os cristãos, que feriram a unidade do Corpo de Cristo. Hoje, sobretudo, é necessário um zelo ardente pela evangelização, porque anunciando juntos nos redescobrimos irmãos e irmãs; e compreendemos que não se pode difundir dignamente o nome de Jesus, que nasceu, morreu e ressuscitou por todos, sem testemunhar a beleza da unidade, sinal distintivo dos seus discípulos.

O Papa convidou a delegação ecumênica da Finlândia a pedir juntos "o dom de um renovado zelo apostólico, que nos faça redescobrir os outros fiéis como nossos irmãos e irmãs em Cristo, que nos faça sentir apóstolos reconciliados por Deus para nos reconciliar entre nós e nos tornarmos artífices da reconciliação para o mundo". Pediu também para rezar juntos, cada um na própria língua, o Pai-Nosso, "a oração dos filhos que, melhor do que qualquer outra, manifesta a realidade do nosso Batismo". Rezar "juntos, uns com os outros e uns pelos outros".

Santíssimo Sacramento é profanado em igreja na Nicarágua

Hóstias profanadas na igreja em Manágua, Nicarágua / 
Paróquia Nossa Senhora dos Desamparados – San Rafael Sur
Por Walter Sánchez Silva

MANÁGUA, 18 Jan. 23 / 02:00 pm (ACI).- O Santíssimo Sacramento foi profanado na paróquia Nossa Senhora dos Desamparados, da área de San Rafael del Sur, em Manágua, Nicarágua.

“Na madrugada de domingo, 15 de janeiro, pessoas de poucos escrúpulos e que não temem a Deus entraram na paróquia pela parte de trás das grades das janelas, abrindo os armários, pegando a chave do Santíssimo Sacramento e profanaram o Santíssimo, deixando o tabernáculo e as hóstias consagradas no chão", disse a paróquia em sua página de Facebook ontem (17).

A paróquia pediu a todos os fiéis locais para “colocar-se em oração”.

Segundo a paróquia Nossa Senhora dos Desamparados, será celebrada “missa de ato de reparação, desagravo e perdão” na quinta-feira (19), às 18h.

A paróquia também convidou a rezar a seguinte “Oração de desagravo a Jesus Sacramentado”:

Senhor, perdoai todos os sacrilégios eucarísticos.
Senhor, perdoai todas as sagradas comunhões recebidas indignamente.
Senhor, perdoai todas as profanações ao Santíssimo Sacramento do altar.
Senhor, perdoai todas as irreverências na Igreja.

Senhor, perdoai todas as profanações, desprezos e abandonos dos tabernáculos.
Senhor, perdoai todos aqueles que abandonaram a Igreja.
Senhor, perdoai todo desprezo pelos objetos sagrados.
Senhor, perdoai todos aqueles que se juntaram às fileiras dos teus inimigos.

Senhor, perdoai todos os pecados do ateísmo.
Senhor, perdoai todos os insultos ao teu Santo Nome.
Senhor, perdoai toda a frieza e indiferença contra o teu amor redentor.
Senhor, perdoai todas as irreverências e calúnias contra o Santo Padre.

Senhor, perdoai todo desprezo aos bispos e sacerdotes.
Senhor, perdoai todo desprezo pela santidade da família.
Senhor, perdoai todo desprezo pela vida humana.

Jesus, eu confio em Vós!

Amém.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Religiões a serviço da paz, do amor e da tolerância

Tolerância religiosa | cristoreimarau

RELIGIÕES A SERVIÇO DA PAZ, DO AMOR E DA TOLERÂNCIA

 

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ) 

No dia 21 de janeiro, celebramos o Dia Mundial da Religião e, no Brasil, o Dia Nacional de Combate à Intolerância religiosa. Estas duas datas nos fazem pensar no contributo e na missão precípua e transcendente das religiões na construção de um mundo mais fraterno e unido.  

O dia mundial da Religião foi iniciativa da fé bahá’í, aprovada pela ONU, em sua Assembleia Geral, de 1949; uma religião fundada na Pérsia e, por ser favorável ao encontro e a união entre as religiões, foi cruel e sistematicamente perseguida. Já o dia nacional de combate à intolerância religiosa, foi instituído em 2007, pela lei 11.635, em homenagem à ialorixá Mãe Gilda que foi vítima de intolerância religiosa.  

Como vemos, a intolerância e os conflitos inter-religiosos têm se acentuado com a globalização gerando fanatismo, fundamentalismo que termina se manifestando em violência, perseguição e morte por motivos de crenças. Há tempos, ainda recentes, afirmava um famoso teólogo cristão que a Paz, no mundo, passa pela paz e o diálogo entre as religiões. O último capítulo da Fratelli Tutti, do Papa Francisco, está consagrado ao Diálogo Inter-religioso e à missão e responsabilidade das religiões para edificar a fraternidade e amizade social, abrindo caminhos de compreensão, amor e bem querência.  

Nesta semana que passou, foi apresentado, no dia 19 de janeiro, o II Relatório sobre intolerância religiosa no Brasil, América Latina e o Caribe. Constata-se, apesar de um crescimento das diversas formas e vítimas da intolerância, também uma maior consciência, em grupos e movimentos inter-religiosos, que vão formando e capacitando agentes e firmando redes de proteção e prevenção, estabelecendo parcerias religiosas, civis e com o poder público, através de conselhos e outros organismos comunitários e públicos.  

Ser religioso e, mais especificamente cristão, é testemunhar o Deus amor, que quer que seus filhos vivam em paz como irmãos(ãs); o Reino instaurado por Cristo nos convida a banir a intolerância, o ódio e a discriminação, pois atentam e ofendem a filiação divina e a dignidade da pessoa humana. Pelo diálogo, a paz, a fraternidade, entre todas as religiões. Deus seja louvado!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

O Papa: Jesus tem saudade de nós. Este é o zelo de Deus

O Papa: Jesus tem saudade de nós | Vatican Media

No ciclo de catequese sobre a paixão evangelizadora e o zelo apostólico, iniciado na semana passada, Francisco reflete sobre Jesus e o seu coração que não deixa que ninguém "se vire". O cristão imita os sentimentos do Pai para testemunhar o seu amor não que esquece ninguém.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Na Audiência Geral, desta quarta-feira (18/01), realizada na Sala Paulo VI, o Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre o zelo apostólico que deve animar a Igreja e cada cristão, convidando a olhar para "o modelo insuperável do anúncio: Jesus".

O fato de Jesus "ser o Verbo, ou seja, a Palavra", nos indica que Ele "está sempre em relação, em saída, nunca isolado. Com efeito, a palavra existe para ser transmitida, comunicada. Assim é Jesus, Palavra eterna do Pai comunicada a nós. Cristo não só tem palavras de vida, mas faz da sua vida uma Palavra, uma mensagem: ou seja, vive sempre voltado para o Pai e para nós. Sempre olhando para o Pai que o enviou e olhando para nós aos quais Ele foi enviado".

Jesus tem "intimidade com o Pai, oração" e "todas as decisões e escolhas importantes são feitas depois de ter rezado. Nesta relação, na oração que o une ao Pai no Espírito, Jesus descobre o sentido do seu ser homem, da sua existência no mundo porque Ele está em missão para nós, enviado pelo Pai a nós". Jesus "nos oferece a chave do seu agir no mundo: despender-se pelos pecadores, tornando-se solidário para conosco sem distâncias, na partilha total da vida". "Falando da sua missão", Jesus "dirá que não veio «para ser servido, mas para servir e dar a sua vida». Todos os dias, depois da oração, Jesus dedica toda a sua jornada ao anúncio do Reino de Deus e a dedica às pessoas, sobretudo aos mais pobres e frágeis, aos pecadores e doentes. Ou seja, Jesus está em contato com o Pai na oração e depois está em contato com as pessoas para a missão, para a catequese, para ensinar o caminho do Reino de Deus".

Ser pastor, um verdadeiro estilo de vida

Jesus nos oferece a sua imagem, "o seu estilo de vida", falando de si como do bom Pastor, aquele que «dá a sua vida pelas ovelhas».

Com efeito, ser pastor não era apenas um trabalho, que exigia tempo e muito esforço; era um verdadeiro estilo de vida: vinte e quatro horas por dia, vivendo com o rebanho, acompanhando-o ao pasto, dormindo entre as ovelhas, cuidando das mais frágeis.

“Em síntese, Jesus não faz algo por nós, mas dá a vida por nós. O seu é um coração pastoral. Ele é um pastor com todos nós.”

"Para resumir numa palavra a ação da Igreja, usa-se muitas vezes o termo “pastoral”. E para avaliar a nossa pastoral, devemos nos confrontar com o modelo, Jesus bom Pastor." "Quem está com Jesus, descobre que o seu coração pastoral bate sempre por quantos estão perdidos, transviados, distantes. E o nosso?", perguntou o Papa, ressaltando que muitas vezes temos uma atitude estranha "com quem é um pouco difícil ou é um pouco difícil para nós", e dizemos: "É problema dele, que se vire". Jesus nunca disse isso, nunca. Ele vai ao encontro de todos, de todos os marginalizados, dos pecadores. Ele era acusado disso: de estar com os pecadores, porque levava aos pecadores a salvação de Deus".

O coração pastoral reage de outra maneira

A seguir, Francisco disse que "se quisermos treinar o nosso zelo apostólico", devemos recordar sempre a parábola da ovelha perdida, contida no capítulo 15 de Lucas. "Ali podemos entender o que é o zelo apostólico". Nessa parábola "descobrimos que Deus não contempla o redil das suas ovelhas, nem as ameaça para que não vão embora. Pelo contrário, se uma sai e se perde, não a abandona, mas vai à sua procura. Não diz: “Foi-se, a culpa é dela, o problema é seu”.

 O coração pastoral reage de outra maneira: sofre e arrisca. Sofre: sim, Deus sofre por quem parte, e na medida em que o chora, ama-o ainda mais. O Senhor sofre quando nos distanciamos do seu coração. Sofre por quem não conhece a beleza do seu amor, nem o calor do seu abraço. Mas, em resposta a este sofrimento, não se fecha, mas arrisca: deixa as noventa e nove ovelhas que estão a salvo e aventura-se em busca da única que se perdeu, fazendo assim algo arriscado e até irracional, mas em sintonia com o seu coração pastoral, que tem saudade de quantos se foram. Quando ouvimos falar que alguém deixou a Igreja o que dizer? Que se vire? Não.

“Jesus nos ensina a saudade daqueles que se foram. Jesus não tem raiva nem ressentimento, mas uma irredutível saudade de nós. Jesus tem saudade de nós. Este é o zelo de Deus!”

Segundo o Papa, "talvez sigamos e amemos Jesus há muito tempo, sem nunca nos perguntarmos se compartilhamos os seus sentimentos, se sofremos arriscamos, em sintonia com o seu coração pastoral! Não se trata de fazer proselitismo, para que outros sejam “dos nossos”, mas de amar a fim de que sejam filhos felizes de Deus". "Evangelizar não é fazer proselitismo. Fazer proselitismo é uma coisa pagã, não é religioso nem evangélico", sublinhou Francisco, convidando a pedir "na oração a graça de um coração pastoral, aberto, próximo a todos, para levar a mensagem do Senhor e ouvir os que têm saudade de Cristo. Sem este amor que sofre e arrisca, correremos o risco de nos apascentarmos unicamente a nós mesmos".

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF