Translate

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Dos Capítulos sobre a perfeição espiritual, de Diádoco de Foticéia, bispo

A perfeição espiritual | gritaroevangelho

Dos Capítulos sobre a perfeição espiritual, de Diádoco de Foticéia, bispo
(Cap.12.13.14:PG 65,1171-1172)        (Séc.V)

Só a Deus amarás

 Não pode amar a Deus quem ama a si mesmo. Pelo contrário, quem não se prefere por causa das incomparáveis riquezas do amor de Deus, este ama a Deus. Daí decorre que jamais busque a própria glória, mas a glória de Deus. Pois quem se ama, procura sua glória, mas quem ama a Deus, ama a glória de seu Criador.  

É próprio da alma sensível ao amor e a Deus procurar sempre a glória de Deus, deleitando-se em realizar todos os preceitos com submissão. Porque a Deus, por causa de sua magnificência, convém a glória. Ao homem, porém, convém a submissão que nos faz familiares de Deus. Quando procedemos assim, nós nos alegraremos com a glória do Senhor e, a exemplo de João Batista, começaremos a dizer sem nunca cessar: É preciso que ele cresça e que nós diminuamos.  

Conheci uma pessoa que, embora chorando por não amar a Deus como quereria, de tal forma o amava que seu espírito era constantemente presa do veemente desejo de que Deus nela encontrasse sua glória, ela mesma era como nada. Quem vive assim não será louvado por palavras, mas se conhecerá por quem de fato é. Pelo imenso desejo humilde, nem pensava em sua dignidade, apesar de servir a Deus conforme prescreve a lei para os sacerdotes. Pela intensa vontade de amar a Deus, começou a esquecer-se de seus títulos, ocultando na profunda caridade para com Deus, pela humildade de espírito, a glória de sua posição, a ponto de sentir-se sempre servo inútil, indiferente a seu valor, ansiando pela humildade. Também nós assim deveríamos proceder, fugindo de toda honra e glória, por causa das inestimáveis riquezas do amor para com o Deus que verdadeiramente nos ama.  

Quem ama a Deus no íntimo do coração é por ele conhecido. Pois de toda a caridade de Deus que alguém guarda no fundo da alma, nesta mesma medida o ama. Por isso, vem a  amar com extremos a luz do conhecimento, a ponto de senti-la até nos ossos. Já não se conhece mais a si mesmo. Está todo transformado pela caridade.  

Aquele que chegou a este ponto, vive, sim, mas como se não vivesse; vive no corpo, mas, pela caridade, peregrina nos eternos caminhos para Deus. Abrasado o coração pelo fogo da caridade, facho ardente de desejo, une-se a Deus, liberto de todo apego a si mesmo pela caridade de Deus: Se somos arrebatados fora de nós, é por Deus: se somos sóbrios, é para vós, como diz o Apóstolo.

História da Igreja: Os Primeiros Concílios – Parte 1

Afresco do século XVI representando o Primeiro Concílio de Niceia |
cleofas

História da Igreja: Os Primeiros Concílios – Parte 1

 POR PROF. FELIPE AQUINO

INTRODUÇÃO: Vivemos num mundo em que são tantas as mentiras que é difícil conhecer a verdade. Isso pode ser também afirmado da verdade religiosa, de modo que, ou admitimos que cada um tem sua verdade, e daí a confusão e multiplicação das crenças, ou se admitimos que a verdade é una ou única, temos a obrigação de buscá-la até a encontrar. No caso anterior, a tolerância deve ser a primeira conseqüência, e a intolerância a última e ilógica conclusão. No segundo caso, entraríamos na teoria das probabilidades para deixar uma porta aberta a outras escolhas e de um modo especial, vista a subjetividade individual em que se transforma a busca e a posse da verdade universal, também estaríamos obrigados à tolerância. Esta, pois, deve ser a base da religião atual, qualquer que sejam suas premissas.

Porém nem sempre foi a tolerância o motor das relações religiosas, nem podemos afirmar que ela o seja hoje em todas elas. De fato, a diversidade religiosa foi outrora tratada como um mal a combater, como se a intolerância fosse uma virtude e não um defeito, um dever e não uma conduta viciosa e errada.

Ao intentar escrever sobre os primeiros Concílios da Igreja, veremos como não é questão de disciplina ou norma de vida o que neles essencialmente se discutia, mas é a natureza de Deus, especialmente a sua natureza trinitária e na sua relação com o homem, ou seja a salvação do mesmo.

ECUMÊNICO: A palavra provém do grego (oikumene=terra habitada) e em termos modernos significa universal. Muitos admitem o Concílio de Niceia (325) como o primeiro concílio ecumênico, mas outros pensam que o primeiro digno desse nome, foi o concílio de Jerusalém (43), celebrado este em vida dos apóstolos. Como em todos os concílios, em Jerusalém temos duas partes bem diferentes: a principal é a verdade teológica (respeito a Deus) a ser aplicada e representada em termos humanos e portanto analógicos e imperfeitos, embora filosóficos e científicos, que chamamos de teológicos. Por serem científicos têm o carimbo de serem absolutos e irrefutáveis. Eles constituem a base da crença ou da fé. A segunda corresponde aos cânones (normas ou regras) a serem observados na vida prática. Estes parecem mais moldáveis e cambiantes, segundo os costumes particulares de cada época. Se os primeiros constituem o credo comum, os últimos formaram a base do que se tem chamado Direito. Ambas as partes podem ser encontradas no Concílio de Jerusalém.

O PROBLEMA TEOLÓGICO: Alguns cristãos dos chamados judaizantes, ensinavam: “Se não vos circuncidais, segundo a prática de Moisés, não podereis ser salvos” (At 15,1). Aparentemente era um erro ou desvio de conduta. Na realidade como Paulo demonstra em Gal 2 e 3, era um erro doutrinal. Pois se a circuncisão fosse necessária, a cruz de Cristo (=redenção) seria inútil. Admitir a necessidade da circuncisão era esvaziar a cruz de Cristo. Por isso no Concílio a resposta foi dada de modo pleno e satisfatório por Pedro: “Cremos que somos salvos pela graça do Senhor Jesus, tanto os judeus como os pagãos” (At 15,11). Ou seja, a salvação, para todos, tem como causa e origem a obra gratuita e amorosa de Jesus (Xaris em grego).

OS CÂNONES: como em todos os concílios ecumênicos, após a determinação de uma particular verdade teológica, hoje chamada de dogma, procura-se resolver problemas de conduta, muitas vezes desordenada por não dizer pecaminosa. Se os gentios não estavam obrigados à circuncisão, qual deveria ser sua conduta em termos relativos aos ídolos, e comidas e relações matrimoniais que implicavam impurezas, contraídas segundo a lei, e portanto afastamento de Deus, segundo pensar comum na época? De todas as inúmeras formas de impureza contaminantes que impediam a convivência com os judeus, Tiago só pede três abstenções, que constituíam a lei chamada dos filhos de Noé e que eram propostas aos pagãos conversos que frequentavam a sinagoga. A impureza de contaminação provinha dos idolotitos, as carnes compradas nos açougues e que eram parte dos animais sacrificados aos ídolos; a impureza da fornicação que os modernos entendem de contrair matrimônio com pessoas consanguíneos, e que talvez poderia ser em parte a de usar o matrimônio durante a menstruação, e finalmente a impureza de comer ou beber sangue de animais, em cujo caso entrava a comida de animas sufocados, dos quais o sangue não foi retirado antes da morte. Compreende-se que a convivência de judeus e pagãos era difícil nos primeiros momentos do cristianismo e que aqueles, acostumados a uma série de complicadas leis de pureza que faziam insuportável a vida, como diz o Senhor (Mt 23, 4), tivessem reparos em aceitar os novos irmãos dentro de suas reuniões.

CONCLUSÃO: O primeiro problema, o da circuncisão, demorou muito tempo em ser resolvido e constituiu a grande cruz de Paulo (talvez em parte se refira a isso dizendo que estava sofrendo o que faltava à cruz de Cristo). Mas também foi a base de sua doutrina sobre a liberdade da lei, nas suas cartas aos Gálatas, Romanos e Efésios. Hoje é um problema completamente resolvido e esquecido. Enquanto aos cânones, como norma de conduta cristã, sabemos que estavam vigentes no século II pelas palavras dos mártires de Lião; mas desapareceram com o tempo desde que o convívio com os judeus não foi mais necessário, e não constituem hoje em dia objeto de legislação eclesiástica alguma.

O CONCÍLIO DE NICEIA I: A PARTE DOGMÁTICA

CONCÍLIO: A palavra concílio (do latim concilium) significa convenção, reunião. A convocação dos mesmos não tem origem eclesiástica nos quatro primeiros, até o de Calcedônia inclusive (451); mas foram convocados pelos imperadores de Constantinopla. Devemos distinguir entre concílios e lugares e casos mais particulares, embora a palavra concílio fosse usada também para sínodos locais. Os concílios são designados pelos nomes das cidades onde teve lugar a reunião. Caso de haver mais de um concílio na mesma cidade, recebe um numeral distintivo, como por exemplo Niceia II ou Constantinopla IV. Tanto os católicos como os gregos ortodoxos e algumas denominações evangélicas aceitam como válidos os oito primeiros concílios até o Constantinopolitano IV (869) antes da excisão entre as dois grandes ramas da Igreja em oriental e ocidental. Vamos nos deter no primeiro concílio ecumênico, o de Niceia I em 325. Houve um outro concílio em Niceia em 787 (Niceia II) que condenou os iconoclastas ou aqueles que queimavam imagens e que logicamente certos evangélicos não consideram como ecumênico.

CONCÍLIO DE NICEIA I: Junto com o Constantinopolitano I determinou a base da crença na Trindade, pela qual os que somos cristãos nos distinguimos dos judeus e dos maometanos, professando uma fé num Deus único, mas ao mesmo tempo trino em pessoas que nos distingue das outra religiões que entram na denominação de religiões do “livro”. Os outros dois concílios que determinam a Encarnação, Éfeso e Calcedônia, entram dentro dos quatro admitidos hoje por todos os cristãos. Diante da autonomia do Bispo local, considerado como representante dos apóstolos, o concílio é a única possibilidade de dar expressão à unidade da Igreja. A partir de Constantino, as normas eclesiásticas que acompanham as definições dogmáticas dos concílios ecumênicos, constituem decisões que tem efeito civil de leis imperiais.

CONVOCAÇÃO DO CONCÍLIO: Foi o próprio Constantino que o convocou, embora pensou inicialmente em Ancira (centro da Anatólia ou Ásia Menor atual), porque o bispo do lugar era contrário aos arianos, contra os quais se queria combater. Mas depois se inclinou por Niceia, no momento capital do império. Foi um gesto favorável aos arianos tanto porque o bispo local, Teógnides, como também o metropolitano (bispo da região), Eusébio de Nicomedia, se mostravam benévolos aos mesmos. O programa de Constantino, que já encontrava um Oriente quase totalmente cristão, era realizar uma pacificação geral da Igreja e uma nova organização da mesma, porque, como instituição, se tornara fundamental para a convivência dentro do império romano, neste caso no Oriente. Pretendia assim mesmo, por fim ao cisma originado em Antioquia desde o ano 268 com a condenação do antioqueno Paulo de Samosata.

AS FONTES: A fonte mais importante sobre o Concílio não é direta, como podem ser as atas do mesmo, que não existem no caso, mas os relatos de dois dos protagonistas, nunca enfrentados com outros mais independentes. São eles Eusébio, bispo de Cesareia, de tendências pro-arianas, e Atanásio, mais tarde patriarca de Alexandria, que na época era diácono e acompanhava o seu bispo Alexandro,o metropolita da região. Se os bispos eram os sucessores dos apóstolos, que presidiam as igrejas particulares geralmente nas cidades importantes, os metropolitanos eram os bispos de uma capital regional, ou província do Império que não tinham outro poder senão o moral de convicção e o de convocar sínodos chamados provinciais. Alguns destes metropolitanos, situados em lugares de suma importância, receberam mais tarde no Concílio de Calcedônia (451) o título de Patriarcas. Eram cinco os patriarcas: Roma, Alexandria, Antioquia, Jerusalém e Constantinopla.

EUSÉBIO DE CESAREIA (265-340): Era bispo de Cesareia na orla mediterrânea da Palestina. De caráter contemporizador e diplomático, era simpatizante das idéias arianas. Suas duas obras principais eram a Crônica da História Universal e a História Eclesiástica. São também notáveis Os mártires da Palestina na perseguição de Diocleciano (303-310) e a Vida de Constantino.

S. ATANÁSIO (295-373): Manteve uma luta incessante para defender a fé de Niceia, pelo que foi desterrado cinco vezes, tendo que sofrer inúmeras perseguições de toda classe. Inflexível contra os hereges, demonstrou compreensão para com os pecadores frente à intransigência de Lucifer bispo de Cagliari na Itália. Suas obras mais importantes são De Incarnatione et contra Arrianos, como obra dogmática e apologética, e a Vida de S Antônio o abade da Tebaida, como história.

ÓSIO DE CÓRDOBA (257-358): Um dos mais veneráveis bispos da antiguidade, confessor, ou seja que havia sofrido tormentos pela fé; em 294 residia em Roma onde conheceu Constantino e foi presidente do Concílio de Niceia para mais tarde presidir o Sínodo ou concílio de Sárdica, cujos cânones ou sentenças ele escreveu. Morreu com 101 anos de idade, caso quase único para aqueles tempos.

ECUMÊNICO: O imperador, queria que o maior número possível de bispos assistisse ao concílio para o que pôs à disposição dos mesmos todo o aparato estatal. A Anatólia (hoje Turquia asiática) a Palestina e Cartago eram praticamente cristãs. A influência do cristianismo era grande em Alexandria, parte da península ibérica, sul francês e em grandes regiões da Itália atual, junto com o delta do Nilo. Podemos afirmar que do Oriente a participação foi majoritária. Do Ocidente é certa a participação de Ósio e dos dois delegados do papa de Roma, os presbíteros Vito e Vicente, sendo discutida a de dois bispos latinos. Tanto Eusébio como Atanásio consideraram o concílio, vistas as circunstâncias, em que o cristianismo se desenvolvia, como universal e como um novo Pentecostes. Foi sem dúvida de caráter ecumênico, ou mais propriamente irênico (de reconciliação e paz) pois foram convidados tanto grupos opostos como expoentes cismáticos. Como ecumênico o designaram Eusébio e Atanásio, máxime se o consideramos em oposição aos sínodos arianos celebrados em Oriente.

OS 318 PADRES: O número de bispos assistentes oscila entre os 250 de Eusébio e os 300 de Constantino e Atanásio. Posteriormente falou-se de 318 número que representava os servidores de Abraão de Gn 14,14. Por isso desde a segunda metade do século IV o Concílio de Niceia será denominado geralmente como o Concílio dos 318 padres. Dentre eles somente Ósio de Córdoba, Cecílio de Cartago, Marco de Calábria, Nicácio de Dijon, Dono de Estridão na Panônia e os dois presbíteros Victor e Vicente, representativos do Papa, eram ocidentais

HOMOOUSIOS: Este termo é sem dúvida o que melhor expressa a igualdade de natureza entre o Pai e o Filho. Era um vocábulo novo; tratava-se de um termo controvertido por não existir na literatura bíblica, ou escriturística como se dizia na época. Havia mais outras razões para não admiti-lo: Em primeiro lugar, o perigo de uma concepção materialista da divindade como se o Pai e o Filho fossem porções separáveis de uma mesma substância. Em segundo lugar, existia a suspeita de modalismo ou sabelianismo. O Modalismo, negando a distinção de pessoas, afirmava que o Filho e o Espírito santo eram unicamente modos ou atributos do Pai. Daí o nome de Modalismo. Sabelius, heresiarca originário da Líbia (norte da África), identifica o Pai e o Filho, sendo o Espírito Santo um modo (ou forma) da identidade entre Pai-Filho. Foi condenado em Roma pelo papa Calixto I no ano 275.

Em terceiro e último lugar, existia o caso de ter sido condenada a palavra Homoousios no sínodo de Antioquia (268) contra Paulo de Samosata que negava a divindade de Cristo. A principal razão era sem dúvida que não era um termo escriturístico. Os ortodoxos (os não hereges) resolveram a questão dizendo que também a eles lhes teria gostado usar termos bíblicos; mas isto não era possível pela ambiguidade dos mesmos tal e como eram usados pelos arianos. Além disso, embora não apareça na Escritura, a palavra reflete claramente o sentido da mesma. Hoje diríamos que a Escritura usa uma linguagem popular e que homoousios traduz as idéias da Escritura em termos filosóficos, bem delimitados e concretos. Com respeito à condenação do homoousios no sínodo antioquino, foi devido a uma concepção materialista da divindade. Afastada esta ideia, a palavra mais apta para definir a unicidade de natureza em Deus não podia ser outra diferente. Foi precisamente o Imperador Constantino quem afirmou que o uso desta palavra não deveria ser entendido em sentido material, conforme sucede com os corpos, pois as realidades visadas pelo símbolo, não eram corporais, mas espirituais. Por isso a geração do Filho pelo Pai não produziu excisão ou divisão alguma na divindade. Assim, afirmava Eusébio, que consubstancial (tradução do homoousios) ao Pai, indica que o Filho de Deus não tem nenhuma semelhança com as criaturas mas que é em tudo semelhante ao Pai que o gerou, sem que se derive de outra natureza, ou substância (hypóstase), além da do Pai. A palavra em termos filosóficos tinha sido usada pelos neoplatônicos, especialmente Plotino e Porfírio na metade do século III, a propósito de seres que pertencem à mesma classe e compartem os mesmos conteúdos. No âmbito cristão o termo procedia da literatura gnóstica indicando semelhança no ser. Por outra parte ainda não existia uma clara distinção entre hipóstase e ousia, confusão que só seria aclarada no Concílio de Calcedônia (451).

O SÍMBOLO: No Palácio Imperial de Niceia, na sala régia, os Padres conciliares deram a máxima importância à tradição que também era invocada pelo heresiarca Ario. Daí que ao elaborar um símbolo, todos recorressem aos símbolos recitados e tidos como normas de fé nas respectivas igrejas locais. Esta fé foi exposta em três artigos principais: Pai, Filho e Espírito Santo. Estes três pólos tinham como base as instruções do Ressuscitado a seus discípulos em Mt 28,19: “Anunciai o evangelho a todas as gentes, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito santo”. Este texto servia como base para a profissão de fé no batismo nas diversas igrejas locais. Parece que o símbolo, tomado como modelo, era o Jerosolimitano-antioquino pelas semelhanças e analogias com os apresentados por S. Epifânio de Chipre (315-403), que oferece em seu Anacoratus 2 símbolos de fé, e S. Cirilo de Jerusalém (313-385), que em suas 24 Catequeses explica o símbolo de fé do batismo. Geralmente se dá como fato admitido a formulação de um símbolo, o Niceno, que outros afirmam ser o Jerosolimitano-antioqueno. Segundo a Catholic Encyclopedia eis a fórmula do mesmo: “Cremos em um único Deus, o Pai todo-poderoso, criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis; e num único Senhor, Jesus Cristo, o único Filho gerado do Pai, isto é, da substância (ektes ousias) do Pai, Deus de Deus, luz da luz, verdadeiro Deus do Deus verdadeiro, gerado não feito, da mesma substância com o Pai (homoousios to Patri), através do qual todas as coisas foram feitas tanto no céu como na terra; que por nós homens e por nossa salvação desceu, se encarnou e foi feito homem, sofreu e ressuscitou de novo ao terceiro dia, ascendeu ao céu e virá a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo”. E logo acrescenta o anátema: “Aqueles que dizem: Houve um tempo quando Ele não existia, e Ele não era antes de ser gerado; e que Ele foi feito da nada (ex ouk onton); ou que afirmam que Ele é de outra hipóstases ou de outra substância (que o Pai), ou que o Filho de Deus é criado, ou mutável ou sujeito a mudanças, a eles a Igreja Católica anatematiza”.

FÓRMULAS ESPECÍFICAS:

As chamadas interpolações ou inserções antiarianas são estas:

1) “Isto é, da essência (ousias em grego) do Pai”. Os arianos afirmavam que o Logos (a palavra, ou Filho) era criado da nada e não existia nenhuma comunhão ontológica (de ser) entre Pai e Filho;

2) “Deus verdadeiro (alethinon) de Deus verdadeiro”. Os arianos afirmavam que o Pai era verdadeiro Deus, enquanto o Filho era (simplesmente) deus;

3) “Gerado (gennetheta), não criado (poiethenta)”. Com estas fórmulas desaparecia a duvidosa de “Filho de Deus”… Também os judeus se consideravam filhos de Deus (Jo 8,42).

A ADESÃO: Em geral foi geral e entusiasta. Todos os bispos, a exceção de cinco, se declararam dispostos a subscrever esta fórmula, convencidos de que ela continha a antiga fé dos apóstolos. Os oponentes reduziram pronto a dois: Theodas de Marmárica e Segundo de Ptolemais que foram exilados e anatematizados. Ário e seus escritos foram anatematizados e seus livros jogados ao fogo e ele exilado a Ilíria. A lista dos que firmaram tem chegado a nós mutilada e desfigurada pelas cópias imperfeitas dos copistas, porém não se pode negar de sua autenticidade. Em total são 232 ou 237 nomes.

CONCLUSÃO TEOLÓGICA: Temos visto como a ciência teológica se abriu passo a passo às apalpadelas sobre questões que hoje nos parecem tão simples e normais e das quais não existiam conceitos claros nos primeiros séculos. Por outra parte a tradição sempre teve um papel importante nas definições dogmáticas como nos cânones limitadores dos abusos disciplinares como veremos em novo informe. A tradição foi uma constante de todas as igrejas primitivas, já que a transmissão era da palavra muito mais do que da escrita, cujo cânon foi tardiamente elaborado. Duas idéias são importantes de toda esta disputa ariana: primeiro a unicidade do dogma ou de fé que quer ser mantida dentro duma Igreja que a si mesma se denomina CATÓLICA e que expulsa como anatematizados os que a esse dogma trinitário e cristológico não se aderem. Segundo: a constante recurso tanto dos católicos como dos arianos à tradição. Estamos no século IV e portanto 300 anos após a morte de Cristo. Existiam documentos escritos como os evangelhos, tantas vezes citados pelos escritores e bispos da Igreja e não obstante é a tradição a que leva a palma e dita a fé. Nihil innovetur nisi quod traditum est, dirá o papa a uma consulta sobre o batismo; e esta parece ser a atitude de uma Igreja que segue perfeitamente o proceder de Paulo: “Eu vos transmiti, em primeiro lugar, o que eu mesmo recebera” (I Co 15,3). A morte de Cristo, o enterro, a ressurreição. Tudo foi conforme as escrituras, um testemunho profético em que a palavra divina precede a realidade histórica. Mas as aparições, o testemunho, são atos de tradição que todos proclamam e no que os de Corinto acreditam porque têm fé (idem 11).

Pe. Ignácio, dos padres Escolápios

MORAL: O falso drama dos pseudoescrupulosos (5/6)

O falso drama dos pseudoescrupulosos | Presbíteros

O falso drama dos pseudoescrupulosos

Por Pe. José Eduardo Oliveira e Silva

DISPENSANDO-SE DA PRUDÊNCIA

Segundo São Tomás, a prudência é a condutora das virtudes morais e ele mesmo a define

como a “recta ractio agibilium”, “a reta razão no agir”.

Um dos motivos que me levou a escrever essa breve série sobre os pseudoescrupulosos foi a compreensão para com vários irmãos sacerdotes que ultimamente se têm queixado justamente desse problema.

Um dia desses, um me dizia: “o que eu faço?, um rapaz me mandou um áudio de meia-hora pelo WhatsApp, angustiado por conta de uma questão moral insignificante”, outro colega me reclamou: “passei quarenta e cinco minutos ao telefone, resolvendo a dúvida moral de uma pessoa, sendo que o caso era de simples solução, mas, quanto mais eu explicava, mais ela complicava”. As reclamações são muitas, desde pessoas que mandam contínuas e longas mensagens pelas redes sociais até aquelas que procuram desesperadamente o padre várias vezes no mesmo dia, sempre com “urgência”.

Um dos agravantes para a situação é que frequentemente encontram pessoas que, ao contrário de as ajudarem a sair desse estado mental, ajudam-nas a aprofundar o problema, alegando que o fulano é de uma sutileza impressionante ou que é de uma capacidade de penetração agudíssima. Por fim, respaldadas por tais orientadores, as criaturas vão se sentindo importantes, especiais, inteligentes, a vaidade se vai inflando e a pessoa vai enlouquecendo, não sem antes enlouquecer meia dúzia de pessoas, incluído aí o pobre confessor.

Essas pessoas acabam por substituir a prudência pela consulta contínua acerca dos temas mais banais, elevados sempre à categoria de princípios. Dispensam-se de ser prudentes e criam uma dependência ansiosa, perdendo completamente a chance de formar a sua própria razão prática.

São Tomás dizia que a prudência é a “reta razão no agir”. Para mim, este é o primeiro problema. As pessoas não entendem que a moral é uma ciência prática, com uma metodologia prática.

Não adianta estudar moral e não desenvolver a inteligência prática. Dou um exemplo ilustrativo: de pouco adianta você estudar livros de culinária de todos os países e nunca passar um dia na cozinha; no final, você saberá tudo sobre culinária, mas, diante de uma multidão de ingredientes, de um fogão de cinco bocas, de sete panelas, forno, água, micro-ondas e oito convidados cheios de fome você se sentirá perdido e desorientado, vai queimar a comida e colocar tudo a perder, por fim, irão todos para o self-service do shopping.

É isso que acontece com boa parte dos “orientadores” morais e desses falsos escrupulosos. Muitas vezes, por um defeito mental, esses sujeitos são muito teóricos: sabem lidar com livros, mas não com pessoas; tentam formar seres humanos como quem escreve sobre um papel, sem perceberem que o homem não foi criado para se encaixar numa tese, ele precisa praticar o bem entendendo-o profundamente para conseguir perceber que o bem é bom mesmo.

Isso se percebe na própria arquitetura com que São Tomás escreveu a Suma Teológica. As duas partes centrais dessa obra são relativas à moral fundamental (primeira seção da segunda parte) e à moral especial (segunda seção da segunda parte).

Na primeira seção, São Tomás recomeça metodologicamente o seu raciocínio. Partindo da consideração do fim último do homem, ele mostra como para o homem, criatura racional, “é necessário chegar à bem-aventurança por alguns atos”, então, estuda “os atos humanos, afim de que saibamos com que atos se chega à bem-aventurança ou quais impedem o caminho para ela”. Daí parte para a consideração dos princípios destes atos, “primeiro, os princípios intrínsecos; segundo, os princípios extrínsecos. Os princípios intrínsecos são a potência e o hábito”, sendo que os hábitos bons são as virtudes e os maus são os vícios, que lhes são opostos; em seguida, considera “os princípios exteriores dos atos. O princípio exterior que inclina exteriormente ao mal é o diabo. Já o princípio exterior que move exteriormente ao bem é Deus, que nos instrui pela lei e ajuda pela graça”. Aí está toda a arquitetura da primeira seção da segunda parte. A segunda seção tratará de cada uma das virtudes e dos vícios.

Em outras palavras, São Tomás não explica a Teologia Moral através da consideração teórica das leis morais, ele vai à raiz das nossas próprias potências operativas e as enxerga a partir da razão prática, extraindo delas a sua própria orientação racional para o seu bem equivalente, que são as virtudes. Por isso, a prudência é a “reta razão no agir” e não na consideração teórica, pois, para isso, existe a razão especulativa.

Às vezes, vejo alguém especulando sobre a moralidade de uma ação de modo tão teórico que me parece quase irrealizável na prática. A ação só pode ser considerada desse modo a posteriori, fotograficamente, com quem analisa a cena de um filme, a não ser que o agente seja um moralista muito bem treinado. De fato, isso vai muito bem para os confessores, mas não vai bem para praticar ao longo da vida. Ensiná-lo desse modo a calouros não é ajudá-los, mas apenas aumentar a sua insegurança e perplexidade.

Do mesmo modo, treinar as pessoas para raciocinarem a partir das leis, abstratamente, não é formar a sua prudência, mas, de certo modo, impedi-la. Por isso, essas pessoas ficam perplexas e desesperadas, porque não estão aprendendo a ser virtuosas, mas apenas a cumprirem preceitos abstratamente apreendidos.

Por isso, a exposição de São Tomás é a partir das virtudes, porque, diante desse objetivo, fica muito mais claro o fim prático da conduta humana.

Quando se raciocina abstratamente a partir da lei, a mente fica como que em suspense, carente de entender o fundamento racional dessa lei. Por exemplo, quando se raciocina a partir do dever de “honrar os pais” e daí se extraem as obrigações concretas decorrentes, o intelecto se pergunta implicitamente o porquê de “honrar os pais”, buscando o verdadeiro princípio racional que está por trás desse mandamento. A resposta para essa pergunta só pode ser entendida a partir da “razão de virtude” que lhe dá suporte: nós temos para com os nossos pais deveres de justiça que são impagáveis e, por isso, devemos-lhes certa veneração; ora, a formulação positiva desta é o mandamento de honrá-los, a lei.

Notem que São Tomás extrai a lei das virtudes, e não o contrário. Em outras palavras, na medida em que o homem aprende a praticar o bem percebe que este é verdadeiramente bom, ou seja, que é racional, que é lógico, que é lei.

O homem virtuoso não é aquele que simplesmente pratica o bem porque é lícito e evita o mal porque é ilícito, ele realmente é prudente, ele sabe que o bem é bom e o ama.

Quando descreve as partes que integram a prudência (cf. I-II, q. 49), que são como os elementos a partir dos quais ela está construída, São Tomás mostra como ela requer um verdadeiro exercício prático-intelectual: é necessário desenvolver a memória (1) de experiências morais muito bem vividas, sobre as quais a inteligência (2) se aplica para apreender sua lógica profunda, de modo que pela docilidade (3) a pessoa se vá ajustando à realidade e aprenda a ter sagacidade (4), isto é, certa perspicácia moral, e raciocine (5) concretamente sobre suas ações, exercendo previsão (6) sobre as suas consequências, circunspecção (7) para analisar a sua conveniência moral relativamente às circunstâncias e cautela (8) quanto aos possíveis males eventualmente decorrentes de sua ação.

Os pseudoescrupulosos, ao contrário, não querem pôr a sua cabeça para funcionar, querem um “manual do escoteiro mirim”, querem um guru que esteja sempre à sua disposição, querem todas as respostas prontas em um livro. O melhor dos mundos para eles seria um aplicativo em que simplesmente perguntariam e obteriam a resposta, sem perceberem que, assim, estariam apenas atrofiando a sua capacidade de ser prudentes.

Os escrupulosos verdadeiros são pessoas incapazes de prudência, e o reconhecem com humildade e docilmente, esses pseudoescrupulosos, ao contrário, são preguiçosos, inconvenientes, infantis e arrogantes.

Aconselho aos irmãos no sacerdócio que não alimentem nada disso: não atendam a telefonemas intermináveis e não respondam a mensagens inoportunas, não ouçam áudios insuportavelmente gigantes e não leiam mensagens desproporcionalmente longas, atendam no dia marcado, com tempo determinado e não sejam complacentes com este tipo de pessoa. Tratem-nos com firmeza, pois é isso que precisam. No atendimento, não deem a resposta que

eles facilmente querem, respondam com outras perguntas, façam-nos pensar, mesmo que seja no tranco, e eles começarão a desenvolver a prudência. Caso contrário, não formaremos adultos virtuosos, mas pessoas psicologicamente frágeis, que não conseguem ter desenvoltura moral, mas apenas aquela honestidade formal, de quem cumpre uma regra e que não sabe responder a uma simples pergunta: “por que você está fazendo isso”?

Fonte: https://presbiteros.org.br/

Quando a generosidade se transforma em arrogância

Oksana Mizina | Shutterstock
Por Cerith Gardiner

Já deu algum presente e percebeu que a pessoa se sentiu mal ou na obrigação de retribuir à altura? Entenda por que, muitas vezes, os presentes mais simples podem ser os mais apreciados.

O Natal já passou e você ainda se sente frustrado(a) porque um presente que você deu não foi recebido com entusiasmo?

Às vezes, mesmo com a melhor das intenções, oferecemos presentes que podem deixar o destinatário desconfortável. Talvez eles sejam vistos como muito extravagantes ou tão atenciosos que fazem a outra pessoa se sentir sem graça. Ou talvez o destinatário sinta que não merece tal presente.

Isso me ocorreu outro dia, quando saí para almoçar com meu filho mais novo. No caminho para o café, encontrei um amigo e trocamos uma rápida conversa. 

Depois do almoço, fui pagar a conta e o garçom explicou que o meu amigo já tinha acertado. Foi um ato extremamente generoso, mas eu me senti estranha – quase como se tivesse sido encurralada.

De fato, quando fazemos coisas generosas, esses atos podem ser mais sobre nós e menos sobre o destinatário.

Generosidade ou arrogância?

Por exemplo: uma amiga recentemente me contou sobre um presente que o marido dela lhe deu. Tratava-se de chaleira moderna, que podia ferver água em diferentes temperaturas para diferentes tipos de chá. Detalhe: minha amiga não bebe chá. Seu marido, porém, adora! Portanto, este foi um daqueles presentes que agradam só quem está oferecendo.

Há também aqueles presentes ou atos de generosidade que são tão extravagantes que a pessoa que o recebe se sente inadequada, pois não pode retribuir por vários motivos: dinheiro, criatividade ou até tempo.

Isso não te impede de dar presentes maravilhosamente extravagantes, mas certifique-se de o mimo não vai deixar quem o recebe se sentindo mal. 

Ao longo do próximo ano, sem dúvida, você comprará presentes para outras pessoas ou oferecerá sua ajuda aos necessitados. Isso pode proporcionar grande alegria aos outros. No entanto, verifique seus motivos e lembre-se de que, às vezes, os presentes mais simples podem ser os mais apreciados.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Domingo da Palavra de Deus: conhecer as Escrituras

Celebração da Palavra de Deus | Vatican Media

O Dicastério para a Evangelização emitiu um Comunicado à Imprensa sobre o próximo Domingo da Palavra de Deus que será celebrado em 22 de janeiro.

VATICAN NEWS

O próximo dia 22 de janeiro de 2023, será 4° Domingo da Palavra de Deus, e foi instituído pelo Papa Francisco em 30 de setembro de 2019. O lema desta edição é do Evangelho de João: "Nós vos anunciamos o que vimos" (1 Jo 1,3).

Às 9h30, horário de Roma, o Papa presidirá a celebração da Santa Eucaristia na Basílica de São Pedro e, em seguida, com o objetivo de reavivar a responsabilidade dos crentes em ter conhecimento da Sagrada Escritura, ele dará aos presentes o Evangelho de Mateus. Durante a celebração, serão conferidos a homens e mulheres leigos os ministérios do Leitorado e de Catequista. Em particular três pessoas receberão o ministério do Leitorado e sete o de Catequista. São fiéis leigos e leigas que pretendem representar o Povo de Deus, e são provenientes da Itália, Congo, Filipinas, México e País de Gales.

O evento será transmitido ao vivo pela Mídia do Vaticano (Vatican News) também em língua portuguesa. A Seção para Questões Fundamentais da Evangelização no Mundo do Dicastério para a Evangelização, encarregada pelo Santo Padre de promover o evento, disponibilizou um subsídio litúrgico-pastoral útil para viver a Palavra de Deus na comunidade, na família e pessoalmente. O subsídio online poderá ser baixado em inglês, espanhol, português e francês no site www.evangelizatio.va. Trata-se de um instrumento que oferece iniciativas para favorecer um encontro profundo com a Palavra de Deus na comunidade, na família, na vida diária, e também inclui artigos, meditações, textos para adoração, atividades para crianças e sugestões pastorais.

O Domingo da Palavra de Deus tem o objetivo de destacar a presença do Senhor na vida das pessoas. Ele realmente caminha conosco e está presente através da sua Palavra, como é expresso no logotipo do Domingo, inspirado na história bíblica dos Discípulos de Emaús, a caminho, para repercorrer com o Senhor a Escritura, deixando-se ser ensinados e iluminados.

Em particular, para se preparar ao Jubileu de 2025, o Papa Francisco pediu aos fiéis que relessem as quatro constituições do Concílio Ecumênico Vaticano II. O Dicastério planejou produzir um série de pequenos livros em uma única coletânea intitulada "Quaderni del Concilio" (Cadernos do Concílio), lançada nas livrarias e plataformas on-line em 8 de dezembro de 2022. Por ocasião do Domingo da Palavra de Deus, se propõe uma releitura da Dei Verbum também através dos primeiros cinco volumes da série dedicada precisamente a este documento conciliar.

Orações pela Família

Família Católica: amor e missão | catequizar

Orações pela Família

ORAÇÃO DA FAMÍLIA

Ó Deus, nosso Pai, vosso Filho quis ser membro de uma família humana e conheceu as alegrias, angústias e esperanças das nossas famílias. Olhai para nós, abençoai os pais, filhos e parentes de nossa família. Protegei-nos dos males e perigos. Ajudai-nos a promover em nossos lares: união, amor generoso, respeito, fidelidade permanente e perseverança na verdade e no bem. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

ORAÇÃO PELA FAMÍLIA

Ó Deus, Pai de todos os seres humanos, abençoai nossas famílias. Que o diálogo entre os esposos seja sincero, profundo e respeitoso. Ajudai-os a se reconhecerem como vossos colaboradores na vida!

Que os pais acertem na educação dos filhos. Que os irmãos se aceitem uns aos outros, e compartilhem o que são e o que têm.

Ajudai-nos a fortalecer a família em que vivemos, e todas as famílias, onde nasce e cresce o homem novo, para uma sociedade nova.

Perdoai as nossas faltas! Dai-nos discernimento, coragem e esperança nas adversidades. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém.

ORAÇÃO À SAGRADA FAMÍLIA

Jesus, Maria e José, em vós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor; confiantes, a vós nos consagramos.

Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja, rapidamente, consolado e curado.

Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus.

Jesus, Maria e José,
ouvi-nos e acolhei a nossa súplica. Amém.

ORAÇÃO A SÃO JOSÉ, PELA FAMÍLIA

Grande Santo, glorioso Patriarca, São José, a quem Deus confiou o cuidado da mais santa família que jamais houve! Sede vós, vô-lo pedimos, o pai e o protetor da nossa família, e obtende-nos a graça de vivermos e morrermos na fé, na esperança e no amor de Jesus e de Maria, e sempre também na vossa amável companhia. Amém.

ORAÇÃO DOS ESPOSOS

Senhor Jesus, fazei de nosso lar
um lugar do vosso amor.
Que não haja injúria,
porque vós nos dais compreensão.
Que não haja aflição, porque vós nos abençoais.
Que não haja egoísmo, porque vós nos alimentais.
Que saibamos caminhar para vós,
em nossa vida de cada dia.
Que em cada manhã nasça mais um dia
de doação e sacrifício.
Fazei, Senhor, de nossos filhos
aquilo que vós desejais.
Ajudai-nos a educá-los e orientá-los em vosso caminho.
Fazei que nos esforcemos
em nos consolar mutuamente.

Ó Maria, Mãe amorosíssima de Jesus e nossa Mãe, fazei, por vossa piedosa intercessão, que Jesus acolha bondosamente a oferta que lhe fazemos de nossa família, e nos conceda as suas bênçãos e graças. Amém.

ORAÇÃO DA MULHER GRÁVIDA

Meu Deus, pela fecundidade me concedeis a graça de colaborar convosco no mistério sagrado desta vida nova, que se forma em meu seio. Aqui estou para agradecer-vos e para implorar.

Um dia quisestes que o vosso Filho, Jesus Cristo, se fizesse homem, da carne e sangue de Maria, a Virgem de Nazaré. Por esse acontecimento santo, eu vos rogo: protegei-me nesta gravidez, a fim de que meu filho(a) nasça perfeito(a) e sadio(a); seja também vosso filho(a) pelas águas do santo Batismo e cresça abençoado(a) e feliz. Eu o(a) consagro desde agora a Vós e à Virgem Maria.
Eu aceito generosamente os incômodos e sofrimentos desta espera e do momento em que meu filho(a) vier à luz. Peço-vos apenas que me conforteis e me deis força para tudo suportar, e que eu tenha vida e saúde para cuidar desta criança, enquanto ela de mim precisar.

Santa Mãe de Deus, alcançai de Jesus Cristo, vosso Filho, o que eu peço agora pela vida que trago em meu seio. Assim seja.

ORAÇÃO DE UMA MÃE PELOS SEUS FILHOS

Vós sois, ó meu Deus, o criador e o pai de meus filhos. De vossas mãos eu os recebi, cheios de vida, como dádiva preciosa de vossa bondade, para minha consolação e alegria. Consagrando-me, agradecida, ao vosso serviço e amor, eu vô-los consagro conjuntamente, para que vos sirvam e vos amem sobre todas as coisas.

Abençoai-os, Senhor, enquanto eu e meu esposo também os abençoamos. Não permitais que nossos filhos se extraviem do bom caminho. Fazei-os dóceis, obedientes, inimigos do pecado, para que nunca vos ofendam.

Colocai-os, Senhor de bondade, sob a maternal proteção de Maria Santíssima, vossa Mãe, nossa Mãe e incomparável modelo, para que não se percam pelos maus caminhos da vida. Livrai-os de todos os perigos da alma e do corpo, e concedei-lhes todas as graças que nós não sabemos pedir, mas que lhes são necessárias, para serem sempre bons filhos de Deus e da Pátria.

Finalmente, concedei que eu, meu esposo e meus filhos, e todos os que nos são caros, nos vejamos reunidos para sempre convosco, na eterna felicidade do céu. Amém.

ORAÇÃO DOS FILHOS PELOS SEUS PAIS, IRMÃOS E PARENTES

Ó Pai celestial, agradeço-vos pelos inúmeros benefícios que me concedestes por intermédio de meus pais. Retribuí-lhes vós todo o bem que me fizeram desde o meu primeiro dia de vida, e ajudai-me a ser-lhes grato.

Abençoai os seus trabalhos e as suas fadigas; conservai-lhes a saúde e consolai-os no tempo da provação. Enriquecei-os de todo bem e preservai-os de todo mal.

Abençoai também os meus irmãos e todos os nossos parentes. Não permitais que sequer um membro da nossa família se perca para sempre, mas fazei que um dia estejamos, novamente, todos reunidos na eterna mansão paterna. Amém.

ORAÇÃO DOS NAMORADOS E NOIVOS

Ó Pai Celestial, em vossa Divina Providência, acompanhais e cuidais de cada um de nós, durante toda a nossa vida.
Foi sob o vosso olhar, e com a vossa bênção paterna, que nós dois, um dia, nos encontramos e começamos juntos uma caminhada, que desejamos repleta de felicidade, de paz serena, diálogo constante e amor verdadeiro.

Pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, rainha e padroeira do Brasil, e de São José, seu castíssimo esposo, nós vos suplicamos nesta prece, ó Divino Pai Eterno, que abençoeis nossa amizade, nosso namoro, nosso noivado.

Fazei que cada dia mais nos empenhemos em nos conhecer e amar em vós, esforçando-nos para nos realizarmos plenamente como amados filhos vossos e dignos cidadãos, enamorando-nos, cada vez mais, no nosso e no vosso amor.

Assim caminharemos alegres, em direção ao dia feliz do nosso matrimônio-sacramento, quando, então, poderemos ser, como esposos cristãos, um luminoso e alegre sinal-testemunho daquele imenso amor que o vosso Divino Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor e modelo, devotou à sua amada esposa, a Igreja. Amém.

ORAÇÃO DAS PESSOAS IDOSAS

Senhor, ensinai-me a envelhecer! Convencei-me de que a comunidade não me faz nenhum agravo, se me vai exonerando das responsabilidades; se não solicita mais a minha opinião; se escolhe outros para ocupar o meu lugar.

Despojai-me do orgulho da experiência acumulada e da veleidade de me julgar insubstituível. Que eu saiba ver, no gradativo desprendimento das coisas, apenas a lei do tempo. Que descubra, nesta transferência de encargos, uma das mais palpitantes expressões da vida que se renova sob o impulso da Vossa Divina Providência.

Fazei, ó Senhor, que eu consiga ser ainda útil nesta terra, contribuindo, com o otimismo e com a oração, para a alegria e a coragem de quem recebe o turno das responsabilidades. Que meu afastamento do campo de trabalho seja tão simples e natural como um sereno e feliz pôr do sol. Perdoai-me se só hoje, na tranquilidade, consigo compreender quanto me amastes e socorrestes.

Que ao menos agora eu tenha viva e penetrante a percepção da alegria que me preparastes e, para a qual, me encaminhaste, desde o primeiro dia de minha vida.

Que eu viva sem perder o contato humilde e sereno com o mundo em transformação. Que eu não lamente o passado, mas saiba fazer de meus sofrimentos pessoais um dom de responsabilidade social. Senhor, ensinai-me a envelhecer. Amém.

CONSAGRAÇÃO DA FAMÍLIA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Sacratíssimo Coração de Jesus, abençoai, hoje e sempre, esta casa, que vos acolhe com alegria e gratidão. Velai, Senhor Jesus, por todos os membros desta família, que agora se consagra ao vosso Sagrado Coração. Dai-nos Paz, espírito de fé e muita esperança para enfrentar, com serenidade, os desafios e as lutas do cotidiano. E que o verdadeiro amor se faça presente, dia e noite, a cada instante, em nossos lares, em nossa comunidade, no coração de cada um de nós.

Sagrado Coração de Jesus, nós temos confiança em vós! Fazei o nosso coração semelhante ao vosso: mais humilde e desprendido; mais generoso e comunitário.

Unidos ao Espírito Santo, imploramos também a bênção maternal de Maria Santíssima, Mãe da Igreja, rainha dos apóstolos, estrela da nova evangelização, nossa Mãe e Protetora celeste. Amém!

Jesus, manso e humilde de Coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF