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sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Dia da Memória do Holocausto, a história do sobrevivente Moisés

Dia da Memória do Holocausto | Vatican News

A prisão, a deportação de Milão para o campo Bergen-Belsen, a fome sofrida em onze meses de cativeiro aos doze anos de idade. A história de um judeu de origem turca que morreu em 2010. Sua filha Margherita Dana conta: "Por mais que tentemos, não podemos pensar que certos erros não se repitam". O importante, afirma, é aproveitar a oportunidade desta data para realmente conhecer o povo judeu.

 Antonella Palermo – Vatican News

Onze meses no campo de concentração Bergen-Belsen. Sair vivo. E sonhar todas as noites, até o final dos seus dias, em 5 de janeiro de 2010, com o barulho dos tamancos dos prisioneiros de Auschwitz que chegavam no campo de concentração para seu trágico fim: filas intermináveis de esqueletos vestidos com trapos. A história de Moisés Dana, um judeu de origem turca, foi a de um deportado de Milão, onde vivia com sua família, quando tinha apenas doze anos de idade. Sua história foi contada oralmente a Liliana Picciotto, para o projeto Arquivo da Memória (Fundação Centro de Documentação Judaica, Milão). Hoje, no Dia da Memória do Holocausto, é a filha de Moisés, Margherita Dana, que está envolvida na Associação Filhos do Holocausto, que mais uma vez conta os sofrimentos na esperança de que não aconteça de novo os mesmos erros da história.

Ninguém pode ter certeza de que aqueles erros não se repitam

"Tinha medo aquilo que eu lia pudesse se repetir comigo, com meus filhos, com meus conhecidos. Porque, por mais que tentemos, não podemos não podemos pensar que certos erros não se repitam". São palavras de Margherita Dana, com um sorriso calmo e firme, nos permite entrar na experiência de suas raízes. 

Moisés Dana morava com algumas famílias judias em uma daquelas casas de longas varandas na Milão na década de 1930. Brincavam com soldadinhos de papel e jogavam bola. Porém, logo vieram soldados verdadeiros invadir a sua infância. Depois disso, acontecia que os mesmos amigos, com quem ele brincava, gritaram-lhe "judeu, judeu!" para depois fugirem como ratos. Seu único conforto na época era o forte aperto de mão de seu pai. Os anos estavam começando a ficar perigosos: foi tirada sua cidadania, retirada a licença de vendedor ambulante e impedido de ir à escola. Deixar a Itália não era fácil. Os jovens se alistavam para a guerra, começaram os alarmes noturnos, os abrigos nos porões. Alguns amigos receberam Moisés e sua família em Brescia: aqui eles podiam frequentar a escola, até mesmo jogar em torneios, ir pescar. Mas durou pouco tempo. A ordem de prisão chegou para todos. Primeiro foram para o Cárcere de San Vittore, em Milão, em celas enormes onde se dizia que os nazistas torturaram as pessoas e as obrigaram a limpar os banheiros com a língua. Depois chegou o dia deles também partirem, primeiro em um caminhão para a estação central de Milão, depois em um trem lotado de crianças que gritavam e choravam, quase sem ar. A primeira parada foi na fronteira de Brenner. Aqui Moisés foi atrás da linha férrea, com sua mãe, para fazer suas necessidades depois de ter retido por um longo tempo: por trás daquele arbusto se podia até decidir fugir. Mas os alemães haviam advertido que se alguém tentasse, seria fuzilado.

Fome, frio, piolhos

Em Bergen-Belsen, Moisés temia o tempo todo levar socos e golpes do “kapó”, o chefe do pavilhão, como acontecia com seu companheiro. Para a chamada diária "tínhamos que ficar de pé por quatro ou cinco horas em filas de cinco até chegar um soldado da SS encarregado da contagem". O inverno era muito frio e rigoroso, especialmente para os idosos: "Estávamos todos convencidos de que não sairíamos de lá vivos. Os cantos e a dança para a festa de Hanukka era uma tentativa de manter alta a moral. As camas eram apenas tábuas de madeira, os cobertores cheios de piolhos, a latrina um buraco no chão. A única consolação era que a família não foi separada entre os campos. "Um dia, um garoto de nosso pavilhão não obedeceu a uma ordem de um homem da SS e como castigo o forçaram a ficar nu do lado de fora. Eles ficavam jogando água de uma mangueira no corpo da criança. Pela manhã, o encontramos morto". Moisés também foi espancado nos conta Margaret. Foi quando ele roubou um nabo: tanta dor, mas também orgulho de ter conseguido um pequeno pedaço de nabo para acalmar um pouco o vazio em seu estômago. Pois a fome era grande. Um dia Moisés decidiu desistir de um pedaço de pão para dá-lo a sua irmã mais nova que chorava de fome.

Voltar para a casa vazia

Alguns meses antes do fim da guerra, graças a seu passaporte turco, a família Dana foi liberada pela Cruz Vermelha turca. Era 4 de março de 1945. A viagem de volta não foi fácil, durou cerca de um ano. Quando chegaram em Milão, viram que a casa tinha sido completamente esvaziada. Os parentes tinham desaparecido assim como as outras famílias judaicas. A maioria tinha morrido nos campos. O pai de Moisés voltou gravemente doente e não podia mais trabalhar. Moisés e seu irmão foram obrigados a procurar emprego, desistindo definitivamente de seus estudos. As três filhas de Margherita tiveram a sorte de crescer com seus avós, de ouvir suas histórias, elas sentem o peso da responsabilidade de manter viva a memória desta tragédia. Eles os viram de luto, diz Margherita, quando ainda eram muito jovens e nem mesmo perceberam completamente a extensão do Holocausto, mas já perceberam que era "algo muito ruim".

O povo judeu não deve ser sinônimo apenas de Holocausto

Mas como e onde se encontra a energia para uma forma de reconciliação interior que vai além do vitimismo, do desencanto, da reivindicação? "A palavra vitimismo é uma palavra da qual eu realmente tento me distanciar porque não gosto de ouvir falar sobre o povo judeu referindo-se apenas às vítimas do Holocausto", enfatiza Margherita. "O povo judeu tinha uma vida antes e tem uma vida hoje. Tinha uma vida muito vibrante antes do Holocausto, então infelizmente houve este interlúdio dramático, mas a vida recomeçou e por isso eu preferiria, gostaria que o Dia da Memória fosse um ponto de partida, um ponto de partida para conhecer quem são os judeus. Partimos do Dia da Memória, do sofrimento, mas para entender realmente quem são, quem somos cada um em seu próprio país, no próprio âmbito, na nossa integração na sociedade que nos rodeia".

"Que o Dia da Memória seja livre da retórica"

"Devemos ter cuidado para não cair na retórica, para não cair no fato de que é um dia a ser comemorado porque devemos fazê-lo, mas que é realmente um momento de reflexão para todos". Esta é a advertência de Margherita, que reconhece os riscos da superexposição da mídia aos sobreviventes e parentes, 'talvez as pessoas se cansem...'. “Mas lutaremos até o fim”, conclui ela, “para que este dia seja um dia realmente importante a partir do qual se possa partir e conscientizar o mundo inteiro do que aconteceu”.

Jesus nas suas condições divina e humana

A volta de Jesus | jesusestachegando

JESUS NAS SUAS CONDIÇÕES DIVINA E HUMANA DE FL 2,6-11 EM SÃO JOÃO CRISÓSTOMO

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA) 

São Paulo expressou num cântico cristológico, a missão de Jesus Cristo na sua realidade divina e humana neste mundo e junto do Pai. O Cântico de Fl 2,6-11 tem presentes a sua condição divina não se apegando à sua igualdade a Deus, mas ele despojou-se fazendo servo, tornando-se semelhante ao ser humano de modo que se fez obediente até a morte e morte de cruz. Deus o exaltou acima de tudo para que ao nome de Jesus todo joelho se dobre e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai.  

São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, séculos IV e V fez duas longas homilias colocando a humildade, a vida com Deus do Senhor Jesus e a sua igualdade com o ser humano ao conceder-lhes os dons da vida e da redenção. É importante fazer a análise do cântico paulino para a nossa realidade de discípulos, discípulas, missionários, e missionários de Jesus Cristo e de sua Igreja.  

O exemplo de si próprio. 

O Bispo São João disse que Jesus Cristo colocou-se sempre como modelo de exemplo ao falar para os discípulos em relação às grandes exigências do discipulado. O Senhor disse que se as pessoas o perseguiram, também os discípulos serão perseguidos (Jo 15,20). Jesus disse que é para aprender dele, que é manso e humilde de coração (Mt 11,29). O Senhor pede de seus discípulos para que sejam misericordiosos como o Pai que está nos céus (Lc 6,36). O bispo disse que São Paulo agiu da mesma forma. Quando ele quis exortar os Filipenses a respeito da humildade, apresentou-lhes Jesus Cristo como modelo. Quando ele falou da caridade para com os pobres, exprimiu-se de maneira semelhante ao dizer que Jesus Cristo se fez pobre, embora fosse rico (2Cor 8,9). É importante a prática do bem porque é desta forma que uma alma grande e sábia assemelha-se a Deus1.  

A superação das diversas heresias. 

O bispo, ao ter presente que o Senhor Jesus tinha a condição divina não considerou ser igual a Deus como uma rapina, um ato de tomada com violência, mas ele esvaziou-se a si mesmo e assumiu a condição de servo, vislumbrou a superação das diversas heresias, como aquelas de Ário de Alexandria, Paulo de Samósata, de Sabélio da Líbia, Apolinário de Laodicéia, entre outros negadores de suas naturezas divina e humana. Muitas falanges foram derrubadas pela palavra do Apóstolo São Paulo em relação a Jesus divino-humano2.  

A superação do arianismo. 

Crisóstomo afirmou contra Ário que o Senhor assumiu a condição de servo, não porque ele tinha uma substância inferior ao Pai como dizia Ário, mas porque como disse Paulo ele tinha a condição divina pela assunção da realidade humana. As duas condições de servo e de Deus são equivalentes ao Filho, a Jesus, de modo que a condição de servo significa homem, ser humano, e condição divina possui o significado de Deus por natureza. São Paulo e São João, evangelista afirmaram que ser igual a Deus em nada é menor que o Pai, mas está na mesma condição, na mesma linha divina(Fl 2,6; Jo 1,1)3.  

Senhor grande. 

São João Crisóstomo precisou a intenção dos hereges para justificar a palavra de São Paulo de que Jesus, o Filho não se apegou ao seu ser igual a Deus, mas ele esvaziou-se a si mesmo na natureza humana. Aos hereges haveria as concepções de dois deuses: um maior e outro menor. Mas o bispo afirmou que o Senhor assumiu o esvaziamento de si mesmo por causa da redenção humana e também porque a Escritura não coloca dois deuses, mas a existência do único Senhor como grande e muito louvável (Sl 48,2; 96,4; 145,3). Essas referências são dadas também para o Filho que em toda a parte o chamou de Senhor, pois o Deus é grande, só Ele faz maravilhas, é o único (Sl 86,10). Outra referência fundamental encontra-se na Bíblia onde se diz que o Senhor é grande e onipotente, a sua grandeza é incalculável (Sl 147,5; 145,3). A Escritura refere-se aos atributos divinos tanto ao Pai como ao Filho, porque se trata do único Deus4. 

A intenção do Apóstolo. 

São João Crisóstomo disse que a intenção do Apóstolo Paulo ao escrever para os Filipenses que o Filho existindo na forma divina não se apegou ao seu ser igual a Deus apresentou o Senhor Jesus como exemplo de humildade, porque ninguém exorta aos outros à humildade através da necessidade da humildade, considerando-se menor do que os seus semelhantes. Para o bispo a humildade é ter um modo de pensar humilde, possuir pensamentos humildes, não sendo humilde por necessidade, mas a pessoa humilha-se a si mesmo. O nome de humildade deriva de abaixamento, humilhação no modo que a pessoa pensa de si mesma5. Por causa do ser humano em vista de sua salvação, Jesus viveu a condição humilde.  

A condição divina e de servo. 

Para São João quando o Apóstolo Paulo disse que o Senhor estava na condição divina ao assumir a condição de servo, não o diminuiu por vir ao mundo. Ele entrou na realidade humana, de modo que teve que assumir a condição de pessoa humana, de servo, igual ao ser humano em tudo menos o pecado (Hb 4,15). O fato era que Ele existia numa forma divina tendo como sentido idêntico de que Deus é aquele que é (Ex 3,14), mostrando a sua imutabilidade da condição como Deus Assim o Filho não é diferente do Pai, mas está em unidade com Deus, é Deus 6.  

A descida da sua dignidade. 

Em base à palavra paulina, afirmou o bispo Crisóstomo também que o Filho de Deus não teve medo de descer de sua alta dignidade, porque não considerou um apego à sua condição divina, não tendo medo de que alguém lhe arrebatasse a natureza ou a dignidade. Jesus não considerou que vivendo junto ao povo de Deus, em nada ficaria diminuído, mas ao contrário elevou até a divindade, a natureza humana. Desta forma não hesitou em assumir a condição de servo. Assim ele esvaziou-se a si mesmo, humilhou-se e foi obediente até a morte e morte de cruz (Fl 2,7-8). O Senhor não estava subordinado a um outro, mas ele escolheu isso livremente, por si mesmo7. Desta forma o Senhor tinha um corpo, uma alma e era também Deus. Por isso São Paulo disse que ele tinha a condição divina e assumiu a condição humana, de modo que é Deus perfeito como também servo perfeito8.  

A obediência do Filho. 

A homilia de São João prestou contas que a obediência do Filho foi de bom agrado ao Pai, na qual ele não desceu à terra na situação de um escravo, mas através da grande reverência que prestou ao Pai, conservando a admirável dignidade de sua filiação. Foi o Filho que prestou honras ao Pai. A obediência o levou à morte injuriosa, coberta de vergonha, de maldição porque era maldito quem era suspenso no madeiro (Gl 3,13; Dt 21,23). Nesta morte violenta houve a maior manifestação do amor de Deus à humanidade. Desta forma Deus o sobrexaltou grandemente e o agraciou com o nome que é sobre todo nome (Fl 2, 8-9)9.  

A glória do Pai. 

A continuidade do hino cristológico de São Paulo é reforçado por São João no sentido de que todo o joelho se dobre no nome de Jesus e para a glória de Deus, toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor (Fl 2, 10-11). Assim quando o Filho é glorificado é também glorificado o Pai. Diante das heresias é fundamental declarar ser o Filho perfeito para a glória do Pai. O Pai gera o Filho na sua grandeza, de modo que ele não é menor que o Pai, mas é igual a ele10. 

Como Filho, Jesus prestou obediência ao Pai, obteve as honras excelsas. Fez-se servo e tornou-se Senhor de todos, dos anjos e de todas as outras criaturas, de modo que a exaltação é humilhação e a humilhação é exaltação11. O Senhor Jesus veio a este mundo em vista da salvação do ser humano, fez servo, obediente, e foi exaltado sobre todas as criaturas para que toda a língua proclame que Jesus é o Senhor de todas as criaturas. O cântico aos Filipenses de São Paulo estava presente na doutrina de São João Crisóstomo em vista da defesa da fé e prática na pessoa de Jesus diante das heresias, do Senhor Jesus como Deus e como ser humano para a redenção de toda a humanidade.

A força dos jovens na Igreja: um chamado à JMJ 2023

View Apart | Shutterstock
Por Hozana

Desde a primeira edição, que se realizou na cidade de Roma em 1986, a JMJ tem-se evidenciado um grande laboratório de fé.

A juventude é um dos momentos mais importantes em nossas vidas. O jovem é uma força bruta de emoções intensas, questionamentos, vontade de transformar e necessidade de se sentir aceito. É papel de todos lapidar com muito carinho essas joias para que eles possam transformar e ser transformados com todo esse carisma e força de vontade próprio à juventude, que, em breve, governará o mundo.

Ao longo dos séculos muitos foram os santos que alcançaram a santidade ainda jovens: Joana D’Arc (19 anos), Domingos Sávio (15 anos), Tarcísio (12 anos), Luís Gonzaga (23 anos), Terezinha do Menino Jesus (24 anos), recentemente Carlo Acutis (beato, 15 anos), dentre tantos.

A Igreja, mãe e educadora, consciente desta realidade, apoia-se no Texto Sagrado que afirma: “Ensina ao jovem o caminho que ele deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não há de se afastar” (Prov 22,6) e procura sempre o atrair. 

No ano de 1985, inspirado pelo Espírito Santo, o Papa João Paulo II escreveu uma Carta Apostólica aos jovens do mundo inteiro e anunciou, a 20 de dezembro, a instituição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). 

O que é a JMJ?

A Jornada Mundial da Juventude é um encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa. A cada 2, 3 ou 4 anos ocorre como um encontro internacional, numa cidade escolhida pelo Papa, sempre com a sua presença. Reúne milhares de jovens para celebrar a fé e a pertença à Igreja. É, simultaneamente, uma peregrinação, uma festa da juventude, uma expressão da Igreja universal e um momento forte de evangelização do mundo juvenil. Apresenta-se como um convite a uma geração determinada em construir um mundo mais justo e solidário. Com uma identidade claramente católica, é aberta a todos, quer estejam mais próximos ou mais distantes da Igreja.

Desde a primeira edição, que se realizou na cidade de Roma em 1986, a JMJ tem-se evidenciado como um laboratório de fé, um lugar de nascimento de vocações ao matrimônio e à vida Consagrada e um instrumento de evangelização e transformação da Igreja.

Por que é tão importante o encontro do Papa com os jovens?

É São Paulo quem nos responde: “Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade”. (I Tim 4,12)

Por tudo isso a Igreja acredita nos jovens e credita a eles a capacidade de evangelizar, principalmente outros jovens, graças a sua dinamicidade. Como Maria Santíssima, não param e são rápidos. É nesta realidade que em 2023 a JMJ convida os jovens a serem como Maria, com a temática: “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1,39).

Pensando nisso e para preparar os corações de nossos jovens para este grande evento, a rede social de oração Hozana reuniu 13 jovens em um grande retiro online que falarão sobre como eles buscam viver a santidade no dia a dia. Eles partilharão sobre como esse apelo do Papa Francisco ecoa na vida de cada um deles! Serão seis meses de oração com diversos jovens contando suas experiências e lutas! Vem com a gente! Clique aqui para se inscrever!

O chamado

Jovem, levanta-te. Responde ao chamado de São João Paulo II que te convida para a missão de ser Jovem na Igreja para que a Igreja seja sempre jovem:

“Precisamos de Santos sem véu ou batina.

Precisamos de Santos de calças jeans e tênis. 

Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos.

Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se “lascam” na faculdade.

Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que consagrem sua castidade.

Precisamos de Santos modernos, santos do século XXI, com uma espiritualidade inserida em nosso tempo.

Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais.

Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo.

Precisamos de Santos que bebam Coca-Cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas, que escutem disc man.

Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refri ou comer uma pizza no fim-de-semana com os amigos.

Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte.

Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros.

Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos”.

Wellington de Almeida Alkmin, pelo Hozana

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: o matrimônio é um bem de valor extraordinário para todos

O Papa Francisco na audiência de inauguração do Ano Judiciário
do Tribunal da Rota Romana  (Vatican Media)

Francisco partilhou algumas reflexões sobre o matrimônio, "pois na Igreja e no mundo existe uma grande necessidade de redescobrir o significado e o valor da união conjugal entre homem e mulher, sobre a qual se funda a família. Um aspecto certamente não secundário da crise que afeta muitas famílias é o desconhecimento prático, pessoal e coletivo sobre o matrimônio".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (27/01), na Sala Clementina, no Vaticano, o Colégio dos Prelados Auditores para a inauguração do Ano Judiciário do Tribunal da Rota Romana.

O Pontífice partilhou com as cerca de 250 pessoas presentes, algumas reflexões sobre o matrimônio, "pois na Igreja e no mundo existe uma grande necessidade de redescobrir o significado e o valor da união conjugal entre homem e mulher, sobre a qual se funda a família. Um aspecto certamente não secundário da crise que afeta muitas famílias é o desconhecimento prático, pessoal e coletivo sobre o matrimônio".

"O matrimônio, segundo a Revelação cristã, não é uma cerimônia nem um evento social, nem uma formalidade e nem mesmo um ideal abstrato: é uma realidade com a sua consistência precisa, não «uma mera forma de gratificação afetiva que se pode constituir de qualquer maneira e modificar-se de acordo com a sensibilidade de cada um»", disse o Papa.

A seguir, Francisco convidou a todos a se perguntarem: "Como é possível que entre um homem e uma mulher se realize uma união tão cativante, uma união fiel e para sempre e da qual nasce uma nova família? Como isso é possível, diante das limitações e fragilidades dos seres humanos?" "Devemos nos fazer estas perguntas e nos deixar surpreender pela realidade do matrimônio", reiterou.

Os esposos dão vida à sua união, com livre consentimento, mas somente o Espírito Santo tem o poder de fazer de um homem e de uma mulher uma única existência. O matrimônio é sempre um dom! A fidelidade conjugal repousa na fidelidade divina, a fecundidade conjugal se funda na fecundidade divina. O homem e a mulher são chamados a acolher este dom e a corresponder livremente a ale com o dom recíproco de si.

A seguir, o Pontífice falou a propósito da indissolubilidade que "é muitas vezes entendida como um ideal, e tende a prevalecer a mentalidade segundo a qual o matrimônio dura enquanto houver amor". Segundo Francisco, "muitas vezes se desconhece o verdadeiro amor conjugal, reduzido a um nível sentimental ou a meras satisfações egoístas. Ao contrário, o amor conjugal é inseparável do próprio matrimônio, no qual o amor humano, frágil e limitado, encontra o amor divino, sempre fiel e misericordioso". "Mas pode haver um amor “devido”?", perguntou o Papa. Segundo ele, "a resposta se encontra no mandamento do amor, dado por Cristo: «Dou-vos um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Assim como eu vos amei, também vós vos ameis uns aos outros.»"

De acordo com o Papa, "podemos aplicar este mandamento ao amor conjugal, que é também um dom de Deus. Este mandamento pode ser cumprido porque é Ele mesmo que sustenta os esposos com a sua graça: "Assim como eu vos amei, amai-vos uns aos outros". É um dom confiado à sua liberdade com os seus limites e as suas falhas, pelo qual o amor entre marido e mulher precisa continuamente de purificação e amadurecimento, de compreensão recíproca e de perdão".

A seguir, o Papa falou sobre o matrimônio como um bem.

Um bem de valor extraordinário para todos: para os esposos e seus filhos, para todas as famílias com as quais se relacionam, para toda a Igreja, para toda a humanidade. Um bem difundido, que atrai os jovens a responderem com alegria à vocação matrimonial, que conforta e anima continuamente os esposos, que produz muitos e variados frutos na comunhão eclesial e na sociedade civil.

Segundo Francisco, "na economia cristã da salvação, o matrimônio é sobretudo o caminho principal para a santidade dos cônjuges, uma santidade vivida na vida quotidiana: este é um aspecto essencial do Evangelho da família". O Papa recordou que hoje a Igreja propõe "alguns casais como exemplos de santidade" e que muitos cônjuges "se santificam e edificam a Igreja" com aquela santidade que ele chamou de "santidade da porta ao lado".

Por fim, entre os muitos desafios que afetam a pastoral familiar em sua resposta aos problemas, feridas e sofrimentos de cada um, estão os casais em crise. A Igreja "os acompanha com amor e esperança, procurando apoiá-los", frisou ele. "A resposta pastoral da Igreja pretende transmitir com vitalidade o Evangelho da família. Neste sentido, um recurso fundamental para enfrentar e superar as crises é renovar a consciência do dom recebido no sacramento do matrimônio, um dom irrevogável, uma fonte de graça com a qual podemos sempre contar", concluiu.

Santa Ângela de Mérici

Santa Ângela de Mérici | Aleteia
27 de janeiro
Santa Ângela de Mérici

Ângela nasceu no dia 21 de março de 1474, em Desenzano del Garda, no norte da Itália, no seio de uma família de classe média.

A vida provou-a duramente. Aos 10 anos ficou órfã de pai e, pouco depois, de mãe. Ela e sua irmã mais velha foram entregues, então, a um tio que vivia na cidade vizinha de Salò, também na Lombardia, que as criou num ambiente abastado. Nessa cidade, mesmo ainda muito jovem, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco.

A irmã mais velha não resistiu muito tempo e, infelizmente, acabou morrendo. Após a morte da irmã e do tio, Ângela, já em plena juventude, voltou para Desenzano, com o desejo de fazer algo  para educar meninas e jovens, sobretudo as expostas a perigos morais. Foi neste período que Ângela teve uma visão ou um sonho muito marcante. Viu uma multidão de donzelas, rodeadas de luz celeste e ao mesmo tempo ouviu uma voz dizendo: “Ângela, não deixarás a terra enquanto não tiveres fundado uma união de mulheres igual àquela que acabas de admirar”. Ângela viu nisto um sinal do alto.

Em 1516, a convite, Ângela mudou-se para Bréscia, para uma missão de consolo na casa de Caterina Patengola, que tinha perdido seu marido e dois filhos. Nesta cidade encontrou com Giovan Antonio Romano e logo formou um grupo de pessoas interessadas no seu ideal. Com elas visitava prisões, hospitais e cuidava dos pobres e abandonados. Impressionada com a decadência dos costumes familiares, consequência do espírito pagão, oriundo da Renascença, começou a concentrar suas atenções na educação de meninas e moças, de quem dependeria, em larga escala, a saúde moral das famílias.

Em 1524 Ângela fez uma peregrinação à Terra Santa. Durante a viagem Ângela adoeceu e perdeu a visão, de modo que não viu nada, a não ser com os olhos da fé. Na viagem de volta o navio aportou na Ilha de Cândia. Perto do porto havia um santuário que conservava um crucifixo milagroso. Ela dirigiu-se para lá, pedindo a Jesus que lhe restituísse a vista. Sua oração foi ouvida e ela se levantou curada. Para demonstrar sua gratidão fez uma romaria a Roma, por ocasião do Jubileu de 1525. O Papa Clemente VII recebeu-a em audiência, examinou seus projetos e abençoou a obra, que parecia ter sido imposta pela Divina Providência.

Em 25 de novembro de 1535, no dia de Santa Catarina, Ângela e 28 jovens mulheres formaram a Ordem da Ursulinas, em honra de Santa Úrsula. Em 1536 as regras da nova ordem foram estabelecidas, clarificando seu plano de restaurar os valores familiares e o cristianismo através da educação de meninas. Em 1537 foi eleita superiora por unanimidade.

Santa Ângela morreu no dia 27 de janeiro de 1540 em Bréscia e foi sepultada na antiga Igreja de Santa Afra e Deus permitiu muitos milagres no túmulo de sua serva. O corpo da Santa ficou incorrupto.

Em 1580, São Carlos Borromeu, Bispo de Milão, inspirado pelo trabalho das Ursulinas em Bréscia, incentivou a fundação das casas Ursulinas em toda a diocese no norte da Itália. Carlos também incentivou as Ursulinas a viverem em comunidades e não em suas próprias casas. São Carlos Borromeu iniciou o processo de beatificação que foi concluído em 1768 e no dia 30 de abril deste mesmo ano foi beatificada pelo Papa Clemente XII.

O Papa Pio VII canonizou-a em 24 de maio de1807.

Em 1861, Pio IX estendeu sua veneração para a Igreja Universal.

Em 1903, as várias comunidades ursulinas constituíram uma federação. Sua finalidade apostólica continuou sendo aquela que fora dada pela própria santa Ângela: a educação de juventude feminina, sobretudo das futuras mães de família, a assistência aos pobres e enfermos e a conservação dos bons costumes.

Em 1962 Santa Ângela Merici foi proclamada a principal padroeira de Desenzano por um decreto da Sagrada Congregação dos Ritos.

Ângela nasceu no dia 21 de março de 1474, em Desenzano del Garda, no norte da Itália, no seio de uma família de classe média.
A vida provou-a duramente. Aos 10 anos ficou órfã de pai e, pouco depois, de mãe. Ela e sua irmã mais velha foram entregues, então, a um tio que vivia na cidade vizinha de Salò, também na Lombardia, que as criou num ambiente abastado. Nessa cidade, mesmo ainda muito jovem, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco.
A irmã mais velha não resistiu muito tempo e, infelizmente, acabou morrendo. Após a morte da irmã e do tio, Ângela, já em plena juventude, voltou para Desenzano, com o desejo de fazer algo  para educar meninas e jovens, sobretudo as expostas a perigos morais. Foi neste período que Ângela teve uma visão ou um sonho muito marcante. Viu uma multidão de donzelas, rodeadas de luz celeste e ao mesmo tempo ouviu uma voz dizendo: “Ângela, não deixarás a terra enquanto não tiveres fundado uma união de mulheres igual àquela que acabas de admirar”. Ângela viu nisto um sinal do alto.
Em 1516, a convite, Ângela mudou-se para Bréscia, para uma missão de consolo na casa de Caterina Patengola, que tinha perdido seu marido e dois filhos. Nesta cidade encontrou com Giovan Antonio Romano e logo formou um grupo de pessoas interessadas no seu ideal. Com elas visitava prisões, hospitais e cuidava dos pobres e abandonados. Impressionada com a decadência dos costumes familiares, consequência do espírito pagão, oriundo da Renascença, começou a concentrar suas atenções na educação de meninas e moças, de quem dependeria, em larga escala, a saúde moral das famílias.
Em 1524 Ângela fez uma peregrinação à Terra Santa. Durante a viagem Ângela adoeceu e perdeu a visão, de modo que não viu nada, a não ser com os olhos da fé. Na viagem de volta o navio aportou na Ilha de Cândia. Perto do porto havia um santuário que conservava um crucifixo milagroso. Ela dirigiu-se para lá, pedindo a Jesus que lhe restituísse a vista. Sua oração foi ouvida e ela se levantou curada. Para demonstrar sua gratidão fez uma romaria a Roma, por ocasião do Jubileu de 1525. O Papa Clemente VII recebeu-a em audiência, examinou seus projetos e abençoou a obra, que parecia ter sido imposta pela Divina Providência.
Em 25 de novembro de 1535, no dia de Santa Catarina, Ângela e 28 jovens mulheres formaram a Ordem da Ursulinas, em honra de Santa Úrsula. Em 1536 as regras da nova ordem foram estabelecidas, clarificando seu plano de restaurar os valores familiares e o cristianismo através da educação de meninas. Em 1537 foi eleita superiora por unanimidade.
Santa Ângela morreu no dia 27 de janeiro de 1540 em Bréscia e foi sepultada na antiga Igreja de Santa Afra e Deus permitiu muitos milagres no túmulo de sua serva. O corpo da Santa ficou incorrupto.
Em 1580, São Carlos Borromeu, Bispo de Milão, inspirado pelo trabalho das Ursulinas em Bréscia, incentivou a fundação das casas Ursulinas em toda a diocese no norte da Itália. Carlos também incentivou as Ursulinas a viverem em comunidades e não em suas próprias casas. São Carlos Borromeu iniciou o processo de beatificação que foi concluído em 1768 e no dia 30 de abril deste mesmo ano foi beatificada pelo Papa Clemente XII.
O Papa Pio VII canonizou-a em 24 de maio de1807.
Em 1861, Pio IX estendeu sua veneração para a Igreja Universal.
Em 1903, as várias comunidades ursulinas constituíram uma federação. Sua finalidade apostólica continuou sendo aquela que fora dada pela própria santa Ângela: a educação de juventude feminina, sobretudo das futuras mães de família, a assistência aos pobres e enfermos e a conservação dos bons costumes.
Em 1962 Santa Ângela Merici foi proclamada a principal padroeira de Desenzano por um decreto da Sagrada Congregação dos Ritos.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Das Homilias de São João Crisóstomo, bispo

liturgiadashoras

Das Homilias de São João Crisóstomo, bispo

(Hom. 2 de laudibus sancti Pauli: PG 50, 480-484)                 (Séc.IV)

Combati o bom combate

Na estreiteza do cárcere, Paulo parecia habitar no céu. Recebia os açoites e feridas com mais alegria do que outros que recebem coroas de triunfo; e não apreciava menos as dores do que os prêmios, porque considerava estas mesmas dores como prêmios que desejava, e até as chamava de graças. Considerai com atenção o significado disto: prêmio, para ele, era partir, para estar com Cristo (cf. Fl 1,23), ao passo que viver na carne significava o combate. Mas, por causa de Cristo, sobrepunha ao desejo do prêmio a vontade de prosseguir o combate, pois considerava ser isto mais necessário.

Estar longe de Cristo representava para ele o combate e o sofrimento, mais ainda, o máximo combate e a mais intensa dor. Pelo contrário, estar com Cristo era um prêmio único. Paulo, porém, por amor de Cristo, prefere o combate ao prêmio.

Talvez algum de vós afirme: Mas ele sempre dizia que tudo lhe era suave por amor de Cristo! Isso também eu afirmo, pois as coisas que são para nós causa de tristeza eram para ele enorme prazer. E por que me refiro aos perigos e tribulações que sofreu? Na verdade, seu profundo desgosto o levava a dizer: Quem é fraco, que eu também não seja fraco com ele? Quem é escandalizado, que eu não fique ardendo de indignação? (2Cor 11,29).

Rogo-vos, pois, que não vos limiteis a admirar este tão ilustre exemplo de virtude, mas, imitai-o. Só assim poderemos ser participantes da sua glória.

E se algum de vós se admira por eu dizer que quem imita os méritos de Paulo participará da sua recompensa, ouça o que ele mesmo afirma: Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa (2Tm 4,7-8).

Por conseguinte, já que é oferecida a todos a mesma coroa de glória, esforcemo-nos todos por ser dignos dos bens prometidos.

Não devemos considerar em Paulo apenas a grandeza e a excelência das virtudes, a prontidão de espírito e o propósito firme, pelos quais mereceu tão grande graça; mas pensemos também que a sua natureza era em tudo igual à nossa; e assim, também a nós, as coisas que são muito difíceis parecerão fáceis e leves. Suportando-as valorosamente neste breve espaço de tempo em que vivemos, ganharemos aquela coroa incorruptível e imortal, pela graça e misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo. A ele a glória e o poder, agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.

O que o Papa Francisco realmente disse sobre a homossexualidade

Antoine Mekary | ALETEIA | I.Media
Por Agnès Pinard Legry

“Ser homossexual não é crime”, disse o Papa em entrevista à Associated Press, transmitida neste 25 de janeiro. "[O ato homossexual] é pecado, mas vamos distinguir entre um pecado e um crime. Também é pecado não ter caridade para com o próximo”.

As declarações do Papa Francisco sobre a homossexualidade, durante entrevista à agência Associated Press publicada nesta quarta-feira, 25 de janeiro, repercutiram mundialmente. “Ser homossexual não é crime”, afirmou ele. “Não é crime. Mas [o ato homossexual] é um pecado, sim. Pois bem, mas vamos primeiro distinguir entre um pecado e um crime”.

Ele fez as suas declarações ao ser questionado sobre as leis que criminalizam a homossexualidade em cerca de 67 países, entre os quais há onze que preveem até a pena de morte para homossexuais. O Papa descreveu essas leis como “injustas”, lembrando que Deus ama todos os seus filhos do jeito que eles são. Francisco também observou que alguns bispos católicos apoiam essas leis e pediu que eles passem a receber na Igreja as pessoas homossexuais, testemunhando “ternura, como Deus faz por cada um de nós”. Para isso, o Papa considera que esses bispos devem “entrar num processo de conversão”.

“Somos todos filhos de Deus. E Deus nos ama como somos e dá a cada um de nós a força para lutar pela nossa dignidade”.

O Catecismo da Igreja Católica esclarece que a homossexualidade como tal não é pecado, ou seja, o fato de uma pessoa ser homossexual não a torna automaticamente uma pecadora simplesmente em decorrência do fato da sua orientação sexual. Mas a prática de atos homossexuais é pecado, e o Papa fez menção a essa diferença.

Francisco destacou, aliás, que a prática dos atos homossexuais continua sendo pecado, mas acrescentou que “não ter caridade para com o próximo” também é pecado.

Os atos homossexuais constituem pecado porque esta “orientação permanece intrinsecamente desordenada”, recordou o Papa durante a entrevista. Trata-se de palavras do Catecismo, em seu número 2357. O texto explica que os atos homossexuais são inerentemente desordenados porque são contrários à lei natural: fecham o ato sexual ao dom da vida e não procedem de uma genuína complementaridade afetiva e sexual. Entretanto, prossegue o catecismo, as pessoas homossexuais devem ser acolhidas com respeito, compaixão e sensibilidade – e isto é parte essencial da mensagem da Igreja. O Papa reforça na entrevista: “As pessoas homossexuais devem ser tratadas com respeito como todo filho de Deus”.

Ao longo do seu pontificado, Francisco nunca deixou de recordar com precisão e humanidade a mensagem da Igreja sobre a homossexualidade.

“Se uma pessoa é gay e busca o Senhor de boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”, questionou ele em 2013, ao voltar da JMJ do Rio, em resposta a um jornalista que lhe perguntava sobre a existência de um lobby gay dentro do Vaticano.

Aos cerca de quarenta pais de crianças assim chamadas “LGBT”, aos quais recebeu em audiência no mês de setembro de 2020, Francisco havia assegurado o mesmo:

“A Igreja ama seus filhos como eles são, porque são filhos de Deus”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Dom Edson Oriolo: gestão de mudanças, aceleração e "mindset" digital

Mundo | Vatican News

A sociedade é complexa. As decisões a serem tomadas devem ser muito bem analisadas. Quando mexemos num fator, o resultado pode chegar em um outro lugar. Está cada vez mais difícil explicar o mundo de forma linear.

Dom Edson Oriolo - bispo Igreja particular de Leopoldina MG

Acredito que três desafios vêm impactando a sociedade contemporânea, nos últimos anos, causando transformações, incertezas e rupturas globais: as revoluções tecnológicas, a crise econômica de 2008 e a crise sanitária Covid 19. Como não poderia ser diferente, esses abalos são frutos de cenários instáveis de conflitos políticoideológicos que repercutem em todos os ambientes da sociedade hodierna, e também na vida eclesial. Eles estão alterando a maneira de ser e de agir das pessoas. Necessitamos conhecer essa nova lógica para lançar as “sementes do Verbo” com convicção.

Esses desafios rompem o cotidiano e a normalidade das pessoas, afetando todos os tipos de organização. De maneira sistêmica, causam mudanças nos processos das organizações. Assim, não podemos repetir receitas antigas para desafios novos. Temos que sair do imobilismo. Papa Francisco, na Evangelli Gaudium, n.33, comenta essa realidade quando afirma: “A pastoral em chave missionária exige o abandono deste cômodo critério pastoral ‘fez-se sempre assim’”. Isto é um veneno para a Igreja e também para a sociedade. Faz-se necessário conhecer para mudar e construir uma arquitetura organizacional, uma nova performance da vida eclesial. Uma evangelização que atinja todos os setores.

Os abalos sísmicos ou mais conhecidos terremotos são o resultado de movimentos de gases, choques de placas rochosas ou erupções vulcânicas. São abalos e tremores de terra. Eles iniciam no interior da terra, onde acontecem os choques de placas rochosas, liberando energia sob a forma de ondas sísmicas e expandindo em longas distâncias.

Atualmente, a realidade vivencia uma transposição sísmica entre dois mundos: o mundo VUCA e o BANI. Esses abalos de maneira sísmica estão expandindo por causa do mindset e da aceleração digital.

O termo “VUCA” é um acrônimo, que surgiu na década de 90, no exército militar americano, para produzir cenários instáveis e complexos dos militares nos campos de guerra. Após a Guerra Fria, os Estados Unidos começaram a utilizar o termo VUCA para demonstrar as características que deveriam enfrentar, após o conflito e para tentar resolver algumas possíveis respostas para continuar sua caminhada, isto é, seguir adiante.

O termo VUCA significa que tudo é volátil (volatile), incerto (uncertain), complexo (complex) e ambíguo (ambiguous). Vivemos numa sociedade líquida e volátil. Não conseguimos acompanhar as mudanças. As coisas mudam sem parar. Não temos condições de acompanhar as transformações. Está se tornando difícil para as organizações e as instituições acompanharem o mercado. O nosso futuro está ameaçado. Não temos condições de prever resultados futuros e a imprevisibilidade é o principal elemento que vem dificultando as novas soluções.

A sociedade é complexa. As decisões a serem tomadas devem ser muito bem analisadas. Quando mexemos num fator, o resultado pode chegar em um outro lugar. Está cada vez mais difícil explicar o mundo de forma linear. Nesse mundo há uma falta de clareza das coisas. Há uma interpretação dúbia dos fatos que prejudicam a capacidade de encontrar uma solução para determinado fenômeno. Para sobreviver temos que ter um olhar mais humano.

No entanto, devido ao mindset e à aceleração digital vem se solidificando um outro mundo: o BANI. Esse acrônimo foi apresentado pelo futurista e antropólogo americano Jamais Cascio e significa frágil (brittle), ansioso (anxious), não linear (nonlinear) e incompreensível (incomprehensible). As coisas são frágeis e os nossos sistemas são vulneráveis e suscetíveis a falhas. As estruturas se rompem com facilidade. Assim, a fragilidade nos leva à ansiedade. O imprevisível e o desconhecido geram ansiedade, prejudicando o foco. Em um mundo ansioso, todas as escolhas têm chances de trazer resultados não desejados e até mesmo desastrosos.

Estamos num mundo não-linear. Não existe linha reta. A não-linearidade se refere às perturbações e desequilíbrios que estamos vivendo, seja a questão das mudanças climáticas ou o surgimento de novo vírus. Precisamos de clareza, pois as coisas acontecem. Resultados brotam de resultados derivados de eventos inesperados e não programados. Essa situação nos leva a uma realidade incompreensível. As múltiplas fontes de informações nos deixam sem entender as coisas. A alta volatilidade caracteriza a fragilidade dos sistemas que mudam constantemente. Com isso, as incertezas crescentes culminam em grande ansiedade, enquanto a complexidade evolui para a não-linearidade e o ambíguo se torna incompreensível.

No entanto, essa transição do mundo VUCA para o BANI devido ao mindset e à aceleração digital, numa realidade sísmica, exige construir relações de confiança com as equipes que trabalhamos, melhorar nossa performance, alinhar expectativa, ter pensamento crítico, adequar as novas tecnologias com criatividade e atualização e, principalmente, desenvolver uma visão de mundo dinâmico e reflexivo. Isso vai ajudar a entender as mudanças que vêm acontecendo em todos os setores da sociedade.

Mindset: o mesmo que mentalidade, isto é, maneira como pensamos, julgamos, compreendemos, tomamos decisões e enfrentamos situações cotidianas.

São Paulo, a maior cidade do mundo dedicada a um santo

RealityIllusion, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Em circunstâncias de fé, educação e encontro de povos, o privilegiado nascimento do "pequeno povoado em torno ao pátio do colégio".

lista das maiores cidades do planeta apresenta variações com base no critério que se utilize, pois os conceitos de cidade, município, área urbana e região metropolitana também sofrem variações de acordo com os países.

Qualquer que seja o quesito, porém, Tóquio é reconhecida de modo unânime como a maior do mundo na atualidade. A lista, no entanto, sofrerá mudanças drásticas nas próximas décadas, a tal ponto que, em 2100, surpreendentemente, a capital japonesa não aparecerá mais nem sequer na lista das 20 maiores cidades do planeta. Para aquele ano, prevê-se que o primeiro posto entre as megalópoles seja ocupado pela nigeriana Lagos, com mais de 80 milhões de habitantes, seguida por outras 19 cidades exclusivamente da África e da Ásia. Os continentes americano e europeu não terão mais nenhuma representante no topo da lista.

Atualmente, São Paulo aparece entre as cinco maiores cidades do mundo – e não há nenhuma cidade maior do que ela, em todo o planeta, cujo nome também seja dedicado a um santo!

25 de janeiro, dia de São Paulo Apóstolo

A homenagem paulistana ao Apóstolo das Gentes se deve à providencial festa litúrgica celebrada no dia da fundação do pequeno povoado que veio a se tornar, atualmente, a maior cidade não só do Brasil ou da América do Sul, mas de todo o hemisfério Sul do planeta Terra.

Era 25 de janeiro de 1554 quando nasceu formalmente aquele povoado em torno a um pátio de colégio dos padres jesuítas. Foram os missionários quem batizaram o povoado em honra ao santo do dia, o gigantesco Apóstolo São Paulo, que, de feroz perseguidor dos cristãos, se tornou um dos mais fervorosos propagadores da fé em Cristo.

Um pouco de história

Antes de se falar da cidade de São Paulo, é preciso falar da vila criada pouco antes em homenagem a outro santo: São Vicente, a primeira vila brasileira, fundada no litoral paulista em 1532 por Martim Afonso de Sousa. Na ocasião, fazia só 32 anos que Pedro Álvares Cabral tinha chegado à Bahia. Estava começando, na costa paulista, a criação de outras vilas, como Itanhaém e Santos.

Ainda iria demorar alguns anos até que a grande “muralha” representada pela Serra do Mar fosse vencida pelos colonizadores. Quando eles superaram aquela inóspita barreira natural, avançaram pelo planalto paulista e continuaram a estabelecer povoações. Foi o caso, em 1553, da vila de Santo André da Borda do Campo, no chamado “Caminho do Mar”, atual região do ABC Paulista. O fundador foi o explorador português João Ramalho, casado com a índia Bartira, filha do cacique Tibiriçá, chefe da tribo dos guaianases. A miscigenação já era um processo em plena ação desde os primórdios daquela que é hoje a mais cosmopolita das regiões metropolitanas do Brasil.

Naqueles mesmos anos, a Serra do Mar foi vencida por mais uma expedição, formada por um grupo de padres da Companhia de Jesus. Entre eles estavam São José de Anchieta e o então superior dos jesuítas no Brasil, o pe. Manoel da Nóbrega.

Chegados ao planalto de Piratininga, eles encontraram “ares frios e temperados como os de Espanha” e “uma terra mui sadia, fresca e de boas águas”. O local era adequado para o seu propósito de catequizar os indígenas longe da influência dos homens brancos. Em 29 de agosto de 1553, o pe. Nóbrega começou a catequizar um grupo de cinquenta nativos, fato que aumentou a necessidade de fundar o primeiro colégio jesuíta no Brasil, numa região que facilitasse as condições para a alimentação dos indígenas. A localização perfeita foi encontrada numa colina alta e plana, cercada por dois rios: o Tamanduateí e o Anhangabaú.

Um nascimento privilegiado

Manoel da Nóbrega e José de Anchieta celebraram então a primeira Missa no local de fundação do Colégio São Paulo de Piratininga, a instituição que daria origem a um pequeno povoado ao seu redor. O Pátio do Colégio é hoje um local histórico bem preservado na região central de uma das maiores megalópoles do planeta.

Foi um nascimento certamente abençoado – basta ver os elementos que compuseram as circunstâncias: missa, fé, educação, escola, encontro de povos, diálogo, inculturação, paz, boa localização, perspectivas de prosperidade. E, é claro, São Paulo, o improvável Apóstolo que, sob a casca de um sanguinário perseguidor de cristãos, guardava uma alma aberta à conversão de si próprio e de milhares de almas para Deus.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF