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sábado, 18 de fevereiro de 2023

O CRISTIANISMO E AS RELIGIÕES (5/16)

O cristianismo e as religiões | Politize!

COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL

O CRISTIANISMO E AS RELIGIÕES

(1997)

1.5. O debate cristológico

18. Por detrás da problemática teológica, que acabamos de ver, sempre esteve presente a questão cristológica, de que tratamos agora. Ambas estão intimamente conexas. Mas as consideramos separadamente devido à complexidade do problema. A dificuldade maior do cristianismo sempre se focalizou na "encarnação de Deus", que confere à pessoa e à ação de Jesus Cristo as características de unicidade e universalidade em ordem à salvação da humanidade. Como pode um acontecimento particular e histórico ter pretensão universal? Como entrar em um diálogo inter-religioso respeitando todas as religiões e sem considerá-las de antemão como imperfeitas e inferiores, se reconhecemos em Jesus Cristo e só nele o Salvador único e universal da humanidade? Não se poderia conceber a pessoa e a ação salvífica de Deus a partir de outros mediadores além de Jesus Cristo?

19. O problema cristológico está essencialmente vinculado com o do valor salvífico das religiões a que já nos referimos. Centramo-nos aqui um pouco mais no estudo das conseqüências cristológicas das posições teocêntricas. Uma delas é o chamado "teocentrismo salvífico", que aceita um pluralismo de mediações salvíficas legítimas e verdadeiras. Dentro dessa posição, como já observávamos, um grupo de teólogos atribui a Jesus Cristo um valor normativo, visto que sua pessoa e sua vida revelam, do modo mais claro e decisivo, o amor de Deus aos homens. A maior dificuldade dessa concepção está em que não oferece, nem para dentro nem para fora do cristianismo, uma fundamentação dessa normatividade atribuída a Jesus.

20. Outro grupo de teólogos defende um teocentrismo salvífico com uma cristologia não-normativa. Desvincular a Cristo de Deus priva o cristianismo de qualquer pretensão universalista da salvação (e assim se possibilita o diálogo autêntico com as religiões), mas implica ter de se enfrentar com a fé da Igreja, especialmente com o dogma de Calcedônia. Estes teólogos consideram que este último é uma expressão historicamente condicionada pela filosofia grega, que deve ser atualizada porque impede o diálogo inter-religioso. A encarnação seria uma expressão não objetiva, mas metafórica, poética, mitológica. Pretende apenas significar o amor de Deus que se encarna em homens e mulheres cujas vidas refletem a ação de Deus. As afirmações da exclusividade salvífica de Jesus Cristo podem se explicar pelo contexto histórico-cultural: cultura clássica (só uma verdade certa e imutável), mentalidade escatológico-apocalíptica (profeta final, revelação definitiva) e atitude de uma minoria (linguagem de sobrevivências, um único salvador).

21. A conseqüência mais importante dessa concepção é que Jesus Cristo não pode ser considerado o único e exclusivo mediador. Só para os cristãos é a forma humana de Deus, que possibilita adequadamente o encontro do homem com Deus, embora sem exclusividade. E totus Deus, porque é o amor ativo de Deus nesta terra, porém não totum Dei, pois não esgota em si o amor de Deus. Poderíamos dizer também: totum Verbum, sed non totum Verbi. Sendo maior que Jesus, o Logos pode se encarnar também nos fundadores de outras religiões.

22. Essa mesma problemática reaparece quando se afirma que Jesus é Cristo, mas Cristo é mais que Jesus. Isso facilita sobre maneira a universalização da ação do Logos nas religiões. Porém, os textos neotestamentários não concebem o Logos de Deus prescindindo de Jesus. Outro modo de argumentar nessa mesma linha consiste em atribuir ao Espírito Santo a ação salvífica universal de Deus, que não conduziria necessariamente à fé em Jesus Cristo.

1.6. Missão e diálogo inter-religioso

23. As diferentes posições ante as religiões provocam compreensões diversificadas com relação à atividade missionária da Igreja e com relação ao diálogo inter-religioso. Se as religiões são sem mais caminhos para a salvação (posição pluralista), então a conversão deixa de ser o objetivo primeiro da missão, uma vez que o importante é que cada um, animado pelo testemunho dos outros, viva profundamente sua própria fé.

24. A posição inclusivista já não considera a missão como tarefa para impedir a condenação dos não-evangelizados (posição exclusivista). Inclusive reconhecendo a ação universal do Espírito Santo, observa que esta, na economia salvífica querida por Deus, possui uma dinâmica encarnatória que a leva a se expressar e a se objetivar. Dessa maneira a proclamação da palavra conduz essa mesma dinâmica à sua plenitude. Não significa apenas unia tematização da transcendência, mas a maior realização dessa mesma transcendência, ao pôr o homem diante de uma decisão radical. O anúncio e a aceitação explícita da fé faz crescer as possibilidades de salvação e também a responsabilidade pessoal. Além disso, a missão é atualmente considerada como tarefa dirigida não só aos indivíduos, mas sobretudo aos povos e às culturas.

25. O diálogo inter-religioso se fundamenta teologicamente seja na origem comum de todos os seres humanos criados à imagem de Deus, seja no destino comum que é a plenitude da vida em Deus, seja no único plano salvífico divino por intermédio de Jesus Cristo, seja na presença ativa do Espírito divino entre os adeptos de outras tradições religiosas (Diálogo e Anúncio, 28). A presença do Espírito não se dá do mesmo modo na tradição bíblica e nas outras religiões, porque Jesus Cristo é a plenitude da revelação. No entanto, experiências e percepções, expressões e compreensões diversas, provenientes talvez do mesmo "acontecimento transcendental", valorizam sobremaneira o diálogo inter-religioso. Exatamente por meio dele pode-se desenvolver o próprio processo de interpretação e compreensão da ação salvífica de Deus.

26. "Uma fé que não se fez cultura é uma fé que não foi plenamente recebida, não foi inteiramente pensada, não foi fielmente vivida." Essas palavras de João Paulo II em uma carta ao cardeal secretário de Estado (20 de maio de 1982) tornam clara a importância da inculturação da fé. Constata-se que a religião é o coração de toda cultura, como instância de sentido último e força estruturante fundamental. Desse modo, a inculturação da fé não pode prescindir do encontro com as religiões, que deveria se dar sobretudo por meio do diálogo inter-religioso (1).

NOTA: CAPÍTULO I:

1. Cf. Commissio Theologica Internationalis, Fides et inculturatio, c. III, 10; cf. Greg 70 (1989), p. 640.

Fonte: https://www.vatican.va/

Fotógrafo captura momento em que raio atinge o Cristo Redentor

Instagram / fsbragaphotos
Raio atingiu a cabeça do Cristo Redentor durante tempestade no Rio de Janeiro
Por Ricardo Sanches

As imagens impressionantes viralizaram na internet e foram compartilhadas por celebridades internacionais.

Uma imagem impressionante: um raio atinge diretamente a cabeça do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. O fato aconteceu às 18h55 do dia 10 de fevereiro de 2023, e o flagrante foi feito pelo fotógrafo Fernando Braga.

Braga postou as imagens no Instagram com a seguinte legenda: “Raio divino”. Ele explicou à CNN Brasil que tenta registrar os raios que incidem na região do Cristo Redentor sempre que há uma tempestade no Rio. No dia 10, ficou três horas a postos fotografando o céu. Foram mais de seiscentos cliques até conseguir o registro que ele queria. E ficou perfeito!

A imagem incrível viralizou nas redes sociais e foi compartilhada por celebridades internacionais, como Will Smith e Viola Davis.

O monumento do Cristo Redentor, uma das Sete Maravilhas do Mundo, possui sistema de para-raios e não sofreu nenhum dano durante a tempestade.

O fotógrafo também postou um vídeo em que mostra a sequência das fotos.

https://youtu.be/NFH1xVsAr-4

Fonte: https://pt.aleteia.org/

MOISÉS: homem chamado por Deus para libertar seu povo

Moisés: homem chamado por Deus para libertar seu povo | revistapaz 

Por Pe. Jean Steferson Pereira

Se Deus nos chama a todos para uma missão, não seria diferente com Moisés. Esse homem foi vocacionado para libertar o povo da escravidão do Egito em nome e com a força de Deus. Tarefa árdua, tão assustadora que o fez titubear. Mas Deus conhece quem ele chama, e o capacita para a missão. Como Moisés respondeu a esse chamado?

QUEM ERA MOISÉS?

Os primeiros capítulos do livro do Êxodo nos fornecem muitos elementos sobre a vida de Moisés. Ele era descendente de Levi (cf. Ex 2,1), seus pais eram Amram e Jocabed (cf. Ex 6,14-26) e seus irmãos Aarão e Maria (cf. Ex 15,20). Ambos tomaram parte da missão de Moisés e foram, com ele, instrumentos de Deus diante da opressão do faraó. Depois de adulto, também constituiu sua própria família: casou-se com Séfora, a filha de Ragoel, o sacerdote de Madiã (cf. Ex 2,11-22). Com ela teve os filhos Gérson e Eliezer (cf. 1Cr 23,12-15).

Moisés poderia ter sido mais um dos meninos hebreus lançados no rio Nilo, como ordenou o faraó (cf. Ex 1-22). Mas sua mãe e sua irmã armaram um plano para resgatá-lo da morte. Vamos ler Ex 2,1-10 e descobrir essa história? Para nos ajudar na compreensão do texto, vamos responder as questões: Como agiram a mãe e a irmã de Moisés? Onde Moisés foi criado? Por que o menino recebeu o nome de Moisés?

Moisés também poderia ser mais um egípcio agressor dos hebreus, pois foi adotado pela filha do faraó e criado no palácio real. Porém, algo dentro dele o impelia a defender a vida do seu povo. Vamos ler também Ex 2,11-22 e entender como se deu o rompimento de Moisés com a casa do faraó, já na fase adulta da sua vida. Podemos responder, a partir da leitura: por que ele fugiu do Egito? Como aconteceu seu casamento com Séfora? Qual o significado do nome do seu primeiro filho? O que você destaca como importante nessa fase da vida de Moisés?

Em Madiã, Moisés se estabeleceu como pastor de rebanhos, junto ao sogro Ragoel, e pai de família, junto a sua esposa Séfora e seus filhos. E assim viveu por muitos anos, longe do Egito.

O CHAMADO DE DEUS E A RESPOSTA DE MOISÉS

Moisés, provavelmente, acreditava que sua vida estava tranquila e segura nas terras de Madiã, que ele poderia morrer em paz, depois de ter conquistado o que normalmente todo homem busca: trabalho, casamento e filhos. Entretanto, ninguém conhece os desígnios de Deus, que sempre nos surpreende.

Certo dia, apascentando o rebanho de seu sogro, no monte Horeb (também conhecido como monte Sinai ou monte de Deus), Moisés se encontrou diante de uma manifestação divina. Ele viu uma sarça, um arbusto, arder em fogo, mas não se consumir. Desse fogo saía a voz de um anjo de Deus que o chamava: “Moisés, Moisés!”. Perante esse chamado, a resposta de Moisés não pôde ser outra: “Eis-me aqui!” (cf. Ex 3,1-6).

Talvez esse seja um dos textos mais conhecidos da Bíblia, pois expressa fortemente a disposição de Deus em se comunicar com os homens. Nele, e nos relatos seguintes, Deus foi se revelando a Moisés e, por meio dele, a toda a humanidade como um Pai amoroso e atento, que escuta o grito dos seus filhos e se compadece deles. Deus disse seu nome a Moisés, apresentando-se como aquele que “É” e que “Está” presente na vida do seu povo (cf. Ex 3,13-15).

Diante do chamado divino e da missão recebida para libertar o povo da escravidão do Egito, conduzindo-o para a terra onde corre leite e mel (cf. Ex 3,16ss), Moisés sentiu medo  e enxergou apenas as suas limitações: eles não vão escutar a minha voz nem acreditar em mim (cf. Ex 4,13). Falou alto a fraqueza humana, mas é na fraqueza que Deus se manifesta com todo o seu poder. Por isso, o Senhor não aceitou desculpas de Moisés e o confirmou na missão: “Vai! Eu estarei com a tua boca e te ensinarei o que dizer” (Ex 4,12). E Moisés saiu, ao molde dos patriarcas de Israel, para cumprir a missão recebida, conforme Deus ordenou (cf. Ex 4,18ss).

Revista Ecoando, Ano 18, nº 70 – Jun-Ago/2020, págs. 10/11

Fonte: https://www.paulus.com.br/

Carnaval

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CARNAVAL

Dom Carmo João Rhoden 
Bispo Emérito de Taubaté (SP) 

“Nunca nossas atitudes e ações deverão comprometer nossa dignidade”. 

1º No Brasil o carnaval divide o ano comercial em duas partes: a que procede ao carnaval e a que o segue. É celebrado do Chuí ao Oiapoque. Para consegui-lo, se trabalha o ano todo, pois, não se pode faltar na folia.  O Rei momo chega a ganhar as chaves da cidade. Quer nos parecer, que nem sempre esteja disposto, a devolvê-las… Nesse tempo atípico, bebe-se e come-se à tripa forra. Baco está solto e Pantagruel tira seu atrasado. O galo da madrugada, nem sabe, quando, cantar: está meio transtornado. Os carros alegóricos mostram, como se gasta dinheiro para inglês ver… muitos tem dificuldades em suas vidas, para serem comedidos, mas no carnaval, vale tudo. Apela-se, até à luxúria, pois, as normas morais parecem estar suspensas. Há beijos, que mesmo divididos por 3, são longos de mais… 

2º Sua história está, possivelmente, ligada ao catolicismo medieval. É claro, sem os exageros e provocações, dos dias atuais. Começasse na sexta, antes da quaresma. Quando termina? Não se sabe bem… Deveria ser na terça à noite, mas não há sempre consenso… A Quarta-Feira de Cinzas fica então para os assim chamados “igrejeiros”. Quando, as notas das escolas de samba são reveladas, é oferecido ocasião, para um carnavalzinho especial… No Brasil, ele (o carnaval), também, tem a que ver com certos costumes dos escravos: podiam então festejar mais. Hoje, faz parte da cultura brasileira: com suas escolas de samba, afoxés, frevos e maracatus etc…  

3º Que dizer? Diversão sim, sem-vergonhice não. Geralmente as coisas descambam. Apela-se. Não sem motivos, os nascimentos, nove meses depois do carnaval aumentam. Freud explica e os foliões aproveitam… Contudo o Evangelho durante o carnaval não fica suspenso, nem a consciência cristã livre de seus compromissos. Temos nossa nobreza no ser e no agir. 

4º Bom carnaval para todos, os que dele possam participar. Mas, nunca esqueçamos de nossa dignidade humana: esta, não tem férias…

Espanha aprova nova lei do aborto

A Ministra da Igualdade de Espanha, Irene Montero, no 
Congresso dos Deputados / Canal Parlamentar
Por Nicolás de Cárdenas

MADRI, 17 Fev. 23 / 02:40 pm (ACI).- O Congresso dos Deputados da Espanha aprovou anteontem (16) de forma definitiva a nova lei do aborto, que é ainda mais prejudicial do que a lei em vigor aprovada em 2010.

A nova lei visa reverter a tendência atual de fazer aborto em centros privados por causa da objeção de consciência geral dos profissionais do sistema público de saúde e estabelece a obrigatoriedade de um registro público dos objetores de consciência.

A lei prevê obrigar os farmacêuticos a fornecer a pílula do dia seguinte, o que limita o direito de objeção das farmácias.

A lei elimina a obrigatoriedade de fornecer às mulheres informações completas sobre os procedimentos, os riscos da intervenção e os auxílios e alternativas em caso de não fazer o aborto. O período de reflexão de três dias estabelecido anteriormente também foi eliminado.

O Partido Popular (PP) apoiou uma emenda no Senado para impedir a proposta de informação reforçada promovida pela VOX em Castilla y León, que queria oferecer às mulheres grávidas com risco de aborto a possibilidade de fazer um ultrassom 4D.

Além disso, as mulheres que abortam terão direito a um período de incapacidade temporária posterior.

A nova lei também restabelece que menores com idades entre 16 e 17 anos podem abortar sem o conhecimento dos pais. Esse ponto foi o único reformado pelo PP quando tinha maioria absoluta no Congresso, apesar de ter prometido revogar a lei de 2010.

As mulheres com deficiência também não precisarão do apoio de seus responsáveis ​​legais.

Segundo a lei recém-aprovada, o aborto não deve constar no histórico clínico da mulher após cinco anos.

Pela lei, a distribuição de métodos contraceptivos de barreira será intensificada em institutos, prisões e centros de assistência social.

A lei prevê a promoção de pesquisas sobre contracepção masculina em prol da "corresponsabilidade dos homens", segundo o governo.

A pílula do dia seguinte será distribuída gratuitamente nos ambulatórios e nos novos "centros públicos de atendimento especializado em direitos sexuais e reprodutivos".

A nova lei também estabelece a imposição da educação sexual com base na ideologia de gênero em todas as etapas educacionais, promovendo o uso de anticoncepcionais, a promiscuidade sexual e as relações entre pessoas do mesmo sexo, entre outros, desde a primeira infância.

A lei classifica como “formas de violência reprodutiva” a gravidez, o aborto, a esterilização e a contracepção forçadas. Também as barrigas de aluguel.

Sentença de morte para a Espanha

O ramo espanhol do movimento 40 Dias pela Vida considerou que a nova lei “é uma sentença de morte para a Espanha”. “Hoje, mais do que nunca, somos conscientes de que o fim do aborto está em nossas orações, em nosso jejum pelas pessoas que, da maneira que for, participam deste crime contra nós mesmos”.

A porta-voz da plataforma ‘Derecho a Vivir’ (Direito de Viver), Inmaculada Fernández, disse que a nova lei é “a mais mortífera das leis de aborto que forma aprovadas na Espanha”.

Para a presidente da Federação Espanhola de Associações Pró-Vida, Alicia Latorre, esta lei “legitima a morte de inocentes e priva as mães de informação e de ajuda”.

"É muito triste que depois de mais de 40 anos de aborto na Espanha, em vez de aprender o quão devastador é e quão sombrio é o negócio e a ideologia que o sustenta, a Espanha está cega no abismo da autodestruição", disse.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Papa: os leigos não são "hóspedes" em sua própria casa. O clericalismo é uma praga

Participantes do Congresso promovido pelo Discatério para os leigos, a Família
e a Vida | Vatican News

“Chegou a hora de pastores e leigos caminharem juntos em cada âmbito da vida da Igreja, em todas as partes do mundo”, disse o Papa em audiência no Vaticano na manhã deste sábado, 18 de fevereiro. Francisco reiterou o seu sonho de uma Igreja missionária, onde os leigos não sejam mais clerizalizados do que os próprios clérigos.

 Vatican News

Os leigos não são “hóspedes” na Igreja, mas estão em sua casa: foi o que disse o Papa ao receber em audiência este sábado (18/02) os participantes do Congresso dos presidentes e referentes das Comissões para o Laicato das Conferências Episcopais. O Congresso é uma iniciativa do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, com a finalidade de refletir sobre a corresponsabilidade de pastores e fiéis a caminharem juntos na Igreja.

Em seu discurso, o Papa se deteve sobre a dimensão “sinodal” desta caminhada, pedindo a superação de modos de agir autônomos, já que a sinodalidade encontra sua fonte e fim último na missão: “pastores e fiéis leigos juntos. Não indivíduos isolados, mas um povo que evangeliza”.

"Esta é a intuição que devemos ter sempre: a Igreja é o santo povo de Deus. Na Lumen gentium 8, 12 é isto, não é populismo nem elitismo. Não. É o santo povo fiel de Deus. E isto não se aprende teoricamente, se entende vivendo."

O sonho de uma Igreja missionária

Francisco resgatou sua Exortação apostólica Evangelii gaudium, onde expressa o sonho de uma Igreja missionária, mas para isso a Igreja precisa ser sinodal.

"Sonho uma Igreja missionária. E me vem à mente uma figura do Apocalipse, quando Jesus diz: 'Estou à porta e bato'. É verdade, era para entrar: 'Se alguém me abrir, entrarei e comerei com ele'. Mas hoje o drama da Igreja é que Jesus continua a bater à porta, mas a partir de dentro, para que o deixem sair! Muitas vezes a Igreja acaba prisioneira que não deixa o Senhor sair, o tem como propriedade, e o Senhor veio para a missão e nos quer missionários."

Para o Pontífice, este horizonte oferece a justa chave de leitura para o tema da corresponsabilidade, da valorização dos leigos. Isto não depende de uma alguma novidade teológica nem se trata de “reivindicações" de categoria, mas se baseia numa correta visão da Igreja como Povo de Deus, dos quais os leigos fazem plenamente parte com os ministros ordenados. "Eles não são donos, são os servidores".

Francisco afirmou que é preciso recuperar uma “eclesiologia integral”, onde deve ser acentuada a unidade, não a separação. O leigo não é um “não clérigo” ou um “não religioso”, mas batizado como membro do Povo santo de Deus. No Novo Testamento, disse o Papa, não aparece a palavra leigo, mas se fala de fiéis, discípulos, irmãos – termos aplicados a todos: leigos e ministros ordenados. Portanto, o único elemento fundamental é a pertença a Cristo. Os mártires, por exemplo, não se declaram bispos ou leigos, mas cristãos.

“Também hoje, num mundo que se seculariza sempre mais, o que realmente nos distingue como Povo de Deus é a fé em Cristo, não o estado de vida. Somos batizados cristãos, discípulos de Cristo. Todo o resto é secundário." Sacerdote, bispo ou cardeal que seja.

Leigos não são "hóspedes" em sua própria casa

Certamente os leigos são chamados a viver sua missão em ambientes seculares, mas isso não exclui que tenham capacidades, competências para contribuir para a vida da Igreja.

Neste processo, a formação dos leigos é indispensável para viver a corresponsabilidade. Formação não só acadêmica, mas prática, pois o apostolado laical é sobretudo testemunho. "Também neste ponto gostaria de destacar que a formação deve ser orientada para a missão, não só para as teorias, porque isso acaba nas ideologias. É terrível, é uma peste: a ideologia na Igreja é uma peste." Por sua vez, os pastores também devem ser formados, desde o seminário, a uma colaboração cotidiana e ordinária com os leigos.

Esta corresponsabilidade permitirá superar dicotomias, medos e desconfianças recíprocas.

“Chegou a hora de pastores e leigos caminharem juntos em cada âmbito da vida da Igreja, em todas as partes do mundo. Os fiéis leigos não são 'hóspedes' na Igreja, estão em sua casa, por isso são chamados a cuidar da própria casa.”

Francisco pediu uma maior valorização dos leigos, sobretudo das mulheres, na vida das paróquias e dioceses. E ofereceu exemplos de colaboração com os sacerdotes: na formação de crianças e jovens, na preparação ao matrimônio, no acompanhamento da vida familiar, na organização de iniciativas, trabalhando nos escritórios das dioceses e contribuindo inclusive na formação de seminaristas e religiosos, recordando que um leigo também pode ser diretor espiritual.

Clericalismo, uma peste na Igreja

“Poderemos dizer: leigos e pastores juntos na Igreja, leigos e pastores juntos no mundo”, concluiu o Papa, citando o livro Meditations sur l’Eglise, em que o cardeal De Lubac alerta para o clericalismo.

"O clericalismo deve ser expulso. Um sacerdote, um bispo que cai nesta atitude faz muito mal à Igreja. Mas é uma doença contagiosa e pior que um padre ou bispo clerical são os leigos clericalizados: por favor, são uma peste na Igreja. Leigo é leigo."

Francisco finalizou seu discurso recomendando que todos tenham no coração e na mente esta bela visão da Igreja: “Uma Igreja propensa à missão e onde se unificam as forças e se caminha juntos para evangelizar”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

O CRISTIANISMO E AS RELIGIÕES (4/16)

O cristianismo e as religiões | Politize!

COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL

O CRISTIANISMO E AS RELIGIÕES

(1997)

1.3. A questão da verdade

13. A toda essa discussão está subjacente o problema da verdade das religiões, relegado atualmente a um segundo plano e desligado da reflexão sobre o valor salvífico. A questão da verdade acarreta sérios problemas de ordem teórica e prática, uma vez que, no passado, teve conseqüências negativas no encontro entre as religiões. Daí a tendência a diminuir ou a privatizar esse problema, com a afirmação de que os critérios de verdade só valem para a respectiva religião. Alguns introduzem uma noção mais existencial da verdade, considerando apenas a conduta moral correta da pessoa e subestimando o fato de que suas crenças possam ser condenadas. Cria-se certa confusão entre "estar na salvação" e "estar na verdade". Seria necessário pensar mais na perspectiva cristã da salvação como verdade e do estar na verdade como salvação. A omissão do discurso sobre a verdade traz consigo a equiparação superficial de todas as religiões, esvaziando-as, no fundo, de seu potencial salvífico. Afirmar que todas são verdadeiras equivale a declarar que todas são falsas. Sacrificar a questão da verdade é incompatível com a visão cristã.

14. A concepção epistemológica subjacente à posição pluralista utiliza a distinção de Kant entre noumenon phenomenon. Sendo Deus, ou a Realidade última, transcendente e inacessível ao homem, só poderá ser experimentado como fenômeno, expresso por imagens e noções condicionadas culturalmente; isso explica que representações diversas da mesma realidade não necessitem, a priori, excluir-se reciprocamente. A questão da verdade se relativiza ainda mais com a introdução do conceito de verdade mitológica, que não implica adequação a uma realidade, mas simplesmente desperta no sujeito uma disposição adequada ao enunciado. Entretanto, é preciso observar que expressões tão contrastantes do noumenon acabam de fato por dissolvê-lo, esvaziando o sentido da verdade mitológica. Está também subjacente uma concepção que separa radicalmente o Transcendente, o Mistério, o Absoluto, de suas representações; sendo todas elas relativas, porque imperfeitas e inadequadas, não podem reivindicar exclusividade na questão da verdade.

15. A busca de um critério para a verdade de uma religião que, para ser aceito pelas outras religiões, deve situar-se fora dessa mesma religião é tarefa seria para a reflexão teológica. Certos teólogos evitam termos cristãos para falar de Deus (preferindo, por exemplo, Eternal OneUltimate RealityReal) ou para designar a. conduta correta (Reality-centredness, e não Self-centredness). Nota-se, contudo, que tais expressões ou manifestam uma dependência de determinada tradição (cristã) ou se tornam tão abstratas que deixam de ser úteis. O recurso ao humanum não convence por se tratar de um critério meramente fenomenológico, que faria a teologia das religiões dependente da antropologia dominante na época. Além disso, é preciso considerar como religião verdadeira aquela que consiga melhor seja conciliar a finitude, a provisionalidade e a mutalidade de sua autocompreensão com a infinitude para que aponta, seja reduzir à unidade (força integradora) a pluralidade de experiências da realidade e das concepções religiosas.

1.4. A questão de Deus

16. A posição pluralista pretende eliminar do cristianismo qualquer pretensão de exclusividade ou superioridade com relação às outras religiões. Para tanto, deve afirmar que a realidade última das diversas religiões é idêntica e, ao mesmo tempo, relativizar a concepção cristã de Deus no que ela tem de dogmático e vinculante. Desse modo, distingue Deus em si mesmo, inacessível ao homem, de Deus manifestado na experiência humana. As imagens de Deus são constituídas pela experiência da transcendência e pelo respectivo contexto sociocultural. Não são Deus, mas apontam corretamente para ele; isso pode ser dito também das representações não-pessoais da divindade. Como conseqüência, nenhuma delas pode se considerar exclusiva. Daí se segue que todas as religiões são relativas, não enquanto apontam para o Absoluto, mas em suas expressões e em seus silêncios. Visto que existe um único Deus e um mesmo plano salvífico para a humanidade, as expressões religiosas estão ordenadas umas às outras e são complementares entre si. Sendo o Mistério universalmente ativo e presente, nenhuma de suas manifestações pode pretender ser a última e definitiva. Assim, a questão de Deus se acha em íntima conexão com a da revelação.

17. Também relacionado com a mesma questão está o fenômeno da oração, que se encontra nas diversas religiões. Em suma, é o mesmo destinatário que se invoca sob nomes diferentes nas orações dos fiéis? Divindades e poderes religiosos, forças personificadas da natureza, da vida e da sociedade, projeções psíquicas ou míticas representam todas elas a mesma realidade? Não se dá aqui um passo indevido de uma atitude subjetiva a um juízo objetivo? Pode haver uma oração politeísta que se dirija ao verdadeiro Deus, já que um ato salvífico pode se dar por meio de uma mediação errônea. Isso não significa, porém, o reconhecimento objetivo dessa mediação religiosa como mediação salvífica, ainda que essa oração autêntica seja suscitada pelo Espírito Santo (Diálogo e Anúncio, 27).

Fonte: https://www.vatican.va/

Carnaval: alegria, congraçamento e cuidado

Máscaras | shutterstock

CARNAVAL: ALEGRIA, CONGRAÇAMENTO E CUIDADO

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ) 

Após a pandemia, teremos o primeiro carnaval aberto à presencialidade e participação das multidões. Assim, como em 1922, houve, no mundo inteiro, uma irrupção de entusiasmo e necessidade de celebrar a vida depois de passar pela gripe espanhola, sentimos, talvez nesta conjuntura de ansiedade, divisão, polarização e fechamento que afeta o Brasil, e grande parte da humanidade, a vontade de festejar, de extravasar com alegria, o fato de estar vivos e expressar com a ginga do samba, os enredos e o próprio encanto do carnaval a participação desta festa.  

Todos sabemos da origem cristã do carnaval, implícito no seu nome latino (a carne vale), que significa que, antes de entrarmos na austeridade penitente do retiro quaresmal, podemos manifestar, com espontaneidade e descontração, o sentido da festa. O cristianismo, longe de ser uma religião triste e rigorosa, vivencia e testemunha, com entusiasmo e vibração, à luz Pascal da ressurreição, e todo encontro em que se celebre a vida, a esperança, a gratuidade e misericórdia do Bom Deus; estamos, com otimismo cristão, suspirando pelo grandioso banquete do Reino prometido pelo Senhor.  

Nossa presença entre, e como carnavalescos, é dar esse sentido que ultrapassa o espetáculo midiático do carnaval, para fraternizar com simplicidade e alegria a perspectiva esperançosa de uma vida mais plena e inteira. Nas baterias das escolas e das marchinhas carnavalescas bate, no coração, o desejo de superar as fraturas e contradições da nossa existência, para construir, juntos, uma convivialidade fraterna e reconciliada. Estaremos, também, intercedendo, rezando e acompanhando, como anjos do cuidado e da solidariedade amorosa, ajudando a criar um clima de respeito fraterno e auxiliando a lembrar dos protocolos de saúde, valorização da vida e dignidade de todas as pessoas.  

Que o Deus da vida e fonte da alegria plena e verdadeira, que ninguém pode tirar-nos, nos ilumine e acompanhe para sempre darmos razão de nossa esperança e da festa que não tem fim!

Cardeal conta qual é o segredo para a Nigéria ser o país com a maior frequência à missa no mundo

Cardeal Okpaleke celebra missa na Igreja dos Santos Mártires
de Uganda, em Roma - Foto: Daniel Ibañez/CNA
Por Courtney Mares/CNA

ROMA, 16 Fev. 23 / 02:05 pm (ACI).- Após a Nigéria ser reconhecida como país com a maior frequência à missa no mundo, o cardeal mais jovem do país africano, Peter Ebere Okpaleke, contou quais são alguns dos segredos por trás da vibrante vida sacramental de seu país.

Um estudo recente mostrou que 94% dos 30 milhões de católicos da Nigéria dizem frequentar a missa uma ou mais vezes por semana, enquanto apenas 17% dos católicos nos EUA vão à missa semanalmente. No Brasil, segundo o estudo, esse número é de 8%.

O cardeal Peter Ebere Okpaleke, de 59 anos, que lidera a diocese de Ekwulobia, no sul da Nigéria, vê três fatores-chave por trás da participação ativa dos católicos no país.

Em entrevista à CNA, agência em inglês do Grupo ACI, quando o cardeal esteve em Roma este mês, Okpaleke disse acreditar que a visão de mundo tradicional da Nigéria, o papel da família e um senso de comunidade nas paróquias mantiveram os nigerianos próximos aos sacramentos geração após geração.

Consciência da presença de Deus

O cardeal Okpaleke disse que a sociedade nigeriana como um todo tem “uma visão tradicional” que reconhece a presença de Deus na vida e na sociedade e os nigerianos não perderam de vista como o mundo espiritual impregna a vida cotidiana.

“Há uma consciência geral do papel do divino na vida humana. É essa consciência que se traduz na frequência à missa para os católicos, que vêm à missa para encontrar Cristo na Eucaristia”, disse o cardeal.

Segundo ele, a alta frequência à missa “atravessa as faixas de renda” com pobres e ricos, instruídos e sem instrução, todos atraídos aos sacramentos através de um desejo compartilhado por Deus.

Em outras partes do mundo onde a secularização atrofiou o senso do divino de uma cultura, a Igreja pode se beneficiar ao enfatizar que é uma “porta de entrada” que satisfaz “a fome interior do ser humano de se relacionar com o divino”, disse o cardeal.

A família como “igreja doméstica”

Na Nigéria, há um forte senso de que a família é a “igreja doméstica”, um termo usado pelos primeiros Padres da Igreja e enfatizado pelo papa são João Paulo II na exortação apostólica Familiaris Consortio, de 1981.

“A família é vista como o principal lugar onde a fé é passada para a próxima geração”, disse Okpaleke.

“Embora as famílias estejam enfrentando muita pressão por causa da situação socioeconômica e cultural da Nigéria, a maioria das famílias resistiu a essa pressão, extraindo forças da fé para superar os desafios que lhes são lançados”, disse o cardeal.

Ele recomendou que os católicos de todo o mundo “prestem atenção pastoral à família como a Igreja doméstica, porque é onde a experiência de fé de todos é formada”.

Senso de comunidade

As paróquias e dioceses católicas na Nigéria proporcionam às pessoas um forte senso de “comunidade e pertencimento”.

“Em geral, as pessoas sentem um senso de comunidade na Igreja”, disse Okpaleke. O cardeal viu isso pessoalmente em sua própria diocese, que tem apenas 3 anos, onde as discussões do sínodo diocesano sobre a sinodalidade pareciam “sessões tradicionais nas praças das aldeias onde eram discutidos assuntos de interesse da comunidade”.

Okpaleke lidera a diocese de Ekwulobia, no sul da Nigéria, uma nova diocese criada em 2020.

Com a criação da diocese em meio à pandemia de COVID-19 e os desafios econômicos que se seguiram, o cardeal ficou emocionado ao ver como os católicos em sua diocese “fizeram e continuam a fazer sacrifícios felizes pelo crescimento de nossa diocese”.

Agora, ele está trabalhando para estabelecer um centro de retiro diocesano que também possa servir como um centro de formação contínua para padres e leigos católicos.

“A criação da diocese causou muita alegria e energia tanto aos sacerdotes quanto aos fiéis leigos. A nova diocese foi assumida por todos como seu projeto”, disse.

O que o mundo pode aprender com a Nigéria

O cardeal vê o alto comparecimento à missa da Nigéria como “algo para se alegrar e um desafio” para trabalhar na preservação “deste presente inestimável de Deus”.

Okpaleke reconheceu que a fé vibrante na Nigéria é em parte fruto dos missionários que levaram o Evangelho ao país.

“Houve um tempo em que a porcentagem de comparecimento à missa em algumas partes do mundo era de quase 100%. Isso mudou em muitos lugares. Portanto, é importante que a Igreja nessas áreas reflita sobre o que causou a mudança na visão de mundo que resultou na queda na frequência à missa”, disse o cardeal.

Atualmente, a Nigéria envia padres para servir à Igreja na Europa e nos EUA, por exemplo, onde o número de padres nos EUA caiu 70% entre 1970 e 2020.

Okpaleke, nomeado cardeal pelo papa Francisco em 2022, destacou o importante papel da família e das comunidades paroquiais no cultivo de uma fé viva.

“A Igreja como comunidade também deve se esforçar para incorporar o anseio dos seres humanos por amor, comunidade e pertencimento, a fim de anunciar Jesus com eficácia”, disse o cardeal nigeriano.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa: individualismo e fechamento infestam o mundo, o bem comum em primeiro lugar

O Papa Francisco com um grupo de empresários do México 
(Vatican Media)

Ao receber um grupo de empresários mexicanos, Francisco falou sobre o risco ligado às consequências das "consciências adormecidas pelo conforto" que distanciam quem sofre ou é descartado. Pediu para que prevaleça o "capital espiritual" sobre a lógica do sucesso e dinheiro.

Vatican News – Mariangela Jaguraba

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (17/02), no Vaticano, um grupo de empresários mexicanos.

O Pontífice iniciou sua saudação, manifestando satisfação pelo encontro e ressaltando que "é muito triste o que estamos vivendo, como as guerras que causam estragos em toda a família humana, causando sofrimento e pobreza. Isso nos faz perder o sentido de ser família, do respeito e da tolerância com nossas diferenças e dificuldades".

"Sabemos que numa família as coisas se resolvem com paciência, com amor, dialogando, partilhando os pontos de vista e as necessidades de cada um, para nos ajudar reciprocamente", disse ainda Francisco, acrescentando:

A cultura do nosso tempo tem sido infestada pelo individualismo e pelo fechamento. Aos poucos, vemos as consequências das nossas consciências adormecidas pelo conforto, o que nos leva a perder de vista aqueles que estão sofrendo ou são descartados.

A seguir, Francisco recordou que alguns meses atrás disse "a um grupo de empresários espanhóis que o empresário católico, para poder ser sinal da presença de Deus no mundo da economia e do trabalho, precisa cuidar de sua relação com o Senhor".

O capital mais importante que podemos manter é o capital espiritual. Quando o Senhor toca o nosso coração, ampliamos o nosso olhar e somos capazes de ver os necessitados e cuidar da criação, somos capazes de colocar o bem comum em primeiro lugar, o "nós" de uma família, para deixar de lado a lógica mundana do "eu", do sucesso, do domínio, do dinheiro, excluindo os demais. Cada um de nós é chamado a contribuir para que na sociedade haja cada vez mais artesãos de paz e de uma cultura do encontro, e que na Igreja se multipliquem os construtores de uma comunidade na qual todos, sem exceção, sejam bem recebidos e amados pelo Senhor.

"Quanto a cuidar da relação com Deus, sabemos que para isso é necessário que haja bons sacerdotes, pois são eles os pastores do povo de Deus. É um direito dos fiéis ter sacerdotes bem formados e que com alegria alimentam a comunidade de fiéis com o pão da Palavra e da Eucaristia, e também que deem testemunho de uma vida dedicada aos outros", disse ainda o Papa, encorajando os empresários mexicanos a rezar e a estar perto dos sacerdotes, "para que possam concentrar as suas energias e a sua criatividade no exercício da pastoral".

Por fim, o Papa os confio à proteção de Nossa Senhora de Guadalupe. "Que Ela cuide de vocês, de suas famílias, os encoraje e os acompanhe em seus projetos de bem."

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF