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segunda-feira, 17 de abril de 2023

O início de um novo começo

O início de um novo começo (Revista Cidade Nova)

O início de um novo começo

Texto sobre a Páscoa escrito por Gustavo Monteiro, aos moldes dos que estão sendo publicados no perfil do Instagram @guga.monteiroo

por Gustavo Monteiro   em  08/04/2023

No princípio de tudo, quando o tempo tinha acabado de ser inventado, uma mulher chamada Eva se viu diante de uma árvore gigantesca, intrigante, proibida. 

Tendo diante de si um fruto (diz um Livro antigo), ela sentiu a irresistível necessidade de tê-lo dentro de si e de nutrir-se dele. Assim fez e, ao compartilhá-lo, sentiu-se só. 

Esse foi o começo do fim.

Muito tempo depois (diz o mesmo Livro), uma mulher chamada Maria se viu diante de uma estrutura gigantesca, intrigante, proibida. Os troncos que um dia foram de uma árvore, dispostos em formato de cruz, penduravam, atado ao centro, o seu filho.

E ela teve diante de si, assim transformado em nada, o Fruto do seu ventre.

É verdade que Ele tinha repartido pão e multiplicado peixes, mas o seu principal nutriente eram, na verdade, Palavras. Foram as suas Palavras que arrastaram multidões, que operaram tantos milagres. E foram as suas Palavras que, política e religiosamente mal interpretadas, tinham-no levado àquele lugar.

O Fruto que um dia tinha saído de dentro de Maria, semente de uma antiga promessa, era agora arrancado do mundo em desespero e dor. Um homem que deixa de ser homem. O Filho de Deus que se sente abandonado por Deus.

Também de Maria tinham roubado a sua principal tradução, já não era mãe de filho vivo. Dessa vez, porém, não havia solidão.

Ao contrário do fruto do início dos tempos, o fruto do ventre de Maria, recheado de Palavras eternas e feitas com a capacidade de vibrar todas as cordas do universo, produz família. É impossível experimentar das suas Palavras (antes, agora ou depois) e não se sentir uma coisa só com o mundo e com todos (os de antes, os de agora e os de depois).

De pé, desolada, mas sem desespero, Maria sentiu vivas as Palavras que tinha guardado dentro do peito desde sempre.

E esse foi o início de um novo começo.

Fonte: https://www.cidadenova.org.br/

Rezar é desesconder-se

ozrimoz | Shutterstock
Por Peter Cameron

Ninguém pode suportar durante muito tempo a reclusão auto-imposta: da desgraça do nosso esconderijo, o nosso coração suplica a Deus.

Passei a ter uma nova visão sobre a oração depois de ler um livro do pe. Tomáš Halík. Em “A Noite do Confessor“, o sacerdote tcheco escreve que “rezar significa estar ciente de que eu posso ser visto” e que “a consciência de viver em ‘desocultação’ (tradução exata da palavra grega para ‘verdade’) transforma as pessoas”.

Depois da queda, a vergonha leva Adão e Eva a se esconderem: o homem e a mulher se esconderam do Senhor Deus entre as árvores do jardim (Gn 3,8). Conscientes da própria nudez, não suportaram o olhar de Deus que os chamava: onde estais?

Mas ninguém pode suportar durante muito tempo a reclusão auto-imposta. Da desgraça do nosso esconderijo, o nosso coração suplica a Deus: “Olha para mim e tem piedade de mim, porque estou sozinho e aflito” (Sl 25,16). A mesma constatação se repete ao longo dos Salmos: “De ti o meu gemido não se esconde (…) Minhas faltas não estão escondidas de ti” (Sl 38,10; 69,6). Um apelo humano fundamental implora pelo cuidado e pela proteção de Deus: “Ó Senhor dos Exércitos, olha dos céus e vê” (Sl 80,15). Há melhor maneira de descrever a glória de Deus do que declarando que “o Senhor olhou da sua santa altura, do céu contemplou a terra, para ouvir o gemido dos presos, para libertar os condenados à morte” (Sl 102,20). Ansiamos por renunciar ao nosso esconderijo e por viver às claras diante de nosso Deus.

A salvação trazida por Jesus Cristo nos liberta do nosso esconderijo. Jesus nos aproxima do seu Pai, “que vê o que ninguém vê” (Mt 6,6). O Novo Testamento nos assegura que “nada lhe é oculto; tudo está nu e exposto aos seus olhos” (Hb 4,13). O cobrador de impostos no Templo, tomado de remorso (Lc 18,13-14) e a viúva pobre dando esmola no Templo (Lc 21,1-4) são iguais neste aspecto: ambos agem com a certeza de que Deus os vê – e de que serem vistos os levará à transformação. Mesmo quando Zaqueu, cheio de culpa, tenta se esconder subindo a um sicômoro, Jesus o vê, descobrindo nele o seu desejo mais profundo por Deus. Esta consciência encorajou Zaqueu e o impediu de se esconder novamente.

Por meio da oração conquistamos a libertação de ser vistos por Deus. Saímos do nosso esconderijo para ouvir Jesus chamar-nos: “Onde estás? Desejo estar contigo”. A propósito, a palavra “desocultação” seria a tradução exata da palavra grega que normalmente traduzimos como “verdade”: aletheia.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Maria na Anunciação

A Virgem de Nazaré é saudada pelo Anjo, da parte de Deus,
como «cheia de graça»  (Copyright Paolo Gallo)

"A intenção do Concílio, na conclusão da LG, não é apresentar um tratado completo e exaustivo de todas as verdades marianas. Não haveria espaço e tempo para falar sobre toda a doutrina Mariológica da Igreja. Mas o intento dos padres conciliares foi de inserir Maria no seu papel fundamental dentro da Igreja, na história da salvação dos homens."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Maria é introduzida no mistério de Cristo definitivamente mediante a Anunciação do Anjo, em Nazaré, "em circunstâncias bem precisas da história de Israel, o povo que foi o primeiro destinatário das promessas de Deus. O mensageiro divino diz à Virgem: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor é contigo»".

Na Carta Encíclica Redemptoris Mater, São João Paulo II recorda que a Anunciação "é a revelação do mistério da Encarnação exatamente no início da sua realização na terra. A doação salvífica que Deus faz de si mesmo e da sua vida, de alguma maneira a toda a criação e, diretamente, ao homem, atinge no mistério da Encarnação um dos seus pontos culminantes", o que constitui "um vértice de todas as doações de graça na história do homem e do cosmos. Maria é a «cheia de graça», porque a Encarnação do Verbo, a união hipostática do Filho de Deus com a natureza humana, se realiza e se consuma precisamente nela. Como afirma o Concílio, Maria é «Mãe do Filho de Deus e, por isso, filha predileta do Pai e templo do Espírito Santo; e, por este insigne dom de graça, leva vantagem a todas as demais criaturas do céu e da terra»".

Depois de "Maria na história salvífica", Pe. Gerson Schmidt* nos propõe hoje a reflexão "Maria na anunciação":

"A intenção do Concílio, na conclusão da LG, não é apresentar um tratado completo e exaustivo de todas as verdades marianas. Não haveria espaço e tempo para falar sobre toda a doutrina Mariológica da Igreja. Mas o intento dos padres conciliares foi de inserir Maria no seu papel fundamental dentro da Igreja, na história da salvação dos homens. Igreja é virgem e mãe, concebida sem pecado e carrega o peso da história, e já possui uma dimensão escatológica. A Igreja é antecipada em Maria. Ela é a Igreja já realizada, ou ela é aquilo que a Igreja deverá ser um dia, quando terminar seu percurso na terra. Por essa razão, a Mariologia insere-se na eclesiologia do Vaticano II, para apontar um ideal a ser perseguido pela Igreja. Maria, a Mãe de Deus, é, assim, modelo para a Igreja e mãe da Igreja.

Estamos dissecando os pontos mariológicos abordados na LG. No número 56 da Lumen Gentium afirma assim sobre Maria e a anunciação: “Mas o Pai das misericórdias quis que a aceitação, por parte da que Ele predestinara para mãe, precedesse a encarnação, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, também outra mulher contribuísse para a vida. É o que se verifica de modo sublime na Mãe de Jesus, dando à luz do mundo a própria Vida, que tudo renova. Deus adornou-a com dons dignos de uma tão grande missão; e, por isso, não é de admirar que os santos Padres chamem com frequência à Mãe de Deus «toda santa» e «imune de toda a mancha de pecado», visto que o próprio Espírito Santo a modelou e d'Ela fez uma nova criatura (175). Enriquecida, desde o primeiro instante da sua conceição, com os esplendores duma santidade singular, a Virgem de Nazaré é saudada pelo Anjo, da parte de Deus, como «cheia de graça» (cf. Lc 1,28); e responde ao mensageiro celeste: «eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38).

Deste modo, Maria, filha de Adão, dando o seu consentimento à palavra divina, tornou-se Mãe de Jesus e, não retida por qualquer pecado, abraçou de todo o coração o desígnio salvador de Deus, consagrou-se totalmente, como escrava do Senhor, à pessoa e à obra de seu Filho, subordinada a Ele e juntamente com Ele, servindo pela graça de Deus omnipotente o mistério da Redenção. Por isso, consideram com razão os santos Padres que Maria não foi utilizada por Deus como instrumento meramente passivo, mas que cooperou livremente, pela sua fé e obediência, na salvação dos homens.

Como diz S. Ireneu, «obedecendo, ela tornou-se causa de salvação, para si e para todo o gênero humano» (176). Eis porque não poucos, Padres afirmam com ele, nas suas pregações, que «o no da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; e aquilo que a virgem Eva atou, com a sua incredulidade, desatou-o a virgem Maria com a sua fé» (177); e, por comparação com Eva, chamam Maria a «mãe dos vivos»(178) e afirmam muitas vezes: «a morte veio por Eva, a vida veio por Maria»”

Muitos santos Padres e Doutores da Igreja veem na mulher, anunciada no proto-Evangelho, a Mãe de Cristo, Maria, como «nova Eva» (Catecismo da Igreja Católica, 411; 511;726; 975). Os antigos notaram que a saudação de Gabriel, Ave, era o contrário de Eva, nome latino da esposa perfeita que Deus criou para Adão. Mas, essa imagem de Nova Eva, é também atribuída à Igreja, nascida na cruz de Cristo. Como diz o Catecismo: “A Igreja nasceu primeiramente do dom total de Cristo para nossa salvação, antecipado na Eucaristia e realizado na cruz” (CIC, 766).

Podemos afirmar esse trocadilho de letras, apontadas em muitos enunciados: EVA se tornou AVE. A negativa de Eva, é corrigida pelo SIM de Maria. O Papa Bento XVI na festa da Assunção de 2011 disse assim: “ (...) Os nossos progenitores (Adão e Eva) foram derrotados pelo maligno; na plenitude dos tempos, Jesus, novo Adão, e Maria, nova Eva, vencem definitivamente o inimigo, e esta é a alegria deste dia! (...)”. Do mesmo modo que Jesus teria reabilitado o pecado de Adão, assim também Maria teria reabilitado a desobediência de Eva. Santa Maria, Eva da Nova Criação e Mãe dos viventes, rogai por nós”. O Catecismo da Igreja Católica aponta assim: “No termo desta missão do Espírito, Maria torna-se a «Mulher», a nova Eva «mãe dos vivos», Mãe do «Cristo total». É como tal que Ela está presente com os Doze, «num só coração, assíduos na oração», no alvorecer dos «últimos tempos», que o Espírito vai inaugurar na manhã do Pentecostes, com a manifestação da Igreja." (CIC 726)."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nossa Senhora da Penha

Nossa Senhora da Penha (Convento da Penha)
17 de abril
Nossa Senhora da Penha

Nossa Senhora da Penha é o título da Virgem Maria que teve início quando um monge francês chamado Simão sonhou com uma imagem de Nossa Senhora que estava enterrada no alto de uma montanha de difícil acesso. A imagem estaria enterra ali por causa de uma guerra entre franceses e muçulmanos. Os católicos escondiam suas imagens para que elas não fossem destruídas pelos invasores islâmicos. No sonho, a imagem aparecia cercada de luz e acenando para que ele fosse procurá-la. Simão procurou pela serra durante cinco anos, sem sucesso. Mas, então, num dia especial, teve a informação de que a serra que ele descrevia chamava-se Penha de França e ficava no norte da Espanha. Simão Vela dirigiu-se para lá o mais rápido que pode.

O local onde repousava Nossa Senhora da Penha

No norte da Espanha havia uma serra muito alta e íngreme, com pontas de rochas no alto. A serra se chamava Penha de França e ficava na província de Salamanca. Ali, acredita-se que o Rei Carlos Magno teria lutado contra a invasão dos mouros.

À procura da imagem, Simão caminhou três dias e três noites ininterruptamente. Ele fez isso porque, segundo sua própria narrativa, em seus êxtases, ele ouvia sempre a advertência divina dizendo-lhe: Simão, vela e não durma! Por essa razão ele passou a ser chamado de Simão Vela.

O encontro com a Virgem Maria

Passados os três dias, já exausto, escalando montanhas íngremes, Simão parou para descansar. Nesse momento, ele viu uma formosa senhora com o filho ao colo sentada perto dele. Esta Senhora lhe indicou o lugar onde encontraria o que procurava. Assim, ajudado por alguns pastores da região, Simão Vela conseguiu encontrar a imagem que tinha avistado em sonho. Foi um momento de profunda alegria e de reconhecimento da revelação divina. Emocionado e grato, Simão Vela reconheceu também que aquela Senhora que lhe revelara o lugar era, na verdade, Maria com Jesus em seu colo.

Capela de Nossa Senhora da Penha

Simão Vela construiu uma capelinha muito simples naquele local e começou a viver ali, pensando que teria uma vida de monge, isolada e tranquila. O lugar, porém, logo ficou famoso pelo grande número de milagres e graças alcançadas por intermédio de Nossa Senhora da Penha, como passou a ser chamada a Virgem Maria por causa de sua aparição na serra Penha de França. Simão Vela não poderia imaginar que, mais tarde, seria construído um dos mais ricos e grandiosos templos da Cristandade em honra a Maria da Penha, o Santuário de Nossa Senhora da Penha.

Nossa Senhora da Penha e seus milagres

Pouco tempo depois da capelinha de Simão Vela começar a ficar famosa, a Espanha foi vítima de uma grande peste que matou grande parte da população. O povo, apavorado, recorreu à intervenção de Nossa Senhora da Penha e sem explicação a peste desapareceu. Mas, um tempo depois, a mesma praga começou a fazer vítimas em Portugal, que faz divisa com a Espanha. Assim, sabendo do acontecido na Espanha, o Senado da Câmara de Lisboa prometeu à Mãe de Deus construir um grandioso templo, se ela livrasse o país da moléstia. A epidemia extinguiu-se quase que imediatamente. Cumprindo a promessa, a Câmara mandou construir um grandioso santuário de louvor a Nossa Senhora da Penha na capital Lisboa.

Milagres em Portugal

O Santuário português começou a atrair milhares de peregrinos. Então, aconteceu que um devoto subiu até o alto onde ficava o templo, muito cansado, adormeceu.

Pouco depois, uma grande serpente aproximou-se para picá-lo. Mas neste exato momento, um grande lagarto pulou sobre o homem e o acordou. O homem logo viu a serpente e a matou com seu cajado. É por isso que em algumas representações, a imagem de Nossa Senhora da Penha tem aos pés um peregrino, a cobra e o lagarto.

Devoção a Nossa Senhora da Penha no Brasil

Devoção a Nossa Senhora da Penha chegou ao Brasil pelos colonizadores portugueses. A primeira capela em sua honra foi construída em Vila Velha, na antiga Capitania do Espírito Santo, entre 1558 e 1570. A construção foi levada a frente por Frei Pedro Palácios, um espanhol cheio de fé e devoto da santa. Depois foi erguida a Igreja da Penha do Irajá (1635).

Hoje o local é conhecido como Convento da Penha, dos franciscanos.

Nossa Senhora da Penha Padroeira de São Paulo

Na cidade de São Paulo foi erguida uma pequena capela em devoção a Nossa Senhora da Penha de França em 1667 e, em volta dela e por causa dela, desenvolveu-se um dos bairros mais antigos, populosos e tradicionais da cidade: a Penha. Hoje, o local abriga a antiga igreja matriz na região conhecida por igreja velha e a Basílica de Nossa Senhora da Penha (conhecida por igreja nova), cuja pedra fundamental foi lançada em 1957. As duas igrejas são dedicadas a Nossa Senhora da Penha e sua festa é celebrada no dia 8 de setembro.

Nossa Senhora da Penha está presente em centenas de cidades

Centenas de cidades do Brasil possuem igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Penha. Normalmente, as igrejas dedicadas a ela são edificadas no alto de colinas e morros, seguindo a origem da descoberta da imagem pelo Frei Simão Vela: numa montanha.

Imagem de Nossa Senhora da Penha

Nossa Senhora da Penha é normalmente representada com o menino Jesus no colo, tendo uma coroa na cabeça, estrelas em seu manto representando sua glória e flores à sua volta, representando a vegetação do local onde a imagem foi encontrada.

Oração a Nossa Senhora da Penha

Ó Maria Santíssima, Senhora da Penha, em cujas mãos Deus depositou os tesouros das suas graças e favores. Eis-me cheio de esperança, solicitando com humildade a graça de que hoje necessito (pedido), pela qual sou-lhe grato(a) desde este momento.

Recordai-vos, ó Senhora da Penha, que nunca se ouviu dizer que algum dos que em vós têm depositado toda a sua esperança tenha deixado de ser atendido, ó boa Mãe. Assisti-nos nas agruras da vida, para que façamos delas sementes para um mundo mais fraterno e mais humano. Enxugai o pranto das pessoas que sofrem e consolai os aflitos em suas necessidades. Tudo isso vos pedimos por Jesus, vosso Filho e nosso irmão.

Amém.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

domingo, 16 de abril de 2023

A família diante de nossa fobia às contradições

Sokor Space | Shutterstock / #image_title
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

O fato é que as pessoas não querem se desfazer das famílias. Ao contrário, todos querem uma família na qual se realizem. Quem ataca a família, no fundo, ataca um modo de ser família, na esperança de encontrar um outro no qual poderá se adequar.

Poucas coisas nos horrorizam tanto quanto nossas próprias contradições. Sabemos que somos todos pecadores, mas nos parece terrível constatar que não fazemos o bem que queremos, mas sim o mal que não queremos (cf. Ro 7, 19); ou que nosso “eu real” nunca consegue estar à altura do nosso “eu ideal”. Não aceitamos a imperfeição dos demais, que não conseguem (ou pior, nem mesmo desejam) nos amar e respeitar como acreditamos merecer – mas também não aceitamos nossa própria imperfeição, que nos diminui aos nossos próprios olhos e aos olhos dos demais. Às imperfeições dos outros, queremos condenar ou usar como justifica para as nossas próprias. Às nossas imperfeições, queremos negar ou apresentar como responsabilidade de outros.

Diante das frustrações, alguns assumem uma posição autoritária e não querem reconhecer os próprios erros nem se deixarem questionar em seus valores. Outros querem condenar a todos, pois não aceitam que seus problemas são singulares, que nem todos enfrentam as mesmas dificuldades e as mesmas dores. Os autoritários tendem a infernizar a vida daqueles que estão próximos. Os revoltados tendem a desorientar aqueles que os escutam. Necessário salientar que existe uma autoridade que ajuda a crescer e uma revolta que é necessária para mudar o que está errado – mas não estamos nos referindo aqui a essas manifestações quando são benéficas.

No fundo, essas coisas não deveriam nos escandalizar – seja nos outros, seja em nós mesmos. Fazem parte da natureza com a qual Deus nos fez. O escândalo gera raiva e frustração, impede um raciocínio preciso e a tomada de decisões justas. Reconhecer os erros é o primeiro passo para buscar o perdão e caminhar rumo à virtude – mas a dor pela culpa e pelo pecado precisa do unguento da misericórdia, não do aguilhão da raiva (contra si próprio ou contra o outro).

A família é um problema…

Essas reflexões me ocorreram ao ouvir um podcast sobre família que me foi enviado. Nele, uma influencer e um psicólogo discutiam sobre a desnecessidade da família – ou sobre a necessidade de um outro modelo de família, que rompesse totalmente com o atual. Nas falas, iam se amontoando uma série de falhas familiares, algumas bem características de casos específicos, outras mais ou menos gerais (afinal, todas as famílias são formadas por seres humanos falíveis, algumas são muito melhores, outras muito piores, mas nenhuma delas é “perfeita”). A somatória das falhas, deixadas sem solução, apontavam para um inevitável “fracasso” da família tradicional e a necessidade de um modelo alternativo – que não se chegava a esboçar claramente, pois o fato é que todas as “famílias alternativas” que temos por aí são variações do mesmo tema: pai, mãe e filhos.

A questão familiar, em nossa sociedade, contempla duas vertentes: aquela material, que inclui os aspectos econômicos e a organização da vida concreta; e a cultural, que inclui as subjetividades, os valores e a forma de conceber as relações afetivas. As duas são problemáticas e se relacionam. Muitas famílias, por exemplo, sofrem com a desestruturação decorrente da pobreza e da falta de opções para viver com dignidade; outras sofrem por uma concepção individualista ou pelo autoritarismo dos pais; muitas vezes a desorientação afetiva e moral dos filhos decorre da impossibilidade de serem acompanhados pelos pais, forçados pelas condições econômicas a jornadas de trabalho longas e estafantes.

Contudo, quando mídias e redes sociais se põem a questionar a família, o aspecto mais discutido é de natureza afetiva e relacional. O quanto as famílias são responsáveis pelos desajustes que exibimos todos os dias? Os valores transmitidos em seu seio são realmente necessários para nossa realização? Até onde vai o amor verdadeiro e onde começa o autoritarismo sufocante?

… mas ainda é a melhor solução

A família é o primeiro âmbito no qual nos damos conta das relações afetivas que nos cercam e é também o âmbito onde essas relações atingem seu clímax. Nunca antes, em uma sociedade, se teve tanta liberdade para amar quanto temos na nossa. Fazemos questão de dizer que todas as formas de amar são válidas. Mas, diante de toda essa pretensa liberdade, descobrimos estarrecidos que não sabemos amar, que muitas vezes não conseguimos ir além de uma remota intuição do que seja o amor, que muitas vezes nossa única experiência de amor é um buraco aberto em nosso coração – do qual sai um clamor incessante por preenchimento. Nesse contexto, é evidente que a instituição familiar seja dramaticamente questionada o tempo todo.

Com uma ironia “chestertoniana”, poderíamos dizer que não é ela que falhou, foi o mundo que falhou e continua a esperar dela uma solução. Quanto maior a responsabilidade, maiores as consequências de um fracasso. Um bom governo pode fazer maravilhas pelos cidadãos, mas um mau governo gera catástrofes e desgraças. Sendo tão importante, é natural que a família seja culpada de tantas frustrações e desgraças, mas também é aquela para a qual o mundo olha com maior desejo de realização.

O fato é que as pessoas não querem se desfazer das famílias. Ao contrário, todos querem uma família na qual se realizem. Quem ataca a família, no fundo, ataca um modo de ser família, na esperança de encontrar um outro no qual poderá se adequar. Nenhum Estado, nenhum programa político, encontrou uma proposta mais eficiente e integral para responder a todas as necessidades humanas, de proteção, auxílio, afeição e sentido, do que a família.

O desafio – e isso temos que reconhecer – é superar as muitas dificuldades e criar famílias que, mesmo não sendo perfeitas, possam permitir a realização humana de seus membros.

Antes de discutir ideias, testemunhar o amor

Os problemas materiais das famílias podem ser razoavelmente bem solucionados por políticas públicas bem orientadas, com a ação de gestores eficientes e competentes. Mas, quando as questões atingem o núcleo da existência familiar, que são as relações afetivas e todo o complexo de concepções de si mesmo e valores que derivam dessas relações, as soluções passam a exigir a experiência da acolhida e um justo envolvimento afetivo de quem deseja ajudar.

Quem não faz a experiência de perceber-se amado de forma gratuita não consegue entender o que é o amor, nem amar os outros de forma adequada. É verdade que ideologias e interpretações distorcidas podem piorar muito essa percepção do amor – uma vez que ele, sendo humano, é sempre contraditório. Mas a realidade é sempre maior que a ideia. Por isso, a tradição católica insiste tanto no testemunho.

Uma interpretação belicista, que enfatiza as “guerras culturais”, nos induz a imaginar que as ideias podem se sobrepor à realidade. Mas uma interpretação distorcida só pode prosperar porque explora as contradições do ser humano – e porque nós não conseguimos apresentar a gratuidade do amor e sua capacidade de perdão como uma experiência em ato, algo crível.

Se queremos realmente ajudar as pessoas e o mundo a serem felizes, a encontrarem os valores e a riqueza das famílias, temos que estar dispostos a dar o melhor de nós para amar e acolher o outro. É relativamente fácil solidarizar-se com uma criança pobre e desnutrida, mais difícil com um adolescente que se tornou violento por conta do bullying e da falta de perspectivas, muito mais difícil com um jovem autocentrado que parece sempre ter vivido entre mimos e confortos. Mas não importa a quem Deus nos envia. Somos chamados a testemunhar, para cada um, o amor que já recebemos e tentar, no limite de nossas capacidades e das circunstâncias objetivas, ser um sinal do amor que dá sentido à vida.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Misericórdia, paz e reconciliação

A misericórdia traz a paz e a reconciliação (Radio Catedral)

MISERICÓRDIA, PAZ E RECONCILIAÇÃO

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

 O segundo Domingo da Páscoa, conhecido, pela tradição, como Páscoa Anothina, dos que renasceram do Alto, pois depunham, nesta data, suas vestes brancas catecumenais, instituído, mais recentemente, pelo Papa São João Paulo II, também como Domingo da Misericórdia.

A Igreja, para o Papa Francisco, tem que ser o lugar da misericórdia gratuita, do perdão generoso, que brotam copiosamente do coração do Ressuscitado. O verdadeiro presente de Páscoa, que Jesus, Ressurgido, entrega aos Apóstolos, como missão permanente, é o perdão e a reconciliação para toda humanidade.

Ser Igreja, é viver e testemunhar o Evangelho da Misericórdia, curando e cicatrizando as feridas que a inimizade, o ódio, e a violência, causam nos nossos relacionamentos e vínculos. Neste momento desafiador do nosso país, onde ansiamos por superar as tensões e fraturas de uma polarização que, partindo das redes sociais e dos algoritmos de engenheiros da política, do inimigo, e do ódio, torna-se, mais que necessário, investir no diálogo social, em consensos que resgatem a amizade política, a cordialidade e a prática generosa do bem comum. Inspirados unicamente na missão de pastores e de ministros do perdão e da misericórdia, os Bispos do Estado do Rio de Janeiro, Regional Leste 1 da CNBB, em atitude de colaboração, e serviço para a paz, propomos unir à espiritualidade litúrgica do Segundo Domingo do Tempo Pascal, a súplica, intercessão e intenção da reconciliação de todos os brasileiros e brasileiras, num abraço orante que renove os corações.

Sim, a Páscoa de Jesus renova e transforma todas as coisas, derruba os muros, bloqueios e nos faz sair dos túmulos da vingança, da retaliação e da guerra de todos contra todos. Acreditamos que a paz é possível, que o amor vence a morte, que a partilha e a comunhão superam a ganância e a indiferença, pois fomos criados e redimidos para uma vida nova, plena, justa e liberta e, por isso, desejamos viver num país onde caibam todos/as, onde se vejam as diferenças como enriquecimento e como uma pluralidade de dons, que numa sinfonia de tons e ritmos diversos, se respeite a singularidade e valor de cada pessoa e cada criatura.

Finalizemos, invocando a São Francisco para que nos ajude a ser instrumentos de paz e da concórdia do Reino. Deus seja louvado!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Os Sermões sobre o Cântico dos Cânticos de São Bernardo de Claraval

By Daniilantiq | Shutterstock
Por Vanderlei de Lima

Bernardo foi um grande admirador de Orígenes, importante místico, filósofo e exegeta cristão do século III. Daí ter, como ele, por referência os três livros bíblicos atribuídos ao sábio rei Salomão.

“Sermões sobre o Cântico dos Cânticos”: Eis o título de uma das clássicas obras de São Bernardo de Claraval (1090-1153). Foi publicada, em tradução brasileira, pela Editora Permanência do Rio de Janeiro.

O livro é extenso – são oitenta e seis sermões – e denso. Daí, ser nossa intenção, aqui, propor, à luz de boas fontes, apenas um comentário geral sobre os Sermões. Seu “‘gênero literário’ é mais livre […]. Não obstante, é claro que as coleções de sermões registradas por escrito e publicadas sofreram um paciente trabalho de redação e edição” (Bernardo Olivera, OCSO. Introducción a los Padres e Madres cistercienses de los siglos XII e XIII. Burgos: Fonte & Monte Carmelo, 2020, p. 79). Ora, o Cântico dos Cânticos é um poema de amor do Antigo Testamento que faz o homem se reencontrar com Deus de um modo esponsal. Trata-se de um livro “escrito com arte pelo Espírito Santo” (Pierre Riché. Vida de São Bernardo. São Paulo: Loyola, 1981, p. 63). Nele, o “diálogo entre a esposa e o esposo não é senão aquele que existe entre a alma e o Verbo Divino, entre a Igreja e Cristo” (idem, p. 62). Daí a questão: que metodologia ou “linha exegética” – diríamos hoje – usava o Abade de Claraval para suas explanações nessa obra?  

Versículo por versículo

Responde-nos o próprio Riché, ao demonstrar – de modo mais detalhado – a procura do santo por Aquele que ele ama, Jesus Cristo: “Bernardo explica versículo por versículo nos sentidos alegórico e místico. Com admirável domínio, com uma arte raramente alcançada, Bernardo dedica os nove primeiros sermões ao beijo, sem jamais perturbar-se, nem perturbar seus ouvintes. Quando é levado a falar da sexualidade, ele age com calma e sem complexos, pois vive sóbria e castamente, graças à leitura e à oração. Ele passa sem dificuldade do canto nupcial ao da união mística. Na sua trajetória, conduz seus monges do jardim à adega, da adega ao quarto. O jardim é o da criação, da reconciliação vinda do Salvador, da colheita, do fim do mundo. As adegas guardam os aromas, os unguentos e o vinho, isto é, as três regras de vida segundo a disciplina, a natureza e a graça. Tudo isso requer um longo encaminhamento. O beijo da alma e do Verbo de Deus mal acaba de se realizar, eis que corre o risco de findar bruscamente. Bernardo confidencia aos seus monges que seu diálogo com Cristo é muitas vezes difícil. Desde o começo em que o Verbo se retirou, tudo isso começa imediatamente a enlanguescer no torpor e arrefece” (idem, p. 63).

São Bernardo

Dom Bernardo Bonowitz, OCSO, antigo abade do Mosteiro de Nossa Senhora do Novo Mundo, em Campo do Tenente (PR), completa a explanação de Riché assegurando que São Bernardo foi um grande admirador de Orígenes, importante místico, filósofo e exegeta cristão do século III. Daí ter, como ele, por referência os três livros bíblicos atribuídos ao sábio rei Salomão: Eclesiastes, Provérbios e Cântico dos Cânticos. Para o santo, sem essa sequência não se consegue compreender a contento o Cântico dos Cânticos. Eis as oportunas palavras de Bonowitz: “O Cântico dos Cânticos é escrito em linguagem figurativa, usa as metáforas do amor carnal humano para aludir aos mistérios da união espiritual entre Deus e a alma e, diz Bernardo prudentemente, se você não tiver passado pela formação providenciada pelos dois livros anteriores de Salomão, Eclesiastes e Provérbios, é mais do que provável que você não compreenderá a terceira obra, que tudo coroa” (São Bernardo, o numerólogo. Campinas: Ecclesiae, 2019, p. 18).

Em suma, o estudioso só tem a louvar a Editora Permanência pela publicação dessa obra magna de São Bernardo. Não deve, contudo, deixar de notar pontos que deveriam ser revistos. Por exemplo, as abreviaturas da Sagrada Escritura: Judite aparece, na página 21, como JDt, quando, via de regra, se usa Jt; Sabedoria, na página 20, Sab, mas deveria ser Sb; Hebreus, na página 113, vem como Hebr e o correto seria Hb etc. A palavra consequência está com trema nas páginas 38 e 108, por exemplo. A nota 1 diz, sem mais, que São Roberto de Molesmes foi o fundador de Cister, quando, na verdade, Cister é fruto de uma comunidade fundadora a incluir os santos abades Roberto, Alberico e Estêvão Harding. Ainda: o nome da obra poderia aparecer sempre, como no título, Cântico dos Cânticos) mas, no corpo do livro, vem Cantar dos Cantares. No sumário, há Deus com d minúsculo (Sermão LV), igreja em vez de Igreja (Sermão XXX) etc.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Reflexão para o Segundo Domingo de Páscoa (A)

Evangelho do domingo - Jesus Cristo (Vatican Media)

Peçamos ao Senhor que nossa vida de batizados, de homens e mulheres que crêem em Jesus, seja fiel à nossa profissão de fé.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

A primeira leitura deste domingo nos relata a vida dos primeiros cristãos. Ela está estruturada sobre quatro colunas: o ensinamento dos apóstolos, a partilha dos bens, a partilha do pão ou Eucaristia e as orações em comum.

O ensinamento dos apóstolos ou catequese provocava nos discípulos uma mudança de vida. A fé na palavra de Deus, revelada por e em Jesus Cristo, agora era explicada pelos apóstolos, e os cristãos deixavam de ser simples cidadãos, para com suas vidas, testemunharem Jesus Cristo. Esse testemunho veremos concretamente nas outras três colunas.

Se acreditavam em Jesus Cristo, elas criam que Deus era Pai de todos e isso os levava a um sentimento de radical fraternidade, daí a partilha de bens, a renúncia à propriedade particular, onde tudo é, livremente, colocado em comum e distribuído de acordo com as necessidades pessoais. Com isso não existe mais pobres.

A partilha do pão celebrava a memória de Jesus que partilhou sua vida. Assim, se reuniram para realizar o gesto e o mandamento de Jesus: “Fazei isso em memória de mim”.

O Senhor estava presente no meio deles de modo eucarístico e era partilhado como alimento, como sustento para o dia a dia.

Finalmente a Comunidade também se reunia para louvar o Senhor e, certamente, rezar o Pai-Nosso.

O autor dos Atos nos fala ainda que esse estilo de vida simples, fraterno e temente a Deus, suscitava a adesão de outras pessoas a fazerem parte do grupo dos amigos de Jesus.

Peçamos ao Senhor que nossa vida de batizados, de homens e mulheres que crêem em Jesus, seja fiel à nossa profissão de fé.

Para isso vale que cada noite nossa consciência diante do Senhor nos diga até onde vivemos nossa fé, se fomos capazes de partilhar nossos bens, nosso tempo, nossa atenção, nossa capacidade de ajudar o outro.

A partilha do pão eucarístico da vida que é Jesus deverá refletir o meu dia, meu ato de partilhar os bens que geram vida, com aquele irmão ou irmã, aquele próximo que é carente deles.

Feliz Páscoa!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Bernadete Soubirous

Santa Bernadete Soubirous / arqusp
16 de abril

Santa Bernadete Soubirous

"Maria é tão bela que, quando a vejo, gostaria de morrer para vê-la novamente", era a resposta da vidente de Lourdes a quantos a confortavam durante a longa enfermidade que por nove anos lhe causou sofrimentos indizíveis. A Virgem a tinha preparado para esta prova: "Não te prometo fazer-te feliz neste mundo, mas no outro". O privilégio de ter sido escolhida pela Virgem, aos 14 anos, para confirmar a verdade dogmática da Imaculada Conceição, proclamada por Pio IX em 1854, valeu-lhe bem pouca glória humana.

Concluído o ciclo das visões na gruta de Massabielle, iniciadas em 11 de fevereiro de 1858, Bernadete permaneceu o resto da vida na sombra. Foi acolhida no Instituto das Irmãs da Caridade de Nevers, onde passou seis anos, sempre na casa de Lourdes, para ser depois admitida ao noviciado de Nevers. E enquanto junto da milagrosa fonte ocorriam os primeiros prodígios e de toda a parte acorriam multidão de devotos, ela só pedia para permanecer escondida e esquecida de todos.

Na profissão religiosa tinha assumido o nome de irmã Bernarda e durante 15 anos de vida conventual suportou em silêncio sofrimentos físicos e morais, como a indiferença das próprias irmãs, de acordo com o desígnio providencial que priva as almas escolhidas da compreensão e frequentemente também do respeito das almas medíocres. Em comunidade exerceu as funções de enfermeira e de sacristã, até que o agravamento de seu mal a obrigou a permanecer no leito durante todos os nove anos que precederam sua santa morte. Foi canonizada em 8 de dezembro de 1933.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF