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sábado, 13 de maio de 2023

A falha da argumentação ateísta

Shutterstock | Natalya Biryukova

Por Pe. José Eduardo

Tanto ao valer-se de argumentos cientificistas quanto de historicistas, eles se esquivam de conduzir a questão ao seu nascedouro: a noção de “ser”.

Os ateístas ostentam a sua crença valendo-se sempre de argumentos cientificistas (simplesmente porque querem usar a ciência experimental para chegar a um resultado metodologicamente fora do seu alcance, o que é flagrantemente anticientífico) ou historicistas (tentando desmistificar a Divina Revelação pelo método-histórico crítico).

A estratégia principal do segundo tipo de abordagem é desorientar o ouvinte incauto pela omissão de todos os dados, debates e controvérsias a respeito. Os temas de exegese bíblica são sempre uma arena de grandes embates, nos quais os autores quase sempre não chegam a uma conclusão sustentável. As hipóteses são levantadas e derrubadas sucessivamente. Quase tudo que se apresenta como certeza, se não foi, será quase certamente refutado.

A noção de “ser”

Ora, em ambos os casos, os ateístas se esquivam de conduzir a questão ao seu nascedouro: a noção de “ser”. Tanto cientificistas como historicistas, consciente ou inconscientemente, consideram o “ser” como uma espécie de espiritualização grega, quase como uma metáfora. Partindo de um materialismo – que, no caso, é mais um preconceito epistêmico que propriamente uma posição filosófica –, tomam o ser simplesmente como sinônimo de existência.

Nesse caso, não estão sozinhos. O erro pode facilmente ser rastreado até o século XIII, quando a filosofia nominalista tentou eliminar a noção de essência e teve como resposta dialética o essencialismo, que considera a realidade como um conglomerado de essências tornadas existentes univocamente pelo ser.

Confusão entre ser e existir

O grande erro, aqui, é identificar a noção de ser com a de existência, ignorando que, enquanto existir é um fato unívoco, ser é um ato análogo. Exemplifico: uma pedra existe tanto quanto uma árvore, um cão, a sua sogra, um anjo ou Deus; contudo, na escala dos seres, Deus é mais que um anjo, que é mais que a sua sogra, que é mais que um cão (ainda que haja controvérsias, haha), que é mais que uma planta, que é mais que uma pedra. E por que, isso? Porque os seres ulteriores são capazes de perfeições mais altas que os seres anteriores e possuem maior imanência que estes.

Essa sutileza não foi bem percebida, inclusive, por alguns tomistas clássicos. E quem a melhor compreendeu foi um filósofo italiano cujo estudo, ainda quase inexistente no Brasil, é por demais proveitoso: Cornélio Fabro.

A descoberta genial de Fabro é a de que São Tomás tomou o conceito de participação, originalmente platônico, desprezado por Aristóteles como metafórico, e o tomou em sentido aristotélico, aplicando-o à noção de ato e potência e, destas, ao ato de ser: a relação entre participado e participante se dá nos termos da relação entre ato e potência, com prioridade do ato, ao qual convém o ser.

Sendo assim, o “ser” é um ato intensivo, do qual participam todos os entes, em medidas diferentes.

O ser dos entes finitos

A principal vantagem desse modo de ver as coisas é que o ato de ser dos entes finitos sempre é limitado e, portanto, não se autofunda. Em outras palavras, eu sou algo (essência, ou seja, tenho um modo de ser), mas não sou o meu ser. O ser, em mim, está limitado, participado… E essa “participação” é perceptível justamente porque:

  • 1) todas as coisas têm o ser, mas não são o seu ser, de modo que são “algo”, ou seja, estão limitadas por um modo de ser, uma essência;
  • 2) se todas são, mas são em intensidades diferentes, e sendo o ser uma “perfeição” que é raiz de todas as perfeições no ente, de “onde” dimana o ser do qual participam em diferentes medidas?;
  • 3) se dimanasse delas mesmas, elas seriam causa de si e, portanto, infinitas (o que não existe), mas se dimanassem umas das outras infinitamente, sendo elas todas finitas, sempre o ato proviria da potência, o que, elevado ao infinito, seria impossível (do nada, nada provém);
  • 4) portanto, a hipótese do Ser subsistente do qual dimana o ato e de ser de todos os seres é a mais razoável de todas as hipóteses.

    Contudo, qual a dificuldade de perceber isso? Por que nós, homens, temos tanto trabalho para enxergar a realidade na perspectiva do ser?

    Uma noção difícil

    A dificuldade provém do fato de que a noção de ser é totalmente universal e indeterminada. O intelecto não consegue abstrai-la das coisas, embora o ser esteja nelas. O modo de procedimento do intelecto para chegar à noção do ser é a de “decomposição” e “composição”: ou seja, a percepção dos entes se dá numa “síntese confusa” e, ainda que o ser seja o primeiro dado percebido, ele só será inteligido enquanto ser por um procedimento posterior do entendimento, que “decompõe” essa estrutura metafísica para que seja compreensível.

    Do ser relativo ao Ser absoluto

    Assim sendo, do ser relativo remontamos ao Ser absoluto, pelo simples recurso da razão, a não ser que tomemos o ser em sentido meramente metafórico. Porém, quem dirá que a gente é só metaforicamente ou que comeu um macarrão metafórico ou tomou uma cachaça metafórica? O ser é real, assim como a essência que o delimita. É por isso que a negação de Deus sempre conduzirá à negação do homem – de fato, a ideologia de gênero está aí para prová-lo.

    Pe. José Eduardo Oliveira, via Facebook

    Fonte: https://pt.aleteia.org/

    Um mochileiro em missão pelo Brasil

    Foto: Yvan Júnior

    Percorrendo nove estados brasileiros, Yvan Junior deu vida ao Projeto Mochileiro Missionário. Durante todo o ano de 2022, o cearense evangelizou em paróquias e comunidades, gerando também o Projeto Mochila Solidária.

    Luiz Felipe Bolis – Massaranduba, Diocese de Campina Grande

    Yvan Junior, registrado Francisco Ivon da Silva Junior, ousou escrever uma história missionária pelas estradas do Brasil. Fossem estas de asfalto, de terra, as grandes rodovias ou os caminhos jamais mapeados, em todos os chãos Yvan enxergava uma oportunidade para levar a Boa Nova a corações sedentos de Deus.

    Terço de Nossa Senhora nas mãos. Mochila nas costas. Bíblia junto aos pertences. Pés firmes de uma Igreja em saída por terras brasileiras. Os primeiros suspiros de 2022 e os novos sopros de evangelização na alma itinerante do jovem de 27 anos.  

    Yvan sequer imaginava que daquele 01 de janeiro em diante contemplaria 365 dias de surpresas nas pegadas da missão, além de percorrer 3 mil quilômetros a pé, 9 mil quilômetros de carona, 9 estados brasileiros, 91 cidades e uma infinidade de filhos e filhas de Deus encontrados pelo caminho. O cearense da cidade de Jaguaribe aceitou o chamado de deixar a sua querida “terra do queijo coalho, renda de filé e Virgem das Candeias” para seguir aonde aprouvesse.

    O Senhor chama. E mais: transforma. De Abrão o homem recebe o nome de Abraão. De Francisco Ivon passa a ser Yvan Júnior, mochileiro, aspirante franciscano, um escolhido. A pedido de Deus, o servo segue à terra por Ele confiada. O desígnio divino o torna profeta das nações e o envia sob os ares da juventude. Promessas que nascem da voz do Pai desde o Gênesis até os escritos de Jeremias.

    Foto: Yvan Júnior

    Os pés de Yvan já vinham de uma extensa caminhada de fé e vocação. Em 2014, ele fez a primeira grande mochilagem de Jaguaribe/CE até Aparecida do Norte/SP, percorrendo mais de 2.500 quilômetros de carona para pagar uma promessa e agradecer pela cura do avô. Anos depois, nos tempos de seminarista, o Papa Francisco lhe mostrou o verdadeiro sentido da evangelização nas páginas da Encíclica Evangelii Gaudium

    “Eu lia as páginas no momento pessoal de oração e pensava: ‘por que não viajar de carona e conversar com as pessoas, já que eu gosto tanto da estrada? Por que não usar disso de toda essa aventura de fazer trilhas, de conhecer outras cidades, conhecer outras realidades como uma ferramenta para também levar o evangelho para os que estão na estrada? Em 2021 eu cheguei até o noviciado, deixei a caminhada de seminarista e fiquei me perguntando o que faria no novo ano que se aproximava. Daí pensei em tirar o Projeto Mochileiro Missionário do papel e colocá-lo em prática”, sublinha Yvan Junior.

    Pelo Brasil ele foi desbravando Brasis e descobrindo as respostas de Deus para a sua nação e especialmente para a sua própria vida. No rosto um sorriso. A alegria do Evangelho. O testemunho de uma vida tão iluminada quanto o sol que cobre toda a Jaguaribe. Luz de Cristo.

    Foto: Yvan Júnior no Ceará

    Nos caminhos da Terra de Santa Cruz

    Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Minas, São Paulo, Paraná, Goiás e Pará foram os estados brasileiros onde Yvan peregrinou. “Raramente eu me identificava como um missionário nessas peregrinações. Eu era um mochileiro. E nas conversas as pessoas iam descobrindo que eu era um missionário, que eu tinha uma Boa Nova para trazer. Uma Boa Nova que talvez eles já conheciam e que estava adormecida”, comenta.

    No primeiro nascer do sol de 2022, ele se despediu da família e partiu de manhã cedo pela BR 116, levando a carta de apresentação escrita e assinada por seu pároco, indicando que estava apto a promover momentos de evangelização em paróquias e comunidades. O filho do Francisco e da Valdeir e irmão da Beatriz e da Cláudia enfrentou o peso da mochila, os pregos da saudade, os pés calejados de bolhas, as dores pelo corpo e as provações vindas de todas as partes. A estrada, grande escola, foi para Yvan Junior lugar de encontro consigo, com o outro e com Deus.

    No decorrer do ano, Yvan falou de Cristo a pessoas de todas as idades, foi muito bem quisto pelas comunidades paroquiais por onde passou e em algumas cidades foi convidado a permanecer por semanas. A cada sete dias ele planejava o roteiro da semana seguinte, sob o agir do Espírito Santo.

    Entre as principais atividades desenvolvidas, o cearense visitou famílias, conviveu com moradores em situação de rua, realizou celebrações da palavra, rezou o terço de Nossa Senhora com várias pessoas, visitou os santuários da Menina Benigna e do Padre Cícero em seu estado, trilhou o Caminho da Fé entre São José do Rio Preto/SP e Aparecida do Norte/SP. Yvan fez-se um entre todos, um cristão, um outro Cristo.

    Foto: Yvan Júnior

    “No Caminho da Fé, quando eu chegava nas pousadas e as proprietárias descobriam que eu era missionário - porque as notícias correm -, elas não queriam cobrar e nem que eu trabalhasse. Elas pediam que eu realizasse celebrações da palavra para as pessoas que estavam na pousada, os peregrinos do Caminho. Então foi como um retiro espiritual para mim e para todos”, recorda-se.

    Estar entre pessoas sempre foi o intuito de Yvan e de seus itinerantes dias. Em Curitiba/PR, ele participou da Festa de Jesus das Santas Chagas, partindo para o estado de Goiás em seguida.

    “Quando eu cheguei a Goiás, eu não sentia a minha perna direita e tive que retornar para São Paulo. Eu tive um rompimento no ligamento do joelho e isso me impossibilitou de andar. Senti muita dor. E eu só queria encerrar o projeto chegando a Belém, porque era um sonho passar pela Festa do Círio de Nazaré. Um colega mandou uma frase da Madre Teresa de Calcutá para mim, dizendo: ‘Deus me chamou a ser fiel e não bem-sucedido’, e aquilo me acalmou”, partilha.

    Muito mais mensagens chegavam ornadas de agradecimentos e de frutos gerados pela missão, desde motoristas que caridosamente deram uma carona a Yvan até os que participaram de encontros de oração por ele celebrados. Com as devidas melhoras do corpo, um sacerdote da Arquidiocese de Belém e também servo da Comunidade Obra de Maria foi canal do agir da Providência divina para Yvan, informando que uma senhora benfeitora iria custear as passagens de avião até o Pará.

    “Passei todo o Círio de Nazaré em Belém. Preguei para jovens, participei da vida comunitária em uma comunidade, fiquei muito encantado com o Círio de Nazaré e depois voltei para São Paulo, desenvolvendo atividades com a Ajuda À Igreja Que Sofre e acompanhando as vocações franciscanas, junto às quais Deus despertou a minha vocação para o carisma. Nós distribuíamos marmitas para os irmãos de rua e fazíamos outras ações”, afirma.

    Foto: Yvan Júnior

    De todas as certezas, Yvan destaca que é a de ter sido o principal evangelizado pelo projeto e pelas pessoas que encontrou. Recorda-se do terço rezado com o caminheiro que o deu carona, das lágrimas que o motorista derramou. O caminheiro, depois de expressar toda a fé posta naquela devoção, visitou na memória as mulheres de sua família e a Igreja Católica, que há dez anos não frequentava.

    Em outro momento e em uma estrada de terra, uma simpática mulher ofereceu carona ao jovem, o conduziu até o centro de uma cidade e, enquanto dirigia, contou-lhe que havia sofrido traições, que perdeu grande parte de seus bens materiais e que tinha recebido grandes golpes da vida, motivos estes para ter pensando em pular da ponte minutos antes de avistar Yvan e ter escutado uma voz lhe dizendo para desistir do plano e ir de encontro ao mochileiro. Yvan disse a ela confortantes palavras e, bastante agradecida, foi vista à noite na Casa do Pai para a santa missa.

    No Caminho da Fé, no estado de São Paulo, Yvan trilhou a rota ao lado de três mulheres que se apresentaram como católicas não-praticantes. Após os conselhos do missionário, estas foram tocadas a reiniciar uma caminhada de amor nos mandamentos da Igreja. As mulheres começaram a participar ativamente de suas comunidades e semanas depois agradeceram ao jovem pelo apoio na fé.

    Foto: Yvan Júnior

    Os testemunhos iam surgindo como frutos na terra semeada pelos esforços de Yvan. Certa vez, um garoto com muita fome lhe pediu uma marmita para se alimentar. Yvan deu-lhe todo o dinheiro que tinha e recebeu de Deus a resposta para a criação de um novo projeto: o Mochila Solidária. Inúmeras pessoas em situação de rua puderam ser ajudadas com alimentação, produtos de higiene pessoal e acomodação. Para suprir o projeto, rifas foram um dos recursos utilizados pelo missionário.

    “Certa vez eu estava em uma comunidade e fui pedir comida, e a pessoa me negou. Aquilo foi muito forte para mim. Eu chorava muito, porque eu lembrava da minha avó, que dizia que a gente podia negar tudo às pessoas, menos comida. Eu chorava na praça e um senhor chegou, me perguntou o motivo e eu falei para ele, já que eu estava com muita fome àquele dia e não tinha dinheiro. Passou um carro preto, ele fez um sinal com a mão e falou de mim para o casal de senhores dentro do veículo. Eles me levaram para a casa deles, me deram comida. Estes participavam de uma igreja protestante e eu falei que eles eram sinal da Providência de Deus em minha vida”, cita o jovem.

    Em janeiro de 2023, os pés de Yvan, hoje aspirante franciscano, puderam sentir novamente o chão de suas origens em Jaguaribe. O sentimento de vitória o visitou. Uma vitória assistida entre ele e Deus. A história escrita com fé, suor, sangue, dor, perseverança e alegria. A história dessa vez escrita com os pés, não com as mãos. E com Yvan o prêmio mais valioso de todos: a felicidade.

    “Eu trouxe de volta comigo a bandeira da minha cidade. Na Evangelii Gaudium, o Papa cita que o discípulo é ‘um homem que faz memória’, e ter levado a bandeira em meu ombro me lembrava que eu levava comigo a história de um povo que sofre, que luta, que tem fé, que confia na Mãe de Deus, que reza, que celebra e que, diante de todas as circunstância, tem esperanças. O meu povo está presente no meu sotaque, no jeito de falar, de agir, nas minhas expressões, no meu rosto”, diz.

    Em um convento franciscano na cidade de Ituporanga, em Santa Catarina, o mochileiro missionário acolhe a sua nova casa, a nova missão, a nova rotina e as novas surpresas de Deus. Em sua liberdade, Yvan escolheu obedecer nas mínimas coisas ao seu superior, confiando ao religioso até mesmo a itinerância de seus testemunhos sob autorização pelos lugares e momentos adequados.

    “Deus nos chama a sermos santos felizes e plenos de amor. A Igreja é viva. A Igreja é jovem. Precisamos ser contagiados pelo Evangelho e não termos medo de sermos santos, de renunciar – mesmo que nos doa -, de levantarmos quando cairmos. Deus não nos tira nada, mas nos dá tudo”, sublinha.

    Foto: Yvan Júnior

    Uma Igreja em Saída com o Papa Francisco

    Francisco Ivon tem à sua frente duas grandes inspirações: São Francisco de Assis, baluarte de sua vocação, e o Papa Francisco, o pastor de sua Igreja.

    Ao saber que o novo Pontífice da Igreja viria ao Brasil realizar a Jornada Mundial da Juventude em 2013, o jovem de 17 anos, sonhador desde sempre, organizou-se como pôde com vendas e ações para ver Jorge Bergoglio de perto. Yvan viajou de avião pela primeira vez. E viu, no Rio de Janeiro, a radicalidade das palavras de Francisco de Assis impressas nas palavras do Papa Francisco, já naquela emocionante missa de envio que participou.

    “O Papa Francisco está conosco há dez anos. São dez anos do agir do Espírito Santo na Igreja e do ruah de Deus sobre a terra. Ele traz a mensagem de um Deus que se preocupa com o homem em sua totalidade, e São João Paulo II também realizou um importante papel para nós jovens nos motivando a termos coragem e entusiasmo”, reflete.

    Yvan contempla o legado de Francisco para uma Igreja do encontro, a Igreja do rosto da misericórdia de Deus, do anseio a todas as vocações, da proximidade com as pessoas, do diálogo, da escuta, da cura das feridas, dos impulsos do Espírito Santo, da saída para as periferias existenciais, de uma Igreja que é resposta para as dúvidas do mundo e que está de portas abertas às pessoas e às moções de Deus. “O maior convite dessa Igreja em Saída é que, como Francisco, sejamos instrumentos em um mundo de paz e bem”, concluem as palavras de Yvan Junior.

    O que dizer de um jovem cearense que tanto caminhou pelas estradas reais de um Brasil ainda em descoberta e de seus brasileiros? Um autêntico missionário que trilhou diversos caminhos impulsionado pelo zelo da evangelização e disposto a propagar a Boa Nova. O livro de Isaías responde: “que formosos são, sobre os montes, / os pés do mensageiro que anuncia a paz, / que traz a boa nova, e que apregoa a vitória! / que diz a Sião: o teu Deus é Rei” (52, 7).

    Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

    A fé católica ajuda as mães na criação dos filhos?

    FrameStockFootages | Shutterstock

    Por Francisco Vêneto

    Os filhos de uma mãe católica têm ao seu alcance os melhores recursos para crescerem plenos e realizados.

    A fé católica tem um apreço excelso pela maternidade – tanto que proclama especialíssima reverência à Santíssima Virgem Maria precisamente porque ela foi escolhida por Deus para ser a Sua mãe e aceitou esse chamado, com todas as suas extraordinárias consequências.

    A maternidade, dentro da doutrina católica, sempre mereceu grande destaque. É apreciada como uma vocação sublime, que, além de participar do milagre da geração da vida, inclui também o chamado a educar integralmente os filhos, incluindo a dimensão espiritual. Portanto, ser mãe católica é também ser educadora na fé.

    A ajuda do Catecismo

    Para poderem realizar essa bela missão, as mães católicas contam com a ajuda preciosa do vasto tesouro da Igreja, ricamente detalhado no Catecismo.

    De fato, o Catecismo da Igreja Católica é uma fonte extraordinária de recursos educativos para as mães. Ele explica todos os artigos do credo católico e nos introduz na profundidade da oração cristã, mas também oferece orientações muito práticas para o cotidiano: desde a vivência das virtudes até diretrizes para lidarmos com grandes desafios da humanidade, como a defesa dos direitos da pessoa desde a concepção até a morte natural, a justa destinação dos bens materiais e a gestão de situações trágicas como a guerra.

    Um tesouro de recursos

    Família participa da Missa | Rawpixel.com | Shutterstock

    O tesouro da fé católica também oferece às mães católicas:

    • Os sacramentos, em particular o da Reconciliação com Deus e o da Eucaristia, que é literalmente comunhão de corpo e alma com o próprio Deus feito carne e sangue sob as espécies do pão e do vinho;
    • A oração, com especial incentivo a recorrerem à intercessão de Maria, mãe de Jesus e mãe nossa, particularmente para pedir as graças necessárias para a boa vivência da vocação materna;
    • A leitura da Bíblia, principalmente do Novo Testamento, assim como da amplíssima biblioteca de livros católicos de espiritualidade, fonte de reflexões, meditações e luz para enfrentar os desafios cotidianos da criação dos filhos;
    • O sólido acervo de valores e virtudes cristãs, como as virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e as cardeais (prudência, justiça, fortaleza e temperança);
    • Os dons e frutos do Espírito Santo, a serem pedidos em oração e praticados com determinação no dia-a-dia;
    • A valorização da família, considerada como “igreja doméstica” na tradição católica, tendo as mães como pilares;
    • O próprio conceito católico de maternidade, que é sublime em seu propósito transcendente: participar do milagre divino da geração da vida, bem como da missão cristã de conduzir os filhos a Deus.

    Em resumo:

    A fé católica é fonte abundante de inspiração, orientação e propósito para todas as mães.

    Por meio da oração, da boa formação doutrinal, da transmissão de valores e virtudes, do ambiente santo da vida em família e da relação permanente com Deus mediante os sacramentos e os dons e frutos do Espírito Santo, os filhos de uma mãe católica têm ao seu alcance os melhores recursos para crescerem plenos e realizados.

    Fonte: https://pt.aleteia.org/

    Mitos litúrgicos (16/16)

    Basílica de Santo Agostinho em Roma | Presbíteros

    Mitos litúrgicos

    Mito 32: “Ir à Missa dominical não é obrigação”

    É moralmente obrigado aos católicos participarem da Santa Missa Dominical, sim.

    Muitos relativizam isso falando coisas como “não se visita um amigo por obrigação, mas por amor”.

    Evidentemente, Deus é Aquele que nos amou primeiro, precisa ser nosso melhor amigo e é digno de todo nosso amor e de todo nossa adoração. Porém, não estamos falando aqui de um “amiguinho qualquer”, mas de Deus!

    E é Justo que se obedeça as Suas Leis, que inclui a Lei da Santa Igreja, como foi explicado acima. Estamos moralmente obrigado a isso. Isso é dar a Deus o que é de Deus (Mateus 22, 21).

    Diz o Catecismo: “O Mandamento da Igreja determina e especifica a Lei do Senhor. Aos Domingos e nos outros dias de festa preceito, os fiéis tem a obrigação de participar da Missa. Satisfaz ao preceito de participar da Missa quem assista à Missa celebrada segundo o rito católico no próprio dia ou na tarde do dia anterior.” (n. 2180) A participação na Santa Missa no Sábado à tarde, portanto, cumpre o preceito dominical.

    Além disso, devem ser guardados como dia de festa de preceito o “dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania, da Ascensão e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, de Santa Maria, Mãe de Deus, de sua Imaculada Conceição e Assunção, de São José, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e, por fim, de Todos os santos.” (n 2177). Os fiéis católicos têm, portanto, obrigação de participar da Santa Missa também nos dias de cada uma dessas festas ou nas tardes dos dias anteriores à cada uma delas.

    No Brasil, para facilitar o cumprimento do preceito, várias destas festas são transferidas para o Domingo, por determinação da CNBB com a aprovação da Santa Sé. As únicas que permaneceram no calendário litúrgico além dos Domingo são: Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo (25 de dezembro), Santa Maria, Mãe de Deus (01 de Janeiro), Corpus Christi (data móvel) e Imaculada Conceição da Virgem Maria (08 de Dezembro) – ver comentário do Pe. Jesús Hortal sobre o cânon 1246, no Código de Direito Canônico editado pela Loyola.

    Ainda em relação à participação da Santa Missa nos dias de preceito, o Catecismo deixa claro: “Os fiéis são obrigados a participar da Eucaristia nos dias de preceito, a não ser por motivos muito sérios (por exemplo, uma doença, cuidado com bebês) ou se forem dispensados pelo próprio pastor. Aqueles que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem pecado mortal.” (n. 2181) O cânon 1245 afirma que o pároco pode conceder ao fiel, por razão justa, a dispensa da obrigação de guardar uma festa de preceito.

    Importa dar a Deus o que é de Deus (Mateus 22, 21).

    “Amor com amor se paga”, diz São João da Cruz, doutor da Santa Igreja.

    Persevera no amor quem vive os mandamentos de Deus (Jo 15,10).

    Referências Bibliográficas

    BENTO XVI, Papa. Carta aos Bispos que acompanha o Motu Próprio Summorum Pontificum. Disponível digitalizado em: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/letters/2007/documents/hf_ben-xvi_let_20070707_lettera-vescovi_po.html

    BENTO XVI, Papa. Carta apostólica Motu próprio datae Summorum Pontificum sobre o uso da Liturgia Romana anterior a reforma de 1970. Disponível digitalizado (tradução não-oficial para o português) em: http://www.zenit.org/article-15585?l=portuguese e (original em latim) em: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/motu_proprio/documents/hf_ben-xvi_motu-proprio_20070707_summorum-pontificum_lt.html

    BENTO XVI, Papa. Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da Missão da Igreja. Disponível digitalizado em: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_exhortations/documents/hf_ben-xvi_exh_20070222_sacramentum-caritatis_po.html

    BETTENCOURT, Estêvão, OSB. Comungar de Joelhos ou em pé? In: Revista “Pergunte e Responderemos”. Nº 493 – Ano : 2003 – Pág. 330. Disponível digitalizado em: http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=ESTEVAO&id=deb0108

    CONCÍLIO DE TRENTO. Documentos das sessões do Concílio tridentino. Parte da documentação conciliar tridentina pode ser encontrada digitalizada (em espanhol) em: http://multimedios.org/docs/d000436/

    CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja. Disponível digitalizado em: http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html

    CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Dogmática Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia. Disponível digitalizado em: http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19631204_sacrosanctum-concilium_po.html

    ESCRIVÁ, São Josemaría. Homilias sobre a Eucaristia. Editora Quadrante.

    JOÃO PAULO II, Papa. Carta Apostólica Mane nobiscum Domine para o ano da Eucaristia. Disponível digitalizado em: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_20041008_mane-nobiscum-domine_po.html

    JOÃO PAULO II, Papa. Carta Apostólica Ordinatio Sacredotalis sobre a ordenação sacerdotal reservada somente aos homens. Disponível digitalizado em: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_22051994_ordinatio-sacerdotalis_po.html

    JOÃO PAULO II, Papa. Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja. Disponível digitalizado em: http://212.77.1.247/holy_father/special_features/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_20030417_ecclesia_eucharistia_po.html

    JOÃO PAULO II, Papa. Quirógrafo sobre Música Sacra no centenário do Motu Próprio Tra le sollecitudini. Disponível digitalizado em: www.arquidiocese-sp.org.br/download/documentos/doc_santa_se-musica_liturgica.doc

    PAULO VI, Papa. Carta Encíclica Mysterium Fidei sobre o Culto da Sagrada Eucaristia. Disponível digitalizado em: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-vi_enc_03091965_mysterium_po.html

    PIO X, Papa. Terceiro Catecismo da Doutrina Cristã.

    PIO XII, Papa. Carta Encíclica Mediator Dei sobre a Sagrada Liturgia. Disponível digitalizado: http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_20111947_mediator-dei_po.html

    RATZINGER, Joseph; MESSORI, Vitorio. A Fé em Crise? ISBN: 8512003804

    RATZINGER, Joseph. El espíritu de la Liturgia – uma Introducción. Madrid: Ediciones Cristandad SA.

    RATZINGER, Joseph. Sal da Terra. ISBN: 9729035423

    VATICANO. Catecismo da Igreja Católica. Disponível digitalizado em: http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/prima-pagina-cic_po.html

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    VATICANO, Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Memoriale Domini sobre a Maneira de distribuição da Sagrada Comunhão. Disponível digitalizado em: http://www.veritatis.com.br/article/5453/memoriale-domini

    VATICANO, Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Redemptionis Sacramentum sobre algumas coisas que se devem observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia. Digitalizado disponível em: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccdds/documents/rc_con_ccdds_doc_20040423_redemptionis-sacramentum_po.html

    Fonte: https://presbiteros.org.br/

    Santa Maria Domingas Mazzarello

    Santa Maria Domingas Mazzarello | arquisp

    13 de maio

    Santa Maria Domingas Mazzarello

    Maria Domingas Mazzarello nasceu em 9 de maio de 1837, em Mornese, Itália. Filha de camponeses, era a primogênita de dez filhos e aprendera a trabalhar duro, ajudando a mãe, Maria, nos trabalhos de casa e o pai, José, nos vinhedos, até que a irmã Felicina pôde substituí-la em casa.

    Os pais eram cristãos fervorosos, muito preocupados com a educação dos filhos, e se dedicaram especialmente à primogênita. Para isso contaram com a ajuda de padre Domingos Pestarino, que teve forte influência na formação espiritual de Maria Domingas.

    No dia 9 de dezembro de 1855, nasceu em Mornese a Pia Sociedade das Filhas da Imaculada, composta por moças escolhidas a dedo por dom Pestarino. Maria Domingas, então com dezoito anos, era uma delas. Esse grupo se distinguiu pela dedicação às meninas mais desprotegidas, pela preocupação com a catequese e com o acompanhamento às mães cristãs. Entre elas, Maria Domingas sobressaía, pela alegria e pela liderança que exercia.

    Em 1857, durante uma epidemia de tifo, Maria Domingas foi cuidar de parentes que haviam contraído a moléstia. Mas o esforço a debilitou e ela também ficou doente. Com muito custo conseguiu se recuperar, mas a antiga energia nunca mais voltou. Assim, impossibilitada de trabalhar nos campos, convidou Petronila, sua grande amiga e Filha da Imaculada, para freqüentarem aulas de corte e costura com o alfaiate do lugar, para aprenderem a profissão.

    Quando estavam aptas, abriram uma salinha de costura no povoado, para ensinar às meninas do povo não apenas a costurar, mas a amar muito Jesus e Nossa Senhora e viver sempre na presença deles: "Cada ponto da agulha seja um ato de amor a Deus".

    Dessa salinha de costura nasceu o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. O número de meninas aumentava e algumas, não tendo para onde ir, permaneciam ali. Vendo o trabalho que faziam, outras moças quiseram juntar-se a elas e, logo, constituíram um grupo de moças, unidas por um mesmo ideal, fortalecidas por uma mesma espiritualidade, vivendo vida comum.

    Quando dom João Bosco, hoje santo, as conheceu, no início de outubro de 1864, percebeu que ali estava a resposta de Deus ao seu desejo de fazer pelas meninas o mesmo que ele já vinha fazendo pelos meninos. E assim, depois de longa preparação, em 1872 nasceu o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, as Irmãs Salesianas.

    Maria Domingas foi logo eleita superiora e confirmada por dom Bosco. E sob sua direção o Instituto cresce e se expande pela Itália, pela Europa e chega até à América. Quando ela morre, aos quarenta e quatro anos de idade, em 13 de maio de 1881, suas irmãs já eram realidade na Igreja e em dois continentes. Hoje, sua congregação espalha-se por todo o mundo a serviço da juventude pobre e desamparada.

    Maria Domingas Mazzarello foi canonizada pelo papa Pio XII em 1951 e sua veneração ocorre no festivo dia da celebração de Nossa Senhora de Fátima, data em que a fundadora foi ao encontro do Pai Eterno.

    *Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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    São João Paulo II e Nossa Senhora de Fátima: Uma história que uniu o céu e a terra

    João Paulo II e Nossa Senhora de Fátima / Foto: Vatican Media

    REDAÇÃO CENTRAL, 13 Mai. 23 / 07:00 am (ACI).- No dia 13 de maio de 1981, são João Paulo II percorria a Praça de São Pedro em seu papamóvel, saudando e abençoando os fiéis, quando de repente o turco Alí Agca disparou contra o papa peregrino, que caiu gravemente ferido. Esta tentativa de assassinato só não acabou com sua vida porque uma “mão materna” interveio.

    Enquanto são João Paulo II se recuperava no hospital, pediu toda a informação sobre a Virgem da Fátima. Depois, o papa começou a trabalhar para cumprir o segundo segredo de Fátima, no qual a Mãe de Deus pedia que se consagrasse a Rússia ao seu Imaculado Coração.

    Uma imagem de Nossa Senhora de Fátima foi levada ao papa em Castel Gandolfo e ele pediu à Virgem que fosse construída uma pequena igreja na fronteira entre a Polônia e a então União Soviética, onde foi colocada a imagem olhando para a Rússia.

    Um ano depois do atentado, no dia 13 de maio de 1982, João Paulo II viajou pela primeira vez a Fátima: “Quero agradecer à Virgem pela sua intercessão, por salvar a minha vida e pela recuperação da minha saúde”.

    Um ano mais tarde, João Paulo II expressou sua devoção e agradecimento à Virgem doando ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima a bala que retiraram do seu corpo, a mesma que está na coroa da imagem mariana no santuário.

    No dia 8 de dezembro de 1983, são João Paulo II enviou uma carta aos bispos do mundo inteiro, incluindo ortodoxos, expressando suas intenções de consagrar a Rússia ao Coração de Maria e acrescentou a oração especial para que eles a fizessem em suas diferentes dioceses.                          

    Dias depois, o papa visitou o turco Alí Agca no presídio e lá ouviu de Agca seus comentários sobre o episódio: “Por que não morreu? Eu sei que apontei a arma como devia e sei que o tiro devia ter sido devastador e mortal. Então, por que não morreu? Por que todos falam de Fátima?”.

    No dia 25 de março de 1984, festa da Anunciação, o papa consagrou todos os homens e povos, incluindo a Rússia, à Maria Santíssima em comunhão espiritual com os bispos do mundo. Em seguida, a irmã Lúcia, a terceira vidente, confirmou: “Esta consagração foi realizada da maneira que Nossa Senhora tinha pedido”.

    No ano 2000, são João Paulo II viajou a Fátima e, em 13 de maio, beatificou os outros dois videntes da Virgem, Francisco e Jacinta Marto. Logo depois, anunciaram a publicação da “terceira parte” do segredo de Fátima, realizado no dia 26 de junho daquele ano.

    O então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Joseph Ratzinger, fez um comentário teológico a respeito deste segredo revelado, que falava sobre um bispo vestido de branco que morreria diante de uma cruz.

    “Não podia o Santo Padre, quando depois do atentado de 13 de maio de 1981 texto da terceira parte do ‘segredo’, reconhecer nele seu próprio destino? Esteve muito perto das portas da morte e ele mesmo explicou o fato de ser salvo com as seguintes palavras: “...uma mão materna guiou a trajetória da bala e o papa agonizante esteve à beira da morte’ (13 de maio de 1994)”, disse o cardeal.

    “Que uma ‘mão materna’ tenha desviado a bala mortal demonstra, uma vez mais que não existe um destino imutável, que a fé e a oração são poderosas, que podem influir na história e que, finalmente a oração é mais forte do que as balas, a fé mais forte que as divisões”, destacou.

    Fonte: https://www.acidigital.com/

    Nossa Senhora de Fátima

    Nossa Senhora de Fátima, Portugal  (© BP)

    13 de maio

    Nossa Senhora de Fátima

    “Não tenham medo”! Com estas palavras, a Virgem Maria dirigiu-se aos três pastorzinhos portugueses de Aljustrel, no dia 13 de maio de 1917.
    Na manhã de um esplêndido domingo, Lúcia dos Santos, de 10 anos de idade, e seus primos, Jacinta e Francisco Marto, de 7 e 9 anos, participaram da Santa Missa, na paróquia de Fátima e, depois, levaram suas ovelhas para pastar, no declive da Cova da Iria. Ao ouvir o toque dos sinos para o Ângelus, puseram-se a rezar o Terço, como faziam de costume. A seguir, enquanto brincavam, ficaram assombrados pelo aparecimento de um clarão improviso. Pensando que era um raio e com medo de um temporal, se apressaram para abrigar o rebanho.
    Mas, logo depois, foram surpreendidos por outro clarão, sobre um carvalho, no qual viram uma Senhora, vestida de branco e radiante de luz, que lhes disse: “Vim pedir-lhes para que venham aqui, todo o dia 13, por seis meses consecutivos, nesta mesma hora. Dir-lhes-ei, oportunamente, quem eu sou e o que quero”.
    A Senhora tinha um vestido com bordados dourados, um cordão de ouro na cintura, um manto cândido e um Terço de grãos brancos nas mãos. Enquanto Lúcia falava com ela, Jacinta escutava a conversa, mas Francisco não ouvia nada. Então, Maria perguntou-lhes: “Vocês querem oferecer-se a Deus, suportar todos os sofrimentos que Ele lhes mandar, como ato de reparação dos pecados, pelos quais Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores¬¬?” Lúcia respondeu-lhe: “Sim, queremos”. No entanto, a Virgem lhes disse ainda: “Vocês deverão sofrer muito, mas a graça de Deus será seu conforto”.

    Aparições na Cova da Iria

    Lúcia intimou seus primos a não dizer nada a ninguém sobre o acontecimento porque – explicou - “ninguém acreditaria”. No entanto, Jacinta, temendo ser castigada, por trazer as ovelhas de volta do pasto, antes da hora, contou tudo à sua mãe, que, naturalmente, não acreditou.
    Lúcia, Francisco e Jacinta foram repreendidos e advertidos. Não obstante, a notícia começou se espalhar. No dia 13 de junho, na hora do encontro, uma pequena multidão uniu-se às três crianças. A Virgem pediu a Lúcia para rezar muito, mas também para aprender a ler e a escrever, a fim de poder transmitir as suas mensagens.
    Na terceira aparição, cerca de duas mil pessoas se reuniram e deixaram suas ofertas em dinheiro na Cova da Iria. Nossa Senhora renovou o convite, aos três pastorzinhos, para virem, àquele mesmo lugar, todo dia 13 do mês; e, ao mostrando-lhes o inferno, exortou-os a rezar pela humanidade.
    Lúcia, Francisco e Jacinta receberam zombarias dos incrédulos; até o pároco duvidou da veridicidade das suas narrações; por sua vez, também o prefeito do município de Vila Nova de Ourém, ao qual pertencia Fátima, tentou dissuadi-los.
    No dia 13 de agosto, não puderam comparecer na Cova da Iria, porque estavam presos. Mas, a Virgem Maria apareceu-lhes, improvisamente, no dia 19 de agosto, enquanto apascentavam o rebanho em Valinhos, pouco distante de Aljustrel. Lúcia aproveitou para perguntar-lhe o que devia fazer com as ofertas, que os fiéis deixaram na Cova da Iria. Então, Maria lhe respondeu: “Mande construir uma Capela, precisamente ali”.
    A aparição repetiu-se, pontualmente, também no dia 13 de setembro. Neste último encontro, Nossa Senhora prometeu realizar um prodígio, para que todos acreditassem.

    “Eu sou Nossa Senhora do Rosário”

    No dia frio e cinzento de 13 de outubro, a chuva puniu 70 mil pessoas, entre as quais muitos jornalistas, fotógrafos e a imprensa internacional. Naquele dia, enquanto continuava a chover, a Virgem revelou a Lúcia, Francisco e Jacinta: “Eu sou Nossa Senhora do Rosário”. E, depois desta aparição, realizou o milagre prometido: a dança do sol! O astro assumiu várias cores, pôde ser visto a olho nu e começou a girar em torno de si mesmo, parecendo aproximar-se da Terra. Quando este acontecimento extraordinário cessou, as roupas das pessoas, que antes estavam ensopados, se secaram.
    Treze anos depois, no dia 13 de outubro de 1930, as autoridades eclesiásticas declararam que as aparições eram “dignas de fé” e autorizaram o culto a Nossa Senhora de Fátima.
    Francisco faleceu no dia 4 de abril de 1919 e Jacinta em 20 de fevereiro de 1920. Lúcia entrou para a Comunidade das Irmãs de Santa Doroteia, em 17 de junho de 1921. Após mais de dez anos da emissão de seus votos Perpétuos, decidiu ingressar para o Mosteiro Carmelita de Coimbra. Lúcia faleceu no dia 13 de fevereiro de 2005, aos 97 anos.
    Francisco e Jacinta foram beatificados no dia 13 de maio do ano 2000, por São João Paulo II, e canonizados, em 13 de maio de 2017, pelo Papa Francisco.

    Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

    Pe. Manuel Pérez Candela

    Pe. Manuel Pérez Candela
    Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF