09 de julho
Santa Paulina
Fundadora
da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição
Origens
Seu nome de batismo era Amábile Lúcia Visintainer.
Ela nasceu em de dezembro de 1865, na cidade de Vigolo Vattaro, região de
Trento, que fica ao norte da Itália. Foi a segunda filha de Anna e Napoleão.
Seus pais eram cristãos fervorosos, porém muito pobres. Durante a infância
de Amábile, toda a Itália passava por uma grave crise econômica e pestes
contagiosas. Por isso, quando ela tinha nove anos, seus pais decidiram emigrar
para o Brasil.
Chegada
ao Brasil
Em 1875 a família de Amábile chegou ao Brasil. Foram
para o Estado de Santa Catarina, mais precisamente para a região de Nova
Trento, onde vários trentinos já estavam morando. Eles foram se estabelecer num
vilarejo recém fundado no meio da mata chamado Vigolo. Tudo era muito precário
e pobre. As famílias procuravam manter-se unidas para sobreviverem, alimentando
o sonho de um dia prosperarem.
Uma
grande amizade
No vilarejo de Vigolo, Amábile travou amizade com
uma menina que a acompanharia por toda a vida: Virgínia Nicolodi. As duas já
tinham uma fé sólida e esta afinidade as fez crescer ainda mais na amizade. As
duas eram sempre vistas rezando na capelinha de madeira. Elas fizeram a
primeira comunhão no mesmo dia. Nessa época, Amábile já tinha doze anos de
idade.
Pequena
missionária
O vilarejo de Vigolo crescia aos poucos. Por isso,
o padre responsável pela região, chamado Servanzi, iniciou um trabalho pastoral
ali. Logo ele percebeu o espírito comprometido e sábio da adolescente Amábile e
incumbiu-a de lecionar o catecismo às crianças, além da ajuda aos doentes e de
manter limpa a capelinha do vilarejo, que era dedicada a São Jorge. Esta
incumbência certamente ajudou a amadurecer a vocação religiosa no coração de
Amábile.
Adolescente
caridosa
Amábile assumiu a missão de corpo e alma, levando
sempre consigo a amiga Virgínia. As duas dedicavam-se totalmente à caridade
para com os mais pobres, ajudando aos doentes, conseguindo mantimentos para os
necessitados, ajudando aos doentes, idosos, crianças, enfim, a todos que
precisassem. Amábile e Virgínia começaram a ser reconhecidas por todo o povo
italiano que vivia naquela região distante e abandonada do Brasil.
Sonhos
proféticos com Nossa Senhora
Em 1888 Amábile teve o primeiro
de três sonhos com a Virgem Maria. Nesses sonhos, Nossa Senhora disse a
Amábile: "Amábile,
é meu ardente desejo que comeces uma obra: trabalharás pela salvação de minhas
filhas." Amábile responde: "Mas como fazer isso minha Mãe? Não tenho
meios, sou tão miserável, ignorante." Quando acordou após o terceiro sonho, Amábile assim respondeu em oração: "Servir-vos Minha querida Mãe.sou uma
pobre criatura, mas para satisfazer o vosso desejo, prometo me esforçar o
máximo que eu puder!"
Um
hospitalzinho para os pobres
Amábile pediu e seu pai a ajudou a construir uma
casinha de madeira, num terreno perto da capela, doado por um barão. O casebre
se transformaria num pequeno hospital onde Amábile e Virgínia dedicaram-se
arduamente ao cuidado dos doentes, mas, também, ao cuidado e à instrução das
crianças. As duas nem sabiam, mas ali estava nascendo a Congregação das
Irmãzinhas da Imaculada Conceição.
A
primeira paciente
A primeira pessoa doente que Amábile e Virgínia
receberam no pequeno hospital, foi uma mulher que tinha câncer, em estado
terminal. A pobre não tinha ninguém que pudesse cuidar dela. Assim, as duas
assumiram a mulher no casebre. Era dia 12 de julho de 1890. Mais tarde, Amábile
e Virgínia consideraram essa data como o dia da fundação da Congregação das
Irmãzinhas da Imaculada Conceição. A Obra iniciou no dia em que as duas amigas
começaram a atuar como enfermeiras.
Uma
Obra inspirada por Deus
A Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição
foi a primeira congregação feminina fundada no Brasil. Pela santidade e
necessidade dessa Obra, ela foi aprovada rapidamente pelo bispo de Curitiba, em
agosto de 1895. Quatro meses após a aprovação eclesiástica, Amábile, Virgínia e
outra jovem chamada Teresa Maule, fizeram os votos religiosos na Congregação.
Na ocasião, Amábile adotou o nome de irmã Paulina do Coração Agonizante de
Jesus. Além disso, ela foi nomeada superiora da pequena congregação. Por isso,
passou a ser chamada de Madre Paulina.
A
semente germina e cresce
A santidade, a caridade e a prática apostólica de
Madre Paulina e suas coirmãs fizeram por atrair muitas outras jovens. Apesar da
pobreza e das imensas dificuldades em que as irmãzinhas viviam, o exemplo que
elas davam arrastava. Por isso, muitas jovens ingressaram na Congregação. Elas
continuaram a cuidar dos doentes, da paróquia, das crianças órfãs e dos pobres.
Além disso, começaram uma pequena indústria da seda para terem como sobreviver
e manter as obras de caridade.
Convite
para se instalar em São Paulo
Em 1903, apenas oito anos após a aprovação
eclesiástica, o reconhecimento da Congregação já era notório no Brasil por
causa da santidade de vida das Irmãzinhas e do trabalho extremamente necessário
que realizavam. Por isso, nesse ano, Madre Paulina foi chamada para estender
sua obra a São Paulo. Ela viu no convite um chamado de Deus e aceitou o
desafio.
A
obra em São Paulo
Em 1903, Madre Paulina e algumas irmãs chegaram a
São Paulo. Lá, foram morar no bairro Ipiranga, ao lado de uma capela. Logo ela
iniciou uma obra importante: a obra da 'Sagrada Família', que tinha como
objetivo abrigar ex-escravos e suas famílias após a abolição da escravatura,
que tinha acontecido em 1888. Essas famílias viviam em péssimas condições e a
obra de Madre Paulina deu a elas um pouco de dignidade.
Afastamento,
humildade e obediência
Algum tempo depois, a obra
cresceu em número de irmãs e em ações sociais. Nesse ínterim, Madre Paulina
passou a ser perseguida e caluniada por uma rica senhora, chamada Ana Brotero.
Esta, ajudava nas obras. A perseguição foi tanta que, em 1909 o bispo Dom Duarte
destituiu Madre Paulina do cargo de superiora da congregação e a exilou em
Bragança Paulista, SP. Madre Paulina, num exemplo de obediência, acatou a ordem
do bispo, mesmo que em lágrimas de dor. Na ocasião, ela disse: "Meu único desejo é que a obra da
Congregação continue para que Jesus Cristo seja conhecido e amado por
todos." No "exílio",
Madre Paulina sujeitou-se aos trabalhos mais humildes e pesados, sem murmurar
nem reclamar, mas entregando tudo ao Senhor.
Reconhecimento
Nove anos depois do chamado "exílio",
Madre Paulina foi chamada pelo mesmo bispo de volta à casa geral da Congregação
em São Paulo. Suas virtudes de humildade e obediência foram reconhecidas,
depois dessa prova de fogo. Por isso, ela foi chamada para viver entre as novas
irmãs e servir de exemplo e testemunho cristão para todas. Nesse tempo,
destacou-se seu espírito de oração e a grande caridade que tinha para com todas
as irmãs, especialmente as doentes.
Morte
A partir de 1938 Madre paulina iniciou um período
de grandes sofrimentos físicos. Por causa do diabetes, seu braço direito teve
que ser amputado. Depois disso, ficou cega. Foram quatro anos de sofrimentos
físicos e de testemunho de fé. Ela permaneceu firme, louvando ao senhor por
tudo e sendo cada vez mais amada e admirada pelas irmãzinhas. Por fim, após
quatro anos de dor, ela entregou sua alma a Deus, na casa geral da congregação
fundada por ela. Era o dia 9 de julho de1942. O papa João Paulo II celebrou sua
beatificação em 1991, em visita ao Brasil. Sua canonização aconteceu em 2002,
pelo mesmo Papa. Assim, ela passou a ser a primeira santa canonizada no Brasil.
Oração
a Santa Madre Paulina
"Ó Santa Paulina, que puseste toda a confiança
no Pai e em Jesus e que, inspirada por Maria, decidiste ajudar o povo sofrido,
nós te confiamos a Igreja que tanto amas, nossas vidas, nossas famílias, a Vida
Consagrada e todo o povo de Deus.
(Pedir
a graça desejada)
Santa
Paulina, intercede por nós, junto a Jesus, a fim de que tenhamos a coragem de
lutar sempre, na conquista de um mundo mais humano, justo e fraterno.
Amém."
Pai-Nosso - Ave Maria - Glória
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/