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terça-feira, 11 de julho de 2023

Os 7 pecados capitais e as 7 virtudes opostas

Os 7 pecados capitais e as virtudes opostas (Slide Player)

Os 7 pecados capitais e as 7 virtudes opostas

Veritatis Splendor 

         Todo ser humano é, em essência, bom. Todos nó trazemos inscritas em nossa mente e na nossa consciência a moral e as leis de Deus. Mas nós podemos anestesiar esse instinto divino a partir do pecado ( Rom 7, 16-20 ), que está presente como um mácula em nossa alma desde Adão e Eva, como nos mostra a Bíblia ( Gen 3, 1-13 )

         Quando pecamos, nós preferimos a nossa lei à lei de Deus, fazer o que bem entendemos, muitas vezes não levando em conta as conseqüências.

         Pecado Capital ( de ?capita? = cabeça, o pecado que é a cabeça ) é o pecado que leva a outros pecados, outros vícios

         Virtude ( de ?vir? = varão, homem, que significa firmeza ) é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Não apenas pratiquemos atos bons ( pois até o pior criminoso é capaz de ter atos bons ocasionalmente ), mas sim sejamos bom, verdadeiros cristãos.

A Igreja ensina: temos 7 pecados capitais e 7 virtudes opostas. 

7 Pecados  Capitais                                  7 Virtudes Opostas 

Orgulho ou soberba                                    Humildade

     Avareza                                                   Generosidade

Inveja                                                      Caridade

Ira                                                          Mansidão

Luxúria ou Impureza                                   Castidade

   Gula                                                        Temperança

Preguiça                                                   Diligência

1. Orgulho

O Princípio de todo pecado é o orgulho, a vaidade, pois é a tentativa de se igualar a Deus de ser autossuficiente senhor de si, passando por cima da autoridade de Deus. O Orgulho caracteriza-se por acharmos que os dons de Deus vêm de nós mesmos. Leva aos pecados da presunção, da vanglória ( Gn 11 ? O episódio de Babel ). Nós passamos a procurar sempre reconhecimento, elogios, por nossos atos e acabamos nos gabando das coisas que fazemos. Com orgulho, a pessoa desanima no fracasso, pois acha-o impossível.

Humildade

É o reconhecimento de nossa pequenez. No final das contas. É e verdade sobre nó mesmos, sabendo que tudo é Dom de Deus. Devemos recorrer a Nossa Senhora, que foi exemplo de humildade, para pedir essa virtude.

2. Avareza

Desejo desordenado dos bens deste mundo. Os bens deste mundo foram feitos pra suprir nossas necessidades e a de nossos irmãos. A avareza é a síndrome de acumular, juntar, empilhar coisas. É o culto ao dinheiro. Leva a fraudes, roubos, mesquinharia e ambição ? passar por cima dos outros. Em vez de senhores das coisas passamos a ser escravos delas ( Mt 6, 23-34 )

Generosidade

É o despojamento quanto aos bens materiais, compartilhando-os com aqueles que necessitam. Daí e vos será dado-disse Jesus. Deus ama o que dá com alegria. Deus é generoso com seus filhos, portanto, todo cristão deve ser generoso com seu próximo.

3. Inveja

É a tristeza diante do bem próximo. O invejoso está sempre de olho nos outros, no bem dos outros. O invejoso:

§  Não valoriza seus bens

§  Desenvolve o espírito crítico, diminuindo o outro

§  Calunia aquele que inveja

Histórias de inveja na Bíblia: Caim e Abel, José e seus irmãos, Saul e David

Caridade

É o olhar bom para o próximo, o amor para o próximo. Amar nosso irmão sem julgá-lo. Ter paciência, perdoar sempre o irmão e a comunidade.

O desafio da caridade é se alegrar com o bem do irmão. Devemos amar nosso irmão com palavras e obras.

4. Ira

Estado emocional desordenado, é a raiva excessiva. A ira é um mal em si mesma, pois tira a paz do indivíduo. Leva à impaciência, furor, violência, ódio e assassinato. Devemos deixar bem claro que força é diferente de violência. Ser violento não significa que a pessoa seja forte. A paciência é a maior prova de força.

Mansidão

É a força revestida de veludo. É a calma, a tranqüilidade e o equilíbrio emocional. A mansidão é necessária para agradar a Deus, para a convivência e para manter a paz.

5. Luxúria ou Impureza

É a erotização exacerbada e o mal uso da sexualidade. Vivemos num mundo altamente erotizado. A moda, os espetáculos, os shows, os programas televisivos têm sempre apelo sexual.

?Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo?? Somos templo da Santíssima Trindade. A sexualidade deve ser governada pelo amor. O sexo, o amor e a transmissão da vida são três coisas que estão intimamente ligadas, mas forram separadas de forma lastimável pelo homem moderno.

Castidade

É o respeito de nosso corpo e ao corpo do próximo. É o 6º mandamento da Lei de Deus.

6. Gula

É um vício em que há busca de um prazer desordenado na comida e na bebida.

·         Comer excessivamente

·         Comer com os olhos

·         Comer se preocupando com gostos requintados

·         Vícios como o fumo, álcool, tranquilizantes, etc.

Perde-se a força de vontade de se livrar dos vícios.

Temperança

Consiste em conservar o nosso corpo, a paz interior, a saúde. Por exemplo, ter uma alimentação balanceada, se livrar de substâncias que envenenem nosso organismo, etc.

7. Preguiça

É a negação do esforço, é o comodismo:

·         Fazer tudo de qualquer jeito

·         Não fazer as coisas com amor

·         Cansaço constante

·         Pelo fato de não podre fazer o excelente, não faz nada

·         Falta de Tempo

Diligência

A palavra diligência vem de diliger = amar. É não se cansar de fazer as coisas, valorizando-as sempre. Caracteriza-se pela garra, força e amor.

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

Sobre esta rocha, construirei minha abadia! O ambicioso projeto destes beneditinos

© Abbaye Sainte Marie de la Garde / #image_title

Por Cécile Séveirac

Os 17 monges da abadia beneditina de Sainte-Marie de la Garde iniciaram um grande projeto para construir um claustro, uma torre de sino e uma igreja da abadia.

Com sede em Saint-Pierre-de-Clairac (França), os monges beneditinos de Sainte-Marie de la Garde se propuseram o desafio de transformar seu mosteiro em uma abadia. Em maio de 2023, um grande projeto foi iniciado para fornecer à comunidade um claustro, uma torre de sino e uma igreja de abadia. É um projeto importante, mas que levará dez anos para ser concluído. A primeira fase, que acabou de começar, deve durar cerca de três anos, até 2026, antes da construção final do claustro, cujas três alas abrigarão o refeitório, a casa capitular, as celas dos monges e a sacristia.

Maquete da Abadia de La Garde. A parte construída é visível na extrema direita da imagem, junto com o claustro (Aleteia)

Estabelecida como uma abadia em 2021, Sainte-Marie de la Garde é a irmã mais nova da famosa abadia de Le Barroux, fundada em 1970. Oito monges ali se estabeleceram e converteram os edifícios dessa grande fazenda em um mosteiro. Hoje, a comunidade de 17 monges está empenhada em fazer algo grande. Para o abade, Dom Marc Guillot, “esse projeto está alinhado com o apelo do Papa Francisco de criar muitos mosteiros na Igreja”. Em abril de 2023, o Papa dedicou uma audiência geral aos monges, chamando-os de “coração pulsante do Evangelho”, a “força invisível que sustenta a missão”.

#image_title / © Abbaye Sainte Marie de la Garde

Atendendo às necessidades da vida monástica e leiga

O local de construção está, portanto, respondendo a uma vitalidade dupla. “Além de responder às necessidades de uma comunidade que escolheu a vida contemplativa e deu origem a vocações, há um verdadeiro dinamismo na comunidade leiga. Por meio de nossa herança, temos essa dimensão de acompanhamento espiritual intramuros. Mais e mais pessoas estão vindo para o mosteiro, que elas veem como uma espécie de oásis espiritual, com a beleza da liturgia tradicional e do canto gregoriano atraindo-as”, explica Dom Guillot à Aleteia. “A Regra de São Bento continua a provar sua relevância. Tudo isso é uma imensa fonte de esperança em um país que está perdendo seu cristianismo. “

Diante do afluxo de fiéis, os monges não têm escolha a não ser empurrar as paredes para trás. No momento, a capela só pode acomodar entre 90 e 100 pessoas para os cultos. Portanto, ela precisa ser ampliada com uma grande tenda de maio a outubro, na qual telas grandes podem ser usadas para acompanhar a transmissão da missa. O objetivo é dobrar a capacidade para que os fiéis possam acompanhar a missa nas melhores condições possíveis. Eventualmente, se o trabalho continuar a progredir bem, Dom Guillot planeja aumentar o número de lugares para os retirantes no coração do mosteiro, de 7 para 15. No entanto, ele adverte que “isso está fora de cogitação até que a igreja da abadia seja concluída”. Enquanto isso, uma casa externa acomodará famílias e peregrinos que desejarem passar alguns dias mais perto da abadia.

Exterior da abadia / © Kapaa architectes

Arquitetura românica

Será necessário um total de oito milhões de euros para que os monges possam concluir seu trabalho. A maior parte desse valor foi arrecadada por meio de doações e patrocínios. As empresas que trabalharão na construção das paredes dessa nova abadia são todas locais. Com suas fundações de granito e estruturas de pedra, a Abadia de Sainte-Marie optou por se inspirar em suas irmãs cistercienses e cluniacenses em Silvacane, Sylvanès, Sénanque e Conques, com sua bela arquitetura românica que desafia a devastação do tempo. “Temos as pedras vivas. Agora precisamos das paredes”, sorri Dom Guillot.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: Tomás de Aquino, homem de Igreja de imensa sabedoria espiritual e humana

Santo Tomás de Aquino (© Biblioteca Apostolica Vaticana)

Francisco nomeou o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, enviado especial para a celebração dos 700 anos da canonização do Doutor Angelicus na Abadia de Fossanova, em 18 de julho.

Vatican News

"Homem de Igreja", sacerdote e doutor que partilhou a sua "imensa sabedoria espiritual e humana" através de orações e escritos. O Papa Francisco recorda a figura de Santo Tomás de Aquino na carta em latim, divulgada nesta terça-feira (11/07), com a qual nomeia o prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, seu enviado especial para a celebração dos 700 anos da canonização que será celebrada, em 18 de julho, na Abadia de Fossanova, no município de Priverno, na província de Latina.

"Nunca insuflado pelo conhecimento, mas sempre edificado pela caridade", o frade dominicano, a quem seus contemporâneos já chamavam de "Doutor Angelicus", foi "cheio de uma cultura admirável", sublinha o Papa na carta, datada de 30 de junho. "Ele escreveu muitas obras e ensinou várias coisas, e foi bem qualificado nas disciplinas filosóficas e teológicas. Brilhou com reta inteligência e lucidez, e enquanto investigava reverentemente os mistérios divinos com a razão, os contemplava com fé fervorosa."

O triênio tomista

Como já na carta aos bispos de Latina, Sora e Frosinone, publicada em 28 de junho passado, o Papa Francisco recorda o triênio tomista no qual recordarão, além dos 700 anos da canonização, os 750 anos de sua morte, em 2024, e o oitavo centenário de nascimento em 2025. "Com grande deleite de alma e alegria espiritual, acolhemos os vários projetos da Igreja para honrar dignamente o zelo do mais ilustre Doutor da Santidade e o estudo da doutrina sagrada", escreve o Papa, acrescentando que aceitou o pedido dos bispos Mariano Crociata, pastor de Latina, Terracina, Sezze, Priverno; Gerardo Antonazzo, de Sora, Cassino, Aquino, Pontecorvo; Ambrogio Spreafico, de Frosinone, Veroli, Ferentino e Anagni-Alatri, que um cardeal presidisse a celebração, em julho, em honra a Santo Tomás e pronunciasse "palavras de encorajamento espiritual".

A celebração

Daí a nomeação de Semeraro que celebrará a solene Eucaristia na Abadia de Fossanova, lugar onde o santo "adormeceu no Senhor". "Todos os participantes deste evento", escreve o Pontífice, "serão encorajados a manifestar seu amor especial a Cristo e seu Evangelho com força renovada e novo zelo através da oração", bem como "ser ardentes com o zelo da fé na vida cotidiana".

Outros eventos

Por ocasião da publicação da carta do Papa, junto com o convite a usar o texto para "reflexão cuidadosa e inspiração", os bispos Crociata, Antonazzo e Spreafico informaram sobre outros eventos a serem realizados em homenagem ao seu padroeiro. Na tarde de terça-feira, 11 de julho, se realizará um encontro de reflexão em Latina, enquanto um momento de oração está programado na Abadia de Fossanova na tarde de sexta-feira, 14 de julho. No dia 18 de julho, às 18h30 locais, haverá a celebração solene com o cardeal Semeraro.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Em Missa na Catedral, jovens de Brasília serão enviados para a JMJ 2023

Missa de Envio na Catedral de Brasília (arqbrasilia)

Em Missa na Catedral, jovens de Brasília serão enviados para a JMJ 2023

No próximo dia 16/07 (domingo), às 10h30, na Catedral Metropolitana de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, Cardeal Arcebispo de Brasília, presidirá Santa Missa, com a presença de Dom Denilson Geraldo, SAC, Bispo Auxiliar e referencial para a juventude, com a benção de envio para todos os jovens que peregrinarão para participar da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023.

A JMJ 2023 acontecerá entre os dias 01 e 06 de agosto, na capital portuguesa reunindo jovens de todo o mundo em um encontro que acontece, de tempos em tempos, com o Santo Padre.

Em Brasília, a estimativa é de que cerca de 500 jovens viajem a Lisboa para participar do evento. Eles são oriundos de diversos movimentos, grupos, serviços e paróquias da Arquidiocese e se prepararam durante alguns meses, alguns até anos, para participarem da JMJ.

Nesta celebração, também, o Setor Juventude da Arquidiocese pretende divulgar uma programação própria com encontros com o Cardeal Paulo Cezar Costa que estará em Lisboa participando da Jornada.

Informações:
Missa de envio para a JMJ 2023 – Arquidiocese de Brasília
Dia: 16/07
Horário: 10h30
Local: Catedral Metropolitana de Brasília

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Virgem Maria, Mãe da Igreja

Virgem Maria, Mãe da Igreja (Porta de Assis)

VIRGEM MARIA, MÃE DA IGREJA

Dom Sebastião Lima Duarte
Bispo de Caxias do Maranhão (MA)

A partir de 11 de fevereiro de 2018, na Segunda-feira depois de Pentecostes, celebra-se Memória (obrigatória) da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja. Nesse dia faz-se o Ofício de Memória, a liturgia da Palavra é própria e as orações são da Missa votiva de Nossa Senhora, Mãe da Igreja, onde se reza na oração sobre as Oferendas: “Recebei, Senhor, as nossas oferendas e transformai-as em sacramento de salvação. Pela força deste mistério, sejamos inflamados no mesmo amor da Virgem Maria, Mãe da Igreja, e mereçamos com ela associar-nos mais estreitamente à obra da redenção”. Ao celebrar neste 2023 a Memória de Mãe da Igreja no dia 29 de maio, omitiu-se a Memória Facultativa de São Paulo VI, Papa. 

Na primeira edição típica do Missal Romano de 1970, aprovada pelo Papa Paulo VI, não consta a Missa Maria Mãe da Igreja. A Sé Apostólica, por ocasião do Ano Santo da Reconciliação (1975), propôs uma missa votiva em honra de Santa Maria, Mãe da Igreja, que foi inserida no Missal Romano. Por isso na versão segunda da edição típica do Missal de 1975, aprovada também pelo referido Papa, aparece dentre os acréscimos às Missas votivas, as Missas de Nossa Senhora, Mãe da Igreja e do Santíssimo Nome de Maria, e é aqui que a Missa de Nossa Senhora, Mãe da Igreja, traz além das orações da coleta, oferendas e pós comunhão, o prefácio próprio e leituras apropriadas.  

São Paulo VI no Discurso de encerramento do segundo período do Concilio Vaticano II, no dia 04 de dezembro de 1963, desejou a todos que elaborassem um bom texto sobre a bem-aventurada Virgem Maria, dando a ela “o lugar singularíssimo que a mãe de Deus ocupa na santa Igreja”, um “Lugar eminente, depois de Cristo, mas muito próximo de todos nós, a ponto de a podermos chamar de “mãe da Igreja”, para sua honra e consolo nosso”.  

O título “Mãe da Igreja” anunciado foi proclamado pelo próprio Papa Paulo VI no dia 21 de novembro de 1964, no Discurso de encerramento da terceira cessão do Concílio, com o Capítulo III dedicado a Virgem Maria, nestes termos: “Por conseguinte, para glória da santíssima Virgem Maria e para nossa consolação; declaramos Maria santíssima Mãe da Igreja, isto é, mãe de todo povo cristão, tanto dos fiéis como de seus pastores, que a chamam ternamente de mãe. Estabelecemos pois que sob este suavíssimo nome, o povo cristão honre cada vez mais a mãe de Deus, dirigindo-lhe preces instantes”. Assim sendo, o povo de Deus pode com propriedade chamar a Virgem Maria de “Mãe da Igreja”, reconhecida sua íntima ligação com o Projeto de Deus, seu Filho e a Igreja que ele deixou. No dizer do magistério: “Nossa Senhora, pela graça e pela função maternal, está intimamente unida ao Filho, redentor. Ela se une, pois, intimamente também à Igreja, em sua graças e funções especiais. A mãe de Deus é figura da Igreja pela fé, pelo amor e pela perfeita união a Cristo, como ensinava Santo Ambrósio”. (LG 63).   

O Papa, hoje São João Paulo II na Constituição Apostólica “Sacrae Disciplinae Leges” de Promulgação do novo Código de Direito Canônico em 23 de janeiro de 1983, usou este título na exortação final da Constituição: “Exortamos, portanto, os Nossos filhos diletos a observarem com ânimo sincero e boa vontade as normas propostas, na esperança de que refloresça na Igreja uma renovada disciplina, e de que assim se promova cada vez mais, sob a proteção da Beatíssima Virgem Maria, Mãe da Igreja, a salvação das almas”.  

A Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos em 11 de Fevereiro de 2018, Memória da bem-aventurada Virgem Maria de Lurdes, baixou Decreto sobre a celebração da bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, tendo o Papa Francisco aprovado a inclusão de uma data fixa no Calendário Romano Geral. Pois “O Sumo Pontífice Francisco, considerando atentamente quanto a promoção desta devoção possa favorecer o crescimento do sentido materno da Igreja nos Pastores, nos religiosos e nos fiéis, como, também, da genuína piedade mariana, estabeleceu que esta memória da bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, seja inscrita no Calendário Romano na Segunda-feira depois do Pentecostes, e que seja celebrada todos os anos”, respeitado “Onde a celebração da bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, por norma do direito particular aprovado, já se celebra num dia diferente com grau litúrgico mais elevado, pode continuar a ser celebrada desse modo”. 

Portanto desde 2018 já se celebra na Segunda-feira depois de Pentecostes a Memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja. Pouco sentida e celebrada, não alcançando por enquanto seu vigor litúrgico pretendido. “Esta celebração ajudará a lembrar que a vida cristã, para crescer, deve ser ancorada no mistério da Cruz, na oblação de Cristo no convite eucarístico e na Virgem oferente, Mãe do Redentor e dos redimidos”. 

Os fundamentos escriturísticos apresentado no Decreto de 11 de fevereiro dizem muito deste título:  

– “…à luz das reflexões sobre o mistério de Cristo e sobre a sua própria natureza, não poderia esquecer aquela figura de Mulher (cf. Gl. 4,4), a Virgem Maria, que é Mãe de Cristo e com Ele Mãe da Igreja”; 

– “A Mãe, que estava junto à cruz (cf. Jo 19, 25), aceitou o testamento do amor do seu Filho e acolheu todos os homens, personificado no discípulo amado, como filhos a regenerar à vida divina, tornando-se a amorosa Mãe da Igreja, que Cristo gerou na cruz, dando o Espírito”, 

– “Dedicada guia da Igreja nascente, Maria iniciou, portanto, a própria missão materna já no cenáculo, rezando com os Apóstolos na expectativa da vinda do Espírito Santo (cf. At 1, 14)”. 

O Decreto da Congregação para o Culto Divino nos fornece textos patrísticos também: “De certa forma, este fato, já estava presente no modo próprio do sentir eclesial a partir das palavras premonitórias de Santo Agostinho e de São Leão Magno. De fato, o primeiro diz que Maria é a mãe dos membros de Cristo porque cooperou, com a sua caridade, ao renascimento dos fiéis na Igreja. O segundo, diz que o nascimento da Cabeça é, também, o nascimento do Corpo, o que indica que Maria é, ao mesmo tempo, mãe de Cristo, Filho de Deus, e mãe dos membros do seu corpo místico, isto é, da Igreja”.  

Nos oferece também os frutos da tradição e do magistério precedente ao Papa Francisco, assim: “Ao longo dos séculos, por este modo de sentir, a piedade cristã honrou Maria com os títulos, de certo modo equivalentes, de Mãe dos discípulos, dos fiéis, dos crentes, de todos aqueles que renascem em Cristo e, também, “Mãe da Igreja”, como aparece nos textos dos autores espirituais assim como nos do magistério de Leão XIII e Bento XIV. 

O Maranhão oferece ao Regional NE 5 e ao Brasil duas importantes contribuições sobre Maria, Mãe da Igreja. A primeira vem da Prelazia de Candido Mendes, hoje Diocese de Zé Doca, que em 1972, Dom Guido Maria Casullo, de feliz memória, bispo de 1965-1985, criou em Godofredo Viana – MA a paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja. Segundo informações do atual administrador paroquial, Pe. João Batista Silva e Silva, uma padroeira sem festa, pois neste ano de 2023 celebrarão 47 anos de Círio de Nazaré, festa principal da paróquia realizada no terceiro domingo de outubro. Somente em 2018 o Pe. Raimundo Brito realizou o primeiro tríduo e Festa de Nossa Senhora Mãe da Igreja, em sintonia com data fixa da Memória obrigatória na Segunda-feira pós Pentecostes. O Pe. João Batista em 2022 iniciou no mês de maio, com participação ativa do povo, a peregrinação da imagem (imagem foi feita por um artesão em São José de Ribamar a pedido do pároco da época, Pe. Franco Ausânia, e chegou na paróquia em 1989) de Nossa Senhora Mãe da Igreja nas comunidades da paróquia que teve seu ponto alto no tríduo e na festa realizada na data da Memória; para 2024 está programado além da peregrinação, realizar a festa da Mãe da Igreja na Segunda-feira depois de Pentecostes e seguir com novena durante a semana. 

A segunda contribuição maranhense dada ao Brasil e ao mundo usando o título Mãe da Igreja, foi dada pelo Pe. Jocy Rodrigues, Arquidiocese de São Luís – MA, ao elaborar o texto principal da Oração Eucarística V que foi rezada pela primeira vez no IX Congresso Eucarístico Nacional em Manaus-AM, de 16-20 de julho de 1975. No final da mensagem televisiva do Papa Paulo VI aos participantes no Congresso, 20 de julho, ele animou a todos a pedirem “ao Dono da messe que mande mais trabalhadores para a sua messe (Lc 10,2), pelo valimento da Mãe da Igreja, Nossa Senhora Aparecida, a querida Padroeira do Brasil”. É importante considerar que o texto da Oração Eucarística V foi aprovada pela Congregação do Culto Divino antes Congresso. Eis o texto da Intercessão: “Esperamos entrar na vida eterna com a Virgem, Mãe de Deus e da Igreja, os apóstolos e todos os santos, que na vida souberam amar Cristo e seus irmãos”. O povo aclama: “Esperamos entrar na vida eterna!”. Digno de nota é que nesta Oração Eucarística é inserida pela primeira vez as aclamações do povo no texto mesmo da Oração, que passou a ser forma habitual de participação ativa do povo sacerdotal na Igreja do Brasil.  

Segundo Francisco Taborda “O título de “Mãe da Igreja”, lançado  por  Paulo  VI  durante  o  Concílio, havia  feito  sucesso  pela  novidade.  Os autores da  anáfora  brasileira houveram por bem utilizá-lo e dispensar o tradicional “Mãe  de  Deus”, cuja  afirmação, no entanto, tanto custara à Igreja na luta pela ortodoxia contra Nestório. Os bispos da Comissão Episcopal de Pastoral e Presidência (da CNBB) foram do mesmo parecer. Entretanto, a Sagrada Congregação para o Culto Divino não se conformou com a omissão do título fundamental de Maria”, (Persp.  Teol.  38  (2006)  pag. 57), por isso que se tem os dois títulos Mãe de Deus e da Igreja, senão seria somente Mãe da Igreja. 

À guisa de conclusão, considerando tão significativo título e Memória da Virgem Maria, Mãe da Igreja, faz-se necessário encontrar uma maneira de bem celebrá-la na semana depois de Pentecostes. Aqui perto de nós, em Belém-PA, se vive após o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, o Recírio, que são dias festivos após a Festa. Assim como fará a paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja em Godofredo Viana – MA, poder-se-ia partir dessa forma, então, que tendo celebrado festivamente a Memória da Virgem Maria, Mãe da Igreja, na Segunda-feira depois de Pentecostes como quis o Papa Francisco, se prologue por um tríduo ou mais dias a festa da Mãe da Igreja. Uma outra motivação é celebrar como tempo de ação de graças este prolongamento da memória da Virgem Maria, Mãe da Igreja. Mater Ecclesiae, ora pro nobis!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF