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quinta-feira, 13 de julho de 2023

Papa Francisco nomeia Dom José Aparecido como novo Bispo Diocesano de Itumbiara (GO)

Dom José Aparecido (arqbrasilia)

Notícia foi publicada pela Sala de Imprensa da Santa Sé nesta quinta-feira (13/07) e anunciada pelo Arcebispo de Brasília, Cardeal Paulo Cezar Costa, em pronunciamento no portal Arquidiocesano.

Após 10 anos de serviço a Arquidiocese de Brasília como Bispo Auxiliar, Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida foi nomeado, por Sua Santidade, Papa Francisco, como 8º Bispo Diocesano de Itumbiara – GO. O anúncio foi publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé e comunicado, em pronunciamento ao vivo, pelo Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, com a presença do novo Bispo de Itumbiara, até então, seu auxiliar em Brasília. A notícia é publicada no 10º aniversário de ordenação episcopal de Dom José Aparecido.

Dom José Aparecido sucederá a Dom Antônio Fernando Brochini que apresentou sua renúncia por limite de idade e conduzirá a Diocese de Itumbiara como Administrador Diocesano até a posse de Dom José Aparecido.

A Diocese de Itumbiara está situada no extremo sul do estado de Goiás e é vizinha da Arquidiocese de Goiânia (ao norte), Dioceses de São Luis dos Montes Belos e Jataí (a oeste), Diocese de Ipameri (a leste) e Dioceses de Uberlândia e Ituiutaba (ao sul). Ela foi criada em 11 de outubro de 1966 pelo Papa São Paulo VI, sendo desmembrada da Arquidiocese de Goiânia. Tem um território de 21.208,9 Km² e quase 290.000 habitantes. Segundo o site da diocese, atualmente ela é composta por 26 Paróquias, 22 padres diocesanos, 13 padres religiosos, 13 diáconos e 5 seminaristas.

Sobre o novo Bispo de Itumbiara-GO

Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, nasceu no dia 21 de julho de 1960, filho de Orlando e Marina. Primogênito de quatro irmãos. Frequentou o curso de filosofia no Seminário Arquidiocesano de Londrina por um ano, completando-o nas Faculdades Associadas do Ipiranga (FAI), em São Paulo (1980-1982), onde também fez os estudos teológicos, na Faculdade Nossa Senhora da Assunção (1983-1986).

Ordenado presbítero na Arquidiocese de São Paulo, no dia 21 de dezembro de 1986, e sucessivamente incardinado na Diocese de Santo Amaro, aos 15 de março de 1989.

Foi administrador paroquial da Paróquia Santa Cruz de Parelheiros – Diocese de Santo Amaro (1987-1988) e pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Jardim Prudência – Diocese Santo Amaro (1988-1990).

 Em 1990 foi enviado a Roma para uma especialização em Direito Canônico. Em 1994 foi convidado para trabalhar no Conselho Pontifício para os Textos Legislativos, exercendo a função de Adido de Secretaria até 2010. Em 2010 o Papa Bento XVI o nomeou Prelado de Honra de Sua Santidade e Subsecretário do Dicastério, função que exerceu até à nomeação episcopal.

Durante a sua permanência em Roma, prestou colaboração pastoral em várias atividades da Diocese de Roma: foi capelão da Clínica Sacra Famiglia, foi confessor extraordinário da Basílica de São Pedro durante o Grande Jubileu do ano 2000. Também prestou auxílio pastoral a algumas paróquias em Roma e na Diocese de Netuno e confessor externo no Pré Seminário São Pio X, no Vaticano.

Na Santa Sé, foi Comissário para a defesa do vínculo das causas de Matrimônio ratificado e não consumado (pela Congregação para o Culto divino e a Disciplina dos Sacramentos, competência que passou a seguir para a Rota Romana); membro da Comissão de Arbitragem e Conciliação do Ofício do Trabalho da Sé Apostólica (ULSA). Foi convidado a trabalhar também em diversas comissões interdicasteriais para estudar questões de governo da Igreja que envolviam a competência de vários Dicastérios, além de várias colaborações ocasionais com outros; foi Consultor da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Atualmente, colabora com a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica como auxiliar de comissariamento de alguns institutos.

Recebeu o título de doutorado em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Santa Cruz, em Roma. Foi ordenado bispo auxiliar de Brasília em 13 de julho de 2013 por Dom Sergio da Rocha.

Após a transferência do Cardeal Dom Sergio da Rocha para a Sede Primacial de São Salvador da Bahia, Dom José Aparecido foi eleito dia 8 de junho de 2020 para a função de Administrador Diocesano de Brasília até dia 12/12/2020.

Na Arquidiocese de Brasília estava como Bispo referencial para o Vicariato Leste, bem como, referencial por alguns setores, pastorais e pelos movimentos eclesiais, além de colaborar no governo da Arquidiocese, no Tribunal Eclesiástico Interdiocesano e de Apelação de Brasília. Na CNBB Dom José Aparecido tem colaborado com o acompanhamento da Renovação Carismática Católica, na Comissão para a proteção de menores, na Comissão dos textos litúrgicos e na consultoria canônica da instituição.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

É justo e necessário: a justiça

Muito humanos, muito divinos (Opus Dei)

É justo e necessário: a justiça.

A justiça começa pela nossa relação com Deus, que encontra a sua abordagem exata numa atitude fundamental: agradecimento. Editorial da série sobre virtudes: “Muito humanos, muito divinos”.

06/07/2023

Jesus fala para todos. Os pescadores escutam com gosto falar de uma rede de arrastão (Mt 13, 47-52), os agricultores distraem-se discernindo quais são os critérios para que uma semente dê um fruto duradouro (Mt 13, 2-9) e qualquer dona de casa identifica-se com a história da mulher que perde uma moeda em casa, porque sabe bem o que é isso (Lc 15, 8-10). Cristo sabe iluminar as verdades mais transcendentes com as imagens mais cotidianas. No entanto, algumas parábolas podem deixar-nos perplexos; embora sejam formuladas em linguagem simples, situam-nos diante de paradoxos que nos obrigam a refletir. Às vezes Jesus parece querer dizer-nos: “Meus pensamentos não são os vossos pensamentos” (Is 55, 8).

Uma das histórias do mestre que talvez desperte mais perplexidade é a do dono de uma propriedade que sai cedo para contratar operários para trabalhar em sua vinha (Mt 20, 1-16). A narração começa como se poderia esperar: o dono combina com os operários o salário para o dia e os envia a trabalhar. A princípio parece que estamos simplesmente diante de uma consideração sobre o aproveitamento do tempo e o rendimento em frutos. A parábola continua, no entanto, e o proprietário decide contratar novos operários mais tarde, motivo pelo qual trabalharão menos horas. A esses, em vez de garantir-lhes um salário determinado, promete que pagará “o que for justo” (Mt 20, 4).

“O que for justo”. Esta expressão gera necessariamente expectativa nos ouvintes e nos leitores. Supõe-se que os que começaram a trabalhar mais tarde receberão menos do que quem se esforçou desde o amanhecer. Por isso, quando os da última hora recebem o pagamento de um denário, pensa-se que os que começaram mais cedo receberão uma recompensa maior pelo seu trabalho. O proprietário, no entanto, desconcerta a todos: em primeiro lugar desconcerta os que trabalharam poucas horas, porque recebem o mesmo valor que os outros operários: desconcerta igualmente os da primeira hora, porque esperariam um adicional análogo sobre o salário combinado. Os que mais se surpreendem, contudo, somos nós mesmos, diante de uma concepção tão pouco convencional da justiça. “Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence?”, pergunta o dono da vinha (Mt 20, 15). Nós também talvez não saibamos como interpretar estas palavras.

É justo e necessário

Não interessa a Jesus falar de questões econômicas ou políticas: não pretende, por exemplo, com esta parábola, discernir as características de um conceito tão complexo como o salário justo. O Senhor quer sobretudo levar nosso olhar para a atitude misericordiosa de Deus, que acolhe a todos, mesmo se o procuram na última hora, como o bom ladrão (cfr. Lc 23, 43). Além deste sentido fundamental, no entanto, a parábola do Mestre proporciona um marco narrativo, para nos fazer refletir sobre os diferentes âmbitos da virtude da justiça na nossa vida.

Se, como diz a definição clássica, a justiça consiste em dar a cada um o que é seu, o que lhe cabe, estamos diante de uma disposição interior que ressalta a nossa dimensão relacional. Convém então perguntar-se, em primeiro lugar, o que devemos a Deus ou como será uma relação justa com quem é a Fonte de todos os bens, começando pelo da nossa própria existência.

A oração eucarística da Santa Missa proporciona um bom ponto de partida. A tradução literal do breve diálogo entre sacerdote e fiéis com que sempre começa o prefácio diz assim: “Demos graças ao Senhor, nosso Deus. É justo e necessário”[1]. Para começar, a gratidão e a justiça parecem contrapor-se: um presente caracteriza-se precisamente por ser um dom imerecido. O agradecimento constitui o reconhecimento de que uma pessoa foi além do estritamente devido. Diante de Deus, no entanto, as coordenadas mudam radicalmente, porque ele é a origem de tudo o que somos e possuímos. Como diz São Paulo: “Que é que possuis que não tenhas recebido? ” (1 Cor 4, 7). Nossa vida, como tal, é puro dom imerecido; daí que, com relação a Deus, o agradecimento seja um dever profundo. Nunca poderemos devolver-lhe o que faz por nós, e nisso não há nada de injusto. Há algo que é devido, profundamente justo: agradecer-lhe por tudo.

Descobrir que a nossa relação com Deus está condicionada pela sua doação gratuita e terna leva-nos a desfrutar da vida como filhos e nos libera de uma visão da fé exageradamente centrada na letra dos mandamentos. Em vez de afligir-nos pelo que pode parecer uma lista infinita de propósitos ou preceitos através dos quais, de alguma forma, pagaríamos o preço da nossa redenção, podemos visualizar nossa correspondência ao amor de Deus como uma disposição de presentear-lhe todos os instantes da nossa vida, com a convicção de que nunca conseguiremos agradecer suficientemente por tudo o que nos dá. Assim, por exemplo, a fidelidade a um plano de vida espiritual pode ser sentida, mais do que como um peso de consciência diante de compromissos assumidos, como a manifestação mais direta da nossa gratidão ao amor que Deus concede abundantemente a cada um de nós. “Vós, se de verdade vos esforçais por ser justos, tereis de considerar frequentemente a vossa dependência de Deus – porque que tens tu que não hajas recebido? – para vos encherdes de agradecimento e de desejos de corresponder a um Pai que nos ama até a loucura”[2].

A sua justiça é maior que a nossa

Por outro lado, uma atitude de profundo agradecimento a Deus liberta-nos de um desejo excessivo de julgar seu modo de atuar. Às vezes, diante de acontecimentos pessoais ou sociais, quando de repente estamos em uma situação inesperada, pode ser que nos interroguemos: “Como pode Deus permitir isso?”. Talvez pensemos que outras pessoas são mais abençoadas que nós ou que Deus parece não ouvir o que lhe pedimos e concluímos: “É injusto”. Então nos comportamos como aqueles operários que trabalharam o dia inteiro e não entenderam a generosidade exagerada do proprietário com os operários que tinha contratado no final da tarde. Em vez de se alegrarem porque aqueles operários iam ter dinheiro para poder comer, ficaram decepcionados por causa da sua expectativa de receber mais.

Além disso, não faz sentido lançar a culpa dos males ao Senhor. Muitos deles são resultado da liberdade humana, das ações e omissões próprias e alheias. E também é preciso convencer-se na oração de que Deus é o Senhor da nossa vida e da história; e ainda de que, embora na verdade não nos deva nada, já que ele é Amor, está sempre procurando o melhor para cada um, transformando às vezes o mal em bem de modo surpreendente. São João Paulo II dizia que de certo modo a justiça “é maior do que o homem, que as dimensões da sua vida terrena, que as possibilidades de estabelecer nesta vida relações plenamente justas entre os homens”[3].

A oração de quem sabe que é filho de Deus é marcada pela confiança em quem nos ama infinitamente e quer sempre o melhor para nós. Jesus reza assim no horto das oliveiras: “afasta de mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua” (Lc 22, 42). Diante de situações que não entendemos e que talvez causem sofrimento, ao mesmo tempo que procuramos soluções, podemos dizer ao Senhor: “que se faça a sua justiça e não a minha. Sei que estou em boas mãos e que no final tudo será para bem”

A justiça é um desejo e um mistério. Um desejo profundamente enraizado em nós, porém, também um mistério, no sentido de que corresponde unicamente a Deus a última palavra sobre o que é justo e sobre os modos concretos de restabelecer a justiça. Por isso, também não seria uma atitude cristã desejar o castigo para nossos inimigos, como se dependesse de nós determina-la, ou nos referirmos muita rapidamente à justiça divina para admoestar as pessoas que têm um comportamento imoral ou baseiam suas vidas em valores muito diferentes dos nossos.

É evidente que a fé na justiça divina deveria consolar-nos quando sofremos uma injustiça ou quando uma transformação negativa do mundo nos causa tristeza. “Existe uma justiça. Existe a ‘revogação’ do sofrimento passado, a reparação que restabelece o direito”[4]. Como o proprietário da parábola, Deus cumpre a sua palavra e recompensa quem trabalhou bem. Mas a revelação que Deus fez de si mesmo leva-nos a confiar, ao mesmo tempo, em que a sua misericórdia o leva a dar sempre novas oportunidades de conversão a quem faz o mal. “Não é simplesmente uma justiça estrita, baseada em cálculos teóricos, a que levou o Filho de Deus a pedir perdão ao seu Pai em nosso nome, mas um amor gratuito, que só tem em conta aquilo que pode fazer pelos outros”[5]. Daí que o dono da vinha não fique de braços cruzados depois de ter contratado os operários madrugadores, mas queira, inclusive na hora undécima, dar trabalho a aqueles que estão a ponto de perder o dia. Em resumo, como escreve São Josemaria, “Deus não se deixa ganhar em generosidade”[6].

Os outros são livres

Quando se reflete sobre a justiça como virtude que deveria modelar as nossas relações com os outros, afirma-se muitas vezes que se trata apenas de um requisito mínimo para a convivência: respeitar o outro em sua alteridade[7]. A justiça poderia então ser interpretada como uma atitude fria, que ressalta mais as diferenças entre as pessoas do que o que elas têm em comum. Enquanto a caridade busca a unidade, a justiça ressaltaria a separação. Se observarmos com atenção, no entanto, a relação entre caridade e justiça é mais sutil.

O fato de que se dê a cada um o que lhe corresponde, como exige a justiça, tem uma relação intrínseca com a devida distribuição dos bens, com o devido cumprimento dos contratos e da palavra e com o respeito que devemos a cada pessoa. Poderíamos dizer, pois, que a justiça nos ajuda a desenvolver uma vida social pacífica, com regras do jogo claras e sem incomodarmos uns aos outros.

Esta consideração é suficiente para perceber que não é pouco nem sequer tão trivial reconhecer a alteridade dos outros e o direito que têm de ser como querem. Isso é o que São Josemaria nos faz considerar: “Temos obrigação de defender a liberdade pessoal de todos, sabendo que foi Jesus Cristo quem nos adquiriu essa liberdade; se não agimos assim, com que direito podemos reclamar a nossa?”[8]. É isso precisamente o que o dono da vinha reprova nos operários que começaram cedo, que se sentem defraudados: “Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?” (Mt 20, 13-15).

Podemos sentir, às vezes, a tentação de desqualificar imediatamente as opiniões de uma pessoa que tem um modo diferente de compreender o mundo ou age de acordo com outros valores. Acentuamos assim excessivamente a dimensão unitiva da caridade, considerando que qualquer diferença deveria ser superada para dar lugar ao verdadeiro amor, e confundimos a justiça com a mera igualdade. No entanto, “a justiça é o primeiro caminho da caridade (...) parte integrante daquele amor”[9]. Esta virtude nos recorda, em primeiro lugar, que todos temos direito a ser como quisermos, a manifestar exteriormente essa forma de ser e a usufruir dos nossos bens. Como escreve o Papa Francisco, “nenhum indivíduo ou grupo humano pode se considerar onipotente, autorizado pisar a dignidade e os direitos dos outros indivíduos ou dos grupos sociais”[10].

São Josemaria falava com frequência do numerador diversíssimo de que gozavam as pessoas que o seguiam: os diferentes modos de ser, as livres opiniões e opções pessoais de cada uma, em matérias políticas, culturais, científicas, artísticas, profissionais, etc. Distinguia isso de um denominador comum, muito pequeno em comparação, que eram a questões fundamentais da fé e do carisma que compartilhavam. Faz-nos muito bem valorizar, respeitar e amar as diferenças legítimas com relação às pessoas que convivem conosco; “Quem ama a liberdade consegue ver o que há de positivo e amável naquilo que os outros pensam e fazem dentro desses amplos âmbitos”[11].

Pensar de outro modo implicaria cair na tentação sutil de querer ajudar os outros com os nossos parâmetros, sem discernir sobre o que precisam de verdade e, sobretudo, sobre o que lhes devemos. Seria injusto, por exemplo, pagar a um funcionário um salário menor do que corresponde ao trabalho que ele realizou, por pensar simplesmente que é melhor dar-lhe um prêmio que compense a diferença. Nesse sentido, o dono da vinha não peca contra a justiça ao pagar o mesmo a todos; pode-se talvez pensar que ele possui um critério peculiar da retribuição, mas em momento algum falta à sua palavra: os que combinaram um denário, receberam exatamente o estipulado; e os outros receberam o que pareceu justo ao patrão. Assim é Deus: cumpridor justo das suas promessas, mas igualmente Pai amoroso para quem “basta um sorriso, uma palavra, um gesto, um pouco de amor para derramar copiosamente a sua graça sobre a alma do amigo”[12].

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[1] Cfr. Missal Romano, Oração Eucarística.

[2] São Josemaria, Amigos de Deus, n. 167.

[3] São João Paulo II, Audiência, 8/11/1978.

[4] Bento XVI, Spe Salvi, n. 43.

[5] F. Ocáriz, Carta pastoral, 16/02/2023, n. 8.

[6] São Josemaria, Forja, n. 623.

[7] A respeito da alteridade como dimensão fundamental da justiça cfr. J. Pieper, As Virtudes fundamentais.

[8] Amigos de Deus, n. 171.

[9] Bento XVI, Caritas in veritate, n. 6.

[10] Francisco, Fratelli tutti, n. 171.

[11] F. Ocáriz, Carta pastoral, 9/01/2018, n. 13.

[12] São Josemaria, Via Sacra, 5ª estação.

Fonte: https://opusdei.org/

Santa Teresa dos Andes

Santa Teresa dos Andes (Guadium Press)

13 de julho

Santa Teresa dos Andes

Santa Teresa dos Andes foi beatificada e canonizada por São João Paulo II, tornando-se a primeira santa chilena a ser elevada à honra dos altares.

Redação (13/07/2022 09:37, Gaudium Press) A Igreja Católica celebra no dia de hoje, 13 de julho, a memória de Santa Teresa dos Andes. A Santa chilena nasceu no ano de 1900, tendo recebido como nome de Batismo Joana Fernandez Solar. Aos 10 anos recebeu a primeira comunhão, passando a receber Cristo Eucarístico diariamente.

Aos 19 anos ingressou nas Carmelitas dos Andes, tomando o nome de Teresa de Jesus. Sua vida no Carmelo foi breve, pois onze meses depois contraiu febre tifoide e faleceu aos 19 anos, no dia 12 de abril de 1920. São João Paulo II a beatificou em 1987 e a canonizou em 1993. Ela se tornou a primeira santa chilena a ser elevada à honra dos altares.

Santa Teresa dos Andes (Guadium Press)

Frases de Santa Teresa dos Andes

01 – “Quando se ama tudo é alegria, a cruz não pesa, o martírio não se sente, vive-se mais no Céu que na terra”.

02 – “Quem pode me fazer mais feliz do que Deus? Nele encontro tudo”.

03 – “É preciso ser humilde, porque sem a humildade todas as demais virtudes são hipocrisia”.

04 – “A oração é um canto de amor. Faça oração. Pense tranquilamente em quem é Deus, quem é você e tudo o que você deve a Ele”.

05 – “Deus conta e recolhe os espinhos de seu caminho, para mudá-los e transformá-los em pedras preciosas com que um dia te coroará no Céu”.

06 – “Confie tudo a Santíssima Virgem. Reze-lhe sempre o Terço para que Ela guarde, não só sua alma, mas também seus assuntos”.

07 – “O Céu é a posse de Deus. No Céu contempla-se a Deus, adora-se e ama-se a Ele. Mas para chegar ao Céu é preciso desprender-se da Terra”.

08 – “Tudo que vejo leva-me para Deus. O mar em sua imensidão faz-me pensar em Deus, em sua infinita grandeza. Sinto então sede do infinito”.

09 – “Quando menos se pensa chega a morte. Então tudo desaparece e só o bem se leva”.

10 – “Pergunto-me muitas vezes como não nos tornamos loucos de amor por Nosso Senhor”.

Santa Teresa dos Andes (Guadium Press)

Oração a Santa Teresa dos Andes

Deus misericordioso, alegria dos santos, que inflamaste o coração jovem de Santa Teresa com o fogo do amor virginal a Cristo e a sua Igreja e fizeste de sua vida um testemunho alegre do amor, mesmo em meio a tantos sofrimentos, concede-nos por sua intercessão que, inundados da docilidade de teu espírito, proclamemos no mundo, por palavras e obras, o Evangelho do Amor. Amém. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Do antigo opúsculo “Doutrina dos doze Apóstolos”

A Eucaristia (iCatólica)

Do antigo opúsculo “Doutrina dos doze Apóstolos”

(Nn.9,1-10,6; 14,1-3: Funk 2,19-22.26)             (Séc. II)

A Eucaristia

            Dai graças assim, primeiro sobre o cálice: “Nós te damos graças, Pai nosso, pela santa videira de Davi, teu servo, que nos deste a conhecer por Jesus, teu servo; a ti a glória pelos séculos”.

            Em seguida, sobre o pão partido: “Nós te damos graças, ó Pai nosso, pela vida e ciência que nos deste a conhecer por Jesus, teu servo; a ti a glória pelos séculos. Do mesmo modo como este pão estava espalhado pelos montes e, colhido, tornou-se uma só coisa, assim, desde os confins da terra, se reúne tua Igreja em teu reino; porque te pertencem a glória e o poder, por Jesus Cristo, nos séculos”.

            Ninguém coma ou beba da vossa eucaristia que não tenha sido batizado em nome do Senhor. De fato, sobre isto disse ele: Não jogueis aos cães as coisas santas.

            Refeitos, dai graças assim: “Nós te damos graças, Pai santo, por teu santo nome, cujo trono puseste em nossos corações, e pela ciência, pela fé e imortalidade, que nos manifestaste por Jesus, teu servo; a ti a glória pelos séculos”. Senhor onipotente, tu criaste tudo por causa de teu nome, deste aos homens o alimento e a bebida, a fim de te agradecerem; a nós, porém, concedeste o alimento e a bebida espirituais e a vida eterna, por teu servo. Antes de tudo te damos graças por seres poderoso; a ti a glória pelos séculos.

            Lembra-te, Senhor, de tua Igreja para defendê-la de todo mal e torná-la perfeita em tua caridade; reúne-a, santificada, dos quatro ventos em teu reino que lhe preparaste; porque teu é o poder e a glória pelos séculos.

            Venha a graça e passe este mundo! Hosana ao Deus de Davi! Quem é santo, aproxime-se; se não o for, faça penitência; Maranatha, amém.

            Congregados no dia do Senhor, parti o pão e dai graças, depois de terdes confessado vossos pecados, a fim de ser puro vosso sacrifício. Todo aquele, porém, que tiver uma desavença com seu companheiro, não se junte a vós antes de se terem reconciliado, para que não seja profanado vosso sacrifício. Pois foi o Senhor que disse: Em todo lugar e em todo tempo oferecer-me-eis um sacrifício puro, porque sou o grande rei, diz o Senhor, e é admirável o meu nome entre as nações.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Qual é a importância de identificar o seu temperamento?

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Por Julia A. Borges

Somos nosso maior inimigo, e a verdadeira causa de sucessivas derrotas deve-se muitas vezes ao fato de não nos conhecermos.

Todo o cristão sonha em se juntar por completo a Cristo Jesus ainda neste mundo e para isso não basta apenas arrepender-se dos pecados e ser perdoado através do sacramento da confissão. É necessário percorrer o caminho da Santidade e para uma experiência completamente válida, deve-se passar pelas veredas do autoconhecimento, porque só seremos capazes de regozijar ao verdadeiro Amor divino, quando nos vencermos plenamente.

Qualquer batalha que se entra, uma coisa se faz altamente crucial: conhecer o inimigo, conhecer as artimanhas e as armas de quem ou do que se está a lutar; e a trajetória rumo à Santidade possui um grande inimigo, uma grande barreira que muitas vezes leva à desistência do objetivo final. Este entrave é, senão, nós mesmos.

Somos nosso maior inimigo, e a verdadeira causa de sucessivas derrotas deve-se muitas vezes ao fato de não nos conhecermos. Há, entretanto, muitos que batem no peito e se acham conhecedores de si, mas é bem provável que justamente esses possuem ínfimo conhecimento a seu próprio respeito. Uma análise interessante: já pararam para refletir que nunca nos vimos? Nunca olhamos para nós mesmos? Você já olhou o seu reflexo, a sua imagem, fotos e vídeos, mas nunca, efetivamente, viu seu rosto. E quantas vezes vivemos situações-limites nas quais agimos por um impulso de preservação ou de proteção e que, até então, tal atitude nunca havia sido realizada? Sim, somos incógnitas.

Autoconhecimento

O caminho da Santidade passa pelo autoconhecimento a fim de tentarmos vencer nosso ego, nossos medos, fraquezas e nosso temperamento. As propriedades temperamentais têm tido bastante enfoque nos últimos anos, mas há um grande descomedimento em acreditar que ao se enquadrar em um determinado tipo temperamental, nada mais pode ser feito, estando o indivíduo fadado e sujeito às maravilhas e infortúnios daquele temperamento. 

O fato de não nos conhecermos é justamente pela razão máxima de sermos altamente complexos, portanto, não cometa o erro de acreditar que o tipo X, Y ou Z de temperamento irá defini-lo, entretanto, entender a dinâmica natural das raízes das nossas ações e reações pode ajudar, ainda que de maneira modesta, no caminho rumo à Santidade.

Segundo o Padre Paulo Ricardo em seu curso sobre este assunto, a doutrina dos temperamentos é de origem antiga. Seu antecedente remoto é o médico grego Hipócrates, que no séc. IV a.C. formulou a teoria dos quatro humores ou fluidos corporais. Para Hipócrates, haveria no corpo humano, em proporções mais ou menos iguais, quatro tipos de líquidos: o sangue; a bílis negra; a bílis amarela e a fleuma, e as doenças físicas seriam consequência de um desequilíbrio entre eles. 

Disposições

Essa ideia foi retomada séculos mais tarde, já em época cristã, pelo médico romano Galeno, para quem os humores, além de sua função fisiológica, estariam vinculados também às disposições emocionais de cada indivíduo. Desta forma, uma maior proporção de sangue, por exemplo, conformaria um temperamento sanguíneo, caracterizado por ser alegre, bem-disposto etc., ao passo que uma maior concentração de bílis negra daria origem a um temperamento melancólico, predisposto à introspecção e à tristeza. O temperamento, por conseguinte, não seria mais do que o resultado da mistura dos humores no organismo, um dos quais, por sua maior proporção em relação aos outros, marcaria as grandes tendências reativas da pessoa. 

Esses tipos de personalidade se notam logo na primeira infância, época da vida em que a pessoa, mais ou menos livre das influências da educação, da cultura, dos hábitos bons e maus que todos vamos adquirindo no correr dos anos, manifesta mais claramente suas predisposições características, isto é, o “tempero” próprio do seu modo de ser e sentir, de agir e reagir. 

Seja como for, o fato é que todos possuímos algumas tendências herdadas, inscritas em nossa própria biologia, o que não implica de forma alguma que delas sejamos reféns, pois também é certo e evidente que é possível nos aproveitarmos delas para aprimorar o nosso caráter e — é o que aqui mais nos interessa —  crescer espiritualmente. É conveniente conhecer o nosso temperamento a fim de trabalhar ao nosso favor mesmo em situações delicadas, mas é errôneo pensar estar condenado a não ser santo por ter um determinado temperamento.

Temperamentos

São quatro os temperamentos, em função do grau de excitabilidade e de permanência das impressões recebidas: de um lado, estão os coléricos e sanguíneos; de outro, os fleumáticos e melancólicos. Para identificar o seu temperamento não há outro método senão a experiência, isto é, a observação direta dos nossos grandes traços comportamentais, sobretudo na infância, e a partir daí as respostas para estas duas perguntas: 

1ª) Quanto à excitabilidade. Quando sou afetado por algo externo ou me lembro de um afecção passada, as emoções irrompem dentro de mim pronta e intensamente?

2ª) Quanto à durabilidade. Uma vez surgida a emoção, ela permanece por muito tempo, de forma profunda, ou desvanece logo em seguida?

Em função da resposta que dermos a estas duas perguntas, com um sim ou um não, teremos quatro combinações possíveis, correspondentes à divisão tradicional dos temperamentos. 

Assim sendo, se à primeira pergunta respondemos sim, então é provável que sejamos ou coléricos ou sanguíneos de temperamento, ou seja: diante de uma impressão qualquer (por exemplo, uma injustiça ou afronta), a nossa reação tende a ser forte, intensa e imediata. O colérico e o sanguíneo, portanto, se caracterizam fundamentalmente por um alto de grau de excitabilidade.  Mas se a nossa resposta é negativa, então somos provavelmente ou melancólicos ou fleumáticos, temperamentos marcados, ao contrário dos outros dois, por uma baixa excitabilidade, por reagirem com pouca intensidade às impressões recebidas e, por geralmente, não responderem instantaneamente, logo após o estímulo.

A segunda pergunta, por sua vez, diz respeito à duração das impressões. Desta forma, se lhe respondemos não, é provável que sejamos sanguíneos ou fleumáticos, ou seja, as impressões tendem a durar pouco em nós, sem deixar vestígios nem nos afetar de maneira muito profunda. Se respondemos sim, é porque somos ou coléricos ou melancólicos, nos quais permanece por longo tempo a impressão recebida.

Com base nas aulas do Padre Paulo Ricardo e também nos ensinamentos de Antonio Marín, é possível conferir algumas características de cada temperamento:

  • Colérico – É facilmente excitável, sua reação é intensa e exuberante e a impressão tende a durar muito tempo. Suas emoções são fortes e profundas, como um fogo que se acende rápido, se expande com violência e não se deixa apagar.
  • Sanguíneo – Como o colérico, é facilmente excitável, reage também com intensidade, mas tende à superficialidade, quer dizer, nele a impressão costuma durar pouco. A resposta é rápida, mas logo se esvai, como um fogo que se acende de imediato, impetuoso e ardente, mas que se apaga logo em seguida. É o típico “fogo de palha”.
  • Melancólico – É pouco excitável, sua reação é, por via de regra, pouco intensa, mas muito profunda e perdurável. Sua resposta é lenta, mas deixa na alma um sulco permanente. É como uma fogueira difícil de acender, mas que, quando acesa, dificilmente se apaga. Por isso, tende a não se esquecer, às vezes por anos a fio, de uma ofensa ou desentendimento ocorrido na infância ou na adolescência.
  • Fleumático – Pouco ou quase nada excitável, razão por que é de pouca intensidade a sua reação, quase sempre volátil e superficial. É como um fogo que custa acender e, mesmo depois de aceso, se apaga com a primeira lufada.

Identificando e entendendo nossos gatilhos, a chance de reagirmos perante as situações diminui e, assim, começaremos a realizar as ações de maneira pensada e analisada com cautela. A frase socrática “conheça-te a ti mesmo” é sempre válida para compreendermos a dimensão das nossas capacidades e incapacidades e entendermos a graça diária que recebemos de Deus.   

Referências

Antonio Royo Marín, Teología de la perfección cristiana. 4ª ed., Madrid: BAC, 1962, n. 505.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

JMJ é um convite aos jovens para uma experiência de Deus, explica-se futuro cardeal português

Dom Américo Aguiar / Shutterstock

Por Natalia Zimbrão

REDAÇÃO CENTRAL, 11 Jul. 23 / 02:41 pm (ACI).- “A JMJ é um convite a todos os jovens do mundo para uma experiência de Deus”, disse à ACI Digital o bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, dom Américo Aguiar. “Estas são as minhas convicções que sustentam a frase por vós citada, e naturalmente isolada no contexto de uma longa entrevista”, disse dom Aguiar explicando à ACI Digital a declaração feita por ele em uma entrevista à TV portuguesa RTP de que a jornada não quer “converter o jovem a Cristo nem à Igreja Católica”.

“Nós não queremos converter o jovem a Cristo nem à Igreja Católica nem nada disso, absolutamente”, disse dom Américo á TV. “Nós queremos é que seja normal que o jovem cristão católico diga e testemunhe que o é; que o jovem muçulmano, judeu ou de outra religião também não tenha problemas em dizer que o é e o testemunhe; aquele jovem que não confessa religião nenhuma se sinta à vontade e não se sinta estranho porque é assim ou é de outra maneira, e que todos entendamos que a diferença é uma riqueza. E o mundo será objetivamente melhor se nós formos capazes de colocar no coração de todos os jovens esta certeza da Frateli tutti, de todos irmãos, que o papa tem feito um enorme esforço para colocar no coração de todos”, disse o bispo na entrevista à jornalista Alberta Marques Fernandes, da RTP, de 6 de julho. 

A Jornada Mundial da Juventude vai aconteceu de 1º e 6 de agosto, em Lisboa, Portugal. Como presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, dom Aguiar é o responsável pela preparação do encontro mundial. Durante o período preparatório da jornada, ele teve alguns encontros com o papa Francisco no Vaticano.

No domingo (9), o papa Francisco anunciou dom Américo Aguiar entre os nomes dos futuros cardeais que serão criados no consistório de 30 de setembro.

Explicando-se, dom Américo Aguiar disse à ACI Digital que o que se quer na JMJ é “que todos estes jovens, de todos os países do mundo, regressando às suas geografias e vidas desejem mudar as suas vidas, mudar o mundo. Queremos que se interroguem sobre as suas vocações… sobre a razão da nossa alegria”.

“A JMJ nunca foi, não é, nem deverá ser um evento para proselitismos, antes pelo contrário, é e deve ser sempre, uma oportunidade para nos conhecermos e respeitarmos como irmãos”. Segundo ele, “a Igreja não impõe, propõe. Que bom estarmos todos disponíveis para dar testemunho de Cristo Vivo e confiar na transformação que só Cristo Vivo consegue operar nas nossas vidas”, disse.

papa Bento XVI, em uma audiência com bispos do Cazaquistão e da Ásia Central, em 2008, disse que “a Igreja não impõe, porém propõe livremente a fé católica, sabendo que a conversão é o fruto misterioso da ação do Espírito Santo”. Em uma homilia na solenidade da epifania do Senhor, em 2019, o papa Francisco também disse que “Deus propõe-Se, não Se impõe”.

“O que nunca muda é o que Jesus nos pede: acolher o outro como irmão”, disse o futuro cardeal. “A descoberta da presença de Jesus Vivo acontece diariamente no encontro entre todos os que se interrogam sobre Deus”.

Segundo dom Américo, “a conversão acontece pelo testemunho, não pela imposição. A conversão acontece no coração, não na razão. Porque assente no mistério maior da Encarnação e na Ressurreição. Falamos de Deus, anunciamos o Filho, experienciamos o Espírito. E todos podemos ser, somos e procuramos ser os discípulos de Jesus que nos continua a dizer para anunciarmos a Sua Palavra, para darmos testemunho do Seu Amor por todos”.

“Falar de Cristo é anunciar o Evangelho e anunciar o Evangelho é falar de Cristo. Cada JMJ é um imenso campo, em que é lançada a semente. A semente da Palavra, do testemunho, da alegria, da paz, do encontro, da reconciliação… Acreditamos que a terra é boa e a semente dará fruto”, completou.

Fonte: https://www.acidigital.com/

“The Mystery Man”, o Sudário em 3D em exibição em Chioggia

"The Mystery Man" (Vatican Media)

Depois do sucesso de público em Espanha, chega à cidade veneziana de Chioggia a exposição que de 31 de julho a janeiro permitirá ver a escultura tridimensional hiper-realista obtida a partir da imagem conservada pelo Sudário. O evento tem a parceria da mídia vaticana.

Alessandro De Carolis - Cidade do Vaticano

Desde que foi encontrado há séculos, saindo de um esquecimento histórico durante o qual escapou de perigos e mudanças de mãos, o Sudário representou e ainda constitui um enigma insuperável para as possibilidades da ciência, apesar das abordagens cíclicas oferecidas pelos meios investigativos e tecnológicos sempre mais sofisticados.

Mas há cerca de um ano aquela marca indecifrável do Homem morto após torturas desumanas incrivelmente semelhantes às sofridas por Jesus "saiu" por assim dizer dos limites bidimensionais do pano de linho que o preserva para se tornar um rosto e um corpo tridimensionais .

E é este o resultado da Artisplendore, empresa ítalo-espanhola que criou The Mystery Man, exposição que tem seu ápice na escultura hiper-realista que reproduz a imagem do Homem do Sudário em 3D, com um detalhamento preciso e ao mesmo tempo impressionante do complexo de feridas infligidas por todo o corpo.

Um detalhe do rosto de "O Homem Misterioso" (Vatican Media)

Mortalha fúnebre que interpela as consciências

Hóspede da catedral de Salamanca desde outubro passado, onde foi visitada por 120 mil pessoas, The Mystery Man prepara-se para se transferir para Itália, mais precisamente para Chioggia, Veneza, de 31 de julho a 7 de janeiro de 2024.

A exposição - que tem como parceiros de mídia a Rádio Vaticana Vatican News e o L'Osservatore Romano - foi apresentada na terça-feira, 11, na cidade lagunar pelo prefeito Mauro Armelao, com a participação, entre outros, do bispo Giampaolo Dianin e Francisco Moya, CEO da Artisplendore.

Armelao, ao introduzir a coletiva de imprensa, definiu o evento como "um encontro extraordinário de arte, ciência, história e iconografia religiosa", enquanto Dom Dianin se concentrou na "provocação" do Sudário, um "lençol que interpela quem crê e também quem não acredita” e que fala da crueldade de que o homem é capaz.

Destacou-se também a histórica igreja de San Domenico in Chioggia, onde será montada a exposição, particularmente oportuna, disse o prelado, porque encerra "outro mistério", aquele representado pelo antigo e monumental crucifixo, famoso por o seu "duplo olhar", que, conforme se olhe o crucifixo pela direita ou pela esquerda, exprime a agonia de Jesus ou a serenidade da sua morte à espera da Ressurreição.

Uma exposição itinerante

Nos próximos dias, a exposição será montada segundo um roteiro imersivo em seis etapas, que ajudam o visitante a contextualizar a figura de Jesus, sua condenação e morte, o Sudário, estudos forenses até chegar à escultura 3D do corpo feito em silicone e látex.

Tudo - desde os sinais de suplício, à postura, à cor dos cabelos e da pele, à tez morena de um cadáver originário da Judeia - é o resultado de 15 anos de estudo e do trabalho de 6 artistas, como explicado na coletiva de imprensa por dois representantes da Artisplendore. Francisco Moya explicou que The Mystery Man foi concebido "como uma exposição itinerante" que pudesse "ser vista não só por crentes mas também por não crentes". Álvaro Blanco, que dirigiu o trabalho de artistas de diversas origens, forneceu por outro lado detalhes técnicos sobre a sua realização, executada também levando em consideração os critérios da ciência forense.

Voltar a narrar Jesus

A coletiva de imprensa foi encerrada com a mensagem em vídeo de nosso diretor editorial Andrea Tornielli, que falou da contribuição de contatos oferecida ao prefeito de sua cidade, que pretende sediar a exposição em Chioggia. Aquele manto na qual estão impressos os sinais que recordam a Paixão de Cristo, disse Tornielli, ainda tem "muito a nos dizer sobre os sofrimentos de Jesus e, portanto, de alguma forma é um espelho dos muitos sofrimentos da humanidade hoje".

O desejo final, partilhado pelo prefeito e pelo bispo, é que a exposição não se limite a ser "uma bela mas isolada iniciativa cultural", mas que possa ser "um estímulo para um renovado dinamismo em torno da figura de Jesus", que "muitos procuram sem saber", esperando "uma palavra de misericórdia".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São João Gualberto

São João Gualberto (Jornal O São Paulo)

12 de julho

São João Gualberto

Neste dia 12 de junho, também se celebra o dia deste religioso italiano, beneditino, fundador da Congregação dos Valombrosanos, proclamado santo pela Igreja Católica.

Hoje a Santa Igreja nos anima a fazer memória de um nobre coração, São João Gualberto. Este amigo de Deus nasceu em Florença, no ano de 995, e era o segundo filho dos Visdomini. Foi educado num dos castelos dos pais, Gualberto e dona Villa, fiéis cristãos. Sua mãe muito se esforçou em formar seu pequeno para o seguimento de Cristo. Seu pai focou-se mais em fazer dele um bom guerreiro, hábil nas palavras e nas armas, para administrar e defender o patrimônio e a honra da família. Era uma família feliz e harmoniosa.

A harmonia da família, entretanto, acabou quando o filho primogênito foi brutalmente assassinado. Com anseio de vingar a morte do irmão, João Gualberto saiu armado, na companhia de seus auxiliares, à procura do inimigo. Era uma Sexta-Feira Santa, ano de 1028. Depois de algum tempo, eles o encontraram vagando solitário, numa das estradas desertas da cidade. João Gualberto empunhou imediatamente sua espada, mas o adversário, morrendo de medo e desarmado, abriu os braços e caiu de joelhos implorando perdão. Vale a pena chamar atenção para um detalhe: o apavorado homem clamava por clemência em nome de Jesus.

O nome de Jesus e a mudança de coração

Dizem seus biógrafos que, quando João ouviu o pedido de clemência do homem apavorado, feito em nome do Senhor, jogou a espada no chão, desceu do cavalo e abraçou fraternalmente o inimigo. Em seguida, dirigiu-se à igreja de São Miniato e ali, diante do altar, ajoelhou-se próximo a uma imagem de Jesus crucificado. Diz a tradição que a cruz com o Cristo inclinou-se sobre ele, como que aprovando seu gesto. Ali, naquele momento, João ouviu o chamado de Deus: “Vem e segue-me!”. Depois dessa magnífica experiência, uma profunda paz o envolveu. Abandonou tudo e pediu ingresso no mosteiro beneditino da cidade.

Nesse período, ele foi paulatinamente conformando-se a Deus e à Sua vontade. João se tornou um exemplo para seus irmãos. Era humilde, disciplinado, fiel às regras, atento aos estudos, à oração, à penitência e à caridade. Pouco tempo depois, começou a desenvolver o hábito da leitura e aprendeu a escrever. Percebeu que o poder da espada, o único que antes conhecia, era um nada diante do mistério que envolvia o homem na sua relação com Deus.

Dom da profecia e da cura

Deus ainda o abençoou com um apurado dom de profecia e de milagres, sendo notório para muitos. Em 1035, com a morte do abade, ele foi eleito por unanimidade o sucessor, mas renunciou de imediato quando soube que o monge tesoureiro havia negociado com o bispo de Florença para escolhê-lo como o novo abade. Indignado, passou a denunciá-los e combatê-los, auxiliado por alguns monges. Mas as ameaças eram tantas, que decidiu sair do mosteiro.

João Gualberto foi para a floresta dos Montes Apeninos, numa pequena casa rústica encontrada na montanha Vallombrosa, sobre o Vale do Arno, seguido por alguns monges. O local começou a receber inúmeros jovens em busca de orientação espiritual, graças à sua fama e santidade. Foi assim que surgiu um novo mosteiro e uma nova congregação religiosa, para a qual João Gualberto quis manter as regras dos monges beneditinos. A princípio, o Papa teve um pouco de resistência à nova comunidade, mas depois o aprovou, dando-lhes respaldo canônico. Assim, seus membros, regidos pelas Regras da Ordem Beneditina reformada, espalharam-se, anunciando a paz, primeiro em Florença, depois em várias outras regiões da Itália.

Eram tão reconhecidos e respeitados nos seus ensinos teológicos e espirituais, que muitas dioceses enviaram para lá seus padres. Mesmo os bispos não recusaram a ser enriquecidos por seus exemplos e ensinamentos. Alternavam-se entre oração, vida fraterna e no cultivo de plantas e frutos para o sustento do mosteiro. Inclusive, são reconhecidos por muitos como os precursores da agricultura autossustentável.

Encontro definitivo com Deus

Essa alma esposa de Cristo morreu no dia 12 de julho de 1073. Após sua canonização, em 1193, São João Gualberto foi então declarado Padroeiro dos Engenheiros Florestais, pelo Papa Pio XII, em 1951.

Que Deus abençoe, por intercessão desse servo, todos os agricultores e tantos que cultivam a terra, oferecendo alimento para seus irmãos.

São João Gualberto, rogai por nós!

Por Rodrigo Santos

Fonte: https://comshalom.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF