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sábado, 15 de julho de 2023

A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções

A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

As Jornadas Mundiais da Juventude são um caminho iniciado por São João Paulo II para responder ao desejo de encontro, de paz e verdade dos jovens. Um caminho de fé e evangelização que continua a atravessar a história.

https://youtu.be/Ofg3k5TCv1k

Massimiliano Menichetti – Cidade do Vaticano

“Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” foi o tema da primeira JMJ. Na Praça de São Pedro, no dia 23 de março de 1986, Domingo de Ramos, João Paulo II tem no coração os olhos dos jovens do mundo inteiro: "Hoje vocês estão novamente aqui, queridos jovens, amigos, para começar em Roma, ma São Praça São Pedro, a tradição da Jornada da Juventude, à cuja celebração foi convidada toda a Igreja. Dou-vos as boas-vindas de todo o coração e saúdo todos aqueles que aqui vieram, não somente de Roma e da Itália, mas também de mais longe". 

"A Jornada da Juventude - explica - significa precisamente isto: ir ao encontro de Deus, que entrou na história humana por meio do mistério pascal de Jesus Cristo. E entrou de modo irreversível. E quer encontrar primeiro vocês, jovens, e a cara um quer dizer: "Segue-me, eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida".

JMJ 1986 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/NCeT1SE-rPU

São 900.000 os jovens que em abril de 1987 em Buenos Aires, Argentina, rezam com o Papa, o dobro do ano anterior. O lema da JMJ é "Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor". João Paulo II se dirige aos jovens da América do Sul, o "continente da esperança": "Jovens, Cristo, a Igreja, o mundo esperam o testemunho de suas vidas, baseado na verdade que Cristo nos revelou! Jovens, o Papa agradece seu testemunho e os encoraja a serem sempre testemunhas do amor de Deus, semeadores de esperança e construtores de paz!".

JMJ 1987 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/94BR4phzkRM

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/01/21/09/134834278_F134834278.mp3

Três meses antes da queda do Muro de Berlim, em 1989, os jovens da JMJ se reuniram em Santiago de Compostela, na Espanha. De 15 a 20 de agosto eles rezam pela paz. O lema é: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida".

Na vigília no Monte Gozo estão mais de 600 mil jovens. “Vós viestes para redescobrir aqui, em Santiago, as raízes da nossa fé – exorta João Paulo II – para comprometer-vos, com coração generoso, na 'nova evangelização', agora no limiar do terceiro milênio”. Depois acrescenta: "O cristão é chamado a servir os irmãos e a sociedade, a promover e apoiar a dignidade de cada ser humano, a respeitar, defender e promover os direitos da pessoa, a ser artífice de uma paz duradoura e autêntica baseada na fraternidade, na liberdade, na justiça e na verdade".

JMJ 1989 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/6dOo7PLeAsM

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/01/21/09/134834279_F134834279.mp3

A Europa da JMJ 1991 tem novas fronteiras e horizontes após a queda do regime comunista. O Papa polonês convida os jovens do mundo a acreditar em Cristo. 1,5 milhão de fiéis reúnem-se em Czestochowa. Na esplanada em frente ao Santuário de Jasna Góra, na Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, João Paulo II reitera que esta Jornada Mundial da Juventude se destaca porque: "É a primeira vez que registra um tão grande número de jovens da Europa de Leste". "Como não reconhecer nisso um grande dom do Espírito Santo? - pergunta. Junto com vocês, quero hoje agradecê-lo. Após o longo período de fronteiras praticamente intransponíveis, a Igreja na Europa agora pode respirar livremente com ambos os pulmões".

JMJ 1991 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/bACA9vd86UU

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/01/21/09/134834281_F134834281.mp3

Foi nas ruas de Denver, nos Estados Unidos, em agosto de 1993 que pela primeira vez é realizada a Via Sacra na JMJ. Durante a vigília com os jovens no Cherry Creek State Park, João Paulo II medita com os jovens sobre a vida que Jesus oferece: “Peço-vos que tenhais a coragem de comprometer-vos com a verdade. Tenham a coragem de acreditar na Boa Nova sobre a Vida que Jesus ensina no Evangelho. Abram suas mentes e corações para a beleza de tudo o que Deus fez e ao seu amor especial e pessoal por cada um de vocês." “Jesus Cristo nunca deixa de ser a 'porta das ovelhas'. E apesar de a história da humanidade pecar contra a vida, ele não cessa nunca de repetir com a mesma força e o mesmo amor: 'Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância'".

JMJ 1993 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/umtzMx72vk4

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/01/21/09/134834282_F134834282.mp3

Em janeiro de 1995, o Papa fez uma Viagem Apostólica às Filipinas, Papua Nova Guiné, Austrália e Sri Lanka. A JMJ está agendada para Manila. São cinco milhões de jovens reunidos em oração no Parque Rizal. A Jornada Mundial da Juventude entra no Guinness Book of Records. O tema escolhido é: "Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio".

Durante a vigília, João Paulo II reitera: “O que a Igreja e o Papa esperam dos jovens da X Jornada Mundial da Juventude? Que vocês deem testemunho de Jesus Cristo. E que aprendais a proclamar tudo o que contém a mensagem de Cristo para a autêntica libertação e o verdadeiro progresso da humanidade. É isto que Cristo espera de vós, é isto que a Igreja pede aos jovens das Filipinas, da Ásia, do mundo."

JMJ 1995 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/JO82SkpYWAw

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/01/21/09/134834295_F134834295.mp3

Mais de um milhão de fiéis participaram da JMJ de Paris em agosto de 1997, número que superou em quatro vezes as previsões. O lema é: "Mestre, onde moras? Vinde e vereis". No hipódromo de Longchamp, na Missa do dia 24 de agosto, João Paulo II exorta à fidelidade batismal e renova o mandato aos jovens: "Caros jovens, o vosso caminho não se detém aqui. O tempo não pára hoje. Ide pelas estradas do mundo, pelos caminhos da humanidade, permanecendo unidos na Igreja de Cristo! Continuai a contemplar a glória de Deus, o amor de Deus; e sereis iluminados para construir a civilização do amor, para ajudar o homem a ver o mundo transfigurado pela sabedoria e o amor eternos."

JMJ 1997 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/2JJcyocGSs8

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/01/21/09/134834296_F134834296.mp3

O hino Emmanuel é a trilha sonora da JMJ 2000 em Roma, Itália. O lema é: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" . A luz do Grande Jubileu, proclamada com a Bula Tertio Millennio Adveniente, orienta as peregrinações a Cristo de todo o mundo.

Em Tor Vergata, no dia 19 de agosto, na vigília de oração presidida por João Paulo II, estão mais de dois milhões de jovens. "Queridos jovens do século que começa - afirma o Papa no final de um diálogo muito intenso - dizendo «sim» a Cristo, dizeis «sim» a cada um dos vossos mais nobres ideais. Eu peço a Cristo que reine nos vossos corações e na humanidade do novo século e milénio. Não tenhais medo de vos entregar a Ele: guiar-vos-á e dar-vos-á força para O seguirdes cada dia em todas as situações."

JMJ 2000 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/vx0irU9JVTI

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/01/21/09/134834297_F134834297.mp3

No final de julho de 2002, João Paulo II partiu para uma Viagem Apostólica que o levou a Toronto, Cidade da Guatemala e Cidade do México. No Canadá, cerca de 800.000 jovens o esperam. É sua última JMJ. O tema escolhido para este encontro internacional é: "Vós sois o sal da terra...Vós sois a luz do mundo".

No dia 28 de julho, em Downsview Park, em Toronto, o Papa abre seu coração como sempre: "Vós sois jovens e o Papa é idoso, e ter 82 ou 83 anos não é a mesma coisa que ter 22 ou 23. Todavia, ele continua a identificar-se plenamente com as vossas esperanças e as vossas aspirações. Juventude de espírito, juventude de espírito! Embora eu tenha vivido no meio de muitas trevas, sob duros regimes totalitários, tive suficientes motivos para me convencer de maneira inabalável de que nenhuma dificuldade e nenhum temor é tão grande a ponto de poder sufocar completamente a esperança que jorra sem cessar no coração dos jovens.

JMJ 2002 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/8KAccRlXthM

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/01/21/09/134834298_F134834298.mp3

Bento XVI é peregrino em seu país para a JMJ 2005. A ocasião é a Viagem Apostólica a Colônia. A Alemanha o acolhe calorosamente: segue os passos de Pedro com o bastão que lhe foi confiado por João Paulo II. As estimativas dos participantes são mais uma vez superadas pela realidade: na cidade com vista para o Reno, há mais de um milhão de jovens em oração com o Papa alemão. O lema é: "Viemos adorá-lo."

Na Missa da esplanada de Marienfeld, domingo, 21 de agosto, Bento XVI aponta para a Eucaristia, exorta ao perdão, à proximidade com os outros, depois exorta: "Sei que vós, como jovens, aspirais pelas coisas grandes, que quereis comprometer-vos por um mundo melhor. Demonstrai-o aos homens, demonstrai-o ao mundo, que aguarda precisamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo e que, sobretudo mediante o vosso amor, poderá descobrir a estrela que nós seguimos.”

JMJ 2005 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/uyUF7L0KUMg

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/01/21/09/134834299_F134834299.mp3

A Austrália abre suas portas para a JMJ em 2008. É o primeiro encontro mundial multimídia: as redes sociais estão em primeiro plano. O tema é: "Recebereis a força do Espírito Santo, que virá sobre vós, e sereis minhas testemunhas". No dia 20 de julho, na Missa com os jovens no Hipódromo de Randwick, em Sydney, Bento XVI adverte contra os males da sociedade e define os jovens como profetas de uma nova era: "Prezados jovens amigos, o Senhor está a pedir-vos que sejais profetas desta nova era, mensageiros do seu amor, capazes de atrair as pessoas para o Pai e construir um futuro de esperança para toda a humanidade." "Também a Igreja tem necessidade desta renovação. Precisa da vossa fé, do vosso idealismo e da vossa generosidade, para poder ser sempre jovem no Espírito".

JMJ 2008 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/cfGmz_gWjfE

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/01/21/09/134834300_F134834300.mp3

O tema «Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé» guia a JMJ 2011 em Madri, Espanha. Cerca de 2 milhões de jovens celebram e rezam com Bento XVI. Na base aérea de Quatro Vientos, o Papa reitera: "Queridos amigos, Deus ama-nos. Esta é a grande verdade da nossa vida e que dá sentido a tudo o mais. Não somos fruto do acaso nem da irracionalidade, mas, na origem da nossa existência, há um projeto de amor de Deus. Assim permanecer no seu amor significa viver radicados na fé, porque esta não é a simples aceitação dumas verdades abstratas, mas uma relação íntima com Cristo que nos leva a abrir o nosso coração a este mistério de amor e a viver como pessoas que se sabem amadas por Deus."

JMJ 2011 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/TlFyN6Ipr2U

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/01/21/09/134834301_F134834301.mp3

A primeira JMJ do Papa Francisco foi no Rio de Janeiro, no Brasil, em 2013. Cerca de 4 milhões de jovens rezam com o Papa argentino “que veio da periferia do mundo”. O tema do encontro é: "Ide e fazei discípulos entre as nações!" 

No domingo, 28 de julho, durante a Santa Missa na orla de Copacabana, o Papa proferiu três palavras: "Ide, sem medo, para servir. Seguindo estas três palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe mais alegria. Queridos jovens, regressando às suas casas, não tenham medo de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evangelho. (...). Levar o Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio; para construir um mundo novo."

JMJ 2013 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/Inn6zffUF7U

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Em 2016, a Polônia ainda vive a JMJ. O lema é: "Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia". Na terra de São João Paulo II e Santa Faustina Kowalska, o Papa Francisco reza junto com mais de um milhão e meio de jovens. Na vigília no Campus Misericordiae de Cracóvia, no dia 30 de julho, Francisco conversa com os jovens, que define como "uma oportunidade para o futuro", exortando-os a ter a "coragem" de ensinar aos adultos "que é mais fácil construir pontes do que construir muros!" O Papa lança este desafio: "Hoje, Jesus, que é o caminho, chama-te – a ti… a ti… a ti… [aponta para cada um] – a deixar a tua marca na história. Ele, que é a vida, convida-te a deixar uma marca que encha de vida a tua história e a de muitos outros. Ele, que é a verdade, convida-te a deixar as estradas da separação, da divisão, do sem-sentido. Aceitais?".

JMJ 2016 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/z02YWuAaIG8

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/01/21/13/134834437_F134834437.mp3

Em janeiro de 2019, mais de 700.000 jovens se reuniram no Panamá para a JMJ com o Papa Francisco e o primeiro encontro após o Sínodo da Juventude de outubro. O tema escolhido é: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”. Geograficamente, o encontro acontece em um lugar onde existem graves problemas sociais, econômicos, políticos, migrações forçadas, violência, tráfico de drogas. Há também mil jovens participando do primeiro Encontro Mundial da Juventude indígenas.

O Papa recorda o "sim" de Maria e exorta os jovens a tomarem consciência de sua força que pode mudar o mundo. No Campo San Juan Pablo II - Metro Park, após a Santa Missa com os jovens, o Papa reiterou: “Estamos a caminho: continuai a caminhar, continuai a viver a fé e a partilhá-la. Não vos esqueçais que não sois o amanhã, não sois o «entretanto», mas o agora de Deus".

JMJ 2019 | A história da JMJ: palavras, imagens, música, emoções (Vatican Media)

https://youtu.be/VmrqDrpvGtg

Hino: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2019/02/17/10/134840912_F134840912.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Boaventura

São Boaventura (Arquisp)

15 de julho

São Boaventura

Frei Boaventura era italiano, nasceu no ano de 1218, na cidade de Bagnoregio, em Viterbo, e foi batizado com o nome de João de Fidanza. O pai era um médico conceituado, mas, como narrava o próprio Boaventura, foi curado de uma grave enfermidade ainda na infância por intercessão de são Francisco.

Aos vinte anos de idade, ingressou no convento franciscano, onde vestiu o hábito e tomou o nome de Boaventura dois anos depois. Estudou filosofia e teologia na Universidade de Paris, na qual, em 1253, foi designado para ser o catedrático da matéria. Também foi contemporâneo de Tomás de Aquino, outro santo e doutor da Igreja, de quem era amigo e companheiro.

Boaventura buscou a Ordem Franciscana porque, com seu intelecto privilegiado, enxergou nela uma miniatura da própria Igreja. Ambas nasceram contando somente com homens simples, pescadores e camponeses. Somente depois é que se agregaram a elas os homens de ciências e os de origem nobre. Quando frei Boaventura entrou para a Irmandade de São Francisco de Assis, ela já estava estabelecida em Paris, Oxford, Cambridge, Estrasburgo e muitas outras famosas universidades européias.

Essa nova situação vivenciada pela Ordem fez com que Boaventura interviesse nas controvérsias que surgiam com as ordens seculares. Opôs-se a todos os que atacavam as ordens mendicantes, especialmente a dos franciscanos. Foi nesta defesa, como teólogo e orador, que teve sua fama projetada em todo o meio eclesiástico.

Em 1257, pela cultura, ciência e sabedoria que possuía, aliadas às virtudes cristãs, foi eleito superior-geral da Ordem pelo papa Alexandre IV. Nesse cargo, permaneceu por dezoito anos. Sua direção foi tão exemplar que acabou sendo chamado de segundo fundador e pai dos franciscanos. Ele conseguiu manter em equilíbrio a nova geração dos frades, convivendo com os de visão mais antiga, renovando as Regras, sem alterar o espírito cunhado pelo fundador. Para tanto dosou tudo com a palavra: para uns, a tranqüilizadora; para outros, a motivadora.

Alicerçado nas teses de santo Agostinho e na filosofia de Platão, escreveu onze volumes teológicos, procurando dar o fundamento racional às verdades regidas pela fé. Além disso, ele teve outros cargos e incumbências de grande dignidade. Boaventura foi nomeado cardeal pelo papa Gregório X, que, para tê-lo por perto em Roma, o fez também bispo-cardeal de Albano Laziale. Como tarefa, foi encarregado de organizar o Concílio de Lyon, em 1273.

Nesse evento, aberto em maio de 1274, seu papel foi fundamental para a reconciliação entre o clero secular e as ordens mendicantes. Mas, em seguida, frei Boaventura morreu, em 15 de julho de 1274, ali mesmo em Lyon, na França, assistido, pessoalmente, pelo papa que o queria muito bem.

Foi canonizado em 1482 e recebeu o honroso título de doutor da Igreja. A sua festa litúrgica ocorre no dia se sua passagem para a vida eterna.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Presbíteros formados nos Seminários Redemptoris Mater participam de Convivência no Rio de Janeiro

Presbíteros formados nos Seminários Redemptoris Mater (cn.org)

Presbíteros formados nos Seminários Redemptoris Mater participam de Convivência no Rio de Janeiro

Na semana de 3 a 7 de julho, os presbíteros missionários diocesanos que se formaram nos Seminários Missionários Redemptoris Mater no Brasil, participaram da Convivência de Presbíteros, celebrada na cidade do Rio de Janeiro. Entre os 110 participantes, havia também alguns padres convidados que se formaram em outros seminários.

A Convivência aconteceu no Sítio Santo Agostinho, no bairro Jacarepaguá, sendo ocasião de comunhão, de partilhar as experiências vividas na missão, testemunhar o Amor de Deus, aprofundar as origens da missão e renovar o espírito missionário. Os presbíteros que participaram do encontro estão inseridos em uma comunidade que faz um itinerário de iniciação cristã conforme proposto pelo Caminho Neocatecumenal.

Como missionários, estes presbíteros, uma vez enviados pelo Bispo Diocesano das respectivas dioceses nas quais estão incardinados, saem para evangelizar em outros lugares, levando também às paróquias esta proposta de iniciação cristã vivida por etapas, dentro de uma comunidade, que possa ser um sinal concreto do Amor redentor de Jesus Cristo.

Ao longo dos dias em que estiveram reunidos, os presbíteros retornaram às raízes da liturgia e da oração, perscrutaram a Palavra de Deus, ouviram o anúncio do Querigma, participaram da celebração penitencial e celebraram a Eucaristia. A Carta Apostólica Desiderio Desideravi, do Papa Francisco, foi a base das catequeses do encontro, sendo lida à luz da missão que a Igreja encomenda ao Caminho Neocatecumenal.

Crédito: cn.org
Crédito: cn.org

A condução da Convivência foi feita pela Equipe de Catequistas Itinerantes responsável pelo Caminho Neocatecumenal no Brasil, formada por Padre José Folqué, Raúl Viana e Antonia Maria Santiago.

Na quinta-feira, 6, os participantes tiveram a oportunidade de celebrar as laudes no morro do Corcovado, onde escutaram uma catequese sobre Cristo Redentor dos Homens e cantaram publicamente o Credo, símbolo da fé católica e sinal da missão evangelizadora da Igreja.

Crédito: cn.org
Crédito: cn.org
Crédito: cn.org

Presença de Dom Orani

O encerramento da Convivência aconteceu na sexta-feira, 7, com a celebração da Eucaristia presidida pelo Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ). Dom Orani manifestou alegria por participar do encontro e exortou os presbíteros sobre o sentido da missão:

“Voltar às origens é recordar de onde o Senhor nos chamou, de onde Ele nos tirou, o porquê nos enviou. Quem faz a experiência da misericórdia anuncia esta misericórdia”. 

Os dias de Convivência foram, para os presbíteros, momento de descansar no Senhor e renovar o espírito e as forças para voltar para missão “em um mundo”, disse o Cardeal,

“que passa por situações difíceis, especialmente sobre o que é a vida humana, por conta de tantas ideologias que estão aparecendo. De maneira muito clara, a reposta que Deus suscitou através do Caminho Neocatecumenal, para todas estas questões, tem sido justamente a Palavra, a Eucaristia e a vida em comunidade que conduzem a essa reconstrução do homem, que vai descobrindo o amor de Deus”.

Crédito: cn.org

Seminários Redemptoris Mater

Os padres que participaram do encontro se formaram nos quatro Seminários Missionários Redemptoris Mater erigidos no Brasil, e que pertencem às arquidioceses de Brasília (DF), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Belém (PA).

Ao todo, no mundo, existem 122 Seminários Missionários Redemptoris Mater para a formação de presbíteros para a Nova Evangelização, conforme a proposta feita por Kiko Argüello e Carmen Hernández, iniciadores do Caminho Neocatecumenal, junto com Padre Mario Pezzi, para o Papa João Paulo II, no ano de 1986.

Estes seminários têm três características fundamentais: são diocesanos, missionários e internacionais. Dentro da formação acadêmica, humana e espiritual destes seminários se inclui um período de evangelização missionária, e uma vez ordenados presbíteros, após um tempo de missão na diocese, são enviados pelo bispo diocesano para alguma missão que corresponda ao carisma para o qual foram chamados.

Centro Neocatecumenal de Brasília
Assessoria de Comunicação

Fonte: https://cn.org.br/

O Deus que se repete

Volodymyr Nik | Shutterstock

Por Gerard Gayou

Muitas pessoas dizem que as orações católicas são "repetitivas, chatas e sem vida". Mas, se Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, por que essas interações com Ele podem parecer sem vida?  

“Supõe-se que, se uma coisa continua se repetindo, provavelmente está morta”, escreveu GK Chesterton em “Ortodoxia“. Na faculdade, eu teria aceitado essa suposição. E se aquele colega universitário visse minha rotina de oração hoje no seminário – que inclui o Rosário e a Liturgia das Horas – concluiria que, provavelmente, eu estivesse morto.   

Essa conclusão não é tão incomum. A sociedade moderna, sugere Chesterton, tem uma fome insaciável pelo romance. A pergunta: “Estou me repetindo?” é comum e motivada por um medo compartilhado de pecado social. Não há maneira mais rápida de perder o respeito de seu público do que repetir a mesma piada ou história.  

Muitas pessoas, da mesma forma, criticam e dizem que as orações católicas são repetitivas, chatas e sem vida. O que essas orações fazem senão repetir a mesma história? Se Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, por que essas interações com Ele parecem sem vida?  

Depois de articular essa aversão social pela repetição, Chesterton oferece uma refutação impressionante:  

“Uma criança chuta as pernas ritmicamente por excesso, não por ausência, de vida. Porque as crianças têm vitalidade abundante. Elas querem que as coisas sejam repetidas e inalteradas. Elas sempre dizem: ‘Faça de novo’; e o adulto faz aquilo de novo até estar quase morto. Pois os adultos não são fortes o suficiente para suportar a monotonia. Mas talvez Deus seja forte o suficiente para exultar na monotonia. É possível que Deus diga todas as manhãs: ‘Faça-se de novo’ ao sol; e todas as noites, ‘Faça se de novo’ para a lua.”

Na faculdade, eu não era forte o suficiente para o Rosário. Eu temia o tédio e a morte que poderiam substituir novas experiências. O que não entendia é algo que Deus nos lembra através das orações de sua Igreja: relacionamento não é possível sem repetição.  

Uma criança que adora andar de cavalinho pede ao avô para “fazer de novo” porque ela se alegra com essa atenção e amor constantes. O relacionamento deles se aprofunda à medida que suas atividades se repetem. E quando eles se acomodam para dormir, o “estou me repetindo” se torna uma pergunta sem sentido para um neto que só quer ouvir sobre os anões e princesas mais uma vez.  

Além disso, na oração, o objeto relacional de nossas repetições é o Deus infinito. Ele é inesgotável; aquele que reza dez mil rosários não pode esgotar a profundidade dos mistérios da vida de Jesus. Ele só pode se aproximar daquele com quem ele espera, um dia, dizer: “Faça-se de novo” ao sol.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

A Catequese e a Doutrina Social da Igreja

A Catequese e a Doutrina (O Catequista)

A CATEQUESE E A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

Dom Antonio de Assis
Bispo auxiliar de Belém do Pará (PA)

Não são poucos os párocos que acusam o afastamento dos jovens logo após a crisma. Parece que a celebração da crisma é uma meta a ser alcançada e, daí basta, entra-se em férias da Igreja. Há um grupo que continua, mas se afastam da vivência dos sacramentos.  

Esse é um fato que merece ser refletido com espírito crítico sobre a metodologia da catequese, seu conteúdo e o andamento da gestão da Iniciação à Vida Cristã na paróquia. 

As Paróquias, são chamadas a ser, de verdade, “espaços da iniciação cristã, da educação e celebração da fé, abertas à diversidade de carismas, serviços e ministérios, organizadas de modo comunitário e responsável, integradoras de movimentos de apostolado já existentes, atentas à diversidade cultural de seus habitantes, abertas aos projetos pastorais e supra-paroquiais e às realidades circundantes” (Aparecida, 170). 

“Uma comunidade que assume a iniciação cristã renova sua vida comunitária e desperta seu caráter missionário. Isso requer novas atitudes pastorais por parte dos bispos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas e agentes de pastoral” (Aparecida, 291). 

A iniciação à vida cristã promovida pela pastoral catequética, partindo de Jesus Cristo, passa pela acolhida da dignidade humana (vocação humana), encara os desafios à maturidade humana, se alimenta da Palavra de Deus, se robustece através da participação na Eucaristia, estimula formas de engajamento na comunidade eclesial e social, apresenta formas de experiências de solidariedade e cresce no fervor missionário (cf. Aparecida, 292). 

Continuando uma série de reflexões já publicadas sobre a catequese, retomemos esse assunto na perspectiva da Doutrina Social da Igreja que tem muito a oferecer à catequese. A sensibilidade da Doutrina Social da Igreja enriquece profundamente a Catequese. Não podemos pensar numa Iniciação à Vida Cristã sem a assimilação das exigências do Pai Nosso. Isso não deve ser reduzido a um puro rito. Não é uma experiência puramente intelectual, mas deve ser socioafetiva. A crise da pastoral juvenil em muitas paróquias, a meu ver, tem uma direta relação com o dinamismo da pastoral catequética. Nesta primeira reflexão, observemos alguns horizontes da catequese sensível à Doutrina Social da Igreja.   

A catequese busca apresentar e aprofundar a identidade da fé cristã, seu dinamismo e seus efeitos na vida do discípulo de Jesus Cristo. A experiência da fé não dispensa a razão. A fé não pode ser irracional. Fé e razão se complementam. A razão livra a fé da superstição e alienação; e esta, por sua vez, preserva a razão da prepotência e da cegueira. Sem a catequese a fé se torna mal-educada, míope, enganosa, agressiva, intolerante, contrariando a Deus. Todavia, a catequese não deve se limitar com a dimensão meramente doutrinal, mas deve se abrir ao dinamismo que brota da sensibilidade da Doutrina Social da Igreja (cf. Aparecida, 299). 

A fé tem muitas dimensões: cognitiva, afetiva, celebrativa, moral, comunitária, social. Seria insignificante uma experiência de fé aprisionada no íntimo do crente. Por isso diz São Tiago: “A fé sem obras é morta” (Tg 2,17). Jesus alertou seus discípulos dizendo-lhes: “Não basta dizer: Senhor, Senhor” (Mt 7,21). Isso nos fala de vida, atitudes, experiências! 

A catequese não é somente estudo e reflexão sobre doutrina, mas deve ser sempre um processo de iniciação no dinamismo da vida da Igreja e do Reino de Deus; isso significa que o catequizando deve fazer a experiência dos múltiplos compromissos que brotam da fé, mantendo seu vínculo com a Igreja. Dependendo da sua situação existencial, é chamado a estar engajado e servindo com alegria. Para muitos, por motivos de doenças ou outras situações, eles mantém seu sentido de pertença através da oração. Isso também é uma forma de engajamento. Contudo, não é admissível um cristão, reduzir seu dinamismo de fé ao conhecimento, assumindo uma postura doutrinalista, criticista e sem amor à Igreja com a sua totalidade de dimensões como serva do Reino de Deus.  

A catequese é uma atividade que está a serviço da missão da Igreja. O Reino de Deus tem uma dimensão social, porque onde se evangeliza também se deve estimular a promoção da justiça, da paz, da solidariedade; a luta contra a miséria, a fome e a corrupção; o combate à violência, a todas as formas de opressão e escravidão. A catequese, portanto, tem uma irrenunciável dimensão social. O Reino de Deus é a transformação do mundo segundo a vontade de Deus, em vista da Civilização do Amor.  

A catequese está a serviço da promoção da vida e da missão do discípulo de Jesus Cristo que está inserido numa história concreta com sua cultura, economia, política etc. Por isso deverá, onde vive, ser “sal e luz”, sabendo testemunhar sua fé em Jesus Cristo. Ele pediu ao Pai para não tirar seus discípulos do mundo: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Assim como eu não sou do mundo, eles também não são. Que eles sejam teus por meio da verdade; a tua mensagem é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei” (Jo 17,15-23). 

A dimensão social da Catequese nos apresenta os múltiplos desafios da fé presentes na sociedade: a fé tem uma direta relação com todas as realidades da vida da pessoa humana e da sociedade. O cristão não deve viver no anonimato, indiferente a tudo, demonizando as realidades mundanas (típicas do mundo). Hoje há muitos e graves fenômenos sociais que agridem a dignidade humana. A catequese não pode ficar a alheia a esses fenômenos.  

A dimensão social da Catequese tem seu fundamento na Sagrada Escritura. O amor a Deus é inseparável do amor ao próximo; isso aparece muito claramente na literatura dos profetas, com forte sensibilidade social em todos eles e culmina com a vida de Jesus Cristo. 

Nos Atos dos Apóstolos, vemos que da Ascensão do Senhor, brota uma advertência à responsabilidade social da fé dos discípulos de Jesus Cristo. Após a ascensão de Jesus os apóstolos continuavam olhando para o céu, mas foram advertidos por dois homens vestidos de branco: “homens da Galiléia, por que ficam aí, parados, olhando para o céu?” (At 1,11). Quem tem fé não deve ficar parado, acomodado, olhando para o alto, ou seja, sem fazer nada e esperando a Salvação. O tempo da fé é também o tempo da prática do amor! A compreensão desse dinamismo de fé é de fundamental importância para os nossos catequizandos, sobretudo, adolescentes e jovens crismandos.  

A religião cristã não deve ser alienada, negando os compromissos concretos consequentes do amor ao próximo que se faz luta pela justiça, promoção e defesa da dignidade humana. É necessário sim, buscar as coisas do alto (cf. Cl 3,1), mas sendo dinamizados pela Esperança lutando pela transformação das realidades deste mundo, sendo assim, “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14). Esse é o compromisso da Igreja com o Reino de Deus (cf. Rm 12,2). Por outro lado, a catequese dando atenção à dignidade humana, deve também fazer objeto de reflexão o grave problema da baixa autoestima, do vazio existencial, da automutilação, tentativas de suicídio, drogadição etc, que vivem muitos adolescentes e jovens crismandos. Por isso a catequese deve fazer-se ajudar pela psicologia. Há muitas formas de atividades como serviço da psicologia à catequese.  

A contemplação divina e o culto religioso não podem ser estéreis, sem impacto social, sem compaixão, sem a experiência da “boa samaritanidade” (cf. Lc 10,35-46). Ai de nós se exaltarmos o nome de Jesus, mas formos egoístas, avarentos, frios diante dos necessitados; seremos rejeitados (cf. Mt 25,31-46). Quando a Catequese é bem assimilada em sintonia com a Doutrina Social da Igreja promove-se católicos engajados nas pastorais, líderes sensíveis, pessoas disponíveis a trabalhar, abertas à missionariedade, atentas aos desafios da sociedade… Em muitas comunidades católicas (e paróquias) já é notório o envelhecimento das lideranças. A catequese deve ser fonte de rejuvenescimento das forças vivas da paróquia.  

PARA A REFLEXÃO PESSOAL: 

Na sua paróquia como está o percentual de jovens que se afastam após a Crisma? 

Aos párocos: os catequistas da sua paróquia já receberam alguma formação sobre a Doutrina Social da Igreja, são portadores dessa sensibilidade? 

É possível catequizar sem levar em conta a situação existencial do catequizando: sim, não, por quê?

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

SÃO CARLOS BORROMEU: A casa construída sobre a rocha (1/4)

O cardeal Dionigi Tettamanzi [© Assessoria de imprensa do Meeting Rimini]

Arquivo 30Dias – 07/08 - 2011

SÃO CARLOS BORROMEU:
A casa construída sobre a rocha

“Tudo o que São Carlos fez e realizou, o edificou sobre a rocha indestrutível que é Cristo, na plena coerência e fidelidade ao Evangelho, no amor incondicionado pela Igreja do Senhor”. O discurso do arcebispo emérito de Milão no Meeting de Rímini.

pelo Cardeal Dionigi Tettamanzi

Tudo é graça: o olhar dirigido a São Carlos

Sim, “tudo é graça”. Também esse nosso encontro. Sinto sobre mim a mão da providência de Deus. É esta providência que fez com que meu último ano como guia pastoral da diocese de Milão coincidisse com o IV centenário da canonização de São Carlos Borromeu, ocorrida em 1º de novembro de 1610 com o papa Paulo V. Sinto que devo agradecer ao Senhor porque este foi um ano muito intenso, rico de iniciativas de grande significado espiritual, pastoral e cultural para a Igreja ambrosiana.

Permito-me assinalar apenas alguns fatos, recordando antes de tudo o início deste centenário que teve como importante evento a carta apostólica de Bento XVI Lumen caritatis, de 1º de novembro de 2010, no mesmo dia do aniversário da canonização, evento importante e para mim particularmente feliz pela possibilidade de ler e apresentar a carta do Papa aos fiéis ambrosianos na solenidade de São Carlos, dia 4 de novembro do ano passado. Na, carta o Santo Padre delineia em síntese alguns aspectos fundamentais da santidade de Borromeu.

Gostaria de recordá-los.

O primeiro aspecto recorda a sua obra como bispo reformador. São Carlos, colocando em ação com sabedoria e originalidade os decretos do Concílio de Trento, reformou a Igreja que ele amava profundamente; aliás, justamente porque a amava com um amor sincero, quis renová-la, contribuindo para dar-lhe novamente o seu rosto mais belo, o da Esposa de Cristo, uma esposa sem manchas e sem rugas.

Um segundo aspecto da santidade de Carlos Borromeu: foi um homem de oração, de oração convicta, intensa, prolongada, reforçada e florescente na sua vida de pastor. Se São Carlos foi apaixonado pela Igreja, o foi porque antes ainda fora apaixonado pelo Senhor Jesus, presente e operante na Igreja, na sua tradição doutrinal e espiritual, presente na Eucaristia, na Palavra de Deus. Principalmente foi apaixonado por Cristo crucificado, como nos documenta a iconografia que, não por acaso, é-nos transmitida com a imagem deste santo em contemplação e em adoração da Paixão e da Cruz do Senhor.

Enfim, Carlos Borromeu foi santo – recorda-nos o Papa – porque soube encarnar a figura do pastor zelante e generoso, e pelo o rebanho que lhe fora confiado aos seus cuidados estava pronto a sacrificar toda a própria vida: São Carlos foi realmente “onipresente” na diocese de Milão, com suas visitas pastorais, foi preocupado de maneira profética e incisiva com os problemas do seu tempo; principalmente, como os grandes bispos da Idade Média, foi autenticamente pater pauperum, pai dos mais pobres e dos mais fracos: é suficiente pensar no que soube realizar também do ponto de vista caritativo e assistencial durante os dramáticos momentos de carestias e da peste de 1576. A carta do Papa intitula-se justamente Lumen caritatis, porque refere-se de modo explícito à caridade pastoral que diariamente e de maneira heroica São Carlos soube viver e praticar.

Na verdade, assim como Cristo deu sua vida pela nossa salvação, São Carlos literalmente “dissolveu” a própria vida na caridade pastoral. Desde o momento em que se tornou bispo de Milão, de modo programático e sistemático ele antepôs a causa do Evangelho e o bem da Igreja a tudo: às próprias comodidades, aos interesses particulares e pessoais, aos interesses da família ou do círculo de amizades, ao próprio tempo livre, a tal ponto que não tinha mais tempo para si mesmo, visto que todo o tempo à disposição de um bispo – dizia o próprio São Carlos – deve ser usado para a salvação das almas.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Pela primeira vez, um sucessor de dom Bosco será cardeal

São João Bosco, padre Ángel Fernández Artime e papa Francisco / ANS

Por Abel Camasca

REDAÇÃO CENTRAL, 11 Jul. 23 / 03:57 pm (ACI).- O papa Francisco anunciou no domingo (9) a criação de 21 cardeais em setembro, entre eles o reitor-mor dos salesianos, padre Ángel Fernández Artime. É o primeiro sucessor de dom Bosco a ser cardeal.

 Após o anúncio feito papa ao final do Ângelus de domingo, a Agência Salesiana de Notícias (ANS), serviço de imprensa da congregação, disse em comunicado que esta nomeação é um “sinal da esperançosa confiança" que o papa depositou no padre Fernández Artime e nos salesianos (SDB).

 Segundo o Vatican News, o mundo salesiano se tornou um “clima festivo” e os membros da Família Salesiana expressaram suas orações e bons votos ao padre Fernández.

Os mais jovens expressaram sua alegria “mudando as imagens de status e perfis e fazendo postagens e stories com o rosto e fotos dos melhores momentos vividos com o reitor-mor”.

Entre os sucessores de dom Bosco há beatos, como padre Miguel Rúa e padre Felipe Rinaldi, e muitos outros que colaboraram estreitamente com o papa, a cúria e os bispos, mas nenhum havia sido nomeado cardeal até agora.

Papa Francisco e os salesianos

Em uma entrevista a ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em 2015, o padre Fernández disse que, como superior dos salesianos do sul da Argentina, com sede em Buenos Aires, colaborou com o então cardeal Bergoglio quando era arcebispo.

 “No dia 24 de maio de cada ano sempre o acompanhava na Eucaristia que presidia na basílica de Maria Auxiliadora de Almagro, onde foi batizado”, disse.

Em março de 2023, o reitor-mor contou que estava indo à Argentina para uma celebração em homenagem ao novo santo salesiano e amigo do papa, São Zatti, e que Francisco lhe tinha enviado uma mensagem pedindo que o os salesianos continuem amando a Patagônia, que ele carrega “no coração”.

 A Patagônia foi a primeira obra missionária da história dos salesianos. Em 1875, o próprio são João Bosco enviou um grupo de seus religiosos, chefiados pelo padre Juan Cagliero, que mais tarde se tornou o primeiro bispo salesiano e o primeiro cardeal da congregação.

Com a expansão dos filhos de dom Bosco, Bergoglio conheceu os religiosos e estudou em um colégio salesiano, em 1949. Mais tarde, aos 17 anos, teve como diretor espiritual o padre Enrique Pozzoli, SDB, que muito o ajudou em sua saúde e vocação.

Além disso, Francisco é torcedor do Clube San Lorenzo de Almagro, promovido pelo padre Lorenzo Massa, SDB. O clube recebeu o nome do padre e também do diácono martirizado.

O papa Francisco também visitou a basílica de Maria Auxiliadora em Turim, Itália, em 2015, por ocasião do 200º aniversário do nascimento de dom Bosco. Na ocasião, destacou que havia aprendido a amar a Virgem Maria com os salesianos.

Fonte: https://www.acidigital.com/

S. CAMILO DE LÉLIS, SACERDOTE, FUNDADOR DOS CLÉRIGOS REGULARES MINISTROS DOS ENFERMOS

S. Camilo de Lélis (Vatican News)

14 de julho

São Camilo de Lélis

Primazia da Caridade

São Camilo de Lellis propõe uma mensagem bastante oportuna, porque nos estimula a viver a primazia da caridade.
Na Encíclica "Deus caritas est", Bento XVI o insere entre os "célebres modelos da caridade social", apresentando-o como exemplo para todos os homens de boa vontade. No decreto de Canonização, Bento XIV o define como “fundador de uma nova escola de caridade”.

A cruz vermelha

Camilo nasceu em Bucchianico, província italiana de Chieti, em 25 de maio de 1550, e faleceu em Roma, em 14 de julho de 1614.
Sua figura é, emblematicamente, ligada a uma cruz vermelha, que o Papa Sisto V o deixou bordar em seu hábito religioso, em 20 de junho de 1586.
Padre Sânzio Cicatelli, primeiro biógrafo do santo, narra, em 1620: “Nosso pai quis que usássemos a Cruz em nosso hábito religioso, como nossa insígnia e missão, por três motivos: primeiro, para se distinguir do hábito da Companhia de Jesus; segundo, para que o mundo saiba que todos nós, marcados por este sinal da Cruz, somos escravos ‘vendidos e dedicados’ ao serviço dos pobres enfermos; terceiro, para mostrar que esta é a religião da cruz, ou seja, da morte, do sofrimento e da lida. Assim, todos os que quiserem seguir o nosso modo de vida devem, de consequência, abraçar a cruz, negar a si mesmos e seguir Jesus Cristo até à morte”.

Ministros dos enfermos

Camilo foi tocado pela graça de Deus em 1575. Durante uma viagem ao convento de San Giovanni Rotondo, encontrou um frade que o deteve e lhe disse: “Deus é tudo! O resto é resto! Devemos salvar a alma, que não morre...”.
Ao chegar ao convento, pediu para se tornar Capuchinho. Mas, por duas vezes, foi demitido por causa de uma chaga, que se abriu em sua perna no período das suas incursões militares. Por isso, foi internado no hospital romano de São Tiago, onde teve uma intuição: unir a disciplina pregressa de soldado com a caridade cristã, fundando os “Ministros dos Enfermos”. Para fazer parte desta Congregação era preciso fazer quatro votos: obediência, pobreza, castidade, serviço aos doentes.

Grande reformador

São Camilo de Lellis é considerado o primeiro grande reformador da profissão de enfermagem e da organização assistencial nos hospitais.
Quem assistia a um paciente, além de cuidar do corpo, - segundo São Camilo, - também deveria cuidar do espírito. Uma coisa completamente diferente do que acontecia nos hospitais da época, onde os doentes eram abandonados a próprio destino.
Como homem, eminentemente prático e simples, certamente não sem cultura e interesses, em seu apostolado educacional Camilo não buscava perfeições teóricas. Eram suficientes poucas diretrizes. Enfim, era excepcionalmente dotado de um profundo discernimento dos corações, de grande bom senso além de uma paterna doçura.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 13 de julho de 2023

A Via-Sacra - II

Via-Sacra (Templário de Maria)

A VIA-SACRA – II

Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

(...) Na mensagem anterior, vimos o contexto histórico em que surgiu a Via-Sacra, normalmente considerada como um exercício de piedade, muito apreciado pelos fiéis, com o objetivo de acompanhar os passos da condenação, paixão e morte de Jesus Cristo, através de leituras bíblicas, de meditação e de oração. As diversas estações evocam o caminho percorrido por Jesus nos últimos momentos de sua vida e que culminaram com a ressurreição, trazendo-nos a salvação. 

Se no programa anterior lembramos os aspectos históricos de seu surgimento, hoje queremos refletir mais sobre o sentido da Via-Sacra. Ela é recomendada pela Igreja, devido ao seu alto valor como meditação da Paixão do Senhor. Atualmente encontramos grande variedade de textos e de temáticas para a Via-Sacra. Os textos mais tradicionais, com forte acento ao realismo descritivo do sofrimento dos personagens em evidência, seguem muitas vezes linguagens de piedade individual e que podem conduzir a sentimentalismos exagerados. Tendo como orientação a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, hoje encontramos ricos textos de Via-Sacras, com farta distribuição de leituras bíblicas, acompanhadas de orações, meditação e canto, que, não poucas vezes, nos colocam bem próximos de verdadeiras celebrações litúrgicas da Palavra, realizadas na fé e no amor da comunidade eclesial (cf. DAp 253). Em nossos dias, com a insistente reflexão sobre o compromisso a que deve levar a Palavra, a oração e a meditação cristã, encontramos Via-Sacras com conteúdo de acentuado compromisso social, apontando os grandes clamores ou urgências do mundo atual, que prolongam a agonia e a morte de Jesus em seus membros sofredores. No Brasil, isso acontece normalmente com a Campanha da Fraternidade, que convida os fiéis a refletir, rezar e assumir algum aspecto específico da vida do povo de Deus, onde continua a longa via-crucis de condenações, quedas, encontros/desencontros, dores e mortes. Em 2023, o tema foi Fraternidade e Fome. A Via-Sacra do subsídio do Regional Sul 3 nos fez rezar assim, numa das estações (p. 43): “Senhor, queremos assumir nossa cruz e seguir-vos! Sabemos que convosco ela se torna leve e carregada de esperança. Com vossa presença, a cruz da partilha e da solidariedade garante a ressurreição para nós e para tantas vidas ameaçadas de morte pela fome e o abandono. Amém!”. 

Em síntese, podemos dizer que a Igreja incentiva a Via-Sacra (caminho sagrado) ou Via-Crucis (caminho da cruz) como um exercício de piedade de grande valor, especialmente para a meditação da paixão de Jesus Cristo, relacionada com a paixão da humanidade. Sabemos que o mistério da morte e ressurreição do Senhor Jesus é especialmente tornado presente nas celebrações litúrgicas sacramentais, mas estamos também cientes que a reflexão e meditação, como da Via-Sacra, são meios que ajudam a levar os fiéis a celebrar com mais fervor e fruto os mistérios centrais do culto cristão. A liturgia celebra, torna presente o que a Via-Sacra e outras devoções meditam, rezam, conscientizam. Quanto mais a Via-Sacra for enriquecida com a proclamação da Palavra de Deus, sobretudo com textos que dão sentido às diversas estações, ela qualificará sua meditação e oração. É também sumamente importante que a Via-Sacra não perca a unidade do mistério pascal, ressaltando a morte e a ressurreição. Se isso não está implícito nas 14 estações, acrescente-se a 15ª estação com este tema. Que ela não seja uma devoção que nos aliene da vida real em que há tantos membros sofredores que suplicam por vida mais digna. Que as nossas Via-Sacras nos convidem sempre mais a seguir o amor de Jesus, que deu sua vida para nos salvar, tendo aos pés da cruz, sua e nossa Mãe, a Virgem Maria.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF