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segunda-feira, 17 de julho de 2023

Santa Maria Madalena Postel

Santa Maria Madalene Postel (arquisp)

17 de julho

Santa Maria Madalena Postel

No dia 28 de novembro de 1758, nasceu a filha primogênita do casal Postel, camponeses de uma rica fazenda em Barfleur, na Normandia, França. A criança foi batizada com o nome de Júlia Francisca Catarina, tendo como padrinho aquele rico proprietário.

Júlia Postel teve os estudos patrocinados pelo padrinho, que, como seus pais, queria que seguisse a vida religiosa. Ela foi aluna interna do colégio da Abadia Real das Irmãs Beneditinas, em Volognes, onde se formou professora. No início, não pensou na vida religiosa, sua preocupação era com a grande quantidade de jovens que, devido à pobreza, estavam condenadas à ignorância e à inferioridade social.

De volta à sua aldeia natal, Júlia Postel, com determinação e dificuldade, criou uma escola onde lecionava e catequizava crianças, jovens e adultos abandonados à ignorância, até do próprio clero da época, que desconhecia a palavra "pastoral". Era solicitada sempre pelos mais infelizes: pobres, órfãos, enfermos, idosos, viúvas, que a viam como uma mãe zelosa, protetora, que não os abandonava, sempre cheia de fé em Cristo. Aos ricos pedia ajuda financeira e, quando não tinha o suficiente, ia pedir esmolas, pois a escola e as obras não podiam parar.

A Revolução Francesa chegou arrasadora, em 1789, declarando guerra e ódio ao trono e à Igreja, dispersando o clero e reduzindo tudo a ruínas. Júlia Postel fechou a escola, mas, a pedido do bispo, escondeu em sua casa os livros sagrados e o Santíssimo Sacramento e foi autorizada a ministrar a comunhão nos casos urgentes. Organizou missas clandestinas e instruiu grupos de catequistas para depois da Revolução. Sua vocação religiosa estava clara.

A paz com a Igreja foi restabelecida em 1802. Juntamente com duas colegas e a ajuda do padre Cabart, Júlia Postel fundou a Congregação das Filhas da Misericórdia, em Cherbourg. Ao proferir seus votos, escolheu o nome de Maria Madalena. A princípio, a formação das religiosas ficou voltada para o ensino escolar e foi baseada nos mesmos princípios dos irmãos das escolas cristãs, já que na época era grande essa necessidade. Essas religiosas, aos poucos, foram se espalhando por todo o território francês. Depois, a pedido de Roma, a formação foi mudada, passando a servir como enfermeiras.

Em 1832, madre Maria Madalena, junto com suas irmãs, estabeleceu-se nas ruínas da antiga Abadia Beneditina de Saint-Sauveur-le-Vicomte. Foi reconstruída com dificuldade e tornou-se a Casa-mãe da congregação. Madre Maria Madalena Postel morreu com noventa anos de idade, em 16 de julho de 1846. A fama de sua santidade logo se espalhou pelo mundo cristão.

Foi beatificada em 1908, e depois canonizada pelo papa Pio XI, em 1925. Está sepultada em Saint-Sauveur-le-Vicomte. A sua festa acontece no dia 17 de julho e a sua obra, hoje, chama-se Congregação das Irmãs de Santa Maria Madalena Postel.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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domingo, 16 de julho de 2023

Falar em parábolas

Por que Jesus escolheu falar em parápolsas? (idemais)

FALAR EM PARÁBOLAS

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)

Jesus contou a “parábola do semeador’ (Mateus 13,1-23) e os discípulos lhe perguntam: “Por que falas ao povo em parábolas?” Esta pergunta aponta para a metodologia de Jesus na sua missão evangelizadora. Considerando os destinatários do seu ensinamento e o Evangelho a ser anunciado há necessidade de usar diversas metodologias. E Jesus fez uso delas. Ele disse o essencial do Evangelho de muitas formas diferentes, pois cada ouvinte assimila e compreende de acordo com a sua capacidade. Jesus dá alguns exemplos de ouvintes: “Quem tem ouvidos, ouça!” “Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam os seus olhos, para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure”. 

Antes de contar a parábola, registra o evangelista, que “uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso, Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia”. O que Jesus tinha a ensinar era muito importante, por isso criou um ambiente favorável para que pudesse falar, ser visto e ouvido por toda a multidão. A metodologia é uma forma de respeito a quem se dirige a mensagem. A multidão que veio ao encontro de Jesus porque queria escutá-lo e ao organizar o ambiente daquela forma permitiu que se comunicasse melhor e fosse ouvido e entendido.  

Jesus recorreu a muitas parábolas principalmente para falar do Reino de Deus. Nenhuma parábola isolada, nem explicação, nem discurso consegue dizer tudo o que comporta o Reino de Deus. O anúncio do Reino de Deus é essencial na missão de Jesus, por isso falou dele de muitas e variadas formas. Cada uma delas acentua uma dimensão do Reino de Deus. 

Todas as parábolas de Jesus partem de algo familiar, muito conhecido dos ouvintes para fazê-los entender algo que não está tão evidente, ou desconhecido. Por exemplo, a “parábola do semeador” revela o método de plantio naquela região no tempo de Cristo. Se as parábolas querem conduzir para além do imediato exigem um esforço de interpretação, interpelam a inteligência, mas também a liberdade. O biblista Silvano Fausti diz que Jesus “utiliza as parábolas, que nem prendem, nem deixam perder, nem acusam, nem desculpam, mas simplesmente, com respeito e discrição propõem, de modo que quem quer entender, se e quando quiser, pode pedir explicações. Mas a fenda lhe está sempre aberta: a parábola oferece a ele a luz da verdade”.  

As parábolas revelam a grandeza educativa de Jesus que vai envolvendo os ouvintes, colocando-os a caminho. Quer fazê-los ver algo que está próximo, mas não percebem. Quer criar um ambiente de confiança para deixarem-se conduzir e entrar no mistério das “coisas” do Reino de Deus. O discípulo precisa colaborar com o mestre. A parábola não quer apenas trazer uma informação nova, um conhecimento abstrato, mas envolve uma mudança de compreensão da realidade, uma mudança de vida, uma conversão. Quando chega neste ponto aparecem as resistências.  

A parábola do semeador acentua as resistências e acolhida da Palavra de Deus.  Exemplifica os ouvintes que se colocaram no caminho do Mestre, os que vacilaram ou resistiram. Deus não obriga a crer nele, mas atrai-nos a Si com a verdade e a bondade do seu Filho Jesus Cristo, o semeador e a semente que deu 100% de fruto. Com efeito, o amor respeita sempre a liberdade.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Os dados do censo e as famílias brasileiras

Shutterstock I Ruslan Huzau | #image_title

Por Francisco Borba Ribeiro Neto

A divulgação dos resultados do Censo 2022 trouxe o dado chocante de que tivemos nessa década a menor taxa de crescimento anual já registrada no País.

Os casais querem ter cada vez menos filhos – ou até mesmo não ter. É o que mostram os censos da população brasileiros nas últimas décadas. A divulgação dos resultados do Censo 2022 trouxe o dado chocante de que tivemos nessa década a menor taxa de crescimento anual já registrada no País: 0,52%. A título de comparação, na década anterior a taxa foi 1,17%, duas vezes maior, e vem decaindo desde a década de 1950, quando foi 3,03%. O dado é preocupante porque afeta diretamente as políticas públicas e, supõem-se, o crescimento econômico.

Como esse tema é muito debatido em âmbitos religiosos, em razão das práticas de controle de natalidade adotadas pelas famílias e pelo impacto ideológico em suas mentalidades, vale a pena aprofundar um pouco a reflexão sobre esses dados.

Crescimento populacional e crescimento econômico estão interligados

Existe uma forte influência das taxas de crescimento demográfico sobre o crescimento econômico, mas a relação não é tão direta como alguns autores costumam alardear.  Aliás, o crescimento demográfico tanto pode ajudar quanto atrapalhar a economia, dependo da situação.

Quando a população está crescendo, tanto a oferta de mão de obra quanto o mercado de consumo também crescem. O país produz e consome mais. Com isso, a economia cresce. Se a população para de crescer e até decresce, se torna maior a proporção de idosos, que consomem, mas produzem menos ou até deixam de produzir. Com isso, a sustentabilidade econômica da nação diminui, podendo causar vários desiquilíbrios socioeconômicos.

Contudo, esse raciocínio está supondo que a capacidade produtiva dos trabalhadores varia pouco ao longo das gerações – o que não é verdade nos tempos atuais. Em função da educação, da infraestrutura produtiva e do ambiente de negócios, a produtividade dos trabalhadores pode mudar sensivelmente de uma geração para outra. Podemos ter inclusive o caso contrário ao raciocínio acima: quando uma população cresce muito, a sociedade não consegue garantir as condições adequadas de subsistência para sua parcela mais pobre, criando sobretudo problemas de alimentação, saúde, escolarização e formação para o trabalho. Nessas condições, uma população estável pode facilitar o investimento social necessário para garantir o crescimento econômico.

A China é um exemplo clássico dessas inúmeras situações. Considerado o país mais populoso do mundo (estima-se que foi suplantada pela Índia neste ano), usou o potencial de sua força de trabalho e do seu mercado consumidor para um crescimento econômico explosivo nas últimas décadas. Contudo, não podia arcar com os custos da educação das novas gerações, por isso o Estado instituiu, em 1979, a política do filho único, proibindo de forma ditatorial que as famílias tivessem mais de um filho. A grande população era uma vantagem sobre certos aspectos e uma desvantagem sobre outros… Contudo, essa política começou a trazer novos problemas quando a população começou a envelhecer e a sobrecarga do sistema passou a dever-se não à educação dos jovens, mas sim ao cuidado com os idosos. Assim, a política do filho único foi substituída pela política de dois filhos.

A relação entre população e economia é mediada pela infraestrutura e a capacidade produtiva dos trabalhadores. Se uma população estaciona ou declina, os adultos em idade ativa precisam produzir mais para sustentar a si próprios, aos jovens e aos idosos (esses, cada vez mais frequentes na população). E aqui vale uma consideração importante: o Estado, quando realiza políticas públicas, está apenas alocando (de forma eficiente ou não) os recursos gerados pela própria sociedade. Em situações de forte desigualdade socioeconômica, como a que temos no Brasil, existe uma certa margem para melhorar o atendimento à população mesmo sem um aumento da produtividade. Mas o alcance dessa margem é pequeno. Mais cedo ou mais tarde, o Estado só poderá assistir adequadamente a população se a produtividade da economia aumentar.

Por isso, a redução do crescimento populacional representa uma pressão para que o Estado brasileiro seja mais eficiente no apoio ao desenvolvimento econômico. Um problema clássico nesse campo, que não temos como aprofundar aqui, só lembrar, é que políticas governamentais de estímulo a esse ou aquele setor têm tido resultados deprimentes no Brasil, frequentemente levando mais ao favorecimento de grupos econômicos específicos do que ao desenvolvimento econômico e social. De modo geral, os fatores chave para o aumento da produtividade da economia passam por (1) melhora na qualidade do ensino e na formação dos trabalhadores; (2) investimentos em infraestrutura lá onde ela se mostrou limitante ao desenvolvimento; (3) melhora no chamado ambiente de negócios, com tributação mais adequada, facilidade para abrir e fechar empreendimentos, desburocratização, etc.; (4) redução da pobreza, pois populações muito pobres não conseguem nem mesmo ser incluídas no mercado de trabalho.

O impacto da demografia nas políticas públicas e na vida das famílias

Se o crescimento populacional impacta a economia de um modo ou de outro, em função do desenvolvimento econômico, na gestão das políticas públicas o impacto é direto e sempre do mesmo tipo. Países com altas taxas de natalidade têm crescimento populacional elevado e precisam investir muito nos cuidados com a infância. Já países com baixas taxas de natalidade terão que investir em estruturas de apoio para a população idosa. E, vale a pena insistir, os recursos sempre saem da sociedade, estejamos falando de um Estado do bem-estar social altamente centralizador ou de um Estado mínimo neoliberal, que irá entregar essas tarefas ao setor privado.

Uma grande diferença entre as duas situações é que o gasto na infância e na juventude, se bem feito, é investimento que permite maior riqueza no futuro. Já o gasto com os idosos é, ou deveria ser, consumo da riqueza já produzida no passado. O grande problema é que a conta não fecha deste modo e, como mostram as discussões intermináveis sobre a previdência social, as contribuições pagas pela população ativa vão ser usados para financiar as aposentadorias da população inativa. Um trabalhador tem, por assim dizer, que produzir o suficiente para alimentar dois – e isso implica me teoria numa produtividade muito elevada. Além disso, com a longevidade crescente e os novos recursos da tecnologia médica, o sustento dos idosos se estende no tempo e se torna cada vez mais caro.

A redução das taxas de natalidade e, consequentemente, do número de filhos, também tem impacto direto na vida dos casais. Durante a juventude, casais sem filhos ou com poucos filhos têm mais recursos para si mesmos; mas, em compensação, terão menos apoio ou até mesmo estarão sozinhos na velhice. Investimentos bem planejados em previdência podem resolver os problemas materiais que vêm com a idade, mas são pouco eficientes no que diz respeito aos problemas afetivos, à solidão e ao abandono afetivo. Numa sociedade com famílias pequenas, os idosos tendem a ser um fardo cada vez maior para os adultos jovens e/ou para o Estado e os sistemas de atendimento social.

Muitas vezes ouvimos, em ambientes cristãos, a defesa de famílias grandes e a condenação das pequenas como se essas decisões dependessem tão somente de uma opção pessoal, motivada por uma ideologia individualista, que não deseja dividir o que tem com os filhos, ou por uma mentalidade cristã aberta à vida. Esses aspectos ideológicos e culturais realmente existem, mas o problema é mais complexo – mas essa é uma reflexão para o próximo artigo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Francisco: o Senhor livre a família humana do flagelo da guerra

Pio XII e o bombardeio de Roma (Vatican Media)

No Angelus, o Papa relembra o bombardeio, há oitenta anos, no bairro romano de São Lourenço. Denuncia que até hoje essas tragédias se repetem e pergunta: "Como isso é possível? Será que perdemos nossa memória?" Em seguida, reza pelo "querido povo ucraniano que sofre tanto".

Vatican News

Após a oração mariana do Angelus este 16 de julho, XV Domingo do Tempo Comum, o Papa quis recordar "que há oitenta anos, em 19 de julho de 43, alguns bairros de Roma, especialmente São Lourenço, foram bombardeados". O trágico aniversário foi para o Pontífice a ocasião, mais uma vez, para renovar o "não" à guerra e à perda da memória histórica.

"Será que perdemos nossa memória?"

"Infelizmente, até hoje essas tragédias se repetem. Como isso é possível? Será que perdemos nossa memória? Que o Senhor tenha piedade de nós e liberte a família humana do flagelo da guerra. Em particular, pedimos pelo querido povo ucraniano que está sofrendo tanto".

Esta, de fato, a oração de Francisco, que também recordou a solícita proximidade com as vítimas demonstrada na época pelo Pontífice, que visitou as ruínas, os mortos e os feridos, cercado pelos romanos que o aplaudiram gritando paz.

O venerável Papa Pio II quis ir para o meio do povo chocado...

Na Cidade Eterna, 3 mil mortos e 11 mil feridos

Somente no bairro romano de São Lourenço houve 717 mortos e 4 mil feridos, mas na cidade o número de mortos foi muito maior: 3 mil mortos e 11 mil feridos nos bairros Tiburtino, Prenestino, Casilino, Labicano, Tuscolano e Nomentano, que também foram bombardeados. Conforme testemunhado no local do Museu Histórico da Libertação, na Rua Tasso, 10 mil casas foram destruídas e 40 mil cidadãos ficaram sem-teto. Esse foi o primeiro bombardeio sobre Roma, no bairro San Lorenzo, em 19 de julho de 1943.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nossa Senhora do Carmo: a Virgem do Escapulário

Shutterstock | carlos 401

Por Padre Reginaldo Manzotti

Ser devoto de Maria é tomar posse do presente de Jesus. O fato de nos “agarrarmos” a ela nos mantém fiéis a Seu Filho Jesus, de modo particular sob o título de Nossa Senhora do Carmo.

No dia 16 de julho, celebramos a Festa de Nossa Mãe e Padroeira da Obra Evangelizar, Nossa Senhora do Carmo.

Seu histórico narra que, na Idade Média, monges atuavam como cavaleiros cruzados. Por volta de 1155, muitos deles, fatigados pelas batalhas empreendidas para conquistar a Terra Santa, fixaram-se no chamado Monte Carmelo, montanha na costa de Israel com vista para o Mar Mediterrâneo e cujo nome significa “jardim” ou “campo fértil”. Desejosos de uma vida autenticamente cristã, ali se estabeleceram e fundaram uma capela dedicada à Virgem Maria, razão pela qual ficaram conhecidos como Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.

Posteriormente, em 1226, o Papa Honório III concedeu a aprovação oficial da Igreja à Ordem fundada pelos monges carmelitas. Em 1235, os mouros voltaram à Terra Santa e promoveram brutal perseguição contra os cristãos. Para sobreviver, os monges separaram-se em dois grupos, cabendo a um deles a missão de defender o mosteiro, mas acabaram mortos e sua morada foi incendiada. O outro grupo dispersou-se em três regiões distintas: Sicília, na Itália; Creta, na Grécia; e Aylesford, na Inglaterra. Nesta última localidade, em 1238, chegaram a fundar um mosteiro, porém não foram aceitos pelas autoridades eclesiásticas locais e enfrentaram a ameaça de extinção.

A aparição de Nossa Senhora do Carmo

Em 16 de julho de 1251, no Convento de Cambridge, durante oração feita a Nossa Senhora pelo superior da Ordem, São Simão Stock, pedindo um sinal de sua proteção que fosse visível aos inimigos, o Escapulário da Virgem do Carmo foi entregue por Nossa Senhora com a seguinte promessa: “Recebe, meu filho muito amado, este Escapulário de tua Ordem, sinal de meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas: quem com ele morrer, não se perderá. Eis aqui um sinal da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e de amor eterno”.

Após essa aparição, a perseguição deixou de ocorrer e a Ordem tornou-se conhecida em toda a Europa, atraindo muitos adeptos. O Escapulário, por sua vez, foi incorporado aos objetos de uso corrente dos cristãos, como sinal da manifestação do Amor da Virgem Maria e símbolo de vida cristã dedicada a Deus.

“Eis a tua mãe”

Jesus manso humilde e misericordioso em sua vida foi despojado de tudo desde o momento de sua prisão.Tiraram-lhe suas vestes, a dignidade e começaram a esgotar-lhe a vida. O que restou a Jesus, humanamente falando, era o pouco de vida que chegava ao fim. Mas havia algo que ligava Jesus, que para Ele era preciosíssimo: junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse a ela: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa (Jo 19,25-27).

Jesus, em seus últimos momentos de vida, nos dá aquilo que é mais precioso e nos deixa como testamento de amor: “Eis ai tua mãe”. Ser devoto de Maria é tomar posse do presente de Jesus. Nos “agarrarmos” a ela nos mantêm fiéis a Seu Filho Jesus, de modo particular sob o título de Nossa Senhora do Carmo que traz o Santo Escapulário.

Acredito fielmente que em Nossa Senhora do Carmo aplica-se o que São Bernardo de Claraval testemunhou sobre Maria: “Quem recorreu à vossa proteção não foi por vós desamparado, Ó Clemente, Ó Poderosa, Ó sempre Virgem Maria”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Reflexão Para o XV Domingo do Tempo Comum (A)

Evangelho do domingo  (BAV, Vat.lat.39, f.67v)

Se o terreno, se os corações forem trabalhados pela simplicidade, pela autenticidade, pela educação libertadora daqueles ídolos, a Palavra descerá qual chuva fina, penetrando a terra e fazendo a semente frutificar.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

A demora na realização das promessas de Deus possibilita aos discípulos e a nós, entrarmos em crise. Percebendo essa situação, Jesus conta para eles e para nós, a parábola das sementes.

A Palavra de Deus é, em si mesma, boa e, se bem apresentada, produzirá muitos frutos; mas isso não depende só da Palavra; depende também das diversas situações em que se encontra o terreno onde ela é depositada, isto é, das diversas respostas.

A Palavra é oferecida e exatamente por ser oferecida, conserva em si todo o risco da negligência, do descaso, da não aceitação, da oposição.

De acordo com a parábola, ela poderá ser comida pelos pássaros, poderá cair entre as pedras e não criar raízes e, finalmente, poderá cair entre os espinhos e morrer sufocada.

Vamos refletir sobre cada um desses alertas feitos por Jesus. O primeiro se refere à semente que pode ser ciscada pelos pássaros. É o nosso medo do sofrimento, em relação ao caminho da cruz, tantas vezes abordado por Jesus e a busca incessante de realizações, de êxito. É como aquela pessoa que vê na possibilidade de exercer um serviço eclesial, como uma ocasião de prestígio, de ter status.

A semente que caiu entre as pedras e não criou raízes, representa aqueles que só externamente aceitaram a Palavra. Ela não foi aceita com profundidade. Teme-se que a adesão a Cristo seja ocasião de constrangimento, de envergonhar-se.

A que caiu entre os espinhos é a semente sufocada, imagem de muitíssimos cristãos. As preocupações da vida presente, a atração exercida pelo ter, pelo poder, pelo possuir, pelo ganhar se impõem, são obstáculos para o acolhimento da Palavra.

A Palavra não é ineficaz, mas falta o acolhimento. A Palavra se adapta às condições do terreno, ou melhor, aceita as respostas que o terreno dá e que com frequência são negativas. É necessário preparar o terreno, os corações, para que percam o endurecimento causado pelos ídolos das ideologias, do consumismo, do dinheiro, do prazer, das demais riquezas.

Se o terreno, se os corações forem trabalhados pela simplicidade, pela autenticidade, pela educação libertadora daqueles ídolos, a Palavra descerá qual chuva fina, penetrando a terra e fazendo a semente frutificar.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Bartolomeu Fernandes dos Mártires

São Bartolomeu Fernandes (arquisp)

16 de julho

São Bartolomeu Fernandes

Bartolomeu nasceu em Lisboa, em maio de 1514. Era filho de Domingos Fernandes e de Maria Correia, ambos de famílias tradicionais, abastadas e nobres. O filho foi batizado com o nome do santo apóstolo na igreja de Nossa Senhora dos Mártires e, por serem seus devotos, incluíram também o "dos Mártires" para homenagear Maria.

Foi educado na Corte portuguesa com muito requinte, recebeu sólida formação humanística e cristã. Cedo decidiu pela vida religiosa, ingressando na Ordem dos Dominicanos em 1528. Fez o noviciado no mosteiro de Lisboa, onde se diplomou em filosofia e teologia. Desde sua graduação, em 1538, foi professor nos vários conventos da capital da Corte, função que exerceu durante vinte anos.

Foi apresentado pela rainha Catarina para suceder o arcebispo de Braga e o papa Paulo IV confirma-o, em 1559. Bartolomeu aceitou essa dignidade por obediência ao seu prior provincial, o qual o teria indicado antes à rainha, de quem era conselheiro e confessor.

Iniciou a sua atividade na vastíssima arquidiocese empreendendo uma atividade apostólica de ação multifacetada e de cunho reformador. Realizou incontáveis visitas pastorais; empenhou-se na evangelização do povo, para isso publicando o "Catecismo ou doutrina cristã e práticas espirituais", que continua sendo editado. Atento e solicito à cultura e santificação do clero, instituiu aulas de teologia moral em vários locais da diocese e escreveu cerca de trinta obras doutrinais, cujas publicações atingiram o terceiro milênio. Uma que mereceu particular importância foi o "Stimulus pastorum", distribuída aos padres dos Concílios Vaticano I e II, e que foi editada mais de vinte vezes.

Esse empenho reformador o bispo Bartolomeu dos Mártires imprimiu, também, em espaços estruturais e durante toda a sua vida. Em 1560, confiou aos padres jesuítas o ensino público a cargo da arquidiocese de Braga, o que originou o excelente Colégio de São Paulo.

No ano seguinte, construiu o Convento da Santa Cruz na cidade de Viana do Castelo.

Participou no Concílio de Trento, de 1561 a 1563, onde apresentou mais de duzentas e sessenta petições como síntese das interpelações de reforma para a Igreja. Solidificou ainda mais a marca do grande reformador que era, quando, no ano seguinte, efetuou, em Braga, um sínodo diocesano, e, depois de dois anos, um outro, provincial.

Foi ele também que, entre 1571 e1572, idealizou e iniciou a construção do Seminário Conciliar no Campo da Vinha. Nesse ano, decidiu renunciar ao arcebispado de Braga. Foi para o Convento da Santa Cruz, onde se manteve recolhido, dedicando-se aos estudos eclesiásticos e à pregação até morrer, em 16 de julho de 1590. Reconhecido e aclamado pelo povo por sua santidade como pai dos pobres e dos enfermos, seu túmulo encontra-se na antiga igreja dominicana em Viana do Castelo, Portugal.

O papa João Paulo II proclamou-o, em 2001, bem-aventurado Bartolomeu Fernandes dos Mártires, no dia litúrgico de são Carlos Borromeu, com quem o bem-aventurado trabalhou, arduamente, na concretização dos objetivos do Concilio de Trento.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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sábado, 15 de julho de 2023

As experiências que você precisa ter antes de se casar

Syda Productions | Shutterstock

Por Cecilia Zinicola

As decisões que vocês podem tomar como casal antes do casamento são cruciais.

Não basta se apaixonar por alguém. Para ter um casamento feliz, você precisa ser capaz de compartilhar sua vida com essa pessoa. Antes de subir ao altar, você deve considerar seriamente a possibilidade – ou impossibilidade – de construir uma vida juntos. Aqui estão algumas experiências pelas quais todo casal deve passar antes de decidir se casar…

1DESFRUTANDO DE UM HOBBY JUNTOS

Como casal, é importante desenvolver um vínculo de amizade compartilhando um hobby. Alguns psicólogos dizem que muitas crises conjugais ocorrem quando os casais têm mais lembranças ruins juntos do que boas. Portanto, os casais precisam estabelecer uma amizade que lhes dê estabilidade e lhes permita compartilhar boas lembranças e planos para o futuro.

2SUPERAÇÃO DE CONFLITOS

Couple SAD WOMAN

Uma crise é uma oportunidade para mudar e crescer. Todo relacionamento passa por crises, mas se você lidar com elas da maneira correta, sairá mais forte e mais unido. No processo de conhecer um ao outro, as crises nos ajudam a aprender mais sobre os pontos fortes e fracos de cada um.

Aceitar um ao outro é a chave para um relacionamento frutífero. E se um de vocês não suportar a ideia de conviver com os defeitos do outro, ou se as diferenças forem muito profundas ou tocarem em valores fundamentais, é melhor não continuar o relacionamento. Muitos casamentos terminam porque um dos cônjuges ingenuamente pensou que poderia mudar o outro.

3APRENDENDO A ESPERAR

A doação física total de si mesmo à outra pessoa cria um vínculo emocional muito forte que pode afetar nossa liberdade de escolher se queremos ou não compartilhar nossa vida com a outra pessoa. O fato de nos lançarmos em um relacionamento sexual cedo demais também pode nos levar a negligenciar todos os outros aspectos da pessoa que amamos: sua personalidade, talentos, valores, medos, preocupações e alegrias. A questão não é rejeitar o desejo sexual, mas aprender a controlá-lo por amor e para nos entregarmos um ao outro mais tarde. O objetivo é ser capaz de se entregar totalmente, com fidelidade e confiança.

4COMPARTILHAR O TEMPO COM AMIGOS E FAMILIARES

Conhecer e entender uns aos outros envolve não apenas o diálogo, mas também a maneira como nos comportamos em relação à nossa família, aos nossos colegas e uns aos outros. Trata-se de ver como a outra pessoa lida com diferentes situações da vida. Situações cotidianas podem ajudá-lo a ver se a pessoa por quem você se apaixonou é a pessoa que você quer que seja um modelo para seus filhos um dia. Trata-se de ver se você poderia passar o resto de sua vida com ela.

5DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO ÍNTIMA

A intimidade é uma dimensão essencial do crescimento de um casal. É como conhecemos o mundo interior da outra pessoa, com seus humores, emoções, sentimentos, julgamentos e decisões.

Durante essa fase de conhecimento mútuo, as conversas profundas podem nos ajudar a nos conhecermos muito melhor do que simplesmente compartilhar momentos de entretenimento. É claro que não aprendemos tudo o que há para saber sobre ela ou ele quando saímos juntos. Mas podemos aprender o suficiente para tomar uma decisão informada sobre a continuidade ou não de nosso relacionamento. Quanto mais homens e mulheres se comunicarem, mais rico será o “nós” que se desenvolve no espaço entre eles.

6PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO

Muitos conflitos surgem da falta de compreensão. Nem sempre entendemos, por exemplo, as diferenças entre homens e mulheres que afetam nossa maneira de ser, pensar e viver, as coisas que nos tornam indivíduos únicos. Aprender sobre essas diferenças fundamentais – e muitas outras – pode ajudar muitos casais a superar obstáculos, a se entenderem… e a se amarem melhor.

É fácil entender a necessidade de uma educação acadêmica, pensamento crítico e uma série de habilidades. Mas nossas emoções também precisam ser educadas, e não podemos fazer isso sozinhos. Os casais precisam dedicar tempo para aprender sobre amor, comunicação e complementaridade. A sexualidade e o ciclo de fertilidade da mulher também fazem parte desse quebra-cabeça.

Basicamente, trata-se de aprender a aceitar e amar a outra pessoa em toda a sua riqueza e complexidade, ao mesmo tempo em que nos conhecemos. Não somos todos iguais e nossas respostas emocionais variam consideravelmente, dependendo do nosso gênero, histórico e personalidade. Conhecer essas diferenças pode nos dar as ferramentas necessárias para administrar nossas diferenças com habilidade e paciência como casal e pode nos ajudar a evitar muitas crises futuras.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

SÃO CARLOS BORROMEU: A casa construída sobre a rocha (2/4)

São Carlos salvo milagrosamente do atentado, Giovanni Battista della Rovere, chamado o Fiammenghino, Catedral de Milão

Arquivo 30Dias – 07/08 - 2011

SÃO CARLOS BORROMEU:
A casa construída sobre a rocha

“Tudo o que São Carlos fez e realizou, o edificou sobre a rocha indestrutível que é Cristo, na plena coerência e fidelidade ao Evangelho, no amor incondicionado pela Igreja do Senhor”. O discurso do arcebispo emérito de Milão no Meeting de Rímini

pelo Cardeal Dionigi Tettamanzi

O centenário de Milão a Rímini

Para mim é uma grande alegria que o centenário de São Carlos, iniciado com a palavra do Papa, em um certo sentido se conclua aqui em Rímini, com este evento que se apresenta com sua dupla face; cultural e espiritual.

Sem qualquer dúvida há o aspecto cultural: com efeito, hoje é inaugurada uma mostra didática sobre a vida e a obra pastoral de Carlos Borromeu; há painéis, legendas, materiais de multimídia; há um catálogo com contribuições científicas. Tudo isso é importante, porque permite que se conheça sempre melhor, além das muitas simplificações e outras leituras parciais ou até mesmo ideologicamente preconceituosas, a verdadeira face deste grande bispo, autêntico intérprete da reforma tridentina da Igreja.

Pessoalmente, faço questão de evidenciar principalmente o aspecto espiritual da iniciativa, como claramente emerge no título escolhido pelos organizadores para esta mostra: “A casa construída sobre a rocha”. A referência é à célebre página que conclui o Discurso da Montanha, com a parábola dos dois homens que constroem a sua casa, o primeiro sobre a areia, e o outro sobre a rocha. O resultado é obviamente previsível: a casa do primeiro, diante das primeiras adversidades da vida e às tempestades da história, desaba inexoravelmente; a casa do segundo, apesar das dificuldades da vida e dos transtornos da história fica em pé e resiste. E a rocha sobre a qual a casa foi construída é Cristo Senhor, é o seu Evangelho de verdade e de vida (cf. Mt 7, 24-27).

Na verdade essa parábola pode ser referida de modo particular a São Carlos e à sua obra: tudo o que ele fez e realizou, o edificou sobre a rocha indestrutível que é Cristo, na plena coerência e fidelidade ao Evangelho, no amor incondicionado pela Igreja do Senhor. Por isso o que São Carlos edificou resistiu às tempestades dos seus tempos; resistiu também às intempéries dos séculos que passam, como testemunha o fato de que hoje muitas das suas intuições, muitas das soluções pastorais e institucionais propostas por ele ou prefiguradas conservam uma sua permanente validade, uma sua incisiva atualidade, não apenas para a diocese de Milão, para também para toda a Igreja latina ocidental.

Um santo atual ou inatual?

Não falo por acaso de “atualidade”, porque devo confessar a vocês que muitas vezes, durante este centenário, perguntei-me, repassando os aspectos salientes da santidade de Carlos Borromeu, se ele ainda hoje é realmente um santo “atual”: ou seja, se tem alguma coisa de grande significado para dizer ao nosso presente, se ainda hoje é para nós – como foi quatrocentos anos atrás – um modelo de vida evangélica não apenas para admirar, mas também de várias maneiras para imitar.

Talvez seja uma pergunta meio desnecessária, à qual podemos sem dúvida responder positivamente: sim! Ainda hoje São Carlos fala a nós, ainda hoje para nós é um válido modelo de santidade. E a carta do Papa da qual nos inspiramos, a própria mostra organizada aqui em Rímini, as iniciativas de vários tipos que constelaram este ano “carolino”, provam isso de maneira irrevogável.

Certamente não podemos correr o risco de cair em algum anacronismo, porque devemos reconhecer abertamente que muitas coisas na Igreja e no mundo de hoje mudaram com relação à situação da Igreja e da sociedade do final do séc. XVI. Devemos também reconhecer que alguns aspectos da ação pastoral de São Carlos – assim como alguns aspectos do seu estilo de vida (pensemos principalmente à sua rigorosíssima ascese penitencial) – não são material e automaticamente reproponíveis hoje sem necessárias e adequadas mediações.

Mas, apesar desta óbvia constatação, que por outro lado vale sempre quando nos referimos aos personagens do passado, há alguns pontos salientes da santidade de Carlos Borromeu que, no seu significado mais profundo e evangélico, realmente têm um valor perene. E portanto um valor também para a nossa vida de cristãos do terceiro milênio, na medida em que também nós, hoje como ele quatrocentos anos atrás, queremos “construir a nossa casa sobre a rocha”, como “homens sábios”.

E ainda assim, deste ponto de vista, a figura de São Carlos é muito provocatória, porque coloca em crise muitos aspectos do modo de pensar e de viver do mundo atual. É por isso que durante o centenário, reunindo algumas experiências e recordações pessoais do meu aproximar-me e do entrar em relação com a figura de Borromeu, decidi escrever também um livro com um título sugestivo e estimulante: São Carlos, um reformador inatual.

Gostaria de deter-me um pouco nesse adjetivo. “Inatual”, com efeito, contrapõe-se imediatamente a “atual”. Porém, são dois termos que só aparentemente se contrapõem, porque um pode facilmente traspassar no outro. Assim, se por exemplo por “atual” entende-se “segundo a moda do momento”, “segundo a mentalidade do tempo presente”, “segundo a opinião partilhada pela maioria”, é claro que São Carlos é “inatual”. Já dissemos isso e queremos sublinhar para uma melhor compreensão da atualidade-inatualidade: os tempos de Borromeu não são os nossos; o seu modo de ler os problemas e de resolvê-los não é o nosso, nem mecanicamente podemos tomar algumas das suas soluções e aplicá-las ao nosso mundo, “atual” precisamente.

E vice-versa: se por “inatual” entende-se aquilo que se enraíza nos valores fundamentais da tradição cristã, se por “inatual” entende-se ficar ancorados àquela rocha que é Jesus Cristo e que dá verdadeira firmeza à toda a construção da casa, se tudo isso é julgado inatual apenas porque não se adapta àquilo que hoje é considerado “politicamente correto”, devemos então perguntar-nos se a inatualidade de São Carlos não se transforma em uma singular e urgente “atualidade” de reconsideração, de reavaliação das nossas medidas de juízo, de reforma do nosso modo de viver e de conviver.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Arcebispo de Chicago ataca divisão na Igreja e defende o papa

Cardinal Blase Cupich. | Daniel Ibañez/CNA

Por AC Wimmer/CNA Deutsch

REDAÇÃO CENTRAL, 14 Jul. 23 / 04:34 pm (ACI).-

O arcebispo de Chicago, cardeal Blase Cupich, disse confiar nas intenções do Caminho Sinodal Alemão, falou contra divisões e elogiou o pontificado do papa Francisco como “histórico” com palavras cuidadosamente escolhidas para uma entrevista à mídia diocesana alemã.

Descrito pela rádio alemã Domradio em 27 de junho “como uma das principais vozes da Igreja progressista nos EUA”, Cupich também falou sobre a bênção das uniões entre pessoas do mesmo sexo.

Respondendo sobre o Caminho Sinodal Alemão, reunião entre bispos e uma organização de funcionários leigos da igreja que já propôs o fim do celibato sacerdotal a ordenação de mulheres e a mudança da moral sexual católica para aceitar o homossexualismo, o cardeal de 73 anos reconheceu que não teve nenhuma visão direta em primeira mão do processo, mas expressou sua confiança nos bispos alemães.

“Eu sei que eles têm apenas as melhores intenções. São bons pastores que fazem o possível para ouvir a voz dos fiéis, para ver seus desejos e esperanças”, disse à Domradio.

Ao mesmo tempo, Cupich alertou: Se o processo alemão é “de fato um tipo de processo parlamentar no qual os votos democráticos são primordiais, no qual os votos são contados e os argumentos são confrontados, então seria realmente difícil defendê-lo de uma perspectiva católica”.

Cupich também abordou a questão das bênçãos para uniões homossexuais, tema que tem causado controvérsia particularmente na Alemanha, onde as cerimônias de bênção para casais do mesmo sexo são realizadas, contra diretrizes da Santa Sé.

O arcebispo americano enfatizou a necessidade de respeito e clareza, afirmando: “Não queremos espalhar a mensagem de que excluímos as pessoas ou não as respeitamos. Ao mesmo tempo, precisamos nos perguntar: o que exatamente significa abençoar uma união? É abençoar uma amizade, uma união não sacramental? Precisamos definir claramente o que queremos dizer com isso. Não vejo essa clareza na Igreja neste momento”.

O cardeal também comentou sobre a superação de divisões mais amplas na Igreja e o pontificado do papa Francisco. Ele expressou seu apoio e admiração pela liderança do pontífice romano.

“A divisão sempre esteve lá. Agora talvez esteja vindo mais à tona. O Santo Padre é corajoso ao enfrentar problemas que há muito fervilham sob a superfície”, disse ele.

Cupich acrescentou: “Tenho grande confiança no curso que o Santo Padre traçou. Sei que existem vozes críticas, mas são poucas. Eles são barulhentos, mas não são muitos”.

Cupich, cardeal desde 2016 e membro do dicastério para os Bispos da Santa Sé, concluiu com um apelo à atenção e abertura.

“Não teremos futuro se não valorizarmos também o nosso presente. Para onde o Espírito Santo quer nos levar neste momento? Tenho confiança no papa Francisco. Ele quer que estejamos atentos e às vezes deixemos nossas próprias perspectivas. É precisamente nestes momentos que sentimos a graça de Deus e vemos a ação do Espírito Santo”.

Na mesma entrevista, Cupich também abordou o papel das mulheres na Igreja, principalmente em relação à pregação.

Ele observou que as vozes das mulheres já estão sendo ouvidas em alguns contextos fora da celebração da Eucaristia. “Portanto, as reflexões e pensamentos das mulheres desempenham um grande papel para a Igreja”, disse o cardeal.

No entanto, Cupich enfatizou a ligação tradicional entre a proclamação do Evangelho e a homilia proferida pelo sacerdote. Ele sugeriu que poderia haver espaço para mulheres ou leigos oferecerem reflexões em outras partes da missa, talvez após receber a comunhão.

“Devemos procurar maneiras de fortalecer essas abordagens”, disse.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF