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sexta-feira, 21 de julho de 2023

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos (3/15)

Celibato eclesiástico (Presbíteros)

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos

CARD. Alfons M. Stickler

III. DESENVOLVIMENTO DO TEMA DA CONTINÊNCIA NA IGREJA LATINA

Afirmados os pressupostos necessários sobre o conceito e o método de investigação e exposição, analisaremos em primeiro lugar o tema da continência dos clérigos na Igreja Latina. 

  1. O Concílio de Elvira

Entre os testemunhos de diversos tipos que interessam para o nosso assunto, deve ser mencionado em primeiro lugar, o Concílio de Elvira. Na primeira década do século IV se reuniram bispos e sacerdotes da Igreja da Espanha, no centro diocesano de Elvira, perto da Granada para colocar sob uma regulamentação comum as diversas circunscrições eclesiásticas da Espanha, pertencente à parte ocidental do Império Romano, que gozava sob o governo do César Constâncio de uma paz religiosa relativamente boa. No período anterior, durante a perseguição dos cristãos, se havia constatado abusos em mais de um setor da vida cristã e havia sofrido danos graves na observância da disciplina eclesiástica. Em 81 cânones conciliares são emanadas disposições relativas às áreas mais importantes da vida eclesiástica, necessitadas de clarificação e de renovação, para reafirmar a antiga disciplina e para sancionar novas normas que se tinham tornado desnecessárias.

O Cânon 33 do Concílio contêm a já conhecida primeira lei sobre o celibato. Sob a rubrica: “Sobre os bispos e ministros (do altar), que devem ser continentes com suas esposas”, se encontra o seguinte texto dispositivo: “Se está de acordo sobre a proibição total, válida para bispos, sacerdotes e diáconos, ou seja, para todos os clérigos dedicados ao serviço do altar, que devem se abster de suas esposas e não gerar filhos; quem fizer isto deve ser excluído do estado clerical”. O cânon 27 já havia insistido na proibição de que habitassem com os bispos e outros eclesiásticos outras mulheres não pertencentes à sua família. Só poderiam levar para junto de si uma irmã ou uma filha consagrada virgem, mas de nenhum modo uma estranha. 

Destes primeiros e importantes textos legais se deve deduzir que muitos dos clérigos maiores da Igreja espanhola de então, talvez inclusive a maior parte, eram viri probati, quer dizer, homens casados antes de ser ordenados como diáconos, sacerdotes ou bispos. Todos, entretanto, estavam obrigados depois de ter recebido a Sagrada Ordenação a renunciar completamente do uso do matrimonio, quer dizer, à observância de uma perfeita continência. À luz dos final do Concilio de Elvira, assim como do Direito e da História do Direito do Império Romano, dotado de uma cultura jurídica que dominava naquela época também na Espanha, não é possível ver no cânon 33 (junto com o cânon 27) uma lei nova. Manifesta-se claramente, ao contrário, como uma reação contra a inobservância, muito estendida, de uma obrigação tradicional e bem conhecida a que se acrescenta, nesse momento, uma sanção: ou se aceita o cumprimento da obrigação assumida, ou se renuncia ao estado clerical. A introdução de uma novidade nesse terreno, com retroatividade geral das sanções frente a direitos adquiridos desde a Ordenação, teria causado num mundo como aquele, tão imbuído do respeito ao legal, uma verdadeira tempestade de protestos ante a evidente violação de um direito. Isto já o havia percebido Pio XI quando, na sua Encíclica sobre o sacerdócio, afirmou que essa lei escrita supunha uma práxis precedente.

         2.  A consciência da tradição do celibato nos Concílios africanos

Após a importante lei de Elvira deve ser considerada outra ainda mais importante para o nosso tema, e voltaremos a encontrar logo como ponto-chave de referência. Trata-se de uma declaração vinculante, formulada no segundo Concílio africano do ano 390 e repetida nos posteriores, que será posteriormente incluída no Código dos Cânones das Igrejas africanas (e nos cânones in causa Apiarii), formalizada no importante Concílio do ano 419. Sob o título: “que a castidade dos sacerdotes e levitas deve ser protegida”, o texto afirma: “O bispo Epigônio disse: de acordo com aquilo que o anterior Concílio afirmou sobre a continência e sobre a castidade, os três graus que estão ligados pela Ordenação a uma determinada obrigação de castidade, ou seja, bispos, sacerdotes e diáconos – devem ser instruídos de uma forma mais completa sobre o seu cumprimento. O bispo Genetlio continuou: como já mencionado, convêm que os sagrados bispos, os sacerdotes de Deus e os levitas, ou seja, aqueles que servem nos divinos sacramentos sejam continentes por completo, para que possam obter sem dificuldades o que pedem ao Senhor; para que também protejamos o que os Apóstolos ensinaram e é conservado desde antigamente”. “A isso os bispos responderam unanimemente: estamos todos de acordo que bispos, sacerdotes e diáconos, guardiães da castidade, se abstenham também de suas esposas, a fim de que em tudo e por parte de todos os que sirvam ao altar seja conservada a castidade”. 

Desta declaração dos Concílios de Cartago resulta que também na Igreja africana uma grande parte, talvez a maioria do clero maior, estava casada antes da ordenação, e que depois dela todos deviam viver em continência. Aqui esta obrigação é atribuída explicitamente ao sacramento da Ordem recebida e ao serviço do altar. Também é posta em relação explícita com um ensinamento dos Apóstolos e com uma observância praticada em todo o tempo passado (antiquitas), e se conclui com o assentimento unânime de todo o episcopado africano.  

Devido a uma disputa com Roma, que também foi abordada nestas assembleias conciliares africanas, podemos conhecer em que medida foram conhecidas e vividas naquela Igreja as tradições da Igreja antiga.

O sacerdote Apiário foi excomungado por seu bispo. Ele apelou para Roma, onde se aceitou o recurso por referência a algum cânon de Nicéia que autorizaria tais recursos. Os bispos africanos se declararam solidários com seu companheiro afirmando que não conheciam tal cânon niceno. Em diversas reuniões destes bispos, nas que também participaram delegados de Roma, se discutiu este problema e ainda se conservam os cânones in causa Apiarii. Os africanos alegavam que na sua relação dos cânones nicenos não aparecia uma disposição semelhante àquela, e tinham enviado delegados a Alexandria, Antioquia e Constantinopla para obter a informação pertinente. Mas também lá não se sabia nada sobre tais cânones. Mais tarde foi esclarecido o erro de Roma, baseado no fato de que lá se tinha adicionado aos cânones de Nicéia os do Concílio de Sárdica no ano 342, dedicado também à questão ariana e celebrado sob o mesmo presidente: o bispo Ósio de Córdoba. Por esse motivo, os cânones disciplinares de Sárdica foram acrescentados no arquivo de Roma aos de Nicéia, e todos tinham sido considerados nicenos. Em Sárdica se tinha aprovado aquele cânon (can. 3). A Igreja africana não teve dificuldade em demonstrar ao Papa Zózimo a errônea atribuição ao Concílio de Nicéia. 

A sessão principal dedicada a esta questão, que foi em 25 maio de 419, foi presidida por Aurélio, bispo de Cartago. Participavam o legado de Roma, Faustino de Fermo, com dois presbíteros romanos, Felipe e Acélio, além de 240 bispos africanos entre os quais estava Agostinho de Hipona e Alípio de Tagaste. O Presidente introduziu o debate com estas palavras: “Temos diante de nós os exemplares das disposições que nossos Padres trouxeram de Nicéia. Nós as conservamos em sua forma original e guardamos também os sucessivos decretos subscritos por nós”. Depois recitaram o Símbolo da fé na Santíssima Trindade, pronunciado por todos os Padres conciliares. 

Em terceiro lugar foi repetido o texto sobre a continência dos clérigos do Concílio de 390, ao que já aludimos, que então tinha sido recitado por Epigônio e Genetlio e que agora era pronunciado por Aurélio. O legado papal, Faustino, sob a rubrica “dos graus da Ordem Sagrada que devem abster-se de suas esposas”, acrescentou: “estamos de acordo que os bispos, sacerdotes e diáconos, quer dizer, todos os que tocam os Sacramentos como guardiães da castidade devem abster-se de suas esposas”. A isso responderam todos os bispos: “estamos de acordo que a castidade deve ser guardada em tudo e por todos os que servem ao altar”.  

Entre as normas que, tomadas do patrimônio tradicional da Igreja africana, foram em seguida relidas ou novamente decididas, se encontram no vigésimo quinto posto um texto do presidente Aurélio: “nós, queridos irmãos, acrescentamos também que em relação ao que foi dito da incontinência de alguns clérigos, que eram somente leitores, com suas próprias esposas, se decidiu o que também noutros Concílios foi confirmado: que os subdiáconos, que tocam os santos mistérios, e os diáconos, sacerdotes e bispos devem, segundo as normas vigentes para eles, abster-se da própria esposa e se comportar como se não a tivesse; e se não se aterem a isso, devem ser afastados do serviço eclesiástico. Os demais clérigos não estão obrigados até uma idade mais madura. Depois disso todo o Concílio respondeu: nós confirmamos tudo o que vossa santidade disse de maneira justa e é santo e agradável a Deus”. 

Recolhemos aqui com tanto detalhe este testemunho da Igreja africana do final do século IV e do começo do século V por causa de sua fundamental importância. Destes textos de deduz a clara consciência de uma tradição baseada não somente numa persuasão geral, que ninguém suspeitava, mas também em documentos bem conservados. Naqueles anos foram encontrados ainda no arquivo da Igreja africana as atas originais que os Padres tinham trazido do Concílio de Nicéia. Se houvesse disposições contrárias ao celibato eclesiástico tal e como o vemos afirmado, tinham sido mencionadas da mesma forma que sucedeu com o erro ou o descuido da Igreja romana a respeito dos cânones de Sárdica atribuídos a Nicéia.

Tudo isto mostra também a consciência de uma tradição comum da Igreja universal, cujas diversas partes guardam uma comunhão viva entre si. O que na Igreja Africana foi afirmado muito explícita e repetidamente sobre a origem apostólica e a observância, transmitida desde a Antiguidade, da continência dos eclesiásticos junto com as sanções aos que a desobedecessem, não teria sido certamente aceito de modo tão geral e pacífico se não houvesse tido o aval de ser um fato comumente conhecido. Sobre isso temos ainda testemunhos explícitos da Igreja Oriental, que teremos oportunidade de analisar.

Alfons M. Stickler
Cardeal Diácono de São Giorgio in Velabro
CIDADE DO VATICANO 

Tradução para o português:

Pe. Anderson Alves.
Contato: 
amralves_filo@yahoo.com.br

Fonte: https://presbiteros.org.br/

O surpreendente significado por trás do nome da Virgem Maria

Stella Maris / Public Domain

Por Philip Kosloski

"Maria" é um nome de rico significado no mundo antigo.

Após o seu nascimento, celebrado liturgicamente em 8 de setembro, os pais da Santíssima Virgem decidiram chamá-la de Maria, cooperando com o desígnio divino e lhe dando um nome que seria invocado por toda a eternidade.

Semelhante a outros nomes bíblicos, Maria tem um significado e uma série de conexões espirituais.

A forma hebraica do nome é Miryam. Alguns estudiosos bíblicos veem nela as palavras hebraicas mar (amargo) e yam (mar). Este primeiro significado pode referir-se ao amargo sofrimento de Maria na cruz e às suas muitas lágrimas de dor.

Outra interpretação da palavra mar dá ao nome de Maria um sentido de “gota do mar” – o que São Jerônimo traduziu para o latim como stilla maris, que, mais tarde, veio a ser alterado para stella (estrela) maris. Daí outro título popular de Maria como “Estrela do Mar”. Os marinheiros da época estavam acostumados a olhar para as estrelas em busca de orientação, e, portanto, chamar Maria de “Stella maris” se referia à sua faculdade de guiar os pecadores rumo à eternidade.

Outra tradução de miryam se concentra na palavra hebraica mari e vê nela a palavra “senhora”, tornando assim Maria “Senhora do Mar”.

São Boaventura se baseou em todos estes significados e combinou o seu simbolismo, dando a cada um o seu próprio sentido espiritual:

“Este nome santíssimo, doce e digno, foi eminentemente adequado para uma virgem tão santa, doce e digna. Maria significa um mar amargo, estrela do mar, a iluminada ou iluminadora. Maria é interpretada como Senhora. Maria é um mar amargo para os demônios; para os homens, é a Estrela do mar; para os Anjos, é a iluminadora; e para todas as criaturas, ela é a Senhora”.

São Tomás de Aquino relatou um simbolismo semelhante: “Maria significa Estrela do Mar, pois, assim como os marinheiros são guiados ao porto pela estrela do oceano, os cristãos alcançam a glória por meio da intercessão materna de Maria”.

Embora a etimologia exata ainda seja debatida pelos estudiosos, a Igreja tradicionalmente aceita essas interpretações piedosas e considera Maria como a “Estrela do Mar”, para a qual todos olhamos durante as tempestades da nossa vida terrena.

Aliás, o tesouro litúrgico da Igreja preserva um antigo hino a Maria chamado “Ave Maris Stella“, que remonta ao século VIII e que resume com perfeição o papel de Maria segundo o significado de seu nome.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Onu: renda dos pobres não volta aos níveis anteriores à pandemia

Um indigente no centro de Madri (Thomas Coex / Afp) / Vatican News

A pandemia da Covid-19, a inflação e a guerra na Ucrânia causaram um agravo na situação global dos últimos três anos. Ao todo, mais de um bilhão de pobres, cerca de um sexto da população mundial. É o que observam as Nações Unidas, que pedem uma suspensão no pagamento da dívida externa dos chamados países em desenvolvimento.

Vatican News

No mundo, mais de 75 milhões de pessoas vivem com menos de dois dólares por dia; as que ainda têm à disposição menos de 3,65 dólares (cerca de 90 milhões) à disposição são bem mais. O relatório da Onu sobre a pobreza denuncia que estes dados mais recentes estão ligados a três fatores que caracterizaram os últimos três anos: a pandemia da Covid-19, a inflação e a guerra na Ucrânia. No mundo inteiro, um bilhão e cem mil pessoas vivem na pobreza, das quais 80% na África subsaariana (534 milhões) e no sul da Ásia (389 milhões).

Antes e depois da pandemia

Por causa destes principais eventos, desde 2020 até o fim de 2023, 165 milhões de "novos pobres" vivem com dois ou três dólares por dia. O relatório da Onu afirma ainda: “As pessoas que vivem em extrema pobreza sofrem, cada vez mais; estima-se que a sua renda, em 2023, permanecerá ainda mais abaixo dos níveis anteriores à pandemia”. Em um comunicado, o chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Achim Steiner, declara: “Os países que investiram em redes de segurança, nos últimos três anos, impediram que um grande número de pessoas caísse na pobreza. Em países altamente endividados existe uma correlação entre elevados níveis de endividamento, gastos sociais insuficientes e aumento alarmante dos índices de pobreza”. Por isso, a Onu pede a suspensão do pagamento das suas dívidas.

Exemplo do Camboja

O relatório, porém, traz notícias também positivas, em relação a 25 países. Na verdade, este é o número de Estados que reduziram a pobreza, até à metade, em quinze anos, demonstrando que este caminho a ser percorrido não é impossível. A análise do Pnud se concentra sobre vários países, de modo particular, os africanos e asiáticos, mas também em outras realidades como Honduras. O dado mais encorajador diz respeito ao Camboja, onde os indigentes diminuíram de cinco para três milhões, nos últimos 7 anos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Amigo, uma dádiva que torna a vida mais digna e mais nobre

Ao meu amigo (comshalom)

AMIGO, UMA DÁDIVA QUE TORNA A VIDA MAIS DIGNA E MAIS NOBRE

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ) 

No dia 20 de julho de 1969, o ser humano chegava a lua, rompendo com distâncias até aquele momento intransponíveis e abrindo-nos para o horizonte de uma cidadania universal, aproximando e unindo as pessoas de toda a Terra. Quem fez esta leitura foi o dentista argentino Enrique Febbaro, que afirmava que neste dia findavam as fronteiras e inaugurávamos um mundo fraterno e amável.  

Para celebrar esta conquista criou o dia mundial do amigo, entusiasmo idealista que valeu-lhe ser duas vezes mencionado como candidato ao prêmio Nobel da paz. Embora esta lembrança tem sido acolhida em vários países e servido para exaltar a amizade como um sentimento altruísta que nos faz evoluir e ser melhores, estamos ainda longe do propósito da data. 

Pensávamos com a mesma esperança e inocência que a pandemia que congregou empenhos e colaboração para vencer o flagelo do coronavírus, faria emergir uma humanidade mais sensível e compassiva.  

Continuamos afetados por guerras, violências e divisões que ceifam inúmeras vidas, fazendo adoecer também o planeta.  Mas confiamos numa esperança que não decepciona,  Aquele que nos revelou que não há maior amor que dar a vida pelos amigos, e selou com o seu Sangue  uma Aliança eterna de amizade que dia a dia faz crescer o Reino do amor fraterno, da graça e da justiça. 

 Como Enrique que inventou o Dia do Amigo testemunhemos e louvemos ao Senhor e Pai das misericórdias, pelos amigos que temos, que nos ouvem e compartilham conosco a conta de sofrimentos que a vida nos cobra passo a passo, mas também nos alegram com seu afeto e amor incondicional, constituindo um amparo,  

Porto Seguro e ombro hospitaleiro que nunca falha e sempre está disponível. Que Jesus o amigo e companheiro de todas as horas, nos ensine sempre a ser amigos fiéis, que permanecem sempre ao lado de quem precisa para que todos possam contar e confiar com nossa lealdade. Deus seja louvado!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Do Tratado sobre os Mistérios, de Santo Ambrósio, bispo

Santo Ambrósio (liturgiadashoras)

Do Tratado sobre os Mistérios, de Santo Ambrósio, bispo

(Nn.29-30.34-35.37.42: SCh25 bis,172-178)                (Séc.IV)

Instrução sobre os ritos depois do batismo

Em seguida banhado nas águas do Batismo, subiste em direção ao sacerdote. Pensa no que se seguiu. Não foi aquilo que Davi cantou: Como o bálsamo na cabeça que desce pela barba, pela barba de Aarão? É o mesmo bálsamo de que fala Salomão: Bálsamo derramado é o teu nome, por isto as jovens te amaram e te atraíram. Quantas almas renovadas hoje te amam, Senhor Jesus, dizendo: Atrai-nos em teu seguimento, correremos ao odor de tuas vestes, para que respirem o odor da ressurreição.


Entende de que modo se faz, pois os olhos do sábio estão em sua cabeça. A unção escorre pela barba, isto é, pela beleza da juventude; pela barba de Aarão para te tornares da raça eleita, sacerdotal, preciosa. Porque todos no reino de Deus somos também ungidos pela graça espiritual para o sacerdócio.


 Recebeste depois a veste branca, indício de teres despido a crosta dos pecados e revestido a casta túnica da inocência, lembrada pelo Profeta quando diz: Asperge-me com o hissopo e serei limpo, lavar-me-ás e serei mais branco do que a neve. Ora, quem é batizado vê-se purificado pela lei e pelo Evangelho: segundo a lei, porque como um ramo de hissopo Moisés aspergia o sangue do cordeiro; segundo o Evangelho, porque eram brancas como a neve as vestes de Cristo quando revelou a glória de sua ressurreição. Mais do que a neve se torna alvo aquele a quem se perdoa a culpa. O Senhor, por intermédio de Isaías, diz: Se vossos pecados forem como a púrpura, eu os alvejarei como a neve.


Trazendo esta veste, recebida no banho do novo nascimento, a Esposa diz, nos Cânticos: Sou escura e formosa, filhas de Jerusalém. Escura, pela fragilidade da condição humana; formosa pela graça. Escura, por vir dentre os pecadores; formosa, pelo sacramento da fé. Vendo tais roupas, exclamam estupefatas as filhas de Jerusalém: Quem é esta que sobe tão alva? Ela era escura; donde lhe veio agora de repente este brilho? 


Cristo, que assumira uma veste sórdida, como se pode ler em Zacarias, por causa de sua Igreja, ao vê-la em vestes brancas, com a alma pura e lavada pelo banho do novo nascimento, diz: Como és formosa, minha irmã, como és formosa, teus olhos parecem-se com os da pomba, sob cuja forma desceu do céu o Espírito Santo. 

Lembra-te então que recebeste a marca espiritual, o Espírito de sabedoria e de inteligência, o espírito de conselho e de força, o espírito de ciência e de piedade, o espírito do santo temor. Guarda o que recebeste. Deus Pai te assinalou, o Cristo Senhor te confirmou e deu o penhor do Espírito em teu coração, como aprendeste com a leitura do Apóstolo.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Os brinquedos que marcaram a infância de Santa Teresinha

© Sanctuaire de Lisieux

Por Anna Ashkova

Seus brinquedos nos fazem lembrar que os santos são pessoas normais que respondem extraordinariamente à graça de Deus, como fez Santa Teresinha.

Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira universal das missões, padroeira secundária da França e doutora da Igreja – entre outras coisas – teve uma infância bastante comum, apesar do sofrimento pela morte da mãe quando ela tinha apenas cinco anos.

Testemunhas da infância de uma santa, os brinquedos prediletos da “pequena flor” estão preservados na Maison des Buissonnets, em Lisieux, onde Santa viveu 11 anos de sua vida (de 1877 até sua entrada na Ordem Carmelita, em 1898).

As memórias da infância, aliás, fizeram parte dos registros de Santa Teresinha. Ela escreveu: “Os anos ensolarados da minha infância passaram rápido demais, apesar da doçura que deixaram em minha alma.”

Tal doçura reflete-se em seus brinquedos de infância. Eles também nos fazem lembrar que os santos são pessoas normais que respondem extraordinariamente à graça de Deus.

Então, vamos conferir alguns desses brinquedos que marcaram a infância de Santa Teresinha.

1UMA LINDA BONECA

Les jouets de sainte Thérèse de Lisieux

Como muitas meninas de sua idade, Teresa de Lisieux tinha uma boneca com a qual passava horas brincando em seu quarto.

2UM QUEBRA-CABEÇA DE CUBO

Les jouets de sainte Thérèse de Lisieux

Em Lisieux também está guardado um quebra-cabeça em formato de cubos que era de Santa Teresinha.

3UMA CORDA DE PULAR

Les jouets de sainte Thérèse de Lisieux

A pequena Teresa deve ter brincado muito de pular corda no jardim de casa!

4UM PANDEIRO

Les jouets de sainte Thérèse de Lisieux

Maison des Buissonnets também preserva alguns dos instrumentos musicais da família, incluindo este pequeno pandeiro.

5UM JOGO DE TABULEIRO

Les jouets de sainte Thérèse de Lisieux

Há também um jogo magnético de perguntas e respostas. O jogador tinha que colocar uma das cartas de perguntas no centro. Jacquot, o Mágico (representado por um papagaio) se movia por meio de um engenhoso truque de ímãs para apontar seu bico para a resposta correta.

6UM IOIÔ

Les jouets de sainte Thérèse de Lisieux

Este ioiô perfeitamente conservado prova que a pequena Teresa cuidava bem de seus brinquedos.

7UM JOGO DE CHÁ

Les jouets de sainte Thérèse de Lisieux

As irmãs Martin provavelmente passavam as tardes brincando com seu jogo de chá.

8UM CALEIDOSCÓPIO

Les jouets de sainte Thérèse de Lisieux

Em suas memórias, Celina Martin, a irmã mais próxima de Teresa, relata que elas adoravam brincar com este caleidoscópio: “Ela me contava sobre um conhecido brinquedo com o qual nos divertíamos na infância. Era um caleidoscópio, uma espécie de telescópio em cujo extremo se viam belos desenhos de várias cores; se alguém girasse o instrumento, esses desenhos variavam infinitamente”.

9VÁRIOS JOGOS

Les jouets de sainte Thérèse de Lisieux

Maison des Buissonnets também guarda outros brinquedos e jogos de tabuleiro que já pertenceram à família Martin, como damas, por exemplo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Os conselhos de santo Tomás de Aquino para ser um estudante de sucesso

A apoteose de santo Tomás de Aquino / Francisco de Zurbarán - Domínio público - Wikimedia Commons

Por Abel Camasca

REDAÇÃO CENTRAL, 19 Jul. 23 / 11:26 am (ACI).- Ontem (18), foi comemorado o 700º aniversário da canonização de santo Tomás de Aquino. O santo (1225-1274) é o mais importante teólogo da história da Igreja. Desde muito jovem demonstrou enormes qualidades para os estudos.

No Concílio de Trento (1545-1563) havia três livros oficiais de referência: a Bíblia, os decretos papais e a Summa Theologica deste Doutor da Igreja.

O padroeiro dos estudantes católicos deu o seguinte conselho para “alcançar o conhecimento”. Além disso, o próprio santo conclui dizendo que se tudo isso for cumprido, então o que se deseja será alcançado.

As recomendações são as seguintes:

“Já que me pediste, frei João - irmão, para mim, caríssimo em Cristo -, que te indicasse o modo como se deve proceder para ir adquirindo o tesouro do conhecimento, devo dar-te a seguinte indicação: deves optar pelos riachos e não por entrar imediatamente no mar, pois o difícil deve ser atingido a partir do fácil. E, assim, eis o que te aconselho sobre como deve ser tua vida:

1. Exorto-te a ser tardo para falar e lento para ir ao locutório.

2. Abraça a pureza de consciência.

3. Não deixes de aplicar-te à oração.

4. Ama frequentar tua cela, se queres ser conduzido à adega do vinho da sabedoria.

5. Mostra-te amável com todos, ou, pelo menos, esforça-te nesse sentido; mas, com ninguém permitas excesso de familiaridades, pois a excessiva familiaridade produz o desprezo e suscita ocasiões de atraso no estudo.

6. Não te metas em questões e ditos mundanos.

7. Evita, sobretudo, a dispersão intelectual.

8. Não descuides do seguimento do exemplo dos homens santos e honrados.

9. Não atentes a quem disse, mas ao que é dito com razão e isto, confia-o à memória.

10. Faz por entender o que lês e por certificar-te do que for duvidoso.

11. Esforça-te por abastecer o depósito de tua mente, como quem anseia por encher o máximo possível um cântaro.

12. Não busques o que está acima de teu alcance.

13. Segue as pegadas daquele santo Domingos que, enquanto teve vida, produziu folhas, flores e frutos na vinha do Senhor dos exércitos.

Se seguires estes conselhos, poderás atingir o que queres”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos (2/15)

Celibato eclesiástico (Presbíteros)

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos. 

CARD. Alfons M. Stickler

1.      Orientações para a investigação sobre a origem e desenvolvimento do celibato eclesiástico

O segundo pressuposto para alcançar um conhecimento correto da origem e do desenvolvimento do celibato eclesiástico – ao que podemos chamar simplesmente “continência” sexual, uma vez esclarecido o seu significado – é tanto mais importante quanto melhor advertimos a variedade de opiniões sobre a origem e primeiro desenvolvimento da obrigação de continência, e pode ser explicado pelo fato do método justo de investigar e expor a questão não ser observado.  

Deve-se notar aqui que, em geral, cada campo científico tem a sua própria autonomia em relação aos demais, com base no seu objeto próprio e no método postulado por ele. É verdade que na investigação científica sobre ciências relacionadas existem regras comuns que devem ser observadas. Por exemplo, em uma investigação de caráter histórico não se pode prescindir da regra que prescreve uma crítica preliminar das fontes, que determine a autenticidade e a integridade destas, para se ocupar depois do seu valor intrínseco sobre essa base, ou seja, sobre sua credibilidade e valor demonstrativo. 

Neste contexto, é absolutamente necessária a capacidade e a vontade de compreender e utilizar adequadamente documentos e o seu conteúdo. Somente sobre essa base segura – autenticidade, integridade, credibilidade e valor – se pode desenvolver uma adequada hermenêutica ou interpretação das fontes. 

Junto a esses pressupostos metodológicos gerais, é necessário também aplicar a metodologia especificamente requerida por cada ciência. A historiografia filosófica competente, por exemplo, exige um conhecimento adequado da filosofia, bem como a historiografia teológica pressupõe o conhecimento da teologia e a historiografia da medicina ou da matemática requerem um conhecimento suficiente destas ciências. Do mesmo modo, na historiografia jurídica não pode faltar o conhecimento do Direito e das suas exigências metodológicas próprias. 

De acordo com o dito, deve-se ter em conta que a história do celibato eclesiástico implica, em seu conteúdo e desenvolvimento, o Direito e a Teologia da Igreja. Por isso, se queremos fazer uma boa hermenêutica dos testemunhos históricos (fatos e documentos), não se pode prescindir do método próprio do Direito Canônico e da Teologia. O significado e a necessidade destas observações, que à primeira vista podem parecer abstratas, serão evidentes ao aplicá-las de modo concreto à questão que agora estudamos.

2.      Raízes do recente debate sobre as origens do celibato 

No final do século passado tivemos uma áspera discussão sobre a origem do celibato eclesiástico, ainda recordada e influente. Gustav Bickell, filho de um jurista e ele mesmo orientalista, atribuía a origem do celibato a uma disposição apostólica, apoiando-se principalmente em testemunhos orientais. Respondeu-lhe Franz X. Funk, conhecido estudioso da história eclesiástica antiga, negando que se pudesse fazer tal afirmação, já que a primeira lei conhecida sobre o celibato remonta ao início do quarto século. Depois de um duplo confronto de escritos sobre o assunto, Bickell fez silêncio, enquanto Funk repetia uma vez mais, sinteticamente, seus resultados, sem receber uma resposta do seu adversário. Recebeu, pelo contrário, importante consenso de dois grandes estudiosos, como eram E. F. Vacandard e H. Leclercq. A autoridade e influência de suas opiniões, difundidas amplamente pelos meios de difusão (dicionários), concederam à tese de Funk um consenso considerável, que perdura até hoje. 

Considerando o que acabamos de dizer sobre as premissas dos princípios metodológicos na investigação, deve-se notar que F. X. Funk, ao formular as suas conclusões não levou em conta, sobretudo, os critérios gerais de interpretação das fontes, que em um estudioso altamente qualificado, como ele sem dúvida era, é realmente estranho. Aceitou como bom, e a utilizou como um dos seus principais argumentos contra a opinião Bickell, a narração espúria sobre a intervenção do bispo e monge egípcio Pafnucio, no Concílio de Nicéia em 325. E isto, ao contrário da crítica básica externa das fontes que, já antes dele, tinha afirmado repetidamente a não autenticidade deste episódio (o que está comprovado, como demonstraremos, ao falar, na quarta parte, do Concílio de Nicéia). Funk cometeu um erro metodológico ainda maior, embora menos culpável, ao aceitar apenas só a existência de uma obrigação oficial do celibato, que tenha sido expressa através de uma lei escrita. O mesmo se pode dizer do historiador da teologia Vacandard e do historiador dos concílios Leclercq. 

3.      A transmissão oral do direito 

Qualquer historiador do direito sabe que um dos teóricos com mais autoridade deste século, Hans Kelsen, disse explicitamente que é equivocada a identificação entre direito e lei, ius et lex. Direito (ius) é toda norma jurídica obrigatória, tanto se foi dada oralmente e através do costume, como se já foi expressa por escrito. Lei (lex) é, no entanto, toda disposição dada por escrito e promulgada de forma legítima. 

Uma peculiaridade típica da lei, testemunhada durante toda a sua história, está na origem dos ordenamentos a partir das tradições orais e da transmissão de normas consuetudinárias, que lentamente são postas por escrito. Por exemplo, os romanos, expressão do gênio jurídico mais perfeito, somente depois de séculos tiveram a lei escrita das Doze Tábuas, por razões sociológicas. Todos os povos germânicos escreveram seus ordenamentos jurídicos populares e consuetudinários depois de muitos séculos desde a sua existência. O direito desses povos era, até então, não escrito e só eram transmitidos oralmente. Ninguém se atreveria a afirmar, contudo, que por isso tal ius não fosse obrigatório e que sua observância estivesse deixada ao livre arbítrio de cada indivíduo. 

Como em qualquer ordenamento jurídico próprio de grandes comunidades, o da jovem da Igreja foi, em grande medida, as disposições e obrigações transmitidas apenas oralmente; ainda mais quando – durante os três séculos de perseguição (embora intermitente) – dificilmente poderiam ter sido fixadas as leis por escrito. De qualquer maneira, a Igreja possuía já por escrito alguns elementos de direito primitivo, e em maior medida de que outras sociedades jovens. Uma prova disto nos dá a Sagrada Escritura. São Paulo escreve, na verdade, em sua segunda carta aos Tessalonicenses (2, 15) estas palavras: “Exorto, pois, irmãos, fiqueis firmes e guardai as tradições que haveis aprendido, tanto oralmente, tanto através de nossas Cartas”.

Estes se referem, sem dúvida, a disposições obrigatórias expedidas não apenas por escrito, como foi expressamente afirmado, mas também ensinadas apenas oralmente e assim transmitidas. Então, quem somente admitisse disposições obrigatórias as que podem ser encontradas nas leis escritas, não estaria fazendo justiça ao método de conhecimento próprio da história dos ordenamentos jurídicos.

4.      Os postulados do dado teológico

O método apropriado para estudar os fundamentos teológicos da continência do clero deve ter em conta que, além de questões disciplinares e jurídicas, a continência também está ligada, no caso deles a um carisma intimamente relacionado com a Igreja e com Cristo. Seu conhecimento e análise só pode ser feito, conseqüentemente, à luz da revelação e da elaboração teológica. 

Como é  agora bem conhecido, a Teologia medieval não se preocupou muito, nem do modo apropriado, com questões jurídicas e disciplinares, mas se apropriou das discussões e das conclusões da canonística clássica – também chamada de “glosadores” – então muito florescente. Os historiadores da Teologia medieval constataram isto há bastante tempo, e um olhar para a obra do príncipe do escolástica medieval o confirmando suficientemente. Esta realidade pode ser considerada também como a principal razão de que a continência do clero não foi tratada suficientemente, quer dizer, conforme a sua metodologia fundada na Revelação e nas suas fontes. Embora esta falta tenha sido já reparada em grande medida, hoje segue sendo necessário um maior aprofundamento nos fundamentos propriamente teológicos do nosso tema. Na última parte deste trabalho procuraremos atender a esta exigência tão legítima.

Alfons M. Stickler
Cardeal Diácono de São Giorgio in Velabro
CIDADE DO VATICANO 

Tradução para o português:

Pe. Anderson Alves.
Contato: 
amralves_filo@yahoo.com.br

Fonte: https://presbiteros.org.br/

S. APOLINÁRIO, BISPO DE RAVENA E MÁRTIR

S. Apolinário, S. Apolinário em classe en Ravena (vatican Media)

20 de julho

Como acontece com quase todos os Santos do século I, não dispomos de muitas fontes históricas críveis sobre a vida de Santo Apolinário, primeiro Bispo de Ravena. Viveu no tempo do Império Bizantino do Oriente, mas, seu encontro com o apóstolo Pedro parece ter sido decisivo em sua vida. No entanto, algumas fontes datam a existência histórica deste Santo, no máximo por volta dos anos 150-200.

Seguir Jesus até ao fim do mundo

Apolinário era um jovem de grandes expectativas, que vivia em Antioquia com a sua família pagã. Certo dia, chegou alguém à sua cidade, que falava, de um modo novo, de amar uns aos outros, como Deus nos ama: era Pedro; suas palavras eram as mesmas de Jesus, o Filho de Deus, que ele tinha visto, com seus próprios olhos, morrer e, depois, ressuscitar para redimir a humanidade, e do qual havia recebido a missão de edificar a sua Igreja. Por isso, Pietro viajou por todo canto, chegando à Síria, por volta do ano 44.
Apolinário ficou profundamente tocado pelas suas palavras, a ponto de segui-lo até Roma. Dali, Pedro o enviou a Classe, perto de Ravena, onde a Marinha romana tinha uma base, com centenas de marinheiros, provenientes, sobretudo, de terras orientais. Algumas fontes afirmam também que ele chegou até a evangelizar a Trácia e Mesia, durante cerca de 3 anos.

Primeiro Bispo de Ravena, para a ira dos pagãos

Apolinário era astuto, aprendia rapidamente as coisas e, sobretudo, falava bem. Por isso, conseguiu levar muitos à fé cristã, obtendo a conversão de inteiras famílias. Por este motivo, Pedro confiou-lhe a edificação da Igreja de Ravena, da qual foi pastor, ou seja, primeiro Bispo.
Ao chegar à cidade, curou a esposa do tribuno. Mas, logo que as autoridades descobriram, lhe pediram para oferecer ídolos aos deuses. Apolinário recusou, dizendo que os ídolos eram feitos de ouro e prata, matérias preciosas que deviam ser oferecidos aos pobres. Por isso, foi brutalmente espancado. Apesar deste início difícil, governou aquela Igreja, por cerca de 30 anos, ficando famoso como "sacerdote" e "confessor", pelos quais ainda hoje é recordado.

Martírio e difusão do seu culto

Apolinário interpretou, perfeitamente, a missão pastoral de Bispo, chegando a levar muitas almas à fé. Assim sendo, claro, ficou na mira dos pagãos. Naquela época, reinava Vespasiano, no ano 70 d.C.. Os pagãos o intimaram a não fazer pregações, mas ele não obedeceu. Certo dia, ao voltar de uma visita a um leprosário, foi espancado, com tanta brutalidade, que quase morreu. Na verdade, morreu sete dias depois. No lugar do martírio, foi-lhe construída uma basílica – hoje chamada Santo Apolinário em Classe -, consagrada em 549.
O culto a este Santo difundiu-se rapidamente, para além dos confins da cidade, chegando até Roma, por intermédio dos Papas Símaco e Honório I, enquanto o rei dos Francos, Clodoveu, lhe dedicou uma igreja perto de Dijon.
As relíquias do Santo foram trasladadas para a cidade de Ravena, no século IX, e conservadas em uma igreja, que, desde então, foi chamada Basílica de Santo Apolinário Novo.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF