Translate

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Íntegra da coletiva de imprensa do papa Francisco na volta da JMJ Lisboa 2023

Papa Francisco na coletiva de imprensa ao voltar de Lisboa a Roma, em 6 de agosto. Daniel Ibáñez (ACI Prensa)

AVIÃO PAPAL, 07 Ago. 23 / 09:18 am (ACI).- No voo de volta de Lisboa, Portugal, a Roma (Itália) após participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023, o papa Francisco conversou com os jornalistas sobre vários temas, entre eles o seu estado de saúde, sua oração à Virgem Maria em Fátima e o drama dos abusos sexuais na Igreja.

Abaixo, a íntegra da coletiva de imprensa do papa Francisco, transcrita e traduzida pelo Vatican News:

Papa Francisco

“Boa noite e muito obrigado por esta experiência. Hoje, há um aniversário. Parabéns, depois chegará o bolo!” 

Aura Miguel, da Rádio Renascença.

Santidade, antes de tudo obrigado por sua visita a Portugal. Todos já a consideravam um sucesso. Todos muito contentes. Obrigado por ter vindo. Encontrei um alto chefe da polícia, que me disse que nunca tinha visto uma multidão assim obediente e pacífica. Foi belíssimo. A minha pergunta diz respeito a Fátima. Nós sabemos que o senhor foi ali e rezou em silêncio na capelinha. Porém, havia uma grande expectativa, no local justamente onde Nossa Senhora fez um pedido para rezar pelo fim da guerra (e estamos em guerra neste momento infelizmente) de uma renovação da parte do Santo Padre, publicamente, de uma oração pela paz. Os olhos de tudo o mundo estavam fixados sobre o senhor ontem pela manhã, em Fátima. Por que não o fez?

Papa Francisco:

Rezei, rezei. Rezei a Nossa Senhora e rezei pela paz. Não fiz propaganda. Mas rezei. E devemos continuamente repetir esta oração pela paz. Ela, na Primeira Guerra Mundial, tinha pedido isto. E eu, desta vez, isto pedi a Nossa Senhora. Rezei. Não fiz publicidade.

Pergunta 2 - Joao Francesco Gomez – Observador:

Em fevereiro deste ano, foi publicado um relatório sobre a realidade dos abusos em Portugal, quase 5000 crianças foram vítimas nas últimas décadas. E eu pergunto: o senhor foi informado sobre este relatório entregue aos bispos? Que pensa deveria acontecer com os bispos que sabiam dos casos de abusos e não os comunicaram às autoridades?

Papa Francisco:

Como sabem, de modo muito reservado, recebi um grupo de pessoas que foram abusas. Como sempre faço nesses casos, dialogamos sobre esta peste, esta peste terrível. Na Igreja, se seguia mais ou menos a mesma conduta que se segue atualmente nas famílias e nos bairros...se encobre. Pensemos que 42 % dos abusos acontecem nas famílias ou nos bairros. Ainda devemos amadurecer e ajudar a descobrir essas coisas. Desde o escândalo de Boston, a Igreja se conscientizou que não podia seguir caminhos aleatórios, mas se deveria segurar o “touro pelo chifre”. Dois anos e meio atrás, houve uma reunião dos presidentes das Conferências Episcopais, onde foram fornecidas também estatísticas oficiais sobre os abusos. E é grave, a situação é muito grave. Na Igreja, há uma frase que estamos usando continuamente: tolerância zero, tolerância zero. E os pastores, que de alguma maneira não assumiram sua responsabilidade, devem arcar com esta irresponsabilidade. O mundo dos abusos é muito duro e, por isto, exorto a serem muito abertos sobre tudo isso. O que me perguntaram como está indo o processo na Igreja portuguesa, está indo bem. Está indo bem e com serenidade se busca a seriedade nos casos de abusos. Os números, às vezes, se revelam exagerados, um pouco pelos comentários que sempre gostamos de fazer, mas a realidade é que está indo bem e isto me dá certa tranquilidade. Gostaria de tocar em um ponto e gostaria de pedir a colaboração de vocês, jornalistas. Vocês têm um telefone hoje? Um telefone. Bem, em qualquer um desses telefones, a pagamento ou com uma senha, se tem acesso a abuso sexual contra menores. Isso entra em nossas casas e o abuso sexual contra menores é filmado ao vivo. Onde é filmado? Quem são os responsáveis? Esta é uma das pragas mais graves, ao lado de todo o mundo (...) mas quero sublinhar isso porque, às vezes, não nos damos conta de que as coisas são assim tão radicais. Quando se usa uma criança para fazer espetáculo de um abuso, se chama a atenção. O abuso é como "comer" a vítima, né?, ou pior, machucá-la e deixá-la viva. Conversar com pessoas abusadas é uma experiência muito dolorosa, o que também me faz bem, não porque em agrada ouvir, mas porque me ajuda a assumir esse drama. Ou seja, para a sua pergunta eu diria o que eu disse: o processo está andando bem, estou informado de como estão as coisas. As notícias podem ter ampliado a situação, mas as coisas estão andando bem a esse respeito. Mas também, com isso, digo a vocês, de alguma forma, ajudem, ajudem para que todos os tipos de abusos possam ser resolvidos, o abuso sexual, mas não é o único. Existem também outros tipos de abuso que clamam aos céus: o abuso do trabalho infantil, o abuso do trabalho com crianças e é usado; o abuso das mulheres, certo? Ainda hoje, em muitos países, fazem-se cirurgias nas meninas: retira-se-lhes o clitóris, e isto é hoje, e faz-se com uma navalha, e adeus... Crueldade... E o abuso do trabalho, isto é, dentro do abuso sexual, que é grave, e tudo isso: existe uma cultura do abuso que a humanidade deve rever e converter.

Pergunta 3 - Jean-Marie Guénois - LE FIGARO 

Santo Padre, como está a sua saúde, como prossegue a convalescência? O senhor não leu ou leu somente pequenos trechos de cinco discursos. É sem precedentes nas viagens: por quê? Teve problema nos olhos, cansaço? Textos demasiados longos? Como se sente? E se me permite uma pequena pergunta sobre a França. O senhor irá a Marselha, mas nunca visita a França. A população não entende, talvez muito pequena ou o senhor tem algo contra a França? 

Papa Francisco:

A minha saúde vai bem. Os pontos foram tirados, levo uma vida normal, uso uma faixa por dois ou três meses para evitar uma (...incompreensível...) até que os músculos estarão mais fortes. A vista. Naquela paróquia, cortei o discurso porque havia uma luz na frente e não conseguia ler, vinha a luz e por isso cortei. Algumas pessoas, através do Matteo, perguntaram por que eu abreviei as homilias que vocês têm. Quando falo, não as homilias acadêmicas, busco fazê-lo de maneira mais clara. Quando falo, sempre busco a comunicação. Vocês viram que mesmo na homilia acadêmica, alguma brincadeira, alguma risada faço para controlar a comunicação. Com os jovens, os discursos longos tinham o essencial da mensagem, o essencial da mensagem, e eu agia ali segundo sentia a comunicação. Vocês viram que fiz algumas perguntas e logo o eco me indicava para onde ia a coisa, se estava errado ou não. Os jovens não mantêm muito tempo de atenção. Imagine que se você faz um discurso claro com uma ideia, uma imagem, um afeto, podem acompanhar por oito minutos. Entre parêntesis, na Evangelii Gaudium, a primeira exortação que fiz, escrevi um longo, longo capítulo sobre a homilia. Porque aqui está um pároco (referindo-se ao Pe. Benito Giorgetta, pároco de Termoli, ndr), que sabe que as homilias às vezes são uma tortura, uma tortura, que falam blá, blá, e as pessoas… Em alguma cidadezinha, não sei se em Termoli,  os homens saem para fumar e voltam. A Igreja deve se converter neste aspecto da homilia: breve, clara, com uma mensagem clara e afetuosa. Por isso, eu controlo como vai com os jovens e os faço dizer. Mas eu abreviei porque me interessa a ideia com os jovens. E passemos à França. Fui a Estrasburgo, irei a Marselha, mas na França não. Há um problema que me preocupa, que é o problema Mediterrâneo. Por isso, vou à França. É criminoso a exploração dos migrantes. Aqui na Europa não, porque somos mais cultos, mas nos lager do norte da África… eu recomendo uma leitura. Há um pequeno livro, pequeno, que escreveu um migrante que para ir da Guiné à Espanha levou creio três anos porque foi capturado, torturado, escravizado. Os migrantes naqueles lagers do norte: é terrível. Neste momento – semana passada – a associação Mediterranea Saving Human estava fazendo um trabalho para resgatar os migrantes que estavam no deserto entre a Tunísia e a Líbia, porque os haviam abandonado ali para morrer. Aquele livro de chama “Hermanito” - em italiano “Fratellino” (Irmãozinho) – mas se lê em duas horas, vale a pena. Leiam e verão o drama dos migrantes ao se aventurarem. Os bispos do Mediterrâneo farão este encontro, também com algum político, para refletir seriamente sobre o drama dos migrantes. O Mediterrâneo é um cemitério, mas não é o maior cemitério. O maior cemitério é o norte da África. É terrível isto, leiam. Vou a Marselha por isto. Na semana passada, o presidente Macron disse que tem intenção de ir a Marselha e estarei ali um dia e meio: chegarei à tarde e terei o dia seguinte inteiro. 

(O senhor não tem nada contra a França – afirma Matteo Bruni, repetindo a pergunta):

Não. Não, a respeito disto é uma política. Estou visitando os pequenos países europeus. Os grandes países, Espanha, França, Inglaterra, deixo para depois, no final. Mas como opção comecei pela Albânia e assim os menores. Não há nada. A França, duas cidades: Estrasburgo e Marselha.

Pergunta 4 - Emma Elisabeth Hirschbeck - ARD ROMA

O Santo Padre em Lisboa disse-nos que na Igreja há lugar para todos, todos, todos. A Igreja está aberta a todos, mas ao mesmo tempo nem todos têm os mesmos direitos, oportunidades, no sentido de que, por exemplo, mulheres e homossexuais não podem receber todos os sacramentos. Santo Padre, como explica esta incoerência entre uma Igreja aberta e uma Igreja que não é igual para todos? Obrigada.

Papa Francisco:

Você me faz uma pergunta sobre dois pontos de vista diferentes. A Igreja é aberta a todos, depois existem leis que regulam a vida dentro da Igreja. Alguém que está dentro está de acordo com a legislação, o que você diz é uma simplificação: “Não pode receber os sacramentos”. Isso não significa que a Igreja seja fechada, cada um encontra Deus pelo próprio caminho dentro da Igreja, e a Igreja é mãe e guia cada um pelo seu caminho. Por isso não gosto de dizer: venham todos, mas tu, este, mas o outro... Todos, cada um na oração, no diálogo interior, no diálogo pastoral, procura uma forma de seguir em frente. Para isso, fazer uma pergunta: por que os homossexuais não… Todos! E o Senhor é claro: doentes. Saudáveis, velhos e jovens, feios e bonitos… bons e maus! Há como um olhar que não entende essa inserção da Igreja como mãe e pensa nela como uma espécie de empresa que para entrar tem que fazer isso, fazer desta forma e não de outra... Outra coisa é a ministerialidade da Igreja, que é o modo para levar em frente o rebanho e uma das coisas importantes é a paciência, na ministerialidade: acompanhar as pessoas passo a passo em seu caminho de amadurecimento. Cada um de nós tem esta experiência: que a Igreja mãe nos acompanhou e nos acompanha no seu próprio caminho de amadurecimento. Não gosto da redução, isso não é eclesial, isso é gnóstico. É como uma heresia gnóstica que está um pouco na moda hoje. Um certo gnosticismo que reduz a realidade eclesial e isso não ajuda. A Igreja é mãe, acolhe todos, e cada um faz o próprio caminho dentro da igreja, sem publicidade, e isso é muito importante. Obrigado pela coragem de fazer esta pergunta. Obrigado.

O Papa deseja compartilhar uma opinião sobre a JMJ, fala Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé 

Como vivi a JMJ. Esta é a quarta que vivo. A primeira foi no Rio de Janeiro, que era monumental, a la brasileña, bela. A segunda em Cracóvia, a terceira no Panamá, esta é a quarta. Esta é a mais numerosa. Os dados concretos, verdadeiros, eram mais de um milhão. Antes ainda, na vigília à noite calculava-se um milhão e quatrocentos e um milhões e seiscentos mil. Impressionante a quantidade. Bem preparada! Esta é aquela que eu vi melhor preparada.

E os jovens são uma surpresa. Os jovens são jovens. Aprontam, a vida é assim. Mas procuram seguir em frente. E eles são o futuro. A questão é acompanhá-los. O problema é saber acompanhar. E é que não se separem das raízes. Por isso insisto tanto no diálogo entre velhos e jovens, os avós com os netos. Esse diálogo é importante, mais importante do que o diálogo entre pais e filhos. Os avós, as raízes. Depois, os jovens são religiosos, eles buscam fé, não artificial. …eles procuram um encontro com Jesus e isso não é fácil... Alguns dizem, mas os jovens nem sempre seguem uma vida segundo a moral. Mas quem de nós não cometeu um erro moral na própria vida? Todos! Com qualquer dos mandamentos. Cada um de nós tem as próprias quedas na própria história. A vida é assim. Mas o Senhor sempre nos espera porque é misericordioso, é pai. E a misericórdia supera tudo......Isso queria dizer sobre a JMJ.

Pergunta 6 - Justin Scott Clellan – CNS

Falando de JMJ. Ouvimos nestes dias alguns testemunhos de jovens que lutaram pela saúde mental, com a depressão. O senhor já lutou com isso? E se alguém decidir cometer suicídio, o que diria à família dessa pessoa que sofre com o ensinamento católico sobre o suicídio, pensando que tenha ido para o inferno?

Papa Francisco:

Hoje o suicídio juvenil é importante, importante em número. A mídia não fala tanto, porque não é informado às mídias. Fiquei – não a confissão, não – em diálogo com os jovens, porque aproveitei para dialogar. Um bravo jovem me disse: posso lhe fazer uma pergunta? O que o senhor pensa sobre o suicídio? Ele não falava a nossa língua, mas eu entendi bem e começamos a conversar sobre o suicídio. E no final ele me disse: obrigado, porque ano passado estava indeciso se cometia ou não. Tantos jovens angustiados, deprimidos, mas não só psicologicamente... depois em alguns países que são muito, muito exigentes na universidade, os jovens que não conseguem se formar ou encontrar aquele trabalho se suicidam, porque sentem uma vergonha muito grande. Não digo que seja uma coisa de todos os dias, mas é um problema, um problema atual, uma coisa que acontece.

Bruni: Obrigado Sua Santidade por suas respostas

Papa Francisco: obrigado a vocês pelo que fizeram e não se esqueças hein… 'Hermanito', 'Fratellino', o livro do migrante. Obrigado!

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa aos sacerdotes de Roma: trabalhar com os leigos e tomar cuidado com o clericalismo

O Papa com alguns sacerdotes e seminaristas de Roma (foto de arquivo)  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

"Obrigado pelo seu ministério, que muitas vezes se realiza no meio de tanto esforço, incompreensão e pouco reconhecimento", escreve o Papa Francisco aos sacerdotes da Diocese de Roma. "A mundanidade espiritual é perigosa porque é um modo de vida que reduz a espiritualidade à aparência. Como idoso, e de coração, digo a vocês que me preocupa quando recaímos nas formas do clericalismo", adverte Francisco.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco enviou uma carta aos sacerdotes da Diocese de Roma, nesta segunda-feira (07/08).

Na missiva, o Pontífice renova o seu agradecimento aos sacerdotes pelo seu testemunho, pelo seu serviço, pelo bem oculto que fazem, pelo perdão e consolo que dão em nome de Deus. "Obrigado pelo seu ministério, que muitas vezes se realiza no meio de tanto esforço, incompreensão e pouco reconhecimento", escreve ainda o Pontífice.

Segundo o Papa, o "ministério sacerdotal não se mede pelos sucessos pastorais". No centro da vida sacerdotal está "o permanecer no Senhor para dar frutos" e não "o frenesi da atividade". "A ternura que nos consola brota da sua misericórdia, da acolhida do "magis" da sua graça, que nos permite ir adiante no trabalho apostólico, suportar os reveses e fracassos, alegrar-nos com simplicidade de coração, ser mansos e pacientes, e recomeçar sempre, estender as mãos aos outros", ressalta.

"Os nossos necessários "momentos de recarga" não ocorrem apenas quando descansamos fisicamente ou espiritualmente, mas também quando nos abrimos ao encontro fraterno entre nós: a fraternidade conforta, oferece espaços de liberdade interior e não nos faz sentir sozinhos diante dos desafios do ministério", sublinha o Papa.

A mundanidade espiritual é perigosa 

"Neste nosso tempo, o que nos pede o Senhor, para onde nos orienta o Espírito que nos ungiu e nos enviou como apóstolos do Evangelho?" "Na oração, me vem à mente: que Deus nos pede para ir fundo na luta contra a mundanidade espiritual", ressalta.

De acordo com o Papa, "a mundanidade espiritual é perigosa porque é um modo de vida que reduz a espiritualidade à aparência: nos leva a ser «comerciantes do espírito», homens vestidos de formas sagradas que, na realidade, continuam pensando e agindo segundo as modas do mundo. Isso acontece quando nos deixamos fascinar pelas seduções do efêmero, pela mediocridade e pela rotina, pelas tentações do poder e da influência social, da vanglória e do narcisismo, da intransigência doutrinal e do esteticismo litúrgico, formas e maneiras nas quais a mundanidade «se esconde atrás de aparências de religiosidade e até de amor à Igreja», mas na realidade «consiste em buscar, em vez da glória do Senhor, a glória humana e o bem-estar pessoal»".

Ainda segundo Francisco, "a mundanidade espiritual é uma tentação "gentil" e por isso ainda mais insidiosa. Na verdade, ela se insinua sabendo se esconder bem atrás das boas aparências, até mesmo dentro de motivações "religiosas". E, mesmo que a reconheçamos e a afastemos de nós, mais cedo ou mais tarde ela volta disfarçada de outro modo".

"Precisamos de vigilância interior, de guardar a mente e o coração, alimentar o fogo purificador do Espírito dentro de nós, porque as tentações mundanas voltam e "batem" de maneira educada. «São os "demônios educados": entram educadamente, sem que eu perceba»", escreve ainda o Papa.

Atenção a não cair no clericalismo

A seguir, Francisco se detém num aspecto desta mundanidade: o clericalismo. "Como idoso, e de coração, digo a vocês que me preocupa quando recaímos nas formas do clericalismo; quando, talvez sem perceber, damos às pessoas a impressão de que somos superiores, privilegiados, colocados «no alto» e, portanto, separados do resto do Povo santo de Deus". "Como me escreveu uma vez um bom sacerdote: "O clericalismo é um sintoma de uma vida sacerdotal e laical tentada a viver na função e não no vínculo real com Deus e com os irmãos". Em suma, denota uma doença que nos faz perder a memória do Batismo recebido, deixando em segundo plano a nossa pertença ao mesmo Povo santo e levando-nos a viver a autoridade nas várias formas de poder, já não percebendo a duplicidade, sem humildade, mas com comportamentos distantes e soberbos", frisa o Papa.

"A preocupação centra-se no "eu": o próprio sustento, as próprias necessidades, o louvor recebido para si e não para a glória de Deus. Isto acontece na vida de quem cai no clericalismo: perde o espírito de louvor porque perdeu o sentido da graça, o estupor pela gratuidade com que Deus o ama, aquela confiante simplicidade de coração que faz estender as mãos ao Senhor", escreve Francisco na carta aos sacerdotes.

A seguir, o Papa indicou "o antídoto quotidiano contra a mundanidade e o clericalismo: olhar para Jesus crucificado, fixar todos os dias o olhar n'Aquele que se esvaziou e se humilhou até à morte por nós".

"Este é o espírito sacerdotal: fazer-nos servos do Povo de Deus e não senhores, lavar os pés dos nossos irmãos e não esmagá-los debaixo dos nossos pés. Portanto, permaneçamos vigilantes em relação ao clericalismo", ressalta o Papa.

Não assumir um "espírito clerical"

A seguir, Francisco recorda que "o clericalismo pode dizer respeito a todos, também aos leigos e aos agentes pastorais". Segundo o Papa, "pode-se assumir um "espírito clerical" no levar adiante ministérios e carismas, vivendo de maneira elitista o próprio chamado, fechando-se no próprio grupo e erguendo muros para fora, desenvolvendo laços possessivos em relação aos papéis na comunidade, cultivando atitudes presunçosas e arrogantes em relação aos outros".

De acordo com o Papa, "os sintomas são a perda do espírito de louvor e da gratuidade alegre, enquanto o diabo se insinua, alimentando lamentos, negatividade e insatisfação crônica com o que está mal, ironia que se torna cinismo. Assim, nos deixamos absorver pelo clima de crítica e raiva que se respira ao redor, ao invés de sermos aqueles que, com simplicidade e mansidão evangélica, com bondade e respeito, ajudam nossos irmãos e irmãs a saírem das areias movediças da intolerância".

"Vamos em frente com entusiasmo e coragem: trabalhemos juntos, entre sacerdotes e com os irmãos e irmãs leigos, iniciando formas e caminhos sinodais, que nos ajudem a despojar-nos de nossas seguranças mundanas e "clericais" para buscar, humildemente, caminhos pastorais inspirados pelo Espírito, para que a consolação do Senhor chegue realmente a todos", conclui a carta do Papa.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Entre o Tabor e o Calvário, o que fazer?

Transfiguração do Senhor (Guadium Press)

Engana-se quem julga que a Transfiguração de Nosso Senhor foi apenas um marco na vida dos Apóstolos. Então, qual é o significado deste grandioso acontecimento para nós?

 Redação (06/08/2023 12:33, Gaudium Press) Os Evangelhos narram não só as inúmeras ocasiões nas quais transparecem claramente a natureza humana de Nosso Senhor, mas também abundantes fatos que manifestam a divindade de Jesus: desde os sobrenaturais fatos que envolveram o seu nascimento, sua glorificação por parte do Pai e do Espírito Santo no momento de seu Batismo, os inúmeros milagres, como curas de cegos, leprosos e coxos; ressurreições, domínio sobre a natureza e tantos outros sinais por Ele realizados. No entanto, sem dúvida, já prefigurando a glória de sua Ressurreição, a manifestação mais clara de sua divindade deu-se na Transfiguração, comemorada na liturgia de hoje.

Uma preparação para o Calvário

Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o Sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto apareceram Moisés e Elias conversando com Jesus (Mt 17,1-3).

Ali, no alto do Tabor, Moisés e Elias representavam o Antigo Testamento: Moisés, a lei; Elias, o profetismo. Eram as duas grandes figuras do povo eleito que lá estavam, diante do Filho de Deus.

Quem seria capaz de imaginar todos os fulgores que os três Apóstolos contemplaram naquele momento? Trata-se de algo realmente indescritível!

Mas qual era a intenção de Nosso Senhor ao manifestar sua glória a esses três discípulos?

“Coincidentemente”, foram os mesmos – Pedro, Tiago e João – que Nosso Senhor chamou junto a Si para que vigiassem com Ele no momento de sua agonia no Jardim das Oliveiras (Cf. Mc 14,33; Mt 26,37). Terá sido mesmo mera coincidência?

Diz muito acertadamente um antigo adágio que “as palavras comovem, mas os exemplos arrastam”. De fato, “um ensino puramente doutrinário não é capaz de, por si só, mover o homem a transformar sua vida”.[1] Tendo em vista as duras provas pelas quais seus discípulos deveriam passar, Nosso Senhor poderia ter-lhes anunciado apenas com palavras a glória que estava reservada a Ele e, de alguma forma, também a todos que lhe fossem fiéis. Contudo, era tão grande o seu amor por eles, e tão grandes as dificuldades que teriam de enfrentar, que Ele preferiu não apenas anunciar-lhes a sua glória, mas quis também manifestar-lhes tal glória.

Além disso, como afirma São Tomás de Aquino, “para trilharmos bem um caminho, é necessário termos um conhecimento prévio do fim. […] E isso sobretudo é necessário, quando o caminho é difícil e áspero, a jornada laboriosa, mas belo o fim”.[2]

Assim sendo, a Transfiguração foi para os Apóstolos uma preparação feita por Jesus para os sofrimentos que lhes aguardavam, de modo que eles “não só se sentiriam robustecidos para enfrentar os traumas de sua Paixão, como também mais facilmente ajudariam seus irmãos a solidificar a Santa Igreja, e fortaleceriam os fiéis ao longo dos tempos”.[3] Neste sentido, ainda comenta o Papa São Leão Magno: “Era preciso que os Apóstolos concebessem em sua alma esta forte e ditosa firmeza, e não tremessem ante a aspereza da cruz que eles deveriam levar”.[4] Esse acontecimento foi, portanto, de suma importância para a própria perseverança e fidelidade não apenas destes, mas também dos demais Apóstolos, e até mesmo, da própria Santa Igreja.

Deste modo, enganar-se-ia muito o leitor se julgasse que a Transfiguração de Nosso Senhor foi um marco apenas naquele contexto histórico, e que, em nossos dias, este fato, belo em sua narração, não repercutiria em nossas vidas.

Entretanto, sem dúvida alguma, este acontecimento nos traz um ensinamento belíssimo, a qual devemos guardar como um verdadeiro tesouro.

Os “Tabores” de Deus em nossas almas

Conforme asseveram os teólogos, Deus derrama graças místicas sobre todos os que trilham as vias da salvação, e nenhum homem está excluído de recebê-las.[5] Elas são como tesouros preciosíssimos, como “montes Tabor” onde Nosso Senhor transfigura-Se diante de nós. Quem não terá sentido, alguma vez, uma grande alegria interior, uma consolação sobrenatural ao assistir a uma santa Missa, ao escutar uma bela pregação ou ao contemplar uma imagem piedosa?

Tudo isso são visitas de Deus à nossa alma, e devem ser guardadas não apenas na memória, mas sobretudo, no coração, onde devem ser gravadas a ferro e fogo, de modo que nunca venham a apagar-se. E, muitas vezes, elas nos são concedidas tendo em vista alguma provação pela qual tenhamos que passar em breve. Nestas ocasiões, patenteia-se de modo especial o desvelo que Deus tem por cada um de nós: antes mesmo de lhe pedirmos auxílio, Ele já nos está amparando.

Nossa atitude perante essas graças deve ser semelhante à de São Pedro na Transfiguração: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, e outra para Elias” (Mt 17,4). Ou seja, se pudéssemos, nunca permitiríamos que elas deixassem nossa alma.

Entretanto, para nossa salvação, Deus permite não apenas os agradáveis momentos de “Tabor”, mas também os árduos momentos do “Calvário”.

Saibamos, pois, fazer frutificar e corresponder a todas as graças que recebemos de Deus, pois, no momento da prova, elas serão nosso amparo, nossa força e nossa vitória.

Por Lucas Rezende


[1] CLÁ DIAS, João Scognamiglio. O inédito sobre os evangelhos. LEV: Città del Vaticano, v.7, 2013, p. 136.

[2] SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. III, q. 45, a.1.

[3] CLÁ DIAS, João Scognamiglio. Op. cit., p. 137.

[4] SÃO LEÃO MAGNO. Hom. Sabb. Ante II Dom. Quadr. Sur la Transfiguration, hom. 38 [LI], n. 2. In: Sermons. Paris: Du Cerf, 1961, v. 3, p. 16-17.

[5] Cf. GARRIGOU-LAGRANGE, Réginald. Les trois âges de la vie intérieure. Paris: Du Cerf, 1995, v. 1, p. 27.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

São Sisto II e companheiros mártires

São Sisto II e companheiros mártires (comshalom)

07 de agosto

São Sisto II e companheiros mártires, valentes guerreiros da fé.

Celebramos, neste dia, um desses homens que soube transformar o terrível em glória, a partir do seu testemunho de fé, amor e esperança em Cristo Jesus. Santo que, junto dos seus companheiros mártires, entregou a vida em sinal de fidelidade, sendo recompensado junto dos seus com o tesouro da eternidade no Céu.

A Igreja viveu grandes e dolorosos combates ao longo desses quase 20 séculos de existência. Em toda sua trajetória, os anos que se seguiram de 250 até 260 foram, sem dúvidas, uns dos mais terríveis. Porém, o que tiveram de terríveis e dolorosos, tiveram também de gloriosos. Duas das figuras que se destacaram por sua fúria e ódio contra os cristãos foram os imperadores Décio e Valeriano. 

Algumas das vítimas desses massacres foram o Papa Sisto II e seus companheiros, os quais celebramos no dia de hoje. Sisto e seus companheiros foram grandes servos de Deus que, por meio de sua fidelidade incondicional a Jesus, souberam transformar os terríveis massacres que sofreram em anúncio do Reino dos Céus.

Sisto II pertence à lista dos cinco papas que foram de modo consecutivo brutalmente martirizados por causa de Jesus e sua mensagem de fé, paz e amor verdadeiro. Esse Pastor fiel governou a Igreja por apenas um ano (257 a 258), entretanto, um ano tão intenso quanto sua fé e amor a Deus. Sua oferta de vida fortaleceu ainda mais a paz e a unidade no seio da Igreja, contribuindo, assim, para que Cristo, a paz real, pudesse ser anunciado a mais e mais corações.

Ritual de dor e amor de São Sisto e seus companheiros

Sisto foi decapitado pela guarda do Império logo após ser preso enquanto presidia a Santa Missa no cemitério da via Ápia. Junto com esse grande pastor, foram também executados seis de seus sete diáconos, que o auxiliavam nas celebrações e no pastoreio dos fiéis. Pouparam, ainda que por pouco tempo, o diácono Lourenço, que era  tesoureiro de São Sisto. Pouparam-no até serem conduzidos aos bens da Igreja, em seguida, também o assassinaram. 

Essas atrocidades começaram a ocorrer por ordem do imperador Valeriano (+260). Segundo as orientações do monarca, a pena de morte poderia ser aplicada contra os bispos, padres e diáconos da religião cristã “sem nenhum julgamento, bastando apenas a verificação de identidade.” Em outras palavras, ser padre, bispo ou diácono, por si só, já era sentença de morte certa.   

Desta forma, foi nesse cenário de ódio e dor que São Sisto II e seus companheiros ofertaram suas vidas. Foram recompensados por sua fidelidade com os tesouros da eternidade no Céu. Puderam dizer como o Apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda.” (2Tm 4,7-8). 

Que Deus nos oriente, pelo exemplo e intercessão de São Sisto II e seus companheiros. Que este exemplo nos anime a nunca negociarmos Jesus pelas ilusões deste mundo. 

São Sisto II e companheiros mártires, rogai por nós!

Fonte: https://comshalom.org/

domingo, 6 de agosto de 2023

A psicologia de uma vocação

Shutterstock / #image_title

Por Vanderlei de Lima

O presbítero, enquanto participante do único sacerdócio de Cristo (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 1545), não pode se esquecer do seu lado humano. Entenda:

A Editora Quadrante publicou a oportuna obra de título acima. Tem por subtítulo “Os desafios do sacerdócio, do celibato… e de todos os que ouviram o chamado de Deus”.

O autor é Wenceslao Vial. Professor de Psicologia e vida espiritual na faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma, médico, sacerdote e doutor em Filosofia, busca aliar seus conhecimentos clínicos e seu trabalho acadêmico a uma ampla atividade pastoral a alcançar vários países e culturas. Logo de início, como todo escritor didático, ele já apresenta o escopo do livro: “O sacerdote como qualquer ser humano, deve buscar e encontrar o sentido da sua vida. E esse sentido não se adquire com o sacramento da Ordem. Ele o encontrará com esforço se Cristo é o centro de tudo quanto faz, se escuta a sua palavra e se empenha em praticá-la. Assim, pouco a pouco, dia a dia, realizará o seu projeto: chegar a ser quem Deus queria que ele fosse” (p. 10). 

Eis a sabedoria de Wenceslao Vial a reconhecer, não obstante a herança do pecado original no ser humano, a realização plena do sacerdote que sabe distinguir e aliar, na sua vida, a graça de estado (decorrente do sacramento da Ordem) e o esforço humano (a busca de sentido para a vida à luz de Cristo). O divino e o humano aí se encontram e, de modo assaz harmonioso, se unem para o bem daquele que se abre ao nobre convite do Senhor Jesus: Vem e segue-me (cf. Mt 4,19). Eis a síntese da obra nas palavras do próprio autor: “Quatro binômios servem para ilustrar os temas a partir da perspectiva psicológica. A maturidade como harmonia, a identidade e a missão própria, a integridade do sacerdote e suas necessidades básicas e, finalmente, as atitudes adequadas para a sua saúde global. Esses conceitos aparecerão ao longo dos próximos seis capítulos” (idem).

Ao percorrer as páginas do conteúdo proposto, o leitor atento é levado a pensar em outras obras de grande valor para um padre desejoso de compreender, para melhor viver no amor-doação, a grandeza da sua vocação. Vêm à mente, por exemplo, Contemplação e sacerdócio, de Dom Jean-Paul Galichet (Molokai), Aqueles sacerdotes misteriosos, de Fulton Sheen (Lignum vitae), Jesus Cristo ideal do sacerdote, de Columba Marmion (Cultor de Livros/Lumen Christi) etc. Estes escritos, cada um a seu modo, ajudam o padre no feliz cumprimento da sua vocação.

O presbítero, enquanto participante do único sacerdócio de Cristo (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 1545), não pode se esquecer do seu lado humano. Convém, por isso, “fomentar um estilo de vida saudável, que pode resumir-se nos seguintes pontos: alimentação equilibrada, moderação que evite os vícios (tabagismo, álcool, etc.), cuidado do sono, esporte, mudar de atividades e evitar acidentes agindo com prudência de acordo com a idade. Manter o peso corporal dentro dos limites aconselhados proporcionará uma melhor saúde física e bem-estar psíquico. Para consegui-lo, além do autodomínio ao comer, costuma ser necessária alguma atividade física regular, abandonando a vida excessivamente sedentária” (p. 89). 

Continua o médico e sacerdote: “O cuidado do sono é um dos aspectos mais relevantes da estabilidade psíquica, do ponto de vista fisiológico. Recomenda-se dormir entre sete e oito horas todas as noites, embora essa necessidade varie de pessoa para pessoa. Durante o sono, o cérebro descansa, fixam-se, de algum modo as ideias e se prepara o terreno para um melhor funcionamento dos processos psicológicos conscientes. Não dormir bem costuma ser mais um sintoma do que uma doença. Entre as causas se incluem a ansiedade, a obsessão ou um estado de humor baixo, dificuldades respiratórias, sobrepeso, problemas digestivos, etc.” (p. 89-90).

Louvamos ainda o autor pelo modo como ele aborda a maturidade psicológica (p. 15-72), a castidade (cf. p. 99-131) e o burnout (p. 133-160). Fazemos votos para que a obra em análise – sumamente importante – alcance amplíssima repercussão.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O crescimento dos católicos na África

A religião na África (Geopizza)

O crescimento dos católicos na África

de Gianni Cardinale

A seguir, apresentamos amplos trechos dos dados publicados por L’Osservatore Romano em 30 de abril passado (pp. 8 e 9) por ocasião da saída do Annuarium statisticum Ecclesiae 2004, impresso pela Libreria Editrice Vaticana. Os intertítulos foram inseridos pela redação.

O número de católicos aumenta, mas não demais

No período que vai de 1978 a 2004, o número de católicos no mundo registrou um crescimento rápido, crescendo em mais de 45%. No mesmo lapso de tempo eles passaram de um total de quase 757 milhões para 1,098 bilhão, com um acréscimo absoluto de cerca de 341 milhões de fiéis. Todavia, esse dado parece muito menos entusiasmante quando lido à luz da evolução da população mundial no mesmo período, que passou de 4,2 a 6,4 bilhões. Daí a incidência de católicos em nível planetário ter tido uma leve diminuição, de quase 18% para pouco mais de 17%.

No que diz respeito à Europa, registra-se um evidente estacionamento, devido substancialmente à bem conhecida situação demográfica do Velho Continente, para cuja população, atualmente em fase de estabilização, se prevê um claro declínio nas próximas décadas.

A realidade africana é decididamente mais dinâmica. Nela, os católicos pouco menos que triplicaram: em 1978, eram cerca de 55 milhões e, em 2004, subiram para quase 149 milhões. Essa variação, só em parte devida a fatores puramente demográficos, reflete um aumento efetivo da presença de fiéis batizados: os católicos, que eram 12,4% da população africana em 1978, 26 anos mais tarde representavam quase 17%.

Situações intermediárias entre as duas acima descritas são registradas nas Américas e na Ásia, onde o crescimento do número de fiéis foi certamente vigoroso (respectivamente, aumentos de 49,7% e 79,6%), mas totalmente explicável, dado o desenvolvimento demográfico registrado no mesmo período.
Deixando de lado as diferentes dinâmicas demográficas, fica evidente a confirmação do aumento do peso do continente africano (cujo número de fiéis subiu de 7% para mais de 13,5% do total mundial) e da clara diminuição do peso do continente europeu (nesse caso, o percentual sobre o total mundial caiu de 35%, em 1978, para 25,4%, em 2004). Consolida-se ainda a posição das Américas como continente ao qual já pertence quase a metade dos fiéis do mundo.

Já os bispos aumentam em toda a parte

O número de bispos no mundo cresceu entre 1978 e 2004 em mais de 28%, passando de 3.714 a 4.784, com um aumento bastante significativo na África (subindo em 45,8%), na Oceania (em 34%) e na Ásia (em 31,4%), ao passo que nas Américas (aumento de 27,2%) e na Europa (aumento de 23,3%) os valores se posicionam abaixo da média. Em comparação com essas dinâmicas diferenciadas, todavia, a distribuição dos bispos por continente permaneceu substancialmente estável no período considerado, com uma maior concentração em relação ao total nas Américas e na Europa. Na África, onde a presença do corpo episcopal vem aumentando de modo mais considerável, a parcela de bispos sobre o total mundial limitou-se a crescer do 11,6%, em 1978, para 13,2%, em 2004.

Os sacerdotes, um crescimento “um tanto decepcionante”

Em comparação com a expansão do número de bispos no mundo no período 1978-2004, a dinâmica do número de sacerdotes foi em geral um tanto decepcionante, mostrando uma contração de mais de 3,5% (de cerca de 421 mil para menos de 406 mil), concentrada na primeira década do período exposto. O número de sacerdotes reduziu-se em mais de 15 mil indivíduos até 1988, para depois estabilizar-se e voltar a crescer ao longo das últimas décadas. Numa tendência contrária à média mundial, a evolução do número de sacerdotes na África e na Ásia é um tanto reconfortante, com um acréscimo de 85% e 74%, respectivamente (e um aumento de mais de 2 mil indivíduos somente em 2003), ao passo que a situação das Américas se mantém estacionária, em torno de uma média de cerca de 120 mil indivíduos. Europa e Oceania, enfim, responsáveis pela contração observada em nível planetário, mostram em 2004 uma diminuição de mais de 20% e de quase 14%, respectivamente [...].

A distribuição percentual dos sacerdotes por continente também evidencia notáveis mudanças nos 26 anos considerados. A Europa, mesmo detendo a quota mais elevada, viu diminuir consideravelmente com o passar do tempo seu percentual de sacerdotes sobre o total: em 1978, seus mais de 250 mil sacerdotes representavam quase 60% do total do grupo eclesiástico, enquanto, 26 anos mais tarde, decaíram para menos da metade, não superando os 50%. Isso sobretudo em razão da forte diminuição dos sacerdotes diocesanos, que se reduziram relativamente mais que os religiosos. África e Ásia, ao contrário, ganharam terreno, conquistando em conjunto um percentual de mais de 19% do total mundial, ante os 10,6% de 1978, graças, particularmente, ao aumento da presença dos sacerdotes diocesanos nos dois continentes. As Américas mantiveram ao longo do tempo uma fração de cerca de 30%, com um ligeiro mas contínuo aumento de seu percentual sobre o todo, enquanto a Oceania continua relativamente estável, com uma quota de pouco mais de 1%.

As religiosas: “dinâmica fortemente decrescente”, apesar da África e da Ásia

Para o grupo das religiosas professas, observa-se uma dinâmica fortemente decrescente, com uma contração de mais de 22% no período considerado. O número conjunto de religiosas diminuiu de mais de 990 mil, em 1978, para menos de 770 mil, 26 anos depois. O declínio, também neste caso, ocorreu em três continentes (Europa, Américas e Oceania), com variações negativas também relevantes (menos 41% na Oceania, menos 39% na Europa e menos 27% na América). Na África e na Ásia, por sua vez, o incremento foi decididamente sustentado, superior a 60% para ambos os continentes.

 Conseqüentemente, a fração de religiosas na África e na Ásia sobre o total mundial passou de 13% para cerca de 27%, em prejuízo da Europa e das Américas, cuja incidência se reduziu, em conjunto, de 87% para 73%.

Os seminaristas: “andamento crescente”, mas não na Europa

Considerando a evolução anual do número de candidatos ao sacerdócio, diocesanos e religiosos, observa-se um andamento conjuntamente crescente para todo o período. No mundo, os candidatos passaram de quase 64 mil, em 1978, para mais de 113 mil, em 2004, com um aumento de cerca de 77%.

 A evolução foi muito diferente nos vários continentes. Enquanto a África, as Américas e a Ásia mostraram dinâmicas evolutivas extremamente vivas, a Europa registra uma contração de cerca de 2% no mesmo período. Em conseqüência, observa-se um redimensionamento do papel do continente europeu no crescimento potencial da renovação do conjunto de sacerdotes, passando de uma quota de 37% para uma de 20%, o contrário da expansão verificada na África (cujos números foram quadruplicados nos 26 anos considerados), nas Américas e na Ásia, que representavam, juntas, em 2004, cerca de 78% do total mundial (20%, 32% e 26%, respectivamente).

Também quando se comparam esses números com o total de católicos, confirma-se o maior dinamismo da Ásia e da África, com mais de 150 candidatos ao sacerdócio por milhão de fiéis na África, em 2004, e cerca de 257 na Ásia. Os valores europeus (84) e americanos (67), bem menos significativos e em diminuição com relação a 2003, sugerem um potencial de menor cobertura da necessidade de serviços pastorais.

Contando, enfim, o número de seminaristas maiores para cada 100 sacerdotes, obtém-se uma indicação do potencial de substituição de gerações no efetivo exercício pastoral. Também nesse contexto, a África e a Ásia confirmam seu primado, com mais de 72 e de 60 candidatos, respectivamente, enquanto a Europa conta menos de 12 candidatos para cada 100 sacerdotes, em 2004, mostrando que continua a haver no continente uma estagnação das vocações sacerdotais (cujo número aumentou em apenas 2 indivíduos, em comparação com 1978). Em conjunto, todavia, passou-se de cerca de 15 candidatos ao sacerdócio para cada 100 padres, em 1978, para pouco menos de 28, em 2004, graças substancialmente à contribuição da Ásia e da África.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Cachorro de rua resgata bebê abandonada em lixo

Shutterstock | travel wild

Por Cerith Gardiner

A recém-nascida foi jogada em um saco de lixo e deixada ao lado de fora de um prédio, no Líbano.

Um cachorro que perambulava pelas ruas de Trípoli, no Líbano, resgatou “milagrosamente” uma garotinha que havia sido deixada em uma sacola no lixo de um prédio. As autoridades acreditam que a criança tenha sido abandonada pela mãe.

O cachorro foi visto carregando o saco com a bebê pela boca. Um transeunte que passava pelo local se aproximou, retirou a recém-nascida do saco e imediatamente a levou ao Hospital Islâmico. Os médicos, então, transferiram-na para o Hospital do Governo de Trípoli, pois ela estava em estado grave.

Reações indignadas

Imagens que circularam na internet mostram que a recém-nascida tinha hematomas e cortes em várias partes do corpo. Isso, compreensivelmente, gerou muita indignação.

Apesar das críticas generalizadas aos pais da bebê, a história lançou uma luz sobre a terrível situação de alguns libaneses, que estão achando cada vez mais difícil lidar com a atual situação econômica e política.

Refúgios seguros necessários

Embora seja impossível saber o que se passava na cabeça dos pais dessa bebê para realmente abandonar a filha no meio do lixo, isso destaca a necessidade de instalações, como as caixas que podem ser encontradas em todo os Estados Unidos, onde bebês podem ser entregues em total anonimato e segurança.

Foto: Farid (Aleteia)

A história também nos lembra que não apenas a ajuda pode vir das fontes mais improváveis, mas também que os cães são realmente os melhores amigos do homem. Espero que agora o bebê e seu salvador peludo encontrem um lar para prosperar.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Próxima Jornada Mundial da Juventude JMJ será na Coreia do Sul em 2027

Bandeiras da Coreia do Sul e do Brasil no parque Tejo ao final da JMJ Lisboa 2023/ Almudena Martínez-Bordiú (ACI Prensa)

Por Natalia Zimbrão / ACI Digital

Lisboa, 06 Ago. 23 / 06:57 am (ACI).- Ao encerrar a Jornada Mundial da Juventude JMJ Lisboa 2023, na última mensagem aos fiéis reunidos no parque Tejo, o papa Francisco anunciou que a próxima Jornada Mundial da Juventude será em Seoul, Coreia do Sul, 2027. Antes, disse o papa, será celebrado em Roma o Jubileu para os jovens em 2025.

O papa comentou que, assim, a JMJ vai da mais ocidental capital europeia, Lisboa, para uma capital no extremo oriente, Seoul, numa demonstração da unidade da Igreja.

Fé, encontro, unidade, coragem foram as palavras mais usadas por peregrinos para expressar o que foi a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, que terminou hoje (6) com a missa celebrada pelo papa Francisco no Parque Tejo. Cerca de 1,5 milhão de pessoas participaram dos últimos eventos da JMJ, segundo os organizadores.

A JMJ Lisboa 2023 começou na terça-feira (1º) e teve como tema ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’. O papa Francisco chegou a Portugal na quarta-feira (2) e participou de quatro atos centrais da jornada junto com milhares de jovens: a acolhida na quinta-feira (3) e a via-sacra na sexta-feira (4), no parque Eduardo VII, a vigília ontem (5) e a missa de encerramento hoje, no parque Tejo.

“Uma das coisas mais marcantes da jornada foi o pedido do papa para que o jovem seja corajoso, para que os jovens não tenham medo”, disse Luana Viana, de Santo Antônio de Jesus (BA), que serviu como voluntária da JMJ Lisboa 2023.

Para ela, o próprio “trabalho dos voluntários é um trabalho corajoso”. “Hoje mesmo distribuímos mais de 300 mil kits de alimentos e se não tivéssemos jovens engajados, corajosos, disposto a trabalhar em prol do Reino do Cristo, não conseguiríamos”, disse.

“Coragem, que me fez atravessar o Atlântico, largar das semanas da minha advocacia, o meu escritório, minha equipe, meu trabalho, minha família, para estar aqui servindo a Cristo”, disse.

Para Afonso Mateus, de Luanda, Angola, “a jornada foi uma experiência maravilhosa, por poder encontrar jovens de todo o mundo, comungar com eles e ter o mesmo anseio encontrar com Jesus, encontrar o papa e partilhar com todos a mesma fé”. “Isso é uma coisa maravilhosa, algo difícil de descrever, mas muito fácil de se sentir. Nota-se no olhar dos jovens a felicidade de estar aqui”, acrescentou.

Camila Ribeiro, da diocese de Campo Limpo (SP) participou pela primeira vez de uma JMJ. Ela disse ter ficado impressionada com a presença de tantas pessoas de diferentes países e também com o “cuidado e a solenidade com o sagrado”. “Todos estão aqui juntos em uma só língua, a da fé, há uma unidade”, disse.

Para ela, “cada momento foi uma experiência nova, diferente e impactante”, que pretende “levar para as pessoas no Brasil”.

“Sentimos a Igreja viva. É inexplicável a experiência da Jornada Mundial da Juventude”, disse frei João Carlos Mello Cavalheiro, dos Frades Menores Missionários.

A irmã Betânia Filha da Esperança, da Fraternidade das Pobres de Jesus Cristo, considerou marcante “ver os jovens nos momentos de oração ver todos os corações voltados para Deus, saber que o Senhor está no meio de nós, sobretudo a contemplação dos jovens nos momentos de oração”.

“Para mim foi um momento muito especial de encontro com Deus, de encontro com esta juventude que busca Deus e que, como o papa Francisco disse, quer experimentar o amor de Deus”, disse a irmã Verônica Cristina dos Santos, do Instituto Secular das Irmãs de Maira de Schoenstatt.

O padre Wilson Fernandes, da arquidiocese de Pelotas (RS), disse que “esses dias de jornada foram momentos de graça para toda a Igreja no mundo inteiro”.

“Deus tem pressa. Assim como Maria teve pressa de ir ao encontro de Isabel, nós somos convocados, desafiados pelo papa Francisco a termos essa mesma pressa em chamar todos para essa comunhão. Na Igreja tem lugar para todo mundo. E a beleza da Jornada Mundial da Juventude é isso, essa diversidade de línguas, de povos, todos juntos em um só lugar professando a fé em Jesus”, declarou.

Fonte: https://www.acidigital.com/

2025 Roma, 2027 Seul: Papa anuncia próximos encontros com os jovens

Jovens coreanos comemoram anúncio do Papa da JMJ 2027 em Seus. (FOTO: INACIO ROSA/Pool via REUTERS)  (© 2023 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.)

Antes de rezar o Angelus e antes de anunciar o Jubileu dos Jovens e a sede da próxima JMJ, o Papa Francisco expressou toda sua gratidão por tudo o que recebeu em Portugal durante sua visita e convidou todos a colocarem o futuro da humanidade nas mãos da Rainha da Paz.

Vatican News

Antes de rezar o Angelus no final da Eucaristia da JMJ, celebrada no Parque Tejo, em Lisboa, o Papa pronunciou as seguintes palavras:

"Queridos irmãos e irmãs,

Uma palavra ressoou muitas vezes nestes dias: “gracias” ou melhor «obrigado». É muito belo aquilo que o Patriarca de Lisboa acaba de nos dizer: que «obrigado» não expressa só gratidão pelo que se recebeu, mas também o desejo de retribuir o bem. Neste evento de graça, todos nós recebemos, e agora, que nos preparamos para regressar para casa, o Senhor faz-nos sentir a necessidade e partilhar também conosco, testemunhando com alegria a gratuidade de Deus e o que Deus colocou em nossos corações.

Mas, antes de vos enviar, quero também eu dizer «obrigado». Digo-o, em primeiro lugar, ao Cardeal Clemente e, nele, à Igreja e a todo o povo português, obrigado. Obrigado ao Senhor Presidente, que nos acompanhou nos eventos destes dias; obrigado às instituições nacionais e locais pelo apoio e assistência prestados; obrigado aos Bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e leigos. E obrigado a ti, Lisboa, que ficarás na memória destes jovens como «casa de fraternidade» e «cidade de sonhos».

Exprimo depois o vivo reconhecimento ao Cardeal Farrell, que rejuvenesceu nestes dias, bem como a quantos as acompanharam com a oração. Obrigado aos voluntários, a eles este aplauso de todos pelo grande serviço prestado! E um agradecimento especial a quem velou pela JMJ a partir do Alto, ou seja, os Santos patronos do evento: e a um em particular, João Paulo II, que deu vida às Jornadas Mundiais da Juventude.

E obrigado a todos vós, queridos jovens! Deus vê inteiramente o bem que sois; só Ele conhece o que semeou nos vossos corações. Vocês se vão daqui com o que Deus semeou em seu coração. Façam-no crescer, guardai-o com cuidado. Quero dizer-vos: recordai, fixai na mente os momentos mais belos. Depois, quando vier algum momento de cansaço e desânimo, que são inevitáveis, e quem sabe, a tentação de parar no caminho ou de vos fechar em vós mesmos, com a recordação reavivai as experiências e a graça destes dias, porque – nunca o esqueçais – esta é a realidade, isto é o que vós sois: o Povo santo fiel de Deus que caminha na alegria do Evangelho. Desejo também gostaria de enviar uma saudação aos jovens que não puderam estar aqui, mas participaram em iniciativas organizadas por seus países pelas respetivas Conferências Episcopais, por Dioceses; e penso, por exemplo, nos irmãos e irmãs subsarianos, reunidos em Tânger.

A todos obrigado, muito obrigado!

E de maneira particular, acompanhemos com o pensamento e a oração aqueles que não puderam vir por causa de conflitos e de guerras. No mundo são muitas as guerras, são muitos os conflitos. Pensando neste continente, sinto grande tristeza pela querida Ucrânia, que continua a sofrer muito.

Amigos, permitam-me também que eu, já idoso, compartilhe convosco, jovens, um sonho que trago cá dentro: é o sonho da paz, o sonho de jovens que rezam pela paz, vivem em paz e constroem um futuro de paz.

Por meio da oração do Angelus, coloquemos nas mãos de Maria, Rainha da Paz, o futuro da humanidade.

E, há um último obrigado que gostaria de destacar no final. Obrigado às nossas raízes, aos nossos avós que nos transmitiram a fé, que nos transmitiram o horizonte de uma vida. Eles são nossas raízes.

E de volta para casa, continuem rezando pela paz. Vocês sõ um sinal de paz para o mundo, um testemunho de como diversas as diversas nacionalidades, as línguas, as histórias, podem unir em vez de dividir. Vocês são a esperança de um mundo diferente. Obrigado. Sigam em frente!

E, no final, chega um momento que todos esperam, o anúncio da próxima etapa do caminho. Porém, antes de dizer qual será a sede da 41ª Jornada Mundial da Juventude, gostaria de fazer um convite: convido todos os jovens do mundo, para o 2025, em Roma, para celebrar juntos o Jubileu dos Jovens Aguardo-vos ali,  em 2025 25, para celebrarmos juntos o Jubileu dos Jovens.

E a próxima Jornada Mundial da Juventude acontecerá na Ásia: será na Coreia do Sul. em Seul. E assim, em 2027, da fronteira ocidental da Europa, se deslocará para o Extremo Oriente. E este é um belo sinal da universalidade da Igreja e do sonho de unidade de que sois testemunhas.

Finalmente, um último obrigado, dirigimo-lo a duas pessoas especiais, a dois protagonistas principais deste encontro. Eles estiveram aqui conosco, e estão sempre conosco, não perdem de vista as nossas vidas, amam-nas como ninguém pode fazê-lo: obrigado a Ti, Senhor Jesus; obrigado a Ti, Maria nossa Mãe. E agora rezamos.... "(oração do Angelus).

Apelo após o Angelus

"Quero assegurar minhas orações, e o fazemos também juntos, pelas vítimas da trágica avalanche ocorrida há dois dias na região de Racha, na Geórgia. E acompanho seus familiares com minha proximidade. Que a Santíssima Virgem os conforte, e também apoie o trabalho das equipes de resgate.

E acompanho, estou perto, de meu irmão, meu patriarca, Elías II."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF