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sábado, 12 de agosto de 2023

"Bola de trapo", promover o espírito esportivo testemunhado e proposto pelo Papa

Promover a visão esportiva inclusiva e solidária do Papa Francisco (Vatican Media)

O Dia da "Bola de trapo" é, antes de tudo, um reconhecimento por ocasião dos dez anos do pontificado de Francisco, explicam os promotores da iniciativa. A data de 13 de agosto foi escolhida para comemorar os dez anos de serviço de Scholas Occurentes, na vanguarda no campo educacional também por meio do esporte.

Vatican News

Os habitantes de Los Angeles pretendem viver a Copa América de 2024, a Copa do Mundo de 2026 e os Jogos Olímpicos de 2028 de acordo com a visão esportiva inclusiva e solidária do Papa Francisco.

Segundo o jornal da Santa Sé, L'Osservatore Romano, o Conselho de Supervisores do Condado de Los Angeles - que com 88 cidades e 10 milhões de habitantes, é o maior dos Estados Unidos - proclamou por unanimidade o Dia da "Bola de trapo", celebrado em 13 de agosto: um dia expressamente dedicado à "bola de pano", símbolo concreto do autêntico espírito esportivo testemunhado e proposto pelo Papa aos atletas profissionais e amadores.

O Dia da "Bola de trapo" é, antes de tudo, um reconhecimento por ocasião dos dez anos do pontificado de Francisco, explicam os promotores da iniciativa. A data de 13 de agosto foi escolhida para comemorar os dez anos de serviço de Scholas Occurentes, na vanguarda no campo educacional também por meio do esporte, como fundação de direito pontifício, presente em 190 países.

O texto aprovado em 8 de agosto pelo Conselho do Condado de Los Angeles destaca a importância de que especialmente os mais jovens possam viver plenamente a experiência esportiva - capaz de criar um vínculo de unidade entre diferentes culturas - como uma oportunidade de autêntico crescimento pessoal. Em particular, o projeto Rag Ball Day será implementado até 2028 na área de Los Angeles - que possui tradições esportivas enraizadas e de alto nível - em referência a um programa de Scholas Occurentes.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Joana Francisca de Chantal

Santa Joana Francisca de Chantal (A12)

12 de agosto
Santa Joana Francisca de Chantal

Joana nasceu no ano de 1572 em Dijon, na França. Ficou órfã de mãe muito cedo. Seu pai era presidente de uma seção política em Borgonha, e por intrigas sofreu muitas humilhações e pobreza, mas teve sempre um caráter exemplar, orientando a família na verdadeira Fé. Assim, com cinco anos, Joana respondeu a um calvinista que questionava seu pai a respeito da Transubstanciação: “O Senhor Jesus Cristo está presente no Santíssimo Sacramento, porque Ele mesmo o disse. Se pretendeis não aceitar o que Ele falou, fazeis Dele um mentiroso”.

Aos 20 anos Joana se casou com o barão de Chantal, indo morar no castelo de Bourbillye. O casal teve quatro filhos, educados pelo seu santo exemplo. Ela era caridosa e humilde com todos, esposo, filhos e empregados. Instituiu a Missa diária para que todos estes participassem, e cuidou pessoalmente da educação religiosa dos seus servidores, bem como das suas necessidades materiais.

Um acidente de caça a deixou viúva aos 28 anos. Perdoando os responsáveis, dedicou-se à educação dos filhos, entre orações e trabalho. Por essa época conheceu o bispo de Genebra, futuro São Francisco de Sales, que se tornou seu diretor espiritual e a orientou para uma vida religiosa. Depois de nove anos de viuvez, tendo já as filhas bem casadas e o seu filho de 15 anos, herdeiro do baronato, sob a tutela do avô em Dijon, retirou-se para um convento.

No ano seguinte, 1610, fundou com São Francisco de Sales a Congregação da Visitação de Santa Maria (Irmãs da Visitação de Nossa Senhora, conhecidas também como “Salesianas” e “Visitandinas”), com o carisma do cuidado aos doentes. Foi sua primeira Superiora, acrescentando ao próprio o nome de Francisca. A partir de então devotou-se exclusivamente a esta obra. A primeira casa foi em Anecy; ela fundou mais 75, com o auxílio da sua fortuna.

Após um período de grande sofrimento por causa de uma febre, Joana faleceu em Moulins, aos 13 de dezembro de 1641. Neste ano já havia 90 casas da Ordem na França, e atualmente a obra está presente no mundo todo. Santa Joana Francisca de Chantal é venerada como modelo de perfeição em todos os estados de vida feminina – solteira, casada, mãe, viúva e religiosa.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Aceitar com perfeição qualquer coisa que Deus permitir na nossa vida, sem revoltas ou reclamações, não é algo fácil, e muitos não lidam bem sequer com as mudanças naturais da vida, como da juventude à maturidade e desta à velhice. É grande, portanto, o valor e o exemplo de Santa Joana, que em cada diferente estado de vida primou pela santidade. De fato, mesmo na infância deu corajoso e contundente testemunho de Fé sobre a Transubstanciação para um herege. Transubstanciação essa que, por comprovação pessoal e direta, constatou-se como totalmente desconhecida por uma criança, de família católica, há dois dias de receber a Primeira Comunhão… isto depois de dois anos de, digamos, “catequese”, numa paróquia com presença normal de padres e pastorais diversas. É criminoso, diante de Deus, fechar os olhos à decadência e desvios dentro da Igreja atual. Urge que os religiosos e as famílias católicas, conscientes, rezem e trabalhem na prática para uma sã renovação espiritual, pois o Corpo Místico de Cristo está seriamente doente, com vários membros em processo de gangrena. Não surpreenderá que, eventualmente, tenham que ser amputados. Oração, penitência, firmeza e não tibieza, amor a Deus e não respeitos humanos, coragem e não omissão, formação séria e não comodismo, assumir a evangelização e não delegá-la a quem não tem condições de fazê-la, estas as necessidades atuais da Igreja, pela qual e da qual Santa Joana recebeu, e proveu inclusive aos seus empregados, o apostolado da palavra e do exemplo.

Oração:

Deus e Pai de amor, que para nos instruirdes na Verdade não poupastes a vida do Vosso próprio Filho, concedei-nos por intercessão de Santa Joana Francisca de Chantal a disposição de nos santificarmos em todas as situações que nos permitis vivenciar, e nos dedicarmos, à imitação do carisma da sua Congregação, à cura dos doentes, principalmente os da alma, com nossas orações, sacrifícios, evangelização e fidelidade total aos Vossos ensinamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Síndrome de Bureout, condição que precisa ser conhecida dentro e fora da Igreja

WK Lai | Shutterstock / #image_title

Por Igor Precinoti

Descrita pela primeira vez, em 2007, por Phillipe Rothlin e Peter Werder, no livro “A nova síndrome do trabalho: Boreout”, ela consiste em três elementos. Entenda:

A Síndrome de Boreout é uma nova condição ocupacional, ainda com poucas publicações a repeito, que vem afetando um número cada vez maior de indivíduos, e que tem como consequências a depressão e a baixa autoestima.

Descrita pela primeira vez, em 2007, por Phillipe Rothlin e Peter Werder, no livro “A nova síndrome do trabalho: Boreout”, ela consiste em três elementos: Tédio, Desinteresse e Infra demanda, elementos que se entrelaçam de maneira interdependente.

1. Tédio no Trabalho: estado de relutância, dúvida e desorientação. Pode ser gerado por atividades monótonas ou que o trabalhador não entende o sentido.

2. Desinteresse pelo trabalho: gerado pela ausência de identificação com o trabalho; falta de vocação, inclusive desinteresse por promoções ou crescimento dentro da organização.

3. Infra demanda (Trabalho Insuficiente): Sentimento sobre a capacidade de realizar ou produzir mais do que a empresa ou o seu superior solicita; o trabalhador se sente sub-exigido porque suas habilidades superam as tarefas que lhe são dadas atribuídas. 

Esses três componentes estão sempre ligados e interagem uns com os outros. Quem é pouco requisitado começa ficar entediado com o trabalho, e quem fica entediado, mais cedo ou mais tarde, vai começar a perder o interesse no que faz. 

Muito se fala sobre a Síndrome de Burnout, um distúrbio psicológico caracterizado pelo esgotamento profissional, quando um ambiente de trabalho estressante leva o indivíduo à exaustão emocional, depressão etc., mas seu extremo oposto é ignorado. 

Problemas

Um trabalhador com Síndrome de Boreout não se sente bem consigo mesmo, se nota pouco útil ao perceber que seu esforço não gera resultados, além disso se sente frustado por ter que repetir diariamente as mesmas tarefas (cujo sentido não percebe ou não consegue entender). Com o tempo, o Boreout pode levar a problemas de saúde mental e redução da autoconfiança.

Interessante notar que uma revisão da literatura publicada em 2021 apontou que, mesmo entre o clero católico, as síndromes de Burnout e Boreout podem ocorrer simultaneamente como manifestações de estresse relacionado ao trabalho. Esta mesma revisão bibliográfica propõe 4 estratégias para evitar ou minimizar os riscos de adquirir tanto o Burnout como o Boreout. São elas:

1. Desenvolvimento profissional: treinamento e desenvolvimento de capacidades: o funcionário decide a melhor forma de fazer as coisas, etc. 

2. Diminuir as demandas de trabalho: evitar o excesso de trabalho garantindo que o esforço mental e emocional seja menos intenso. 

3. Melhorar a comunicação: facilitar o acesso aos supervisores e colegas para pedir conselhos e receber feedback.

4. Aumentar demandas desafiadoras: envolver os trabalhadores em projetos novos e interessantes

Segundo o livro “Sacerdocio y burnout. El desgaste en la vida sacerdotal” (2012) os padres com síndrome de Bureout ministrariam “o seu rebanho sem muito entusiasmo, nunca se desenvolvendo plenamente como sacerdotes e negando à sua congregação o benefício de seus talentos e energia”. 

Desta forma, é importante difundir, tanto dentro com o fora da Igreja, o máximo de informação sobre esta síndrome pouco conhecida e garantir que os instrumentos para evitar esta condição sejam utilizados. Um profissional bem formado, com acesso e boa comunicação com seus superiores, e tendo um ambiente de trabalho favorável (sem excesso de obrigações), estará menos vulnerável às síndrome de Burnout e Boreout e, por conseguinte, sentir-se-á bem e fará com que outros à sua volta também sejam felizes.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Família cristã

Família cristã (senhorbomjesusdomonte)

FAMÍLIA CRISTÃ

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)

“Vocação: graça e missão” 

“Corações ardentes, pés a caminho” 

Agosto é o mês vocacional na Igreja Católica que nos falar, rezar e convidar os batizados a ouvirem a voz de Deus e responderem livremente a seu convite. Também vivemos o Ano Vocacional que tem por tema: “Vocação: graça e missão” e por lema “Corações ardentes, pés a caminho”. No domingo do Dia dos Pais a nossa atenção se volta para a família cristã e o Sacramento do Matrimônio. No calendário civil celebramos o Dia das Mães separado do Dia dos Pais. Na perspectiva vocacional unimos pais, mães e filhos.  

Para falar de família cristã sempre se deve partir da base, isto é, dos sacramentos do batismo, crisma e da eucaristia. São os sacramentos comuns de todos os discípulos de Cristo, da vocação à santidade e da missão evangelizadora. Os batizados que vão ao Sacramento do Matrimônio recebem a graça especial para viverem a vida familiar. Daí nasce a compreensão de matrimônio e de família cristã. Matrimônio cristão é uma opção vocacional. 

O tema da família e do matrimônio cristão sempre fez parte da vida da Igreja. O Concílio Vaticano II, na Constituição Gaudium et Spes se dedicou a promover a dignidade e a santidade do matrimônio e da família. “A íntima comunidade de vida e de amor conjugal, fundada pelo Criador e dotada de suas leis, é instituída pela aliança conjugal ou pelo irrevogável consenso pessoal. Desse modo, do ato humano pelo qual os cônjuges se doam e recebem mutuamente, origina-se uma instituição firmada por uma ordem divina também diante da sociedade; no intuito do bem, tanto dos cônjuges e da prole como da sociedade”. (GS, nº 48). Recentemente o tema da família e do matrimônio cristão é tratado na Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Francisco Amoris Laetitia: sobre o amor na família de 19 de março de 2016.  

Numa sociedade plural as compreensões sobre matrimônio e família são plurais. Na   Amoris Laetitia o Papa Francisco reafirma o ensinamento tradicional da Igreja presente no Concílio Vaticano II, nos ensinamentos de São João Paulo II. As três perguntas feitas aos nubentes durante o Sacramento do Matrimônio resumem o que fundamenta a família cristã: viestes aqui livre e espontaneamente para celebrar o matrimônio; amar-se e respeitar-se por toda vida; receber com amor e educar os filhos na Lei de Deus e da Igreja. Desta aliança livre e consciente nasce uma comunidade de amor e vida.  

Estamos cientes de que se deposita uma grande exceptiva sobre os casais e suas famílias. Tantas vezes, se espera deles muito mais do que são capazes de realizar, mesmo com toda a dedicação e doação. A exortação Amoris Laetitia ajuda a tratar as famílias conciliando o ideal com o real e imperfeito. Por isso a proposta prática e pastoral do Papa Francisco pode ser resumida nas seguintes palavras: acompanhar, discernir e integrar as fragilidades das famílias  

A família cristã necessita cultivar a intimidade com Deus para receber dele constantemente as graças do Sacramento do Matrimônio para serem fiéis um ao outro, viver na alegria e na tristeza, na saúde e na doença todos os dias da vida. Por isso, a Amoris Laetitia termina com a “Oração à Sagrada Família”: Jesus, Maria e José, em vos contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, confiantes, a Vós nos consagramos. Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas Igrejas domésticas. Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento e de divisão: e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e curado. Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus. Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei da nossa súplica. Amém.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Santa Clara de Assis: uma história que fascinará em todos os tempos

© Public Domain

Por Reportagem local

O "escândalo" da jovem aristocrata e rica que trocou a riqueza e aristocracia pela humildade e pobreza franciscana, seguindo Jesus!

Santa Clara nasceu em 1193, de família aristocrática e rica, mas trocou essa riqueza e aristocracia pela humildade e pobreza do estilo de vida proposto e testemunhado por São Francisco de Assis.

A família de Clara já planejava o casamento dela, por conveniência econômica e social, quando a jovem, aos 18 anos, surpreendeu a todos com um gesto extremamente ousado: inspirada pelo profundo desejo de seguir a Cristo e pela intensa admiração que São Francisco lhe despertava, Clara deixou a casa paterna e, junto com a amiga Bona di Guelfuccio, se juntou secretamente aos frades menores na igrejinha conhecida como a Porciúncula. Era a noite do Domingo de Ramos de 1211.

Nessa ocasião, enquanto os frades seguravam tochas acesas, Francisco cortou os cabelos de Clara e lhe deu um rude hábito penitencial. Ela se tornou assim a virgem noiva de Cristo, humilde e pobre, e a Ele se consagrou totalmente, resistindo com decisão à severa oposição da família.

A própria Clara fala assim de Jesus a toda mulher que se devota por completo a Ele:

“Amando-o, sereis casta; tocando-o, sereis mais pura; deixando-vos possuir por Ele, sereis virgem. O Seu poder é mais forte, a Sua generosidade mais elevada, o Seu aspecto mais belo, o Seu amor mais suave e toda a graça mais fina. Agora estais apertada pelo abraço dele” (Primeira carta).

A espiritualidade de Santa Clara

A síntese da sua proposta de santidade é recolhida na quarta carta a Santa Inês de Praga. Santa Clara usa uma imagem muito difundida na Idade Média, de influência patrística: o espelho. E convida a amiga a se refletir naquele espelho de perfeição de toda a virtude, que é o próprio Senhor:

“Feliz aquele a quem é dado degustar esta sagrada união, para aderir com as profundezas do coração [a Cristo], aquele cuja beleza admiram incessantemente todas as abençoadas hostes do céu, cujo afeto apaixona, cuja contemplação restaura, cuja bondade sacia, cuja suavidade preenche, cuja memória resplandece suavemente, a cujo aroma os mortos voltam à vida e cuja visão gloriosa tornará abençoados todos os cidadãos da Jerusalém celeste. E porque Ele é o esplendor da glória, candor da luz eterna e espelho sem mancha, olha todo dia para este espelho, ó rainha esposa de Jesus Cristo, e nele escruta continuamente o teu rosto, para que possas assim adornar-te toda no interior e no exterior (…) Nesse espelho refulgem a abençoada pobreza, a santa humildade e a inefável caridade” (Quarta Carta).

Canonização

Apenas dois anos após a sua morte, em 1255, o Papa Alexandre IV a elevou aos altares traçando o seguinte elogio na bula de canonização:

“Quão vivo é o poder desta luz e quão forte é o brilho desta fonte luminosa. Na verdade, essa luz tinha-se enclausurado no escondimento da vida monástica e irradiava luzes cintilantes; recolhia-se em um mosteiro estreito, e expandia-se ao longo da vastidão do mundo. Mantinha-se dentro e difundia-se fora. Clara, de fato, escondia-se; mas a sua vida foi revelada a todos. Clara ficou em silêncio, mas sua fama gritava”.

Os Papas recentes falam de Santa Clara

São João Paulo II visita as irmãs clarissas de Assis

“Convido-as a rezar e é meu desejo que repitam em nossa época o milagre de São Francisco e de Santa Clara. Porque a moça, a jovem, a mulher contemporânea deve se encontrar neste esplêndido carisma; certamente escondido, realmente privado de exterioridades aparentes, mas quão profundo, quão feminino! Uma verdadeira esposa! Capaz de amor pleno e irrevogável para com um esposo invisível. É verdade que é invisível, mas, como é visível! Entre todos os esposos possíveis do mundo, é certo que Cristo é o Esposo mais visível de todos os visíveis; é sempre visível, mas permanece invisível e visível na alma consagrada a Deus. Não sabeis vós, escondidas, desconhecidas, quanto sois importantes para a vida da Igreja: quantos problemas, quantas coisas dependem de vós. É necessário a redescoberta daquele carisma, daquela vocação. Faz-se mister a redescoberta da legenda divina de Francisco e Clara”.

Bento XVI declarou em 15 de setembro de 2010, durante uma catequese sobre Santa Clara:

“Também nos séculos da Idade Média, o papel das mulheres não era secundário, mas significativo. A esse respeito, deve-se salientar que Clara foi a primeira mulher na história da Igreja a compor uma Regra escrita, sujeita à aprovação do Papa, para que o carisma de Francisco de Assis fosse preservado em todas as comunidades femininas que se iam estabelecendo já nos seus tempos e que desejavam inspirar-se no exemplo de Francisco e Clara. (…) são os santos aqueles que alteram o mundo para melhor, transformam-no de modo duradouro, incorporando as energias que somente o amor inspirado pelo Evangelho pode suscitar. Os santos são os grandes benfeitores da humanidade”.

E o Papa Francisco fez uma visita pessoal ao túmulo de Santa Clara no dia 4 de outubro de 2013:

https://youtu.be/eRVGi1eq2VU

Este vídeo traz algumas curiosidades sobre Santa Clara:

https://youtu.be/1d03r1nILrs

Fonte: https://pt.aleteia.org/

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Por que é importante ler a Bíblia e conhecê-la bem?

Brian A Jackson | Shutterstock

Por Luiz da Rosa

Na Bíblia há livros mais simples e outros mais difíceis de entender. Uma boa estratégia de leitura é passar do simples ao complexo. Entenda:

O desafio do estudo bíblico

A Bíblia é Palavra de Deus, um diálogo entre o criador e sua criatura. Nessa dinâmica, podemos aplicar a lógica tradicional do diálogo: informa, provoca mútuo conhecimento e impele à ação. É como uma carta de amor, capaz de ser devidamente entendida somente pelos namorados, emitente e destinatários do escrito. Nesse sentido, só quem tem fé, quem tem uma relação com Deus pode entendê-la de maneira autêntica. A fé é essencial para a leitura da Bíblia e, paralelamente, ela aumenta à medida que se lê. Um cientista sem fé nunca poderá tirar da Bíblia aquilo que nela encontra um fiel.

Durante muito tempo as Sagradas Escrituras estiveram longe do povo, especialmente no contexto católico. A Reforma protagonizada por Lutero, há cerca de 500 anos, usou a Bíblia como um instrumento para o ‘combate’: os protestantes acreditavam que dar a Bíblia ao povo era a solução para restaurar a autêntica vida cristã. A contrarreforma, promovida pelo mundo católico, exagerou de maneira oposta, preservando a Bíblia do ‘assalto’ popular e a isolou, colocando-a quase exclusivamente no púlpito. Dessa forma ficou, durante ao menos três séculos, bastante inacessível à maioria dos católicos. Situação que começou a se inverter somente há poucas décadas, certamente graças também à promoção do estudo e do seu uso por parte das comunidades protestantes, em primeiro lugar, e, ultimamente, pelas evangélicas. Hoje estamos muito felizes que tantas comunidades buscam aprofundar a Palavra de Deus, desejosas de adquirir instrumentos para poder ler de modo sóbrio, sem se deixarem levar pelo fundamentalismo religioso.

Quem abre a Bíblia e a lê está fazendo exegese, está interpretando e buscando entender o que nela está escrito. Esse é o primeiro estágio no contato com a Bíblia. Mas uma fé verdadeira busca entender e não se contenta com um primeiro passo. Para ir além, é necessário estudo, é necessária uma metodologia que pode ser adquirida de muitas maneiras. O mundo digital pode representar, com um correto discernimento, inúmeras oportunidades. O site abiblia.org representa um desses instrumentos, que nasceu há cerca de 20 anos, respondendo a perguntas dos leitores, de maneira muito popular, mas com uma base na formação científica, que tivemos a oportunidade de receber em Jerusalém e em Roma, e na vida eclesial que vivemos.

Os livros da Bíblia foram escritos há muito tempo e os seus escritores, inspirados pelo Espírito Santo, são verdadeiros autores. Não é fácil entender todas as lógicas do texto Bíblico: a mentalidade, a geografia, as imagens e os símbolos que nela encontramos são tomados de uma realidade quotidiana profundamente diferente da nossa. Além disso, a língua original é muito distante do nosso português. Por isso a mediação é importante. Um elemento básico é ter em mãos uma boa edição da Bíblia, um trabalho atual, feito por uma equipe de exegetas. Ignore os comentários que dizem que a Bíblia deve conter somente o texto bíblico. As notas são muito valiosas e ajudam a entender melhor o que se lê. Boas edições, apresentam uma introdução de poucas páginas antes de cada livro, muito útil para contextualizar o livro e explicar a mensagem. Apêndices no final da edição também podem ajudar, como por exemplo uma linha cronológica da história de Israel. Obviamente, um ulterior degrau é a leitura de livros de introdução geral à Bíblia e outros que explicam de maneira detalhada cada livro. Há também muita formação disponível, seja online seja nas comunidades. Por exemplo, em 26 de agosto de 2023 estaremos juntos em uma iniciativa promovida pelos mosteiros camaldolenses brasileiros da Transfiguração e da Encarnação, em parceria com a Faculdade de Filosofia e Teologia Paulo VI, da Diocese de Mogi das Cruzes e o Núcleo Fé e Cultura da arquidiocese de São Paulo. Vamos passar o dia conversando sobre a Bíblia. O Encontro será presencial e para inscrições e maiores informações, escrever para o e-mail: encontroscamaldolenses@gmail.com

Por onde começar a leitura da Bíblia?

Na Bíblia há livros mais simples e outros mais difíceis de entender. Uma boa estratégia de leitura é passar do simples ao complexo. São facilmente legíveis os textos narrativos, que contam histórias, que têm um enredo a seguir; seria bom começar com esses textos. Por exemplo, falando de Antigo Testamento, é possível começar com Gênesis e continuar com o Êxodo, pulando os livros seguintes que falam particularmente das leis. Siga então com Josué e Juízes. Em seguida, uma boa sugestão é a de ler os bonitos livrinhos de Rute, Ester e Tobias e então continuar com os dois livros de Samuel. Tendo lido estes, você poderia ler um dos profetas, quem sabe Oseias. Viriam, em sequência, os livros poéticos (Cântico dos Cânticos) e aqueles de oração (Salmos). Se o foco é o Novo Testamento, leia um evangelho. O mais curto e antigo é aquele Segundo Marcos. Depois, certamente você não se cansará de ler as histórias da primeira comunidade cristã contada por Lucas nos Atos dos Apóstolos. Tendo lido esses livros, siga o seu interesse. Não se preocupe com a ordem da leitura.

Se por um lado a Bíblia ganhou muitos adeptos dentro do mundo cristão, por outro há muito ceticismo em relação a ela. O estudo científico levou muitos a questionarem a sua lógica e colocarem em xeque a sua verdade. Contrapondo essa crítica, outros se protegem atrás de trincheiras afirmando princípios fundamentalistas e defendem, com unhas e dentes, a exatidão de quanto está escrito na Bíblia. Um judeu ou cristão radical nunca vai aceitar a teoria da evolução do ser humano, que não é conforme à narração da criação contada pelo livro do Gênesis. Há inclusive muitas pessoas que ocupam posição de liderança que têm dificuldade em acompanhar os fiéis a entender a verdade da Bíblia e da revelação. De qualquer forma, temos que afirmar constantemente, seguindo o magistério da Igreja, que tudo o que a Bíblia diz é verdadeiro. Contudo, estamos falando de uma verdade para as nossas vidas, mas não necessariamente de uma verdade científica. Não precisamos ter medo de afirmar que nem tudo o que está escrito na Bíblia, como se entende a crônica histórica hoje, é exato. Essa afirmação não compromete em nada a autoridade das Escrituras, mas apenas revela a sua natureza, que não é a de ser uma crônica em termos modernos ou um livro científico, mas transmitir para nós o sentido que o autor inspirado descobriu nos eventos que marcaram a vida da humanidade, em geral, e do povo de Israel, em particular. Essas verdades transmitidas não são meras descobertas humanas, mas a vontade de Deus revelada para nós ainda hoje.

Não tenha medo de abrir a Bíblia e se deixar levar pela curiosidade que suscita. Estude a Bíblia e a sua fé se aprofundará.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Qual é a missão dos diáconos permanentes na Igreja?

Diácono Permanente (Cléofas)

Qual é a missão dos diáconos permanentes na Igreja? Quais são as disposições necessárias para o diaconato?

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Desde o tempo dos Apóstolos a Igreja teve diáconos permanentes: Santo Estevão, mártir; São Lourenço, São Beda Venerável, doutor da Igreja, etc.… Os diáconos permanentes são homens casados ou celibatários que, chamados para seguir Jesus Cristo Servidor, recebem o Sacramento da Ordem do Diaconato através da imposição das mão do Bispo. O diácono dá testemunho de vida em comunhão, de forma privilegiada, a partir de sua família e ambiente de trabalho.

“Existem situações e lugares, principalmente nas zonas rurais e afastadas e nas grandes áreas urbanas densamente povoadas, onde somente através do diácono um ministro ordenado se faz presente” (Documento de São Domingo, 77).

“O carisma do diácono, sinal sacramental de “Cristo Servo”, tem uma grande eficácia para a realização missionária com visitas à libertação integral do homem” (Documento de Puebla, 697).

O Papa João Paulo II se referiu aos diáconos permanentes, dizendo que: “apresentam um rosto característico da Igreja, à qual tem prazer de estar próxima do povo e de sua realidade cotidiana para arraigar em sua vida o anúncio da mensagem de Cristo”. Por isso mesmo cresce na Igreja em todo o mundo o número de diáconos casados, apoiados por suas esposas e filhos.

O ministério dos diáconos floresceu até o século V. Por diferentes razões, declinou depois lentamente até o ponto de que este ministério chegou a ser tão só uma fase intermediária para os candidatos à ordenação sacerdotal. O Concílio Vaticano II abriu o caminho para restaurar este ministério como “grau próprio e permanente da hierarquia”, permitindo que possa ser conferido a homens em idade madura já casados.

João Paulo II agradeceu aos diáconos permanentes “a missão que realizam pela Igreja como servidores do Evangelho, acompanhando, com frequência no marco profissional, que é o primeiro contexto de seu ministério, o povo cristão”. “Com sua palavra e sua exigente vida pessoal, conjugal e familiar dão a conhecer a mensagem cristã e fazem os homens e mulheres refletirem sobre questões sociais para que resplandeçam os valores evangélicos”.

No ano 2001 em todo o mundo, já havia 28.626 diáconos permanentes diocesanos e 578 diáconos permanentes religiosos, segundo o Anuário Estatístico da Igreja.

A “Congregação para a educação católica” e a “Congregação para o Clero” da Santa Sé, publicaram as “Normas fundamentais para a formação dos diáconos permanentes”, em 22/02/1998.

O Catecismo da Igreja Católica, fala sobre os diáconos:

§1571. Os diáconos participam de modo especial na missão e graça de Cristo. São marcados pelo sacramento da Ordem com um sinal (“caráter”) que ninguém pode apagar e que os configura a Cristo, que se fez “diácono”, isto é, servidor de todos. Cabe aos diáconos, entre outros serviços, assistir o Bispo e os padres na celebração dos divinos mistérios, sobretudo a Eucaristia, distribuir a Comunhão, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir o funerais e consagrar-se aos diversos serviços da caridade.

§1572. Desde o Concílio Vaticano II, a Igreja latina restabeleceu o diaconato “como grau próprio e permanente da hierarquia”, a passo que as Igrejas do Oriente sempre o mantiveram. Esse diaconato permanente, que pode ser conferido a homens casados, constitui um importante enriquecimento para a missão da Igreja. De fato, ser útil e apropriado que aqueles que cumprem na Igreja um ministério verdadeiramente diaconal, quer na vida litúrgica e pastoral, quer nas obras sociais e caritativas, “sejam corroborados e mais intimamente ligados ao altar pela imposição das mãos, tradição que nos vem desde os apóstolos. Destarte desempenharão mais eficazmente o seu ministério mediante a graça sacramental do diaconato”.

S. Inácio de Antioquia, já no século I, dizia: “Sem o Bispo, os presbíteros e os diáconos, não se pode falar de Igreja”.

O papel do diácono é fundamental sobretudo para levar o Evangelho no meio do povo, nas casas, nas famílias, onde pode levar a Sagrada Eucaristia, benzer as casas, etc.

“Não podemos mais fechar-nos e aguardar os batizados nas nossas Igrejas. Temos de ir buscá-los onde vivem e trabalham, com uma ação missionária permanente, com especial atenção aos pobres das periferias urbanas”, disse o Cardeal D. Claudio Hummes aos diáconos quando foi Prefeito da Congregação para o Clero (13/08/2009).

Destacando o “ministério da Palavra” confiado aos diáconos permanentes, o Cardeal pediu “uma familiaridade constante com a Sagrada Escritura, principalmente com os Evangelhos”. “Ouvir, meditar, estudar e praticar a Palavra de Deus deve ser um esforço permanente”.

D. Claudio falou “das responsabilidades que podem ser confiadas aos diáconos na pastoral batismal e na pastoral matrimonial-familiar, para além de toda a ação da caridade, a solidariedade para com os pobres, a justiça social”.

No Documento da santa Sé encontramos essa afirmação: “O diácono é também ministro ordinário da exposição do Santíssimo Sacramento e da benção eucarística” (pág. 120, cap. II do diretório, paragrafo 32 sobre Eucaristia).

Nas Missas, o Bispo, o Presbítero e o diácono podem distribuir a comunhão em igualdade de condições, sendo que o diácono ao distribuir a comunhão não o faz como auxiliar do padre, mas no exercício de seu próprio ministério. O diácono não é auxiliar do padre, mas serve o Altar no exercício de seu ministério próprio e está ligado diretamente ao Bispo.

O diácono pode exercer todas as funções do presbítero, à exceção da Consagração, Confissão e Unção dos enfermos. Portanto, pode distribuir a comunhão, conceder bênçãos, conceder a bênção do Santíssimo, presidir casamentos, realizar batizados e exéquias, fazer homilias nas Missas e celebrações da Palavra, presidir celebrações da Palavra, presidir todos os sacramentais, etc..; sendo que nas Missas presididas pelo padre, bispo e até pelo Papa, é o Diácono quem proclama o Evangelho.

O responsável pelo diaconato é o Bispo; o diaconato no caso de pessoas que não vão se ordenar sacerdote só pode ser após os 35 anos. E deve ser um candidato que conheça bem a doutrina católica, tenha um bom domínio da Sagrada Escritura, formação teológica e pastoral; viva de acordo com a fé da Igreja e seja uma pessoa de boa conduta na sociedade. São Paulo disse: “Os diáconos não sejam casados senão uma vez, e saibam governar os filhos e a casa. E os que desempenharem bem este ministério, alcançarão honrosa posição e grande confiança na fé, em Jesus Cristo” (1 Tm 3,12-13). Se o diácono permanente ficar viúvo, não pode se casar novamente.

O Código de Direito Canônico diz: “Os aspirantes ao diaconato permanente, de acordo com as prescrições da Conferência dos Bispos, sejam formados a cultivar a vida espiritual e instruídos a cumprir devidamente os deveres próprios dessa ordem” (Cân. 236). Falando aos diáconos permanentes Dom Claudio pediu que se esmerassem na santificação pessoal, na vida de oração e da espiritualidade diaconal.

O candidato ao diaconato deve ser alguém que ama a Igreja, tem zelo apostólico, desejo de evangelizar e salvar almas e vive intensa vida de oração e sacramental. Assim, poderá cumprir bem a sua missão.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

A vocação do diácono permanente é a que mais cresce no mundo

Diáconos Antônio Oliveira dos Santos, Marcos Carvalho e Gilmar Pereira dos Santos / Arquivos pessoais

A vocação do diácono permanente é a que mais cresce no mundo, diz vice-presidente da Comissão Nacional de Diáconos

Por Nathália Lima

PETRÓPOLIS, 10 Ago. 23 / 09:48 am (ACI).- “Atualmente no Brasil existem quase 6 mil diáconos ordenados até o primeiro semestre de 2023, e com previsão de muitas outras ordenações até o final do ano, segundo as estatísticas dos órgãos da igreja, é a vocação que mais cresce anualmente não só no Brasil, mas em todo o mundo”, disse hoje (10), Dia do Diácono Permanente, o diácono Antônio Oliveira dos Santos, da arquidiocese de Palmas (TO).

Ele é vice-presidente da Comissão Nacional dos Diáconos (CND), órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Para ele, “a missão atual do diácono é sair do presbitério para ir em busca das ovelhas perdidas da casa de Israel”.

A palavra diácono vem do grego “diáconos” que significa servidor, sua missão principal é o serviço da caridade, mas também da Palavra e da liturgia. Estabelecido pelos apóstolos, como conta o livro dos atos dos Apóstolos (6, 1-6), a vocação de diácono permanente caiu em desuso e foi pelo papa são Paulo VI, em 1967

“Nos tempos atuais o ministério diaconal tem um vasto campo de missão, como frequentemente nos fala o papa Francisco, ‘precisamos ser uma igreja de saída, que tem o cheiro das ovelhas’, e essa é a missão atual do diácono”, disse o diácono Santos em entrevista à ACI Digital.

 Os diáconos permanentes, segundo Catecismo da Igreja Católica, podem distribuir a comunhão, dar bênçãos, dar a bênção do Santíssimo Sacramento, assistir e abençoar casamentos, fazer os batizados, celebrar as exéquias, os funerais, fazer homilias, celebrações da Palavra, presidir sacramentais e dedicar-se a diversos serviços de caridade.

Segundo Santos, “em quase todas as dioceses do Brasil existem diáconos ordenados, os bispos têm entendido a importância da presença diaconal na missão e isso tem contribuído para o crescimento do número de ordenações”.

Santos, de 55 anos, recebeu a ordenação no dia 12 de outubro de 2011, depois de passar por uma formação de cinco anos e hoje serve na arquidiocese de Palmas (TO) e faz parte da comunidade Sementes do Verbo, mora numa casa de missão “onde acolhe crianças e adolescentes em vulnerabilidade social”. É uma missão da família na qual a sua mulher é assistente social e a filha exerce a missão de psicóloga do projeto. Ele também trabalha como tesoureiro da mitra arquidiocesana de Palmas.

Ele contou à ACI Digital que desde o início de seu chamado ao diaconado, a sua mulher e os seus filhos tiveram “uma participação ativa no processo formativo e ministerial”, aceitando “com alegria o caminho diaconal”.

Segundo as Diretrizes para o Diaconado Permanente, da CNBB, “a família do diácono, Igreja doméstica, constitui o primeiro campo da sua ação ministerial”. “O diácono casado não descuidará do seu lar sob o pretexto do exercício do ministério” e “estará sempre atento para que os trabalhos diaconais não o afastem da necessária convivência com a esposa e os filhos”.

O diácono Gilmar Pereira dos Santos, da diocese de Nova Iguaçu, contou à ACI Digital sobre o desafio que enfrentou no tempo de preparação para o diaconado, tendo que conciliar o “trabalho, Igreja, seminário e família”. Os primeiros seis meses foram tão complicados que teve “vontade de desistir”, mas depois de cinco anos de estudo no seminário e dois anos de estudo na escola diaconal ele foi ordenado em 2015.

Pereira dos Santos, de 58 anos, trabalha como motorista e diz que é um apaixonado pela Igreja. Ele considera que o seu ministério é uma bênção “que Servir ao Senhor é a coisa mais linda, na nossa vida como católicos, seja como leigo, padre ou diácono, tem que ser tudo. Servir ao Senhor com alegria, servir ao Senhor, servir ao povo que está necessitando ser bem acolhido pelo clero, pela Igreja, pelos padres, pelos diáconos”. “Nas minhas celebrações, procuro dar a Palavra direcionada para a Salvação do nosso povo, que precisa muito disso. Levar Cristo ao coração do povo”.

“O povo hoje está muito pagão, não estão indo para outra denominação de Igreja, estão largando a Igreja, não estão indo em Igreja nenhuma. Isso não pode acontecer”, continuou ele.

O diácono Marcos Carvalho, da diocese de Petrópolis, falou à ACI Digital sobre como os fiéis veem o diácono permanente, que muitos ainda o confundem com o padre, e têm vontade de saber como “é viver a dupla sacramentalidade, se admiram e buscam saber como acontece todo o processo e formação, vida familiar, trabalho e lazer”.

Por poderem casar, os diáconos são os únicos católicos que podem receber todos os sete sacramentosbatismoeucaristia, confirmação, casamento, ordem, penitência e extrema unção.

“No âmbito familiar, o diácono deve buscar sempre viver a sua dupla sacramentalidade (matrimônio e ordem) também em equilíbrio, pois antes de ser diácono, ele é um chefe de família, ou seja, é marido e pai”, disse. 

“O marido, assumindo um segundo sacramento que também imprime caráter, precisa constantemente buscar viver o equilíbrio entre ambos, pois apesar de ser diácono ele é marido e pai e precisa também se fazer presente”, acrescentou.

“De uma forma geral, os diáconos são vistos hoje na Igreja como uma importante força na Missão da Igreja e um grande auxílio aos sacerdotes, pois com especificidade de sua vocação, ‘o serviço’ proporcionam ao sacerdote mais tempo para exercer sua vocação de pastor de um rebanho”, acrescentou ele.

O diácono Carvalho, de 60 anos, é gerente de projetos na mitra diocesana de Petrópolis (RJ). Sobre a pressão de certos setores da Igreja para a ordenação de mulheres ao diaconado, ele acha que “se acontecer algum dia a ordenação de mulheres ao diaconado a instituição família será fortemente afetada, e vale relembrar que o primeiro sacramento assumido diante de Deus pelos dois foi o matrimônio”. Isso porque o diácono casado e pai de família assume muitos compromissos em sua vocação, assim, o papel da mulher de um diácono no lar fica mais exigente.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Papa: a JMJ mostra que é possível um mundo de irmãos, sem ódio e sem armas

Papa: a JMJ mostra que é possível o mundo viver em paz (Vatican Media)

O coração do Papa carrega muita gratidão a Deus pelo que foi visto e vivido em Portugal durante a 37ª JMJ, ocasião para também encontrar autoridades e Igreja local, além de uma breve peregrinação a Fátima: "enquanto na Ucrânia e em outros lugares se combate, e em certas salas escondidas se planeja a guerra, a JMJ mostra que outro mundo é possível". A mensagem dos jovens foi clara, disse Francisco: "será que os 'grandes da terra' a ouvirão?" "Quem tem ouvidos, ouça! Quem tem olhos, veja!"

Andressa Collet - Vatican News

Esta quarta-feira, 9 de agosto, marca a retomada das Audiências Gerais após a pausa de verão e também o retorno do Papa Francisco de Portugal. Até o último domingo (6), o Pontífice esteve no país por ocasião da 37ª Jornada Mundial da Juventude, ocasião para também encontrar as autoridades e a Igreja local, além de fazer uma breve peregrinação a Fátima.

Como de costume ao voltar de uma viagem apostólica, o Papa procurou compartilhar com os fiéis da Sala Paulo VI a experiência de fé vivida em meio à juventude do mundo inteiro em Lisboa. O evento foi sentido por todos como um presente de Deus, disse Francisco, já que aconteceu após a pandemia, um período que particularmente afetou o comportamento dos jovens. Com esta Jornada Mundial da Juventude, continuou Francisco, "Deus deu um 'empurrão' no sentido oposto", marcando "um novo início da grande peregrinação dos jovens em nome de Jesus".

A exemplo de Maria, colocar-se a serviço

E não é por acaso que isso aconteceu em Lisboa, recordou o Pontífice, "cidade voltada para o oceano, cidade-símbolo das grandes explorações marítimas". A JMJ de Lisboa foi um "movimento de corações e passos dos jovens de várias partes do mundo ao encontro de Jesus", nos caminhos do Evangelho e tomando como modelo a Virgem Maria. No momento mais crítico para ela, "levantou-Se e partiu apressadamente" (Lc 1,39). "Gosto muito de invocar Nossa Senhora neste aspecto: a Nossa Senhora 'apressada', que sempre faz as coisas com pressa, nunca nos deixa esperando, porque Ela é a mãe de todos", disse ainda o Papa.

“Maria, hoje, no terceiro milênio, guia a peregrinação dos jovens no seguimento de Jesus.”

"Como já tinha feito há um século justamente em Portugal, em Fátima, quando se dirigiu a três crianças, confiando-lhes uma mensagem de fé e esperança para a Igreja e para o mundo. Por isso, na JMJ, voltei a Fátima, ao local da aparição, e junto com alguns jovens doentes rezei para que Deus curasse o mundo das doenças da alma: o orgulho, a mentira, a inimizade, a violência. São doenças da alma e o mundo está doente com essas doenças. E renovamos a nossa consagração, a da Europa e a do mundo ao Imaculado Coração de Maria. Rezei pela paz porque há muitas guerras em todas as partes do mundo, muitas."

Nem férias e nem turismo, mas encontro com Cristo

Em Lisboa e na região metropolitana que acolheram os eventos oficiais, o Papa Francisco sempre se deparou com multidões de jovens entusiastas e provenientes do mundo inteiro. Dos anos de preparação à JMJ, eles se apresentavam prontos a compartilhar as experiências vividas em âmbito local paroquial e a receber o chamado de Deus, cada um a seu modo:

"Não eram férias, uma viagem turística, nem mesmo um evento espiritual por si só; a JMJ é um encontro com Cristo vivo por meio da Igreja. Os jovens vão ao encontro de Cristo; é verdade que onde há jovens há alegria, há um pouco de tudo isto! A minha visita a Portugal, por ocasião da JMJ, se beneficiou do ambiente festivo desta onda de jovens", reforçou Francisco.

Outro mundo é possível: quem tem ouvidos, ouça!

O coração do Papa carrega muita gratidão a Deus pelo que foi visto e vivido em Portugal neste início de agosto. Um pensamento especial ele também tem pela Igreja local que, em retribuição ao grande esforço feito para a organização e o acolhimento, deve receber "novas energias para lançar novamente as suas redes com paixão apostólica". Os jovens em Portugal já dão hoje uma mensagem clara ao mundo:

"Enquanto na Ucrânia e em outros lugares do mundo se combate, e enquanto em certas salas escondidas se planeja a guerra, a JMJ mostrou a todos que outro mundo é possível: um mundo de irmãos e irmãs, onde as bandeiras de todos os povos tremulam juntas, uma ao lado da outra, sem ódio, sem medo, sem fechamentos, sem armas! A mensagem dos jovens foi clara: será que os 'grandes da terra' a ouvirão? É uma parábola para o nosso tempo, e ainda hoje Jesus diz: 'Quem tem ouvidos, ouça! Quem tem olhos, veja!' Esperamos que o mundo inteiro ouça esta Jornada da Juventude e veja esta beleza dos jovens indo adiante."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF