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terça-feira, 15 de agosto de 2023

O Purgatório

Os Novíssimos (Templários de Maria)

O Purgatório

A Igreja chama de purgatório esta purificação final dos eleitos

Desde os primórdios a Igreja, assistida pelo Espírito Santo (cf. Mt 28,20; Jo 14,15.25; 16,12´13), acredita na purificação das almas após a morte, e chama este estado, não lugar, de Purgatório.

Ao nos ensinar sobre esta matéria, diz o nosso Catecismo:

“Aqueles que morrem na graça e na amizade de Deus, mas imperfeitamente purificados, estão certos da sua salvação eterna, todavia sofrem uma purificação após a morte, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu” (CIC, §1030).

Logo, as almas do Purgatório “estão certas da sua salvação eterna”, e isto lhes dá grande paz e alegria. Falando sobre isso, disse o Papa João Paulo II:

“Mesmo que a alma tenha de sujeitar-se, naquela passagem para o Céu, à purificação das últimas escórias, mediante o Purgatório, ela já está cheia de luz, de certeza, de alegria, porque sabe que pertence para sempre ao seu Deus.” (Alocução de 3 de julho de 1991; LR n. 27 de 7/7/91)

O Catecismo da Igreja ensina que:

“A Igreja chama de purgatório esta purificação final dos eleitos, purificação esta que é totalmente diversa da punição dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório principalmente nos Concílios de Florença (1438-1445) e de Trento (1545-1563)” (§ 1031).

“Este ensinamento baseia-se também sobre a prática da oração pelos defuntos de que já fala a Escritura Sagrada: Eis porque Judas Macabeus mandou oferecer este sacrifício expiatório em prol dos mortos, a fim de que fossem purificados de seu pecado (2 Mac 12, 46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em favor dos mesmos, particularmente o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos”.

Devemos notar que o ensinamento sobre o Purgatório tem raízes já na crença dos próprios judeus, cerca de 200 anos antes de Cristo, quando ocorreu o episódio de Judas Macabeus. Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então Judas Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em Jerusalém um sacrifício pelos pecados desses soldados. O autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, louva a ação de Judas:

“Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado”. (2 Mac 12,44s)

Neste caso, vemos pessoas que morreram na amizade de Deus, mas com uma incoerência, que não foi a negação da fé, já que estavam combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé.

Todo homem foi criado para participar da felicidade plena de Deus (cf. CIC, 1), e gozar de sua visão face-a-face. Mas, como Deus é “Três vezes Santo”, como disse o Papa Paulo VI, e como viu o profeta Isaías (Is 6,8), não pode entrar em comunhão perfeita com Ele quem ainda tem resquícios de pecado na alma. A Carta aos Hebreus diz que: “sem a santidade ninguém pode ver a Deus” (Hb 12, 14). Então, a misericórdia de Deus dá-nos a oportunidade de purificação mesmo após a morte. Entenda, então, que o Purgatório, longe de ser castigo de Deus, é graça da sua misericórdia paterna.

O ser humano carrega consigo uma certa desordem interior, que deveria extirpar nesta vida; mas quando não consegue, isto leva-o a cair novamente nas mesmas faltas. Ao confessar recebemos o perdão dos pecados; mas, infelizmente, para a maioria, a contrição ainda encontra resistência em seu íntimo, de modo que a desordem, a verdadeira raiz do pecado, não é totalmente extirpada. No purgatório essa desordem interior é totalmente destruída, e a alma chega à santidade perfeita, podendo entrar na comunhão plena com Deus, pois, com amor intenso a Ele, rejeita todo pecado.
Com base nos ensinamentos de São Paulo, a Igreja entendeu também a realidade do Purgatório. Em 1Cor 3,10, ele fala de pessoas que construíram sobre o fundamento que é Jesus Cristo, utilizando uns, material precioso, resistente ao fogo (ouro, prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao fogo (palha, madeira). São todos fiéis a Cristo, mas uns com muito zelo e fervor, e outros com tibieza e relutância. E Paulo apresenta o juízo de Deus sob a imagem do fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, o seu autor “receberá uma recompensa”; mas, se não resistir, o seu autor “sofrerá detrimento”, isto é, uma pena; que não será a condenação; pois o texto diz explicitamente que o trabalhador “se salvará, mas como que através do fogo”, isto é, com sofrimentos.

O fogo neste texto tem sentido metafórico e representa o juízo de Deus (cf. Sl 78, 5; 88, 47; 96,3). O purgatório não é de fogo terreno, já que a alma, sendo espiritual, não pode ser atingida por esse fogo. No purgatório a alma vê com toda clareza a sua vida tíbia na terra, o seu amor insuficiente a Deus, e rejeita agora toda a incoerência a esse amor, vencendo assim as paixões que neste mundo se opuseram à vontade santa de Deus. Neste estado, a alma se arrepende até o extremo de suas negligências durante esta vida; e o amor a Deus extingue nela os afetos desregrados, de modo que ela se purifica. Desta forma, a alma sofre por ter sido negligente, e por atrasar assim, por culpa própria, o seu encontro definitivo com Deus. É um sofrimento nobre e espontâneo, inspirado pelo amor de Deus e horror ao pecado.

Pensamentos Consoladores sobre o Purgatório

O grande doutor da Igreja, São Francisco de Sales (1567-1655), tem um ensinamento maravilhoso sobre o purgatório. Ele ensinava, já na idade média, que “é preciso tirar mais consolação do que temor do pensamento do Purgatório”. Eis o que ele nos diz:

1 – As almas ali vivem uma contínua união com Deus.

2 – Estão perfeitamente conformadas com a vontade de Deus. Só querem o que Deus quer. Se lhes fosse aberto o Paraíso, prefeririam precipitar-se no inferno a apresentar-se manchadas diante de Deus.

3 – Purificam-se voluntariamente, amorosamente, porque assim o quer Deus.

4 – Querem permanecer na forma que agradar a Deus e por todo o tempo que for da vontade Dele.

5 – São invencíveis na prova e não podem ter um movimento sequer de impaciência, nem cometer qualquer imperfeição.

6 – Amam mais a Deus do que a si próprias, com amor simples, puro e desinteressado.

7 – São consoladas pelos anjos.

8 – Estão certas da sua salvação, com uma esperança inigualável.

9 – As suas amarguras são aliviadas por uma paz profunda.

10 – Se é infernal a dor que sofrem, a caridade derrama-lhes no coração inefável ternura, a caridade que é mais forte do que a morte e mais poderosa que o inferno.

11 – O Purgatório é um feliz estado, mais desejável que temível, porque as chamas que lá existem são chamas de amor.

Fonte: Extraído do livro O Breviário da Confiança, de Mons. Ascânio Brandão, 4a. ed. Editora Rosário, Curitiba, 1981

Fonte: https://presbiteros.org.br/

Misteriosa igreja na fronteira deste mundo celebra 1.000 anos… pela segunda vez

Mont Saint-Michel
JEROME HOUYVET / Only France via AFP

Por Francisco Vêneto

"É praticamente impossível contemplar o extraordinário Monte Saint-Michel sem quase cair em êxtase."

Uma das obras mais espetaculares já construídas em toda a história da humanidade, o complexo arquitetônico do Mont Saint-Michel, na Normandia, está celebrando mil anos em 2023 – mas pela segunda vez. De fato, já foi celebrado o seu “milênio monástico” em 1966, comemorando a chegada dos primeiros monges ao monte. Agora, celebra-se oficialmente a colocação da primeira pedra da igreja da abadia, cuja construção teve início, portanto, no de 1023.

Mont Saint-Michel
MarcantonioBartelloni | Shutterstock

Ao longo destes dez séculos de existência, o monte dedicado ao arcanjo São Miguel fascinou milhões e milhões de peregrinos e visitantes de todas as crenças.

Um deles foi o pe. Robert Barron, norte-americano, que assim descreveu a experiência de vislumbrá-lo da estrada à medida que se aproximava a bordo de uma van:

“À medida que nos aproximávamos, ele ficava cada vez mais impressionante, erguendo-se às vezes como uma fortaleza, outras parecendo flutuar sobre as águas do mar. Quando passamos pelos seus portões para começar o nosso trabalho, foi como deixar o nosso mundo e penetrar na Idade Média. A nossa subida até o topo, íngreme e árdua, imitava a de milhares de peregrinos, monges e buscadores espirituais ao longo dos séculos e séculos”.

O sacerdote então recordou que o local da construção também é excepcional – assim como o seu significado:

“Para vislumbrar o significado religioso desse monte, precisamos recordar que ele foi construído ‘no limite’. Assim como os monges irlandeses construíam as suas singelas habitações na indômita costa ocidental da sua pátria, assim também os religiosos que deram origem ao Monte Saint-Michel elevaram a sua obra, literalmente, na fronteira da terra.

Jesus tinha enviado os seus discípulos a proclamar o Evangelho em todos os lugares, sem se deterem até entregá-lo a todos. O cardeal Francis George gostava muito de relatar a história dos seus irmãos nos Oblatos de Maria Imaculada, que, seguindo à risca o envio de Jesus, pregaram a Sua ressurreição em toda e cada uma das aldeias do Yukon até chegarem finalmente a pessoas que lhes disseram: ‘Não há mais ninguém depois daqui’. O Monte Saint-Michel pretendia ser um monumento a esse completo empenho missionário cristão. Por isso é que ele foi, para mim, um lembrete vívido de que precisamos continuar também hoje essa tarefa, indo até aquilo que o Papa Francisco chama de periferias da existência”.

Ainda a este respeito, o pe. Robert acrescenta:

“Também temos que recordar que o monte está situado precisamente na fronteira ocidental da Europa, olhando para o sol poente. No imaginário medieval, a terra do pôr-do-sol era associada aos poderes da escuridão, o que ajuda a explicar por que as grandes catedrais da Idade Média eram, quase sem exceção, voltadas ao oriente: elas simbolizavam a Igreja voltada à luz do Cristo ressuscitado e de costas para o pecado e a morte. Assim, o templo-fortaleza deste monte, protegido pelo arcanjo guerreiro, batizado em sua honra e erguido na borda ocidental do mundo, representa o poder da Igreja de Cristo contra as forças da escuridão, visíveis e invisíveis”.

Não há como ignorar o poderoso nome que foi dado ao monte:

“Para entender ainda mais a fundo este lugar sagrado, precisamos nos lembrar também do seu nome e da figura que está no seu pináculo: São Miguel, o Arcanjo. Miguel é invariavelmente retratado com a armadura do guerreiro, pois é o general do exército de anjos que encarou as legiões de Lúcifer, o anjo caído que tinha ousado se arrogar as prerrogativas do próprio Deus. Miguel lutou não com espada e lança, mas com o desafio irrespondível do seu próprio nome: Micha-El – Quem é como Deus?“.

Mont Saint-Michel
Damien MEYER / AFP

O caráter sublime do monte também mereceu um comentário tocante do pe. Robert:

“É praticamente impossível olhar para o Monte Saint-Michel sem quase cair em êxtase. Eu desafiaria qualquer um a vir até aqui e caminhar rumo ao monte sem se flagrar seduzido por pensamentos sobre o que há de mais grandioso e eterno. A própria montanha, junto com a arquitetura requintadamente posicionada sobre ela, atrai os olhos para cima, para além deste mundo. E quando se sobe ao topo, contempla-se o mar que apaga toda pegada e que aparentemente não tem fim. De Platão a James Joyce, passando por Dante, o tropo do mar aberto foi usado para evocar a meta transcendente do coração buscador.

A arte, os sacramentos, a doutrina e os santos da Igreja nos atraem até essa fronteira que finaliza o ordinário e nos permite um vislumbre do mar aberto da eternidade de Deus. Eles são, portanto, os inimigos do ‘eu amortecido’ de Charles Taylor, aquele eu moderno tão formatado pela ideologia secularista que nem ouve mais os sussurros dos anjos. Sempre me pareceu estranho, a propósito, que uma pessoa religiosa possa ser vista de forma convencional e não ‘ameaçadora’ em algum grau. Os cristãos autênticos são pessoas ‘perigosas’ para esse mundo secularizado. E o Monte Saint-Michel, erguendo-se na divisa entre o céu e a terra, é exatamente o tipo de lugar aonde essa gente ‘perigosa’ gosta de ir”.

Mont Saint-Michel
Oscity | Shutterstock

Por fim, o sacerdote convida:

“Venha até aqui se você tiver a oportunidade, ou pelo menos contemple uma boa foto do Monte Saint-Michel na internet, mas não olhe para ele como um turista. Olhe-o do jeito que os seus construtores o veriam: como um belo e sacro monumento demarcando a fronteira deste mundo”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa no Angelus: como Maria, sirvo ao próximo sem queixas e louvando a Deus?

Francisco na oração mariana do Angelus deste dia 15 de agosto (Vatican Media)

Neste 15 de agosto, de Solenidade da Assunção da Virgem Maria que, no Brasil, será celebrada no domingo (20), Francisco refletiu sobre "o serviço e o louvor", inspirando-se em Nossa Senhora quando visitou a prima Isabel: "que nossa Mãe, Assunta ao Céu, nos ajude a subir cada dia mais alto por meio do serviço e do louvor", disse o Papa na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus.

Andressa Collet - Vatican News

“Hoje, Solenidade da Assunção da Virgem Maria, contemplamos sua ascensão em corpo e alma à glória do Céu.”

Neste 15 de agosto, como bem indicou o Papa Francisco na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus, a Igreja celebra o mistério da Assunção ao Céu da Mãe de Jesus, festa litúrgica que no Brasil será celebrada no próximo domingo, 20 de agosto. O fato dela ter sido elevada ao céu é motivo de júbilo, alegria e esperança para nós.

O caminho compartilhado por Jesus e Maria

E o Evangelho do dia (Lc 1:39), como comentou o Pontífice, nos motiva a refletir sobre a grandeza do "alegre cântico do Magnificat", proclamado quando Nossa Senhora se colocou como servidora para ajudar sua prima Isabel após "subir" por uma região montanhosa. Um caminho de "serviço ao próximo e louvor a Deus" de Maria, que o evangelista Lucas também narra sobre a vida de Cristo em direção a Jerusalém, "lugar da doação de si mesmo na cruz":

“Jesus e Maria, em suma, percorrem a mesma estrada: duas vidas que sobem em direção do alto, glorificando a Deus e servindo aos irmãos; Jesus como Redentor, o homem que dá a vida por nós, para a nossa justificação; Maria como a serva que sai para servir: duas vidas que vencem a morte e ressuscitam; duas vidas cujos segredos são o serviço e o louvor.”

O serviço ao próximo e o louvor a Deus

O Papa Francisco, então, procurou se deter nesses dois aspectos: do serviço e do louvor. O primeiro o Pontífice descreveu como sendo "o amor que eleva a vida", já que quando nos abaixamos para servir alguém é que acabamos nos elevando. Uma tarefa que "não é fácil" e não o foi nem mesmo para Nossa Senhora, bem lembrou o Papa, porque mesmo grávida chegou a viajar quase 150 Km de Nazaré até a casa de Isabel.

"Ajudar custa, a todos nós! Ajudar custa! Experimentamos sempre isso, na fadiga, na paciência e nas preocupações que o cuidado com os outros acarreta. Pensemos, por exemplo, nos quilômetros que muitas pessoas percorrem todos os dias para ir e voltar do trabalho e realizar tarefas em prol do próximo; pensemos nos sacrifícios de tempo e sono para cuidar de um recém-nascido ou de uma pessoa idosa; e no compromisso de servir àqueles que não têm como retribuir, na Igreja como no voluntariado. Eu admiro o voluntariado. É fadigoso, mas é subir em direção do alto, é ganhar o céu! Isso é serviço de verdade."

"Mas o serviço corre o risco de ser estéril sem o louvor a Deus", afirmou Francisco. Basta observar a atitude de Maria que, mesmo cansada da viagem, louvou ao Senhor com o "cântico de júbilo" proclamando o Magnificat (cf. Lc 1,46-55). Louvor também expresso do ventre de Isabel, recordou o Papa:

"O louvor aumenta a alegria. O louvor é como uma escada: eleva os corações. O louvor eleva o espírito e supera a tentação de se abater. Vocês já viram que as pessoas chatas, aquelas que vivem de fofoca, são incapazes de louvar? Perguntem a si mesmos: eu sou capaz de louvar? Como é bom louvar a Deus todos os dias, e também os outros! Como é bom viver de gratidão e de bênção em vez de lamentações e queixas, levantar o olhar em direção do alto ao invés de ficar de mau humor! As lamentações: tem gente que se lamenta todos os dias. Mas olha que Deus está perto de você, veja que Ele o criou, veja as coisas que Ele lhe deu. Louve, louve! E isso é saúde espiritual."

Assim o Papa nos orientou a discernir sobre o melhor caminho a ser tomado, a exemplo de Maria que se colocou como servidora e, amando a Deus, sabia como louvá-Lo, reconhecendo e proclamando a Sua grandeza. Conseguimos nos inspirar diariamente na Mãe de Jesus?

“Vamos nos perguntar: eu vivo meu trabalho e as ocupações diárias com espírito de serviço ou com egoísmo? Dedico-me a alguém gratuitamente, sem buscar benefícios imediatos? Em suma, faço do serviço o 'trampolim' da minha vida? E pensando no louvor: sei, como Maria, exultar em Deus (cf. Lc 1:47)? Rezo abençoando o Senhor? E, depois de louvá-lo, espalho a sua alegria entre as pessoas que encontro? Cada um procure responder a esses questionamentos. Que nossa Mãe, Assunta ao Céu, nos ajude a subir cada dia mais alto por meio do serviço e do louvor.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Tarcísio

São Tarcísio (arquisp)

15 de agosto

São Tarcísio

Tarcísio foi um mártir da Igreja dos primeiros séculos, vítima da perseguição do imperador Valeriano, em Roma, Itália. A Igreja de Roma contava, então, com cinqüenta sacerdotes, sete diáconos e mais ou menos cinqüenta mil fiéis no centro da cidade imperial. Ele era um dos integrantes dessa comunidade cristã romana, quase toda dizimada pela fúria sangrenta daquele imperador.

Tarcísio era acólito do papa Xisto II, ou seja, era coroinha na igreja, servindo ao altar nos serviços secundários, acompanhando o santo papa na celebração eucarística.

Durante o período das perseguições, os cristãos eram presos, processados e condenados a morrer pelo martírio. Nas prisões, eles desejavam receber o conforto final da eucaristia. Mas era impossível entrar. Numa das tentativas, dois diáconos, Felicíssimo e Agapito, foram identificados como cristãos e brutalmente sacrificados. O papa Xisto II queria levar o Pão sagrado a mais um grupo de mártires que esperavam a execução, mas não sabia como.

Foi quando Tarcísio pediu ao santo papa que o deixasse tentar, pois não entregaria as hóstias a nenhum pagão. Ele tinha doze anos de idade. Comovido, o papa Xisto II abençoou-o e deu-lhe uma caixinha de prata com as hóstias. Mas Tarcísio não conseguiu chegar à cadeia. No caminho, foi identificado e, como se recusou a dizer e entregar o que portava, foi abatido e apedrejado até morrer. Depois de morto, foi revistado e nada acharam do sacramento de Cristo. Seu corpo foi recolhido por um soldado, simpatizante dos cristãos, que o levou às catacumbas, onde foi sepultado.

Essas informações são as únicas existentes sobre o pequeno acólito Tarcísio. Foi o papa Dâmaso quem mandou colocar na sua sepultura uma inscrição com a data de sua morte: 15 de agosto de 257.

Tarcísio foi, primeiramente, sepultado junto com o papa Stefano nas catacumbas de Calisto, em Roma. No ano 767, o papa Paulo I determinou que seu corpo fosse transferido para o Vaticano, para a basílica de São Silvestre, e colocado ao lado dos outros mártires. Mas em 1596 seu corpo foi transferido e colocado definitivamente embaixo do altar principal daquela mesma basílica.

A basílica de São Silvestre é a mais solene do Vaticano. Nela, todos os papas iniciam e terminam seus pontificados. Sem dúvida, o lugar mais apropriado para o comovente protetor da eucaristia: o mártir e acólito Tarcísio. Ele foi declarado Padroeiro dos Coroinhas ou Acólitos, que servem ao altar e ajudam na celebração eucarística.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

A misteriosa linha reta que une 7 santuários dedicados a São Miguel: coincidência?

(Aleteia)

Por Gelsomino Del Guercio

Será que essa linha impressionante, de milhares de quilômetros, representa a espada do Arcanjo que mandou o diabo para o inferno?

Na representação do planisfério, uma impressionante e misteriosa linha reta, que vai da Irlanda a Israel, une sete mosteiros e santuários relacionados com o Arcanjo São Miguel. Mas será mera coincidência? Terá sido proposital? O fato é que os sete santuários ficam a grandes distâncias um do outro, mas estão alinhados de modo perfeito e assombroso.

De acordo com a tradição, a “Linha Sacra de São Miguel Arcanjo” simboliza um golpe de espada do Arcanjo, porque foi assim que ele enviou o diabo ao inferno depois da batalha nos céus entre os anjos fiéis e os anjos rebeldes. Estes, liderados por Lúcifer, tinham se voltado contra Deus.

Seja como for, é surpreendente a disposição de todos esses santuários ao longo de uma linha reta. Acaso seria uma advertência do Arcanjo para que, respeitando as leis de Deus, os fiéis caminhem sempre na retidão? Além disso, a Linha Sacra fica perfeitamente alinhada com o poente no dia do solstício de verão no hemisfério Norte.

(Aleteia)

Mas isso não é tudo: os três mais importantes santuários da linha misteriosa ficam à mesma distância um do outro. Trata-se da belíssima e famosíssima abadia do Mont Saint-Michel, na divisa entre as regiões francesas da Normandia e da Bretanha; a Sacra di San Michele, no vale italiano de Susa, região do Piemonte; e o santuário de Monte Sant’Angelo, no também italiano Monte Gargano, situado na região da Apúlia.

Conheça todos os sete santuários da Linha Sacra:

1) SKELLING MICHAEL

(Aleteia)

O traçado da Linha Sacra começa numa ilha deserta da Irlanda. Foi lá que, segundo a tradição, o Arcanjo Miguel apareceu a São Patrício para ajudá-lo a libertar o país dos ataques do demônio. É nessa ilha, então, que encontramos o nosso primeiro mosteiro: o de Skellig Michael ou Sceilig Mhichíl, em idioma gaélico (“Rocha de Miguel”).

E há uma curiosidade adicional: o esplêndido panorama desta ilha aparece num dos filmes da saga Star Wars. Você pode conferir essa curiosidade no seguinte artigo:

2) SAINT MICHAEL’S MOUNT

Public Domain

Rumando para o sul, a linha passa pelo St. Michael’s Mount, na Inglaterra. Essa ilhota da Cornuália chama a atenção porque, na maré baixa, ela se junta à terra firme. Nesse local, São Miguel teria falado com um grupo de pescadores.

3) MONT SAINT-MICHEL

© Shutterstock

A Linha Sacra prossegue então para a França e cruza outra célebre ilha que também se junta à terra firme nas baixas marés. Trata-se do espetacular Mont Saint-Michel, outro local de aparição do Arcanjo. Aliás, a beleza e a riqueza histórica e artística deste santuário e da sua baía na costa normanda fazem dele um dos lugares mais visitados de toda a França. Não à toa, o local foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1979.

Um forte misticismo já cercava o Mont Saint-Michel desde a Alta Idade Média. Isto porque, há mais de 1.300 anos, em 709, o Arcanjo apareceu, conforme a tradição, ao bispo de Avranches, Santo Aubert. Ele pediu a construção do santuário e os trabalhos começaram logo, mas a abadia beneditina só foi ficar pronta no século X.

4) SACRA DI SAN MICHELE

Vamos avançar cerca de 1.000 quilômetros de distância. Chegamos assim ao vale piemontês de Susa e lá encontramos o quarto santuário. Trata-se da Sacra di San Michele, que se pronuncia “Mikéle” em italiano. Este impressionante complexo tem mais de dez séculos. Com igreja e mosteiro, ele foi construído entre os anos de 983 e 987 sobre uma enorme rocha do Vale de Susa, na região do Piemonte, aproximadamente a 40 quilômetros de Turim. Mas a impactante construção não ficou parada no tempo. Ao curso dos séculos, foram sendo acrescentadas novas estruturas, como a hospedaria construída pelos monges beneditinos. Isto ocorreu porque este santo lugar ficava na rota dos peregrinos da Via Francígena, uma antiga estrada que ia da França para Roma.

Um fato triste, porém, ocorreu na noite de 24 de janeiro de 2018, porque um incêndio de grandes proporções provocou graves danos ao teto desta milenar abadia. Saiba mais sobre este episódio acessando este artigo: Incêndio atinge milenar abadia da “linha reta dos 7 santuários” de São Miguel Arcanjo.

5) SANTUÁRIO DO MONTE SANT’ANGELO

Avançamos mais 1.000 quilômetros em linha reta. Chegamos, então, à também italiana região da Apúlia, mais precisamente ao Monte Gargano. Existe ali uma caverna de acesso muito difícil, mas que se transformou em importantíssimo lugar sagrado. E isto já faz muito tempo! Este santuário dedicado a São Miguel Arcanjo foi iniciado no longínquo ano de 490. Ele marca, aliás, a primeira aparição do Arcanjo Miguel a São Lourenço Maiorano.

6) MOSTEIRO DE SYMI

Saímos agora da Itália e a fascinante Linha Sacra de São Miguel nos leva até o sexto santuário. Assim, chegamos à Grécia, ou, mais precisamente, à ilha de Symi. E há um dado adicional interessante sobre esse local: o mosteiro ali presente alberga uma das maiores efígies do Arcanjo que existem no mundo, com três metros de altura.

7) MOSTEIRO DO MONTE CARMELO

E, enfim, a Linha Sacra termina em território israelense. Chegamos agora ao mosteiro do Monte Carmelo, em Haifa. O local é venerado desde a antiguidade, mas a construção do santuário cristão remonta ao século XII.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Maria Peregrina - III Parte

Imagem de Nossa Senhora de Fátima no altar da Missa celebrada no Parque Tejo, em Lisboa  (Vatican Media)

"Maria torna-se modelo para os jovens que estão em movimento, buscam os outros, são missionários, missionárias. Maria vive na condição de mulher pascal, voltada para os outros, num estado de êxodo, de saída, sobretudo para com os mais necessitados, como ela fez no momento, para a sua prima Isabel". (Papa Francisco)

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

"Depois destes dias de graça, perguntemo-nos: Que levamos conosco quando regressarmos ao vale da vida quotidiana?", perguntou o Papa Francisco aos milhares de jovens reunidos no Parque Tejo para a Missa do Envio, que concluiu a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. Os jovens, justamente, que realizam uma peregrinação com um duplo sentido: por um lado a preparação e a participação no grande evento para reencontrar ou para alimentar a sua fé e por outro, "depois destes dias de graça" compartilhados com milhares de outros jovens de várias partes do mundo, o retorno à vida cotidiana, para ser sinal de paz e iluminar as realidades em que vivem. Acompanhando os jovens em todo esse percurso, Nossa Senhora peregrina, a quem Pe. Gerson Schmidt* tem dedicado os últimos programas:

"Estamos aprofundando o tema de Nossa Senhora Peregrina, no contexto da JMJ, fundamentado também na LG número 58, que apresenta Maria e sua “peregrinação na fé”. O Papa Francisco, já com muita antecedência, havia enviado a bonita mensagem para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023, que se realizou em Lisboa. O tema dessa jornada foi: “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1,39).   O Papa Francisco escolheu este tema de Maria que partiu de uma forma apressada para se encontrar com Isabel para iluminar a JMJ nesse ano. O convite que Deus faz para os jovens é de levantar-se. Ele tem presente também a palavra de Jesus ao jovem, filho da viúva de Naim que era para ele levantar-se (Lc 7,14). O Papa Francisco colocou a palavra do Senhor dita para São Paulo no relato de sua vocação diante do rei Agripa que era para ele levantar-se e ficar de pé, após aquela visão que o derrubou do cavalo (At 26,16). O significado de levantar-se é ressuscitar, despertar para a vida[1]. Nestes tempos difíceis, diz o Papa Francisco em, que a humanidade está passando pela pandemia e pela guerra, a presença de Maria abre para os jovens o caminho da proximidade e do encontro[2], pelo fato de ela conduzir as pessoas ao seu Filho Jesus e à humanidade reconciliada com o Senhor.

Esse tema refere-se à missão da juventude de ir ao encontro do outro jovem, pessoa humana mais necessitada. Maria fez isso quando ela ficou sabendo que a sua prima Isabel, teria um filho na sua idade avançada, pois ela era estéril, sabendo que para Deus nada é impossível (Lc 1,37). Como diz o evangelho de Lucas, Isabel estava no sexto mês de sua gravidez (Lc 1,26), de modo que ela ficou três meses na sua residência, para prestar-lhe a ajuda até o nascimento de João Batista, o precursor de Jesus (Lc 1,56).

O Papa Francisco continuou na sua mensagem para a JMJ 2023, que Maria depois do anúncio do anjo que ela seria a Mãe do Salvador e de sua resposta positiva, ela foi logo ao encontro de sua prima Isabel, porque ela prestou ajudas nos meses finais antes do nascimento do Precursor, João Batista, e também porque ela estava com Jesus, poder de ressurreição, o Cordeiro imolado, mas sempre vivo[3]. Desta forma ela levantou-se, pondo-se a caminho, sabendo que os planos de Deus são o melhor projeto para a sua vida. Maria tornou-se templo de Deus, imagem de uma Igreja que sempre se põe a caminho e se coloca a serviço, sendo portadora da Boa Nova do Reino de Deus[4]. O encontro com o Senhor fez Maria sair de si mesma, para transmitir a mensagem da alegria, da salvação, do Salvador que se formaria nela para os outros.

Maria se torna assim o modelo para os jovens peregrinos. O Papa Francisco afirmou que Maria torna-se modelo para os jovens que estão em movimento, buscam os outros, são missionários, missionárias. Maria vive na condição de mulher pascal, voltada para os outros, num estado de êxodo, de saída, sobretudo para com os mais necessitados, como ela fez no momento, para a sua prima Isabel[5].

O Papa, nessa mensagem aos jovens, disse que Maria foi ditada pelo serviço que lhe prestou à sua prima Isabel. Ela estava cheia de Deus, de modo que ela não permaneceu parada. Ela deixou-se interpelar pela sua prima Isabel, já numa idade avançada, pensando mais nos outros do que nela mesma. O Papa levantou algumas perguntas para os jovens no sentido da disposição em servir os outros, ajudá-los a viver melhor, porque o pouco que se faz pelo bem, pela paz, pelo mandamento do amor ao redor na vida dos jovens, ajuda o mundo a ser melhor[6].  É preciso que os jovens vejam as necessidades das pessoas como os presos, os migrantes, as pessoas idosas, para fazer-lhes uma visita, para ter um olhar compassivo, de amor. É preciso ultrapassar a barreira da indiferença[7] porque ela impede a olhar o outro com alegria e com misericórdia. É preciso perceber as pressas dos jovens como de outras pessoas, para que ajam em favor da paz, do amor a Deus, ao próximo como a si mesmo.

A pressa da jovem de Nazaré, disse o Papa Francisco fez com que ela partilhasse os dons extraordinários do Senhor para quem mais necessitava dela, no caso Isabel. É preciso partilhar os dons que o Senhor dá para as pessoas e para os jovens, para tornar o mundo melhor, mais humano e fraterno. Maria é o exemplo para o jovem que não perde tempo em voltar-se para si mesmo, mas para os outros, para Deus, porque a preferência é o serviço[8], é a construção da paz e da reconciliação."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Maximiliano Maria Kolbe

São Maximiliano Maria Kolbe (A12)

14 de agosto

País: Polônia

São Maxiliano Maria Kolbe

Raimundo (Raymond) Kolbe nasceu em Zdunska Wola, perto de Lódz, na Polônia, no ano de 1894, quando a Rússia ocupava o país. Seus pais eram operários, pobres materialmente mas ricos na Fé. Aos 13 anos entrou para o Seminário dos Frades Menores Conventuais Franciscanos em Lvov, cidade que por sua vez estava ocupada pela Áustria. Ali destacou-se pelo brilhantismo no estudo e intensa atuação.

Foi para Roma completar os estudos, e sua devoção à Virgem Maria o levou a fundar ali, em 1917, o movimento de apostolado mariano “Milícia da Imaculada", cujos membros devem se consagrar à Virgem Maria e por meio Dela lutar pela edificação do Reino de Deus em todo o mundo, por todos os meios moralmente legítimos. Em 1918 foi ordenado sacerdote e adotou o nome de Maximiliano Maria, em homenagem a São Maximiliano e a Nossa Senhora. Voltou à Polônia para lecionar no seminário franciscano de Cracóvia.

Seu profundo amor à Santíssima Virgem e seu enorme empreendedorismo nas comunicações sociais se concretizaram na fundação, quase sem recursos, de uma tipografia em 1922, para a publicação da revista mensal “Cavaleiro da Imaculada”, cujo objetivo era difundir o conhecimento, o amor e o serviço a Maria como meio da conversão das almas a Cristo. A primeira tiragem foi de 500 exemplares; em 1939, já chegara a um milhão. Em seguida criou um periódico semanal, uma revista para crianças e outra para sacerdotes. Depois, uma rádio católica, cuja difusão chegou ao Japão. Em 1929, fundou a primeira “Cidade da Imaculada” no convento franciscano de Niepokalanów, e que viria a se tornar uma cidade consagrada à Virgem Maria.

Atendendo a uma solicitação do Papa, ofereceu-se como missionário em 1931, voltando em 1936 à Polônia como diretor espiritual de Niepokalanów. Com o início da Segunda Guerra Mundial, foi preso em 1939 pelos nazistas que invadiram o país e levado com outros frades para campos de concentração na Alemanha e na própria Polônia. Foi solto pouco tempo depois, no dia consagrado à Imaculada Conceição.

Em fevereiro de 1941 foi novamente preso e enviado à prisão de Pawiaak, de onde foi transferido para o campo de concentração de Auschwitz. Em agosto, um prisioneiro conseguiu fugir, e em represália os alemães sortearam dez presos para serem mortos cruelmente. Um destes era Francisco Gajowniczek, casado e com filhos, e que por causa da família desesperou-se. O padre Maximiliano Maria Kolbe ofereceu-se então para tomar o seu lugar, e o comandante aceitou.

Os condenados foram despidos e fechados numa cela pequena, úmida e escura, para morrer de fome e sede. Depois de duas semanas, além de dois outros de físico privilegiado, só Maximiliano permanecia vivo, por causa das orações e de estar habituado aos jejuns. Querendo desocupar a cela, os soldados alemães injetaram-lhes uma substância mortal, e faleceram em 14 de agosto de 1941.

O corpo do padre Maximiliano foi cremado e as cinzas jogadas ao vento. Antes ele escrevera uma carta na qual afirmava: “Quero ser reduzido a pó pela Imaculada e espalhado pelo vento do mundo”.

 São Maximilano Maria Kolbe é o Padroeiro do Século XX, Patrono da Imprensa e mártir da caridade. Na sua canonização, em 1982, estava presente Francisco Gajowniczek.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Vivemos numa Terra dominada por interesses estrangeiros aos de Deus… como quer que se apresentem, todos pretendem subjugar e comandar as almas, injetando nelas a substância mortal do materialismo. E para combatermos nesta guerra, com a intenção de vencer, não há outro exército ao qual nos filiarmos do que a Milícia da Imaculada, isto é, ao serviço de Nossa Senhora, pela Qual nos vem o Cristo e a Salvação, e pela Qual nos encontramos com Ele e o Reino de Deus. Como ensina a Igreja, não há outro caminho para chegar a Deus, a não ser Maria, Corredentora das almas com Jesus, inseparável Dele, Mãe Dele e nossa, com a missão justamente de interceder ao Seu Filho Redentor por nós, para que, por obediência amorosa a Ela, o Filho Se digne nos atender. Assim, a Igreja a reconhece como “Medianeira de todas as graças”, e inúmeros santos canonizados têm por ela uma devoção especial. São Maximiliano Kolbe foi um deles, e ciente de que só por Ela chegaremos a Cristo, pois só pela Mãe se pode ter o Filho, santificou-se também, e muito, pela devoção à Virgem e à sua divulgação. A sincera devoção a Ela é um sinal de predestinação da salvação, como ensinam São Boaventura, São Bernardo de Claraval e Santo Afonso Maria de Ligório. Só seremos soltos das prisões do pecado e da morte infinita pela intercessão de Maria, do mesmo modo como São Maximiliano Kolbe foi solto dos nazistas no dia consagrado à Imaculada Conceição. Seguindo seu exemplo, devemos nos concentrar nos campos de atuação apostólica, para sermos livres da tibieza e omissão, e o apostolado da Virgem é o caminho mais curto e seguro para levar as almas ao Céu. Na proposta da Milícia de Maria, na qual devemos ingressar, particular ação tem os Cavaleiros, tradicionalmente uma grande força dos exércitos cristãos na Idade Média, e que, especificamente na Polônia de São Maximiliano Kolbe, era o principal destaque militar até a Segunda Guerra Mundial. Associando os ideais elevados dos Cavaleiros medievais com a força de combate dos cavaleiros poloneses, o apostolado através da divulgação da revista “Cavaleiros da Imaculada” (editada até hoje e presente no Brasil) foi, junto com outras iniciativas, o modo de santificar os veículos de comunicação escrita no tempo de Kolbe, e bem representavam a pujança e alcance das cargas de cavalaria nos combates antigos. Atualmente, sem diminuir a importância da divulgação impressa, tanto os textos quanto imagens e áudios por via eletrônica chegam ainda mais longe, e este meio, de acordo com as intenções da “Nova Evangelização” proposta por São João Paulo II, deve ser também conquistado para Nossa Senhora. Os combates e guerras geram vítimas, e na batalha pela evangelização tombou mártir São Maximiliano. Mas, diferentemente da maioria dos outros mártires católicos, cuja morte foi em defesa individual da própria vida da alma, ele se ofereceu para morrer no lugar de outro – como Cristo Se ofereceu à Cruz por nós. Vivenciou assim o modelo mais perfeito de caridade: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13). Embora o martírio não seja necessariamente o chamado de Deus para todos, o católico tem que, por coerência à sua Fé, estar disposto a ele, a qualquer momento; mas estamos no caminho certo se oferecemos os pequenos martírios, mortificações, do dia a dia, para Deus, por Nossa Senhora: um sorriso sincero diante do mal humor alheio, uma esmola dada com amor, um esforço para não se atrasar para a Missa.

Oração:

Senhor Deus dos Exércitos, que nos protegeis pela Onipotência Suplicante de Vossa e nossa Mãe, concedei-nos por intercessão de São Maximiliano Maria Kolbe a sua mesma devoção e entrega a Maria, para que, despindo-nos do orgulho e prepotência que desejam conquistar este mundo, os troquemos pelo vigor do apostolado mariano, e montados nos ginetes das virtudes, no momento de desocupar a pequena cela deste corpo cavalguemos seguros para o Paraíso. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 13 de agosto de 2023

Santa Dulce dos Pobres: muito além dos gestos de caridade

Antoine Mekary | ALETEIA

Por Padre Reginaldo Manzotti

O desejo de Santa Dulce de ajudar os mais pobres e necessitados ardia em seu coração, e suas pequenas ações passaram a concretizar grandes serviços à sociedade.

Dar de comer a quem tem fome é uma das obras de misericórdia corporais. O encontro com o ressuscitado está bem próximo de nós e quem tem fome tem pressa. Ajudar os mais necessitados é uma forma de exercer a caridade, promovendo o bem ao próximo e a nós mesmos. As nossas boas ações sem algum interesse próprio, tem um valor espiritual muito grande para Deus, estamos juntando tesouros no céu. 

A jovem Rita de Souza Brito Lopes Pontes, nascida na cidade de Salvador, Bahia comoveu o mundo todo com seus gestos de amor à Deus e ao próximo. Com muita admiração, tenho o orgulho de escrever sobre Santa Dulce. Conhecida como a “Mãe dos pobres” e o “Anjo Bom da Bahia”. Uma mulher que viveu nossos tempos e seu legado foi de amor e serviço aos pobres e doentes.  Nos deixou exemplos de mansidão, caridade e humildade. Virtudes essas que, como bons cristãos, devemos nos esforçar todos os dias, para adquirir o hábito de praticá-las, mas Dulce foi muito mais além em seus gestos de caridade. 

Perdeu sua mãe com apenas seis anos de idade e desde muito novinha, já exalava a vocação de religiosa.  Ainda morando na casa de seu pai, já acolhia mendigos e doentes. Após sua formação como professora, no ano de 1933, ela entra para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus e adota o nome de sua mãe, passando a se chamar Irmã Dulce. 

Ela é a santa da caridade, seu desejo de ajudar os mais pobres e necessitados ardia em seu coração, e suas pequenas ações, mais tarde, passaram a concretizar grandes serviços a sociedade que perecia pela fome e a doença. Foi reconhecida pelas autoridades locais por suas obras e graças a suas ações e a sua fé em Deus, não ajudou apenas com obras corporais, mas também espirituais: “O amor supera todos os obstáculos, todos os sacrifícios. Por mais que fizermos, tudo é pouco diante do que Deus faz por nós” (Santa Dulce dos Pobres).

O mundo ainda sofre na carne, seja pela fome, a sede, o frio e também sofre na alma pela desolação, o abandono, o vício, por estarem longe de Deus. Mas nunca é tarde para começarmos a exercer o bem. Podemos começar com gestos de amor, sendo afáveis ao próximo, acolher a dor do outro. E pequenas ações do dia a dia, como alimentar quem tem fome, doações de roupas, sapatos, brinquedos. Se puder, ajude com o dinheiro, isso mesmo. Na compra de um remédio a quem não pode comprar, no tratamento de alguém doente. Se mesmo assim não consegue ajudar, oferte algum tempo ao próximo, pode se dedicar na pastoral de sua Igreja, no setor de prestação humana. “Ser bondoso com os pobres é emprestar ao Senhor, e ele nos devolve o bem que fazemos” (Pr 19,17). 

Que possamos aprender com Santa Dulce o cuidado com os mais necessitados e não medir esforços para sempre fazer a vontade de Deus!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF