É preciso trabalhar pelo Reino
de Deus
“Faze a tua parte, se queres que Deus faça a
Sua” Santo Agostinho.
Um empreendedor católico pode
ser qualquer fiel que realiza o seu empreendimento com o espírito do Evangelho;
priorizando a humildade, o amor para com os colaboradores, a presença em seu
meio, a atenção com cada um, etc…
É empreendedor católico quem tem
a sua pequena ou grande empresa e que valoriza antes de tudo o ser humano,
imagem e semelhança de Deus, irmão de Jesus Cristo, filho amado do Pai. Pode
ser um leigo que gerencia sua fábrica, buscando o lucro justo, com a finalidade
de estabilizar a empresa, dar mais empregos e melhorar a vida dos seus
funcionários. Pode ser um padre que promove bem as pastorais e obras de sua
paróquia. Pode ser um leigo que promove a evangelização por meio de Encontros,
Catequese, obras sociais, etc… Enfim, é empreendedor católico quem faz a luz de
Cristo e do Evangelho iluminar as realidade temporais, como diz a Doutrina
Social da Igreja.
A Doutrina Social da Igreja,
desde de Leão XIII (1800) até o Papa Francisco, oferece ao mundo um caminho
divino para a solução dos problemas sociais. E é nesta Doutrina que o
empreendedor católico tem de se basear. Ela ensina, por exemplo, que a pessoa
não é “mercadoria”; o primado do trabalho sobre o capital, o lucro justo; nunca
a “luta de classes”, não a estatização total, liberdade para empreender, e o
diálogo cristão entre patrões e empregados. É na verdade como uma verdadeira
“revolução humana”, é “anunciar a verdade de Cristo na sociedade”.
O Catecismo da Igreja ensina
que: “Sem as luzes do Evangelho a respeito de Deus e do homem, as sociedades
facilmente se tornam totalitárias” (n.2257), como se dá nos países de política
marxista.
É interessante notar que muitos
dos atuais autores de livros de marketing e liderança, que vendem milhares e
milhões de livros, têm apontado as virtudes cristãs como o melhor meio de
gerenciar os negócios e as empresas. Vejamos alguns exemplos:
O conhecido escritor James
Hunter, autor do best seller “O monge e o executivo”, e “Como se tornar um líder
servidor”, que venderam milhões de livros, ensina a necessidade do “amor na
relação chefes e subordinados”. Ora, isso nada mais é que a principal mensagem
de Cristo e do Evangelho. James diz: “Se você opta por liderar, deve servir”.
Exatamente o que Jesus disse: “Eu não vim para ser servido, mas para servir”. E
mandou que o cristão ocupasse o último lugar.
James Hunter cita Napoleão
Bonaparte: “Alexandre Magno, o imperador romano Cesar, Carlos Magno e eu,
fundamos impérios na força. Jesus fundou seu império baseado no amor e até hoje
milhões de pessoas morreriam por ele”.
Hunter também recomenda aos
empreendedores e líderes que cultivem a habilidade de ser paciente, gentil,
humilde, grandiloquente, respeitoso, altruísta, honesto, saber perdoar, ser
compromissado… Parece até um pregador do Evangelho, e não um marqueteiro.
Charles C. Mariz, outro
marqueteiro que vende milhares de livros, escreveu: “Jesus, o maior executivo
que já existiu” (Negócio Editora). Mark W. Baker, escreveu “Jesus, o maior
psicólogo que existiu” (Ed. Sextante), e vendeu milhares de livros no mundo
todo. Laurie Beth Jones escreveu: “Jesus, o maior líder que existiu” (Sextante).
Ela recomenda:
“Os executivos de hoje têm de se
apoiar no exemplo de Jesus que tinha uma equipe de 12 pessoas imperfeitas e
conseguiu coordena-las em torno de uma meta”.
“Eles viraram o mundo do avesso.
A questão que levanto é como esta pessoa andou pela Terra e fez de seus colegas
gente tão motivada? Executivos estão fazendo isso com seus subordinados”.
“Proponho que todos treinem a
equipe de modo a fazer o que Jesus fez. A produtividade vai aumentar, bem como
a lealdade e a satisfação no trabalho”.
Augusto Cury, médico psiquiatra,
escreveu cinco livros recomendando os exemplos e ensinamentos de Cristo: “O
mestre dos mestres”, “O mestre da sensibilidade”, “O mestre da vida”, “O mestre
do amor”, “O mestre inesquecível”.
No ano de 2015, Jeffrey A.
Krames, famoso formador de líderes nos EUA, judeu não católico, escreveu:
“Lidere com humildade – 12 lições do Papa Francisco”, recomendando aos
empreendedores que sigam as lições de humildade do papa Francisco, que foi
considerado o “Maior líder do mundo” pela Revista Fortune, em 2014; e
considerado “Personalidade do Ano” pela Revista Time (2013). Jeffrey recomenda
que assim como o Papa Francisco está mudando a Igreja (pastoralmente), os
empreendedores mudem suas empresas.
Para esses experts em marketing
Jesus é o maior líder, o maior psicólogo, o maior executivo, o maior líder que
já existiu… Se esqueceram de dizer que Ele é o maior em Tudo.
Ora, que conclusão chegamos?
Parece até que Jesus Cristo é hoje o maior professor de MBA, e os Evangelhos a
melhor cartilha de marketing. Os grandes vendedores de livros, profissionais
respeitados que se dedicam a formar líderes e empresários bem sucedidos, se
espelham nos ensinamento de Cristo. Que maravilha! É mais uma prova de que Jesus
é mesmo o Salvador dos homens. Eles têm recomendado algo do tipo:
Humildade não é fraqueza, não
exclui a coragem, inteligência e poder, é a força da liderança. Conheça seus
pontos fracos. Ouça outras opiniões. Lidere pelo exemplo. Aprenda e aceite ser
criticado. Não seja excessivamente seguro de si. Não abuse de seu poder como
líder. Seja como São Gregório Magno que se intitulou “Servo servorum Dei!”
(Servo dos servos de Deus) ou como Bento XVI que se apresentou como o “Humilde
servo da vinha do Senhor”.
Esses marqueteiros famosos estão
dizendo: Reconheça e analise continuamente os seus erros, sem medo. Não tome
decisões importantes com pressa. Descentralize as tomadas de decisões. Não faça
julgamentos precipitados. Comunique-se com todos. Promova eventos sociais com
todos. Tome um café com cada um dos colaboradores. Respeite a dignidade do
outro.
Ainda recomendam: fortaleça o
diálogo – acredite, o outro tem algo a te dizer. Converse em pé de igualdade.
Trate cada um com atenção. Cuide das feridas dos colaboradores. Derrube as
paredes, construa pontes. Tenha uma sala simples no meio da empresa. Não só de
ordens, mas sirva a equipe. Aja com informalidade. Exale o cheiro do rebanho
(Papa Francisco). Gerencie andando pela empresa. Decida sem condenar as
pessoas. Valorize a experiência sua e dos outros. Tenha seu Conselho de
administração. Escolha pessoas certas para te ajudar e confie. Trabalhe com
quem “veste a camisa”. Capacite seus colaboradores. Deixe os bajuladores de
fora. Mantenha a equipe motivada. “Um homem motivado vai a Lua, sem motivação
não atravessa a rua”.
Essas foram algumas das coisas
que meditamos nessa oportunidade em Maringá e que servem para nos ajudar a
repensar em como estamos cuidando de nosso empreendimento como católicos para a
construção do Reino de Deus aqui na Terra. O que temos feito para construir o
Reino de Deus entre os homens, em nossas famílias, em nossa comunidade? Será
que as pessoas com as quais trabalhamos conseguem enxergar o Cristo em nós?
Como temos apresentado o Cristo a elas?
Deus quis contar com a ajuda dos
homens para construir seu Reino, e Ele não vai fazer a parte que cabe a nós
realizar. Por exemplo, é Deus quem tem o poder de fazer uma semente germinar e
crescer uma linda planta. No entanto, ele não vai fazer a parte do homem, que é
de cavar um buraco, plantar e cuidar da planta que está crescendo. É preciso
compreender verdadeiramente qual o sentido cristão do trabalho.
Prof. Felipe Aquino
Fonte: https://cleofas.com.br/