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sábado, 9 de setembro de 2023

Como São Pedro Claver converteu quase 300.000 pessoas

São Pedro Claver (Public Domain)

Por Philip Kosloski

Os métodos de São Pedro Claver não estavam focados em coerção ou debate, mas em cuidar de cada pessoa.

São Pedro Claver foi um missionário jesuíta da Espanha do século XVII. Ele foi encorajado pelo companheiro jesuíta Santo Afonso Rodriguez a servir nas colônias da “Nova Espanha”. Claver se ofereceu para ser enviado para lá e, pouco depois de sua chegada, ficou horrorizado com o comércio de escravos e as condições de vida do povo escravizado.

Outro padre jesuíta já havia começado a atender às necessidades espirituais dos escravos, mas São Pedro Claver deu um passo adiante. Em vez de se concentrar apenas em sua conversão e batismo, Claver estava mais interessado em atender suas necessidades mais básicas.

Claver se dirigia aos navios negreiros que chegavam e começava seu trabalho cuidando das pessoas. Uma de suas cartas resume suas experiências diárias.

Trouxemos de um armazém o que fosse útil para construir uma plataforma. Dessa maneira, cobrimos um espaço para o qual finalmente transferimos os doentes. Depois, dividimos os doentes em dois grupos: um grupo que meu companheiro abordou com um intérprete, enquanto eu falava com o outro grupo. Havia dois negros, mais perto da morte que da vida, já frios, cujo pulso mal podia ser detectado. Com a ajuda de um ladrilho, juntamos algumas brasas e as colocamos no meio, perto dos homens moribundos. Nesse fogo jogamos aromáticos. Destes, tínhamos duas carteiras cheias e usamos todos nessa ocasião. Então, cedendo nossas próprias capas, pois eles não tinham nada desse tipo – e pedir aos proprietários outras teria sido um desperdício de palavras –, fornecemos a eles um tratamento aromático, pelo qual eles pareciam recuperar o calor e o fôlego de vida. A alegria em seus olhos quando nos olhavam era algo surpreendente.

Acima de tudo, São Pedro Claver queria garantir que essas pessoas escravizadas fossem tratadas como verdadeiras pessoas humanas, não como animais. Ele não se importava com o que os outros pensavam dele e, em vez disso, queria viver o Evangelho de Jesus Cristo.

Na mesma carta, Claver explica como essa “linguagem” de cura foi a melhor linguagem que ele jamais poderia ter usado.

Foi assim que falamos com eles, não com palavras, mas com nossas mãos e nossas ações. E, de fato, convencidos de que haviam sido trazidos aqui para serem devorados, qualquer outra língua teria se mostrado totalmente inútil. Então nos sentamos, ou melhor, ajoelhamos ao lado deles e banhamos seus rostos e corpos com vinho. Fizemos todos os esforços para encorajá-los com gestos amigáveis ​​e exibimos em sua presença as emoções que de alguma forma naturalmente tendem a animar os doentes.

Com tanto carinho por cada pessoa, não é de surpreender que quase 300.000 pessoas tenham sido batizadas por São Pedro Claver. Essas pessoas escravizadas escolheram o batismo, sabendo que Claver desejava o melhor para elas. Elas confiavam nele, não por causa da profundidade de seu conhecimento teológico, mas por causa da caridade que ele demonstrava. O método de evangelização de Claver chega ao âmago do Evangelho, lembrando a todos que nossa fé deve encontrar expressão em nossas ações.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

10 conselhos dos santos contra preocupação excessiva

Yoann Boyer/Unsplash | CC0

Por Reportagem local

Anda preocupado(a)? Veja o que os santos ensinam sobre as preocupações.

1. Em toda a parte e enquanto estiverdes neste mundo, vale a palavra: O Senhor está próximo. Não vos preocupeis. (Santo Agostinho)

2. Para estarmos sempre unidos com Jesus Cristo, é preciso fazermos tudo com tranquilidade, sem nos inquietarmos com alguma dificuldade que se apresente. Deus não mora nos corações agitados. (Santo Afonso de Ligório)

3. A pessoa que caminha para Deus e não afasta de si as preocupações, nem domina suas paixões, caminha como quem empurra um carro encosta acima. (São João da Cruz)

4. Mesmo que realizes muitas coisas, não progredirás na perfeição, se não aprenderes a negar a tua vontade e a sujeitar-te, deixando a preocupação de ti próprio e das tuas coisas. (São João da Cruz)

5. Não se deixar perturbar, nem deixar a oração – que é o que o demônio pretende. (Santa Teresa de Ávila)

6. Não nos perturbem os pensamentos e a imaginação… o remédio é ter paciência e sofrer por amor de Deus. (Santa Teresa de Ávila)

7. Quando estou dividido em mim mesmo é porque não estou unido com Deus. (São Bernardo)

8. A minha incapacidade é grande, mas Deus é todo-poderoso; deposito n’Ele somente, toda a minha confiança. (São Francisco Xavier)

9. Viva em paz e não se deixe tapear pelo demônio. (São Pio de Pieltrecina)

10. Reza e espera. Não te agites; a agitação é inútil. Deus é misericórdia e há de escutar a tua oração. (São Pio de Pieltrecina)

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Mês da Bíblia: ler o Evangelho procurando entender o texto dentro do seu contexto

A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja (Vatican Media)

Jesus é o centro e o coração da Sagrada Escritura. Em Cristo se cumprem todas as promessas feitas no Antigo Testamento para o povo de Deus. Para nos falar sobre a centralidade da Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, ouvimos o teólogo e escritor Frei Betto, que – em entrevista à Rádio Vaticano - Vatican News – nos traz suas considerações a propósito, ressaltando-nos, entre outras coisas, que devemos voltar à leitura do Evangelho procurando entender o texto dentro do seu contexto.

Raimundo de Lima – Vatican News

No Brasil já é uma tradição que setembro seja celebrado pela Igreja católica, desde 1971, como “Mês da Bíblia”. Mas desde 1947, se comemora o Dia da Bíblia no último domingo de setembro. Este foi escolhido como Mês da Bíblia porque no dia 30 deste mês a Igreja celebra a memória litúrgica de São Jerônimo (que viveu de 340 até o ano 420 d.C). Ele foi um grande biblista e foi quem traduziu a Bíblia dos originais (grego, hebraico e aramaico) para o latim, que naquela época era a língua falada e usada também na liturgia da Igreja.

Jesus, o centro e o coração da Sagrada Escritura

Ao celebrar o Mês da Bíblia, a Igreja nos convida a conhecer mais a fundo a Palavra de Deus, a amá-la cada vez mais e a fazer dela, a cada dia, uma leitura meditada e rezada. “Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo. Se queremos ser discípulos missionários de Jesus Cristo é indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus. É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida cristã na rocha da Palavra de Deus” (DA 247). De fato, não podemos nos esquecer que Jesus é o centro e o coração da Sagrada Escritura. Em Cristo se cumprem todas as promessas feitas no Antigo Testamento para o povo de Deus.

A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja

Para nos falar sobre a centralidade da Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, ouvimos o teólogo e escritor Frei Betto, que – em entrevista concedida à Rádio Vaticano - Vatican News – nos traz suas considerações a propósito, ressaltando-nos, entre outras coisas, que devemos voltar à leitura do Evangelho procurando entender o texto dentro do seu contexto.

O religioso dominicano destaca que precisamos entender o conjunto da pregação e do testemunho de Jesus para ver que Ele veio realmente nos trazer um novo modelo civilizatório, que Ele denominava Reino de Deus (ouça na íntegra clicando acima).

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Sandro Adriano

Santo Adriano ( Canção Nova)

08 de setembro

Santo Adriano

Origem

Adriano nasceu em 635, no norte da África. Foi batizado e recebeu o nome de Hadrian. Quando tinha 5 anos de idade, sua família precisou imigrar, fugindo da invasão árabe. Eles se estabeleceram em Nápolis, na Itália. Adriano estudou no convento dos beneditinos, de Nerida. Lá ele foi consagrado sacerdote.

Vida consagrada

Adriano estudou a Sagrada Escritura, latim e grego. Tornou-se professor de teologia e ciências humanas. Seu conhecimento e competência chegou ao Papa Vitalino, que prontamente o convocou para ser um de seus conselheiros.

Humildade

Com a morte do bispo da Cantuária, na Inglaterra, o Papa convida Adriano para sucedê-lo, mas ele alega não estar preparado para o cargo. O papa, então, pede para ele indicar alguém. Adriano indica seu amigo, o monge beneditino e teólogo grego, Teodoro de Tarso, que diz aceitar o cargo se Adriano lhe ajudar na evangelização. Adriano aceita. O papa consagra Teodoro, bispo da Cantuária, e nomeia Adriano como seu conselheiro e assistente, em 668.

Provação

Durante a viagem para a Inglaterra, Adriano é detido na França, suspeito de estar em missão secreta para o imperador Constantino II. Ele nega, mas só é solto um ano depois, quando os franceses atestam sua integridade sacerdotal.

Evangelização

Adriano e Teodoro evangelizaram eficientemente os ingleses, de maioria pagã. O bispo Teodoro nomeia Adriano abade do convento beneditino de São Pedro, chamado depois de Santo Agostinho, na Cantuária. Esta escola torna-se um grande centro de formação de padres.

Adriano viveu na Inglaterra por 39 anos, dedicados a servir a Igreja. Os ingleses o viam como um pastor sábio e piedoso, como um missionário, um instrumento de Deus. Muitos se converteram por causa de seu exemplo de vida evangélica.

Morte

Santo Adriano morreu em 9 de janeiro de 710, na Inglaterra, e foi enterrado no cemitério do convento. Em 1091, encontraram seu corpo incorrupto e o trasladaram para uma cripta da igreja do convento. Ele foi canonizado pela Igreja, que o festeja no dia de sua morte.

Oração

“Deus, Pai de amor, Vós que fizestes de vosso filho Adriano mensageiro da Boa Nova, faça, também de nós, anunciadores do Evangelho, sob a intercessão de Santo Adriano, para que todos conheçam a verdade e se afastem do pecado. Que sejamos firmes nas provações e permaneçamos fieis ao nosso batismo. Amém.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo

Lei ou Graça (pt.dreamstime)

Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo

(Oratio 1:PG 97,806-810)            (Séc.VIII)

O que era antigo passou, eis que tudo se fez novo

O fim da lei é Cristo (Rm 10,4), que ao mesmo tempo separa da lei e eleva para o espírito. Nele está a consumação, pois o próprio legislador – tendo cumprido e terminado tudo – transfere a letra para o espírito. Assim tudo recapitula em si mesmo, vivendo a graça depois da lei. A lei, porém, submetida; a graça, harmoniosamente adaptada e unida. Não misturadas e confundidas as características de uma com as da outra, mas mudado de modo divino o que era pesado, servil e escravo, em leve e liberto, para que não mais estejamos reduzidos à servidão dos elementos do mundo (Gl 4,3), como diz o Apóstolo, nem sujeitos ao jugo da escravidão da letra da lei.


É este o resumo dos benefícios de Cristo para nós; é esta a manifestação do mistério; é o aniquilamento da natureza; é Deus e homem; é a deificação do homem assumido. Todavia era absolutamente necessário ao esplendor e à evidência da vinda de Deus aos homens uma introdução jubilosa, antecipando para nós o grande dom da salvação. Este é o sentido da solenidade de hoje que tem início na natividade da Mãe de Deus, cuja conclusão perfeita é a predestinada união do Verbo com a carne. Agora a Virgem nasce, é alimentada com leite, plasmada e preparada como mãe para o Deus e rei de todos os séculos.

Neste momento, foi-nos dado duplo proveito: um, a elevação à verdade; outro, a rejeição da servidão e da vida sob a letra da lei. De que modo, com que fim? Pelo desaparecimento da sombra com a chegada da luz; em lugar da letra, a graça que dá a liberdade. Nossa solenidade está na fronteira entre a letra e a graça, unindo a realidade que chega aos símbolos que a figuravam, substituindo o antigo pelo novo.

Portanto cante e exulte toda a criação e contribua com algo digno para a alegria deste dia. É um só o júbilo dos céus e da terra; juntos festejem tudo quanto está unido no mundo e acima do mundo. Pois hoje se construiu o templo criado do Criador de tudo, e pela criatura, de forma nova e bela, preparou-se nova morada para o seu Autor.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA

Natividade de Nossa Senhora (Vatican News)

08 de setembro

NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA

A Natividade da Virgem Maria é uma das festas marianas mais antigas. Imagina-se que a sua origem esteja ligada à festa da dedicação de uma igreja a Maria, em Jerusalém, no século IV: a basílica de Santa Ana, onde, segundo a tradição, era a casa dos pais de Maria, Joaquim e Ana e, onde, nasceu a Virgem. Em Roma, esta festa começou a ser celebrada no século VIII, durante o pontificado do Papa Sérgio I (†8 de setembro de 701). Trata-se da terceira festa da "natividade" presente no calendário romano: natividade de Jesus, o Filho de Deus (Natal); natividade de São João Batista (24 de junho) e natividade de Nossa Senhora (8 de setembro). Nos Evangelhos não encontramos citações sobre esta festa, tampouco os nomes dos pais de Maria. Mas, a tradição faz menção no Protoevangelho de Tiago, apócrifo escrito no século II.

 Porém, o acontecimento fundamental da vida de Maria continua sendo a Anunciação.

 A Igreja considera Maria como a Mãe de Deus, mas também como a discípula que, entre as demais, foi exemplo e modelo de vida cristã: pela sua fé, obediência ao seu Filho, caridade com a prima Isabel e nas Bodas de Caná. Maria é uma mulher que deve ser imitada também pela sua confiança, mormente nos momentos mais obscuros da vida do seu Filho Jesus. Isso e muitas outras coisas explicam o fato de o Povo de Deus recorrer a ela para encontrar refúgio e conforto, ajuda e proteção. Em Milão, esta festa remonta ao século X e a sua Catedral (Duomo), dedicada a "Maria Nascente" (Madonnina), foi consagrada em 20 de outubro de 1572, por São Carlos Borromeu. Ainda em Milão, na Rua Santa Sofia, encontra-se o santuário, que conserva a pequena estátua de “Maria Bambina” (Nossa Senhora Menina), confiado às Irmãs da Caridade das Santas Bartolomea e Vicenta. Entre 1720 e 1730, uma freira franciscana de Todi, Irmã Chiara Isabella Fornari, realizou, por devoção pessoal, algumas imagens graciosas, modeladas em cera, reproduzindo a imagem de “Nossa Senhora Menina”, envolvida em faixas. Em 1739, uma destas estatuetas foi doada às monjas Capuchinhas do Mosteiro de Santa Maria dos Anjos, em Milão, que difundiram a sua devoção, que, no contexto ambrosiano, encontrou logo um terreno preparado e fértil. No período de 1782 a 1842, várias Congregações religiosas foram suprimidas: primeiro, por decreto do Imperador Giuseppe II e, depois, por Napoleão.

 Por isso, a estatueta foi levada, por algumas freiras Capuchinhas, ao convento das Irmãs Agostinianas; depois, às Canônicas de Latrão, onde foi confiada ao pároco, Padre Luigi Bosisio, para que a doasse a um Instituto religioso, que pudesse manter viva a sua devoção. Enfim, a pequena estátua de “Nossa Senhora Menina” foi parar na Casa Geral das Irmãs da Caridade de Lovere, Bergamo, uma Congregação religiosa fundada, em 1832, por Bartolomea Capitanio, onde se tornou muito popular.

 Desde então, até hoje, as religiosas desta Congregação são chamadas "Irmãs de Maria Menina". Em 1884, lemos: «Eram sete horas da manhã, do dia 9 de setembro de 1884... A Madre Superiora foi à enfermaria visitar os enfermos e levou consigo a santa imagem: passou de leito em leito para que as freiras a pudessem beijar. Ao chegar ao leito da postulante, Giulia Macário, que não podia andar por causa de uma grave doença, ela pegou a imagem de Maria Menina, da qual era muito devota, e lhe pediu para ser curada. Imediatamente, sentiu um arrepio misterioso por todo o corpo, e exclamou: “Estou curada!”...». Desde então, “este milagre' é comemorado, todos os anos, no da 9 de setembro. A sua devoção popular expandiu-se devido às numerosas graças obtidas.

«Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava noiva com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu, por virtude do Espírito Santo. José, seu esposo, que era homem justo, não querendo difamá-la, publicamente, resolveu rejeitá-la em segredo. Enquanto ele pensava assim, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonho e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados”. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel, que significa: Deus conosco"» (Mt 1, 18-23).

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

“A pessoa certa é a que está ao seu lado nos momentos incertos”

Crédito: Cléofas

“A pessoa certa é a que está ao seu lado nos momentos incertos”

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Você já percebeu a fidelidade de um cão a seu dono? É por isso que dizem que ele é o maior amigo do homem. Já observei que o dono pode ser pobre e miserável, mas o cão não o troca por outro em melhor situação. O dono pode até deixá-lo passar fome e frio, mas ele não o abandona; pode até surrá-lo e ele acaba voltando a seu lado. Não é incrível?

Nunca se pode falar mal de alguém, especialmente de um amigo.

Havia numa cidade um homem que tinha o costume de fazer um pequeno discurso de elogio aos mortos minutos antes de serem sepultados. Ele sempre estava no cemitério quando alguém ia ser sepultado e sempre o elogiava com suas palavras.

Eis que certo dia morreu alguém que todos odiavam na cidade, porque tinha má fama de avarento, fofoqueiro, mal agradecido, estúpido, etc. Na hora do seu sepultamento, muitos foram ao cemitério só para ver o que o homem dos elogios funerais iria dizer do falecido.

Na hora do discurso o conhecido orador disse: “coitado, ele assobiava tão bem!…”

Mesmo neste infeliz ele soube encontrar uma pequena qualidade, e passou por cima de todos os seus defeitos. Não é bonito isto? Faça o mesmo e você será uma pessoa querida por muitos.

O mundo está precisando urgentemente de gente assim. Ninguém gosta de uma pessoa cheia de presunção, autossuficiente, arrogante. Os jovens cunharam uma expressão para identificar uma pessoa assim: “ele se acha”; se acha o bom, o melhor.

Se você quiser ter amigos, aprenda a elogiar os outros pelas suas menores qualidades, ao invés de ficar criticando-os por seus defeitos. Saiba também que nós conquistamos as pessoas por aquilo que somos para elas, muito mais do que por aquilo que lhe damos.

É se dedicando ao outro que você vai conquistá-lo, seja ele um amigo, o pai, a mãe, o filho ou o empregado. Ofereça-lhe um pouco do seu tempo, de suas palavras, de sua ajuda; deixe-o contar sem pressa a sua história e os seus problemas, e você verá como esta pessoa irá admirá-la.

Para meditar:

Alguém anônimo escreveu essas linhas que nos ajudam a meditar:

“O empresário certo é o que investe em seus funcionários nos momentos incertos; o funcionário certo é o que aposta na empresa nos momentos incertos; os colegas certos são os que permanecem lutando, junto com você, nos momentos incertos; o amor certo é o que está ao seu lado, chova ou faça sol, nos momentos incertos.

Nos momentos de sua vida nos quais tudo está indo bem e dando certo, as pessoas erradas se aproximam. Você não as notará, porque está tudo certo. Verá o melhor delas, porque está tudo certo. Gostará mais delas, porque está tudo certo.

Será mais fácil de iludir você, sua empresa, departamento ou até toda a sua família, amigos e colegas, porque está tudo certo.

Como um cruzeiro em um iate, todos nós sofremos uma certa dose de “ilusão das férias de verão” quando conhecemos alguém, seja na vida profissional ou pessoal, com a qual só experimentamos momentos de calmaria, de festas, de alegria. Momentos muito bons, mas nos quais é impossível separar o “joio do trigo”.

Momentos nos quais só vemos o melhor ângulo da personalidade de uma namorada (ou namorado), um funcionário, um sócio, um parceiro. Temos, portanto, uma visão perigosamente bidimensional.

Muitos casamentos acabam, quando marido e mulher descobrem que a personalidade da outra pessoa é muito mais complexa do que podia ser visto durante a fase de namoro e noivado – especialmente quando aquela fase não ofereceu “crises” para testar o casal. Os dois só viram o “trigo”, antes do casamento, descobrindo o “joio” depois. Sim, há casos em que o joio é visto bem antes, mas alguns de nós fazem questão de fingir que não estão vendo nada, ou que depois essa pessoa mudará…

Quantas pessoas que você considerava “grandes amigos”, não se afastaram imediatamente, assim que você perdeu aquele emprego?

Sim, é impossível avaliar amigos, colegas, funcionários e amores sem o teste das crises. Para conhecer realmente essa pessoa, você tem que observá-la quando o iate entrar em uma tempestade gigantesca no meio do oceano, quando o navio estiver sob risco de afundar, e um grupo de piratas começar a destruir tudo e invadir a nau.

Neste momento, você verá, de modo cristalino, quem é que corre para os botes salva-vidas esquecendo-se completamente de você, da empresa ou do projeto, e quem está com você até o fim – seja este fim qual for.

Por isso, antes de julgar alguém pelo belo sorriso em um dia de sol, veja se o sorriso ainda está lá, mesmo que haja lágrimas em um dia de chuva.

Como explicou Pablo Neruda: A pessoa certa é a que está ao seu lado nos momentos incertos”.

Retirado do livro: “Para Ser Feliz”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

Fonte: https://cleofas.com.br/

Você também se sente exausto(a) após um dia de folga?

TohaHorbenko | zuperia | Altered by Aleteia

Por Michael Rennier

Será que você sabe, realmente, descansar?

Tentar relaxar é um trabalho árduo. É por isso que somos todos tão ruins nisso. Parece que existem apenas dois tipos de pessoas quando falamos em fim de semana ou dia de folga.

Primeiro estão os guerreiros do fim de semana, que carregam uma agenda lotada de atividades e tarefas. Esse é o tipo de pessoa que tem seu filho inscrito em “todos os esportes” e passa o sábado e o domingo perseguindo o time de local em local, parando apenas para correr no drive-thru da lanchonete mais próxima. Esse é o tipo de pessoa que tenta reformar toda a cozinha em um único fim de semana ou decide correr uma maratona no sábado e no domingo. Ou talvez aproveitem o fim de semana para uma viagem noturna com roteiro completo, na tentativa de trazer o máximo de experiências e distrações possíveis.

No outro extremo do espectro está o tipo de pessoa que tem uma mentalidade extremamente relaxada e tranquila. Eles acordam tarde, ficam o dia inteiro de pijama assistindo TV ou jogando videogame. Eles se recusam a encontrar amigos ou visitar familiares, preferindo, no máximo, enviar mensagens de texto de vez em quando para sentir que estão mantendo uma vida social autêntica. 

Cansado o tempo todo

O primeiro tipo de pessoa pode fazer a piada: “Preciso tirar férias das minhas férias”. O outro tipo provavelmente nunca foi a lugar nenhum. O ponto em comum, porém, é que nenhuma das abordagens conduz ao verdadeiro lazer. É por isso que, muitas vezes, nos sentimos cansados ​​depois de um dia de folga no trabalho, mesmo que não façamos nada. Não aproveitamos o tempo para criar o verdadeiro lazer. Nunca descansamos. O relaxamento agradável e energizante parece estranhamente inacessível. Sabemos que o queremos, pensamos que sabemos como alcançá-lo, mas falhamos repetidamente. Assim, ficamos cansados. O tempo todo.

Fomos criados por Deus, lembre-se, para o sétimo dia. Isso significa que os outros dias da semana, embora produtivos e valiosos à sua maneira, não são o auge do florescimento humano. A questão no nosso mundo moderno e capitalista é que somos tão movidos pela economia e pela produtividade que perdemos lentamente o nosso tempo de lazer. Nós não valorizamos isso. Às vezes, nossos empregadores tornam isso impossível. Em outros casos, nós o entregamos voluntariamente.

Descanso vs. hiperatividade

Depois de trabalhar tanto durante toda a semana, tudo o que podemos fazer no fim de semana é cair no sofá e vegetar, preocupados que, se gastarmos alguma energia, não conseguiremos sobreviver à próxima semana de trabalho. Outros têm a estratégia oposta e tentam encaixar o máximo de atividade possível no fim de semana porque não conseguimos nos desligar do modo de trabalho. Isso transforma o tempo livre em um tipo de trabalho próprio, como se quanto mais produtivo fosse o fim de semana, melhor seria. Ambas as abordagens nos deixam exaustos.

A relação do lazer com o trabalho deveria ser inversa. Trabalhamos – de preferência, um trabalho bom, honesto e satisfatório à sua maneira – para nos prepararmos para o lazer. O lazer é a razão pela qual fomos criados. É a nossa felicidade.

Praticando o verdadeiro lazer

O verdadeiro lazer exige prática e esforço. O primeiro e pequeno passo é começar a valorizar atividades aparentemente ociosas, modestas e no ritmo humano – jardinagem, ler um livro, fazer café, observar pássaros, longas caminhadas sinuosas e assim por diante – essas atividades são muito diferentes de ficar sentado na frente de uma televisão.  TV e os eletrônicos não distraem; deixam-nos sozinhos com nossos pensamentos. 

Redes sociais, televisão, tarefas desnecessárias: tudo isso continua a nos afastar de nós mesmos. É por isso que perder tempo com distrações constantes, sejam elas de baixa ou alta energia, não é repousante.

Visite sua avó, tome chá com os amigos, veja seus filhos jogarem futebol (só uma ou duas partidas, depois pegue uma casquinha de sorvete passe um tempo no parquinho), vá correr no mato, toque um instrumento, tenha um hobby e, o mais importante, vá à missa.

Não exagere. Lazer não é trabalho. Mas é um esforço. A diferença é que, quando nos esforçamos no lazer, ele nos recompensa com energia extra.

As recompensas do lazer

A principal e melhor recompensa do lazer é a felicidade que ele traz. A segunda recompensa também é importante: o lazer é a base da cultura. É nos momentos de lazer que criamos e construímos, lemos livros e ouvimos música, relaxamos na natureza ou empreendemos esforços para melhorar as nossas vidas. A motivação pura e simples é que essas são coisas que amamos fazer. 

Estamos aqui para criar beleza e viver vidas lindas, para celebrar essas vidas lindas com a família e amigos e, em última análise, fazer dessas vidas um presente precioso e adequado a Deus, o criador do sábado e fonte de toda felicidade.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Devoção mariana na Igreja Ortodoxa

“Desejo realçar, por outro lado, quanto a Igreja católica, 
a Igreja ortodoxa e as antigas Igrejas orientais 
se sentem profundamente unidas no amor e louvor 
à Theotókos". (Papa João Paulo II)  (AFP or licensors)

"A iconografia, sobretudo ortodoxa, sempre representou Maria apontando para Cristo e como guia para àquele que é o Verdadeiro Caminho, Verdade por excelência e Vida em abundância (cf. Jo 10,10), vida plena e eterna."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

A fé na Igreja Ortodoxa é expressa principalmente por meio de hinos sagrados - verdadeiros poemas marianos - e na iconografia sagrada. Nossa Senhora é chamada com o termo “Theotokos”, ou seja, Aquela que gera Deus, nome que lhe foi conferido em 22 de junho de 431 durante o Concílio de Éfeso, reunido para discutir a teoria do patriarca de Constantinopla Nestório, que afirmava que Maria não poderia ser chamada com o título de Mãe de Deus, mas apenas com o de Mãe de Cristo (Christotokos). Maria é, portanto, frequentemente representada com algumas letras gregas (MP ΘY) acima de sua cabeça: elas são a redução de Μήτηρ Θεοῦ (Méter Theou), ou seja, Mãe de Deus. Esta importante função de Maria é confirmada pelo fato de que a maior parte da iconografia a retrata segurando o Menino Jesus nos braços.

No programa de hoje deste nosso espaço, Pe. Gerson Schmidt* dá prosseguimento a sua série de reflexões sobre Nossa Senhora, falando sobre "devoção mariana na Igreja Ortodoxa":

"A MÃE DO REDENTOR tem um lugar bem preciso no plano da salvação, porque, «ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido duma mulher, nascido sob a Lei, a fim de resgatar os que estavam sujeitos à Lei e para que nós recebêssemos a adopção de filhos (Gal 4, 4s). Com estas palavras do Apóstolo São Paulo, que são referidas pelo Concílio Vaticano II no início da sua exposição sobre a Bem-aventurada Virgem Maria, o Papa João Paulo II começa sua Carta Encíclica, Redemptoris Mater, de 1987, referendando a LG (Cf. Const. dogm. sobre a Igreja Lumen gentium, 52; Carta Encíclica Redemptoris Mater, 1).

A iconografia, sobretudo ortodoxa, sempre representou Maria apontando para Cristo e como guia para àquele que é o Verdadeiro Caminho, Verdade por excelência e Vida em abundância (cf. Jo 10,10), vida plena e eterna. Papa São João Paulo II, na sua Carta Encíclica Redemptoris Mater, escreve sobre a devoção Mariana na Igreja Ortodoxa e nas antigas Igrejas Orientais (números 31-34). Escreveu assim João Paulo II, no número 31, dessa Encíclica sobre a Mãe do Redentor: “Desejo realçar, por outro lado, quanto a Igreja católica, a Igreja ortodoxa e as antigas Igrejas orientais se sentem profundamente unidas no amor e louvor à Theotókos. Não só «os dogmas fundamentais da fé cristã acerca da Trindade e do Verbo de Deus, que assumiu a carne da Virgem Maria, foram definidos nos Concílios ecumênicos celebrados no Oriente», (Conc. Ecum. Vat. II, Decreto sobre o Ecumenismo Unitatis redintegratio, 14), mas também no seu culto litúrgico «os Orientais exaltam com hinos esplêndidos Maria sempre Virgem ... e Santíssima Mãe de Deus»(Unitatis redintegratio, 15).

E continua assim a encíclica do Papa João Paulo II: “Os irmãos destas Igrejas passaram por vicissitudes complexas; mas a sua história foi sempre animada por um vivo desejo de empenhamento cristão e de irradiação apostólica, embora muitas vezes marcada por perseguições, mesmo cruentas. É uma história de fidelidade ao Senhor, uma autêntica «peregrinação da fé» através dos lugares e dos tempos, nos quais os cristãos orientais sempre se voltaram com ilimitada confiança para a Mãe do Senhor, a celebraram com louvores e a invocaram constantemente com orações. Nos momentos difíceis da sua existência cristã atribulada, «eles refugiaram-se sob a sua proteção», (cf. Lumen Gentium, 66) conscientes de encontrarem nela um poderoso auxílio. As Igrejas que professam a doutrina de Éfeso, proclamam a Virgem Maria «verdadeira Mãe de Deus» - que na Teologia chamamos de Theotókos - por isso mesmo que «Nosso Senhor Jesus Cristo, nascido do Pai antes de todos os séculos segundo a divindade, nos últimos tempos, por nós e para nossa salvação, foi gerado pela Virgem Maria Mãe de Deus segundo a humanidade»[1].

“Os Padres gregos e a tradição bizantina, contemplando a Virgem Santíssima à luz do Verbo feito homem, procuraram penetrar na profundidade daquele vínculo que une Maria, enquanto Mãe de Deus, a Cristo e à Igreja: ela é uma presença permanente em toda a amplidão do mistério salvífico”.  As tradições coptas e etiópicas foram introduzidas nessa contemplação do mistério de Maria por São Cirilo de Alexandria; e, por sua vez, celebraram-na com uma abundante florescência poética”. Alguns hinários representam essa exaltação da devoção Mariana. O Weddâsê Mâryâm (Louvores de Maria), que está em continuação com o Saltério etiópico e contém hinos e orações a Maria Santíssima para cada dia da semana. Também o Matshafa Kidâna Mehrat (Livro do Pacto de Misericórdia) ressalta a importância atribuída a Maria na hinologia e na liturgia etiópicas.

O gênio poético de Santo Efrém, o Sírio, denominado «a cítara do Espirito Santo», cantou infatigavelmente a Virgem Maria, deixando um rasto ainda visível em toda a tradição da Igreja siríaca[2]. E continua assim o Papa João Paulo II, na sua encíclica: “No seu panegírico da Theotókos, São Gregório de Narek, uma das mais fúlgidas glórias da Armênia, com vigoroso entusiasmo artístico, riqueza de criação poética, aprofundou os diversos aspectos do mistério da encarnação; e cada um destes aspectos é para ele ocasião de cantar e exaltar a dignidade extraordinária e a beleza esplendorosa da Virgem Maria, Mãe do Verbo Encarnado[3]. Não é para admirar, pois, que Maria tenha um lugar privilegiado no culto das antigas Igrejas orientais, com uma abundância admirável de festas e de hinos”.
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[1] Conc. Ecum. de Calcedónia, Definitio fidei: Conciliorum Oecumenicorum Decreta, Bologna 1973 (3), 86 (DS 301).
[2] Cf. S. Efrém, Hymn. de Nativitate: Scriptores Syri, 82: CSCO, 186.
[3] Cf.. S. Gregório De Narek, Le livre des prières: S. Ch. 78, 160-163; 428-432.

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nova humanidade

A Nova Humanidade (diocesedesetelagoas)

NOVA HUMANIDADE

Dom Genival Saraiva
Bispo emérito de Palmares (PE) 

O mês de setembro tem uma significação especial por motivar as pessoas a fazerem uma leitura da realidade que as envolve, sob a ótica pastoral, cívica e solidária. Pastoralmente, no Brasil, a Igreja Católica celebra, há muitos anos, o Mês da Bíblia, “devido à Festa de São Jerônimo, celebrada no dia 30. Foi ele quem traduziu os textos bíblicos originais – do hebraico e do grego para o latim.” No calendário cívico, a população comemora a Independência do Brasil, com manifestações especiais no dia Sete de Setembro. A sociedade se mobiliza para favorecer a consciência de uma vivência solidária, no enfrentamento da realidade do suicídio, doença da sociedade contemporânea. 

Este ano, a Carta aos Efésios foi escolhida para aprofundamento da vida e da conduta das pessoas. “Essa carta foi escolhida por tratar da Igreja, e estar em sintonia com o Sínodo convocado pelo papa Francisco, que será desenvolvido de outubro de 2023 a outubro de 2024, com o tema: “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Outro motivo da escolha é a ênfase dada ao batismo, por ser um aspecto fundamental da Iniciação à Vida Cristã, temática esta, vinculada à vocação batismal a ser discípulo(a) missionário(a), como sublinha o documento da Conferência Episcopal dos bispos da América Latina e do Caribe que ocorreu na cidade de Aparecida (SP)”, em maio de 2007. “O lema do Mês da Bíblia de 2023, ‘Vestir-se da nova humanidade’, é extraído de Ef 4,24 e está inserido numa exortação da carta, na qual o autor apresenta aos batizados e batizadas, no que consiste assumir a vida nova, após a adesão a Cristo pelo batismo, sobretudo, o seguimento a Jesus e o testemunho no contexto tão diversificado como era o da Ásia no início da Igreja.” Ao escrever aos cristãos de Éfeso, convertidos do paganismo, São Paulo lhes apresenta um novo modo de viver, unido a Cristo. Ao ser batizada, a pessoa se torna uma “nova criatura”. Como fruto dessa adesão, a comunidade dos batizados é uma “nova humanidade”. São Paulo exorta os cristãos “a manterem a unidade na diversidade; a agirem eticamente, tendo Cristo como o princípio normativo; a comportarem-se como filhos e filhas da luz; a revestirem-se da ‘nova humanidade’ em Cristo; a mudarem as relações familiares e sociais; a serem imitadores de Deus, deixando-se guiar pelo Espírito”. 

A comemoração da Semana da Pátria e, particularmente, o dia da Proclamação da Independência, jamais deveriam ser instrumentalizados, ideológica e politicamente, inclusive mediante o uso direcionado de seus símbolos porque, afinal, a nacionalidade é um bem coletivo. Com efeito, o nascedouro da nacionalidade se encontra na história pátria que, no passado, tem o registro de lutas e conquistas. Hoje, a nacionalidade exige, igualmente, responsabilidade coletiva do universo dos governantes e dos cidadãos, em vista da superação das gritantes e inadmissíveis formas de desigualdade social, manifestadas na oferta de educação deficitária, de precário atendimento à saúde, de habitação insuficiente para a população, da assustadora violência na cidade e no campo. Enfim, “o grito da Independência” ainda está pra acontecer para muitos segmentos da sociedade. 

O mês de setembro fala ao coração da humanidade, para que se torne uma “nova humanidade”, em face de um problema grave, o suicídio. É conhecido como “Setembro Amarelo” porque “o dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio”. No Brasil, há “aproximadamente 14 mil casos por ano”. No mundo, “mais de 700 mil pessoas morrem por ano devido ao suicídio”. “Se precisar, peça ajuda!” é o lema da campanha de prevenção do suicídio em 2023. Por que motivar a sociedade a se colocar, atentamente, diante dessa situação? Eis a razão: “A responsabilidade de conscientização e prevenção do suicídio recai sobre toda a sociedade, e é crucial que superemos o tabu que ainda cerca esse assunto. Falar abertamente sobre o tema é fundamental para encorajar pessoas em momentos de crise a buscar ajuda, mostrando que a vida sempre oferece outras alternativas. A orientação de um médico psiquiatra é essencial para manejar a situação e salvar vidas.” Muitas famílias experimentam a dor dessas mortes antecipadas. A misericórdia de Deus é a melhor chave de leitura para compreensão do gesto dos suicidas e a força maior para as pessoas que carregam o peso desse sofrimento. 

O mês de setembro, Mês da Bíblia”, fala à fé dos cristãos, a partir da Palavra de Deus. A vida nova em Cristo torna os discípulos uma “nova humanidade”. A comemoração republicana do Sete de Setembro sempre contém um apelo à unidade nacional. Com o alerta do “Setembro Amarelo”, o sentimento de solidariedade não pode deixar ninguém indiferente diante da preocupante estatística do suicídio e da constatação de que alguém precisa de ajuda.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF