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segunda-feira, 2 de outubro de 2023

A luta contra a depressão

A  depressão tem cura (Cléofas)

A luta contra a depressão

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Para Deus não existe “beco sem saída”!

A depressão tornou-se uma verdadeira epidemia em nossos dias. Pessoas de todos os níveis sociais, de todas as idades e de todos os países, são atingidas por ela. Mas saiba de uma coisa: você não é obrigado a ser deprimido; a depressão tem cura! Não se entregue a ela como se estivesse num beco sem saída; ao contrário, lute para vencê-la, com a graça de Deus.

Deus ama você e tem um plano maravilhoso para a sua vida.

Ele não o criou para ser uma pessoa triste e derrotada, creia nisto. Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10,10), e para isto Ele aceitou até morrer dolorosamente numa cruz. Cristo quer dar a você esta vida plena e abundante. Mas você tem que fazer a sua parte, tem que querer e lutar. A graça de Deus não dispensa a natureza, mas a supõe e enriquece. Deus não age contra a sua liberdade e a sua vontade.

A luta contra a depressão é árdua, e exige perseverança, paciência e fé, mas vale a pena. “O homem paciente esperará até um determinado tempo, após o qual a alegria lhe será restituída” (Eclo 1,29).

Nada de bom nesta vida se consegue sem luta. Você está disposto? A primeira coisa é você querer. Querer é poder; e querer com Deus é vencer. A Palavra de Deus nos ensina que “tudo posso Naquele que me dá forças” (Fl 4, 13). Vamos lá?

Embora a depressão tenha também causas biológicas, as causas principais são fundo emocional, psicológico e espiritual. O aumento de sua incidência é também fruto da vida moderna: agitada, materialista, consumista, competitiva, sem lugar para Deus e para o irmão… Há 40 anos muito pouco se falava do assunto.

Nesta pregação quero apenas enfocar o lado espiritual do problema, que não pode ser desprezado na recuperação da pessoa, especialmente se ela é cristã. De forma alguma recomendamos dispensar a ajuda da medicina, da psicologia ou da psiquiatria no tratamento da doença. Diz o Eclesiástico: “Honra o médico por causa da necessidade; pois foi o Altíssimo que o criou… O Senhor fez a terra produzir os medicamentos: o homem sensato não os despreza” (Eclo 38).

Sabe-se hoje que os medicamentos antidepressivos melhoram a depressão pelo fato de regularem o funcionamento dos neurotransmissores. Já foi provado que pode haver alteração de substâncias químicas que atuam no cérebro e que afetam o estado emocional e mental da pessoa.

Nosso desejo é levar esta terapia espiritual aos que sofrem deste mal moderno, a fim de que, abandonados em Deus, tenham força para redescobrir o valor da vida e vencer o problema. A pessoa humana adoece quando está desequilibrada em alguma de suas dimensões (física, psicológica ou espiritual) e quando perde o sentido da beleza da vida.

A cura começa a acontecer quando a pessoa, de fato, não só de palavras, “entrega a Deus a sua vida”; deixa que Ele a guie; entrega-lhe o seu destino; descansa em suas mãos, e busca Nele a força para caminhar. O deprimido é alguém, antes de tudo, fraco e amedrontado, assustado. Conta apenas consigo mesmo e com sua miséria, e por isso naufraga no meio dos problemas.

Não somos capazes de conduzir a nossa vida equilibradamente e em paz, sem Deus e o auxílio de sua Graça. Entregue o comando da sua vida a Jesus Cristo, o divino Mestre, para que você tenha uma vida nova.

A depressão tem muito a ver com a falta de sentido para a vida, falta de autoestima, por isso, o remédio é a afirmação da vida frente à anticultural da morte, que hoje toma conta do mundo.

Quanto mais cedo você procurar o tratamento maior a chance de ser curado, e mais rapidamente. Uma pessoa deprimida pode apresentar: doença crônica, problema afetivo, desilusão amorosa, perda de um parente, perda do emprego, perdas financeiras, falta de sentido para a vida, excesso de trabalho. Essas são causas. Mas o que ela sente? Muitos podem ser os sintomas da depressão, como: cansaço, pensamento de culpa, tristeza, autoestima baixa, falta de apetite, falta de vontade de rezar, fadiga, memória fraca, insônia, dificuldade para decidir, pensamento de morte, quedas de cabelo, entre outros.

A pessoa com depressão não pode se entregar à tristeza. Se você vive triste é porque ao invés de agradecer a Deus por todas as graças que você recebe a cada instante, fica a se lamentar das desgraças. Vire o disco da sua vida. Comece a agradecer por tudo o que você já tem antes de se lembrar daquilo que não tem.

São Paulo ensina que “a tristeza segundo Deus produz arrependimento que leva à salvação e não volta atrás ; ao passo que a tristeza segundo o mundo produz a morte” (2 Cor 7,10).

Aos tessalonicenses S. Paulo insiste: “Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo.” (1Tes 5,16-18)

A Palavra de Deus nos ensina no livro do Eclesiástico: “Não entregues tua alma à tristeza, não atormentes a ti mesmo em teus pensamentos. A alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade. A alegria do homem torna mais longa a sua vida. Tem compaixão de tua alma, torna-te agradável a Deus, e sê firme; concentra teu coração na santidade, e afasta a tristeza para longe de ti, pois a tristeza matou a muitos, e não há nela utilidade alguma” (Eclo 30,22-26).

São Paulo recomenda aos que tem fé: “Alegrai-vos sempre no Senhor, repito, alegrai-vos… O Senhor está perto. Não vos inquieteis por coisa alguma, mas em todas as circunstâncias apresentai os vossos pedidos diante de Deus com muita oração e preces e com ação de graças. A paz de Deus, que supera todo o entendimento, guarde nossos corações e vossos pensamentos em Cristo Jesus” Fl 4,4-7).

Você tem de pensar no valor que você tem. Só assim não ficará no fundo do poço. Só fica nesse local quem não dá valor a si mesmo. Você acredita que você é obra de Deus? “Se meu pai e minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá” (Sl 26,10). “Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, Eu não te esqueceria nunca” (Is 49,15).

A pessoa deprimida precisa pensar no seu valor; você é alguém muito importante para Deus. Por que Jesus morreu na cruz? Ele entregou a vida na cruz por causa de você, do valor que você tem. E Ele o ama individualmente. Nenhum de nós tem a mesma impressão digital, pois Deus não quis nos fazer em série, mas individualmente. Deus sabe o meu nome, a minha angústia, a minha dor.

Quando Cristo morreu na cruz, Ele não carregava somente seus pecados, mas suas angústias e dores, disse São Pedro: “Carregou os nossos pecados em Seu corpo sobre o madeiro, para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados” (1 Pe 2,24). Jesus disse que se Ele tem uma ovelha perdida, deixa as 99 para buscar esta. Se você é a ovelha deprimida, perdida, Ele larga as outras e vai buscar você.

Diga para sua depressão: “Eu não morrerei nesta depressão, porque sou filho de Deus – e filho de Deus não pode morrer num buraco!” Não podemos abaixar a cabeça para a depressão. Para Deus não existe “beco sem saída”. “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (Mt 11,28-30).

Mas é preciso abrir a porta da sua vida para Jesus entrar: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo (Ap 3,20)”.

É preciso agir na fé, porque diz a Escritura que “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6). “O justo vive pela fé” (Rom 1,17; Hb 10,38; Gal 3,11). Jesus disse que “nenhum passarinho cai por terra sem a vontade de Deus. Até os cabelos de nossa cabeça estão contados” (Mt 10,29-30). “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rom 10, 13). Cante com o salmista:

“Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele: e ele agirá”.

“É em Deus, que eu ponho minha esperança; nada temo. Que mal me pode fazer um ser de carne?” (Sl 55,12).

“Só em Deus repousa minha alma, só dele me vem a salvação” (Sl 61,2).

Alimente a sua vida em Jesus participando da Eucaristia. Ali você recebe seu corpo, sua vida, seu amor, sua cura. Ele é remédio e sustento de nossa vida. Recorra sempre a Nossa Senhora, Ela é nossa mãe bondosa e que tudo pode; pois é Mãe de Deus.

Alimente sua alma e sua mente com a Palavra de Deus e a meditação de bons livros. Não fique prostrado em casa; trabalhe, faça ginástica, visite um doente; faça caridade, tudo isso ajuda sarar a depressão. Não se entregue ao egoísmo e ao fechamento em si mesmo; sai de você mesmo; busque as pessoas, ajude a quem puder; isso lhe fará muito bem.

Resumo da palestra ministrada na TV Canção Nova – 28/02/15

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

Agostinho e a liberdade (3/6)

O retorno de Agostinho a Cartago (30Giorni)

Arquivo 30Dias – 06/2002

Agostinho e a liberdade

O relatório do Arcebispo de Argel da Universidade de Pádua de 24 de maio, no final da série de conferências sobre a atualidade de Santo Agostinho.

por Henri Teissier

A liberdade de Agostinho em relação ao Império Romano e aos seus representantes

Num contexto de apego à causa nacional ou às raízes árabe-muçulmanas, como acabamos de referir, a primeira questão que se colocou na Argélia foi a da liberdade de Agostinho em relação ao Império Romano e aos seus representantes.

Já dez anos antes da conversa, um amigo argelino de Agostinho tinha escrito um artigo intitulado Agostinho, o Africano . Já durante a semana seguinte, a resposta viera de um artigo de igual importância, Agostinho, o Romano . No clima criado pela conversa, um jovem escritor argelino-marroquino, Kebir Ammi, publicou uma obra sobre Agostino(4). O autor imaginou que Agostinho, ao regressar a África, foi imediatamente instado pelos seus compatriotas a juntar-se à resistência contra a ocupação romana. É assim que o autor faz Agostinho dizer, a respeito de seu pai Patrício, que “gostaria que ele pegasse em armas contra os romanos...”.

A obra apresenta-se como um romance, mas exerceu uma influência notável nos leitores argelinos ao transpor para o século IV perspectivas que não eram as da época de Agostinho, mas que poderiam ter sido as de um argelino em 1954, quando da revolução contra a presença francesa(5). Entre aqueles que se opuseram ao regresso de Agostinho à África, houve muitos que assumiram esta posição. Um ex-ministro escreveu na Matina de 18 de abril de 2001: «Santo Agostinho, pela sua formação, pelas suas convicções religiosas, pela sua ação, inseriu-se imediatamente na história do Império Romano do Ocidente e da Igreja Católica Romana na qual, além disso, deixou sua marca. Para dizer a verdade, distanciou-se das massas berberes...".

Felizmente, os estudiosos presentes na reunião deram respostas articuladas às perguntas que muitos argelinos faziam sobre a liberdade de Agostinho em relação ao poder romano. Para eles é um claro anacronismo considerar Agostinho o representante do poder romano, em oposição aos donatistas vistos como os verdadeiros nacionalistas. O professor Mandouze fez com que o público argelino da conversa descobrisse a complexidade deste tema, lembrando que a personalidade de Donato é difícil de enquadrar e que existiram pelo menos dois "Donatos" na origem do movimento donatista, um originário de Cartago e outro de Baghai na Numídia(6).

Outros estudiosos destacaram o quão injusto foi colocar Agostinho ao lado dos grandes proprietários de terras romanos, em oposição aos donatistas que teriam defendido os camponeses pobres. Eles apresentaram inúmeras evidências do compromisso de Agostinho em defender os fracos contra os poderosos. Claude Lepelley, por exemplo, recordou que no início do ministério de Agostinho em Hipona «a elite social era ao mesmo tempo pagã e donatista»(7). Ele especifica que a comunidade donatista de Hipona incluía ricos notáveis ​​e até mesmo grandes aristocratas, dos quais pelo menos dois eram senadores: Eusébio (que era curador ou seja, administrador da cidade) e Celer. Este último, continua Lepelley, «era um grande proprietário de terras destinado a uma carreira brilhante; de facto, tornou-se posteriormente vigário em África e depois procônsul»(8).

No início do seu ministério em Hipona, Agostinho deplora o facto de «as pessoas se converterem ao donatismo para fazerem bons casamentos na alta sociedade ou para obterem a proteção dos nobres pertencentes a esta Igreja»(9). E o mesmo autor recorda que «nos anos 400-411, o bispo donatista de Constantina, Petiliano, amargo adversário de Agostinho, pertencia à ordem senatorial»(10).

Não é possível relatar aqui toda a documentação apresentada na entrevista com todos os esclarecimentos necessários (por exemplo, Celere, de quem acabamos de falar, tornou-se posteriormente católico).

Por fim, Lepelley posiciona-se abertamente contra as ideias de William Frend(11) que estiveram na origem da tese que vê os Donatistas como campeões do nacionalismo anti-romano: «É completamente errado reduzir o Donatismo apenas à componente rural, aos pobres e camponeses não romanizados, como foi feito… na sequência do livro de William Frend (1952)".

Os donatistas foram os primeiros a apelar ao poder romano contra os seus adversários católicos e, sob Juliano, o Apóstata (361-363), fizeram uso do poder imperial. Depois de 405 e especialmente depois da Conferência de Cartago de 411, as coisas mudam radicalmente. A partir deste momento, foram os católicos que apoiaram o poder romano. Mas, para apreciar a complexidade da situação, basta lembrar o destino reservado a Marcelino, o legado imperial que presidiu a Conferência de Cartago, que teria provado que os católicos estavam certos contra os seus adversários donatistas. Este alto funcionário, grande amigo de Agostinho, foi decapitado dois anos depois, em 413, por ordem do poder romano.

Seria fácil trazer provas dos numerosos pedidos feitos por Agostinho a altos funcionários romanos ao longo da sua vida para defenderem os insurgentes de diferentes partidos. É o caso, por exemplo, da carta com a qual pede que a pena de morte não seja aplicada aos pagãos que atacaram os católicos numa igreja de Madaura. Ou quando ele interveio no que Bonifácio para que cumprisse a sua tarefa com persuasão e diplomacia e não com violência e coerção: «É mais glorioso matar a guerra com palavras do que matar os homens com ferro, e obter a paz através da paz do que através da guerra. Quem luta, se for bom, sem dúvida busca a paz, mas a busca derramando sangue; pelo contrário, você é enviado para evitar que o sangue seja derramado"(12).

Em muitas ocasiões, Agostinho parece livre em relação ao poder romano e aos seus altos representantes.

___________

4 Taghaste , Éditions de l'Aube, Paris 1999.
5 A conferência de Claude Lepelley, realizada na École française de Roma, em 5 de Fevereiro de 2002, intitulada Les Romains en Afrique ou l'Afrique romanisée? Archéologie, colonization et nationalisme en Afrique du Nord , fornece uma análise ampla e rica deste tipo de anacronismos.
6 A. Mandouze, “Augustin et Donat”, Proceedings of the Algiers colloquium (a ser publicado em Friburgo e Argel).
7 C. Lepelley, “La lutte en faveur des pauvres: observações sobre a ação social de santo Agostinho na região de Hipona”, Anais do colóquio de Argel.
8 Ibidem .
9 Ibidem .
10 Ibid .
11 WHC Frend,A Igreja Donatista. Um Movimento de Protesto no Norte de África Romano , Oxford 1952.
12 Carta 229, 2.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Afinal, o mês do terço é outubro ou maio?

Immaculate | Shutterstock

Por Francisco Vêneto

Maio é tradicionalmente dedicado a Nossa Senhora, mas o mês do rosário pode soar surpreendente para muitos fiéis.

Considerando que o mês de maio é tradicionalmente dedicado a Nossa Senhora, muitos fiéis também acham que ele seja o mês do rosário ou do terço.

No entanto, o mês que passou a homenagear de forma especial a oração do rosário é outubro.

Mas por quê?

Antes de falar especificamente sobre esta associação entre o terço e o mês de outubro, é preciso recordar que o santo rosário vinha se consolidando como parte importante da devoção dos fiéis católicos desde o século XIII.

Tudo havia começado em 1208, quando Nossa Senhora apareceu a São Domingos de Gusmão, fundador da ordem dos padres dominicanos, e lhe pediu que instituísse a prática hoje conhecida por todos nós como o rosário, acrescentando que desejava a sua divulgação ao mundo todo. Pouco a pouco, a devoção foi de fato se espalhando e se fortalecendo.

A Batalha de Lepanto

Passado o tempo, chegamos ao século XVI, quando a Europa se via ameaçada por uma iminente invasão dos turcos otomanos. Nesse contexto, o Papa São Pio V recebeu uma revelação de Nossa Senhora de que a Cristandade venceria a batalha de autodefesa contra os invasores, graças à recitação do santo rosário. Confiante nesta promessa de Maria Santíssima, o Papa exortou os fiéis a rezarem o rosário com fé ainda mais intensa.

A situação era gravíssima. Se os católicos perdessem a batalha, era muito grande o risco de que a Igreja fosse esmagada pelos invasores.

Em 7 de outubro de 1571, porém, os católicos veriam o cumprimento da promessa de Nossa Senhora. Desenrolava-se naquela data uma das mais emblemáticas batalhas navais de todos os tempos: a histórica Batalha de Lepanto, na costa da Grécia, entre uma esquadra da Liga Santa e nada menos que duzentas e trinta galés do poderoso Império Otomano.

Em Roma, enquanto isso, São Pio V continuava implorando pelo auxílio divino mediante a intercessão de Maria, e, ao mesmo tempo, seguia despachando os assuntos urgentes da Igreja. Em dado momento, o venerável ancião interrompeu subitamente os trabalhos e foi até a janela. Todos os que estavam ao seu redor ficam perplexos. Um silêncio denso pairou no ar durante um breve espaço de tempo que, porém, parecia não ter mais fim, até que foi rompido por uma declaração ainda mais surpreendente do santo Papa:

“Vencemos em Lepanto!”

Outubro, o mês do rosário

O Papa fez esta afirmação antes mesmo de receber notícias da batalha. Chamou os fiéis para se juntarem à comemoração pela milagrosa vitória de Dom João D’Áustria, o comandante da frota católica. Teve então início uma solene procissão pelas ruas de Roma.

Somente dias mais tarde é que chegaram de fato os emissários da esquadra confirmando a notícia que, milagrosamente, já tinha sido anunciada pelo Papa.

Não tardou para que fosse instituída, em honra daquela vitória milagrosa, a festa de Nossa Senhora das Vitórias, a celebrar-se todo dia 7 de outubro. O Papa Gregório XIII mudaria o nome da festa para Nossa Senhora do Rosário.

Devido à imensa importância desta vitória para a preservação da fé católica, veio desse episódio crucial a tradição que considera o mês de outubro o mês do santo rosário.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Santos Anjos da Guarda

Santos Anjos da Guarda (arquisp)

02 de outubro

Santos Anjos da Guarda

É uma consoladora verdade de fé que desde a infância até a morte nossa vida seja circundada pela proteção dos anjos e por sua intercessão, pois que lê-se no Catecismo da Igreja Católica "Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida. Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus".

A existência desses seres espirituais, não corporais, chamados anjos, tem a seu favor o claro testemunho das Sagradas Escrituras e a unanimidade da Tradição. "O anjo de Iahweh acampa ao redor dos que o temem, e os liberta".(Sl 34,8). Os anjos são mensageiros da salvação: "porventura não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação?", lê-se na carta aos Hebreus (1,14).

Fundando esta verdade de fé na própria afirmação de Jesus, a Igreja nos diz que cada cristão, desde o momento do batismo, é confiado a um anjo particular, que tem a missão de guardá-lo, guiá-lo no caminho do bem, inspirar-lhe bons sentimentos, secundar suas livres escolhas quando estas o encaminham a Deus, ou fazer-lhe perceber a censura interior da consciência quando elas conduzem à transgressão da lei divina.

A estas invisíveis testemunhas de nossos pensamentos mais recônditos e inconfessáveis, de nossas ações boas ou não tão boas, públicas ou escondidas, nossa época voltou a dar particular atenção. Seu precioso "serviço" é testemunhado na vida de muitos santos de nosso tempo. "Os anjos” — escreve Bossuet, —"oferecem a Deus as nossas esmolas, recolhem até nossos desejos, fazem valer diante de Deus também nossos pensamentos. Sejamos felizes por ter amigos assim pressurosos, intercessores fiéis, intérpretes caridosos".

A festividade deste dia foi estendida à Igreja universal por Paulo V, em 1608, mas já no século antes era celebrada à parte da de São Miguel.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

domingo, 1 de outubro de 2023

Dia Internacional do Café

Chen Sihan/Xinhua | UOL

Produto é tão popular que tem vários dias para chamar de seu, mas nem todos são 'de verdade'.

Por David Lucena

SÃO PAULO

Neste 1º de outubro é celebrado o Dia Internacional do Café. A data é reconhecida pela OIC (Organização Internacional do Café) e pelos 77 Estados-Membros da entidade. Por isso, é considerado o dia "oficial" da bebida pelo mundo.

Para celebrar a data, o Café na Prensa preparou um guia de compra para ajudar o consumidor a escolher os melhores cafés de acordo com suas preferências. Confira aqui.

Segundo a OIC, a data é "uma oportunidade para os amantes do café compartilharem seu amor pela bebida e apoiar os milhões de agricultores cuja subsistência depende da colheita".

Neste ano, a entidade até aproveitou o Dia Internacional do Café para lançar o #CoffeePeople, campanha feita em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) pelo direito a um ambiente de trabalho seguro e saudável na cadeia produtiva da bebida.

O dia 1º de outubro, contudo, não é a única data existente no calendário em homenagem à bebida. No Brasil, há ainda quem celebre um chamado Dia Mundial do Café em 14 de abril, mas a data não é de fato reconhecida internacionalmente. Acaba sendo, pois, um dia mundial "de mentirinha".

Aqui, existe ainda o Dia Nacional do Café, que é reconhecido como sendo a data oficial em terras brasileiras. Ele foi instituído pela Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) em 2005 e é celebrado no dia 24 de maio, que representa o início da colheita na maior parte do país.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/

O QUE SER CATÓLICO?

O que é ser católico? (Crédito: Canção Nova)

O QUE SER CATÓLICO?

Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo Metropolitano de Santa Maria

O termo católico deriva do grego kath’olón, que quer dizer segundo o todo, refere-se à integralidade, à totalidade. Com frequência, católico remete a uma postura integral, a uma totalidade em termos de visão de mundo. Ser católico significa apoiar-se sobre o fundamento que permite ao ser humano encontrar-se com tudo o que existe e, ao mesmo tempo, que se decida por algo bem determinado e, acima de tudo, por Alguém – Deus revelado em Jesus Cristo.

Essa foi a perspectiva defendida por Romano Guardini ao sustentar que a catolicidade não é nenhum tipo entre outros tipos de visão de mundo, mas a atitude global de integralidade essencial que acolhe, em si, diferentes tipos, pois encontra sua raiz na única fonte da verdade: Deus. Para ele, aquele que é especificamente católico vive da universalidade de sua própria natureza e não tem nenhum adversário que não seja a negação. Isso ocorre porque a Igreja Católica é portadora do olhar total de Cristo sobre o mundo. A Igreja conserva sua catolicidade na medida em que conserva seu olhar no horizonte maior e último, como o de Cristo e, igualmente, se insere inteiramente na situação histórica.

Essa catolicidade impede que se pense em forma sectária ou polarizada. A Igreja é Católica porque alarga seu horizonte de compreensão no diálogo e na proximidade. A dimensão ecumênica e dialógica é necessária para que a catolicidade não reduza sua dimensão totalizante. Todo sectarismo é um estreitamento da racionalidade católica.

A palavra católico não aparece no Novo Testamento para designar a Igreja. O primeiro autor a usar esse qualificativo foi Santo Inácio de Antioquia, no século II, quando escreveu: “Onde comparecer o Bispo, aí esteja a multidão, do mesmo modo que, onde estiver Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica.” Nessa citação, o significado do termo católica tanto pode indicar universal quanto verdadeira, autêntica. As duas interpretações se combinam entre si, sem uma contradizer a outra.

O mesmo ocorre no relato do martírio de São Policarpo de Esmirna, quando a palavra católica tanto significa o conjunto das Igrejas locais em comunhão quanto a verdadeira Igreja de Cristo. Igualmente, Vicente de Lerins completa essa reflexão com os aspectos temporal e sociológico: “Católico é o que se acreditou sempre em todas as partes por todos.” Isso remete tanto à universalidade quanto à ortodoxia. Essas se traduzem, geograficamente, em todas as partes; historicamente, sempre; e numericamente, por todos.

A questão teológica que se impõe é saber em que consiste essa universalidade que continua a ser professada mesmo que nem toda a humanidade faça parte da Igreja. Inicialmente, é preciso considerar que a catolicidade ou universalidade da Igreja é mais uma vocação e missão do que uma realidade já alcançada. Jesus Cristo envia seus discípulos, de todos os tempos, para irem pregar o Evangelho (Mt 28,19) a todas as pessoas, em todos os lugares, para que todos sejam suas testemunhas até os confins da Terra (At 1,8).

Católico e universal é o desígnio salvífico de Deus. Ele quer que todos se salvem e chegam ao pleno conhecimento da verdade (1Tm 2,4). Isso implica dizer que na Igreja não deve haver acepção de pessoas, pois é preciso fazer-se tudo, para todos (1 Cor 9,19-23). A Igreja é católico-universal, portanto, como congregante, deseja reunir toda a humanidade no desígnio de salvação. Ela, contudo, não está congregada em toda a Terra. Ela nem mesmo conseguiu a unidade entre todos os cristãos, o que é determinante para sua universalidade, pois o desejo de Cristo é “que todos sejam um” (Jo 17,21).

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Entrevista: fui estuprada e engravidei

Raul Lieberwirth | Aleteia
Por Destrave - publicado em 08/10/15

Depois de tomar vários chás para abortar, sem sucesso, ela procurou uma clínica de aborto. Mas algo inesperado aconteceu no caminho.

São muitas as mulheres que, em caso de estupro, optam por realizar um aborto, o que, no Brasil, é permitido por lei nesse caso. A equipe de reportagem do ‘Destrave’ conversou com uma jovem que ficou grávida após ser vítima dessa violência [estupro] e, depois de relutar muito, Deus tocou seu coração e ela decidiu levar a gravidez adiante. Para preservá-la a chamaremos de “T.”.

Confira o testemunho da jovem mãe, que deu seu “sim” à vida ao ser orientada por um membro do Instituto Pró-Vida. Em seu depoimento ela destaca que foi a Palavra de Deus que a conduziu a não praticar o aborto.

Destrave.com:Qualfoioseusentimentoaoserviolentadaenoseudesesperoquaisforamosmeios queencontrouparafazeroaborto?

TestemunhoT.: Foi um sentimento de raiva, dor, desprezo, mágoa e culpa. Primeiro tomei alguns chás que as pessoas falavam e, depois de ver que não houve resultado, decidi procurar uma clínica de aborto mesmo.

TestemunhoT.: Achei o telefone na internet e liguei achando que era uma clínica de aborto. A moça que conversou comigo falava como se fosse realmente de uma clínica, então marquei um encontro com esta pessoa e pensei assim: “Como o aborto é ilegal este encontro dever ser para disfarçar para que a polícia não fique sabendo”. Nesse encontro a mulher começou a falar da Igreja e de Jesus, mas eu já conhecia porque fui criada na Igreja evangélica. No entanto, depois dessa conversa aquilo ficou dentro de mim. Ela jogou a semente e a semente foi germinando.

Destrave.com:Vocêtinhanoçãode quetinhaumavidadentrodevocê? Equalfoioseusentimento aoverorostodoseufilhonahoradonascimento?

TestemunhoT.: Não tinha noção de que era uma vida; e ainda nem pensava que era o meu filho. Para mim, não havia uma vida ainda e eu não estaria errando. O que me fez conseguir entender tudo foi a Palavra de Deus. Na hora do nascimento fiquei muito feliz e grata a Deus.

Destrave.com:Quaisforamasajudasquevocêrecebeudurantegravidez,nopartoeatéhoje?

TestemunhoT.: A primeira ajuda que eu recebi foi a espiritual, porque, se eu não a recebesse, a pessoa que me acolheu no Instituto Pró-vida poderia vir falar comigo e oferecer o que fosse que eu não aceitaria. Quando ela falou de Deus aí foi o momento em que eu disse que não iria abortar. Depois precisei de ajuda psicológica, financeira e também recebi todo o tipo de ajuda com roupas, berço e alimentação.

Destrave.com:Gostariaquevocêdeixasseumamensagemparaaspessoasquehojepassam pelamesmasituação?

TestemunhoT.: É difícil, dificuldade a gente tem mesmo de ter um filho, mas eu acho que mais difícil é quando você aborta e fica com aquela consciência ruim. Não sei como estaria hoje se tivesse cometido o aborto, mas se o realizasse talvez eu teria acabado com a minha vida e a do meu filho. Hoje eu olho para o meu filho e tenho força para lutar pela minha vida e pela vida dele.

https://youtu.be/-33688TptzE

(Destrave)

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Agostinho e a liberdade (2/6)

Nesta página virtual, alguns episódios das Histórias Agostinianas de Ottaviano Nelli, afrescos da segunda metade do século XIV preservados na igreja de Sant'Agostino em Gubbio. Acima de Agostino e Ambrogio (30Giorni)

Arquivo 30Dias – 06/2002

Agostinho e a liberdade

O relatório do Arcebispo de Argel da Universidade de Pádua de 24 de maio, no final da série de conferências sobre a atualidade de Santo Agostinho

por Henri Teissier

A liberdade de falar sobre Agostinho hoje em sua terra natal

Em primeiro lugar, importa referir que reconhecer o lugar que Agostinho ocupa na história da Argélia foi uma conquista da liberdade daqueles que estiveram na linha da frente nesta batalha. No meio da crise argelina, isto também significava colocar a vida em risco. Kamal Mellouk, um dos militantes da causa de Agostinho na Argélia, residente no Souk Ahras, o Tagaste de Agostinho, fez-nos compreender a gravidade do risco quando escreveu num jornal de Argel: «Como não amar Santo Agostinho quando ele ia ensinar que eu tenha novamente esperança, neste mundo difícil e incerto, não de lutar contra os meus inimigos, mas de amá-los por caridade e de me refugiar na graça de Deus durante as dificuldades. É claro que nem sempre é fácil falar hoje de Santo Agostinho na Argélia, seu país natal, e manifestar ingénua e publicamente o amor que sentes por ele, como eu: corres o risco de despertar os demónios do ódio, da ignorância, da intolerância ou simplesmente de ser excomungado ou acusado de apostasia com todas as consequências que isso significa. Mas, quando você ama alguém, você deve assumir plenamente o risco desse amor, mesmo com risco da própria vida, pois não há amor mais belo e mais fiel do que a morte para quem ou para quem você ama”(1).

O próprio Agostinho, ao longo da sua existência, demonstrou este tipo de liberdade, pois, como se sabe, perseverou na sua ação contra os seus adversários donatistas com risco de vida e uma vez salvou-se graças a um erro do seu guia que o conduziu por um caminho diferente. caminho daquele onde seus adversários o esperavam.

Voltando à Argélia, durante a crise fundamentalista em que o país afundou de 1990 a 2000, a primeira batalha pela liberdade, ligada a Agostinho, foi conseguir a liberdade de falar dele na sociedade argelina. Para dar apenas um exemplo particularmente eloquente, destaco este episódio: um antigo ministro argelino para os assuntos religiosos, atualmente presidente da Associação dos Ulema (acadêmicos muçulmanos, ed.), depois do encontro de abril foi para Tagaste-Souk Ahras, cidade natal de Agostinho. Na mesquita ele havia declarado, segundo relatos de testemunhas confiáveis, que os habitantes da cidade que haviam organizado a homenagem a Agostinho durante a conversa eram culpados de "infidelidade" (kofr), já que Agostinho era um infiel . E sabemos que numa situação de crise uma acusação de infidelidade equivalia a uma sentença de morte.

Ahmed Kaci, no Tribuna de 8 de Abril de 2001, também relatou esta oposição da Associação Ulema à reabilitação de Agostinho na sociedade argelina: «Entre as reações de oposição registadas contra a realização do seminário, destaca-se a da Associação Ulema que, pela boca de Abderahmane Chibane , acredita que a criança prodígio de Tagaste nada mais era do que um cristão “agente do colonialismo romano na Argélia e inimigo dos nacionalistas argelinos que tinha opiniões diferentes das suas e que lutou pela libertação do povo”.

Vários artigos na imprensa argelina também assumiram posições semelhantes, por vezes utilizando a reunião de Abril na sua luta política. Assim, o chefe de um partido islâmico, Djaballah, divulgou a seguinte declaração num semanário argelino de língua árabe(2): «Agostinho era de origem romana, pelo menos por parte de pai. Aqueles que querem dar-lhe um lugar na sociedade argelina não têm outro objetivo senão preparar o regresso ao país dos europeus da Argélia (os pieds noirs ). É o partido da França."

Outro jornalista, Othman Sa'di, escreveu no mesmo tom, no jornal de língua árabe En Nasr: «Eu teria gostado se o presidente Bouteflika tivesse erguido uma estátua em homenagem a Donatus, que representa o verdadeiro nacionalismo númida. Quanto a Santo Agostinho, foi o principal agente do colonialismo romano. Foi o melhor instrumento nas mãos do imperialismo romano para esmagar o povo Amazigh (berbere) , despojá-lo das suas terras e dar a propriedade delas aos grandes aristocratas do exército romano"(3).

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1 El Watan , 10 de setembro de 2000, p. 11.
2 El Chourouk al arabi , 23-29 de abril de 2001.
3 En Nasr , 30 de abril de 2001.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Papa no Angelus: existe uma grande diferença entre o pecado e a corrupção

"Pecadores sim, corruptos não", exortou o Papa Francisco durante a oração mariana do Angelus (Vatican Media)

“Para o pecador há sempre esperança de redenção; para o corrupto, porém, é muito mais difícil”, destacou o Papa Francisco durante o Angelus deste XXVI Domingo do Tempo Comum.

Thulio Fonseca - Vatican News

Neste domingo, 1º de outubro, o Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

O Pontífice refletiu a passagem do evangelho que fala de dois filhos, aos quais o pai pede que vão trabalhar na vinha. Um deles responde imediatamente "sim", mas depois não vai. O outro, recusa no momento, mas depois reconsidera e vai.

“O que dizer sobre esses dois comportamentos?”, questionou o Papa, “imediatamente vem à mente que ir trabalhar na vinha exige sacrifício e que sacrificar custa, não acontece espontaneamente, apesar da beleza de reconhecer-se filhos e herdeiros”.

Segundo Francisco, o dilema contado não é tanto a resistência em ir trabalhar na vinha, mas a sinceridade, ou a falta dela, diante do pai e diante de si mesmo: “na verdade, nenhum dos dois filhos se comporta de maneira impecável, um deles mente, enquanto o outro erra, mas permanece sincero”.

O comportamento corrupto

Ao deter-se sobre o filho que diz sim, mas depois não vai, o Papa destacou que ele “não quer fazer a vontade do pai, mas também não quer discutir ou falar sobre isso”. E por este motivo ele se esconde atrás de um "sim", atrás de um consentimento falso, que encobre sua preguiça somente para salvar salva sua pele. E deste modo, consegue sobreviver sem conflitos, mas engana e decepciona o pai, desrespeitando-o de uma forma pior do que teria feito com um "não" direto.

“O problema com um homem que se comporta dessa maneira é que ele não é apenas um pecador, mas um corrupto, porque mente suavemente para cobrir e disfarçar sua desobediência, sem aceitar qualquer diálogo ou confronto honesto.”

Para o pecador há sempre esperança

“O outro filho”, continuou Francisco, “aquele que diz não, mas depois vai, é sincero. Não é perfeito, mas é sincero”, e manifestar sua relutância corajosa, “ele assume a responsabilidade por seu comportamento e age abertamente”.

O Santo Padre sublinhou, que através da sua atitude honesta como filho, aquele homem “acaba se questionando, chegando à conclusão de que estava errado e refazendo seus passos”.

“Ele é, poderíamos dizer, um pecador, mas não um corrupto. E para o pecador há sempre esperança de redenção; para o corrupto, porém, é muito mais difícil. Na verdade, o seu falso “sim”, suas aparências elegantes, mas hipócritas, e suas ficções que se tornaram hábitos são como uma espessa "parede de borracha", atrás da qual ele se protege dos apelos da consciência.”

"Esses hipócritas fazem muito mal", enfatizou o Papa, pedindo aos fiéis para não se esquecerem deste ensinamento: "pecadores sim, corruptos não".

Sinceridade diante de Deus

Francisco conclui sua alocução antes da oração mariana com algumas perguntas, convidando os fiéis, à luz destes ensinamentos, a olharem para si mesmos e questionarem:

“Diante do esforço de viver uma vida honesta e generosa, de me comprometer de acordo com a vontade do Pai, estou disposto a dizer "sim" todos os dias, mesmo que isso custe? E quando falho, sou sincero ao confrontar Deus sobre minhas dificuldades, minhas quedas, minhas fragilidades? E quando eu digo "não", eu volto atrás? Devemos conversar com o Senhor sobre isso. Quando cometo um erro, estou disposto a me arrepender e refazer meus passos? Ou faço vista grossa e vivo usando uma máscara, preocupando-me apenas em parecer bom e decente? No final das contas, sou um pecador, como todo mundo, ou há algo corrupto em mim? Não se esqueça: pecadores sim, corruptos não.”

“Maria, espelho de santidade, ajude-nos a ser cristãos sinceros”, finalizou o Papa.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Hoje celebramos Santa Teresinha do Menino Jesus

Santa Teresinha do Menino Jesus (Kyrios)
01 de outubro
Santa Teresinha do Menino Jesus

Sua prometida chuva de rosas ainda cai sobre nós, em forma de uma quantidade incalculável de graças e milagres alcançados através de sua intervenção.

A vida da santa Teresa de Lisieux, ou santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, seu nome de religiosa e como o povo carinhosamente a prefere chamar, marca na história da Igreja uma nova forma de entregar-se à religiosidade. No lugar do medo do "Deus duro e vingador", ela coloca o amor puro e total a Jesus como um fim em si mesmo para toda a existência eterna. Um amor puro, infantil e total, como deixaria registrado nos livros "Infância espiritual" e "História de uma alma", editados a partir de seus escritos. Sua vida foi breve, mas plena de dedicação e entrega. Morreu virgem como Maria, a Mãe que venerava, e jovem como o amor que vivenciava a Jesus, pela pura ação do Espírito Santo.

Teresinha nasceu em Alençon, na França, em 2 de janeiro de 1873. Foi batizada com o nome de Maria Francisca Martin e desde então destinada ao serviço religioso, assim como suas quatro irmãs. Os pais, quando jovens, sonhavam em servir a Deus. Mas circunstâncias especiais os impediram e a mãe prometeu ao Senhor que cumpriria seu papel de genitora terrena, mas que suas filhas trilhariam o caminho da fé. E assim foi, com entusiasmada aceitação por parte de Teresinha desde a mais tenra idade.

Caçula, viu as irmãs mais velhas, uma a uma, consagrando-se a Deus até chegar sua vez. Mas a vontade de segui-las era tanta que não quis nem esperar a idade correta. Aos quinze anos, conseguiu permissão para entrar no Carmelo, em Lisieux, permissão concedida especial e pessoalmente pelo papa Leão XIII.

Ela própria escreveu que, para servir a Jesus, desejava ser cavaleiro das cruzadas, padre, apóstolo, evangelista, mártir… Mas ao perceber que o amor supremo era a fonte de todas essas missões, depositou nele sua vida. Sua obra não frutificou pela ação evangelizadora ou atividade caritativa, mas sim em oração, sacrifícios, provações, penitências e imolações, santificando o seu cotidiano enquanto carmelita. Essa vivência foi registrada dia a dia, sendo depois editada, perpetuando-se como livro de cabeceira de religiosos, leigos e da elite dos teólogos, filósofos e pensadores do século XX.

Teresinha teve seus últimos anos consumidos pela terrível tuberculose, que, no entanto, não venceu sua paciência com os desígnios do Supremo. Morreu em 1° de outubro de 1897, com vinte e quatro anos, depois de prometer uma chuva de rosas sobre a Terra quando expirasse. Essa chuva ainda cai sobre nós, em forma de uma quantidade incalculável de graças e milagres alcançados através de sua intervenção em favor de seus devotos.

Teresa de Lisieux foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925 pelo papa Pio XI. Ela, que durante toda a sua vida teve um grande desejo de evangelizar e ofereceu sua vida à causa missionária, foi aclamada, dois anos depois, pelo mesmo pontífice, como "padroeira especial de todos os missionários, homens e mulheres, e das missões existentes em todo o universo, tendo o mesmo título de são Francisco Xavier". Esta "grande santa dos tempos modernos" foi proclamada doutora da Igreja pelo papa João Paulo II em 1997.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF