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quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Os princípios da Doutrina Social da Igreja (II)

Doutrina Social da Igreja (paulinos)

OS PRINCÍPIOS DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA (II)

Dom Wilson Angotti
Bispo de Taubaté (SP)

 “Eu estava com fome e vocês me deram de comer” (Mt.25,35) 

Começamos a considerar os “Princípios” da Doutrina Social da Igreja (DSI). Por “princípios” queremos nos referir a temas recorrentes e basilares dos documentos de ensino social da Igreja. Já tratamos, anteriormente, de quatro princípios: da primazia da ordem moral, da dignidade da pessoa, da solidariedade e do bem comum. Consideraremos agora: a opção preferencial pelos mais pobres; a não aceitação do capitalismo liberal e nem do socialismo; e o princípio da subsidiariedade. Sucintamente, abordaremos esses assuntos. 

5º Princípio: A opção preferencial pelos pobres. 

“Desejo aqui recordar um deles [dos temas mais abordados no ensinamento social da Igreja]: a opção ou amor preferencial pelos pobres. Trata-se de uma opção, ou de uma forma especial de primado na prática da caridade cristã, testemunhada por toda a Tradição da Igreja. Ela concerne à vida de cada cristão, enquanto deve ser imitação da vida de Cristo; mas aplica-se igualmente às nossas responsabilidades sociais (S. João Paulo II, Sollicitudo Rei Socialis, SRS n.42).  

A expressão “opção preferencial pelos pobres”, como tal, surgiu na assembleia geral do episcopado Latino Americano, em Puebla (México), em 1979. Porém, a preocupação e dedicação pelos pobres sempre fez parte da atenção da Igreja, desde os primeiros tempos; pois é exigência do mandamento do amor (Mt.22,37-39). A Igreja procurou realiza-la ao longo dos séculos, e isso se pode perceber pelo incontável número de asilos, orfanatos, creches, escolas, hospitais, etc, que acompanharam o trabalho de evangelização, em todas as épocas e partes do mundo. O discípulo de Jesus não pode ignorar as necessidades do próximo. No exercício de sua missão, a Igreja não exclui ninguém. A exemplo de Jesus, sendo atenta aos últimos, a Igreja inclui a todos.  

6º Princípio: A não aceitação do capitalismo liberal. 

Com o início da industrialização “construiu-se um sistema que considerava o lucro como motor essencial do progresso econômico, a concorrência como lei suprema da economia, a propriedade privada dos bens de produção como direito absoluto, sem limite nem obrigações (…) gerando o imperialismo internacional do dinheiro. Nunca será demasiado reprovar tais abusos, lembrando mais uma vez que a economia deve estar a serviço do homem” (São Paulo VI, Populorum Progressio, 26). 

O capitalismo liberal é decorrente do liberalismo, uma ideologia marcada fortemente pelo individualismo. A consequência disso no plano econômico é o lucro como valor supremo, o trabalho como simples mercadoria, a livre concorrência sem limite, a propriedade como valor absoluto, o salário submetido simplesmente à lei da oferta e da procura, a livre concorrência sem limites, a desconsideração do bem do trabalhador e dos princípios éticos. Um tal sistema não está a serviço do ser humano, mas põe o ser humano a serviço do lucro de alguns. Com o passar do tempo, esse capitalismo primitivo e selvagem foi se submetendo ao controle da sociedade pelas regras jurídicas e do estado, tornando-se mais aceitável; porém, com essa reserva.  

7º Princípio: A não aceitação do socialismo, marxismo e comunismo. 

A Doutrina Social da Igreja adota uma atitude crítica, quer em relação ao capitalismo liberal, quer em relação ao coletivismo marxista” (S. João Paulo II, Sollicitudo Rei Socialis,21). “O erro fundamental do socialismo é de caráter antropológico. … O homem é reduzido a  uma série de relações sociais (a um coletivo), e desaparece o conceito de pessoa como sujeito autônomo de decisão moral … O homem é de fato privado de algo que possa ‘dizer seu’ e da possibilidade de ganhar com que viver por sua inciativa, acaba por depender da máquina social e daqueles que a controlam …” (S. João Paulo II, Centesimus Annus, 13).  

Nesta nossa abordagem sintética não é possível diferenciar cada palavra: socialismo, marxismo, comunismo. De modo geral, o que as caracteriza é a relativização da propriedade privada, é o estado deter os meios de produção e controlar toda atividade socioeconômica. Tal como o capitalismo, também o socialismo passou por ‘modificações’ em seu desenvolvimento histórico. É inaceitável porque propõe a luta de classes e absolutiza o social em detrimento da pessoa. Na verdade, a sociedade existe para benefício da pessoa e não o contrário. O materialismo ateu é inerente à ideologia marxista. Erroneamente, esta considera a religião, com sua promessa de vida futura, uma alienação que levaria a pessoa a desinteressar-se pela busca da justiça social. É justamente nossa esperança futura que nos leva ao empenho por construir um mundo mais justo. A esperança cristã nos move no presente e nos direciona para a eternidade. 

8º Princípio de Subsidiariedade 

A autoridade pública deixe ao cuidado de associações inferiores aqueles negócios de menor importância, que a absorviam demasiado; poderá então desempenhar mais livre, enérgica e eficazmente o que só a ela compete …” (Papa Pio XI, Quadragesimo anno, 80).  

O princípio da subsidiariedade consiste na atitude do Estado não assumir aquilo que outras instituições sociais (como sindicatos, associações, famílias) podem fazer. Dedicando-se só ao que estritamente lhe compete o Estado poderá cumprir melhor sua atividade reguladora da sociedade. Não serve o estado enfraquecido do liberalismo nem o estado superpoderoso do socialismo. Cabe ao estado garantir o bem comum, com uma função de ajuda não de substituição. Seu caráter é de orientação, de estímulo, de coordenação, de suplência e de integração. Subsidiariedade sim, intervencionismo não. Ao estado cabe a função maior de manter a ordem e evitar exploração dos cidadãos, sobretudo dos desfavorecidos.  

(O tema dos Princípios de DSI continua)

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa: Que Nossa Senhora Aparecida cuide do Brasil e de todo povo brasileiro

Papa Francisco em Aparecida-SP (Vatican Media)

À margem dos trabalhos do Sínodo, o Papa manifestou mais uma vez seu carinho pelo Brasil e pelos brasileiros no dia da sua Padroeira. De modo especial, Francisco recordou sua visita a Aparecida, 10 anos atrás, ocorrida em 24 de julho de 2013.

https://youtu.be/s871tK5g6NA

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

“É a festa de Nossa Senhora Aparecida. Eu a levo em meu coração. Recordo-me desta cidade e da Virgem. Que nos abençoe muito, que cuide de vocês e de todo o povo do Brasil. Rezo por vocês, lhes envio a minha bênção e, por favor, rezem por mim. A favor! Obrigado.”

À margem dos trabalhos do Sínodo, o Papa manifestou mais uma vez seu carinho pelo Brasil e pelos brasileiros no dia da sua Padroeira. De modo especial, Francisco recordou sua visita a Aparecida, 10 anos atrás, ocorrida em 24 de julho de 2013.

Papa ao final da Missa no Santuário de Aparecida (Vatican Media)

Naquela ocasião, Francisco abriu um parêntese na sua participação na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro para visitar a Casa da Mãe.

No Santuário, o Pontífice celebrou à Missa e, na homilia, recordou a realização da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe em maio de 2007. 

"Aquela Conferência foi um grande momento de vida de Igreja. E, de fato, pode-se dizer que o Documento de Aparecida nasceu justamente deste encontro entre os trabalhos dos Pastores e a fé simples dos romeiros, sob a proteção maternal de Maria. A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: 'Mostrai-nos Jesus'. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria."

Inauguração da imagem de Nossa Senhora nos Jardins Vaticanos (Vatican Media)

Mas nesses 10 anos de pontificado, foram inúmeras as referências à Padroeira do Brasil. Em 3 de setembro de 2016, Francisco inaugurou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida nos Jardins Vaticanos. E convidou os fiéis a rezarem pelos "mais pobres, os descartados, os idosos abandonados, os meninos de rua; que ampare os descartados e os que estão nas mãos dos exploradores de todo tipo; que salve o povo com a justiça social e com o amor de Jesus Cristo, seu Filho". 

"Peçamos com amor por todo o povo brasileiro, que Ela, Mãe, abençoe. Foi encontrada pelos pobres trabalhadores: que hoje seja encontrada por todos, de modo especial por aqueles que têm necessidade de trabalho, de educação, por quantos estão privados de dignidade."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós!

Reprodução

Por Vanderlei de Lima

Voltemos nosso olhar à Mãe Aparecida e peçamos que, como em Caná da Galileia (cf. Jo 2,1-11), Ela interceda, hoje e sempre, junto a Jesus Cristo.

No dia 12 de outubro, celebramos, no Brasil, a solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Daí a razão deste artigo que reproduz um trecho da Antologia de autores cartuxos (Cultor de Livros, 2020, p. 260-261) referente à Mãe de Deus e nossa.

O texto é de Guigo II († 1192/93) e se intitula “Mãe de misericórdia”. Desse monge temos apenas notícias escassas. Aparece a primeira vez em um documento de 1173 como procurador da Grande Cartuxa; depois, foi eleito prior da comunidade (1173/74). Em 1180, renunciou ao cargo de prior e voltou à vida de simples monge de cela. Morreu em 6 de abril de 1192 ou 1193. Dito isso, passemos à sua bela e profunda reflexão.

Ó Virgem das virgens, Senhora minha, de aparência belíssima que “até os anjos desejam contemplar” (1Pd 1,12b), dirige, peço-Te, para mim o teu olhar virginal; digna-Te a molhar a ponta do teu dedo na ânfora para umedecer, ainda que seja apenas com uma gota d’água, minha língua cansada e ressecada. Sei, minha Senhora, com que amor incomparável e benevolência olhas para cada um dos servos do grande Abraão para oferecer-lhes a bebida da tua misericórdia, não só a todo homem que pede, mas também aos seus camelos (cf. Gn 24,19). 

“Toda formosa és, amada minha, não há mancha em Ti” (Ct 4,7); belíssima de rosto, castíssima de corpo, santíssima de espírito e, o que é particularmente esplêndido em Ti, prontíssima em socorrer as necessidades dos miseráveis. Com efeito, és Tu quem primeiro extrai a água dos mais profundos mananciais da misericórdia, levas tua ânfora cheia de graça às costas de tua poderosa compreensão. Que fez, pois, aquela donzela que era figura tua, ó minha Senhora? “Rapidamente”, diz a Escritura, “desceu a ânfora do seu braço” (Gn 24,18) e, não contente em dar de beber àquele que lhe pediu, “também para teus camelos” – disse – “tirarei água para que possam beber” (Gn 24,19). Isso significa, ó Santíssima Virgem, que dás de beber também a mim desfigurado pecador, corcunda e tortuoso. Verdadeiramente, te compadeces de nossas misérias além do que podemos pedir, esperar ou pensar. […]

Ó Virgem, belíssima por teu rosto e por tua virgindade, concedes-me, também Te imploro, essa bebida e prepares-me um lugar onde eu habite esta noite, já que perto de Ti, como dizes, há um lugar amplo para ficar. Esta terra em que habitamos é estreita e os homens acham, por isso, motivos para litigar: minha é a terra, meu é o manancial, minha a floresta. Mas Contigo o espaço para habitar é amplo. […] Introduze-me, Mãe Misericordiosa, na casa de teu Pai para que eu não fique de fora, não seja consumido pelo gelo e o frio, nem agredido pelos terrores da noite. Introduze-me para que, depois de haver me lavado os pés, descanse […] até que “sopre a brisa do dia e se espalhem as sombras” (Ct 2,17). 

Tu me conduzirás ao Teu esposo Isaac. […] És verdadeiramente aquela que o Senhor preparou para o filho do meu Amo (cf. Gn 24,44), para ser sua mãe, sua esposa e irmã. […] És, realmente, selecionada e escolhida entre todas as mulheres; és cheia de graça, “o Senhor está contigo” (Lc 1,28). 

O Senhor, Deus Pai, te preparou para o Senhor Deus, seu Filho; para nos preparares para Ele. Tu, que te dignas tomar assento nas costas deste camelo que se ajoelha diante de Ti, preparas o teu próprio Filho para nós; faze-nos favoráveis a Ele no dia em que se levantará para golpear a terra com o sopro de sua boca. (Meditatio VII, pp. 158-163).

Com essa rica meditação, voltemos nosso olhar à Mãe Aparecida e peçamos que, como em Caná da Galileia (cf. Jo 2,1-11), Ela interceda, hoje e sempre, junto a Jesus Cristo – seu Filho e nosso irmão – pelo Brasil e por todos os seus habitantes. Amém!

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Os princípios da Doutrina Social da Igreja (I)

Doutrina Social da Igreja (paulinos)

OS PRINCÍPIOS DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA (I)

Dom Wilson Angotti
Bispo de Taubaté (SP)

“Se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão as trevas” (Mt 6,23). 

Consideraremos aqui os “princípios” da Doutrina Social da Igreja (DSI), o que equivale a dizer os eixos ou as temáticas centrais que são abordados nos diversos documentos do Magistério da Igreja. Nos documentos de DSI, não encontraremos uma lista desses princípios; eles são elaborados por aqueles que os estudam e identificam os temas recorrentes ou que se destacam pela importância. Por isso, pode haver listas com mais ou menos princípios. Nesta nossa abordagem nos serviremos de uma sistematização (veja ao final*) que enumera doze princípios, os quais passaremos a apresentar a partir de agora. 

1º Princípio: A ordem social está subordinada à ordem moral, estabelecida por Deus.  

A ordem que há de vigorar na sociedade é essencialmente moral (…). Esta ordem moral – universal, absoluta e imutável nos seus princípios – tem a sua origem e fundamento em Deus verdadeiro, pessoal e transcendente” (Papa João XIII, Pacem in Terris, 37-38).  

Com isso, a Igreja acredita e proclama que a ordem social não acontece simplesmente em decorrência do aperfeiçoamento da organização econômica, jurídica, social e política, por melhor que seja. A justiça social não será alcançada numa sociedade materialista, competitiva e consumista. A Igreja acredita e ensina que a ordem social desejada só poderá acontecer quando as pessoas que compõem o corpo social se orientarem por valores ético-religiosos, quando se orientarem pela fé; é desta ordem moral que a Igreja fala. Se não existir essa referência ao transcendente corrompe-se a cultura e nas relações entre as pessoas valerá a lei do mais forte, que imporá suas regras privilegiando uns em detrimento de outros. Somente orientada por valores éticos e transcendentes o ser humano será capaz de construir uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. 

2º Princípio: A dignidade da pessoa humana. 

“… aumenta a consciência da eminente dignidade da pessoa humana, por ser superior a todas as coisas e os seus direitos e deveres serem universais e invioláveis. É necessário, portanto, tornar acessíveis aos homens todas as coisas de que necessita para levar uma vida verdadeiramente humana…” (Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes, 26).  

A dignidade da pessoa humana é base de todo desenvolvimento da Doutrina Social da Igreja e, por isso, foi tratada mais detidamente no tema passado. A dignidade da pessoa está fundamentada na consciência de que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Devido a esta visão de fé, o conceito de pessoa foi enriquecido pelo cristianismo. Em muitas culturas da antiguidade mulheres e escravos eram considerados como “coisas” e contados entre as posses de seus senhores, que tinham sobre eles direito de vida e de morte. Com o cristianismo todos os seres humanos (homens, mulheres, crianças, nascituros, escravos, estrangeiros, inimigos…) passaram a ser considerados como pessoa digna de direitos e deveres.  

3º Princípio: A solidariedade. 

A solidariedade que une todos os seres humanos e os torna membros de uma só família, impõe, aos países que dispõem com exuberância de meios de subsistência, o dever de não permanecerem indiferentes diante das comunidades políticas cujos membros lutam contra as dificuldades da indigência, da miséria e da fome…” (Papa João XXIII, Mater et Magistra, 154).  

A solidariedade é um dos princípios base da concepção cristã em relação à organização social e política. Não se trata de um sentimento de vaga compaixão diante dos males sofridos por tantas pessoas; mas é a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem, sobretudo daqueles que são mais fragilizados. Isso é compromisso fundamental do cristão, que deve ver o outro como irmão. O dever de solidariedade é o mesmo tanto para as pessoas como para os povos. A solidariedade é instrumento para a paz. É apresentada pela Igreja como uma terceira via que visa superar o capitalismo individualista e o marxismo coletivista. 

4º Princípio: O bem comum. 

Todos os indivíduos e corpos intermediários (como associações e sindicatos) devem contribuir para o bem comum (…). A realização do bem comum constitui a total razão de ser dos poderes públicos” (Papa João XXIII, Pacem in Terris, 53). “O individualismo suprime o bem comum, a solidariedade a ele conduz” (Papa Pio XI, Quadragesimo Anno, 49). “O bem comum pressupõe o respeito pela pessoa humana … exige dispositivos de bem-estar e segurança social … como a família; … o bem comum requer a paz social, isto é, a estabilidade e a segurança de uma certa ordem que não se realiza sem uma atenção particular à justiça distributiva …” (Papa Francisco, Laudato Si, 157). 

O bem comum, como a própria expressão indica, é o bem de todos, o bem a que todos têm direito e não só o bem de alguém em particular ou de algum grupo de privilegiados. O bem comum deriva da igualdade e dignidade de todas as pessoas e é um imperativo moral para todos, especialmente, para o cristão, que se rege pelo custoso mandamento do amor, que nos leva a buscar o bem dos outros como se fosse o próprio. O bem comum é a razão de ser do estado e da política que, por isso, estão obrigados a promovê-lo.  

(O tema dos Princípios da DSI continua) 

(*) Dicionário de Doutrina Social da Igreja, Luiz Carlos Lessa, Ed. LTR.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Os impactos da revolução digital na saúde mental das crianças: um alerta aos pais

Oksana Shufrych/Shutterstock

Por Igor Precinoti

Muitos estudos já estão demonstrando que o vício digital em crianças e adolescentes está relacionado a déficit de atenção, hiperatividade, ansiedade, irritabilidade e depressão. Entenda:

Após o lançamento da primeira geração de iPhone, pela Apple, em 2007, uma revolução digital foi observada e os aparelhos celulares e tablets passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas, influenciando quase todos os aspectos da vida humana.

O termo “era digital” foi cunhado para designar este período histórico da sociedade, no qual a tecnologia e a comunicação digital desempenham um papel fundamental na sociedade. 

À medida que os dispositivos digitais foram se tornando mais essenciais para as atividades diárias, alguns problemas também começaram a ser observados. Em muitos países, transtornos relacionados ao uso de dispositivos eletrônicos têm se tornado um problema sério para a saúde mental. 

Vários estudos encontraram forte relação entre o uso de mídias digitais e outros transtornos como depressão e ansiedade, incluindo o vício digital. Este problema é tão importante que a Associação Americana de Psiquiatria incluiu o “distúrbio de jogos na Internet” (abarcando jogos on-line e off-line) no DSM-5 (um manual de transtornos mentais) e a OMS o reconheceu oficialmente como uma doença médica.

Sabendo dos riscos decorrentes do uso de aparelhos digitais, é importante dar atenção às crianças que, cada vez mais, estão utilizando celulares e tablets. Como as mentes dos jovens ainda estão imaturas, são mais vulneráveis e, portanto, com maior tendência ao vício digital. 

Muitos estudos já estão demonstrando que o vício digital em crianças e adolescentes está relacionado a déficit de atenção, hiperatividade, ansiedade, irritabilidade e depressão.

Em 2018, Hermawati publicou um estudo no qual descobriu que crianças menores de 2 anos que usavam mais de 3 horas de tela por dia apresentavam sintomas semelhantes ao autismo, atraso na fala, falta de atenção e irritabilidade (Early electronic screen exposure and autistic-like symptoms. Intractable Rare Dis. Res. 2018).

O maior problema, neste caso, está no fato de que os transtornos decorrentes do uso de aparelhos eletrônicos e digitais são pouco divulgados e ainda é ignorado pela grande mídia. Esta falta de informações faz com que os próprios pais entreguem tablets e celulares às crianças sem saber dos riscos relacionados a este uso. Fato semelhante acontecia no passado quando, por falta de informação, muitos pais ofereciam cerveja ou ensinavam seus filhos a fumar.

A pandemia agravou muito a situação, os casos de dependência digital explodiram com o afastamento social. E muitos jovens que tinham pouco ou nenhum acesso às telas, foram obrigados a assistir aulas e a participar de reuniões de modo on-line.

Mas e agora? Como resolver este impasse, pois os tablets e os celulares são uma realidade cada vez mais presente? Como excluir os filhos deste meio onde todos os outros colegas da mesma idade estão de olho nas telas?

A primeira atitude a ser tomada é a busca de informações: os pais devem ler a respeito e, se possível, conversar com o pediatra sobre esta questão. 

Para quem precisa de alguma orientação a respeito, vale a pena conhecer as recomendações sobre o uso de telas da American Academy of Child & Adolescent Psychiatry (Academia Americana de Psiquiatria em Crianças e Adolescentes):

• Menores de 18 meses: Evite outros momentos de tela além de bate-papo por vídeo chamadas.

• Idade de 18 a 24 meses: Encontre programação de alta qualidade (Educativos) e assista ou jogue junto.

• De 2 a 5 anos: Limite o uso da tela a uma hora por dia de programas de alta qualidade. Aos finais de semana, limite de 3 horas por dia.

Vale ressaltar que tão importante quanto o controle do tempo de uso, os pais e responsáveis também devem se atentar ao conteúdo, pois as consequências decorrentes da exposição infantil a conteúdo violento, criminoso, sexual, entre outros são graves. 

É importante entender que existe um risco real e que os pais são responsáveis pela saúde e segurança dos filhos. Tal qual nenhum pai ou mãe permitiria que o filho fumasse ou usasse drogas só porque “todos os colegas estão usando”, esta não pode ser a justificativa para permitir o uso de telas pelas crianças sem nenhum controle de uso.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

A fé de sempre!

A fé nos coloca em ação (Canção Nova)

A fé de sempre!

6 de outubro de 2023

Por Danilo Ribeiro

Imagine um homem de 40 anos chamado João e seu pai, Francisco, de 60 anos.

Os dois estão na mesma casa e recebem a visita de um terceiro.

Durante o período de visita, Julia, a visitante, começa a olhar o álbum de fotos da família e vê uma foto de João quando ainda era um bebê, com apenas três dias de vida.

Julia pega essa foto em suas mãos, mostra para Francisco e pergunta:

— Como o senhor pode ter certeza de que este bebê é o João que agora tem 40 anos e é tão diferente? Como sabe que substancialmente são a mesma pessoa?

Francisco então responde:

— Eu tenho absoluta certeza de que são substancialmente a mesma pessoa porque eu o vi crescer, dia após dia e ano após ano. Eu acompanhei o desenvolvimento dele e por isso sei que são a mesma pessoa.

Agora imagine que João pudesse fazer uma viagem no tempo e retornar para o momento daquela foto, 40 anos atrás.

Ao chegar, encontraria seu pai ainda jovem, com 20 anos de idade e então se dissesse ao senhor Francisco que ele é o bebê João que ele segura em seus braços, certamente Francisco acharia aquilo um grande absurdo e não acreditaria.

Mas João foi preparado para tal reação do seu pai e levou consigo um amontoado de fotos organizadas, onde podia mostrar, sem dizer uma única palavra, ao senhor Francisco as fotos do bebê com um dia, com dois dias, com três dias, com um mês, com três meses, com seis meses, com um ano, com dois anos, com quatro anos e assim sucessivamente até que chegasse às fotos de João com 40 anos.

Mesmo sem ter ouvido nenhum argumento de João, o senhor Francisco ficaria conturbado com como aquilo poderia ser possível e teria certeza de que o bebê João e o homem João de 40 anos eram a mesma pessoa.

Disso concluímos que pelo menos uma das formas para que alguém possa ter plena convicção de que um ente é substancialmente o mesmo em potência que aquele ente já desenvolvido em ato, é necessário que tenha acompanhado ou possa perceber com seus sentidos todo o desenvolvimento daquele ente.

Da mesma forma, podemos dizer que absolutamente toda a fé da Igreja Católica hoje é substancialmente a mesma fé crida e ensinada por todos os apóstolos, nas escrituras e na tradição.

Cada um dos pontos doutrinários ensinados e reconhecidos de forma dogmática pela igreja católica hoje é a fé cristã de todas as épocas.

Os dogmas marianos, o purgatório, a intercessão dos santos, a transubstanciação… Tudo isso sempre existiu em potência, no depósito da fé da igreja desde seu fundamento há pouco mais de dois mil anos.

Hoje temos em ato tudo aquilo que sempre existiu em potência.

E como posso atestar que isso é verdadeiro, mesmo que para as impressões de um ou outro indivíduo dos dias atuais isso seja absurdo?

Se você quer atestar por si mesmo, faça o que João fez com suas fotos.

Estude a história do cristianismo, veja com seus próprios olhos o desenvolvimento da doutrina cristã em todas as épocas, leia citações de doutrinas que foram se desenvolvendo desde o embrião até o que é hoje tido como dogma de fé.

Após ter feito uma breve investigação desses fatos, verá então que o cristianismo bíblico dos apóstolos, dos pais da igreja, dos santos no decorrer dos séculos e a fé católica de hoje são substancialmente a mesma fé.

Esse é certamente o primeiro passo a ser tomado antes de qualquer crítica à Santa Igreja Católica.

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

Papa no Dia contra a Pena de Morte: não pode ser usada como justiça de Estado

XXI Dia Mundial contra a Pena de Morte é celebrado anualmente em 10 de outubro (Vatican Media)

"O direito à vida é ameaçado" onde se pratica a pena capital, que "não constitui uma dissuasão", não oferece justiça e alimenta a vingança. É o que o Papa Francisco escreveu em um post no X com a conta @Pontifex por ocasião da data. O porta-voz da Anistia Internacional da Itália, Riccardo Noury: "cada vez menos países aplicam execuções, mas que estão aumentando".

Leone Spallino - Vatican News

"O direito à vida é ameaçado onde se continua a praticar a pena de morte. A pena de morte não pode ser utilizada por uma pretensa justiça de Estado, pois não constitui uma dissuasão, nem oferece justiça às vítimas, mas alimenta apenas a sede de vingança. #EndDeathPenalty". Foi o que o Papa escreveu na conta @Pontifex_pt na rede social X, por ocasião do XXI Dia Mundial contra a Pena de Morte.

Os dados coletados em 2022 testemunham uma tendência dramática: embora tenha havido uma diminuição no número de países que ainda aplicam a pena de morte, houve um aumento acentuado em relação ao ano anterior, cerca de 53%, das execuções, especialmente quando realizadas por condenações relacionadas a drogas. A esse aumento é dedicado o tema da data celebrada neste 10 de outubro e escolhido pela Anistia Internacional, como explica o porta-voz italiano Riccardo Noury: "infelizmente, as execuções ligadas a esse tipo de crime estão aumentando. Alguns países, como o Irã e a Arábia Saudita, já aplicam a pena de morte para crimes relacionados a drogas há muito tempo e em maior escala, mas agora outros, como Cingapura, também estão seguindo esse mau exemplo".

No país do sudeste asiático, de fato, mais de 10 execuções foram registradas nos últimos 12 meses. "É uma questão, a da pena de morte ligada a delitos de drogas", acrescenta Noury, "que apresenta enormes críticas do ponto de vista da falta de direito internacional e que, acima de tudo, na prática, mostra sua completa ineficácia: não pode ser considerada uma política séria para combater o tráfico de drogas ou seu uso".

Em 2022, houve 883 sentenças de morte executadas em 20 estados do mundo, o número mais alto dos últimos 5 anos. "Olhando para os números parciais", acrescenta o porta-voz da Anistia, "o país mais preocupante pelo uso mais do que diário da pena de morte para uma série de crimes é o Irã, onde, nos primeiros nove meses de 2023, as execuções totalizaram mais de 530. É muito provável, portanto, que este ano seja muito pior do que o anterior.

Noury acrescenta que mesmo na Arábia Saudita o número de execuções foi definitivamente alto, acima de 100, enquanto nos Estados Unidos o número por execução já é maior do que em 2022. "Quando tivermos todos os dados completos", indica o porta-voz italiano, "surgirá outro ano negro, o que vai contra a tendência das medições feitas nos últimos anos".

A situação global

Em um momento de extrema tensão em nível internacional, com a disseminação de conflitos e violência, existe o risco de que alguns estados reflitam sobre a reintrodução da pena de morte. Não parece haver nenhuma conexão direta e imediata no momento, explica Noury, "mas está claro que em situações de conflito armado sempre há alguém que pensa que a reintrodução da pena de morte pode ser uma boa ideia. Fala-se disso novamente na Rússia e há algum tempo também se fala disso em Israel. A história nos diz que, quando a pena de morte foi usada em contextos de guerra, ela criou novos mártires e novas tensões, portanto, é de se esperar que esse cenário nunca venha a se concretizar."

A pena de morte não está presente de maneira uniforme no mundo: na Europa, o único país que ainda a aplica é Belarus, enquanto no continente americano apenas os Estados Unidos continuam a usá-la, embora não em todo o país. A Anistia mantém o foco no continente asiático em particular. "Se a Europa, a Oceania e a América estão quase completamente livres da pena de morte", continua Noury, "a África e a Ásia apresentam as situações mais críticas. A China, por exemplo, usa a pena de morte em grande escala, mas é muito difícil ter dados precisos sobre o país."

No entanto, se a tendência global de execuções estiver aumentando, há elementos que são um bom presságio. Em 2022, o Cazaquistão, Papua Nova Guiné, República Centro-Africana e Serra Leoa aboliram a pena de morte para todos os crimes, e a Guiné Equatorial e o Zimbábue para crimes comuns. "A situação apresenta luzes e sombras", conclui Riccardo Noury, "o número de estados que não aplicam a pena de morte nunca foi tão alto. Ao mesmo tempo, infelizmente, os poucos países que executam sentenças de morte o fazem em números cada vez maiores."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São João XXIII

São João XXIII (comshalom)

Por Rodrigo Santos

São João XXIII, um pastor com visão profética sobre seu rebanho

Por sua proximidade com o povo e sua bondade com os mais pobres, ficou conhecido como o “Papa bom”.

10 outubro 2023

Seu nome de batismo é Ângelo Giuseppe Roncalli. Nascido em Sotto Il Monte, em 25 de novembro de 1881, foi o quarto de 13 irmãos de uma família de camponeses. Pediu ingresso no seminário aos 11 anos, em 1892, e já ali começou a redigir seus escritos espirituais, prática que manteve consigo até sua morte. Em 1896 foi admitido na Ordem Franciscana Secular. 

Entre 1901 e 1905 Roncalli foi aluno do Pontifício Seminário Romano, após conseguir uma bolsa de estudos da diocese de Bergamo. Nesse período, ainda cumpriu um ano de serviço militar. Recebeu a ordenação sacerdotal em 1904, e no ano seguinte se tornou secretário do então bispo de Bergamo, Giácomo Maria Radini Tedeschi.  Em 1944, o Papa Pio XII o nomeou Núncio Apostólico em Paris, tornando-o representante da Santa Sé na França.

No fim da guerra, Roncalli ajudou os prisioneiros e promoveu a volta da vida religiosa na França, visitando santuários e participando de festas populares e manifestações religiosas. Um de seus destaques era sua simplicidade, mesmo nos assuntos diplomáticos mais complexos. Ele era conhecido por agir como um sacerdote em todas as situações, dedicando sempre um tempo à oração e à meditação. Em 1953, Roncalli se tornou cardeal pelas mãos do Papa Pio XII e passou a trabalhar em Veneza como Patriarca local.

Obediência e Paz

Cinco anos depois, com a morte de Pio XII, foi eleito Papa, dia 28 de outubro de 1958, adotando o nome de João XXIII e escolhendo como lema papal “Obediência e Paz”. O conclave durou quatro dias e foram realizadas 11 votações. Durante seu pontificado, que durou menos de cinco anos, cultivou a imagem de bom pastor, cordial, simples e atento às necessidades dos fiéis. 

Escreveu oito encíclicas e ficou conhecido por ter permitido a modernização da vida no Vaticano e intensificação das relações diplomáticas do Pontificado com os líderes políticos mundiais. Estabeleceu relação com os líderes soviéticos e contribuiu para reduzir a tensão entre comunistas e cristãos. Além disso, criou uma Comissão para a Unidade Cristã para tecer laços amistosos com as igrejas protestantes e ortodoxas. 

Como todo grande santo com intuições proféticas, São João XXIII, incomodou muito uns e levou alegria e esperança a outros. Era um pastor dócil às propostas sempre novas do Espírito de Deus, tanto que foi responsável por convocar o tão fecundo e frutuoso Concílio Vaticano II, atualizando os recursos da Igreja no anúncio de Jesus Cristo. Esse ato é considerado o prelúdio que preparou a Igreja para os desafios próprios do século XXI. Tanto que foi convocado por ele tendo se passado apenas dois meses do início de seu pontificado. 

Animou os bispos de todo o mundo, no sentido de promover a adaptação da Igreja aos novos tempos, de modo a transmitir a mensagem de Cristo com uma linguagem mais compreensível para todos. Essas decisões foram muito significativas, pois mudaram o modo como os fiéis se relacionavam com a Igreja. Por meio do Concílio, foram realizadas grandes adaptações litúrgicas, que deram espaço para que depois fossem celebradas nas línguas de cada nação. 

Fim do pontificado e legado do “Papa bom”

Ele faleceu no Vaticano, em 3 de junho de 1963, antes do encerramento do Concílio Vaticano II, em decorrência de um câncer de estômago. Ficou conhecido como o “Papa bom” e foi canonizado sendo registrado apenas um milagre comprovado pela Santa Sé atribuído à sua intercessão, algo incomum, comparado ao processo de outros santos. Essa decisão foi tomada pelo Papa Francisco, tudo devido às notórias virtudes e personalidade desse fiel pastor.

Seu processo de canonização foi iniciado em 1965, mas a beatificação – passo anterior que demanda a comprovação de um milagre – só ocorreu em setembro de 2000, pelas mãos de João Paulo II. Sua nomeação como beato aconteceu depois de ser reconhecida a milagrosa cura da religiosa italiana Caterina Capitani, que esteve a ponto de morrer por uma peritonite aguda e que, segundo ela, após pedir a João XXIII, conseguiu sobreviver. 

Em 5 de julho de 2013, o Papa Francisco assinou o decreto que autorizou a canonização de João XXIII. Neste caso, seria um processo singular, pois Francisco elevou João XXIII ao patamar de santo da Igreja apesar do não cumprimento do requisito formal de um segundo milagre, como era até então exigido pelo processo de canonização. Ele foi canonizado no dia 27 de Abril de 2014. 

Que Deus abençoe, por intercessão de São João XXIII, todos os bispos do mundo todo, para que jamais desistam de pastorear o rebanho do Senhor. 

São João XXIII, rogai por nós.

Fonte: https://comshalom.org/

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Caminhada pela Vida no Dia do Nascituro

Caminhada pela Vida no Dia do Nascituro (arqbrasilia)

Setor Vida e Família da Arquidiocese de Brasília promove Caminhada pela Vida no Dia do Nascituro

A tarde deste domingo (08/10), data em que é celebrado o Dia do Nascituro, ou seja, aquele que há de nascer, foi repleta da graça de Deus com uma caminhada em prol da vida e contra a legalização do aborto, que reuniu mais de duas mil pessoas na Esplanada dos Ministérios.

A concentração começou na Catedral Metropolitana de Brasília. Membros de pastorais, movimentos, instituições religiosas, ongs, leigos consagrados, políticos que fazem parte da bancada pró-vida e muitas famílias participaram da Caminhada pela Vida, organizada pelo Setor Vida e Família da Arquidiocese de Brasília. Unidos em oração, todos caminharam pelo quadrilátero da Esplanada dos Ministérios e retornaram para a Catedral.

“É uma data muito especial para nós, pois precisamos ajudar a sociedade a lembrar desse princípio natural de conservação da vida e de respeito ao ser humano, que tem os seus direitos desde o momento de sua concepção por já ser uma pessoa. Então, neste momento delicado em que estamos vivendo, vemos que se coloca em risco a vida humana nascente diante dessas tentativas de legalização do aborto. Embora haja altos e baixos, em que parece que o projeto de lei da ADPF 442 esteja retrocedendo, nós precisamos manter uma firmeza para conseguirmos com estabilidade ter no nosso Brasil o Estatuto do Nascituro, para que ele proteja sempre essas crianças. Nesta manifestação massiva com a força do povo, que manifesta a sua convicção de que não é um mero aglomerado de células, mas uma pessoa, nós reconhecemos a dignidade dessa pessoa que precisa ser protegida”, destacou padre João Baptista Mezzalira, Assessor Eclesiástico do Setor Vida e Família da Arquidiocese de Brasília.

O evento é um repúdio à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, que propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana gestacional e que deverá voltar à pauta do Supremo Tribunal Federal (STF). 

“É muito importante nos mobilizarmos em relação à defesa da vida, pois infelizmente há movimentos que estão acontecendo no nosso país, como a ADPF 442, que está no Supremo Tribunal Federal. Então, precisamos nos mobilizar para não perdermos essa luta em defesa da vida”, comentou o Deputado Distrital João Cardoso, Presidente da Frente Parlamentar Católica na Câmara Legislativa do Distrito Federal. 

Há mais de 21 anos, a Santos Inocentes desenvolve um trabalho de acolhimento às mulheres que estão passando por alguma dificuldade durante a gestação e que, por diversas situações, pensaram na possibilidade do aborto. A instituição, além de acolher, ouvir e ajudar as mães, também oferece todo o suporte aos bebês e crianças que foram vítimas de abandono familiar ou que se encontram em alguma situação de vulnerabilidade social. O trabalho é realizado em Samambaia, abrangendo Brasília e as cidades do entorno.

“Hoje, a Santos Inocentes tem uma rede de proteção que faz um dos trabalhos mais completos na defesa da vida na questão do aborto, na questão da violência contra a mulher, contra as crianças e abrangendo toda a primeira infância. Nós temos o primeiro centro de referência em defesa da vida do país, casa de acolhimento e creche para receber as crianças provenientes de tentativas de aborto e de vulnerabilidade social. É um trabalho concreto e reconhecido nacionalmente. Estamos juntos com a Arquidiocese em defesa da vida, pois a Arquidiocese respalda muito o trabalho que realizamos”, explicou Ari França, missionário gestor da Associação Santos Inocentes

Neste domingo, cerca de cem cidades, de todas as regiões do Brasil, realizaram Caminhadas ou Atos Públicos em defesa da vida, não somente para celebrar o Dia Nacional do Nascituro, mas principalmente como uma resposta direta à votação em curso no STF, que visa descriminalizar o aborto no Brasil.

“Nós sabemos que a população brasileira é majoritariamente contra o aborto, mas quem defende a legalização do aborto, no geral, é mais barulhento. Então, nós precisamos aprender a manifestar também o nosso posicionamento de várias formas e principalmente com essas manifestações públicas, exatamente para que a população possa mostrar que é contra o aborto e a favor da vida”, frisou Lenise Garcia, presidente do Movimento Brasil sem Aborto.

Fabíola Medeiros Veiga, membro da Paróquia Cristo Rei, mãe de seis filhos, explica a importância de ser aberta à vida e de estar com os filhos em caminhadas pela vida, dizendo em alto e bom som que a população brasileira quer uma nação de cultura de vida e não de morte.

“Eu digo sim à vida, porque as crianças nos edificam enquanto pais e seres humanos, mas também são os alicerces da sociedade como um todo. As crianças são o futuro do mundo. Elas precisam ter esse entendimento de valorização da vida, para que possam honrar a vontade de Deus em suas vidas e na construção futura de suas famílias, em uma sociedade mais justa e harmoniosa”, salientou.

A luta em defesa da vida continua e conta com o apoio dos fiéis para que permaneçam em oração intercedendo pela não legalização do aborto no Brasil.

“É bonito vermos tantas famílias e vários segmentos pastorais reunidos aqui na nossa Catedral para mais uma vez dizer sim à vida. Vivemos momentos muito turbulentos no cenário político e jurídico do nosso país, onde a pauta do aborto está encenando não só no Supremo, como no Congresso. É hora de nos unirmos em atos de cidadania em favor da vida e permanecermos em oração”, finalizou o Deputado Federal professor Paulo Fernando, membro do Movimento Pró-Vida há mais de 30 anos.

Confira a galeria de fotos aqui


Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Quando aconteceu o primeiro sínodo na Igreja Católica?

Abertura da 16ª Assembleia Ordinária Geral do Sínodo dos Bispos, 5 de outubro de 2023 / Antoine Mekary | ALETEIA

Por Philip Kosloski

O primeiro sínodo remonta aos Atos dos Apóstolos.

O surgimento dos sínodos tem raízes antigas, remontando em espírito aos primeiros dias do cristianismo.

A palavra “sínodo” vem do grego synodos, que significa “assembleia”. De fato, consiste basicamente numa assembleia de líderes da Igreja que se reúnem para discutir assuntos importantes.

Enciclopédia Católica reafirma esta definição, explicando que se trata de “um termo geral para reuniões eclesiásticas sob autoridade hierárquica, visando a discussão e a decisão sobre assuntos relacionados com a fé, a moral ou a disciplina”.

A partir desta definição básica, pode-se observar que o primeiro sínodo foi aquele que muitos chamam de “Concílio de Jerusalém”. Esta reunião de líderes da Igreja é narrada no capítulo 15 dos Atos dos Apóstolos:

“Chegaram alguns homens da Judeia e doutrinavam os irmãos de Antioquia, dizendo: «Se não forem circuncidados, como ordena a Lei de Moisés, vocês não poderão salvar-se.» Isso provocou alvoroço e uma discussão muito séria deles com Paulo e Barnabé. Então ficou decidido que Paulo, Barnabé e mais alguns iriam a Jerusalém para tratar dessa questão com os apóstolos e anciãos. Com o apoio e solidariedade da igreja de Antioquia, eles atravessaram a Fenícia e a Samaria. Contaram sobre a conversão dos pagãos, e deram uma grande alegria a todos os irmãos. Quando chegaram a Jerusalém, foram acolhidos pela igreja, pelos apóstolos e anciãos, e contaram as maravilhas que Deus tinha realizado por meio deles. Alguns daqueles que tinham pertencido ao partido dos fariseus e que haviam abraçado a fé intervieram, declarando que era preciso circuncidar os pagãos e mandar que eles observassem a Lei de Moisés. Então os apóstolos e os anciãos se reuniram para tratar desse assunto” (Atos 15,1-6).

Embora os sínodos atuais pareçam muito diferentes daquele primeiro sínodo em Jerusalém, o espírito permanece o mesmo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF