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domingo, 15 de outubro de 2023

Reflexão para o XXVIII Domingo do Tempo Comum (A)

Evangelho do domingo (Vatican Media)

Só aceita o convite de Deus aqueles que estão em sintonia com o Reino de Justiça, de Amor e de Paz. Essas pessoas sempre estarão vestidas adequadamente porque, naturalmente, praticam obras de justiça.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

Deus, o Rei por excelência, organiza a festa de casamento de seu Filho Jesus com a Humanidade, que apesar de ter perdido a beleza original por causa das guerras, das injustiças cometidas, das lágrimas amargas que provocou em tantas pessoas, continua a ser muito amada por seu noivo.

Por ocasião das núpcias, o Pai oferece um grande banquete comemorativo.

Ele envia os convites através de pessoas capacitadas para isso: são os Profetas do Antigo Testamento, os Apóstolos do Novo Testamento e aqueles homens e mulheres que recebem essa missão. Os homens do mundo inteiro, sem distinção, são os convidados.

Os ricos e os acomodados na religião dizem não porque possuem outros “compromissos inadiáveis”; os pobres e os pecadores respondem sim, não porque não tenham compromissos, mas porque sabem que esse convite de Deus é gratuito.

Essas respostas deveriam provocar em nós a abertura de nossas comunidades a qualquer tipo de pessoa, especialmente aos que são rejeitados.

Podemos aprender dessa parábola que o Reino de Deus não fracassa por causa da recusa das elites em construir uma sociedade justa e fraterna. Os convivas que são arrancados da festa e colocados na rua são aqueles que não estão com a roupa da justiça, ou seja, revestidos com ações de justiça.

Como anda o meu guarda-roupa espiritual? Quais as obras de justiça que tenho praticado? Como andam minhas atitudes de afeto? Voltadas para os demais, descentralizadas de minha pessoa ou sendo compensação afetiva de uma pseudo caridade?

Nenhum de nós é perfeito, é santo. Quanto mais nos aproximamos de Deus, de Sua luz, mais enxergamos nossos limites e defeitos.

Essa foi a experiência de grandes santos, de muitos místicos, que – justamente por causa desta proximidade com o divino – se sentiam grandes pecadores!

Por outro lado, se a humildade nos leva a enxergar nossas qualidades e dons, ela também nos leva a atribuí-las à generosidade de Deus. Tudo é dom! Tudo é bondade do Senhor!

Esses dons, esses atributos fazem parte do convite que Deus nos faz para o banquete das bodas eternas.

Só aceita o convite de Deus aqueles que estão em sintonia com o Reino de Justiça, de Amor e de Paz. Essas pessoas sempre estarão vestidas adequadamente porque, naturalmente, praticam obras de justiça. A qualquer hora podem ingressar no recinto do banquete, não importa o momento da vida em que são chamadas!

Estejamos preparados para o banquete nupcial do Cordeiro! Será sempre o Amor aquele que nos vestirá adequadamente para as núpcias!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

S. TERESA DE JESUS, VIRGEM, DOUTORA DA IGREJA, CARMELITA DESCALÇA

S. Teresa de Jesus, virgem, doutora da Igreja, carmelita descalça  (Joachim Schäfer - Ökumenisches Heiligenlexikon)

15 outubro

 Santa Teresa de Jesus

Dos romances à dura realidade
Filha do segundo casamento de um judeu convertido, Santa Teresa de Ávila nasceu no dia 28 de março de 1515. Durante sua infância feliz, junto com seus irmãos e primos, sentia-se atraída pelos romances cavalheirescos. Depois da morte em batalha do irmão mais velho, João, em 1524, e da perda da mãe, Beatriz, a jovem foi mandada estudar em um Mosteiro das Agostinianas de Nossa Senhora das Graças, onde passou por uma primeira crise existencial. Ao ser acometida por uma grave doença, voltou para a casas paterna, onde presenciou a partida do amado irmão, Rodrigo, para as Colônias espanholas no além-mar. Em 1536, foi atingida pela chamada “grande crise”, que amadureceu a sua decisão de entrar para o Mosteiro das Carmelitas da Encarnação em Ávila. Mas, seu pai era contrário e Teresa fugiu de casa. Acolhida pelas monjas, fez a profissão religiosa em 3 de novembro de 1537.

“Fiquei tomada de comoção”
A sua saúde voltou logo a comprometê-la. Apesar do consequente retorno à família, o caso foi julgado desesperador. Então Teresa foi reconduzida ao Convento, onde as Irmãs começaram a preparar seu funeral. Porém, de modo inexplicável, em poucos dias a enferma melhorou. Parcialmente liberada dos compromissos da vida claustral, por causa da sua convalescença, de caráter alegre, amante da música, da poesia, da leitura e escritura, começou a tecer uma rede densa de amizades, atraindo a si várias pessoas desejosas de encontrá-la. No entanto, percebeu que estes encontros eram motivos de distração da sua da sua principal tarefa de rezar, que ocasionou sua “segunda conversão”: “Os meus olhos defrontaram-se com uma imagem... parecia Nosso Senhor coberto de chagas. Quando o vi, fiquei tomada de comoção... debulhando-me em lágrimas, lancei-me aos seus pés e lhe supliquei para dar-me forças para não ofendê-lo mais”.

Reprodução de Bernini
As visões e êxtases representam o capítulo mais misterioso e interessante da vida de Santa Teresa de Ávila. Em sua autobiografia (redigida a pedido do Bispo) e em outros textos e cartas, ela descreve os vários níveis das manifestações divinas, visuais e auditivas. Ela é representada em levitação, em síncope e caída como morta (assim a reproduziu Bernini, por volta de 1650, na estátua de Santa Maria da Vitória, em Roma). A estas manifestações corresponde um grande crescimento espiritual, como Teresa, - que tinha inclinação natural para a escritura e a poesia – descreve em seus textos místicos, entre os mais claros, importantes, poéticos jamais escritos. Não sendo entendida na sua intensa espiritualidade e até considerada, por alguns de seus confessores, como vítima de ilusões demoníacas, ela foi ajudada pelo jesuíta, Francisco Borja, e pelo franciscano, Frei Pedro de Alcântara, que puseram fim às dúvidas dos seus acusadores.

Castelo Interior
Teresa teve a intuição de reformar o Carmelo, por causa da sua desorganização interna. Em 1566, o Superior geral da Ordem deu-lhe a autorização de fundar, em Castela, vários mosteiros, inclusive dois para os Carmelitas Descalços. Assim, surgiram conventos em Medina, Malagón e Valladolid (1568); Toledo e Pastrana (1569); Salamanca (1570); Alba de Tormes (1571); Segóvia, Beas e Sevilha (1574); Soria (1581); Burgos (1582)...
Em 1567, foi decisivo o encontro de Teresa com o jovem estudante de Salamanca, recém-ordenado sacerdote: com o nome de João da Cruz, o jovem recebe o hábito dos Descalços e acompanha a Fundadora nas suas viagens. Juntos, superaram vários acontecimentos dolorosos, entre os quais as divisões internas da Ordem e até acusações de heresia. Por fim, Teresa levou vantagem com o nascimento da Ordem reformada das Carmelitas e dos Carmelitas Descalços.
A obra mais famosa de Teresa é, certamente, o “Castelo Interior”, itinerário da alma na busca de Deus, mediante sete passagens particulares de elevação, como também o “Caminho da perfeição”, as Fundações e muitíssimas Máximas, Poesias e Orações.
Incansável, apesar da fragilidade de sua saúde, Santa Teresa de Ávila faleceu em Alba de Tormes, em 1582, durante uma das suas viagens.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 14 de outubro de 2023

Educar é difícil. mas possível

Educar crianças e adultos (editorialpaco)

EDUCAR É DIFÍCIL, MAS POSSÍVEL

Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

No dia 15 de outubro, comemoramos o “Dia do Professor”.  Temos, todos, uma enorme gratidão aos profissionais da Educação que merecem maior apoio e reconhecimento em sua atividade. É uma profissão indispensável para a sociedade, mas lamentamos, profundamente, a opção de nossa cultura que os remunera de forma tão fraca e desproporcional ao bem que produzem. Sobretudo, quero chamar a atenção sobre a necessidade de escutarmos os professores no atual contexto da nossa história.

Atualmente, muitos têm a sensação de serem educadores impotentes e inúteis. Professores, não raramente, são contestados e reprovados em suas posições. Percebem que os tempos mudaram e que a sociedade mudou também. Novos valores são propostos e desprezados os antigos. A consciência social e os costumes se modificam notavelmente. Algumas certezas, se transformaram em dúvidas. Ensina-se mais a competir, vencer, parecer e a ocupar os primeiros lugares do que considerar os outros como parte essencial e integrante do nosso próprio caminho. A pressão social induz a pensar que devemos educar pessoas em vista do sucesso, para serem competitivas no mercado.

Entretanto, pela capacidade de crer e esperar o crescimento da pessoa, jamais um educador desistirá da humanidade. Jamais dirá que a situação é irrecuperável. O empenho educativo, mesmo em momentos como o nosso, sempre será reconhecido e aceito pela população se for apresentado como verdade, com convicção e coerência.

Trata-se de educar para a dignidade da pessoa humana, das suas profundas necessidades existenciais, da solidariedade que liga uns aos outros. Trata-se de educar para uma sociedade real, não ideal ou imaginária, na qual o ser humano é destinado a viver e a colaborar para o seu próprio crescimento e o dos seus semelhantes.

  Não podemos formar os jovens para um mundo idêntico ao que viveram os nossos avós. Os jovens de hoje não rejeitam os educadores, mas só se aproximam quando compreendem que podem ser ajudados a se tornarem pessoas verdadeiras e capazes de viver bem no atual contexto.

Uma sociedade ou comunidade influi positivamente sobre seus indivíduos quando é guiada pelo sentido do bem comum, quando reconhece e valoriza a presença e o trabalho de todos os seus membros, quando têm objetivos comuns. O bem comum não é a soma dos desejos e necessidades de cada indivíduo, mas é o conjunto de bens que possibilita a todos crescerem como pessoa.

A educação é uma belíssima arte. Não pode ser um trabalho forçado, nem mesmo motivado por um fim lucrativo. Enquanto é verdadeira arte, a Educação não suporta fórmulas prontas, receitas, clichês; exige originalidade e individualidade; requer que se eduque com alegria.

A Educação se faz por meio de palavras e gestos, afirmações e testemunhos, promessas e realizações, mandamentos e correções. É uma educação para a vida, com eventos e palavras vivenciadas no cotidiano. A realidade é um fator educativo de grande importância. Sem ela, a Educação se basearia em princípios abstratos e raciocínios puros, sem incidência prática. A realidade é feita de pessoas vivas, de coisas concretas, de situações cotidianas, de motivações e exigências realísticas, de relações inevitáveis, de trabalhos cansativos e dinâmicos e de comunidade plural. Educam-se pessoas com seus dons e limites.

A cada professor e educador dedico este texto como gratidão, reconhecimento e apelo para sermos capazes de apoiar mais e melhor quem aceitou dedicar sua vida e missão na arte de educar. Como diz a Sagra Escritura, “os que ensinam, um dia, como as estrelas do céu, brilharão”. (Dn 12,3).

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

As Catacumbas de São Calisto

As Catacumbas de São Calisto (Opus Dei)

As Catacumbas de São Calisto

São Josemaria guia-nos pelas catacumbas de Roma para que apreciemos os feitos, verdadeiramente valentes daqueles primeiros cristãos.

12/09/2018

A perseguição ordenada por Nero no ano 64 conduziu ao martírio uma grande quantidade de cristãos. Foi uma dura prova para a jovem Igreja de Roma que, desde esse momento, teve de enfrentar também uma terrível campanha de calúnias e desprestígio entre a população. Os cristãos eram qualificados como ateus – negavam-se a prestar culto ao imperador -, perigosos para a unidade do império e inimigos do gênero humano; atribuíam-se lhes as piores atrocidades: infanticídios, antropofagia e desordens morais de todo o tipo. Tertuliano (160-220) descrevia assim a situação: Os cristãos são os culpados de qualquer calamidade pública ou males que sobrevêm ao povo. Se o Tibre aumenta de volume de água e sai do leito, se o Nilo não aumenta e não rega os campos, se o céu não manda chuva, se a terra treme, se há fome, se há peste, logo ressoa um mesmo grito: os cristãos às feras![1]

Até ao ano de 313, em que se alcançou a paz com o Edito de Milão, a Igreja viveu perseguida. É certo que estas perseguições não tiveram sempre a mesma intensidade e que, excetuando alguns períodos concretos, os cristãos faziam a sua vida normal; mas o risco de serem martirizados estava sempre presente: bastava a acusação de um inimigo para que se iniciasse o processo. Quem se convertia estava plenamente consciente de que o cristianismo exigia uma opção radical que implicava a procura da santidade e a profissão da fé, chegando – se fosse necessário - à entrega da própria vida. O martírio era considerado, entre os fiéis, um privilégio e uma graça de Deus: uma possibilidade de se identificar plenamente com Cristo no momento da morte. Para mais, a consciência da própria debilidade levava-os a implorar a ajuda do Senhor para o saber abraçar, se se apresentasse a ocasião, e a venerar como modelos os que tinham alcançado a palma do martírio. É fácil imaginar como emocionaria a comunidade cristã de Roma ouvir os pormenores da morte santa dos seus irmãos na fé. Estes relatos eram ao mesmo tempo consolo e fortaleza para os crentes, e semente para novas conversões. As relíquias dos mártires recolhiam-se e sepultavam-se com devoção, e a partir desse momento recorria-se a eles como intercessores.

Cripta dos Papas (Opus Dei)

Desde sempre, a lei romana estabelecia que as necrópoles – cidades dos mortos, em grego - se deviam situar fora das muralhas da cidade. Ao homem morto nem se sepultará, nem se cremará na Urbe[2]. Os romanos costumavam incinerar os corpos dos defuntos, mas também havia algumas famílias que tinham o costume de enterrar os seres queridos em campos da sua propriedade, costume que se foi impondo posteriormente por influência do cristianismo.

Ao princípio não havia separação, e enterravam-se juntos os fiéis e os pagãos. A partir do século II, graças aos donativos de alguns cristãos de boa posição social, a Igreja começou a ter as suas necrópoles próprias, a que chamou cemitérios - coimeteria, do grego koimáo, dormir -: lugares onde os corpos repousam na espera da ressurreição. Assim foram surgindo as catacumbas cristãs, que não eram – como às vezes se pensa - esconderijos ou lugares de reunião para as celebrações litúrgicas, mas lugares de sepultura onde se guardavam os restos mortais dos irmãos na fé. Originariamente, o termo catacumba fazia referência à zona da via Ápia que se situa entre o túmulo de Cecília Metella e a cidade de Roma. Com o tempo, passou de toponímico para designar em geral o cemitério cristão sob a terra. Nos primeiros séculos foram enterrados nelas muitos mártires e, junto com os túmulos de São Pedro e de São Paulo, as catacumbas passaram a ser lugares de memória e de veneração muito queridos para os cristãos de Roma. Quantas vezes, nos momentos difíceis, iriam aí implorar a ajuda de Deus por intercessão daqueles que tinham proclamado o Evangelho com o seu sangue! Movidos pela devoção, era normal que os fiéis quisessem ser sepultados e esperar a ressurreição na companhia dos outros membros da comunidade cristã e, se fosse possível, próximo de algum Apóstolo ou de algum mártir.

Na via Ápia

As Catacumbas de São Calisto encontram-se na saída de Roma pela via Ápia. No século II, começou a utilizar-se a zona como lugar de sepultura, e alguns dos seus proprietários, sem dúvida cristãos, facilitaram que fossem ali enterrados outros irmãos na fé. Por essa época recebeu sepultura a jovem mártir Cecília, cuja memória foi muito venerada desde o momento da sua morte. Pertencente a uma família patrícia, Cecília converte-se ao cristianismo na sua juventude. Casa-se com Valeriano, a quem também aproxima da fé, e os dois decidem viver virginalmente. Pouco depois, Valeriano – que se ocupava em recolher e sepultar os restos mortais dos mártires - é descoberto e decapitado. Cecília também é denunciada ante as autoridades. Tentam asfixiá-la nas caldeiras da casa e, depois de sair ilesa, é condenada à morte por decapitação. A lei romana estipulava que o carrasco podia dar três golpes com a espada. Cecília recebe-os, mas não morre imediatamente. Estendida no chão, antes de exalar o último suspiro, encontrou forças para estender três dedos da mão direita e um da esquerda, testemunhando até ao fim a sua fé num Deus Uno e Trino. Quando séculos mais tarde, em 1599, se examinaram as suas relíquias, o corpo incorrupto de Santa Cecília encontrava-se ainda nessa posição. Maderno imortalizou-a numa escultura que hoje se encontra na igreja de Santa Cecília no Trastevere – sua antiga casa, onde repousam desde o século IX os restos mortais da santa - e da qual há uma cópia nas catacumbas de São Calisto, no lugar onde foi inicialmente sepultada.

Cripta de Santa Cecília e escultura da santa (Opus Dei)

No século II, o cemitério é doado ao Papa Zeferino (199-217), que confia a sua administração ao diácono Calisto. Nasce assim o primeiro cemitério propriedade da Igreja de Roma, que um século mais tarde guardará já os restos mortais de dezesseis papas, quase todos mártires. Calisto trabalhou à frente das catacumbas quase vinte anos, antes de se converter no sucessor do Papa Zeferino como cabeça visível da Igreja. Durante esse tempo, ampliou e melhorou a disposição das áreas principais do cemitério: em especial, a Cripta dos Papas e a Cripta de Santa Cecília.

Outro mártir que, com o seu testemunho, comoveu a comunidade cristã foi São Tarcísio. No século IV, o Papa São Dâmaso gravou sobre o seu túmulo a data exata em que recebeu o martírio: 15 de Agosto de 257, durante a perseguição de Valeriano. Tarcísio era um adolescente que ajudava como acólito a distribuir a Comunhão entre os cristãos encarcerados nas prisões. Nesse 15 de Agosto foi descoberto, preso e ameaçado para entregar as Sagradas Hóstias. Tarcísio negou-se, e preferiu morrer lapidado a permitir a profanação do Corpo de Cristo.

Com a paz de Constantino, as catacumbas continuam a ser lugares de sepultura, e convertem-se também em local de peregrinação. Contudo, no século V, depois do saque de Roma levado a cabo por Alarico, aumenta a insegurança no exterior das muralhas da cidade e elas serão cada vez menos frequentadas. No século IX, decide-se levar os ossos dos santos para as igrejas que estão dentro da cidade; e durante a Idade Média as catacumbas vão caindo progressivamente no esquecimento: ninguém vai a esses lugares e em muitos casos perde-se a memória da sua localização.

Sepulcro do século IV (Opus Dei)

Embora o interesse pelas catacumbas renasça a partir do século XV, foi só século XX que voltaram a ser valorizadas como lugar santo e tesouro da cristandade. Giovanni Battista De Rossi, fundador da arqueologia cristã moderna e redescobridor das Catacumbas de São Calisto, conta nas suas memórias como convenceu Pio IX a visitar as escavações. Quando chegaram à Cripta dos Papas, De Rossi explicou-lhe as inscrições e mostrou-lhe a lápide que São Dâmaso mandara colocar no século IV com os nomes dos sucessores de Pedro martirizados e ali sepultados. Foi então que Pio IX tomou consciência do lugar em que se encontrava. Com os olhos marejados pela emoção, ajoelhou-se e esteve um momento absorvido em oração. Era a primeira vez, depois de quase mil anos, que um Papa voltava a pôr os pés nesse lugar santificado pelo sangue de mártires.

4 de Julho de 1946

Pouco depois de chegar a Roma, São Josemaria falou do seu desejo de ir rezar às catacumbas.

Veem que não estamos sozinhos? Dizia aos seus filhos durante o tempo de reclusão na Legação das Honduras, anos antes. Como os primeiros fiéis na quietude das catacumbas romanas, podemos clamar: "Dominus illuminatio mea et salus mea, quem timebo?" (Sal 26,1); o Senhor é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei? Só assim podemos explicar os feitos, verdadeiramente corajosos, que levaram a cabo aqueles primeiros cristãos. Com uma confiança segura na ajuda de Deus, sem fazer coisas estranhas, entraram em todo o lado: no foro, nos palácios, até na casa do imperador[3].

A 4 de Julho de 1946 São Josemaria foi, de manhã cedo, às Catacumbas de S. Calisto. O fundador do Opus Dei celebrou a Santa Missa na Cripta dos Papas, e o padre Álvaro del Portillo na de Santa Cecília. Depois visitaram as Catacumbas de São Sebastião e os primeiros sepulcros dos Apóstolos.

Desde os começos da Obra, São Josemaria gostava de citar os primeiros cristãos como modelo e exemplo para explicar a vida dos fiéis do Opus Dei. Não em vão, chamava-os como os nossos precursores no velho e novíssimo apostolado da Obra[4]. Calcula-se que o número de sepulturas cristãs nas Catacumbas de São Calisto ronda as quinhentas mil. A maior parte são campas simples, com uma breve inscrição para distingui-las.

A partir do século IV – terminada a perseguição -, são mais frequentes as inscrições nas lápides. Junto ao nome, como que para assinalar um elemento característico da vida dessa pessoa, costumava indicar-se a profissão. Ali havia padeiros, carpinteiros, alfaiates, pintores, professores, médicos, advogados, funcionários públicos, soldados…; um reflexo claro da variedade de ofícios dos cristãos, que, - como diz Santo Agostinho - misturados entre os demais homens correntes, faziam a vida que todos faziam, mas animados por uma fé diferente, uma esperança diferente e um amor diferente[5]. Como se alegraria São Josemaria ao pensar naqueles precursores na fé que procuravam a santidade no meio do mundo, ao mesmo tempo em que eram fermento na massa da sociedade! O amor e a veneração que sentia por eles, levava-o a pô-los muitas vezes como exemplo na sua pregação: não tenho outra receita para ser eficaz a não ser a que tinham os primeiros cristãos. Não há outra, meus filhos[6].

Ao longo da sua vida, o Fundador do Opus Dei referiu-se em numerosas ocasiões a pinturas ou gravuras presentes nas catacumbas para ilustrar temas como o amor à Virgem Maria, a fraternidade, ou a unidade com o Papa, que os fiéis dos primeiros séculos já graficamente testemunhavam. Não obstante, se houvesse que destacar uma imagem dos primeiros cristãos que especialmente o enamorava, certamente teria que falar do Bom Pastor.

Lápide que se encontra no quaro de trabalho de São Josemaria (esquerda) Imagem do Bom Pastor das Catacumbas de Calisto (centro) e dos museus vaticanos (direita) | Opus Dei.

No quarto de trabalho de São Josemaria em Villa Tevere colocou-se uma lápide de mármore travertino com uma reprodução do Bom Pastor que está nas catacumbas, e os versos de Juan del Enzina: Tan buen ganadico,/ y más en tal valle,/ placer es guardarlle./ Y tengo jurado/ de nunca dejarle,/ mas siempre guardalle. Desde o primeiro dia, desde aquele 2 de Outubro de 1928, sinto o impulso divino, paterno e materno, para convosco e para com as vossas vidas. Nenhum me é estranho, nem dos milhares das minhas filhas e dos meus filhos que não conheço[7].

Gostava de falar do Bom Pastor para fomentar a nossa preocupação apostólica por todas as almas. Senhor, tenho um punhal cravado no coração: a necessidade de ajudá-los. Vai Tu mesmo atrás deles, meu Bom Pastor, e carrega-os sobre os teus ombros; que se repita aquela figura amabilíssima que contemplamos nas catacumbas. Quando o pastor encontra a ovelha que tinha perdido, põe-na aos ombros, e ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: alegrai-vos comigo, porque encontrei a ovelha que se me tinha perdido (Lc 15, 5-6)[8].

Durante a sua vida, o fundador do Opus Dei não falou apenas do Bom Pastor; mas também lutou por sê-lo, encarnando essas palavras que Cristo pronuncia no seu Evangelho: Eu sou o Bom Pastor. O Bom Pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas[9]. Como testemunhou o Prelado do Opus Dei, São Josemaria meditou durante toda a sua vida as cenas evangélicas do Bom Pastor. Amava muitíssimo essa alegoria e estava disposto a conhecer as ovelhas, uma a uma; a dar a vida por elas; a levá-las às melhores pastagens; e a não deixar de atender aquela que se tivesse perdido ou ficado pelo caminho[10].

À entrada das Catacumbas de São Calisto, antes de descer as escadas que conduzem à Cripta dos Papas, pode ver-se uma imagem do Bom Pastor, cópia da original do século IV que agora se encontra nos Museus do Vaticano. Também há uma igual em Villa Tevere, próximo da Igreja prelatícia de Santa Maria da Paz, onde repousam os restos mortais de São Josemaria. Ao vê-la, são inúmeras as recordações que evoca: Jesus Cristo, os primeiros cristãos, o Papa, todas as almas… Com que ternura falava Cristo, Nosso Senhor, do Bom Pastor! Como o descreve! Diz-nos que as ovelhas seguiam o pastor, e queriam-no, e sabiam-se bem cuidadas…[11].


[1] Tertuliano, Apologeticum, 40, 12.

[2] Doze Tábuas, 10,1.

[3] São Josemaria, AGP, P12, p. 32.

[4] São Josemaria, Instrução, n. 298.

[5] Santo Agostinho, De civitate Dei, 54, 2.

[6] Apontamentos recolhidos da pregação oral, 29-II-1964.

[7] São Josemaria, AGP, P18, p. 151-152.

[8] São Josemaria, AGP, P18, p. 276.

[9] Jo 10, 11.

[10] D. Javier Echevarria, Lembrando o Beato Josemaria, p. 329.

[11] São Josemaria, Apontamentos recolhidos numa tertúlia, 13-III-1955.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Cardeal de Kinshasa: o Sínodo representa um novo começo na Igreja

O cardeal Ambongo durante a missa  (Vatican Media)

Dom Fridolin Ambongo Besengu, arcebispo metropolitano da capital congolesa, fez a homilia da missa celebrada na manhã desta sexta-feira (13) na Basílica Vaticana aos participantes do Sínodo dos Bispos: podemos combater o mal que vemos em ação com as "armas da sinodalidade, que requerem unidade, caminhar juntos, discernimento na oração".

Francesca Sabatinelli - Vatican News

O Sínodo é um "tempo de graça e discernimento", para olhar para o que passou, "com as suas glórias e as suas falhas" e é um tempo "para tirar lições para um novo começo". O Sínodo dos Bispos é o que a Igreja precisava. O cardeal Fridolin Ambongo Besengu, arcebispo metropolitano de Kinshasa, na República Democrática do Congo, proferiu a homilia da missa para os participantes da Assembleia Sinodal celebrada na manhã desta sexta, 13 de outubro, no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro, antes da oitava Congregação Geral.

Ele descreveu o Sínodo sobre a Sinodalidade como um "novo Pentecostes", pelo qual se deve agradecer a Deus, que renovará a Igreja que está encontrando em Roma, vinda de todos os continentes, reunida "como uma só família", apesar da diversidade cultural, chamada a chorar e a se comover com suas fraquezas e a pedir perdão a Deus por suas falhas.

Um momento da missa na Basílica de São Pedro (Vatican Media)

O cardeal, olhando para o Evangelho do dia, falou da luta de Jesus contra o demônio, "sempre presente e ativo em nosso mundo", forte em sua invisibilidade e em sua capacidade de se mostrar sob várias formas, até mesmo as "mais sedutoras e tranquilizadoras", e pronto para semear a discórdia. Portanto, disse Ambongo, olhando com coragem para a realidade, como a Igreja, "não será difícil ver até que ponto o maligno está trabalhando" para dividir. O apelo é para que se tenha coragem de combatê-lo, por meio das "armas da sinodalidade, que exigem unidade, caminhar juntos, discernimento na oração, ouvir uns aos outros e o que o Espírito tem a dizer à Igreja".

A celebração eucarística na manhã desta sexta (13) na Basílica Vaticana (Vatican Media)

O poder do Espírito Santo

O Espírito Santo, conclui o cardeal Ambongo, é uma arma poderosa à disposição da Igreja e o protagonista de ser uma Igreja sinodal, para que possa ser levada "do sonho à realidade, das palavras à vida concreta", onde se pode "caminhar juntos em comunhão, participação e missão".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O grande sucesso de “Som da Liberdade” nos cinemas do Brasil

Cena do filme "Sound of Freedom", com Jim Caviezel (Angel Studios)

Por Reportagem local

Mais de 1,7 milhão de pessoas já assistiram ao drama; filme segue na liderança das bilheterias nacionais.

Por onde passou, o filme “Som da Liberdade” foi um grande sucesso. Não seria diferente no Brasil. De fato, o drama manteve a liderança das bilheterias nacionais pela terceira semana consecutiva. De acordo com a Comscore, a produção bateu a marca de R$ 30 milhões arrecadados.

“Som da Liberdade” superou estreias importantes, como a de “Patrulha Canina: Um Filme Superpoderoso” e “O Protetor: Capítulo Final”. A estimativa é que o filme com Jim Caviezel já tenha assistido por mais de 1,7 milhão de pessoas no Brasil.

A história

“Som da Liberdade” narra a história de Tim Ballard (Jim Caviezel), um agente federal que resgata um menino de um bando de traficantes, mas descobre que a irmã dele continua refém da quadrilha. Ele, então, resolve salvá-la, deixa o trabalho e se arrisca na selva colombiana, comprometendo a própria vida para salvar a da criança.

A história se baseia no caso real de Timothy Ballard, que, junto com outros colegas, optou por renunciar ao emprego para fundar a Operation Underground Railroad (O.U.R.), que atua em parceria com forças especiais. Desde 2013, esta organização opera em vários países com o específico objetivo de resgatar crianças da escravidão e da exploração sexual.

Assista ao trailer:

https://youtu.be/LHyBOb619uE

Fonte: https://pt.aleteia.org/

São Calisto, o Papa que foi escravo

São Calisto (Guadium Press)

14 de outubro

São Calisto

Quem vai à Roma é comumente convidado para conhecer as catacumbas de São Calisto, as mais famosas da Itália.

Redação (14/10/2021 09:01, Gaudium Press) São Calisto, Papa e mártir, era um escravo, que tendo obtido sua liberdade se entregou ao ensinamento da Fé de Cristo.

Catacumbas de São Calisto

Quem vai à Roma é comumente convidado para conhecer as catacumbas de São Calisto, as mais famosas da Itália, com seus quatro andares e 20 quilômetros de corredores. Nessas catacumbas se encontra o sepulcro de Santa Cecília e o de muitos outros mártires. O Papa São Zeferino nomeou São Calisto como responsável por essas catacumbas, as quais ele organizou e administrou bem. O mesmo Papa o nomeou diácono, e ele se tornou seu conselheiro.

catacumbas de sao calixto roma
Catacumbas de São Calisto (Guadium Press)

No ano de 217, com a morte do Papa São Zeferino, o povo o aclamou como novo Pontífice. Mas logo teve que lutar contra Hipólito, que não gostou que tivesse sido admitido ao sacerdócio alguém que já havia se casado anteriormente duas ou três vezes. Hipólito também lutou contra outra afirmação de São Calisto, que disse que se um Bispo cometia um pecado grave, mas depois se arrependia, ele não deveria ser substituído.

São Calisto é feito prisioneiro

São Calisto era um homem de jejuns frequentes e prolongados. É por isso que, depois de ser feito prisioneiro, lançado em uma masmorra escura sem alimento, ele foi capaz de resistir com certa facilidade. Os carcereiros perguntaram-lhe como fazia para manter a calma, e ele respondia: “Acostumei meu corpo a passar dias e semanas sem comer nem beber, e isto por amor ao meu amigo Jesus Cristo, por isso já sou capaz de resistir sem me desesperar”.

Sao Calisto 1
São Calisto (Guadium Press)

Como ocorreu com muitos prisioneiros santos, sua virtude comoveu os próprios guardas. Ele conseguiu a cura da esposa do carcereiro no momento em que ela já estava agonizando, o que fez com que o próprio custódio e toda a família fossem batizados.

Em uma rebelião, no ano de 222, se ordenou que o lançassem em um poço, e que a boca do poço fosse coberta com escombros. Este é o poço de São Calisto, onde também se venera a memória deste Papa, que foi escravo, administrador de catacumbas, Pontífice e mártir. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

A Força da Moral Católica

Equilíbrio (Cléofas)

A Força da Moral Católica

 POR PROF. FELIPE AQUINO

A moral católica é a base do comportamento do cristão, segundo a fé que ele professa recebida de Cristo e dos Apóstolos. No Sermão da Montanha Jesus estabeleceu a “Constituição” do Reino de Deus, e em todo o Evangelho nos ensina a viver conforme a vontade de Deus.

Para quem vive pela fé, a moral cristã não é uma cadeia, antes, um caminho de vida plena e de felicidade. Deus não nos teria deixado um Código de Moral se isto não fosse imprescindível para servos felizes. As leis morais podem ser comparadas às setas de trânsito que guiam os motoristas, especialmente em estradas perigosas, de muitas curvas, neblinas e lombadas. Se o motorista as desrespeitar, poderá pagar com a própria vida e com as dos outros.

Mas para crer nisto e viver com alegria a Moral é preciso ter fé; acreditar em Deus e no seu amor por nós; e acreditar na Igreja católica como porta voz de Jesus Cristo. É preciso ser guiado pelo Espírito Santo.

Cristo nos fala pelo Evangelho e pela Igreja. Ele a instituiu sobre Pedro e os Apóstolos para ser a nossa Mãe, guia e mestra. Jesus disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a Mim ouve; quem vos rejeita, a Mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16).

Cristo concedeu à Igreja parte de sua infalibilidade em matéria de doutrina: fé e moral, porque isto é necessário para a nossa salvação, e instituiu a Igreja para nos levar à salvação. Por isso, Cristo não pode deixar que a Igreja erre em coisas essenciais à nossa salvação. O Concílio Vaticano II disse que “a Igreja é o sacramento universal da salvação” (LG,4).

É por Ela que Jesus continua a salvar os homens de todos os tempos e lugares, através dos Sacramentos e da Verdade que ensina. São Paulo disse à S. Timóteo que “a Igreja é a coluna e o fundamento (alicerce) da verdade” (1Tm 3,15) e que “Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade” (1Tm2, 4). Essa “verdade que salva” Deus confiou à Igreja para guardar cuidadosamente, e ela faz isto há vinte séculos. Enfrentou muitas heresias e cismas, muitas críticas dos homens e mulheres sem fé, especialmente em nossos dias, mas a Igreja não trai Jesus Cristo.

Cristo está permanentemente na Igreja – “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20) – e ela sabe que embora os seus filhos sejam pecadores, ela não pode errar o caminho da salvação e da verdade.

Na última Ceia o Senhor prometeu à Igreja (Cristo e os Apóstolos) no Cenáculo, na última Ceia, que ela conheceria a verdade plena. “Ainda tenho muitas coisas para lhes dizer, mas vocês não estão preparados para ouvir agora; mas quando vier o Espírito Santo, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,12-13).

Ao longo dos vinte séculos o Espírito Santo foi ensinando à Igreja esta verdade, através dos santos, dos papas, dos Santos Padres…

Se Cristo não concedesse à Igreja a infalibilidade em termos de doutrina (fé e moral) de nada valeria ter-lhe confiado o Evangelho, pois os homens o interpretam de muitas maneiras diferentes, e criaram muitas outras “igrejas”, sem o Seu consentimento, para aplicarem a verdade conforme o “seu” entendimento, e não conforme o entendimento da Igreja deixada por Cristo. A multiplicação das milhares de igrejas cristãs e de seitas, é a conseqüência do esfacelamento da única Verdade que Jesus confiou ao Sagrado Magistério da Igreja (Papa e Bispos em comunhão com ele) para guardar e ensinar a todos os povos.

Além de confiar à Igreja a Verdade eterna, Cristo lhe garantiu a Vitória contra todos os seus inimigos. Disse a Pedro: “As portas do inferno jamais a vencerão” (Mt 16,17).

Já se passaram vinte séculos, inúmeras perseguições (império romano, nazismo, comunismo, fascismo, ateísmo,…) e a Igreja continua mais firme e forte do que nunca. Quanto mais é perseguida, mais corajosa se torna, quanto mais apanha, tanto mais se fortalece; quanto mais é caluniada, mais sábia se torna.

Tertuliano de Cartago (†220), um dos apologetas da Igreja, escreveu ao imperador romano da época, Antonino Pio, que perseguia os cristãos, dizendo que não adiantava persegui-los e matá-los, porque “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.

O império romano desabou, o comunismo sucumbiu, o nazismo acabou… mas a Igreja continua mais firme do que nunca. Nenhum chefe de Estado têm tantos embaixadores (Núncios Apostólicos) em outros países como o Vaticano; são cerca de 180.

O mundo chama hoje a Igreja Católica de obscurantista, retrógrada, etc, por ela ser fiel a Jesus; mas ela não se curva diante do pecado do mundo moderno, da mesma forma que não se curvou diante dos carrascos dos seus mártires.

A Igreja não busca a glória dos homens, mas somente a glória de Deus, por isso não se intimida e não desanima diante das ameaças dos infiéis. Ainda que ela fique sozinha, não negará a verdade do seu Senhor.

A moral católica não muda ao sabor da vontade dos homens e nem com o passar do tempo, porque a Verdade não muda, seja ela qual for. O teorema de Pitágoras e o princípio do empuxo, de Arquimedes, são os mesmos que esses gregos descobriram vários séculos antes de Cristo. A verdade que foi revogada, nunca foi verdade; pois a verdade de fato não pode mudar. Cristo não nos deixou uma moral transitória, passageira, provisória; não, Ele nos deixou uma Verdade eterna. Ele mesmo é a Verdade.

As questões morais não dependem da “opinião da maioria” e nem se altera com os “avanços” científicos. A moral é que deve dizer quais descobertas da Ciência são válidas para o progresso do homem, e não o contrário. Uma lei moral não se torna lícita só porque é aprovada pelo Governo ou pelo Parlamento.

Muitas vezes a confusão moral e os erros são cometidos por causa de uma incompreensão insuficiente dessas questões. A Igreja, de sua parte, examina com profundidade as questões morais, olhando não apenas o conforto do homem, mas, principalmente a sua dignidade humana.

Diante das leis que não estão de acordo com a Moral católica, os fiéis precisam se manifestar com viva voz; porque se ficarmos calados e submissos, em breve poderemos ter em nosso país muitas leis imorais. O Papa Leão XIII disse que a audácia dos maus se alimenta da covardia e omissão dos bons. Não podemos mais viver um catolicismo de sacristia; a maioria do povo brasileiro é católica (cerca de 73%) e tem direito de viver em um país com leis católicas; mas isto só acontecerá se fizermos isto acontecer. Jesus já tinha avisado que “os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz”.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

O direito à vida e a luta contra a aprovação do aborto

Perfil Católico (arqbrasilia)

O direito à vida e a luta contra a aprovação do aborto é o tema central da segunda edição do programa Perfil Católico

Excepcionalmente nesta segunda-feira (09/10), o programa Perfil Católico da Arquidiocese de Brasília compartilha o episódio gravado com o padre João Baptista Mezzalira, Assessor Eclesiástico do Setor Vida e Família da Arquidiocese de Brasília, sobre a questão do aborto em nosso país.

09 outubro 2023

Diante das urgências políticas, a produção do Perfil Católico quis trazer essa edição para que todos possam refletir e compartilhar com amigos e familiares este programa que trata de um tema tão importante para a sociedade: o direito à vida.

“Há anos estamos fazendo esse projeto do Estatuto do Nascituro para que gente possa evitar que essa ADPF 442 vá adiante e consiga a legalização do aborto até a 12ª semana de gestação em nosso país. Infelizmente, o Supremo Tribunal Federal, que não deve legislar, a competência da legislação é do Congresso Nacional, colocou na pauta a ADPF 442. Isso seria um recurso quando há omissão por parte do Congresso, o que não aconteceu. Então, agora cabe a nós pressionarmos para que não seja aprovada a legalização do aborto no Brasil. A Igreja Católica está engajada nessa luta, com vigílias e caminhadas que frisam o nosso compromisso com o direito à vida e contra o aborto”, destaca o padre João Baptista Mezzalira, Assessor Eclesiástico do Setor Vida e família da Arquidiocese de Brasília.

O programa Perfil Católico está disponível no canal da Arquidiocese de Brasília no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=f54O-lpFc0E

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF