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terça-feira, 24 de outubro de 2023

7 ensinamentos de Santo Antônio Maria Claret para a sua vida

Santo Antônio MariaClaret (Editora Ave Maria)

24 DE OUTUBRO

No dia 24 de outubro, é celebrado o dia de Santo Antônio Maria Claret. Fundador da Congregação dos Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos), Antônio foi um grande santo que disse “sim” ao chamado de Deus para sua vida. 

Nascido em 1807, no pequeno povoado de Sallet – província de Barcelona, na Espanha, Claret foi um grande sacerdote. Com seu jeito de pregar sobre a unção, converteu milhares de pessoas por onde passou. É, segundo o Papa Pio XI, o “santo de todos”.

Grande seguidor de Jesus Cristo e devoto de Nossa Senhora, sua missão principal era evangelizar todas as classes sociais, deixando-nos grandes ensinamentos sobre como buscar o céu aqui na terra. A seguir, confira alguns deles:

#1 – “Não deixes para ninguém o que tu mesmo podes fazer”.

#2 – “Não disponhas do dinheiro, antes de tê-lo em mãos”.

#3 – “Não compres coisa alguma, por mais barata que seja, se não a necessitares”.

#4 – “Evite o orgulho, porque é pior que a fome, a sede e o frio”.

#5 – “Nunca te arrependas de ter comido pouco”.

#6 – “Pense bem antes de dar um conselho e esteja pronto para servir”.

#7 – “Se estiveres zangado, conte até dez antes de responder, e se estiveres ofendido, será melhor contar até 100”. 

Conheça a história deste santo

Livro autobiográfico de Santo Antônio MariaClaret (Editora Ave Maria)

Lançado pela Editora Ave-Maria, o livro "Autobiografia: Santo Antônio Maria Claret" é uma autobiografia dividida em três partes - nascimento, tempo das missões e consagração como arcebispo -, que nos revela um santo totalmente apaixonado pela evangelização dos pobres.

Nas palavras do Papa Pio XII, ele “foi um grande homem, nascido para suscitar contrastes. Humilde de origem e glorioso aos olhos do mundo. Pequeno de corpo, mas gigante de espírito. De aparência modesta, mas capacíssimo para impor respeito, inclusive aos poderosos da terra. Sempre na presença de Deus, ainda que em meio à prodigiosa atividade exterior”.

Uma excelente inspiração para quem deseja trilhar um caminho de devoção às coisas do Senhor.

Oração a Santo Antônio Maria Claret

Santo Antônio MariaClaret (Editora Ave Maria)

“Ó glorioso santo, vós que em vida sofrestes tantos tipos de violência e perseguições, como atentados, assaltos e ameaças de morte, mas que, pela vossa fé e confiança em Deus e no Imaculado Coração de Maria, todas as vezes nos livrastes desses males, intercedei por mim; e livrai-me do perigo de ser assaltado, roubado ou sequestrado. Afastai de mim e de minha família toda espécie de violência física e moral. Santo Antônio Maria Claret, rogai por nós. Amém. ” (Rezar um Pai-Nosso por todas as pessoas que se encontram em perigo ou nas mãos de malfeitores). 

Que assim como Santo Antônio Maria Claret, possamos entregar a nossa vida a Jesus e lutar sem cessar pela propagação do Evangelho!

Fonte: https://blog.avemaria.com.br/

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

A missão na oração e no coração

Corações ardentes,pés a caminho! (Província Agostiniana)

A MISSÃO NA ORAÇÃO E NO CORAÇÃO

Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! A Igreja convida seus filhos e filhas, dentro das celebrações do Mês Missionário e do Rosário, a celebrarem o Dia Mundial das Missões, neste dia 22 de outubro, XXIX Domingo do Tempo Comum. E pela graça do nosso batismo, somos chamados a reavivar no nosso coração o compromisso de discípulos do Senhor, testemunhando com a vida e anunciando por palavras o Evangelho de Jesus. Na comunidade de fé, quando diminui o amor pela missão, que dá vida e fervor espiritual e caritativo à comunidade, o cristianismo se torna irrelevante. É sal sem sabor.  

 Na nossa catequese, na formação cristã e na leitura da Palavra de Deus, fomos aprendendo a conhecer o Deus que é Pai de Jesus Cristo. Esse Deus Pai ama seu filho Jesus, ama o povo da Antiga Aliança, apesar de todas as infidelidades, e o ama com uma lealdade eterna. Jesus, na Nova Aliança, destaca também o amor de Deus e a sua bondade, que leva a uma inclinação natural para fazer o bem aos outros, como uma identidade própria do cristão. Quando essa bondade está em nós, faz parte da nossa vida, ela nos leva a assumir a nossa missão de discípulos do Senhor Jesus no mundo, a praticarmos boas ações, que revelam o nosso compromisso de cristãos, a sensibilidade do nosso coração e a nossa intimidade com Deus.  

No dia a dia, todos nós temos muitas oportunidades de sermos missionários, de darmos testemunho da nossa fé no Senhor Jesus. Inclusive de experimentarmos a presença de Deus, como Pai cheio de bondade, nos acontecimentos que vivemos, nos quais podemos experimentar uma bondade amável, digna de ser amada e correspondida. Portanto, a bondade paterna de Deus, presente na vida e na ação de Jesus, revelam a sua misericórdia e a sua compaixão pelos sofrimentos humanos. Na nossa missão de cristãos e peregrinos nesse mundo, podemos sentir a presença do coração misericordioso de Deus, através de Jesus, que fala do amor materno e paterno do Pai ao nosso coração de filhos. Jesus nos apresenta um Deus Pai, rico em bondade, misericórdia e amor, que vai em busca da ovelha perdida e acolhe o filho pródigo arrependido. 

Este amor de Deus pode ser acolhido em nossa vida através da fé. E é a fé que estabelece e fortalece essa relação de amor de Deus com seus filhos. São Paulo, na carta aos romanos, afirma: “Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem anjos nem potestades, nem presente nem futuro, nem poderes, nem altura nem profundidade, nem criatura alguma, nos poderá separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8,38-39). O amor de Deus é mais forte que tudo, não só porque nele tem a origem, mas porque Ele mesmo é amor. “Quem não ama, não conheceu a Deus, já que Deus é amor” (1Jo 4,8), nos recorda o apóstolo São João. 

Portanto, queridos irmãos e irmãs! Fortalecidos pelo amor de Deus, não tenhamos medo de dar testemunho da nossa fé no Senhor Jesus, de sermos missionários nas nossas famílias e comunidades, por palavras e pelo testemunho de vida, na oração e na ação. Não tenhamos medo de revelar o amor de Deus por nós, e o amor de Deus que está em nós.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Os restos de São Lucas

São Lucas (ACI Digital)
Arquivo 30Dias - 11/1998

«Guardamos um tesouro precioso e extraordinário»

Entrevista com Antonio Mattiazzo, bispo de Pádua

Entrevista com Antonio Mattiazzo por Stefania Falasca

«Gostaríamos que não nos acontecesse o que aconteceu aos Magos quando chegaram a Jerusalém vindos do Oriente e perguntaram: “Onde está aquele que nasceu Rei dos Judeus?” ( Mt 2, 2). Os habitantes de Jerusalém não perceberam isso. Assim aconteceu que os cristãos ortodoxos orientais, monges do Monte Athos e o Metropolita de Tebas, vieram a Pádua para venerar São Lucas, enquanto muitos paduanos desconheciam a tradição da sua presença em Pádua. Se os resultados das análises científicas convergirem para estabelecer a consistência da tradição, nós, em Pádua, devemos perceber o tesouro precioso e extraordinário que guardamos." Isto foi afirmado pelo bispo de Pádua, Antonio Mattiazzo, por ocasião da festa anual de São Lucas, no dia 18 de outubro. De facto, nos dias 17 e 18 de Outubro passado, as relíquias do evangelista Lucas foram expostas à veneração dos fiéis na Basílica de Santa Giustina, em Pádua. 

Excelência, no dia 17 de setembro foi aberta na Basílica de Santa Giustina a urna contendo as relíquias atribuídas a São Lucas Evangelista para a realização de um levantamento científico. Qual foi o motivo que o levou a tomar essa importante decisão? ANTONIO MATTIAZZO: A razão que me levou a tomar esta decisão foi um pedido completamente inesperado que me veio do Arcebispo de Tebas, Sua Eminência o Metropolita Hieronimus. Numa carta, escrita em grego e datada de 18 de Outubro de 1992, o Metropolita de Tebas, que tinha vindo a Pádua para venerar São Lucas, pediu-me que doasse à Igreja de Tebas «um significativo fragmento das relíquias para ser colocado onde quer que se encontre e é venerado hoje o túmulo sagrado do evangelista”. Com efeito, o arcebispo de Tebas não tinha dúvidas de que as relíquias conservadas na igreja de Santa Giustina eram as do evangelista Lucas; que o corpo de São Lucas, originalmente enterrado em Tebas e de lá transferido para Constantinopla, foi posteriormente transportado para Pádua. Na sua carta propôs também organizar celebrações solenes em honra do evangelista e acrescentou: «Acreditamos que estas celebrações aproximarão os fiéis das duas dioceses, aprofundarão a fraternidade dos dois bispos, aumentarão o caminho de ecumenismo, coisas hoje mais do que nunca necessárias nas atuais circunstâncias”. 

Seguindo esse pedido, você criou uma comissão científica...
MATTIAZZO: Sim, comecei a constituir uma comissão com a tarefa de examinar a questão da consistência histórica da tradição relativa à presença das relíquias de São Lucas em Pádua, mas a necessidade de proceder, além da análise, imediatamente tornou-se claro histórico, também para um reconhecimento científico dos restos mortais. Nomeei, portanto, um pequeno comité científico para esse fim. Quando tomamos então conhecimento da escritura notarial do reconhecimento realizado às relíquias em 1463 e, a partir de um estudo histórico do professor Prevedello, monge do mosteiro beneditino de Santa Giustina, soubemos que o crânio do suposto corpo de Santa Lucas foi transferido para Praga, na Catedral de São Vito, em 1354, e membros do comitê científico pediram para poder examiná-lo. Escrevi então uma carta ao Arcebispo de Praga, Cardeal Miloslav Vlk, pedindo-lhe que nos emprestasse a relíquia da caveira para reconhecimento.

Porém, somente em setembro deste ano a comissão científica pôde examinar o crânio atribuído a São Lucas preservado na Catedral de Praga...
MATTIAZZO: A resposta demorou um pouco. Na verdade, o meu pedido fazia parte de uma disputa em curso entre o Estado e a Igreja na República Checa, uma disputa relativa à propriedade da Catedral de São Vito, confiscada pelo regime comunista e ainda não devolvida à diocese. Em julho finalmente recebi a notícia de que a caveira nos seria emprestada por alguns dias. Esta foi trazida a Pádua no dia 20 de setembro pelo reitor da Catedral de Praga, monsenhor Jan Matejka, e por um paleontólogo especialista, professor Emanuel Vlcek, que entretanto realizou um exame cuidadoso da relíquia. Pela minha parte, informei a Santa Sé sobre a decisão de proceder ao reconhecimento, solicitando autorização para doar um significativo fragmento das relíquias ao Metropolita de Tebas, caso o estado do corpo o permitisse. A Congregação para as Causas dos Santos, consultada também a Secretaria de Estado e o Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos cristãos, comunicou-me a autorização.

Os estudiosos verificaram como o crânio que chegou de Praga se ajusta perfeitamente ao esqueleto de Pádua que foi encontrado sem cabeça. Mas para atestar a autenticidade das relíquias de São Lucas, são necessárias mais investigações...
MATTIAZZO: Os especialistas agora têm a tarefa de estudar as relíquias, objetos e documentos que os acompanham com todos os instrumentos científicos modernos. Pela minha parte, limito-me a salientar a importância excepcional deste inquérito. Não se trata de estudar a autenticidade das relíquias de uma figura recente e local, mas de um dos quatro evangelistas, portanto de valor universal. A nossa fé certamente não se baseia na autenticidade ou não das relíquias que uma antiga tradição atribui a São Lucas. Mas se os resultados do reconhecimento convergirem para estabelecer com certeza a consistência desta tradição, nós, em Pádua, devemos perceber o precioso e extraordinário tesouro que guardamos. Por isso a Diocese de Pádua, juntamente com a comunidade dos monges beneditinos de Santa Giustina, depois do acontecimento do reconhecimento, pretendem valorizar a figura e a obra de São Lucas também na perspectiva do Jubileu do ano 2000.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Qual é a sua escravidão?

Romolo Tavani | Shutterstock

Por Julia A. Borges - publicado em 22/10/23

Ao longo da vida, vamos criando dependências que não são nem sequer percebidas e vamos deixando de lado o único poder capaz de nos libertar.

A liberdade é o grau máximo de uma sociedade, e cada cidadão, ao longo da sua vida, vai buscando a sua autonomia, seja profissional, financeira ou pessoal. A importância que se dá pela soberania é construída desde os primeiros anos do indivíduo e seu entendimento também passa pela construção do entendimento de nacionalidade. Na escola, aprende-se sobre a independência do Brasil e há de ser comemorada tal data, assim como as sucessivas emancipações que a criança vai tendo ao longo de seu crescimento, até se tornar um adulto autossuficiente. Decerto é o apreço que existe para com a independência em seu sentido mais amplo.

A conquista da autonomia perpassa caminhos de aprendizado e muito trabalho para que, inseridos em uma sociedade capitalista, o valor monetário possa ser compatível às horas ofertadas de dedicação. Na virada para a vida adulta, o alvo se constrói na troca de serviço por dinheiro a fim de saborear a tão sonhada liberdade. Esse é o caminho percorrido pela maioria que acredita piamente na independência puramente social como fase mais elevada na escala da total soberania.

O grande problema é que toda essa dita liberdade é uma grande ilusão porque mesmo a conquista da independência requer a servidão para algo ou alguém. Se não há mais a dependência pelo dinheiro de seus pais, haverá a dependência pelo salário em seu emprego; se não há a dependência à nação soberana, haverá acordos específicos para a sobrevivência de um estado; se não há mais necessidade pela locomoção de transporte público, haverá a necessidade do carro particular.

Efetivamente não há como viver em uma redoma e acreditar que sua alforria seja completa. A diferença não está na existência ou ausência do fator de dependência, mas em quem ou o que você escolhe como o seu senhorio. Entender-se como escravo é o primeiro passo para a luta pela liberdade, afinal, se o indivíduo não se compreende como prisioneiro, como lutará pela sua libertação?

Ao longo da vida, vamos criando dependências que não são nem sequer percebidas e vamos deixando de lado o único poder capaz de nos libertar mesmo estando em uma prisão concretamente. Frequentemente, Paulo se refere a si mesmo como “prisioneiro de Cristo Jesus” (Ef 3, 1) e afirma que ser prisioneiro do Senhor é na verdade a sua vocação, e o seu chamado. Em outra passagem, agora em Jo 8, 32, o próprio Cristo afirma: “conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”.

A construção da plena independência é matéria cara atualmente, seja no âmbito político e social, seja concernente às questões privadas. Mas a grande disfunção que existe não é a simples e genuína vontade de ser livre, mas o entendimento do que realmente venha a ser a liberdade. É possível que se passe uma vida buscando por algo que já existia em você.

Jesus, ao colocar dois conceitos em uma mesma proposição – verdade e liberdade, queria evidenciar que uma concepção não existe sem a outra; há, portanto, entre essas duas ideias, uma forte correspondência: só há liberdade pelo caminho da verdade. E um pouco mais adiante, mas neste mesmo Evangelho de João, é possível entender claramente quem é a verdade: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6).

Cai por terra o entendimento de muitos ateus de que “a religião seja o ópio do povo”, como claramente evidenciou Karl Max ao avultar ainda mais as ideias anticristãs de Hegel, na  Introdução à Crítica da Filosofia do Direito. A verdade é e sempre deverá ser o caminho escolhido pelo cristão, mas que fique bem claro que o entendimento do que venha a ser verdade não pode nunca se limitar às ideologias de grupos que tentam subverter ao verdadeiro caminho. É preciso entender que não se trata de variações de veracidades; nem tampouco de opiniões, porque como cristãos, somos chamados a viver e experimentar a única verdade que liberta e torna a paz possível mesmo em meio a um mundo com tantas guerras.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Como levar os pais para Deus?

Família cristã (Cléofas)

Como levar os pais para Deus?

 POR PROF. FELIPE AQUINO

“Quanto mais difícil for para você, jovem, amar e honrar os seus pais, por causa dos seus defeitos, tanto mais você terá méritos diante de Deus e tanto mais será recompensado e abençoado”.

É impressionante notar como Deus valoriza a figura dos pais por causa da missão importantíssima de gerar e educar os filhos. O destaque aos pais começa pelo fato de um dos Mandamentos, o quarto, ser dedicado a eles: “Honrar pai e mãe”. Algo muito sério.

São Paulo nota que este é o primeiro mandamento que vem acompanhado de uma promessa: “Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra” (Dt 5,16; Ef 6,2). “Honra teu pai e tua mãe, para que os teus dias se prolonguem na terra que o Senhor, teu Deus, te dará” (Ex 20,12).

Perceba como Deus abençoa copiosamente o filho que ama e honra os pais. Fazendo eco a essas palavras o Papa João Paulo II, diz na Carta às Famílias: “Honra o teu pai e a tua mãe, porque eles são para ti, em determinado sentido, os representantes do Senhor, aqueles que te deram a vida, que te introduziram na existência… Depois de Deus são eles os teus primeiros benfeitores… E por isso: honra os teus pais! Há aqui uma certa analogia com o culto devido a Deus” (CF, 15).

São Paulo exige: “Filhos, obedecei a vossos pais segundo o Senhor: porque isto é justo” (Ef 6,1). O Livro da Bíblia do Eclesiástico mostra a importância dos pais na vida dos filhos:

“Ouvi, meus filhos, os conselhos de vosso pai, segui-os de tal modo que sejais salvos” (Eclo 3,2).

“Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro. Quem honra seu pai achará alegria em seus filhos, será ouvido no dia da oração” (v. 5 e 6).

“Quem honra seu pai gozará de vida longa…” (v.7).

“Quem teme o Senhor honra pai e mãe. Servirá aqueles que lhe deram a vida como a seus senhores”.

“Honra teu pai por teus atos, tuas palavras, tua paciência a fim de que ele te dê a sua bênção” (v.9 e 10).

“A bênção do pai fortalece a casa de seus filhos, a maldição de uma mãe a arrasa até os alicerces” (v.11).

“Meu filho, ajuda a velhice do teu pai, não o desgoste durante a vida” (v. 14).

“Se seu espírito desfalecer sê indulgente, não o desprezes porque te sentes forte, pois tua caridade para com o teu pai não será esquecida” (v. 15).

“…por teres suportado os defeitos de tua mãe, ser-te-á dada uma recompensa: tua casa tornar-se-á próspera na justiça, lembrar-se-ão de ti no dia da aflição; teus pecados dissolver-se-ão como o gelo ao sol forte” (v. 16 e 17). Deus sabe que os seus pais também têm defeitos.

Tenho trabalhado com jovens; e sei que muitos sofrem por causa dos problemas dos pais. No entanto, por amor a Deus, na força do Espírito Santo, tenho visto muitos jovens superarem os ressentimentos causados pelos pais; muitos até têm contribuído decididamente para a conversão dos pais e a mudança de suas vidas.

Quanto mais difícil for para você, jovem, amar e honrar os seus pais, por causa dos seus defeitos, tanto mais você terá méritos diante de Deus e tanto mais será recompensado e abençoado. Se seu pai ou sua mãe estão longe de Deus, leve-os para Ele. Antes de tudo com amor, carinho, sem pressa e sem pressão ou chantagem. Tenha paciência.

O melhor caminho é o da amizade com eles e o seu testemunho cristão. Quando seu pai, ou mãe, perceber o seu comportamento correto, sua bondade, humildade, desprendimento, pureza, mansidão com eles, etc., então, Deus começará a tocar a alma deles, pode crer.

Acima de tudo reze muito por eles; em cada Missa, em cada Terço, em cada Comunhão, suplique a Deus a conversão deles. Não é possível que Deus não ouça a sua oração de filho!

Ofereça também a Deus todo sofrimento que a vida lhe apresentar: o cansaço do trabalho, dos estudos, os problemas da família, os defeitos deles, acolha tudo com alegria cristã (Fl 4,4) e ofereça a Deus pela conversão deles. Isso funciona como uma alavanca espiritual. Arquimedes dizia que com uma alavanca moveria o mundo. Com oração, jejuns, mortificações, etc., você pode mover as pedras que o impedem de chegar a Deus. Na medida em que Deus lhes abrir o coração, leve-os aos Encontros, a um grupo de oração, a rezar um Terço com você, a assistir uma Missa… aos poucos eles irão se aproximando de Deus. E você terá alegrado muito o Pai do céu.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

Uma história de amor

Família Almeida (Vatican Media)

São João Paulo II é homenageado em ensaio fotográfico de bebê de 1 ano. Família de Macaé/RJ publicou as fotos no último dia 13. A história de uma família.

Luiz Felipe Bolis – Massaranduba/PB

Em Macaé, norte do estado do Rio de Janeiro, os pais Elys e Junior Almeida, ambos de 33 anos, decidiram comemorar o 1º ano do filho Tiago Demócrito Almeida com um ensaio fotográfico baseado na vida de um santo católico. Pelas características físicas do bebê: loiro, de pele branca e olhos azuis, São João Paulo II foi o escolhido para celebrar junto ao pequeno o dom da vida no último dia 13, o Peregrino do Amor que nasceu na Polônia em 1920 e foi Papa entre os anos de 1978 a 2005.

Quando os escritos de Karol Wojtyla chegaram aos olhos e ao coração do pai Junior, ele se encantou pelo aspecto teológico e pela retórica do polonês, primeiro lendo as mensagens da Teologia do Corpo e em seguida o livro “Vida de São João Paulo II” (Minha Biblioteca Católica, 2022). “Quando eu lia a história do santo, uma parte me chamou muito a atenção: uma pessoa esteve com São João Paulo II, olhou para ele e guardou essa frase: ‘eu olhei aqueles olhos azuis acinzentados’. Na hora eu lembrei do Tiago, porque o olho dele é diferente, de cor azul acinzentado. Eu já admirava nosso papa pelo combate dele contra as falsas ideologias e achei por bem fazer uma homenagem”, comenta Junior.

O vendedor de uma distribuidora de alimentos para supermercados recorreu às mãos “de fada” e costureira da sua tia Luciene Novais para a confecção de vestimentas semelhantes às mesmas que São João Paulo II utilizava. O detalhe é que elas seriam bem menores em tamanho e em estatura para o bebê e que a sua finalidade seria para um verdadeiro espetáculo de fofura e registros de família.

Menino Tiago (Vatican Media)

A tia Luciene, que confecciona vestes religiosas para membros do clero, fez bordados e inseriu o brasão papal de João Paulo II na “casula do Tiago”, e o resultado foi uma roupa impecável que coube muito bem no bebê. O modelo alegre, divertido, carinhoso e brincalhão se sentiu à vontade diante dos cliques da fotógrafa Lívia Marques, que decorou um lindo estúdio em Iracema/RJ, com balões, uma obra literária do santo e outras decorações. Os pais também entraram em cena com uma mesma camisa preta, trazendo a foto de São João Paulo II estampada e com a seguinte frase do santo: “o amor me explicou tudo”. A Providência divina presenteou os pais com a roupa e as fotos e os isentou de custos.

“Se Deus é brasileiro, o Papa é carioca”, em português e com pitadas de bom humor saiu a afirmação célebre do pontífice nascido na Polônia. Era outubro de 1997 e na cidade cercada pela Baía de Guanabara uma multidão de fiéis lançou o olhar a uma única direção: aos gestos e palavras de João Paulo II (1920-2005).

Menino Tiago (Vatican Media)

Passados vinte e seis anos da última visita de Karol Wojtyla ao Brasil, permanece vivo no Rio de Janeiro o carinho de um Papa por seu povo e os encantos da Vossa Santidade por um estado repleto de cultura, história e fé. A fé viva, repassada a cada geração nas famílias cariocas, de pais para filhos, com entusiasmo e amor.

Nos passos da Sagrada Família, Elys e Junior seguem no presente e almejam um futuro de graças para o pequeno Tiago, chamado de “Tiném” pelo pai – abreviatura de “Tiago-neném” –, e de “Môzinho” pela mãe. A cada mês eles participam de encontros promovidos pela Opus Dei sobre temáticas familiares, levando inclusive o Tiago consigo, reuniões nas quais eles têm aprendido lições importantes para a vida conjugal e para a educação dos filhos.

“Deus tem uma pessoa, você casa com essa pessoa, e de um amor que vem de Deus vocês conseguem, com a permissão Dele, gerar uma vida. O amor de Deus, ao morrer na cruz por nós, é a forma de amor mais forte que vemos, mas eu acho que depois da cruz é quando você ganha um filho. Deus me confiou uma alma para levar ao Céu. É minha responsabilidade educar e ensinar o que é certo e o que é errado”. É a alma de uma mãe que afirma tais palavras, mãe esta que acalenta o seu neném com traços de sono a caminho.

Um drama em três atos ilustra a peça teatral “A Loja do Ourives”, escrita pelo próprio Karol Wojtyla e que diz que “para momento assim, relógio não existe; são momentos que superam o tempo dentro de nós”. É na profundeza dos oceanos do cotidiano, e não sob a superfície de breves momentos, que se percebe o tamanho do amor que se derrama na casa dos Almeida. O ensaio fotográfico comprova a semente que é regada a cada dia com companheirismo, aprendizados e coração aberto a Deus.

“Para mim, esse ensaio de fotos mostra que ainda é possível viver a santidade e a castidade nesse mundo louco, do avesso”, sublinha o esposo da Elys. Administradora com pós-graduação em marketing que hoje se dedica aos cuidados do filho em tempo integral, ela expressa: “santidade não é uma coisa da época de Cristo ou dos anos 1700. É algo dos dias atuais para quem trabalha, estuda, frequenta a Igreja. É uma escolha diária.

Elys e Junior (Vatican Media)

Os primórdios da vocação e da família

Ele, o rapaz criado na zona rural de Itaperuna/RJ. Nossa Senhora certamente o via ajoelhar-se com o pai e os irmãos todas as noites para juntos rezarem o terço, ainda que, enquanto católicos, não frequentassem os momentos na capela.

Aos 13 anos, ele foi estudar na área urbana e tornou-se o que lutou para combater: um jovem violento, embriagado todos os dias e sem sentidos concretos na vida. Participou do encontro Bartimeu em Itaperuna, voltado especialmente ao resgate de dependentes em processo de cura. A partir de então, ele, de nome Sebastião José de Almeida Junior, se fez homem novo e se tornou um intercessor do movimento, a exemplo daquele senhor alvo da cidade de Casimiro de Abreu/RJ que tanto admirava, propagador daquele encontro católico e, futuramente, o seu sogro.

Ela, de família de raízes católicas e sempre atuante em missas, festas de padroeiros, procissões e outros momentos católicos em Casimiro de Abreu/RJ. Filha do Tiago Eli (in memoriam), fundador do encontro Despertai, que saía ele mesmo à procura de pessoas para participarem dos dias de retiro, uma nova chance de redescobrir a plenitude da vida. Elys Mara Demócrito Almeida.

Um casal de jovens de 25 anos que ainda não se conhecia. O que os unia era o grupo da rede de conversas instantâneas da região, voltado à evangelização, no qual ambos estavam. Às noites os participantes sempre combinavam de rezar o terço mariano. Um simples diálogo virtual entre ele e ela; tempos depois, o convite para Elys ir até Itaperuna conhecer, com Junior, o Santuário da Mãe do Infinito Amor. E de fato o dia chegou: 26 de abril de 2015.

O homem foi moldado no sexto dia pelas mãos do Pai Criador, a partir da argila do solo, e recebeu em suas narinas um sopro de vida. No ínterim de uma unidade a se concretizar por Deus, já não estaria mais sozinho, pois teria ao seu lado uma companheira chamada mulher. Assim se deu com o casal ao longo das épocas de relacionamento.

Rezando de mãos dadas diante da imagem da Mãe do Infinito Amor, ele pediu conselhos à Virgem Maria para a paixão que brotava em seu coração por Elys, logo sentindo a confirmação de que iriam ficar juntos e iniciar um relacionamento, o que de fato ocorreu conforme sentido.

Mãe e filho (Vatican Media)

“Eu sempre pedi uma namorada para eu viver a castidade no namoro, no noivado, até chegar ao casamento. Pedi ela em namoro um dia na pracinha de Italva/RJ, e seguimos para a matriz. Nesse dia, estava tendo o grupo de oração e a pregação foi toda voltada ao tema do matrimônio e à vida de casal. Mais uma confirmação”, conta Junior. Era dia 09 de maio de 2015. Pouco depois o Junior foi conhecer mais de perto o seu sogro Tiago Eli, semelhante ao nome do neto como forma de homenagem. O pai da Elys faleceu dois meses depois, em virtude de câncer de mediastino.

“O Junior sempre deixava claro que Deus era o Senhor da vida ele, então eu pensei: esse é o tipo de pessoa que vai cuidar da família, pois sabe que Deus está na frente e cuida de tudo. Esse vai ser um bom marido, um bom pai. É o tipo de pessoa que dá exemplos, que vai saber lutar, vai saber conduzir. Tinha as inseguranças, mas tinha aquela fé de que Deus estava ali provendo tudo”, Elys compartilha seus sentimentos. Junior complementa: “a Elys, desde que eu conheci ela, é uma pessoa muito carinhosa. Ela é muito forte por tudo o que ela passou. Eu vi uma mulher de Deus”.

O pedido de casamento ocorreu em Búzios/RJ, no dia 12 de outubro de 2018 e o casamento ocorreu em Itaperuna, em 18 de maio de 2019. Para a surpresa do casal, recentemente descobriram que se casaram no dia do aniversário natalício de São João Paulo II. Ao se unirem como casal, não conheciam os métodos naturais ensinados pela Igreja e na Pastoral Familiar receberam formação sobre o método Billings, o qual seguem até hoje.

Em outubro de 2021, a felicidade brotou ao receberem a notícia da primeira gravidez. A criança veio a óbito no ventre da mãe um mês depois. Ainda que lidar com pressões psicológicas da equipe médica e com a dor da perda da criança fosse difícil, sobretudo àquele momento, eles depositaram sua confiança em Deus e logo em janeiro o Tiago já estava na barriga da mãe em seus primeiros meses de gestação, consagrado à Virgem Maria. Mesmo fazendo o tratamento de asma, Elys não teve um episódio de crise de asma sequer ao longo da gravidez.

13 de outubro de 2022, uma quinta-feira inesquecível na vida dos pais: o nascimento do pequeno Tiago. 13 de outubro. Entre tantos detalhes especiais, a recordação do milagre do sol, ocorrido 105 anos antes em Fátima/Portugal. Tiago nasceu bem e forte, e com algumas adaptações e acompanhamentos médicos, se tornou ainda mais resistente e saudável ao longo dos meses.

Conforme a consagração que fizeram à Virgem Maria, os pais Junior e Elys confiam no melhor da vocação e dos caminhos aos quais Deus guiará o filho no futuro.

Mãe, pai e filho (Vatican Media)

Os bastidores da graça: um jornalista dá voz a si próprio

Quando eu fitei os olhos do santo a partir de algum mirante da fé, não foi ao bel-prazer que proferi o meu pedido. As palavras que escapuliram do coração foram fortes a ponto de nem precisarem abrir as maçanetas da boca, nem de palanques, nem de plateia. Saíram tão simples e discretas do interior da minha casa que nem me dei conta de onde poderiam parar.

Ante as santas pupilas de Karol Józef Wojtyla, eu clamei por um olhar meu e dele. O nosso que se faz primeiro entre duas pessoas e depois sacia outras almas. O nosso em vestes de pronome. O nosso conjugado em primeira pessoa do plural antes e depois de ceder lugar à terceira pessoa e ao singular da vida, à pessoa de São João Paulo II, à Pessoa de Cristo Jesus, quando o Caminho dá à luz um texto jornalístico. O Verbo presente e autor de um verdadeiro tributo ao papa polonês cujos lábios evangelizaram e beijaram solos de todas as partes do mundo, a exemplo do Brasil, que acolhe grande maioria dos leitores destas linhas.

Karol em vestes papais. Mergulho na imagem dos anos 1970 ou 80 que embeleza o meu lar, erguido sobre o interior paraibano. O bispo de Roma e o seu báculo emolduram corações afeiçoados à santidade do retratado. Às vezes tenho a impressão de que ele me sorri, em outros casos parece me exortar com o olhar. As palavras escapolem. Quase não as noto. Correm ao destino celestial.

“Meu querido São João Paulo II, se aproxima o teu dia: 22/10. Já está na hora de escrever uma nova reportagem ao Vatican News, e quero falar de ti. Mas a qual novo ‘gancho’ posso me direcionar, se tanto tu falou ao mundo e tanto o mundo tem falado de ti? Faz-me, com os meus olhos de jornalista, enxergar a história certa, a narrativa que tu mesmo deseja levar ao mundo”. A você eu compartilho um segredo: o santo ouviu cada uma de minhas palavras e reticências.

Em um desses domingos em que só o canto do pássaro ecoa entre os becos da tarde, ocorreu que eu navegava em minhas redes sociais e aportei o meu olhar em um fato de “três is”: interessante, incrível e inusitado. O domingo tem numeral certo: foi no último dia 15/10, nos retalhos de uma história que se construía por volta das 3h da tarde.

Um pai, uma mãe e um bebê de quase 1 ano na foto com legenda. Sabe o que mais? Roupas de santidade e um sorriso nascido na alma os vestiam. O menino Tiago todo paramentado de São João Paulo II e os pais utilizando a camisa estampada com a imagem da Vossa Santidade. Apreciando o registro, comento algo do tipo: “meu santo de devoção”. Outros internautas dizem: “já pensou se esse bebê se torna Papa!?”, “que fofura!”, “lindo demais!”. A mãe escreve: “que você possa ter esse grande santo da Igreja sempre intercedendo por você, meu filho. Te amo e amo nossa família”. Do pai vem as seguintes palavras: “agradeço a Deus pelo aniversário de 1 ano do meu filhão e à Nossa Senhora por sempre cuidar de nós”.

Uma criança como tantas crianças que o 263º sucessor de São Pedro tomou sobre os braços no exercício papal, como se estivesse envolvendo o próprio Menino Jesus em seu colo, Menino este que, “acabado agora de nascer, quando Se tornar grande, como Mestre da Verdade divina, manifestará um afeto extraordinário pelas crianças”, o trecho que ele mesmo proferiu por ocasião do Ano da Família de 1994.

O jornalista viu uma criança amada pelo Peregrino do Amor sobre as telas do seu celular. O Amor tinha sede de peregrinar, de não ficar recluso apenas a um post, a uns likes, a uma terra enquanto tantas outras poderiam ser alcançadas pela pureza de um menino. Seus pés falavam de um Caminho com destino a tantas manjedouras de leitores aos quais fosse possível chegar. Um trabalho destes feitos pelos que se debruçam no ofício do jornalismo e que por Deus são capacitados diariamente no talento a serviço do outro.

A quem, em sua essência, Deus chamava naquela ocasião a convidar os pais do Tiago para uma entrevista sobre o ensaio fotográfico do filho? Sim, eu mesmo. Eu, cujo tesouro estava revelado aos meus olhos, precisava saber se a Elys e o Junior aceitariam partilhar o ouro da fé de sua família ao mundo. Eles gentilmente abriram as portas de sua casa e, mesmo com os mais de 2 mil quilômetros de larga distância entre a Paraíba e o Rio de Janeiro, a proximidade de um contato virtual estabeleceu o vínculo da unidade, a partir do qual a graça da Boa Nova acontece.

São João Paulo II, do seu túmulo na Basílica São Pedro e da sua manjedoura em cada alma fiel, nos baseamos em seu exemplo de pai, pastor e filho consagrado à Virgem Maria. Agradecemos por renovares diariamente o abundante riacho de testemunhos e milagres que te levam a peregrinar por este mundo. Andas como um intercessor que zela pelo povo, aos que clamam e que lançam olhares de esperança rumo ao Céu.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 22 de outubro de 2023

Laudate Deum

Laudate Deum (infodecom)

LAUDATE DEUM

Dom João Santos Cardoso 
Arcebispo de Natal (RN)

No dia 04 de outubro de 2023, na festa de São Francisco, o Papa Francisco publicou a Exortação Apostólica “Laudate Deum” (LD), com a qual deu continuidade e fez uma atualização da Encíclica “Laudato Sì”. Com essa nova Exortação Apostólica, o Papa Francisco chama a atenção para as mudanças climáticas e seus impactos na vida das pessoas e no meio ambiente. Em tom profético, o Papa nos alerta sobre os riscos para o futuro da vida e da vida humana na Terra. Com a tecnociência, nos tornamos poderosos e “altamente perigosos, capazes de pôr em perigo a vida de muitos seres e a nossa própria sobrevivência” (LD 28).  

As alterações climáticas são um problema social global que afeta a dignidade da vida humana, cujos efeitos recaem sobre as pessoas mais vulneráveis. “A mudança climática não se trata de uma questão secundária ou ideológica, mas de um drama que nos prejudica a todos” (LD, n. 2). As evidências do aquecimento global são cada vez mais visíveis, negar sua existência é inadequado, pois estamos testemunhando uma aceleração significativa do aquecimento (LD, n.3). “Infelizmente, a crise climática não é propriamente uma questão que interessa às grandes potências econômicas, preocupadas em obter o maior lucro ao menor custo e no mais curto espaço de tempo possíveis” (LD, n. 13). 

O Papa também aponta a origem humana das mudanças climáticas, destacando que as emissões de gases do efeito estufa aumentaram significativamente desde a Revolução Industrial (LD, n. 11-13). Portanto, faz-se necessária uma visão mais ampla para abordar a questão climática que leve em consideração não apenas o progresso, mas também os efeitos negativos da intervenção humana na natureza. 

A crise climática ultrapassa uma abordagem meramente ecológica e envolve uma compreensão transversal, capaz de lançar luz sobre os desafios ambientais e proteger os direitos humanos fundamentais, bem como exige o cultivo de uma espiritualidade que nos faça perceber que estamos todos interligados e que não se pode compreender nem sustentar a vida humana sem as outras criaturas. De fato, “nós e todos os seres do universo, sendo criados pelo mesmo Pai, estamos unidos por laços invisíveis e formamos uma espécie de família universal, uma comunhão sublime que nos impele a um respeito sagrado, amoroso e humilde” (LD 67). 

Considerando o problema ambiental à luz da fé, o Papa Francisco destaca a importância da relação entre Deus, a humanidade e a natureza. Não podemos perder de vista que Deus é o dono de toda a Terra e que os seres humanos são apenas seus hóspedes e cuidadores, o que implica uma responsabilidade para respeitar as leis da natureza e os equilíbrios naturais (LD 62). Um ser humano que pretenda tomar o lugar de Deus se torna o pior perigo para si mesmo, por isso é preciso destacar a importância da humildade e do respeito pela criação divina. 

Tendo presente que o criado é um organismo vivo, em que tudo está interligado e nos remete ao Criador, o Papa aprofunda a crítica ao paradigma tecnocrático, que coloca a tecnologia e a economia acima do cuidado com o meio ambiente e a dignidade da pessoa humana (LD 21-28). Ele nos adverte ainda que esse paradigma pode nos alienar da natureza e “isolar-nos daquilo que nos rodeia e enganar-nos fazendo esquecer que o mundo inteiro é uma ‘zona de contato'” (LD, n. 66). Jamais podemos perder de vista que a vida humana está intrinsecamente ligada a todas as outras criaturas. Tal percepção nos leva a um respeito e amor sagrado por toda a criação. As criaturas do mundo não são meros objetos naturais, mas estão envolvidas pela presença luminosa do Ressuscitado, pois o criado nos remete ao Criador (LD 65). 

A superação da crise climática requer o cultivo de uma espiritualidade de comunhão e “reconciliação com o mundo que nos abriga” (LD 69), bem como uma mudança de mentalidade, para adotarmos, ao lado de decisões políticas, uma cultura do cuidado com o meio ambiente e um estilo de vida mais austero (LD 71-72). A “Laudate Deum” conclui destacando a importância de agir de forma decisiva para evitar o agravamento das mudanças climáticas e suas consequências devastadoras e estimula os líderes a considerarem o bem comum e o futuro das gerações que nos sucederão ao tomar decisões sobre o meio ambiente.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF