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quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O Papa: com que paciência o povo de Deus suporta os maus-tratos do clericalismo

O Papa Francisco na Sala Paulo VI, abre a 18ª Congregação Geral do Sínodo (Vatican Media)

Francisco falou no início da Congregação do Sínodo na tarde desta quarta-feira e reiterou a importância das mulheres na Igreja: "Elas sabem esperar, descobrir o caminho, além do limite, com medo e coragem". Em seguida, lamentou o "escândalo" dos padres que experimentam em alfaiatarias batinas de renda. Finalmente, ele lembra a importância do povo de Deus: "quando você quiser saber o que a Igreja diz, leia o magistério, mas para pensar como a Igreja se dirigia ao povo".

Salvatore Cernuzio – Vatican News

A mulher, "reflexo" de uma Igreja que tem um rosto feminino. Os sacerdotes e o "escândalo" das roupas eclesiásticas de alfaiataria e, às vezes, das atitudes "machistas e autoritárias". A Igreja às vezes reduzida a um "supermercado da salvação" com uma lista de preços para os sacramentos. Depois, o clericalismo, que é como um "chicote" e que "arruína" o povo santo de Deus. O povo de Deus, de fato, "santo e pecador", "infalível na crença", com tanta "paciência", deve suportar "maus-tratos e a marginalização do clericalismo institucionalizado".

Estas são algumas das reflexões que o Papa ofereceu na tarde desta quarta-feira aos participantes do Sínodo reunidos na Sala Paulo VI para a 17ª Congregação Geral, durante a qual se seguiram os discursos com as "impressões gerais" sobre o Relatório Síntese que será publicado no sábado, 28 de outubro. Antes, porém, a palavra do Pontífice que, sentado à mesa central, em espanhol, quis chamar a atenção para a "Igreja como povo de Deus". Aquele povo ao qual os membros do Sínodo dirigiram uma Carta nesta quarta, e na qual reiteraram a vontade de ouvir "todos".

A Igreja como o povo fiel de Deus

"Gosto de pensar na Igreja como o povo fiel de Deus, santo e pecador, um povo chamado e convocado com a força das bem-aventuranças e de Mateus 25", começou Francisco.

Jesus, para sua Igreja, não adotou nenhum dos esquemas políticos de seu tempo: nem fariseus, nem saduceus, nem essênios, nem zelotes. Nenhuma "corporação fechada"; ele simplesmente assumiu a tradição de Israel: "Vocês serão o meu povo e eu serei o seu Deus".

Santo e pecador

"Gosto", confessa o Papa, "de pensar na Igreja como um povo simples e humilde que caminha na presença do Senhor. E é "ainda mais belo" falar do povo santo de Deus". "Santo e pecador, todos", mas um povo "fiel".

Digo povo fiel para evitar cair nas muitas abordagens e esquemas ideológicos com os quais a realidade do povo de Deus é "reduzida".

Francisco cumprimenta alguns participantes do Sínodo (Vatican Media)

Infalível na crença

Uma das características desse povo é sua "infalibilidade": "Sim, é preciso dizer: é infalível na fé...". "Infallibilitas in credendo", como diz a Lumen Gentium.

Quando você quiser saber o que a Santa Mãe Igreja quer dizer, leia o Magistério, mas se quiser pensar como crê a Igreja, dirija-se ao povo.

Esse povo fiel "tem uma alma", diz o Papa Francisco, e "porque podemos falar da alma de um povo, podemos falar de uma hermenêutica, de um modo de ver a realidade, de uma consciência". Uma "consciência da dignidade", como demonstram o batismo dos filhos, o sepultamento dos mortos.

A fé transmitida pelas mães e avós

Desse povo também vêm "os membros da hierarquia", desse povo eles receberam a fé, enfatiza o Papa. Como em tantas outras ocasiões, recorda as mães, as avós: "Tua mãe e tua avó, diz Paulo a Timóteo". "A fé é transmitida em um dialeto feminino. Como a mãe dos Macabeus que falava em dialeto com seus filhos", enfatiza Francisco: "gosto muito de pensar que, no santo povo de Deus, a fé é sempre transmitida em dialeto e, geralmente, em dialeto feminino. Isso não se deve apenas ao fato de que a Igreja é mãe e são precisamente as mulheres que melhor a refletem". Daí um aparte sobre a importância das mulheres na Igreja.

A Igreja é mulher, mas porque são as mulheres que sabem esperar, que sabem descobrir os recursos da Igreja, do povo fiel, que vão além do limite, talvez com medo, mas corajosas, e no claro-escuro de um dia que inicia, aproximam-se de um túmulo com a intuição (ainda não esperançosa) de que pode haver algo vivo. A mulher é um reflexo da Igreja, a Igreja é feminina, é uma esposa e mãe.

Um momento dos trabalhos na Sala Paulo VI (Vatican Media)

A lista de preços dos sacramentos

Portanto, "quando os ministros "excedem em seu serviço e maltratam o povo de Deus, desfiguram o rosto da Igreja, arruínam-na com atitudes machistas e ditatoriais", lamenta o Pontífice. "É doloroso", acrescenta, "encontrar em alguns escritórios paroquiais a 'lista de preços' dos serviços sacramentais como em um supermercado. Ou a Igreja é o povo fiel de Deus em caminho, santo e pecador, ou acaba sendo uma empresa de vários serviços, e quando os agentes pastorais tomam esse segundo caminho, a Igreja se torna o supermercado da salvação e os sacerdotes simples funcionários de uma multinacional".

Clericalismo "chicote" e "flagelo

Esse é o "grande fracasso" ao qual o clericalismo leva. Igual amargura, ou melhor, “dor”, o Papa expressa por aqueles "jovens sacerdotes" que se veem nas lojas de alfaiataria eclesiástica "experimentando batinas e chapéus ou vestidos com rendas". "Chega", diz ele, "isso é realmente um escândalo.

"O clericalismo é um chicote, é um flagelo, uma forma de mundanismo que suja e danifica a face da esposa do Senhor, escraviza o santo povo fiel de Deus".

O mundanismo maltrata o povo de Deus

Povo que, no entanto, "continua a avançar com paciência e humildade": "com quanta paciência devem tolerar o desperdício, os maus-tratos, as exclusões por parte do clericalismo institucionalizado", exclama o Papa Francisco. "E com que naturalidade falamos dos 'príncipes da Igreja', ou das promoções episcopais como promoções de carreira! Os horrores do mundo, o mundanismo que maltrata o povo santo e fiel de Deus."

O Papa durante a Congregação Geral da tarde (Vatican Media)
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Das Homilias sobre os Evangelhos, de São Gregório Magno, papa

No mundo, mas não do mundo (iCatólica)

Das Homilias sobre os Evangelhos, de São Gregório Magno, papa

(Lib. 2, hom. 36, 11-13:PL76,1272-1274)                       (Séc.V)

No mundo, mas não do mundo.

Desejaria exortar-vos a deixar tudo, mas não me atrevo. Se não podeis deixar as coisas do mundo, fazei uso delas de tal modo que não vos prendam a ele, possuindo os bens terrenos sem deixar que vos possuam. Tudo o que possuís esteja sob o domínio do vosso espírito, para que não fiqueis presos pelo amor das coisas terrenas, sendo por elas dominados.

Usemos as coisas temporais, mas desejemos as eternas. As coisas temporais sejam simples ajuda para a caminhada, mas as eternas, o termo do vosso peregrinar. Tudo o que se passa neste mundo seja considerado como acessório. Que o olhar do nosso espírito se volte para frente, fixando-nos firmemente nos bens futuros que esperamos alcançar.

Extirpemos radicalmente os vícios, não só das nossas ações mas também dos pensamentos. Que o prazer da carne, o ardor da cobiça e o fogo da ambição não nos afastem da Ceia do Senhor!

Até as coisas boas que realizamos no mundo, não nos apeguemos a elas, de modo que as coisas agradáveis sirvam ao nosso corpo sem prejudicar o nosso coração.

Por isso, irmãos, não ousamos dizer-vos que deixeis tudo. Entretanto, se o quiserdes, mesmo possuindo-as, deixareis todas as coisas se tiverdes o coração voltado para o alto. Pois quem põe a serviço da vida todas as coisas necessárias, sem ser por elas dominado, usa do mundo como se dele não usasse. Tais coisas estão ao seu serviço, mas sem perturbar o propósito de quem aspira às do alto. Os que assim procedem têm à sua disposição tudo o que é terreno, não como objeto de sua ambição, mas de sua utilidade. Por conseguinte, nada detenha o desejo do vosso espírito, nenhuma afeição vos prenda a este mundo.

Se amarmos o que é bom, deleite-se o nosso espírito com bens ainda melhores, isto é, os bens celestes. Se tememos o mal, ponhamos diante dos olhos os males eternos. Desse modo, contemplando na eternidade o que mais devemos amar e o que mais devemos temer, não nos deixaremos prender ao que existe na terra.

Para assim procedermos, contamos com o auxílio do Mediador entre Deus e os homens. Por meio dele logo obteremos tudo, se amarmos realmente aquele que, sendo Deus, vive e reina com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Doutrina Social e Catequese: temas sociais nas Cartas Católicas

Doutrina Social da Igreja (Catequistas em Eormação)

DOUTRINA SOCIAL E CATEQUESE: TEMAS SOCIAIS NAS CARTAS CATÓLICAS

Dom Antonio de Assis Ribeiro
Bispo auxiliar de Belém (PA)

Doutrina Social e Catequese: temas sociais nas Cartas Católicas (Parte 8)

As cartas de Tiago, Pedro, João e Judas são chamadas “cartas católicas”. Receberam esse título por causa da universalidade dos seus destinatários. Não são textos dirigidos a uma comunidade específica nem a uma pessoa em particular, mas foram endereçadas a toda a Igreja. A 3a Carta de São João, porém, é diferente. Seu destinatário se chama Gaio, líder de uma comunidade.  

Mas o que nos interessa aqui, é continuar aquele processo de identificação de temas sociais nesses escritos. Há alguns temas comuns nesses escritos como por exemplo a condenação dos falsos mestres, o estímulo à vivência da integridade da fé, exortação à perseverança em tempos de perseguição, a firmeza na manutenção da Esperança até o fim dos tempos. 

Carta de São Tiago

Abertura à universalidade: merece atenção o primeiro versículo da carta de São Tiago apresentando a universalidade do seu escrito, endereçada “às doze tribos espalhadas pelo mundo” (Tg 1,1). Essa saudação estimula a Igreja a cultivar um olhar sempre aberto a todos. Ela não deve se fechar numa categoria de pessoas, muito menos privilegiar um espaço sociocultural. A sensibilidade social da Igreja depende desse olhar amplo para sua missão considerando todas as suas dimensões, ambientes e sujeitos nas suas variadas situações existenciais. 

Pobres e ricos: um dos mais expressivos textos sobre riqueza e pobreza no Novo Testamento, encontramos na carta de São Tiago. O apóstolo afirma a dignidade do pobre: “Que o irmão pobre se orgulhe de sua alta dignidade” (Tg 2,9). A pobreza e a riqueza são situações passageiras e não constitui aquilo que é essencial para ser pessoa e por isso ela não pode ser tratada conforme sua condição socioeconômica (cf. Tg 2,10-11). É necessário evitar o favoritismo entre as pessoas, que nos leva a tratá-las de modo diferente baseado no status socioeconômico (cf. Tg 2,1-6). O conceito de “rico” é moralmente negativo; sendo quase que sinônimo de opressor, injusto (cf. Tg 2,6-7), violento e que acumulou bens materiais em detrimento dos pobres (cf. Tg 5,1-5). 

A fé gera Obras: outro tema muito significativo para Tiago é a relação entre fé e obras. A fé deve se expressar através das obras, tanto em sua dimensão pessoal quanto social. “Do mesmo modo que o corpo sem o espírito é cadáver, assim também a fé: sem as obras ela é cadáver” (cf. Tg 2,24). 

A ambivalência da comunicação (cf. Tg 3,1-12). A comunicação pode produzir efeitos tanto positivos, quanto negativos. Para estar a serviço da verdade, ela precisa ser guiada pela Sabedoria que vem de Deus. A autenticidade da comunicação necessita da virtude da sabedoria para ser pautada pela verdade. A “sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, pacífica, humilde, compreensiva, cheia de misericórdia e bons frutos, sem discriminações e sem hipocrisia” (Tg 2,17). 

Ética e religião. “Se alguém pensa que é religioso e não sabe controlar a língua, está enganando a si mesmo, e sua religião não vale nada. “Religião pura e sem mancha diante de Deus, nosso Pai, é esta: socorrer os órfãos e as viúvas em aflição, e manter-se livre da corrupção do mundo” (Tg 2,26-27). 

 Primeira e segunda carta de São Pedro 

A rejeição da maldade: os fiéis são exortados a rejeitar qualquer maldade, toda mentira, formas de hipocrisia, inveja e maledicência (cf. 1Pd 2,1), “porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e seus ouvidos estão atentos à prece deles. Mas o rosto do Senhor se volta contra os que praticam o mal” (1Pd 3,12).  

A família: a vida conjugal deve ser marcada pela compreensão, cuidado, respeito e delicadeza (cf. 1Pd 3,1-7).  

O impacto social da fé: o batismo marca o início de uma vida nova, de busca da vontade de Deus e libertação das paixões humanas. Por isso afirma São Pedro:  “vocês passaram muito tempo vivendo conforme o estilo pagão, entregues a uma vida de dissolução, cobiça, embriaguez, comilanças, bebedeiras e idolatrias abomináveis. Agora, os outros estranham que vocês não se entreguem à mesma torrente de perdição e por isso os cobrem de insultos” (1Pd 4,3-4).  

O serviço de liderança: trata-se de um ministério delicado e de caráter comunitário. Quem lidera deve cuidar do rebanho, convicto de que não é dono de ninguém; por isso não deve se impor, nem buscar o lucro sujo, mas servir com liberdade e generosamente (cf. 1Pd 5,2-3). Esse trecho destinado a animar os líderes de comunidades, presbíteros, pode também ser aplicado no campo da política do governo civil e líderes de qualquer instituições na sociedade.  

A denúncia dos falsos profetas: Pedro reconhece que houve falsos profetas na história de Israel e profetizou o surgimento de tantos outros no futuro que iriam disseminar heresias perniciosas. Eles com suas doutrinas dissolutas, amor ao dinheiro, palavras enganadoras, provocariam o descrédito do caminho da verdade (cf. 2Pd 2,1-3). E ainda alerta dizendo: “nos últimos dias aparecerão pessoas que zombarão de tudo e se comportarão ao sabor de seus próprios desejos” (2Pd 3,3). Um dos temas sociais mais desafiadores para a Doutrina Social da Igreja, atualmente, que exige diálogo e profundo senso crítico, é aquele das ideologias.  

 Cartas de São João 

Amor a Deus e aos irmãos: o amor a Deus deve ser concretizado através das obras. Um dos modos de manifestação do amor a Deus, é através da solidariedade para com os irmãos necessitados. Por isso o Apóstolo questiona: “Se alguém possui os bens deste mundo e, vendo o seu irmão em necessidade, fecha-lhe o coração, como pode o amor de Deus permanecer nele? Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e de verdade” (1Jo 3,17-18). “Se alguém diz: «Eu amo a Deus», e, no entanto, odeia o seu irmão, esse tal é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê… quem ama a Deus, ame também o seu irmão” (1Jo 4,20-21). 

Discernimento: a Doutrina Social da Igreja é sempre convidada a discernir os sinais dos tempos. Esse também é o convite que o apóstolo João faz à toda a Igreja. “Amados, não dêem crédito a todos os que se dizem inspirados; antes, examinem os espíritos, para saber se vêm de Deus, pois no mundo já apareceram muitos falsos profetas” (1Jo 4,1). O critério que o apóstolo João oferece para esse discernimento é o confronto com a pessoa de Jesus Cristo (cf. 1Jo 4,2). 

O mau líder: na terceira carta de São João temos a denúncia do mau líder. A carta é endereçada a um bom líder chamado Gaio, mas recebe advertências contra Diótrefes que tem um perfil de liderança autocrático, dominador, arrogante, mal-intencionado, incapaz de acolhida dos dons dos outros e difamador (cf. 3Jo 9-10). O fundamento do ministério da liderança comunitária não deve ser as ideias e sentimentos pessoais do líder, mas é o Amor e a Verdade.   

 Carta de São Judas

O apóstolo São Judas exorta os seus leitores para que não sejam vítimas do charlatãs enganadores.  Para São Judas, eles “são como as ondas bravias do mar, espumando a própria indecência…. astros errantes” (Judas 13); são “murmuradores que renegam a própria sorte e agem de acordo com suas próprias paixões; sua boca profere palavras orgulhosas e bajulam as pessoas por motivos interesseiros” (Jd 16); conclui a sua carta com esta advertência: «No fim dos tempos aparecerão impostores que se comportarão conforme as suas paixões.» São esses indivíduos! Eles causam divisões, são materiais e não possuem o Espírito” (Jd 18-19). 

PARA A REFLEXÃO PESSOAL: 

Qual é a relação entre Doutrina social da Igreja e a Universalidade? 

Por que a questão cultural é um importante tema de Doutrina Social da Igreja? 

Quais são as denúncias sobre os maus líderes e onde podem ser aplicadas?

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Brasil: padre comenta sobre bloqueio emocional em solteiros cristãos

Banana Oil | Shutterstock

Por Reportagem local - Pe. José Eduardo - publicado em 24/10/23

"Eles acham que deveriam sentir isso ou aquilo para dar namoro, quando o amor nada tem a ver com isso."

O pe. José Eduardo Oliveira compartilhou um breve comentário sobre o que descreveu como “bloqueio emocional” em solteiros ligados à Igreja.

O sacerdote brasileiro observou:

“Um dos fatores que causam bloqueio emocional nos solteiros das Igrejas é justamente a expectativa acerca de seus próprios sentimentos. Eles acham que deveriam sentir isso ou aquilo para dar namoro, quando o amor nada tem a ver com isso, mas com amizade, conhecimento mútuo, vontade de ficar junto, desejo de cuidar, de perder o próprio espaço para dar espaço ao outro”.

E concluiu:

“Esse ‘autocentrar-se’ que termina numa hiper-autovigilância afetiva é que impõe aos jovens o medo de interagir quando não constatam terem padecido nenhum tranco ou enfeitiçamento por uma outra pessoa”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pássaros e pássaros

Detalhe dos afrescos romanos encontrados durante as escavações para a construção da rampa de acesso ao estacionamento da Propaganda Fide (30Giorni)

Arquivo 30Dia – 09/1999

Pássaros e pássaros

Vestígios romanos do século I ao III d.C. com frescos coloridos foram encontrados durante a construção, em território italiano, da rampa de acesso ao mega parque de estacionamento Gianicolo. A Superintendência Arqueológica suspendeu, pelo menos temporariamente, as obras.

por Lorenzo Bianchi

No dia 17 de agosto em Roma, durante a construção da rampa de acesso ao estacionamento Propaganda Fide do lado da Via del Gianicolo, na zona dos horti de Agripina e depois de Nero, surgiram quartos da época romana com paredes rebocadas e pintadas, a uma altura de cerca de quatro metros acima do nível da estrada atual. A intervenção da Superintendência Arqueológica de Roma, que impôs a paralisação das obras para verificar a consistência dos achados, evitou que fossem imediatamente destruídos pelas máquinas escavadoras e permitiu o início da escavação arqueológica, confiada à cooperativa Ianus, da qual a responsável é a Dra. Carla Socrate, sob a direção do gerente de área da Superintendência, Dr. Claudio Mocchegiani Carpano.

A descoberta era previsível. De fato, alguns levantamentos já tinham evidenciado, durante os trabalhos de consolidação nas laterais da rampa, a presença de material disperso (no momento da descoberta as paredes já pareciam estar danificadas pelas estacas de betão armado executadas nos meses anteriores). Mas, sobretudo, mesmo ao lado, à entrada do túnel do Janículo, foram encontrados e destruídos vestígios notáveis ​​nos anos 1938-1939 durante a construção do túnel. Estes vestígios, dos quais os que surgiram nos últimos dias são a continuação direta, como demonstram a mesma orientação e a mesma obra, foram vistos e documentados pelo arqueólogo Guglielmo Gatti em pelo menos 30 metros de comprimento. Eram estruturas (algumas no opus terizia, outras no opus reticulatum) cuja parte principal parecia consistir num corredor para o qual várias aberturas davam para o sul. Também foram encontradas suspensuras (ou seja, pequenos pilares que sustentam o piso de uma sala, formando uma cavidade para permitir a circulação do ar quente: um sistema de aquecimento, enfim), o que talvez também sugira um ambiente de spa. Algumas paredes foram pintadas com decorações de motivos arbóreos e guirlandas, outras em cor sólida, amarela ou vermelha. Foram também encontrados fragmentos notáveis ​​de cornijas de mármore, uma bacia de quatro metros de comprimento, rebocada no interior, com fundo de cocciopisto e furo para escoamento da água. Seções inscritas de tubo de chumbo foram recuperadas. Tudo poderia ser datado do século II d.C., segundo a opinião de Gatti. Antes de tudo ser destruído, ele fez alguns esboços anotados, guardados no Arquivo Central do Estado ( Pastas GattiXIV, 6228-6233). A documentação de arquivo relativa às descobertas dos anos 1938-1939 foi publicada, juntamente com um plano, há apenas dois meses no meu volume Roma. O Monte do Santo Espírito entre o Janículo e o Vaticano («L'Erma» de Bretschneider, Roma, pp. 85-89), depois de já ter sido anunciado em Janeiro deste ano nestas páginas ( Um parque de estacionamento no local do martírio dos primeiros cristãos , em 30Giorni , n.1, janeiro de 1999, pp. 56-69).

Após o bloqueio das obras da rampa, a escavação conduziu à descoberta de diversos materiais móveis, incluindo moedas, e à identificação das fases subsequentes de utilização da antiga casa, até que, no dia 7 de Setembro, terminou o clamor jornalístico sobre a descoberta , e quando na imprensa se dava como iminente a decisão de suspender as pesquisas arqueológicas e continuar com as obras da rampa, foram descobertas outras três paredes com afrescos, desta vez não só com faixas ou desenhos geométricos, como os primeiros que surgiram em luz, mas com «pinturas de apreciável qualidade representando elementos arquitetônicos estilizados, pássaros e motivos florais. As estruturas pertencem provavelmente a uma domus da época imperial, da qual se deve averiguar a possível relevância para a edificação dos jardins de Agripina ”, conforme refere o comunicado do Ministério do Patrimônio e Atividades Culturais. Decidiu-se, portanto, continuar a escavação arqueológica por mais duas semanas, o que poderá quase certamente reservar outras surpresas, pelo menos no sentido da colina da Propaganda Fide, para onde se dirigem as estruturas (as investigações já começaram em direcção ao Tibre impedidas pela estacas de concreto armado lançadas nos últimos meses).

A rampa vista de cima durante a instalação das estruturas de concreto armado (30Giorni)

Enquanto se aguarda a análise detalhada e a publicação científica (esperamos que rápida) do que foi encontrado por quem realizou a escavação, algumas considerações importantes ainda podem ser feitas. Ou seja: estes vestígios, juntamente com os encontrados em 1938-1939 e talvez também com as cisternas ainda presentes imediatamente atrás da muralha do baluarte de Sangallo, nas terras jesuítas, formavam um vasto complexo cujas fases de utilização parecem ir de I a Século III depois de Cristo. Não se deve enganar a atual orografia da zona, transformada primeiro pelo baluarte do século XVI, que separava drasticamente o Monte do Santo Espírito do resto do Janículo, e depois modificada pelo túnel Gianicolense, que aguçou a separação com uma remoção notável de solo. Em vez disso, deve-se imaginar um pequeno vale que do jardim jesuíta, onde estão as cisternas, descia gradativamente até o local da atual entrada do túnel, mas a uma altura de pelo menos quatro metros acima do atual pavimento da estrada, e depois subia suavemente em direção a Sant' Onofrio e em direção à Propaganda Fide.

Estes vestígios constituem uma peça importante para a reconstrução da topografia antiga de toda a área entre a Piazza del Sant'Uffizio, o Borgo Santo Spirito, o Tibre, os Jardins de Torlonia (onde está agora a ser construída a rampa) e o morro da Propaganda Fide. Como já foi suficientemente demonstrado noutros lugares, este é precisamente o território que albergou efetivamente a villa de Agripina, depois de Calígula e depois de Nero. Sabemos que tinha estruturas habitacionais, até um circo (onde hoje fica a Basílica de São Pedro), jardins de um certo nível, pórticos, terraços com vista para o Tibre. Sabemos que Nero crucificou e queimou vivos os cristãos após o incêndio de Roma em 64 DC. Uma coisa completamente diferente, em suma, do que pensava o diretor das obras do parque de estacionamento Propaganda Fide, e que declarou literal e publicamente na conferência de imprensa realizada no Vaticano em 17 de Fevereiro do ano passado, depois de os arrombamentos já terem ocorrido. bem começado, quando definiu a zona apenas como um local onde «Nero ia porque era um belo local de férias a poucos passos de Roma, e creio que muito mais do que os famosos Castelos».

Certamente estes vestígios tiveram a infelicidade de se situarem exatamente onde o projeto dos engenheiros previa o entroncamento do parque de estacionamento; e quem sabe quantos outros se perderam entre todas as obras em torno de São Pedro, se até o diretor do escritório do canteiro de obras do Jubileu, Maurizio Pucci, declarou calmamente à Ansa no dia 2 de setembro : «Muitos restos como este também foram encontrados em outros canteiros de obras, mas o trabalho continuou." Pelo menos neste caso, porém, houve algumas novidades e haverá documentação, mesmo que a destruição ocorra. Não que seja o melhor, pelo contrário: o arqueólogo sabe que mesmo um fragmento pode ser importante para a compreensão e reconstrução do passado. Mas é sempre algo mais do que tudo o que, desde os túmulos dos mártires ou dos simples crentes até aos primeiros muros do Vaticano do século IX, foi apagado sem que um tiro tenha sido disparado na área nos últimos anos; apagado, por vezes, precisamente por quem deveria ter salvaguardado a santidade do lugar e a memória do nosso passado, que faz parte do presente e de nós mesmos. Cancelados nos locais confiados ao Vaticano, com o privilégio da extraterritorialidade e com o poder de dar «a disposição desejada» aos edifícios, «sem necessidade de autorizações ou consentimentos das autoridades governamentais, provinciais ou municipais italianas», precisamente porque estes «para este efeito podem confiar com segurança nas nobres tradições artísticas que a Igreja Católica ostenta» (Tratado entre a Santa Sé e a Itália, 11 de fevereiro de 1929, art. 16).

Fonte: https://www.30giorni.it/

CHARIS tem encontro marcado com o Papa em 4 de novembro

O encontro do Papa com o Catholic Charismatic Renewal International Service em 8 de junho de 2019  (Vatican Media)

Eventos organizados em Roma reunirão mais de 2 mil participantes do movimento, provenientes de várias partes do mundo. Entres os palestrantes, os cardeais Raniero Cantalamessa O.F.M Cap. e Kevin Farrell, José Prado Flores, entre outros.

Vatican News

De 2 a 4 de novembro, o Serviço Internacional para a Renovação Carismática Católica (CHARIS) promove em Roma o evento “Chamados, Transformados e Enviados”, com diversas atividades, cujo ponto culminante será o encontro com o Papa Francisco na tarde de sábado, 4 de novembro. São esperados mais de 2 mil participantes, provenientes de várias partes do mundo.

Para a quinta-feira, 2 de novembro, estão previstos 3 workshops:

1.     Na Igreja de Sant'Ignazio di Loyola em Campo Marzio sobre os temas:
       - Evangelização (manhã)
       - As Comunidades (tarde)

2.     Na Basílica Santa Maria Sopra Minerva sobre os temas:
       - Promoção humana (manhã)
       - Intercessão (tarde)

3.     Na Basílica Sant'Andrea della Valle sobre os temas:
       - Unidade dos Cristãos (manhã)
       - Grupos de oração (tarde)

Entre os palestrantes, o cardeal Raniero Cantalamessa O.F.M Cap. - assistente eclesiástico do CHARIS; o cardeal Kevin Farrell - prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida; Patti Mansfield - pioneira da RCC na América; José Prado Flores - fundador das Escolas de Evangelização de San Andrés, do México; pe. James Mallon - fundador do Ministério da Renovação Divina, do Canadá; Matt Lozano - diretor de Treinamento do Ministério Unbound, Estados Unidos e Michelle Moran - líder da RCC entre outros.

No dia 3 de novembro os participantes estarão reunidos na Missa celebrada no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro, presidida pelo cardeal Farrel. A celebração será precedida pelo concerto com a orquestra "Criança Cidadã". O dia terminará com um momento de convívio oferecido pela Comunidade Kkottognae aos sem-teto do Centro San Lorenzo.

Todos os que desejarem participar do encontro com o Papa Francisco na tarde do dia 4 de novembro poderão solicitar bilhetes gratuitos na Porta de Bronze do Vaticano e no escritório do CHARIS, durante o horário de expediente (9h00 - 17h30).

No dia 4 de novembro, o evento terminará com um “Concerto pela Paz” com a participação de grupos de jovens cristãos de vários continentes e de uma orquestra sinfônica juvenil.

A orquestra é formada por jovens de meios desfavorecidos da periferia de Recife, Brasil. A Fundação “Criança Cidadã” salva-os, assiste-os e oferece-lhes oportunidades de estudo escolar e de formação musical de qualidade. Para este evento, além de jovens brasileiros, a orquestra contará também com jovens músicos russos, ucranianos e italianos.

O concerto será transmitido, entre outros, por Vatican Media e pelos canais YouTube e Facebook do CHARIS.

*Com informações do Escritório de Imprensa do CHARIS em Roma.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Hoje é celebrado santo Antônio de Sant’Anna Galvão, o primeiro santo brasileiro

Santo Antônio de Sant'Anna Galvão (ACI Digital)

A Igreja celebra hoje (25) a memória litúrgica do primeiro santo nascido no Brasil, santo Antônio de Sant’Anna Galvão, conhecido como são frei Galvão. O franciscano fundador do Mosteiro da Luz, que até hoje é referência na cidade de São Paulo, também é recordado por suas pílulas.

Antônio de Sant’Anna Galvão nasceu em Guaratinguetá (SP), no dia 10 de maio de 1739, em uma família que tinha muitas posses. Entretanto, abriu mão de tudo para atender ao chamado de Deus e seguir a vida religiosa.

Aos 16 anos, ingressou no convento franciscano de São Boaventura de Macacu, no Rio de Janeiro (RJ). Em 1761, fez seus votos solenes e, um ano depois, foi admitido à ordenação sacerdotal. Frei Galvão, então, foi mandado para o convento de São Francisco, em São Paulo, a fim de aperfeiçoar os seus estudos de filosofia e teologia e exercitar-se no apostolado.

Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição. Atualmente o local é conhecido como Mosteiro da Luz, um patrimônio cultural da humanidade por decisão da UNESCO.

Mais tarde, em 1811, atendeu ao pedido do bispo de São Paulo (SP) e fundou também o Recolhimento de Santa Clara, em Sorocaba (SP).

Já com a saúde debilidade, frei Galvão recebeu autorização especial para morar no Recolhimento da Luz, onde passou os últimos dias de sua vida, aos cuidados das religiosas. Até que, em 23 de dezembro de 1822, faleceu aos 84 anos, com fama de santidade devido a toda uma vida dedicada a Cristo e às obras de caridade.

Frei Galvão foi beatificado pelo papa João Paulo II em 25 de outubro de 1998 e canonizado em 11 de maio de 2007 pelo papa Bento XVI, em São Paulo.

As pílulas de Frei Galvão

Segundo consta, frei Galvão ia às casas orar com as famílias pelas senhoras grávidas que tinham dificuldades de parto natural. Certo dia, foi procurado por um senhor aflito, porque sua esposa estava em trabalho de parto e em risco de perder a vida.

O franciscano escreveu em três pequenos papéis um trecho do Ofício da Santíssima Virgem, enrolou-os como pílulas e entregou-os ao homem. Este, por sua vez, deu à esposa e a criança nasceu com saúde.

Em outra ocasião, um jovem o teria procurado com dores causadas por cálculos renais. O frei fez outras pílulas e também este rapaz ficou curado.

Até hoje, as pílulas são produzidas pelas irmãs concepcionistas, conforme as orientações de frei Galvão, e entregues a pessoas que têm fé na intercessão deste santo.

Fonte: https://www.acidigital.com/

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Pais: o que fazer quando os filhos adultos brigam

Antonio Guillem | Shutterstock

Por Josephine McCaul - publicado em 23/10/23

Intervir ou deixar que eles sejam, de fato, adultos?

Como pais, sempre tentamos garantir a harmonia familiar. Quando damos as boas-vindas a uma nova criança na família, temos de gerir as personalidades diferentes e esperar que todos se dêem bem. Entretanto, brigas e acessos de raiva entre irmãos são inevitáveis. E podem levar os pais a quererem arrancar os cabelos.

Essas rixas familiares geralmente são fáceis de administrar quando os filhos são pequenas. Isso muda à medida que eles crescem.

Recentemente eu coloquei isso à prova. Meu filho e minha filha mais velhos se desentenderam feio. Não me lembro exatamente o porquê, mas sei que o meu filho de 24 anos estava descontente com o comportamento da minha filha de 23 anos comigo. Meus dois filhos ainda são estudantes e moram comigo.

Ele decidiu “dar-lhe uma lição” recusando-se a falar com ela. Ele é a pessoa mais teimosa que conheço; quando decide fazer algo, não se deixa influenciar. Prendi a respiração e esperei que esta fosse uma situação temporária. Não foi.

Minha filha entrava em uma sala e meu filho permanecia em silêncio. Eu não dizia nada, mas deveria. Até que, a certa altura, decidi intervir.

Eu coloquei os dois à mesa e tentei mediar uma conversa. Falei com eles de forma independente para tentar fazer com que ambos entendessem o ponto de vista um do outro. 

Depois, decidi me afastar das coisas. Acredito que, às vezes, os filhos precisam descobrir as coisas por si mesmos, sem que os pais tentem administrar a situação.

A reviravolta

Depois de três longos meses em que os dois pisaram em ovos e se ignoraram, decidi que era o momento certo para apontar algumas coisas para os dois.

Chamei-os separadamente e contei que entendia que ambos tinham problemas um com o outro e que isso era problema deles. No entanto, muito tempo se passou sem qualquer tentativa de fazer as pazes e, embora eu não esperasse que eles se tornassem amigos, eles precisavam demonstrar boas maneiras sob meu teto. Parte dessas maneiras envolvia cumprimentar-se com um simples “olá”.

Da noite para o dia as coisas mudaram. Meu filho estendeu a mão com um “bom dia” para sua irmã. Acho que ela ficou tão chocada, que foi realmente muito agradável com ele. Sentei-me e não disse nada. Nada mesmo.

Durante uma semana, passamos do silêncio frio até meu filho comprar comida para levar para a irmã. À medida que o relacionamento deles melhorou, permaneci em silêncio sobre a questão. Quero que eles pensem que são maduros o suficiente para administrar seu relacionamento. Quero que eles pensem que confio neles para fazer isso.

Lições aprendidas

Não tem sido fácil. Na verdade, chorei por causa da briga deles. No entanto, uma coisa que notei ao lidar com filhos adultos é que você precisa deixá-los ser adultos, e não apenas vê-los como seus filhos. Eles precisam ter permissão para ter suas opiniões e lidar com suas emoções.

Acontece que o relacionamento deles nunca foi tão forte como agora. Acho que o tempo que eles deram um ao outro fez bem a ambos e deu-lhes espaço para sentirem falta da amizade entre eles. Se eu tivesse forçado as coisas, estaríamos de volta ao ciclo de brigas, eu tentando consertar as coisas, e depois voltaríamos a mais brigas.

Compreendo que esta tática pode não funcionar para todos; entretanto, se você tentar permanecer neutro e não forçar a barra, será um bom começo para permitir que irmãos briguentos encontrem seu próprio caminho para a harmonia. E, de fato, acreditar neles como nosso Pai Celestial acredita em nós.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa: não se acostumem com as guerras, são gravíssimos horrores contra Deus e o homem

O Papa durante a oração na Praça São Pedro em 19 de outubro (Vatican Media)

O post na rede social “X” do Papa Francisco, no dia seguinte ao seu apelo no Angelus contra os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio: "a guerra é sempre uma derrota, é uma destruição da fraternidade humana". Amanhã, 24 de outubro, a publicação do livro “Non sei solo” ("Você não está sozinho"), a edição italiana do livro-entrevista com os jornalistas Ambrogetti e Rubín que já foi publicado na Argentina em fevereiro, no qual o Pontífice denuncia a guerra como "fruto de uma série de loucuras".

Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano

Horrores, "gravíssimos horrores", contra Deus e contra o homem. Assim são as guerras para o Papa, que volta a condenar os conflitos que estão ocorrendo no mundo e que ontem, depois do Angelus na Praça São Pedro, reiterou como já havia definido: "são uma derrota". Hoje o Papa fez isso no X, por meio de sua conta @Pontifex em nove idiomas, onde se lê: 

“Não devemos habituar-nos à guerra, a nenhuma guerra. Não devemos permitir que nosso coração e nossa mente fiquem anestesiados face à repetição destes gravíssimos horrores contra Deus e o homem.”

Um novo apelo

Um novo enésimo apelo, portanto, este do Papa que se junta às denúncias expressas desde o início do pontificado e reiteradas com maior vigor nos meses da agressão russa na Ucrânia e, agora, com as tensões no Oriente Médio, junto ao agravamento de ataques e violência. Um incômodo que o Pontífice também compartilhou no telefonema que fez ontem ao presidente dos EUA, Joe Biden, recentemente em visita a Israel, no qual foi reiterada a "necessidade de individuar caminhos de paz".  

Guerra, "fruto de loucuras"

E, à luz da turbulência que o mundo está testemunhando, as palavras do Papa contra a guerra no também no livro “Non sei solo” ("Você não está sozinho"). Desafios, respostas, esperanças, o livro-entrevista é assinado pelos jornalistas Francesca Ambrogetti, ex-diretora da Ansa na Argentina, e Sergio Rubin, do jornal El Clarin. O livro já havia sido publicado em fevereiro na Argentina com o título El Pastor (O Pastor); amanhã a edição italiana estará nas livrarias com a editora Salani. 

"No início do meu pontificado, afirmei que estávamos vivendo uma Terceira Guerra Mundial em pequenos pedaços, depois afirmei que esses pedaços tinham aumentado gradualmente e agora acho que é tudo um grande pedaço", disse o Papa em um trecho da entrevista, divulgada pela Agência Ansa. "Eu ainda acredito que é uma enorme tragédia ter perdido a memória da Segunda Guerra Mundial. Certa vez, observando os governantes dos países que participaram do conflito durante uma comemoração dos desembarques na Normandia, achei que eles deveriam chorar. Só ali morreram quase 30.000 pessoas. A guerra é o resultado de uma série de loucuras".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF