Translate

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Santa Catarina Labouré, a vidente da Medalha Milagrosa

Santa Catarina Labouré, a vidente da Medalha Milagrosa (Guadium Press)

No dia de hoje, 28 de novembro, a Igreja Católica celebra a memória litúrgica de Santa Catarina Labouré, a vidente da Medalha Milagrosa.

Redação (28/11/2022 08:37, Gaudium Press) Em fins de 1858, corriam por Paris notícias a respeito das aparições de Nossa Senhora a uma camponesa dos Pirineus, em Lourdes, rincão de pouca relevância do território francês. Trocavam-se impressões sobre as extraordinárias curas constatadas após o uso das águas da miraculosa nascente da Gruta de Massabielle e, sobretudo, comentava-se a celebridade da jovem vidente, Bernadette Soubirous, cuja despretensão e inabalável fé suscitavam a admiração do povo, que já a venerava como santa.

Difundindo-se célere pela capital francesa, a novidade chegou aos ouvidos também das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, que serviam aos idosos do asilo de Enghien. Entabularam uma animada conversa, na qual se ouviu uma exclamação saída dos lábios de uma religiosa que, embora discreta, mostrava-se tomada por veemente entusiasmo naquele momento: “É a mesma!”. Nenhuma delas alcançou o significado destas palavras. Entreolhando-se com estranheza, continuaram a falar, como se nada tivessem ouvido.

“Um arco-íris místico entre a Rue du Bac e Lourdes”

Em 1830, uma noviça da Casa-Mãe da Companhia das Filhas da Caridade, situada em Paris à Rue du Bac, também fora contemplada com aparições de Nossa Senhora, as quais já haviam adquirido fama mundial. Além de fazer importantes revelações sobre o futuro da Congregação e da França, a Mãe de Deus confiara à vidente a missão de mandar cunhar uma medalha através da qual Ela derramaria abundantes graças sobre o mundo. A distribuição dos primeiros exemplares deu-se em razão da epidemia de cólera que grassava por Paris, e foram tantas e tão surpreendentes as curas atribuídas ao uso dessa medalha – não sem razão denominada pelo povo de Milagrosa -, que em pouco tempo ela já se difundira por diversos países.

O nome da vidente, contudo, permanecia incógnito, mesmo entre suas irmãs de hábito. E só foi revelado após sua morte: era a silenciosa, diligente e sempre bem-humorada Irmã Catarina Labouré! Seus olhos azuis, serenos e límpidos, brilhavam de alegria ao ouvir falar pela primeira vez das recentes aparições de Lourdes, um eco das ocorridas na Rue du Bac. Era outra luz que despontava no mesmo caminho de misericórdia traçado pela Rainha do Céu para conduzir a humanidade a uma nova era de graças marianas.

Não havia dúvida, era “a mesma”! À noviça de Paris, a Virgem ensinara a fórmula para invocá-La: “Ó Maria concebida sem pecado”. A Bernadete, assim se apresentara: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Exultante de contentamento, Irmã Catarina passou a nutrir profunda admiração pela nova vidente, embora não a conhecesse. Não sabia ela que, em Lourdes, Bernadete trazia ao pescoço a Medalha Milagrosa quando viu a Mãe de Deus, e provavelmente nutria em seu coração nobres sentimentos de veneração pela incógnita vidente da Virgem da Medalha… Pelo prisma sobrenatural, havia uma estreita união de almas das duas santas, formando “como que um arco-íris místico entre a Rue du Bac e Lourdes”.

Santa Bernadete dava provas de heroica humildade, restituindo à Rainha do Céu as honras e louvores que o povo lhe tributava. Santa Catarina praticava de modo diferente igual humildade: vivia entregue às mais modestas funções no asilo de Enghien, onde serviu aos idosos e pobres durante mais de quarenta anos.

Infância nimbada de fé e seriedade

Quando Catarina nasceu, em 2 de maio de 1806, permaneciam ainda na França as chagas da irreligião abertas pela Revolução de 1789. No pequeno povoado borgonhês de Fain-lès-Moutiers, onde a família Labouré residia, não havia sacerdote. Para batizar a recém-nascida, foi preciso chamar o pároco do lugarejo vizinho. Apesar da generalizada negligência religiosa do tempo, da qual não se excluía seu pai, Pedro Labouré, a fé de Catarina e de seus nove irmãos foi salvaguardada e fortalecida graças ao empenho da mãe, Madalena Gontard, cuja principal preocupação na educação dos filhos foi inculcar-lhes uma ilimitada confiança na Santíssima Virgem.

Os primeiros anos de Zoé – assim se chamava nossa santa, antes do ingresso na vida religiosa – transcorreram sem nuvens, em meio às alegrias de uma infância perfumada pela inocência. Adquiriu desde cedo gosto pela oração e não hesitava em abandonar os infantis divertimentos quando a mãe a chamava para rezarem juntas diante da singela imagem de Nossa Senhora entronizada numa sala da residência.

Dotada de um precoce senso de responsabilidade e seriedade, Zoé logo percebeu as dificuldades da mãe na execução das árduas tarefas de manutenção da casa, e resolveu ajudá-la. Antes de completar oito anos, já sabia costurar, ordenhar as vacas, preparar a sopa e varrer o chão. E a compenetração que a movia a abraçar com alegria a monótona faina diária – tanto no lar, durante a infância e juventude, quanto no asilo de Enghien, ao longo de mais de quatro décadas – foi por ela mesma explicitada com palavras simples e cheias de luz: “Quando se faz a vontade de Deus, jamais se sente tédio”.

Santa Catarina Labouré, a vidente da Medalha Milagrosa (Guadium Press)

Uma graça transformante

Aos nove anos de idade, a pequena Zoé viu o horizonte de sua vida toldar-se pela tragédia: em outubro de 1815, faleceu sua mãe. Ao contemplar seu corpo inerte, chorou copiosamente, mas não por muito tempo, pois ela própria lhe havia ensinado a quem recorrer nos momentos de aflição. Passado o primeiro choque, dirigiu-se à sala onde se encontrava a imagem de Nossa Senhora, diante da qual tantas vezes rezara em companhia da mãe. Resoluta, subiu numa cadeira para pôr-se à altura da imagem, abraçou-a e exclamou, entre soluços: “De agora em diante, Vós sereis minha Mãe!”. A resposta da Rainha do Céu foi imediata. A menina, que ali chegara débil e desfeita em lágrimas, retirou-se forte e disposta a enfrentar as adversidades. Foi essa a última vez que ela chorou na vida, pois a virtude da fortaleza a acompanhou num crescendo até o fim de seus dias.

Em 1871, quando já era uma religiosa de 65 anos, o movimento revolucionário da Comuna de Paris proporcionou-lhe diversas ocasiões de manifestar, com heroísmo, essa virtude. Um dia, por exemplo, tomou a iniciativa de dirigir-se ao quartel-general dos insurrectos para defender sua superiora, contra quem fora expedida uma ordem de detenção. Expôs seus argumentos com tal firmeza ante quase sessenta comuneiros ali presentes que terminou por sair vitoriosa. Impressionados, os revolucionários passaram a tratá-la com muita deferência; chegaram inclusive a pedir-lhe para depor no julgamento de uma prisioneira, e tomaram seu depoimento, favorável à ré, como última palavra no caso.

Um desdobramento dessa graça recebida na infância foi a constância de ânimo com a qual suportou as inúmeras manifestações de impaciência e incredulidade de seu confessor quando, por ordem de Nossa Senhora, lhe relatava as visões havidas. Poucos meses antes de sua morte, ela confidenciou à superiora que a atitude desse sacerdote constituíra para ela um verdadeiro martírio. Ela padeceu com a fortaleza dos mártires esse holocausto silencioso, que lhe fora anunciado pela própria Santíssima Virgem, na primeira de suas aparições: “Minha filha, o Bom Deus quer te encarregar de uma missão. Terás muitas dificuldades, mas as superarás, considerando que ages para a glória d’Ele. Saberás discernir o que vem do Bom Deus. Serás atormentada até que o digas àquele que está encarregado de te conduzir. Serás contraditada. Mas terás a graça. Não temas. Dize tudo com confiança e simplicidade. Tem confiança”.

Uma verdadeira filha de São Vicente de Paulo

“Ficarás feliz em vir a mim. Deus tem desígnios a teu respeito”. Quando tinha cerca de 14 anos, Catarina ouviu em sonho estas palavras dirigidas a ela por um sacerdote desconhecido, cujo olhar penetrante e cheio de luz gravou-se para sempre em sua lembrança. Alguns anos mais tarde, visitando uma casa das Filhas da Caridade, deparou-se com um quadro do fundador da Congregação, São Vicente de Paulo, em cuja fisionomia reconheceu o sacerdote do sonho. Ficou-lhe clara, então, a vocação à qual já se sentira tantas vezes atraída: seria filha de São Vicente!

Entretanto, quando no seu 21º aniversário, em 2 de maio de 1827, anunciou em casa sua decisão, o pai se opôs taxativamente. Após tentar, em vão, dissuadi-la de abraçar a vida religiosa, ele a enviou a Paris, para trabalhar no restaurante de um de seus irmãos, na ilusão de que ali ela acabaria por encontrar um bom partido e casar-se.

Aquele ambiente, porém, frequentado por operários rudes e muitas vezes imodestos, não fez senão fortalecer a pureza ilibada da jovem. Tal era seu amor pela vocação que já se portava como uma autêntica Filha da Caridade, cumprindo com perfeição as recomendações feitas pelo Santo às suas filhas espirituais, entre as quais esta: “Se às religiosas [de clausura] é exigido um grau de perfeição, às Filhas da Caridade devem ser exigidos dois”.

Catarina não desejava outra coisa senão abraçar por inteiro essa ousada meta, e perseverou em seu propósito até vencer a obstinação do pai. “Se observarmos bem as pequenas coisas, faremos bem as grandes”, escreveria ela, décadas mais tarde, ao terminar um período de exercícios espirituais.

A confiança e a simplicidade de uma alma inocente

Finalmente, em 21 de abril de 1830, Catarina chegou ao Convento da Rue du Bac. O Conselho das Superioras logo discerniu nela uma autêntica vocação: “Tem 23 anos e convém muito à nossa comunidade: piedosa, bom caráter, temperamento forte, amor ao trabalho e muito alegre”, foi o parecer escrito a seu respeito. Ademais, era uma genuína camponesa, tal qual desejava São Vicente, que tomara os bons predicados das aldeãs como base natural para perfilar o ideal de virtude das Filhas da Caridade. E, quer na vida comunitária, quer no serviço dos pobres, e mesmo durante as manifestações sobrenaturais das quais foi objeto, sempre brilhou em Irmã Catarina uma das virtudes mais amadas pelo Santo Fundador: a simplicidade de coração.

“O espírito das camponesas é simplíssimo: nem rastro de fingimento nem palavras de duplo sentido; não são teimosas nem apegadas às suas opiniões. […] Assim, minhas filhas, devem ser as Filhas da Caridade, e sabereis que o sois se fordes simples, sem recalcitrâncias, submissas ao parecer dos outros e cândidas em vossas palavras, e se vossos corações não pensarem uma coisa enquanto vossas bocas pronunciam outra”. Este ideal delineado por São Vicente encontrou, quase dois séculos depois, perfeita realização na alma desta dileta filha.

Na semana seguinte à sua chegada ao convento, apareceu-lhe três vezes, em dias consecutivos, o coração de São Vicente, prenunciando as iminentes desgraças que se abateriam sobre a França, com a promessa de que as duas Congregações por ele fundadas não pereceriam. A feliz noviça teve a graça de ver também Cristo presente na Sagrada Hóstia, durante todo o tempo de seu seminário, “exceto todas as vezes que eu duvidava”, confidenciou ela.

Imbuída da Fé que move as montanhas e atrai a benevolência de Deus, Catarina não titubeou em pedir mais: queria ver Nossa Senhora. Na véspera da festa do Fundador – que então se comemorava a 19 de julho -, confiou-lhe seu desejo numa breve oração e foi dormir esperançosa: “Deitei-me com a ideia de que naquela mesma noite veria minha boa Mãe. Havia muito tempo que queria vê-La”. E foi generosamente atendida, não só “naquela mesma noite”, como também em duas outras aparições, uma em novembro e outra em dezembro do mesmo ano de 1830.

Com o passar dos anos, intensificou-se nela a confiança filial e ilimitada que depositava nesses três pilares de devoção, a tal ponto que, pouco antes de falecer, ela não pôde esconder o espanto quando a superiora lhe perguntou se não tinha medo da morte: “Por que temeria ir ver Nosso Senhor, sua Mãe e São Vicente?”.

Santa Catarina Labouré, a vidente da Medalha Milagrosa (Guadium Press)

“A Santíssima Virgem escolheu bem”

Santa Catarina jamais violou o segredo acerca de sua condição de vidente e mensageira das aparições da Medalha Milagrosa. Contudo, muitas pessoas chegaram a vislumbrar nela a predileta da Rainha do Céu, tal era seu amor a Deus, não só afetivo, pois inegável era sua ardorosa piedade, mas também efetivo, como o testemunhou uma de suas contemporâneas: “Suas ações, em si mesmas ordinárias, ela as fazia de maneira extraordinária”. Havia nela algo de discreto, alcandorado e inefável.

Sua santidade era a principal mantenedora do segredo. Às irmãs que ousaram interpelá-la nesse sentido, sua resposta consistiu sempre num absoluto silêncio. Um silêncio nascido da humildade, sem nada de taciturno nem de ríspido; pelo contrário, um silêncio sacral, que chegava a despertar veneração.

Quando, após sua morte, foi anunciado às Filhas da Caridade o nome da vidente da Rue du Bac, tiveram elas uma reação marcada mais pela admiração do que pela surpresa. Não era difícil associar a exemplar irmã à figura – já um tanto mitificada – da vidente ignota. E era impossível não ficarem deslumbradas ao constatar a excelência de sua humildade, que a mantivera no anonimato, embora exercendo uma missão de alcance universal.

Quiçá naquele momento tenha ocorrido à lembrança das irmãs o ingênuo dito que as crianças do orfanato dirigido pelas Filhas da Caridade costumavam repetir entre si, observando de longe a Irmã Catarina Labouré: “A Santíssima Virgem escolheu bem”. Teriam sido estas palavras, tão verdadeiras, mero fruto da imaginação infantil ou haveria Deus, mais uma vez na História, revelado aos pequeninos os mistérios ocultados aos sábios e entendidos?

Sem embargo, mais luminosa que o heroico silêncio é a lição de confiança filial deixada por Santa Catarina na Mãe que nunca desampara. “A confiança tem sempre esse prêmio. Pedindo com confiança, recebe-se mais, com mais certeza e mais abundantemente. A confiança abre-nos o Sapiencial e Imaculado Coração de Maria”.

Por Irmã Isabel Cristina Lins Brandão Veas, EP

Fonte: https://gaudiumpress.org/

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Deixar o trabalho no trabalho

Família (Opus Dei)

Deixar o trabalho no trabalho

Elisabetta e Andrea são casados há quase dez anos e têm dois filhos pequenos. Até que ponto é difícil para os pais descansarem um pouco quando terminam o trabalho?

21/11/2023

“Quando nos casamos – diz Andrea – estávamos preparados para estar abertos à vida, mas os filhos não vinham. Isto foi uma prova para nós, mas sabíamos que já éramos uma família”. “Para nos tornarmos mais família – acrescenta Elisabetta – ajudou-nos muito começar a rezar juntos”.

Depois de cinco anos de casamento, chegou Pietro, após um período muito duro: “O meu pai adoeceu e morreu em pouco tempo. O nascimento de Pietro foi um belo presente do Senhor para nos aliviar daquela dor”.

“Graças às políticas internas da empresa onde trabalho – diz Andrea, engenheiro de gestão – pude ter uma longa licença parental com 100% de reembolso, uma verdadeira raridade para os pais. Isto e a proximidade da família de Elisabetta ajudaram-nos muito durante os primeiros meses de vida de Pietro”.

Os desafios da rotina

Elisabetta, dentista, trabalha em três consultórios diferentes, “mas há algum tempo deixei de trabalhar aos sábados para ter um dia extra por semana, em que estou totalmente ausente do trabalho. De fato, trabalhando com crianças, o meu horário geralmente é incompatível com a minha presença em casa para estar com os meus filhos depois da escola. Como muitos pais, tenho de lutar para não trazer trabalho para casa, mesmo que só mentalmente”.

“Tendo trabalhado em smartworking desde antes da pandemia – explica Andrea – eu conhecia os desafios deste tipo de situação. Com a chegada de Pietro e agora Costanza, a luta de cada dia de trabalho é para não andar em multitasking entre os assuntos de trabalho e os da família”.

Mas quais são os momentos do dia em que se pode pensar, também com o Senhor? Para Andrea é a Missa diária, “um momento de recarga no qual sou capaz de contextualizar o que me espera”, enquanto que para Elisabetta são esses minutos distribuídos ao longo do dia, “desde as pequenas orações ditas com Pietro à noite, até o Ângelus”.

Um instrumento que tem sido e é muito útil para Elisabetta e Andrea viverem a sua vida familiar com mais empenho é o Family Enrichment, uma oportunidade de estar com outros casais e partilhar os desafios da vida familiar. “O método de estudo do caso utilizado no Family Enrichment permite explorar realidades concretas. Por exemplo – explica Elisabetta – desde a chegada de Costanza, Pietro começou a gritar. É reconfortante saber que isto aconteceu a outros e compreender como viver esta situação”.

Meditar com o Papa Francisco

No horizonte do amor, essencial na experiência cristã do matrimónio e da família, destaca-se ainda outra virtude, um pouco ignorada nestes tempos de relações frenéticas e superficiais: a ternura. Detenhamo-nos no terno e denso Salmo 131, onde – como se observa, aliás, noutros textos (cf. Ex 4, 22; Is 49, 15; Sl 27/26, 10) – a união entre o fiel e o seu Senhor é expressa com traços de amor paterno e materno. Lá aparece a intimidade delicada e carinhosa entre a mãe e o seu bebé, um recém-nascido que dorme nos braços de sua mãe depois de ter sido amamentado. Como indica a palavra hebraica gamùl, trata-se dum menino que acaba de mamar e se agarra conscientemente à mãe que o leva ao colo. É, pois, uma intimidade consciente, e não meramente biológica. Por isso canta o Salmista: “Estou sossegado e tranquilo, como criança saciada ao colo da mãe” (Sl 131/130, 2). Paralelamente, podemos ver outra cena na qual o profeta Oseias coloca na boca de Deus, visto como pai, estas palavras comoventes: “Quando Israel era ainda menino, Eu amei-o (...), Eu ensinava Efraim a andar, trazia-o nos meus braços (...). Segurava-o com laços de ternura, com laços de amor, fui para ele como os que levantam uma criancinha contra o seu rosto; inclinei-me para ele para lhe dar de comer” (Os 11, 1.3-4).

(Amoris Laetitia, 28)

O amor de amizade unifica todos os aspetos da vida matrimonial e ajuda os membros da família a avançarem em todas as suas fases. Por isso, os gestos que exprimem este amor devem ser constantemente cultivados, sem mesquinhez, cheios de palavras generosas. Na família, “é necessário usar três palavras: com licença, obrigado, desculpa. Três palavras-chave”. “Quando numa família não somos invasores e pedimos “com licença”, quando na família não somos egoístas e aprendemos a dizer “obrigado”, e quando na família nos damos conta de que fizemos algo incorreto e pedimos “desculpa”, nessa família existe paz e alegria”. Não sejamos mesquinhos no uso destas palavras, sejamos generosos repetindo-as dia a dia, porque “pesam certos silêncios, às vezes mesmo em família, entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre irmãos”. Pelo contrário, as palavras adequadas, ditas no momento certo, protegem e alimentam o amor dia após dia.

(Amoris Laetitia, 133)

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

As Quatro Velas do Advento

Tempo do Advento (diocesedebarreiras)

As Quatro Velas do Advento

O advento tem quatro domingos. E para cada domingo tem uma vela especial, de cor diferente.

O significado das velas é o seguinte:

A Primeira Vela: Vermelha, lembra o profeta Isaías, que proclamava: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz que resplandeceu na região tenebrosa.” Significa na terra onde Jesus nasceu de uma virgem chamada Maria.

A Segunda Vela: Roxa, lembra o profeta João Batista (precursor do Salvador) que veio dar testemunho da verdadeira luz que é Cristo. Veio para o que era seu, mas os seus não o reconheceram. Mas a todos aqueles que o receberam (creram no seu nome) deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.

A Terceira Vela: Rosa, lembra Maria que recebeu a mensagem do anjo. “Não temas, Maria, eis que conceberás e darás à luz um filho e pôr-lhe-ás o nome de Jesus e será chamado filho de Deus, sendo luz para todos que jazem nas sombras da morte.”

A Quarta Vela: Branca, lembra o próprio Jesus Cristo, anunciado pelos profetas e acolhido por Maria, sua mãe. E o anúncio: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida.”

Fonte: Pe Sérgio (http://www.folhaojornal.com.br/)

Milagre com o homem hidrópico: Reflexões sobre saúde e fé

Mosaïque byzantine représentant la guérison par Jésus de l'homme à la main paralysée. Cathédrale de Monreale (Sicile) | Domaine public I Sibeaster — Travail personnel

Por Igor Precinoti - publicado em 27/11/23

Qual doença poderia estar acometendo o homem que foi curado por Jesus? O que significa a palavra hidrópico?

1. Jesus entrou num sábado em casa de um fariseu notável, para uma refeição; eles o observavam. 2. Havia ali um homem hidrópico. 3. Jesus dirigiu-se aos doutores da Lei e aos fariseus: “É permitido ou não fazer curas no dia de sábado?”. 4. Eles nada disseram. Então Jesus, tomando o homem pela mão, curou-o e despediu-o. 5. Depois, dirigindo-se a eles, disse: “Qual de vós que, se lhe cair o jumento ou o boi num poço, não o tira imediatamente, mesmo em dia de sábado?”

A passagem bíblica narrada no evangelho de São Lucas (14,1-5) é rica em significado e as principais homilias e discussões teológicas sobre ela dizem respeito à observância do sábado no contexto judaico. 

Jesus, antecipando-se às críticas, lança um desafio aos seus anfitriões com uma questão ética: seria lícito curar no sábado ou não? Sem esperar pela resposta, Ele toca o homem e o cura e, depois, confronta os presentes com uma analogia: se um boi cair em um poço no sábado, não seria imediatamente retirado por seu dono? Com essa comparação, Jesus destaca o erro de quem valoriza mais as regras do que a misericórdia e a caridade.

Apesar de o foco da grande maioria dos textos sobre esta passagem discutir sobre as questões teológicas da cura no sábado, a finalidade deste artigo é debater o objeto da cura. Qual doença poderia estar acometendo o homem que foi curado? O que significa a palavra hidrópico?

O termo homem hidrópico se refere a um indivíduo que sofre de uma condição chamada hidropisia, atualmente este nome não é muito comum na prática médica. Refere-se ao acúmulo anormal de líquidos no organismo e, hoje, as expressões mais utilizadas para esta condição são: inchaço ou edema. Quando este inchaço ocorre em todo o corpo ele passa a se chamar anasarca.

É impossível ter certeza a respeito das condições clínicas do indivíduo em questão, porém considerando que ele foi identificado como um homem hidrópico, provavelmente seu inchaço estava visível a todos e, por isso, podemos imaginar que se tratava de um caso de edema generalizado ou anasarca. Mas, afinal, o que leva um indivíduo a ter hidropsia? 

Existem várias condições que podem causar a hidropsia ou anasarca, dentre elas duas chamam a atenção por sua relevância. A primeira e mais importante é uma condição chamada insuficiência cardíaca. Esta doença acontece quando o coração perde a sua eficiência, tornando incapaz de bombear sangue, de maneira adequada, para todo o organismo, ao mesmo tempo que tem dificuldade em drenar todo o sangue bombeado das extremidades de volta para o coração para um novo ciclo circulatório. 

Esta dificuldade na drenagem sanguínea é responsável pelo inchaço (ou edema). Quando a doença está em fases iniciais é percebida como um inchaço nos pés, que vai subindo para as pernas no decorrer do dia, mas que melhora quando nos deitamos à noite para dormir. À medida em que a insuficiência cardíaca se agrava, o inchaço vai ficando cada vez mais grave e o indivíduo já acorda com as pernas edemaciadas, além de apresentar pouca resistência para realizar atividades físicas leves, chegando, em casos mais graves, a dificuldade, inclusive, para respirar devido ao acúmulo de líquido nos pulmões.

As principais causas de insuficiência cardíaca são a hipertensão arterial mal controlada e os infartos; por isso, a importância de nunca se esquecer de utilizar as medicações para a pressão, evitar o tabagismo e manter uma dieta balanceada. 

O segundo motivo para a hidropsia, ou anasarca é a insuficiência renal. Isto ocorre quando os rins perdem sua capacidade de eliminar o excesso de líquidos do corpo e este acúmulo de líquidos no organismo leva ao edema generalizado ou anasarca.

As consequências de uma insuficiência renal são muito graves, devido à incapacidade de o rim eliminar também as toxinas do corpo, o que pode levar a grande mal-estar e até à morte, sendo necessário, em alguns casos, a substituição do rim por meio de transplante ou, quando não for possível, o indivíduo deve ser submetido a sessões de hemodiálise (uma máquina “filtra o sangue” substituindo algumas das funções do rim). 

As principais causas de insuficiência renal são o uso inadequado de anti-inflamatórios por pessoas que se automedicam ou o controle inadequado do diabetes e da pressão arterial. Este é um dos principais motivos das campanhas públicas e da insistência dos médicos para que seus pacientes utilizem regularmente os seus medicamentos para a hipertensão e o diabetes e nunca se automediquem quando estão com alguma dor ou incômodo físico. 

Concluindo, o estudo das Escrituras é um campo fértil não somente para assuntos teológicos, mas também para outras áreas do conhecimento. Ao contemplarmos a passagem bíblica que descreve o milagre realizado por Jesus em um dia de sábado, somos levados a uma reflexão mais profunda que transcende o contexto da tradição religiosa de seu tempo e adentra no âmbito da compaixão humana.

Do ponto de vista médico, a cura do homem hidrópico é um alerta sobre a importância do autocuidado. Convida-nos a ficar atento às doenças que podem levar ao quadro de hidropsia, tal como a insuficiência cardíaca e a insuficiência renal. Elas são frequentemente resultantes de hábitos de vida e de condições de saúde inadequados, mas que podem – e devem – ser prevenidos.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Matteo Bruni responde a jornalistas sobre a saúde do Papa

Papa Francisco (Vatican Media)

Em resposta aos jornalistas o diretor da Sala de Imprensa vaticana disse que as condições do Papa são boas e estacionárias, não tem febre e a sua situação respiratória é em evidente melhoramento.

Vatican News

Respondendo às perguntas dos jornalistas, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, afirmou:

Confirmo que a tomografia computadorizada descartou pneumonia, mas mostrou uma inflamação pulmonar que estava causando algumas dificuldades respiratórias. Para maior eficácia da terapia, foi posicionada uma agulha com cânula para infusão de terapia antibiótica por via endovenosa.

As condições do Papa são boas e estacionárias, não tem febre e a sua situação respiratória é em evidente melhoramento.

Para facilitar a recuperação do Papa, alguns compromissos importantes programados para estes dias foram adiados para que ele possa dedicar-lhes o tempo e a energia desejados. Outros, de natureza institucional ou mais fáceis de realizar devido às atuais condições de saúde, foram mantidos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Afinal, quem sou eu?

fizkes | Shutterstock

Por Matheus Bazzo - publicado em 26/11/23

Os frutos do autoconhecimento vão muito além das vantagens vocacionais e profissionais...

É comum que uma jornada de sucesso comece com a pergunta mais incômoda que poderíamos fazer: quem sou eu? Esse questionamento é extremamente desconfortável, talvez o mais desconfortável de todos. Estamos lá vivendo nossas vidas de maneira controlada e burguesa, anestesiados pelo entretenimento e pelas redes sociais. E, de repente, surge lá atrás da nossa mente esse espinho eterno. Quem sou eu? E dessa pergunta incômoda derivam seus filhotes igualmente incômodos: qual meu propósito? Estou fazendo tudo que posso? Qual o sentido do que estou fazendo?

Mas, afinal de contas, por que precisamos responder a essas perguntas? Será que esquecê-las não seria mais fácil? Acontece que resulta de sua resposta o sucesso dos empreendimentos mais fundamentais de nossas vidas.

Há uma frase de Margaret Thatcher que costumo repetir aos times das minhas empresas: “Ser líder é como ser uma dama: se você precisa provar que é, então é porque não é.” Ou seja, é necessário ser antes de parecer ser. E esse ser só pode surgir a partir da realidade da vida. Ser um líder de verdade só é possível àquele que, como dizia Ricardo Güiraldes, “sabendo dos males desta terra, por tê-los vivido, temperou-se para domá-los”. 

Conhecer a si mesmo e suas próprias limitações é o cerne para uma carreira de sucesso, pois nela se nota a atuação de um líder. Seja como líder interno dentro de uma empresa, seja como líder fundador de um negócio, seja como profissional independente, a influência é o grande sinal do profissional vocacionado. Todos somos chamados a sermos líderes e influenciadores (não confundir com influencers) — em nossa família, trabalho e vida social. Somente um líder de verdade é capaz de conduzir um empreendimento magnânimo por longo prazo de maneira estável e segura para seus próximos. 

Mas, para isso, é imprescindível conhecer-se. O surgimento de um líder magnânimo acontece de forma concomitante ao surgimento da resposta daquela pergunta impertinente sobre quem nós somos. Citarei três características para ajudar nesse discernimento.

O primeiro atributo que favorece a liderança no autoconhecimento é que conhecer-se ajuda a reconhecer os meios de ação. Aquele que sabe de suas limitações, sabe também o que é e o que não é capaz de fazer. Isso é valioso e evita muitos erros na vida. Especialmente quando se está vivendo uma carreira de ascensão, é fácil iludir-se com algumas conquistas e acreditar que é capaz de realizar coisas maiores, esquecendo-se das responsabilidades menores. É o caso do peixe que morreu asfixiado, pois achou que poderia ser um pássaro e pulou para fora d’água. Conhecer os próprios limites é um elemento imprescindível para nosso desenvolvimento.

Dessa primeira característica surge a segunda: conhecer os limites nos permite a correta delegação do trabalho. Há, na jornada de cada um, o instante decisivo quando é necessário transmitir aos subordinados ou aos colaboradores atividades que você não é mais capaz de executar. Naturalmente, crescer é delegar. Porém, só é possível delegar de maneira saudável aquele que sabe mais sobre si mesmo. Ou seja, quem reconhece o que pode e o que não pode fazer.

A terceira característica no desenvolvimento de um líder é que quem está próximo reconhece a autoridade pela sua integridade. Ou seja, o líder verdadeiro é aquele que pratica o que prega. Em inglês, temos a expressão “walk the talk” — aquele que anda conforme diz. É muito fácil fingir autoridade nas redes sociais. É muito fácil atribuir a si mesmo grandes feitos, especialmente quando estamos tratando com uma plateia com poucos critérios e sem a devida educação, como é infelizmente o caso de muitos brasileiros. O público daqui é facilmente enganado pela aparência de liderança e autoridade. Porém, para conduzir uma carreira grandiosa, é necessário exercer influência e liderança em pessoas próximas de você e por muito tempo. De maneira que a liderança falsa, a liderança de palco, é facilmente contestada dentro de uma hierarquia de empresa ou organização. Para isso, é fundamental que o líder se conheça. As pessoas notam, mesmo que intuitivamente, quando estão lidando com um charlatão. Há dentro de cada pessoa uma centelha divina de inteligência: em alguns, mais e; em outros, menos ou muitíssimo menos. Mas sempre há. Um legado de sucesso só se constrói mediante a atuação de uma pessoa que se conhece e se mantém íntegra aos seus limites e propósitos. A integridade é o fermento da liderança. É aquilo que permite que ela cresça e se desenvolva de maneira natural e orgânica. 

Mas os frutos do autoconhecimento vão muito além dessas vantagens vocacionais e profissionais. Precisamos sempre manter nosso horizonte o mais longínquo possível. O livro do Apocalipse conta que, no fim dos tempos, cada um dos que forem salvos receberá uma “pedra branca, na qual está escrito um nome novo que ninguém conhece, senão aquele que o receber” (AP 2,17). Há inúmeras interpretações sobre esse trecho, muitas delas explicitando seu sentido escatológico. Porém, não deixa de chamar atenção o sentido profundamente vocacional. No ocaso dos tempos — seja no Apocalipse do tempo ou de nossa biografia pessoal —, receberemos um nome, uma identidade definitiva, escrito em uma pedra branca, pois é sinal de pureza, de consolidação da nossa identidade. Não uma pedra pigmentada, mas branca, pois representa que tudo aquilo que nós não somos, todas nossas sujeiras e impurezas foram apagadas da memória de Deus. A promessa da vida eterna é a da realização perfeita da nossa identidade e a resposta final para a pergunta: quem sou eu?

Fonte: https://pt.aleteia.org/

NAZARENO: Repudiada, mas em segredo (o sonho de José) - (2 )

Nazareno (Vatican Media)

Cap. 2 - Repudiada, mas em segredo (o sonho de José)

Maria tem medo da reação de José, decide não falar com ele e parte para visitar Isabel, a futura mãe de João Batista, que mora em uma aldeia nos arredores de Jerusalém. Ficará com ela por três meses e a ajudará nas tarefas domésticas. "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!" é a saudação de Isabel, que conhece o segredo de Maria. Em seu retorno a Nazaré, a espera a verdade a ser dita a José. O carpinteiro pensa em repudiá-la em segredo e depois decide acreditar em suas palavras, graças também ao anjo que lhe aparece em sonho. “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados”. Também ele disse sim a Deus.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2023/07/07/09/137203355_F137203355.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nossa Senhora das Graças e a Medalha Milagrosa: um sinal em meio ao caos

La Vierge Marie est apparue à Catherine Labouré, rue du Bac à Paris, entre juillet et décembre 1830
Deloche Lissac

Por Reportagem local - publicado em 18/12/22

Recordemos a Virgem da Medalha Milagrosa, cujas aparições aconteceram durante uma enorme crise social, política e econômica.

França, início do século XIX. De família humilde, nasce Catherine Labouré, que, ainda jovem, ingressa ao noviciado das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo e, ainda noviça, recebe a graça de ver Nossa Senhora em pessoa.

Maria lhe aparece na capela das Filhas da Caridade, na Rue du Bac, em Paris. A capital da França está em crise: a Revolução de Julho de 1830 destituiu o monarca e deixado os trabalhadores à deriva: desempregados e furiosos, eles organizaram mais de 4.000 barricadas pela cidade.

A Mãe de Deus apareceria diversas vezes em visões para a jovem noviça, que hoje conhecemos como Santa Catarina Labouré ou, pelo seu nome em francês, como Santa Catherine Labouré.

Na segunda aparição, Nossa Senhora está de pé sobre uma esfera branca, esmagando com os pés uma serpente e trazendo nas mãos um globo.

De repente, o globo desaparece e os braços da Virgem se estendem para a terra. Seus dedos estão ornados com anéis de pedrarias, dos quais são emanados raios de luz que simbolizam as graças concedidas a quem as pede.

Porém, algumas pedras não emitem luminosidade alguma: elas simbolizam as pessoas que nunca pedem nenhuma graça a Maria. Em seguida, em formato oval, aparece esta inscrição:

“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

Na visão de Catarina, o verso dessa imagem mostra a letra “M”, encimada por uma cruz, e, abaixo, dois corações.

O Sagrado Coração de Jesus está coroado por espinhos; o Imaculado Coração de Maria está cercado por rosas e trespassado por uma espada.

TAJEMNICA MARYI
Xhienne/Wikimedia Commons | CC BY-SA 3.0

Uma voz lhe afirma claramente:

“Manda cunhar uma medalha a partir deste modelo”.

Além de instruir Catarina a fazer a medalha baseada nessa visão, Nossa Senhora promete abundantes graças para todos os que a usarem com confiança.

A medalha e os relatos de milagres

Dois anos depois, uma avassaladora epidemia de cólera arranca a vida de mais de 20.000 parisienses.

As religiosas distribuem a medalha milagrosa e logo começam a ser relatados vários casos de cura, bem como de proteção contra a doença.

A medalha de Maria também desata alguns eventos surpreendentes. Oito anos após a epidemia, a capela da Rue du Bac volta a receber aparições.

A Mãe de Deus aparece desta vez para a irmã Justine Busqueyburu, confiando a ela o Escapulário Verde do seu Coração Imaculado para a conversão dos pecadores, em particular dos que não têm fé.

Dois anos depois, o banqueiro francês Alphonse Ratisbonne, ateu, membro de uma destacada família judaica, se converte ao catolicismo. Ratisbonne tinha visitado Roma usando por brincadeira a medalha milagrosa.

Ao visitar a famosa igreja barroca de Sant’Andrea delle Fratte, em 20 de janeiro de 1842, ele próprio recebe uma aparição de Maria. Ratisbonne se converte ali mesmo.

“Ele não conseguia explicar como tinha passado do lado direito da igreja para o altar lateral oposto… Tudo o que ele sabia era que, de repente, estava de joelhos perto daquele altar. No começo, conseguiu ver claramente a Rainha do Céu em todo o esplendor da sua beleza imaculada, mas não pôde continuar olhando para o brilho daquela luz. Por três vezes tentou olhar novamente para a Mãe de Misericórdia; por três vezes foi incapaz de levantar os olhos para além das mãos abençoadas de Maria, da qual fluía, em raios luminosos, uma torrente de graças”.

Alphonse Ratisbonne se torna sacerdote jesuíta e, mais tarde, funda a congregação religiosa dos Padres e Irmãs de Sião em Jerusalém.

Catarina Labouré morre mais de trinta anos depois, ainda como freira de clausura no convento de Paris.

Seus restos mortais são encontrados incorruptos em 1933 e ela é canonizada em 1947 pelo Papa Pio XII.

Nossa Senhora das Graças, a Virgem da Medalha Milagrosa, é celebrada pela Igreja no dia 27 de novembro.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

domingo, 26 de novembro de 2023

NAZARENO: Aquela tenda cor de areia (Anunciação) - (1)

Nazareno (Vatican Media)

Nazareno Português

Mesmo aqueles que sabem pouco ou nada sobre Ele, quando escrevem um e-mail ou olham o calendário, calculam os anos a partir do Seu nascimento. Mesmo aqueles que não creem, se comemoram o Natal dando presentes à família e amigos, comemoram o Seu nascimento. E aqueles que descansam uma hora a mais no domingo e não vão trabalhar, o fazem porque todos os domingos se recorda a Sua Ressurreição.

Quem é Jesus de Nazaré, que tanto influenciou as nossas vidas?

Este é o podcast da Rádio Vaticano – Vatican News segundo o texto Andrea Tornielli, na voz de Silvonei José, que narra a "Vida de Jesus", o Nazareno.

A narração é uma livre adaptação do livro “Vida de Jesus” do mesmo autor publicado em 2022 pelas edições Piemme.

Cap. 1 - Aquela tenda cor de areia (Anunciação)

A viagem começa em um pequeno vilarejo da Galileia, Nazaré, um punhado de cabanas de tijolos. É lá que Maria, uma jovem de 15 anos, recebe a visita do anjo Gabriel, que anuncia sua maternidade. Ela, noiva de José, dirá sim à vontade de Deus, sim para oferecer seu ventre ao Filho do Altíssimo, a quem o Senhor dará o trono de Davi. O anjo vai embora e o coração de Maria começa a bater descontroladamente, ela fica sozinha com seu segredo, suas muitas perguntas e com uma vida que começa a crescer dentro dela.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2023/07/01/15/137191404_F137191404.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

“A salvação é um gesto simples como um olhar”

Jesus, José e Maria,
detalhe do Repouso na fuga para o Egito, Bartolomé Esteban Murillo (1618-1682), Museu Pushkin, Moscou

Por Revista 30Dias - 11/2008

“A salvação é um gesto simples como um olhar”

Uma seleção de trechos extraídos de livros e entrevistas

“São José é a mais bela figura de homem que possamos conceber e que o cristianismo já tenha gerado. São José era um homem como todos os outros, tinha o pecado original, como eu. [...] São José viveu como todo o mundo; não há registro de uma só palavra sua, nem um traço, nada: mais pobre que isso, uma figura não pode ser”.

L’attrattiva Gesù, Milão, Rizzoli, 1999, pp. 95-96

“Antes de qualquer outra coisa, portanto, devemos desejar que essa memória se realize cada vez mais: ‘Todo o que n’Ele tem esta esperança purifica-se a si mesmo como também Ele é puro’. É preciso que desejemos isso. E o sim de Simão, que é genérico, geral, invade a totalidade da pessoa de Simão ao se expressar, mesmo quando todas as expressões dele poderiam ser contraditórias. Você pode errar sempre; São Pedro podia errar sempre e ser verdadeiro ao dizer: ‘Sim, eu Te amo’. Tanto, que chegamos a comentar: ‘Eu não sei como pode ser isso, mas eu Te amo’. E em nós surgiria uma objeção logo em seguida: ‘Mas você já errou tantas vezes, vai errar de novo’. ‘Eu não sei de nada disso. Só sei que O amo’. É nesse nível que se deve alinhar a nossa vida, ao lado de algo aparentemente genérico como, em termos realistas, é a relação com o Deus feito homem, com esse homem-Deus, quando o vemos à noite, no barco que está para afundar no lago; quando o vemos parar diante da árvore em que Zaqueu está aninhado; quando o vemos fitar a mulher nos olhos e dizer: ‘Nem eu te condeno, vai e não erres mais’”.

Si può (veramente?!) vivere così?, Milão, Rizzoli, 1996, p. 431

“‘Sim, Senhor, Tu sabes que és o objeto de minha simpatia suprema, de minha estima suprema’: é assim que nasce a moralidade. No entanto, a expressão é muito genérica: ‘Sim, eu Te amo’; mas é tão genérica quanto geradora de uma diversidade de vida que todos procuramos. ‘Todo o que n’Ele tem esta esperança purifica-se a si mesmo como também Ele é puro’”.

“Simone, mi ami tu?”, in: Tracce, nº 10, novembro de 1998

“Por isso, diga ‘Te ofereço’ e não se preocupe com mais nada. Mas você sabe muito bem o que significa esse Te, o Tu que está dentro desse Te; você sabe muito quem Ele é. São Pedro sabia quem era, mas era genérico o modo de conceber seu amor: o modo como afirmava amá-lo era genérico. Existe um genérico que inclui tudo, como um horizonte que implica todas as coisas, e pode existir um genérico que supõe tudo aquilo que está dentro desse amor porque não o sabe, mas o afirma (como quando a mãe diz ao filho: ‘Tiaguinho, você me quer bem?’, e a criança responde: ‘Sim, mamãe’ e lhe estala um beijo!).”

L’attrattiva Gesù, cit., p. 133

“É o sim de Simão. O sim de Simão é o aspecto mais totalizante: não tem limites. Possui apenas um horizonte, no qual sempre aparece, sempre está para aparecer o sol. E é a expressão mais terna que o homem possa conceber. É a forma mais forte com que se impõe e se confessa nossa necessidade de reconhecer o amor que nos toca. Faço votos de que vocês possam vir a meditar isso, pensando na situação de todas as existências que conhecem: todas as existências que vocês conhecem só cedem e dizem ‘sim’ diante da ternura suscitada por uma força amorosa que se propõe ao coração do eu. É ‘quase um nada’, justamente, a condição para começar a entender tudo.”

L’attrattiva Gesù, cit., p. 116

Fonte: https://www.30giorni.it/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF