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terça-feira, 5 de dezembro de 2023

São Sabas

São Sabas (Aleteia)

05 de dezembro

São Sabas

Origens

Sabas nasceu no vilarejo de Mutalasca, vizinho da cidade de Cesaréia de Capadócia, no ano 439. Sua infância foi difícil. Por causa de uma disputa por herança entre seus parentes, ele foi em busca de ajuda num mosteiro. Lá, foi muito bem acolhido, embora fosse ainda criança. Ficou e tornou-se monge. E, apesar de ter adquirido pouca instrução formal, tornou-se um grande sábio nos assuntos espirituais e na doutrina cristã.

Muitas realizações

Desde que se tornou monge, São Sabas passou sua longa existência entre os vários mosteiros que existiam na Palestina. Viveu a vida monástica comunitária; depois, experimentou a vida solitária do mosteiro dos anacoretas. Esse tipo de vida, aliás, foi a sua preferida, pois gostava da vida de solidão desses monges.  Além dessas experiências em vários mosteiros, São Sabas partilhou os bens que herdou da família entre os cristãos mais pobres e, também, entre os doentes. Trabalhou pela conversão de seus irmãos até conseguir. Ajudou também os cristãos que eram perseguidos em sua terra. Foi sempre praticante da caridade e, também, valente ao defender o direito e ajustiça.

Perseguição

Na época de São Sabas, os cristãos eram perseguidos. Havia, inclusive, um decreto afirmando que os cristãos deveriam comer a carne de animais oferecidos aos deuses pagãos para serem poupados. Muitos cristãos enganavam os guardas, dando carne comum a seus familiares, e não as carnes sacrificadas. Assim, salvavam seus entes queridos do martírio. São Sabas, porém, recusou-se a endossar essa mentira. Chegou a protestar publicamente contra essa prática.

Fundador

São Sabas fundou uma enorme comunidade de anacoretas, ou seja, monges solitários, no vale de Cedron, que fica na Palestina. A comunidade recebeu o nome de "grande Laura". A obra começou espontaneamente. Alguns eremitas começaram a ocupar cavernas ao redor daquela na qual São Sabas vivia isolado, na companhia dos animais. Aos poucos, construíram um oratório. Mais monges chegaram e nasceu o que se transformou no Mosteiro de São Sabas.

Milagres e prodígios

São Sabas tornou-se famoso por causa de milagres e prodígios que se realizavam através de suas orações. Certa vez, uma grande seca foi interrompida por suas orações. Ele também ficou famoso por causa da grande sabedoria que alcançara sobre a doutrina de Cristo. Esses dois dons de São Sabas fizeram a comunidade recém fundada crescer bastante. São Sabas, então, passou a ocupar uma posição de grande liderança entre os cristãos e o clero.

Pregação e perigo

São Sabas era, também, um grande pregador do Evangelho. Suas pregações inspiradas levavam à conversão um grande número de pagãos. Tanto, que ele passou a incomodar as autoridades romanas. E as perseguições aumentaram e pioraram. Mas ele não se intimidou. Chegou a interpelar o imperador romano, na cidade de Constantinopla, contra os impostos e em favor dos pobres. Além disso, ele chegou a organizar e a liderar um verdadeiro exército de monges, com o objetivo de dar apoio ao Papa e combater a heresia conhecida como monofisismo, que afirmava que Jesus Cristo tinha somente a natureza divina, negando sua natureza humana.

Morte

São Sabas faleceu no dia 5 de dezembro do ano 532, em israel. Tinha noventa e três anos. Ele passou a ser considerado como um dos mais importantes organizadores do da vida monástica na Palestina. A festa em sua honra passou a ser celebrada no dia de seu falecimento. Ele passou a ser conhecido como “Pérola do Oriente", por causa de sua grande sabedoria e influência. No mosteiro que ele fundou, São João Damaceno viveu dois séculos depois.

Oração a São Sabas

“Senhor nosso Deus, concedei-nos, por intercessão de São Sabas, a graça de uma maior compreensão dos bens espirituais. Desejo cultivar o hábito de tudo em minha vida a Vós oferecer. Nos pequenos e nos grandes projetos, que saiba calar-me e ouvir-Vos em meu coração. Amém. São Sabas, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

CATEQUESE: O amor de Deus no mundo

O amor de Deus no mundo (Cléofas)

O amor de Deus no mundo

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Jesus veio ao mundo para salvá-lo. Depois de cumprir até o fim a sua missão, passando pela morte e ressurreição, deixou a Igreja para continuar a obra da salvação de cada pessoa. Para isto, enviou os Apóstolos: “Ide a todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Esta é, portanto, a missão da Igreja e, também, de cada um de nós que recebeu o santo Batismo.

Cada cristão deve ser, como diziam os Padres da Igreja, “alter Christus” (um outro Cristo) que vai pelo mundo propagando o Evangelho, com a vida e com as palavras. Em cada cristão, consciente disso, Cristo continua a Sua missão salvífica. Assim, Ele nos deu a honra e a glória de o ajudarmos a construir o Seu Reino, que também é nosso. Desfrutará das delícias desse Reino eterno, todo aquele que tiver trabalhado para construí-lo.

Antes de Jesus partir para a Casa do Pai, Ele rezou profundamente pelos seus. É a oração sacerdotal de Jesus, que São João teve a felicidade de captar, naquela noite amarga em que o Senhor foi traído por Judas, negado por Pedro e abandonado pelos apóstolos. Antes de sofrer a Paixão, e enfrentar a morte, ele recomendou-nos ao Pai:

“Não peço que os tires do mundo, mas que os livre do mal. Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo” (Jo 17,15-16).

Não somos do mundo, não pertencemos a este mundo, mas Jesus nos quer vivendo nele, para levá-lo a Deus.

Jesus precisa do cristão na sociedade, para ser “a luz do mundo e o sal da terra” (Mt 5,13-14). Sem os cristãos, o mundo não tem luz e não tem saúde moral e espiritual.

Diante de tantas profanações da pessoa humana, diante de tanta corrupção, diante de tanto roubo, de tanto crime, de tanta prostituição e pornografia, enfim, diante de tantas trevas, não é difícil de se concluir que a luz de Cristo ainda brilha muito pouco, mesmo numa civilização que se diz cristã. Por isso tudo, é urgente evangelizar; é urgente acender a luz de Cristo, no mundo do trabalho, no mundo da ciência, no mundo da economia, no mundo das leis, no mundo do comércio…

E esta é exatamente a missão que o Senhor confiou a cada um de nós leigos, que vivemos no mundo.

O documento do Concilio Vaticano II, sobre os leigos, Apostolicam Actuositatem, conclama-nos a abraçar a missão de iluminar o mundo com a luz de Cristo:

“Nosso tempo exige dos leigos um zelo não menor pois as circunstâncias atuais reclamam deles um apostolado mais intenso e mais amplo” (AA,1).

“Faz-se porém mister que os leigos assumam a renovação da ordem temporal como sua função própria” (AA,7).

O santo Concilio, iluminado pelo Espírito, deixou claro a nossa missão: consagrar o mundo em que vivemos a Deus. Estabelecer nele as Suas leis, construir nele o Seu Reino. E nesta imensa tarefa, ninguém está dispensado. Alguém já disse que no Reino de Deus não há desempregados e nem aposentados. Todos são indispensáveis. Cada um recebeu dons próprios que os outros não receberam; é mister colocar esses dons a serviço da construção do Reino de Cristo para a glória do Pai e a salvação dos irmãos.

A mola propulsora de todo este trabalho há de ser sempre o amor a Deus e aos irmãos. Deus nos deu tudo: a vida, o ser, o mundo material com todas as suas belezas e riquezas, e nos deu o Seu Filho Único para sofrer e morrer pela nossa salvação. O que mais poderíamos pedir a Deus? Nada. Resta-nos agradecer. Mas não apenas com palavras e orações, mas com o comprometimento de toda a nossa existência no Seu projeto de reunir de novo todos os homens em Jesus Cristo, pela Igreja.

Cristo veio a nós e deu-nos a maior prova de amor que alguém poderia dar – deu a Sua vida – a fim de que pudéssemos voltar para a Casa do Pai, onde a felicidade é eterna. E Ele precisa agora de cada um para salvar a todos. Então, o nosso agradecimento será realizado se lhe entregarmos o coração e as mãos.

Jesus ama loucamente cada uma das suas criaturas humanas, pois cada uma delas é única, irrepetível, criada à sua imagem e semelhança. Por isso Ele não quer perder nenhuma de suas ovelhas, por mais fraca que seja. Ele garantiu que há mais alegria no céu por um único pecador que se converta; mais até por causa de noventa e nove justos que já fazem penitência (Lc 15). Veja como Ele ama cada um com um amor eterno!

Cada um de nós aqui na terra, pode fazer acontecer uma festa entre os anjos de Deus lá no céu, toda vez que convertemos um pecador do seu mal caminho. Esta é uma grande prova de amor a Deus. Não importa que você não possa converter a muitos; mas Deus espera que você converta para Ele aquele que está ao alcance do seu braço; aquele que é o seu próximo mais próximo.

Comece amando-o, gratuitamente. Não diga a ele logo: “Deus te ama”, pois ele pode não acreditar. Diga-lhe primeiro: “eu te amo”; e prove isto com os seus atos. Só depois, você vai dizer-lhe: “Deus te ama”; aí, então, ele vai acreditar, e vai querer conhecer o seu Deus. O amor é o combustível da evangelização. Ninguém pode evangelizar se não for movido pelo amor; amor a Deus e amor aos filhos de Deus.

A única recompensa que deve esperar aquele que abraçou esta missão, é a alegria de agradar ao seu Deus e ter o seu nome escrito no céu. Se buscarmos outra recompensa que não seja esta, perdemos todo o mérito diante de Deus. “Já receberam a sua recompensa” (Mt 6,2.5.16).

Cada um de nós deve se apropriar daquela palavra do Apóstolos:

“Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma obrigação que se me impõe. Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho! Se o fizesse da minha iniciativa, mereceria recompensa. Se o faço independentemente de minha vontade, é uma obrigação que se me impõe” (1 Cor 9,16-18).

Quando Deus chamou o profeta Jeremias para revelar sua dura palavra aos hebreus que já não obedeciam às Suas leis, o profeta teme medo, e viu-se como se fosse uma criança despreparada para a missão. Mas o Senhor não pensava assim.

“Ah! Senhor Javé, eu nem sei falar, pois que sou como uma criança”.

Replicou porém o Senhor:

Não digas: “Sou apenas uma criança; porquanto irás procurar todos aqueles aos quais te enviar, e a eles dirás o que Eu ordenar. Não os deves temer porque estarei contigo para livrar-te – oráculo do Senhor” (Jer 1, 4-8).

Quando o Senhor nos envia em seu Nome, seja ao próximo mais próximo, seja aos confins da terra, Ele nos dá a Sua graça; e, mais ainda, a Sua própria Presença.

“Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28,20).

Não tenhamos, portanto, nem medo e nem desânimo, pois a obra é Dele, e a batalha lhe pertence, somos apenas os seus comandados.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

O Ano Litúrgico B: caminhemos na estrada de São Marcos!

O Ano Litúrgico B: O ano de Marcos (A12)

O ANO LITÚRGICO B: CAMINHEMOS NA ESTRADA DE SÃO MARCOS!

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR) 

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, 

Neste tempo litúrgico “B”, mergulhamos nas páginas do Evangelho segundo Marcos, um evangelho que nos conduz a refletir profundamente sobre a vida e os ensinamentos de Jesus Cristo. Nele, encontramos uma abordagem direta e dinâmica dos eventos e ensinamentos do Salvador. 

O Evangelho de Marcos nos apresenta Jesus Cristo como o servo sofredor, aquele que veio não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. É um convite a olharmos para o exemplo de humildade, amor e serviço que Jesus nos deixou. 

Ao longo desse tempo litúrgico, somos convidados a refletir sobre a urgência da mensagem de Cristo. Marcos nos mostra um Jesus em constante movimento, realizando milagres, curas e ensinando multidões. Ele nos desafia a não perdermos tempo quando se trata de acolher o Reino de Deus em nossas vidas. 

O tempo litúrgico “B” nos lembra da importância da fé e da confiança em Deus. Vemos em Marcos a necessidade de aprofundar nossa relação pessoal com Cristo, de nos aproximarmos D’Ele com um coração aberto e sincero. 

Uma das características marcantes desse Evangelho é a constante pergunta de Jesus aos discípulos: “Quem dizeis que eu sou?” Esta questão permanece atual em nossas vidas, convidando-nos a renovar nossa fé e aprofundar nosso conhecimento sobre o próprio Cristo. 

O Evangelho de Marcos também nos desafia a assumir uma postura de conversão. Ele nos convida a abandonar tudo aquilo que nos afasta de Deus e a nos voltarmos para Ele de todo o coração. Nosso tempo de reflexão e arrependimento é sempre oportuno diante da misericórdia infinita do Senhor. 

Que neste tempo litúrgico “B”, possamos nos comprometer mais com o Evangelho, buscando vivê-lo em nossa realidade diária. Que possamos seguir os passos de Jesus, sendo testemunhas do Seu amor e misericórdia em um mundo que tanto necessita. 

Que a Palavra de Deus proclamada neste tempo litúrgico nos inspire, nos console e nos desafie a crescer em nossa fé e compromisso com o Reino de Deus. 

Que a graça de Deus, manifestada em Cristo Jesus, esteja conosco durante este tempo litúrgico, fortalecendo-nos na jornada da fé. 

Que assim seja. Amém.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Oração: elevação da alma a Deus

Gorodenkoff | Shutterstock

Por Vanderlei de Lima - publicado em 12/03/23

Os santos, sem exceção, seguiram estes ensinamentos a respeito do sublime valor da oração:

Dentre as diversas definições de oração, uma muito precisa é a de São João Damasceno († 749), Padre da Igreja grega, citada no Catecismo da Igreja Católica n. 2259, que diz: “A oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes”.

Todos os seres criados, cada um a seu modo, louvam a Deus ou Lhe dão glória. Os minerais, os vegetais e os animais irracionais pelo fato de serem frutos da sabedoria divina proclamam a grandeza do Criador pela simples razão de existirem. Já os seres humanos espelham a grandeza de Deus de maneira consciente e explícita (ajoelham-se, falam, cantam etc.).

Essas razões de louvores presentes, naturalmente, nos homens e mulheres em geral devem estar muito mais impregnadas nos cristãos, pois pelo Batismo nos tornamos filhos de Deus por Jesus Cristo, na Igreja, e por isso nos dirigimos, filialmente, ao Senhor como a um pai amoroso (cf. Gl 4,4-6; Rm 8,15).

Dirigimo-nos para pedir a Deus a força, que só a oração pode dar, de sermos bons cristãos. Afinal, sem Deus nada podemos fazer (cf. Jo 15,5), pois nossa força vem d’Ele (cf. 2Cor 3,5) e é n’Ele que está o nosso querer e agir, ou seja, a nossa vida (cf. Fl 2,13), uma vez que com Ele tudo podemos (cf. Fl 4,14).

Os santos, sem exceção, seguiram esses ensinamentos a respeito do sublime valor da oração. Santo Afonso Maria de Ligório (†1787), fundador da Congregação do Santíssimo Redentor, os Redentoristas, por exemplo, ensina: “Todos os santos se santificaram por meio da oração; todos os condenados se perderam por não terem rezado; se o tivessem feito, com persistência, ter-se-iam salvado”.

Toda oração deve ser feita em Cristo que vive em nós (cf. Gl 2,20) e na Igreja, Corpo Místico do mesmo Cristo prolongado na história (cf. Cl 1,24; 1Cor 12,12-21), a quem o cristão deve estar unido. Aquele que não pensa e não sente com a Mãe Igreja vai aos poucos se afastando de Deus para buscar sua salvação em cisternas furadas que não podem conter água (cf. Jr 2,13). Aqui importa notar que o fiel que se põe a rezar deve ter por meta as quatro atitudes abaixo elencadas.

1) Adoração que é o reconhecimento da absoluta soberania de Deus. Rezamos e adoramos porque Deus é Deus e merece o nosso reconhecimento, independentemente de tudo o mais. Essa adoração pode se dar por palavras, gestos (ajoelhar-se, prostrar-se por terra, erguer as mãos etc.) ou simplesmente no profundo silêncio interior.

2) Ação de graças é o agradecimento da criatura ao Criador pelos benefícios recebidos. É importante notar que não devemos agradecer somente as coisas que julgamos boas, mas, ao contrário, precisamos aprender a dar graças também pelas cruzes que nos vêm. Na vida, tudo concorre para o bem dos que amam o Senhor (cf. Rm 8,28).

3) Expiação é o pedido de perdão pelos nossos pecados e a reparação pelos pecados do mundo. Todos somos pecadores e precisamos da misericórdia do Pai. Aqui entra uma constatação importante: um(a) santo(a) não é alguém sem pecados, mas, sim, aquele(a) que se reconhece pecador(a) e sinceramente se arrepende.

4) Súplica é a apresentação das nossas necessidades espirituais e materiais ao Senhor enquanto somos peregrinos nesta terra. É lícito pedir coisas legítimas ao Senhor sempre sob a indiscutível condição de que seja feita a vontade d’Ele e não a nossa (cf. Mt 26,39), pois Deus nem sempre dá o que pedimos, mas, sim, o que nós mais precisamos naquele momento.

Como se vê as quatro formas de rezar se resumem a duas como no Pai-Nosso: primeiro, olhar para o Pai com gratidão e, segundo, voltar-se para as nossas misérias suplicando Sua poderosa ajuda.

Eis um importante meio para se santificar: a oração diária e constante.

Para aprofundamento: Catecismo da Igreja Católica n. 2558-2865.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

NAZARENO: Às margens do Jordão (Batismo) - (9)

Nazareno (Vatican Media)

Cap. 9 - Às margens do Jordão (Batismo)

Para Jesus, é o momento de partir. Maria sabe disso e lhe dá um alforje com comida e água, úteis para a viagem. Ele se dirige para Betânia, às margens do Jordão, onde João, filho de Zacarias, batiza com água, convidando-os a mudar de vida e a se converterem, esperando por aquele que batizará no Espírito. João e Jesus nunca se conheceram, embora tenham sido muito próximos quando ambos estavam no ventre de suas respectivas mães. Jesus pede para ser batizado, como todo mundo. João, tremendo, derrama água sobre a cabeça descoberta do nazareno. Nesse exato momento, o sol parece girar e se aproximar deles; uma estranha luz corta o céu azul em dois e uma pequena pomba esvoaça insistentemente sobre suas cabeças enquanto uma voz do alto diz: "Este é meu Filho, o Amado...".

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2023/09/01/09/137284825_F137284825.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Francisco na COP28: ouçamos os gemidos da terra e o grito dos pobres

O cardeal Pietro Parolin na COP28 em Dubai (Vatican Media)

No terceiro dia da cúpula dos chefes de Estado sobre mudanças climáticas, o cardeal secretário de Estado Pietro Parolin subiu à tribuna da COP28 para transmitir a mensagem do Santo Padre. Uma mensagem forte, combinando a proteção da Criação com a ciência, para incentivar decisões em favor do desenvolvimento da energia renovável, apoiando a educação para estilos de vida sustentáveis e a eliminação de combustíveis fósseis

Manuel Tavares/Raimundo de Lima - Vatican News

O cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, encontra-se em Dubai, Emirados Árabes Unidos, para participar da 28ª edição da Conferência dos Estados-Partes (COP28), sobre as “Mudanças Climáticas”, promovida pela ONU, em andamento de 30 de novembro a 12 de dezembro.

Devido ao seu estado de saúde, o Santo Padre não pôde participar do evento, mas delegou o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, para ler o seu discurso, onde explica, inicialmente, o motivo da sua ausência, mas confirma a sua presença espiritual no evento:

Infelizmente não posso acompanhar-lhes, como gostaria, mas estou com vocês, devido à urgência da hora em que vivemos, como também porque, agora mais do que nunca, o futuro de todos depende do presente que escolhermos”.

“Estou com vocês, continua Francisco, porque a devastação da criação é uma ofensa a Deus, um pecado não só pessoal, mas também estrutural, que recai sobre os seres humanos, sobretudo os mais frágeis; trata-se de um grave perigo, porque, sobre cada um de nós, incumbe o risco de desencadear um conflito entre as gerações. As mudanças climáticas são “um problema social global, intimamente ligado à dignidade da vida humana”.

“Estamos trabalhando por uma cultura de vida ou de morte?”

Por isso, o Papa pergunta: “Estamos trabalhando por uma cultura de vida ou de morte?” A esta pergunta responde com um apelo:

“Peço-lhes, com veemência, para escolher a vida, escolher o futuro! Ouçamos os gemidos da terra e o grito dos pobres; prestemos atenção às esperanças dos jovens e aos sonhos das crianças! Todos nós temos uma grande responsabilidade: garantir que não lhes seja negado o próprio futuro.”

As mudanças climáticas em curso, afirma Francisco, derivam do sobreaquecimento da terra, causado principalmente pelo aumento na atmosfera dos gases de efeito estufa, mas também pelas atividades humanas, que, nas últimas décadas, se tornaram insustentáveis para o ecossistema.

A ambição de produzir e possuir, explica o Papa, transformou-se em obsessão e ganância, sem limites, fazendo do ambiente objeto de uma exploração desenfreada. O clima enlouquecido emite um alerta para acabarmos com o delírio de omnipotência. Com humildade e coragem.

Multilateralismo é um caminho a ser percorrido juntos

Neste sentido, o Santo Padre pergunta ainda: “Qual o obstáculo que impede este percurso?” E responde: “As divisões entre nós”. Porém, temos que nos preocupar com o futuro, que deverá ser de todos senão não existirá. Tenta-se descarregar as responsabilidades ambientais sobre a multidão dos pobres ou sobre a natalidade. E o Papa replica:

“Não é culpa dos pobres, porque quase metade do mundo, a mais indigente, é responsável apenas por 10% das emissões atmosféricas poluidoras. Os pobres, indígenas, desflorestamento, fome, insegurança hídrica e alimentar, fluxos migratórios, natalidade são apenas vítimas”.

A propósito, Francisco afirma: “O progresso de tantos países não deve ser penalizado, pois já está sobrecarregado por onerosas dívidas externas. Seria justo encontrar adequados meios para perdoar tais dívidas, para além da dívida ecológica”.

Em nome da Casa Comum, onde moramos, o Pontífice se dirige aos irmãos e irmãs, presentes em Dubai, propondo um caminho para sair deste impasse: “Esta Conferência já é um caminho, mas a prática do multilateralismo também é um caminho a ser percorrido em conjunto. É preciso reconstruir a confiança, fundamento do multilateralismo, que vale para o cuidado da criação como para a paz”.

Criar um Fundo Mundial para acabar com a fome no mundo

Neste sentido, Francisco recorda: “Quantas energias a humanidade está desperdiçando em várias guerras, como a de Israel e Palestina, Ucrânia e em muitas regiões do mundo. Tais conflitos, ao invés de resolver os problemas, só pioram as coisas. Os armamentos só destroem vidas e a Casa Comum. Por isso, faz uma proposta:

“Com o dinheiro utilizado em armas e em despesas militares, constituamos um Fundo Mundial, para acabar com a fome no mundo; realizemos atividades, que promovam o desenvolvimento sustentável dos países mais pobres, diante das mudanças climáticas; ouçamos os povos, jovens e crianças, que são as bases de um novo multilateralismo.”

Aqui, o Papa adverte: “As mudanças climáticas precisam de uma mudança política e de uma conversão ecológica, pois não há mudanças duradouras sem mudanças culturais. A Igreja católica garante seu compromisso e apoio, através da educação, para sensibilizar a participação comum e promover estilos corretos de vida. Esta Conferência da ONU seja um ponto de partida e de mudança de rota, para acelerar a transição ecológica, que só será possível por meio de três aspectos: eficientes, vinculantes e monitoráveis”.

Francisco conclui seu discurso recordando que, em 2024, comemoramos 800 anos da composição do Cântico das Criaturas, por obra de São Francisco de Assis. Logo, “Sejam artífices de uma política, que dê respostas concretas e coesas. A dignidade do serviço que os senhores prestam é servir! Em nome de São Francisco, exorto-lhes: “Deixemos de lado as divisões e unamos as nossas forças! Diante das guerras e devastações ambientais, optemos por um futuro comum de paz e fraternidade”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São João Damasceno

São João Damasceno (A12)

 04 de dezembro

São João Damasceno

João nasceu no ano 675 na Síria, em Damasco, (por isso "Damasceno"). Nesta época os muçulmanos ocupavam esta região e, também, a Palestina, e eram relativamente respeitosos com a religião cristã. Seu pai era funcionário do Califa, e pelo seu prestígio chegou a ser eleito prefeito da cidade. João, educado no catolicismo, ajudou o pai e teve a oportunidade de um ótimo futuro, tanto social como economicamente. Renunciou, porém, a tudo, distribuiu seus bens aos pobres e aos 25 anos fez-se monge no convento de São Sabas, próximo a Jerusalém.

Desde então, dedicou-se à vida no claustro, ao silêncio, aos estudos e à atividade literária. Quase nunca saiu do mosteiro. Sua humildade e caridade levaram a que fosse venerado como santo ainda em vida.

Porém a importância de João foi ainda além. Seus escritos recapitulam cinco séculos de história da Igreja e antecipa novas diretrizes que se desenvolveriam na idade Média. A sua obra mais conhecida, “A Fonte da Ciência”, tenta uma exposição sistemática do dogma católico, incluindo noções filosóficas e um desenvolvimento histórico, originais. Por isso ele foi comparado, no Oriente, a São Tomás de Aquino, o maior teólogo católico do Ocidente.

Os escritos de João incluem quase todos os setores da doutrina cristã, como teologia dogmática, apologética, ascética etc. De particular importância são a sua defesa sobre a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Sua maternidade divina, Sua virgindade perpétua e a Sua Assunção ao Céu em corpo e alma, ou seja, temas que somente séculos depois teriam definição mais clara para a Igreja.

Diz-se que um se seus livros, defendendo o culto das imagens contra os iconoclastas (“Orações sobre as Imagens Sagradas”), teria levado à sua prisão e decepamento da mão direita, para que não pudesse escrever mais; nesta mesma noite, Nossa Senhora lhe teria aparecido e curado milagrosamente. Porém não é certo se tal versão é fato verdadeiro.

 Faleceu no mosteiro de São Sabas, a quatro de dezembro de 749, e foi proclamado em 1890 Doutor da Igreja.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Nunca será suficientemente exaltada a escolha, ao longo da vida, do tempo destinado à oração e meditação. Naturalmente que a vocação de São João Damasceno é algo específico, mas todo católico deve ter momentos diários de intimidade profunda com Deus. Só assim chegaremos a receber, na quietude e silêncio da alma, o conhecimento que Deus quer nos dar a cada um, e – como consequência natural e obrigatória – o amor à Nossa Senhora, indispensável para uma fé esclarecida e fundamentada.

Oração:

São João Damasceno, que escolhestes “o opróbrio de Cristo às riquezas da Arábia, e uma vida de maus tratos às delícias do pecado” (in: Atas do VII Concílio Ecumênico), intercedei a Deus para que nós, neste mundo muitas vezes hostil a Ele, tenhamos a coragem e a perseverança de jamais abandonar a verdadeira Fé, defendê-la e praticá-la, sempre unidos fortemente a Maria, de modo que a humildade e caridade das nossas vidas se tornem caminho de salvação para nós e para o próximo. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 3 de dezembro de 2023

1º Domingo do Advento (B)

Advento (catequisar)

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
 

“Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos” (Sl 79/80) 

Iniciamos o novo ano litúrgico celebrando neste domingo o primeiro do tempo do Advento. Como dissemos, com a celebração de hoje inicia-se um novo ano litúrgico para a Igreja, diferentemente do ano cível, o ano da Igreja termina na última semana do Tempo Comum e o novo ano inicia-se nas primeiras vésperas do primeiro Domingo do Advento.  

O tempo do Advento visa a preparação para o Natal do Senhor (mistério da encarnação), e é um tempo de expectativa e preparação, por isso ao longo do tempo do advento não se canta o hino do Glória que volta na grande noite de Natal. A cor litúrgica usada ao longo desse tempo é o roxo, indicando um tempo de esperança, conversão penitência, reflexão e espera pela chegada do Senhor. A Igreja recomenda que todos os fiéis realizem a confissão sacramental ao menos duas vezes ao ano, uma em preparação à Páscoa e outra em preparação ao Natal do Senhor. Por isso, aproveitemos esse tempo para nos reconciliar com o Senhor e com o nosso próximo. Teremos em todas as paróquias os mutirões de confissões para proporcionar essa possibilidade a todas as pessoas. 

Ao longo deste tempo do Advento somos convidados a seguir o exemplo de São João Batista e anunciar a todos que o Reino de Deus está próximo. Evangelizar os amigos, vizinhos, colegas de trabalho e de comunidade, anunciando o amor de Deus por nós e convidando as pessoas a mudarem de vida. Do mesmo modo que São João Batista somos convidados a ser precursores, ou seja, preparar a vinda do Senhor com alegria.  

Ao longo desse tempo do Advento nos depararemos com alguns personagens marcantes, que nos ajudarão a rezar e adentrar na espiritualidade desse tempo. São eles: Isaías, São João Batista, Arcanjo Gabriel e Nossa Senhora. Nos dois primeiros Domingos do Advento a liturgia tratará mais sobre a segunda vinda de Cristo e os dois últimos Domingos tratará sobre a primeira vinda.  

 O tempo do Advento vai até o 4º Domingo do Advento, e, neste ano até por volta das 15h celebra-se a liturgia do 4º Domingo do Advento e a partir das 15h celebra-se as primeiras vésperas do Natal e as várias missas do natal, em especial, a missa da noite de Natal. O Natal esse ano será na segunda-Feira, dia 25 de dezembro.  

Preparando Natal vamos vivenciar com alegria e esperança esse tempo do Advento deixando-nos conduzir pela palavra e pelos sinais deste tempo. 

 A primeira leitura deste Domingo é do livro do profeta Isaías (Is 63,16b-17.19b;64,2b-7), Isaías começa exaltando a Deus como nosso Redentor, depois Isaías faz um lamento de como que Deus deixou o povo ficar por tempo longe de seu amor e de sua misericórdia. Mas, Deus fez isso por causa da dureza de coração do povo que se afastou do Deus de Israel e preferiu os ídolos. Como o Senhor é misericordioso, resgata esse povo e traz de volta para a terra de Israel. 

Assim como todos os profetas, Isaías profetiza a vinda do Senhor, cerca de 400 anos a. C., e quando o Senhor vier julgará cada um de acordo com as suas obras e virá para salvar o povo de Israel de seus pecados e selar uma aliança eterna com todo o povo. Uma aliança que tempo nenhum irá destruir. 

O salmo responsorial é o 79 (80), diz em seu refrão: “Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos”. O Senhor vem nesse Natal para iluminar as nossas trevas e abrir os nossos caminhos para o amor e a justiça. O Senhor espera que com a sua vinda nós possamos nos converter e deixar para trás aquilo que desagrada a Deus, praticando aquilo que agrada a Deus com certeza seremos salvos.  

A segunda leitura é da primeira carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 1,3-9), Paulo elogia a comunidade de Corinto, pois eles eram perseverantes no ensinamento transmitido pelo apóstolo e nutriam um amor mútuo uns pelos outros. O apóstolo inicia a carta com uma saudação conhecida de todos nós: “Irmãos, a vós, graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1Cor 1,3).  

Para Paulo e para a comunidade, a segunda vinda de Cristo se daria de forma eminente, ou seja, seria logo. Mas, como o próprio Jesus disse quando esteve entre nós, somente o Pai sabe quando será esse dia. Então, não adianta querer ficar adivinhando quando será ou dizendo que está perto esse dia. Vivamos cada dia de uma vez e quando for o momento nos encontraremos com o Senhor. Mas, Paulo diz que a comunidade estava no caminho certo para o encontro com o Senhor. Ele é fiel e o desejo D’Ele é salvar todos nós.  

O Evangelho desse Domingo é segundo Marcos (Mc 13,33-37), nesse Evangelho Jesus alerta aos discípulos dizendo para eles ficarem atentos, pois não se sabe o dia ou a hora da vinda do Senhor. Jesus pede aos discípulos e para nós hoje, que estejamos sempre vigilantes, pois não se sabe quando será o dia ou a hora. Essa vigilância devemos praticar amando o nosso próximo, praticando a justiça, a caridade, o perdão e o amor aos irmãos. Ou seja, ser vigilantes e fazer com que o Reino de Deus aconteça aqui na terra, para que depois o vivamos de maneira plena no céu.  

A liturgia dos dois primeiros Domingos do Advento trata mais especificamente sobre a segunda vinda de Cristo e aquilo que se dará no grande dia da “parusia”, as leituras têm mais um caráter apocalíptico (o Senhor virá). Nos dois últimos Domingos as leituras se voltam mais precisamente ao Natal, ou seja, tratam da primeira vinda de Nosso Senhor (Ele veio).  

De certa forma ao longo do tempo do Advento vamos repetir a cada Domingo essa súplica: “Vinde, Senhor Jesus”. Pois, ao celebrarmos o Advento queremos suplicar a vinda do Senhor, seja o nascimento D’Ele em nosso coração ou suplicar o nosso encontro com Ele, em sua segunda vinda.  

Celebremos com alegria esse primeiro Domingo do Advento e que pouco a pouco a luz do Senhor possa ir iluminando o nosso coração e a nossa vida. Do mesmo modo que a cada Domingo vamos acendendo uma vela da coroa do advento, e a luz vai dando lugar as trevas, que a nossa vida possa ser iluminada por essa luz e deixemos para trás as ações das trevas.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

A bela amizade entre Santo Inácio e São Francisco Xavier

Santo Inácio de Loyola e São Francisco Xavier (Aleteia)

Por Oleada Joven - publicado em 04/12/19

Eles se conheceram na universidade e a amizade transformou a vida de São Francisco Xavier.

Francisco nasceu perto de Pamplona (Espanha) em 1506. Era de família que tinha sido rica, mas perdeu tudo por causa das guerras.

Desde muito jovem, tinha grandes ambições mundanas e desejos de vencer na vida. Era esperto e de excelentes qualidades para os estudos. Deus o faria se destacar, mas na santidade.

Foi estudar na Universidade de Paris e lá conheceu Santo Inácio de Loyola, com quem formou uma grande amizade, repetindo a famosa frase de Jesus: “Do que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”

Este pensamento foi liberando Francisco de suas ambições mundanas, do desejo e vaidade. Assim, ele foi caminhando para a vida espiritual.

A amizade com Santo Inácio transformou Xavier por completo. Francisco foi um dos sete primeiro religiosos com os quais Santo Inácio fundou a Companhia de Jesus.

Ordenado sacerdote, colaborou com Santo Inácio e seus companheiros no ensino do catecismo. Também pregava em Roma e em outras cidades.

Artigo originalmente publicado em Oleada Jovem, traduzido e adaptado ao português 

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF