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terça-feira, 12 de dezembro de 2023

NAZARENO: Pescadores de homens (a pesca milagrosa e a sogra de Pedro) - (16)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 16 - Pescadores de homens (a pesca milagrosa e a sogra de Pedro)

Em Cafarnaum, Jesus subiu em um barco porque muitas pessoas queriam ouvir sua Palavra. Depois de pregar, ele disse a Simão que saísse mar adentro e lançasse as redes. Ele e seu irmão André tinham acabado de voltar de uma noite insone e improdutiva; na verdade, não tinham pescado nada. Simão, no entanto, obedeceu ao Mestre, apesar de suas dúvidas. Aquele mar, que até pouco tempo atrás era tão mesquinho, de repente estava tão cheio de peixes que ele teve de chamar seus companheiros de outro barco. Depois de terminar a pesca, Simão se ajoelha e diz a Jesus que é pescador. Ele responde: "Não temas, de agora em diante tu serás pescador de homens". Na sinagoga de Cafarnaum, no sábado seguinte, Jesus continua a fazer milagres, libertando um homem do demônio que o habitava e, na casa de Pedro, salvando Serafina, sua sogra, que estava à beira da morte por causa de uma grande febre.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2023/11/10/16/137453120_F137453120.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nossa Senhora de Guadalupe e seu olhar maternal

Nossa Senhora de Guadalupe (Public Domain)

Michael Rennier - publicado em 11/12/23

O olhar de Nossa Senhora revela o quanto ela deseja estar perto de nós e nos ver. Nesse olhar, se comunica um coração de mãe.

Quando nossos filhos eram bebês, minha esposa cuidava de cada um deles até tarde da noite. Ocasionalmente, eu acordava e passava cambaleando a caminho da cozinha para tomar uma água. Na sala escura da família, eu a via com nosso bebê. Às vezes, ela usava uma mão para segurar o bebê que estava amamentando e a outra para segurar um livro, ou talvez o bebê tivesse adormecido, e ela tricotava um pouco em silêncio antes de tentar tirar o bebê do colo e colocá-lo no berço. Mais frequentemente, ela não estaria fazendo nada além de olhar.

Com os dedos penteando levemente os cabelos desgrenhados da criança, os ouvidos atentos aos pequenos batimentos cardíacos, ela ficava sentada, muito feliz, olhando para o bebê. Ela não estava procurando nada específico e não esperava nenhuma resposta. A visão de seu filho era suficiente. Cada um dos nossos seis filhos era um mistério a ser ponderado no silêncio do seu coração materno. Quase me sentia um intruso na cena. Eu passava tranquilamente para não perturbar aquela paz que era tão forte!

O Advento nos pede para olhar

Este ato de olhar, ou contemplar, é central para a espiritualidade do Advento. Junto com Maria, José, os pastores, os magos, os anjos e até os animais, chegamos ao lado da manjedoura e adoramos o Menino Jesus. Somos convidados a olhar com eles, a investigar um grande mistério e a considerar o que significa para Deus ter-se unido à criação. É por isso que todas as leituras das Escrituras para o Advento insistem tanto que paremos tudo o que estivermos fazendo, prestemos atenção e olhemos. Se não o fizermos, poderemos perder um grande milagre.

Não posso deixar de achar que a busca é longa e árdua. Chegar ao lado de Cristo não é fácil. Uma jornada de fé como esta acontece na escuridão da noite. Tenho que admitir, por mais que eu ame as épocas do Advento e do Natal, em alguns anos pode demorar um pouco para eu realmente gostar delas. Nem sempre sou bom em focar no que é importante. Eu me distraio vergonhosamente rapidamente. Eu procuro nos lugares errados.

Como uma mãe olhando para seu filho

Quando me sinto solitário e melancólico, a alegria do Natal soa falsa. Olho em volta e tudo que vejo são atividades das quais não quero participar, como compras na Black Friday e filmes terríveis de Natal.

Naqueles momentos em que olhar se tornou cansativo, não posso deixar de voltar à imagem da minha esposa – uma mãe olhando para o filho. Talvez o Advento não seja apenas uma questão de conseguirmos olhar na direção correta e finalmente descobrirmos tudo. Talvez eu não seja tão bonito quanto a mãe. Talvez eu seja a criança. Maria é nossa Mãe e, assim como olhou para o filho no berço, também olha para cada um de nós.

Nossa Senhora aparece

É bastante apropriado que a festa de Nossa Senhora de Guadalupe se realize durante o Advento. Em dezembro de 1531, Nossa Senhora apareceu diversas vezes perto da Cidade do México a um camponês chamado Juan Diego. Na primeira vez que ela apareceu, seu brilho fez as plantas e até a terra brilharem como pedras preciosas. Juan não conseguia tirar os olhos dela. A partir deste primeiro encontro, ela o enviou ao bispo local para obter permissão para construir um santuário.

Juan foi ao bispo, e a construção lhe foi negada. Ele falhou. Na próxima vez que passou pela colina onde Nossa Senhora lhe apareceu, ele passou correndo e desviou o olhar. Ele não queria vê-la. Mais importante ainda, ele não queria que ela o visse. Talvez ele estivesse envergonhado porque falhou.

Ela o viu de qualquer maneira. Enquanto ele tentava passar furtivamente, ela chamou Juan. Ela estava o observando o tempo todo. Ela não se importou que ele não tivesse conseguido. Ele ainda era seu filho amado. Então ela lhe deu um sinal para convencer o bispo, direcionando-o para as rosas que floresciam no deserto onde não deveriam estar. Juan juntou as rosas na camisa e correu até o bispo. Ele as deixou cair no chão, aos pés do bispo, e só então o verdadeiro milagre foi revelado. Era a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe impressa em sua camisa.

O olhar de Maria

Essa imagem, não pintada por mão humana, convenceu o bispo. O santuário foi construído e a imagem pendurada sobre o altar onde perdura há quase 500 anos sem se deteriorar. Nos últimos anos, os céticos têm insistido em examinar a imagem com todos os tipos de instrumentos científicos. Um experimento tirou uma foto ampliada do olho de Maria. O que se refletiu nos alunos foi surpreendente. Ali, em seus olhos, mais realista do que qualquer artista humano poderia pintar, está uma imagem de Juan Diego.

Nossa Senhora ainda está olhando para ele. Ele é a menina dos olhos dela, seu filho amado, mesmo 500 anos depois. Parece que ela nunca vai parar de olhar para ele.

O olhar contemplativo de Nossa Senhora guarda muito. Indica um vínculo forte e um relacionamento íntimo. Nossa Mãe não precisa dizer nada. O silêncio não é estranho. Ela simplesmente quer estar perto de nós e nos ver. Nesse olhar se comunica um coração de mãe.

Sempre nos observando

Noite adentro, na escuridão do Advento, os olhos de Maria permanecem sobre nós. É tarde, talvez seus olhos estejam um pouco cansados, maravilhados e questionadores sobre o que seu filho pode se tornar, preocupada com nossos erros, mas sempre o olhar dela é o de um guerreiro, um olhar tão amplo quanto o céu, um coração de amor, a doçura da graça. É um olhar que reconhece o quanto somos capazes e que o nosso nascimento no mundo é um milagre sem comparação.

Nossa Mãe está observando. Onde quer que estejamos, somos conhecidos e amados.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

São Hermógenes

São Hermógenes (A12)

12 de dezembro

São Hermógenes

As poucas informações que puderam ser recolhidas sobres este São Hermógenes – há mais quatro com este nome – estão diretamente relacionadas a dois outros santos, Menas e Eugrafos, sendo que para este último os dados são ainda mais escassos. O contexto da época era o da perseguição religiosa aos cristãos, sob a tetrarquia do império romano: inicialmente Dioclesiano, Maximiano, Galério e Constâncio Cloro, que impuseram vários éditos (anúncio de uma lei; decreto), revogando os direitos legais dos cristãos e exigindo que adotassem as práticas religiosas pagãs. Diocleciano e Maximiano resignaram em 305; Constâncio e Galério tornaram-se Augustos, e os dois novos imperadores, Valério Severo e Maximino Daia (este entre 305–313), tornaram-se Césares, isto é, todos assumiram títulos imperiais. Com a morte de Galério em 311, Daia dividiu o império do Oriente com Licínio, sucessor de Constâncio Cloro. O grau das perseguições divergiu segundo cada tetrarca na sua própria região administrativa, e Daia as retomou, tenaz e cruelmente, no Egito, Palestina e Ásia Menor, após o Édito de Tolerância de Galério em 311.

São Menas era ateniense, convertido ao Cristianismo sem que Daia o soubesse, e por isso o nomeou governador em Alexandria. As ordens de perseguição que Menas recebeu do imperador obviamente não foram executadas, mas, ao contrário, o santo começou a dedicar-se à organização da Igreja local.

Daia enviou então Hermógenes para Alexandria, como novo governador e encarregado das perseguições, as quais ele iniciou com a prisão de Menas. Este foi torturado com crueldade, e deixado para morrer por consequência dos ferimentos, graves. Porém, para grande surpresa do governador, depois de algum tempo Hermógenes soube da cura completa do prisioneiro, e foi interrogá-lo sobre como isto havia sido possível.

“Quando me encontrava ferido e jogado ao chão, comecei a rezar, pois como diz o salmista: ‘ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo; a Tua vara e o Teu cajado me consolam’ [Sl 23,4]foi a resposta. Diante deste testemunho, Hermógenes convenceu-se da Verdade, e também ele se converteu.

 A notícia desta nova conversão levou Daia a ordenar a execução de ambos, por decapitação, no ano 313, em Alexandria; aparentemente, estava com estes dois ainda um terceiro mártir, São Eugrafos. Uma outra data citada para a festa destes santos é 10 de dezembro.

Reflexão:

O testemunho dos santos é sempre muito forte e convincente. São Menas, que havia buscado na Filosofia o que lhe faltava na religiosidade pagã da própria família, chegou por fim aos escritos cristãos, que lhe indicaram o caminho certo na espiritualidade; São Hermógenes nos dá um exemplo talvez ainda mais vivo, pois não parecia buscar até a sua conversão nada mais elevado que o politeísmo romano oficial. Talvez que a crueldade do trato aos cristãos o impressionasse, e o exemplo de são Menas fosse o ponto culminante de dúvidas que sempre existirão nas almas, pois naturalmente aspiramos ao que é maior e verdadeiro na existência. Já de São Eugrafos ficamos com o mistério de quais caminhos uma alma pode percorrer para chegar ao Pai: mas a certeza de que O podemos encontrar é já um passo na Fé, na confiança e na paz que almejamos. Seja pelo estudo, pela vivência ou por algum meio misterioso, fundamental é a honestidade da nossa busca, pois independentemente dos meios – e para cada filho de Deus há um caminho específico – o que importa é chegarmos ao nosso fim, natural e sobrenatural, da total Comunhão com Deus, iniciada nesta vida pelo Batismo e pela Eucaristia e plenificada na participação da própria vida Trinitária de Deus, no nosso Paraíso definitivo.

Oração:

Senhor Deus de Bondade, que nos oferece sempre inúmeros e renovados caminhos de aproximação a Vós, concedei-nos pela intercessão de São Hermógenes a graça da Fé que acredita e adere sem reservas ao perceber a Verdade, mesmo diante das perseguições, e a cura das nossas doenças de alma, pois só estas podem nos aprisionar e torturar na morte infinita. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Significado das novenas

Imaculada Conceição (cancaonova)

SIGNIFICADO DAS NOVENAS

Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
 

Novena é um belo costume, que a Igreja descobriu para preparar melhor seus filhos, mormente as famílias como um todo, para um acontecimento importante, da vivência religiosa, do povo de Deus. As novenas se fazem, geralmente, em datas como Natal, Páscoa, Pentecostes ou celebrações marianas: Assunção, Imaculada Conceição, Nossa Senhora Aparecida, Lourdes, Fátima e Guadalupe; ou em preparação para a festa de um padroeiro(a), seja da nação, do estado, da paróquia (Santa Terezinha, Santa Catarina, São João Batista, Santo Antônio, etc.). Como o verbete (novena) deixa entender, trata-se de uma série de orações, ou exercícios espirituais, realizados durante nove dias consecutivos, visando a celebração mais consciente do padroeiro(a). As novenas se fazem, também, para obtenção de uma graça (especial): saúde, por exemplo. 

Fazem parte, geralmente, da tradição popular. Ele (o povo), aprecia muito e as valorizam. Podem tornar-se, também, um belo momento de evangelização, de conversão ou de agradecimento(gratidão). Podem ser incentivadas, justamente, porque, a pós-modernidade é muito individualista, e os meios de comunicação, aumentam sempre mais, suas atrações para melhorarem suas audiências. Está em curso um processo de descristianização ou de paganização dos eventos da fé.  

É preciso refletir melhor e rezar mais. Principalmente, evangelizar mais e melhor. Basta analisar, um pouco melhor, a atividade de igrejas (seitas): como se fazem presentes na mídia (TV, rádio e panfletos). O povo católico, não conhece bem a riqueza de suas centenárias tradições, ou de sua liturgia. É preciso, atrair mais o povo, a família para Cristo, para autêntica visão cristã da vida e de suas realidades. As novenas podem ser realizadas, também, em casa. Valoriza-se, assim, mais o sacerdócio próprio dos pais. Quem não já percebeu como a família está sendo paganizada? A santidade do matrimônio (sacramento), não está sendo vilipendiado? Não somos ingênuos demais? É bom pensar. A responsabilidade é de todos nós. O Papa Bento XVI falou da família como “patrimônio da humanidade”. 

Valorizemos, então, as novenas, pessoais, em família, ou na comunidade. Redescubramos o sentido religioso (cristão) da vida dos nossos padroeiros, dos nossos santos, mormente aqueles(as), que o povo aprecia e tem devoção. Nossa Senhora, principalmente. Ela foi esposa, mãe, educadora: grande em todas as fases da vida. Todos nós, como cristãos, temos a responsabilidade, a partir do batismo e crisma, pela propagação autêntica da fé. Não somos omissos? Como vai nossa vida na família, na comunidade? Onde queremos passar a eternidade? Com Cristo? Com o Pai? Com o Espírito Santo? Então, comecemos logo, se ainda não o estamos fazendo. Feliz Natal e boa preparação.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

A importância do Exame de Consciência diário

shurkin_son | Shutterstock

Por Vanderlei de Lima - publicado em 10/12/23

Santo Inácio de Loyola, em seus Exercícios Espirituais, é quem ensina, em três pontos, o modo de se praticar esse Exame Particular.

Quando falamos em Exame de Consciência, logo pensamos naquele que antecede a Confissão sacramental (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 1454). Todavia, aqui, o foco será o Exame de Consciência diário. Para atingir nosso objetivo, valemo-nos do pequeno livro O Exame particular, do Pe. Miguel Ángel Fuentes, IVE, publicado pela Editora do Verbo Encarnado. São Paulo, 2020, 100 páginas.

Importa, logo de início, citar sobre o tema tratado, o que o Papa Pio XII aconselha aos sacerdotes: “Não omita o exame diário de consciência, que é o meio mais eficaz para perceber o progresso da vida espiritual durante o dia, bem como para remover os obstáculos que impedem ou retardam o progresso na virtude como, finalmente, para conhecer os meios mais idôneos de garantir maiores frutos ao ministério sacerdotal e implorar ao Pai celestial perdão por tantas fraquezas” (Menti nostrae, 52, p. 12, nota 2). Tal prática pode ser útil a cada fiel, sacerdote ou não (cf. p. 13-15). De que modo?

Santo Inácio de Loyola, em seus Exercícios Espirituais, n. 24-31, é quem ensina, em três pontos, o modo de se praticar esse Exame Particular. 1º) De manhã, ao se levantar, a pessoa toma consciência ou se lembra do que irá trabalhar naquele dia: algo que precisa adquirir de virtude, corrigir de vício, desarraigar de apego desmedido etc. Pode até, em forma de oração, escrever o que trabalhará e o modo concreto de o fazer (cf. p. 17-18). 2º) No meio do dia, revisar, hora a hora, com assiduidade – e até com anotações – o que falhou no propósito matinal ou, em contrapartida, o que foi alcançado na intenção feita. Importa, ainda, levar em consideração as razões dessas falhas e, por fim, renovar o propósito para a tarde. Ter uma tabela para anotar, com algum sinal, as falhas da manhã e da tarde muito pode auxiliar o fiel exercitante (cf. p. 20). 3º) No fim do dia, a pessoa – assim como fez no meio do dia – revisa o que se passou à tarde e anota, na tabela, no local correspondente. Percebendo alguma falha, faça também, como sinal de arrependimento, um gesto externo por ela: um toque de mão no peito, uma genuflexão etc.

Ainda: “No exame noturno, a pessoa deve observar se sua conduta melhorou em relação à da manhã; e todos os dias (ou pelo menos uma vez por semana) deveria comparar seu trabalho com o dia ou os dias anteriores, verificando se melhorou ou piorou, procurando os motivos (se melhorou, para continuar trabalhando nessa linha; se piorou, para corrigir as coisas que fazem retroceder no trabalho); e de vez em quando, comparar uma semana com as anteriores, verificando se progride ou se afasta de seus objetivos” (p. 23). Com a graça de Deus e a firme perseverança do fiel, em poucos meses, se verão grandes progressos. 

Lembre-se de que o projeto a ser trabalhado tem de ser objetivo e detalhado; isto é, não basta apenas se propor – de modo genérico – a ser mais humilde. É preciso saber bem se se deseja ser humilde nas palavras, nos gestos, nos olhares etc. Ora, isso requer, sem dúvida, um autoconhecimento detalhado da parte do fiel. Ele tem de apreciar bem o “terreno” no qual irá trabalhar (cf. p. 27). Neste ponto, muito ajuda a leitura de temas de espiritualidade em autores célebres (Garrigou-Lagrange, Royo Marín, Tanquerey etc.) e o seguimento do que o próprio Pe. Fuentes propõe nas páginas 29 a 41 de sua obra. 

A pessoa considerará sempre, entre seus defeitos, aquilo que se chama “defeito dominante” – com sua natureza, a necessidade de combatê-lo, os meios para conhecê-lo, o modo de combatê-lo – e sua relação com os sete vícios capitais (cf. p. 44-63). Neste trabalho, cabe a cada um conhecer também o seu temperamento, que está ligado ao que trazemos de negativo ou de positivo (cf. p. 64-95).

Isso posto, tenha a palavra final o Pe. Fuentes ao escrever o que segue: “Acima de tudo, devemos reconhecer uma grande verdade com muitíssima frequência – para não dizer quase sempre – sem um exame particular sério, todos os bons desejos e tentativas estão condenados, mais cedo ou mais tarde, ao fracasso total e o cristão acaba fechado na tibieza e na mediocridade. Por esse motivo, não dar a importância que merece pode ser um sinal de tolice” (p. 43).

Mais informações aqui.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Fé, verdade e cultura (6/8)

Fé, verdade e cultura (Presbíteros)

Fé, verdade e cultura

Por Joseph Ratzinger

3. RELIGIÃO, VERDADE E SALVAÇÃO

Permitam-me que me detenha um momento mais nesse ponto, pois toca um aspecto fundamental da existência humana, e que com razão representa também uma questão radical no atual debate teológico. Isso porque se trata do próprio impulso do qual partiu a Filosofia, e ao qual tem de voltar sempre: nele se tocam necessariamente a Filosofia e a Teologia, quando estas se mantêm fiéis à sua intenção. É a questão de como o homem se salva, de como se justifica.

No passado, pensou-se de preferência na morte e naquilo que vem depois da morte; hoje o mais além é visto como algo incerto, e portanto continua sendo excluído das questões atuais. Por isso é necessário continuar buscando o que é reto e justo no tempo: não se pode preterir o problema de como se deve enfrentar a morte. Curiosamente, no debate sobre a relação do Cristianismo com as religiões universais, o ponto de discussão que vem sendo mantido é o de como se relacionam as religiões e a salvação eterna.

A questão sobre como o homem pode salvar-se ainda vem sendo debatida em moldes clássicos. Ultimamente, porém, vem-se impondo de modo bastante geral esta tese: todas as religiões são caminhos de salvação. Talvez não o caminho ordinário, mas ao menos caminhos “extraordinários” de salvação: por todas as religiões se chegaria à salvação. É essa a visão habitual.

Semelhante tese não corresponde apenas à idéia da tolerância e do respeito pelos outros que hoje nos é imposta. Corresponde também à imagem moderna de Deus: Deus não pode rejeitar homem algum apenas porque não conhece o cristianismo e, em conseqüência, cresceu em outra religião. Aceitará a sua vida religiosa da mesma forma que faz com a nossa.

Embora esta tese – reforçada nos últimos tempos com muitos outros argumentos – seja bastante clara à primeira vista, não deixa de suscitar dúvidas. Pois as religiões particulares não exigem apenas coisas diferentes, mas também coisas opostas. Diante do número crescente de homens não vinculados ao religioso, esta teoria universal da salvação estendeu-se também a formas de existência não religiosas, mas vividas de maneira coerente. Sendo assim, atitudes contraditórias conduziriam à mesma meta. Em poucas palavras, estamos novamente diante do relativismo. Pressupõe-se sub-repticiamente que, no fundo, todos os conteúdos são igualmente válidos. Não sabemos o que vale realmente.

Cada um tem de percorrer o seu caminho, ser feliz à sua maneira, como dizia Frederico II da Prússia. Assim, galopando nas teorias da salvação, o relativismo torna a entrar sub-repticiamente pela porta traseira: a questão da verdade é separada da questão das religiões e da salvação. A verdade é substituída pela boa intenção; a religião mantém-se no plano subjetivo, porque não se pode conhecer aquilo que é objetivamente bom e verdadeiro.

Joseph Ratzinger

Fonte: Site interrogantes.net

Link: http://www.interogantes.net

Tradução: Quadrante

https://presbiteros.org.br/

Papa Francisco: a corrupção é perigosa, precisamos estar muito atentos

O Papa Francisco recebe em audiência os funcionários do Escritório do Auditor Geral (Vatican Media)

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira, no Vaticano, os funcionários do Escritório do Auditor Geral, um organismo vaticano instituído, juntamente com outros, há nove anos, com o Motu Proprio Fidelis dispensator et prudens.

Silvonei José – Vatican News

O desejo de Francisco ao criar esse organismo vaticano, há nove anos, com o Motu Proprio Fidelis dispensator et prudens era lançar algumas reformas econômicas, em continuidade com o trabalho já iniciado pelo Papa Bento XVI.

Um órgão cujas funções foram então mais bem definidas nos Estatutos subsequentes e reafirmadas na Constituição Apostólica Praedicate Evangelium.

O Papa Francisco no seu discurso entregue aos presentes dentre os vários aspectos e valores que caracterizam esse Escritório, recordou brevemente três: independência, atenção às práticas internacionais e profissionalismo.

Em primeiro lugar, a independência. O Escritório do Auditor Geral não depende hierarquicamente de outros órgãos. Entretanto, longe de significar arbitrariedade, isso implica a responsabilidade de uma ação sempre bem pensada e inspirada no mais alto princípio da caridade. É importante que o espírito de correção fraterna sempre o guie, mesmo quando for necessário apontar práticas contábeis e administrativas que não estejam de acordo com as regras e situações a serem corrigidas.

A Palavra de Deus – escreveu o Papa - nos ensina que "o Senhor corrige aqueles a quem ama, como um pai corrige seu filho amado" (Pr 3:12). Lembremo-nos dessas palavras que acompanham a correção: amor e paternidade, sempre, sem ceder à tentação do protagonismo fácil.

A esse respeito Francisco diz que é bom recordar, com espírito sinodal, a importância da colaboração do Escritório com os outros Dicastérios da Cúria e, em particular, com os organismos econômicos, evitando "competições" que podem facilmente se transformar em rivalidade, também em nível pessoal.

Em segundo lugar, atenção às práticas internacionais. É importante promover a aplicação das melhores práticas, promover a justiça e estar alinhado com o restante da comunidade internacional, desde que, é claro, os padrões não contradigam os ensinamentos da Igreja.

Terceiro lugar: profissionalismo. Referindo-se aos presentes salientou que eles têm um histórico profissional considerável, adquirido em organizações importantes. Em alguns casos, isso significa décadas de experiência trabalhando em alto nível, e o Papa agradeceu-lhes por terem decidido colocar tudo isso a serviço da Santa Sé.

“Sei que, para manter altos padrões profissionais, o senhor investe muito em treinamento, e isso é bom. O Papa Francisco recordou então que o “Escritório do Auditor Geral também é uma das Autoridades Anti corrupção de acordo com a Convenção de Mérida, à qual a Santa Sé aderiu em 2016 também em nome do Estado da Cidade do Vaticano.

“Certamente, - acrescentou o Papa - aqueles que trabalham na Santa Sé e no Estado da Cidade do Vaticano o fazem com fidelidade e honestidade, mas a tentação da corrupção é tão perigosa que precisamos estar muito atentos”.

“Sei que os senhores dedicam muita atenção a isso, com um trabalho que é administrado com firmeza e misericordiosa discrição, porque, sujeito à necessidade de transparência absoluta em todas as ações, os escândalos servem mais para encher as páginas dos jornais do que para corrigir em profundidade comportamentos”. “Convido-os, - disse Francisco - além disso, a ajudar os responsáveis pela administração dos bens da Santa Sé a criar salvaguardas que possam impedir, "no início", que a própria insidiosidade da corrupção se concretize”.

O Papa concluiu seu discurso dizendo que sabe que alguns dos presentes servem no refeitório da Cáritas. “É uma coisa bonita, e eu lhes digo: façam isso com o coração aberto, com simplicidade e gratuidade, e encontrem tempo para conversar com essas pessoas e ouvir suas histórias. Muitas vezes se encontram pessoas que precisam de amizade, mas que são deixadas sozinhas. Muitas vezes, um sorriso e uma palavra valem ainda mais do que um prato de macarrão”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

NAZARENO: Ninguém é profeta em casa (expulsão de Nazaré) - (15)

Nazareno (Vatican Media)

Cap. 15 - Ninguém é profeta em casa (expulsão de Nazaré)

Quanto mais os dias passavam, mais as pessoas falavam Dele, de Seus milagres. Retornando por alguns dias a Nazaré, em um sábado Ele entrou na pequena sinagoga que o havia visto criança. Ele se levanta para ler uma passagem de Isaías e depois toma a palavra. "Hoje se cumpriu esta Escritura que vocês ouviram". Palavras que causam espanto, mas também perplexidade entre seu povo, porque desafiavam as certezas adquiridas, de modo que o expulsaram da cidade e o levaram até a beira da montanha para jogá-lo para baixo. Mas ele, passando pelo meio deles, partiu. "Nenhum profeta", diz Jesus, citando a Sagrada Escritura, "é bem aceito em sua própria terra! O Nazareno desce a Cafarnaum, onde há uma multidão de pessoas, pescadores e comerciantes vendendo suas mercadorias, soldados romanos, mendigos, multidões de crianças barulhentas dedicadas às suas brincadeiras. Cafarnaum é uma terra fronteiriça, onde a Ásia e a Europa se encontram ao longo da "rota marítima"; aqui tudo parece menos problemático, até mesmo os encontros de Jesus.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2023/11/02/16/137431196_F137431196.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Dâmaso I

São Dâmaso I (A12)
11 de dezembro
São Dâmaso

Há alguma controvérsia sobre a nacionalidade de Dâmaso, romano, espanhol, ou “espanhol da Lusitânia”. Sua eleição ao papado, em 366, foi perturbada pela tentativa do antipapa herege dos arianos (que negavam a consubstancialidade de Jesus com o Pai), Ursino, de chegar à Cátedra de Pedro. Além do arianismo, seu pontificado teve que se colocar firmemente também contra outras seitas heréticas, como os marcionistas, os donatistas, os novacianos, os sabelianos, os apolinaristas, os macedonianos…

Com tudo isso, definiu inequivocamente o primado do Romano Pontífice (a Igreja de Roma exerce jurisdição sobre todas as demais), constituiu o II Concílio Ecumênico em Constantinopla, organizou o canto dos Salmos, obrigatórios para o clero nas igrejas e mosteiros. Conviveu e contou com o auxílio de Santo Ambrósio, Santo Atanásio, Santo Agostinho e São Jerônimo, a quem encomendou a tradução, para o Latim, dos textos originais gregos e hebreus da Bíblia, conhecida como “Vulgata”, e que serviu durante séculos como referência para a Igreja.

Além disso, publicou uma decisão relativa ao catálogo dos livros bíblicos, de importância fundamental na definição do cânon da Sagrada Escritura. Seu interesse pelas catacumbas o levou a visitá-las pessoalmente e a determinar sua digna restauração, bem como a levantar notícias dos seus mártires, em textos de grande importância histórica. Morreu em 11 de dezembro de 384, após mais de 18 anos de pontificado.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

São Dâmaso I foi talvez o Papa mais notável do século IV, época de grandes mudanças para a Igreja, tanto em relação a aspectos externos, de relação com o mundo civil, quanto a questões internas, que exigiam definições pastorais e combate a heresias. Sua firmeza e precisão doutrinária permitiram à Igreja navegar seguramente por estas águas difíceis, e, como no Corpo de Cristo há vários membros, que cooperam entre si, seu trabalho foi apoiado pela ação de outros grandes santos. Nossa maturidade na Fé conta também com o auxílio dos irmãos, através das suas orações e obras; tudo o que fazemos tem importância para o bem do próximo.

Oração:

Deus Pai, que guiais com mão segura a Vossa Igreja através dos tempos, concedei-nos pela intercessão de São Dâmaso I, Vosso Vigário nesta Terra, a segurança na Doutrina e a firmeza na Fé, para que como ele possamos alcançar a salvação ajudando o próximo, no serviço de perseverar no único Caminho que leva ao Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que Convosco vive e reina, e por Vossa Mãe Santíssima. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 10 de dezembro de 2023

Papa: rumo ao Natal, valorizar o silêncio e a sobriedade, inclusive nas redes sociais

Papa: rumo ao Natal, valorizar o silêncio e a sobriedade (Vatican Media)

Já com a Praça São Pedro enfeitada para o Natal, o Pontífice rezou com milhares de fiéis a oração do Angelus e comentou o trecho do evangelista Marcos, que fala de João Batista, o precursor de Jesus.

Vatican News

Libertar-se do supérfluo para compreender aquilo que é realmente importante diante de Deus: para o Papa Francisco, esta é a mensagem principal que o Evangelho nos apresenta neste II Domingo do Advento.

Já com a Praça São Pedro enfeitada para o Natal, o Pontífice rezou com milhares de fiéis a oração do Angelus e comentou o trecho do evangelista Marcos, que fala de João Batista, o precursor de Jesus. O Papa se deteve no versículo em que o Batista é descrito como "voz daquele que grita no deserto", para refletir sobre as palavras "voz" e "deserto". 

O deserto é o local do silêncio e da essencialidade, onde não é permitido divagar sobre coisas inúteis, mas é preciso se concentrar no que é indispensável para viver.

“Eis um chamado sempre atual: para proceder no caminho da vida, é necessário despir-se do 'a mais', porque viver bem não quer dizer encher-se de coisas inúteis, mas se libertar do supérfluo, para cavar em profundidade dentro de si, para compreender aquilo que é realmente importante diante de Deus.”

Para Francisco, somente se fizermos espaço a Jesus através do silêncio e da oração, saberemos nos libertar da poluição das palavras vãs e dos falatórios. Nesse sentido, o silêncio e a sobriedade – nas palavras, no uso das coisas, na mídia e nas redes sociais – não são só “promessas” ou virtude, mas elementos essenciais da vida cristã.

Já a voz é o instrumento com o qual manifestamos o que pensamos e levamos no coração, e está intimamente relacionada ao silêncio, porque expressa aquilo que amadurece dentro, da escuta daquilo que o Espírito sugere.

"Se não se é capaz de calar, é difícil que se tenha algo de bom a dizer; enquanto mais atento é o silêncio, mais forte é a palavra", disse o Papa. 

A minha vida é sóbria ou repleta de coisas supérfluas?

Francisco então convida os fiéis a se questionarem: que lugar ocupa o silêncio nos meus dias? É um silêncio vazio, talvez opressor, ou um espaço de escuta, de oração, onde custodiar o coração? A minha vida é sóbria ou repleta de coisas supérfluas?

Mesmo que signifique ir contracorrente, exortou, valorizemos o silêncio, a sobriedade e a escuta.

"Que Maria, Virgem do silêncio, nos ajude a amar o deserto, para nos tornar vozes críveis que anunciam o seu Filho que vem."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF