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domingo, 17 de dezembro de 2023

Os 3 mortos que Jesus ressuscitou – e os 3 pecadores que eles representam

Ilya Repine (1871) - Public Domain

Por Reportagem local - publicado em 21/06/17

A menina abrigada na casa do pai; o filho da viúva fora de casa, mas ainda não no sepulcro; e Lázaro já sepultado.

Santo Agostinho, em seu Sermão 98, nos oferece uma fascinante reflexão sobre os três mortos que Jesus ressuscitou de modo visível e os três tipos de pecadores que eles podem representar:

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No Evangelho (São Lucas 7, 11-17) encontramos três mortos ressuscitados pelo Senhor de forma visível e milhares de forma invisível.

A filha do chefe da sinagoga, o filho da viúva de Naim e Lázaro são símbolo dos três tipos de pecadores ainda hoje ressuscitados pelo Senhor. A menina ainda estava em casa de seu pai; o filho da viúva não estava mais na casa da mãe, mas ainda não estava no túmulo; e Lázaro já estava sepultado.

Albert von Keller - Public Domain

Assim, há pessoas com o pecado dentro do coração, mas que ainda não o cometeram. Tendo consentido no pecado, ele habita na sua alma como um morto, mas que não saiu ainda porta afora. Ora, acontece com frequência aos homens esta experiência interior: depois de terem escutado a palavra de Deus, parece-lhes que o Senhor lhes diz: “Levanta-te!“. E, condenando o consentimento que haviam antes dado ao mal, retomam fôlego para viver na salvação e na justiça.

James Tissot - Public Domain

Outros, após aquele consentimento, partem para os atos, transportando assim o morto que traziam escondido no fundo do coração para expô-lo diante de todos. Deveremos deixar de ter esperança a seu respeito? Acaso não disse o Salvador ao jovem de Naim: “Eu te ordeno: Levanta-te!“? Acaso não o devolveu à mãe? O mesmo acontece a quem agiu desse modo: tocado e comovido pela Palavra da Verdade, ressuscita pela voz de Cristo e volta à vida. É verdade que ele havia dado mais um passo na via do pecado, mas não pereceu para sempre.

Luca Giordano - Public Domain

Já os que se embrenham nos maus hábitos a ponto de perderem a noção do próprio mal que cometem, esses procuram defender os seus maus atos e se enraivecem quando alguém os censura. A esses, esmagados pelo peso do hábito de pecar, albergam as mortalhas e os túmulos e cada pedra colocada sobre o seu sepulcro não é mais do que a força tirânica desse mau uso que lhes oprime a alma e não lhes permite nem levantar-se nem respirar.

Por isso, irmãos caríssimos, façamos de tal modo que quem vive viva e quem está morto volte à vida e faça penitência. Os que vivem conservem a vida e os que estão mortos apressem-se a ressuscitar.

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Santo Agostinho, Sermão 98

Fonte: https://pt.aleteia.org/

São Lázaro

São Lázaro (A12)

17 de dezembro

São Lázaro

Lázaro morava com suas irmãs Marta e Maria em Betânia, na Judeia, numa propriedade agrícola, a cerca de cinco quilômetros de Jerusalém. Aparentemente, os três eram solteiros, e muito respeitados na comunidade hebraica pela honestidade e religiosidade. Em sua casa Jesus muitas vezes se hospedava, e Lázaro, particularmente, era amigo muito próximo do Senhor. O ponto alto desta amizade nos é relatada no Evangelho de São João (cf. cap. 11,1-45; cap. 12,1-11), quando Marta e Maria mandam avisar Jesus, distante em outro lugar, de que Lázaro, “aquele que Tu amas”, estava enfermo em Betânia. Apesar da mensagem, Jesus ainda Se demorou dois dias antes de ir vê-los, e o fez sabendo da hostilidade dos judeus para Consigo, pois lá haviam tentado apedrejá-Lo há não muito tempo. Jesus sabia que Lázaro já havia morrido quando partiu, e de fato, quando Ele e os Apóstolos chegaram, fazia quatro dias que estava enterrado, segundo o costume judeu: numa gruta, com a entrada fechada por uma pedra.

Tanto Marta quanto Maria disseram a Jesus, “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!”, pois acreditavam que o Senhor poderia curá-lo; porém, embora acreditassem também na ressurreição dos mortos ao final dos tempos, não lhes ocorreu que Jesus poderia ressuscitar Lázaro diretamente. Jesus Se emocionou profundamente com as lágrimas de Maria, e chorou à entrada do túmulo de Lázaro, o que chamou a atenção dos judeus que haviam comparecido para dar condolências às irmãs: “Vede como Ele o amava!”. Também emocionado com os comentários do povo, de que Ele, tendo antes dado a vista a um cego de nascença, poderia ter curado Lázaro, Jesus ordenou que tirassem a pedra que selava o sepulcro.

Marta estranhou, alegando que o corpo já exalava mau cheiro, mas Cristo lembrou-lhe o que conversaram pouco antes, de que ela devia crer na ressurreição e também Nele, o Cristo. Assim, retirada a Pedra, Jesus dirigiu-Se primeiramente ao Pai, em benefício dos circundantes, para que acreditassem; e em alta voz ordenou“Lázaro, vem para fora!”. Imediatamente o ressuscitado saiu, ainda com os pés e as mãos atados com as faixas fúnebres e o rosto coberto por um sudário. Jesus mandou que o libertassem – “Desatai-o e deixai-o ir”; e, por causa deste milagre, muitos judeus se converteram.

Informados os fariseus do acontecido, reuniram-se em conselho, não felizes pelo milagre e pela vida de Lázaro, mas com ódio do Senhor, pois alegavam entre si que se Ele continuasse a fazer tais portentos, todo o povo se converteria e – ao menos no seu entender – proclamaria, numa revolta, Jesus como rei, quando então “...os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação” em represália. Diante desta perspectiva, decidiram matar Jesus. E deliberaram igualmente assassinar Lázaro, “pois, por sua causa, muitos se afastavam dos judeus e criam em Jesus”.

Contudo, dias depois do milagre, Lázaro e suas irmãs ofereceram em Betânia um jantar a Jesus, a seis dias da Páscoa. É este o último momento em que os três são mencionados nos Evangelhos. Há indícios concretos, além da tradição e escritos muito antigos, que apontam a viagem de Lázaro e suas irmãs para a ilha de Chipre depois da ressurreição de Cristo, onde ele se tornou bispo de Cítio, hoje Lamaca: em 890, na Basílica de São Lázaro (padroeiro desta cidade), antes um templo cristão do século V, descobriu-se uma lápide com a inscrição: “Lázaro, amigo de Cristo”. E em 1972 arqueólogos encontraram uma arca de mármore, escondida num local abaixo da Basílica, com inscrições de que ali estavam os restos mortais de São Lázaro. Como em 890 relíquias haviam sido trasladadas para Constantinopla, e posteriormente para a França pelos Cruzados, esta arca contém ainda uma parte delas.

 Esta igreja, assim como a casa de Lázaro e o seu túmulo em Betânia (os dois últimos desde o início do Cristianismo, segundo São Jerônimo), são locais de peregrinação e visitação.

Reflexão:

A ressurreição de Lázaro foi o último grande milagre, e portanto sinal, na vida pública de Jesus, tornando-o a prova viva da divindade de Cristo, Senhor da vida e da morte. Um aspecto importante a ser destacado é a espera de quatro dias de morte que Jesus estabelece para agir, pois os judeus tinham a norma de esperar três dias completos até oficialmente reconhecer o falecimento de alguém; o Senhor ultrapassa em um dia, ainda, este limite, de modo a que não se pudesse contestar de nenhum modo a evidência do Seu poder divino, e de fato Marta Lhe afirma que o corpo do irmão “já cheira mal”, isto é, já estava em processo de decomposição. Diante de evidência tão cabal, a liberdade humana é obrigada a escolher radicalmente entre somente duas opções: ou a conversão a Deus, para uma vida que nos mereça ser também conhecidos como “amigo de Jesus”, e “aquele que Jesus ama”, ou… querer matá-Lo, como os fariseus, isto é, renunciar a que Deus seja nosso amigo, nossa Vida, para ocupá-la com vãs especulações sobre as possibilidades mundanas e o modo de ajustar-se aos príncipes deste mundo. No primeiro caso, seremos também “Lázaro”, nome de origem grega cujo correspondente em Hebraico é Eleazar, que significa "Deus ajudou". E por isso Nosso Senhor não permitirá a nossa morte, ainda que tramada pelos inimigos mais fortes do que nós, e, levado às lágrimas pela emoção amorosa da Sua amizade infinita, nos ressuscitará para a infinita Comunhão com Ele mesmo, que é a Vida. (Lázaro, mesmo ameaçado pelos fariseus, foi viver em nova terra…). É fazer nosso o diálogo de Marta com o Cristo: “Disse-lhe Jesus: ‘Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em Mim, jamais morrerá. Crês nisso?’. Respondeu ela: ‘Sim, Senhor. Eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, Aquele que devia vir ao mundo’”. No segundo caso, agiremos planejando a morte de Cristo no mal feito aos irmãos, cometendo crimes de todas as espécies e a seguir mentindo para tentar enganar os demais, como pretenderam os fariseus com a eliminação da “evidência” que era Lázaro, e depois, da mesma forma, espalhando que o Cristo não havia ressuscitado, mas que Seu corpo fôra roubado pelos discípulos… atitudes monstruosas, infelizmente de absoluta atualidade, na cultura, na política, nas ideias, e até mesmo na espiritualidade. Só é possível sair da morte para a vida renunciando ao pecado, que é filho da mentira, e sendo amigos de Cristo, Caminho, Verdade e Vida.

Oração:

Senhor Deus, em cujo amor e amizade infinitos nos fizestes Vossa própria imagem e semelhança, concedei-nos por intercessão de São Lázaro, tão querido e próximo de Vós, a graça de sairmos para fora da escura e fria gruta do pecado e da mentira, e desatai as faixas de concupiscência que nos prendem ao que é passageiro e mortal, de modo a que possamos ir definitivamente para Vós. Que de cada um nós se possa também dizer, “Vede como Ele o amava!”. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sábado, 16 de dezembro de 2023

Advento: um antídoto contra o tédio

Halfpoint - Shutterstock

Por Philip Kosloski - publicado em 15/12/23

"O Advento é o tempo da presença e da espera eterna. Precisamente por esta razão é, de modo particular, o tempo da alegria, de um júbilo interiorizado, que nenhum sofrimento pode anular", disse Bento XVI.

No mundo de hoje, é relativamente fácil ficar entediado com o momento presente e com a vida em geral. Ao procurar se divertir com a última postagem viral nas redes sociais, é possível afundar-se no tédio da vida que corrói as profundezas da alma. Mas, e se o Advento nos ajudasse a ir contra essa tendência?

O remédio para este tédio, segundo o Papa Bento XVI, é viver na esperança e na expectativa da união final com Deus. Numa homilia do Advento de 2009, o Papa Bento XVI explicou como a espera pode tornar-se “insuportável”:

“Existem modos muito diferentes de esperar. Se o tempo não foi preenchido por um presente dotado de sentido, a espera corre o risco de se tornar insuportável; se se espera algo, mas neste momento não há nada, ou seja se o presente permanece vazio, cada instante que passa parece exageradamente longo, e a expectativa transforma-se num peso demasiado grave, porque o futuro permanece totalmente incerto.

Se a vida não tiver sentido e você apenas navegar pelo telefone sem pensar, na esperança de encontrar algo divertido, isso rapidamente se tornará insuportável. O tédio provavelmente irá invadir você e conquistar seus corações.

Um antídoto para o tédio 

Felizmente, o Papa Bento XVI oferece um antídoto para este tédio:

“Ao contrário, quando o tempo é dotado de sentido, e em cada instante compreendemos algo de específico e de válido, então a alegria da espera torna o presente mais precioso.

Queridos irmãos e irmãs, vivamos intensamente o presente, em que já nos são concedidos os dons do Senhor, vivamo-lo projectados para o futuro, um porvir repleto de esperança. Deste modo, o Advento cristão torna-se ocasião para despertar em nós o autêntico sentido da espera, voltando ao coração da nossa fé que é o mistério de Cristo, o Messias esperado durante longos séculos e nascido na pobreza de Belém.”

Enfim, o tempo do Advento pode ajudar a combater a monotonia da existência, porque nos lembra que a vida consiste em esperar com esperança a vinda do Messias. Permite-nos esperar cada vez mais impacientemente pelo Senhor. Sua vida tem um grande significado e propósito, e quando você estiver dominado pelo tédio, lembre-se de que Deus o chama para Si mesmo todos os dias.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa: o Natal também é vítima do modelo comercial e consumista

Papa Francisco durante Audiência Geral - no fundo, um presépio (Vatican Media)

O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado na ante câmara da Sala Paulo VI, cerca de 135 artistas que darão vida ao Concerto de Natal do Vaticano neste ano.

Silvonei José – Vatican News

Depois de dar as boas-vindas aos artistas que se apresentarão no Concerto de Natal neste sábado, Francisco saudou o bispo Tighe e os organizadores dessa iniciativa, patrocinada pela Fundação Pontifícia Gravissimum Educationis - Cultura para a Educação.

O Papa recordou então que as canções folclóricas são parte integrante das culturas. Desde os tempos mais remotos, os seres humanos têm transmitido contos e orações em forma de canto. E isso ainda acontece hoje, especialmente em algumas populações nativas. Mas também encontramos esse fenômeno nas sociedades modernas: pensemos em quantos adolescentes sabem de cor as músicas de seus cantores favoritos, porque essas palavras combinadas com a música despertam neles uma mistura de emoções e significados.

Francisco então recordou que o “Natal é talvez a festa mais rica em canções populares. Na Itália, há uma que todos conhecem e que, em sua simplicidade, é uma obra-prima de teologia e harmonia: "Tu scendi dalle stelle" (Tu desces das estrelas). Não foi à toa que um santo bispo, Alfonso Maria de' Liguori, a compôs.

Dirigindo então seu pensamento aos presentes disse que também eles, de certa forma, fazem parte dessa tradição: emprestam suas vozes a famosas melodias de Natal; e cada um traz sua própria originalidade, seu próprio "timbre". Isso é lindo: há uma mensagem antiga e sempre nova, a do nascimento de Jesus, o Salvador, e há diferentes vozes, de diferentes partes do mundo, unindo-se para fazer essa mensagem ressoar. E elas fazem isso com estilos diferentes, em culturas e idiomas diferentes. Porque o Evangelho do Natal é único, mas não pode ser cantado de maneira uniforme.

Em vez disso, - continuou o Papa - a tendência do modelo tecnocrático é homogeneizar, padronizar. Sabemos, infelizmente, - disse o Papa - que o Natal também é vítima desse modelo comercial e consumista. Mas que as canções de Natal pelo menos preservem a poesia e a espontaneidade que lhes dão tanta vida. Ajude-nos a defendê-lo desse abuso.

O Papa encerrou sua breve saudação dizendo: “sei que hoje vocês também cantarão pensando naqueles que vivem nestes dias com dor e medo por causa da guerra. Tantas guerras. Infelizmente, também na Terra onde Jesus nasceu. Por isso, também, eu lhes agradeço e os abençoo. Feliz concerto e Feliz Natal, para vocês e seus entes queridos!” E concluiu: “por favor, não se esqueçam de rezar por mim”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Terço dos Homens cresce em um dos países mais secularizados do mundo

Ground Picture | Shutterstock

Por Francisco Vêneto - publicado em 07/08/23

Os membros da iniciativa têm o desejo de compartilhar publicamente a sua fé na misericórdia divina, manifestada por meio do santo rosário.

Aconteceu neste sábado, 5 de agosto, a primeira reunião do Terço dos Homens na cidade australiana de Adelaide. O encontro de oração foi realizado nos arredores da catedral de São Francisco Xavier, depois da celebração da Santa Missa.

A iniciativa chama especial atenção porque a Austrália é um dos países em mais acelerado processo de secularização no mundo. A conclusão vem do censo realizado em 2021 pelo Australian Bureau of Statistics, que apontou que, pela primeira vez, o número de cristãos ficou abaixo de 50% da população, enquanto o de australianos que se declaram sem religião aumentou 39%.

Sidney, a maior cidade do país, foi a pioneira no território australiano em contar com um grupo do Terço dos Homens. Os participantes da assim chamada Cruzada do Terço dos Homens de Sydney se reúnem todo primeiro sábado de cada mês para rezar pela intercessão da Santíssima Virgem Maria.

Ivica Kovac, responsável pela pastoral da Vida, Casamento e Família na arquidiocese de Sydney, os membros da iniciativa têm o desejo de compartilhar publicamente a sua fé na misericórdia divina, manifestada por meio do santo rosário. Ela declara que os participantes sabem que “existem milhares como eles” na cidade e no país e, portanto, esperam que o seu testemunho os incentive a também se engajarem na oração e na devoção mariana.

O Terço dos Homens também se expandiu de modo extraordinário no Brasil.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

NAZARENO: A Lei e o coração: uma nova lógica (Pai Nosso e outros ensinamentos) - (20)

Nazareno (Vatican Media)

Cap. 20 - A Lei e o coração: uma nova lógica (Pai Nosso e outros ensinamentos)

Depois daquela lista de bem-aventuranças que derrubou todos os critérios do mundo, Jesus explica que a reconciliação com os irmãos e irmãs é a condição para podermos nos aproximar de Deus. "Eu lhes digo: amem seus inimigos e rezem por aqueles que os perseguem...". Com sua mensagem, o Nazareno pede às pessoas, que vieram ouvi-lo, que passem da regra escrita para o coração, da norma para a consciência, da observância externa para a adesão interna a um bem maior. Um bem que ele os convida a fazer em segredo, porque o Pai, que vê em segredo, os recompensará. O mesmo critério é aplicado à oração; ele ensina a todos o "Pai Nosso". Suas palavras são um convite a ir ao essencial, a não julgar para não ser julgado, a não condenar para não ser condenado.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2023/12/07/13/137523143_F137523143.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Primeira Pregação do Advento 2023 do cardeal Raniero Cantalamessa (2/3)

1ª Pregação do Advento 2023 (Vatican News)

Primeira Pregação do Advento 2023 do cardeal Raniero Cantalamessa

"Jesus não espera que os pecadores mudem de vida para poder acolhê-los; mas os acolhe, e isso leva os pecadores a mudar de vida. Todos os quatro Evangelhos – Sinóticos e João – são unânimes nisso."

Fr. Raniero Card. Cantalamessa, OFMCap

“VOZ DE QUEM CLAMA NO DESERTO”

João Batista, o moralista e o profeta

Primeira Pregação do Advento de 2023

Na liturgia do Advento, nota-se uma progressão. Na primeira semana, a figura de destaque é o profeta Isaías, aquele que anuncia de longe a vinda do Salvador; no segundo e terceiro domingos, o guia é João Batista, o precursor; na quarta semana, a atenção se concentra toda em Maria. Este ano, tendo apenas duas meditações à disposição, pensei dedicá-las aos dois: ao Precursor e à Mãe. Nas iconóstases dos irmãos Ortodoxos, os dois estão um à direita e o outro à esquerda de Cristo e, frequentemente, são apresentados como dois “recepcionistas” dos lados da porta que introduz ao recinto sacro.

João Batista, “profeta e mais que profeta”

Passemos agora ao segundo papel, ou título, de João Batista. Ele – eu dizia – não é só um moralista e um pregador de penitência; é também e sobretudo um profeta: “E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo” (Lc 1,76). Jesus o define até mesmo “mais que um profeta” (Lc 7,26).

Em que sentido, poderíamos nos perguntar, João Batista é um profeta? Onde está a profecia no seu caso? Os profetas anunciavam uma salvação futura. Mas João Batista não anuncia uma salvação futura; ele aponta para alguém que está presente. Em que sentido, então, pode ser chamado de profeta? Isaías, Jeremias, Ezequiel, ajudavam o povo a superar e ultrapassar a barreira do tempo; João Battista ajuda o povo a ultrapassar a barreira, ainda mais espessa, das aparências contrárias. O Messias tão aguardado, aquele anunciado pelos profetas, prometido nos Salmos, seria, portanto, aquele homem de aparência tão humilde?

É fácil crer em algo grandioso, divino, quando nos projetamos em futuro indefinido – “naqueles dias”, “nos últimos dias”... –, em um quadro cósmico, com os céus que orvalham doçura e a terra que se abre para fazer brotar o Salvador. Mais difícil é quando se deve dizer: “Agora! Está aqui! É este!”. O homem é imediatamente tentado em dizer: “Isso é tudo? “De Nazaré – diziam – pode sair algo de bom?”. “Este, porém, sabemos de onde é”.

É o escândalo da humildade de Deus que se revela “sob aparências contrárias”, para confundir o orgulho e “a vontade de potência” dos homens. Acreditar que o homem que há pouco viram comer, talvez até bocejar ao despertar, é o Messias, o aguardado por todos; acreditar que chegamos ao porquê da história: isso requeria uma coragem profético maior do que a de Isaías. Trata-se de uma tarefa sobre-humana; compreende-se a grandeza do precursor e porque é definido “mais que um profeta”.

Todos os quatro Evangelhos põe em evidência a dúplice veste de João Batista, a de moralista e a de profeta. Mas, enquanto os Sinóticos insistem mais sobre a primeira, o Quarto Evangelho insiste mais sobre a segunda. João Batista é o homem do “Ei-lo!”. “Foi dele que eu disse... Eis o Cordeiro de Deus!” (Jo 1,15.29). Que arrepio deve ter corrido pelo corpo daqueles que, com estas palavras ou outras semelhantes, receberam por primeiro a revelação. Era como uma passagem de insígnias: passado e futuro, espera e cumprimento se tocavam.

O que João Batista nos ensina como profeta? Creio que ele nos tenha deixado de herança a sua tarefa profética. Ao dizer: “No meio de vós está quem vós não conheceis!” (Jo 1,26), inaugurou a nova profecia cristã que não consiste em anunciar uma salvação futura, mas em revelar uma presença escondida, a presença de Cristo no mundo e na história, em rasgar os véus dos olhos das pessoas, quase gritando, com as palavras de Isaías: “Ainda não percebeis?” (Is 43,19).

Jesus disse: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. Ele está em meio a nós; está no mundo e o mundo, também hoje, após dois mil anos, não o reconhece. Há uma frase de Cristo que tem sempre inquietado os fiéis. “O Filho do homem, porém, encontrará fé sobre a terra?” (Lc 18,8). Mas Jesus não fala aqui da sua vinda no fim do mundo. Nos chamados discursos escatológicos, frequentemente cruzam duas perspectivas: a da vinda final de Cristo e a da sua vinda como ressuscitado, glorificado e reivindicado pelo Pai, que Paulo define a sua vinda “com poder, segundo o Espírito de santidade” (Rm 1,4), em contraste com a vinda anterior “segundo a carne”. É se referindo a esta vinda segundo o Espírito, que Jesus pode dizer: “Não passará esta geração até que tudo isso aconteça” (Mt 24,34).

Por isso, aquela frase inquietante de Jesus não interpela os nossos descendentes, aqueles que viverão no momento do seu retorno final como juiz; interpela os nossos antepassados e interpela os nossos contemporâneos, incluindo nós. Apesar da sua ressurreição e dos prodígios que acompanharam o início da Igreja, Jesus encontrou fé entre os seus? Apesar de dois mil anos da sua presença no mundo e todas as confirmações da história, ainda encontra fé sobre a terra, especialmente entre os chamados “intelectuais”?

A tarefa profética da Igreja será a mesma de João Batista, até o fim do mundo: sacudir cada geração da sua terrível distração e cegueira que impede reconhecer e ver a luz do mundo. É esta a tarefa perene da evangelização. No tempo de João, o escândalo derivava do corpo físico de Jesus; da sua carne tão semelhante à nossa, exceto o pecado. Também hoje é o seu corpo, a sua carne a escandalizar: o seu corpo místico, a Igreja, tão semelhante ao resto da humanidade, não excluído nem mesmo o pecado. Como João Batista fez reconhecer Cristo sob a humildade da carne aos seus contemporâneos, assim é necessário hoje fazê-lo reconhecer na pobreza e na miséria da Igreja e da nossa própria vida.

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Tradução de Fr. Ricardo Farias, OFMCap.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Adelaide

Santa Adelaide (A12)

16 de dezembro

Santa Adelaide

Filha do rei da Borgonha, Adelaide nasceu em 931, e cedo casou com o rei Lotário II da Itália, ficando viúva três anos depois. O Duque Berengário de Ivreia, que desejava o reino de Lotário, a mandou prender. Com a ajuda de amigos, como o piedoso capelão Martinho, conseguiu fugir e pedir ajuda ao rei Otão I da Alemanha. Este se apaixonou por ela e, casados, assumiu ele o trono da Itália. Anos mais tarde, como recompensa por expulsar os invasores das terras pontifícias, Otão recebeu a coroa imperial que pertencera a Carlos Magno, dando origem ao Sacro Império Romano-Germânico, o qual duraria mais de oito séculos.

Falecido Otão I, Adelaide foi Regente até a maioridade do filho, Otão II, que em 971 se casou com a princesa grega Teofânia Escleraina. Esta era maldosa e ciumenta, e tanto perseguiu a Regente que Adelaide acabou exilada. Arrependido, o filho, após alguns anos, a trouxe de volta, havendo uma reconciliação; mas pouco depois o imperador morreu. Teofânia assumiu a regência, planejando a morte da sogra; mas, com apenas quatro semanas de governo, foi ela mesma assassinada. Novamente como Regente, agora do neto Otão III, Adelaide retomou suas obrigações políticas e religiosas.

Em todos os períodos em que teve obrigações de Estado, Adelaide agiu com humildade, caridade, justiça, solidariedade e piedade. Entendia que a prosperidade e felicidade de uma nação dependiam da bênção de Deus; por isso procurou que o povo vivesse no santo temor de Deus, empenhando-se para que fossem fielmente conservados os costumes e usos da vida cristã. Santo Odilão, abade de Cluny e seu biógrafo, dizia dela que o trono não a deixou orgulhosa, permanecendo imperturbavelmente humilde. “Humilde na prosperidade, era paciente e conformada na adversidade; sóbria e modesta no comer e vestir; constante na prática dos exercícios de piedade, penitência e caridade, era o modelo de uma perfeita cristã”.

Após a segunda viuvez, Adelaide dedicou-se cada vez mais ao auxílio da Igreja, ajudando os pobres e necessitados e fundando vários mosteiros. No de Selz, recolheu-se nos últimos anos de vida, falecendo em 16 de dezembro de 999.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Santa Adelaide é luminoso exemplo de esposa, mãe, viúva, governante, humildade, resignação, modéstia, fé. No horizonte da Cristandade, destaca-se como modelo de mulher, que sem perder nada da sua feminilidade cumpriu maravilhosamente todos os papéis que a vida lhe solicitou. Donde se vê claramente que as atribuições da mulher na sociedade não exigem de forma alguma que as mulheres se descaracterizem, tornando-se “competidoras” dos homens como querem muitos movimentos “feministas” atuais, incluindo a fácil e desastrosa negação da própria maternidade. A doutrina católica, que vem de Deus, sabe respeitar e valorizar perfeitamente as naturais condições do ser humano, sem violência ou agressões, sem jogar uns contra os outros, permitindo a cada qual se desenvolver como deve, para a sua própria felicidade, de acordo com a sabedoria do Criador para com as Suas criaturas.

Oração:

Deus de infinita misericórdia, dai-nos a graça de, por intercessão de Santa Adelaide, Vossa fiel seguidora, obtermos governantes que de fato se preocupem em buscar as Vossas bênçãos sobre o povo e a Nação, e famílias bem estruturadas no fundamento do matrimônio, edificado na grandeza que concedestes à maternidade e à estabilidade. Pelas mãos da Sagrada Família, Jesus, Maria e José. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

ANÁLISES: Dois povos, dois estados

Dois povos, dois estados (Odair Cunha - Brasil 247)

Arquivo 30Dias - 12/1998

Dois povos, dois estados

«Esta é a solução. Talvez alguém não reconheça, alguém não queira dizer. Mas é apenas uma questão de tempo." Shimon Peres fala.

Entrevista com Shimon Peres por Giovanni Cubeddu

De acordo com uma pesquisa oficial, no dia seguinte dos acordos de Wye Plantation, 75% dos israelenses tinham aprovado com sua própria confiança o pacto assinado pelo ex- Ministro Benjamin Netanyahu. Em certo sentido, encurralando-o, forçando a relutância natural do Likud e, mais geralmente, do direito israelita em benefício do processo de paz. Essa pesquisa também destacou o crescimento de um sentimento moderado, agora também testemunhado pelo nascimento de novas listas e novos candidatos que, tendo em conta as eleições marcadas para 17 de Maio de 1999, sim caracterizam como centristas, concorrentes tanto do Partido Trabalhista quanto do Likud.

A Shimon Peres, ex-primeiro-ministro e historiador Líder trabalhista (e após a morte de Rabin, o único porta-estandarte do sonho de uma “Novo Médio Oriente”) pedimos uma análise do momento político que Israel está vivendo.

«O que Netanyahu fez em Wye Plantation”, diz Peres, “é uma vitória de todos nós. O problema mais importante permanece em aberto: a solução para a paz permanente. O Likud perdeu o seu viés ideológico. Ele estava disposto devolver 13% da Cisjordânia, e isso é um compromisso territorial. Antes de Wye Plantation ele não voltaria nem mesmo um palmo. Tudo bem, bem-vindo ao clube! Os 75 por centenas de israelenses aprovam, e acredito que o Partido Trabalhista deveria colocar-se à frente da vontade nacional, na primeira fila ao serviço do País, e não aparecer ou ser alguém que queira fazer cálculos de papel. Seria um erro. Devemos olhar para a paz e à unidade como a dois fundamentos”. 

Você sabe que agora temos 13 governos na Europa “esquerda”, a última é justamente a italiana presidido pelo Honorável D'Alema...

Shimon Peres: …sim, você tem um comunista com a aprovação do Papa... 

…enquanto agora Israel parece estar se movendo em direção uma posição centrista. É mesmo? 

Peres: Centrista politicamente, mas não socialmente. Na Europa, após a criação do Mercado Comunidade Europeia e a União Europeia, foi A política europeia foi “economizada”. Agora acho que queremos isso em vez disso, “socializar” a economia. Esquerda e direita têm dois significados. Uma em termos políticos: diga guerra ou paz, faça concessões ou não. A outra é a distância entre um temperamento economia social ou gestão com critérios puros barato. A Europa escolheu o caminho social. Mas este é um questão econômica, não de política externa. Aqui, porém, avançamos para o centro simplesmente porque o Likud está a mover-se para o centrar-se em questões de paz. O que certamente não me arrependo. Pelo contrário, Acho que é um ótimo resultado e estou feliz com isso.

A mudança para o centro dos conservadores e do Likud um futuro político ou é de curta duração? 

Peres: O que os tem empurrados para Wye Plantation também os empurrarão para o futuro. eu não acho temos mais de uma solução: Israel deve decidir se quer ser um estado binacional ou ter dois estados com boas relações de vizinhança. PARA na minha opinião, a solução é ter dois estados. É apenas um questão de tempo. O Likud também chegará lá. Talvez possamos resolver isso mais um ano, talvez dois, mas certamente criaremos um estado Palestino, ah, sim! E em vez de dois povos no mesmo estado eles se odeiam e se matam, como no Kosovo, em Bósnia, dois estados melhores para viverem juntos. E então, que tipo de relacionamento deveria haver entre os dois estados? Sendo um rico e o outro pobre? Erro. Devemos também ajudar os pobres a enriquecerem. Esse é a solução. Talvez alguém não reconheça, alguém não reconheça Isso significa. Mas é apenas uma questão de tempo. 

Acredita verdadeiramente que a criação do Estado palestino a situação mudará e não, em vez disso, que as pessoas continuarão a odiando uns aos outros por trás de suas próprias fronteiras? 

Peres: Não. Você não pode ter o cem por cento de segurança se você não der cem por cento às pessoas da liberdade. Você não pode ter cem por cento de segurança se dar setenta por cento de liberdade. Hoje, Jordanianos e Palestinos eles são as mesmas pessoas. Porque confiamos nos Jordanianos e não nos Palestinos? Não são pessoas diferentes, têm status e situações diferentes. Então, vamos mudar a situação, vamos também dar liberdade aos palestinianos e independência, para que possamos viver juntos. Porque eu Os palestinos não estão interessados ​​no terror: Arafat teme o terror da mesma forma que Netanyahu. Porque terror significa que ele não ele é mais senhor em sua própria casa do que tem um exército dentro o exército, e que está contra ele. Assim, com Arafat temos o mesmo interesse. 

Será que Arafat será capaz de bloquear os extremistas do Hamas? 

Peres: Provavelmente sim, se lhes dermos mais oportunidades para o fazer. 

No acordo Wye Plantation, para garantir a obrigações relacionadas com a segurança, a CIA assume um papel incomum mediador entre as partes. Você concorda? 

Peres: Bem, eu teria consertado as coisas de forma diferente, mas tudo bem. 

Quanto ao status final de Jerusalém, o O "Ministro dos Negócios Estrangeiros" do Vaticano manifestou o desejo de que «as esperanças das comunidades de crentes, isto é, judeus, Cristãos e Muçulmanos, que eles estejam presentes nas mentes dos negociadores»…

Peres: Veja bem, nós negociamos com o Vaticano em questões religiosas, não em questões de política. O Vaticano não é um órgão político. Então se eles querem sentar para discutir ideias religiosas, ok, mas não aquelas políticas.

Na Terra Santa certamente não é fácil separar claramente essas duas realidades…

Peres: Não é Assim. Podemos dividir a Terra Santa numa situação política e em outro religioso. Penso que a questão de Jerusalém é politicamente fechado e religiosamente aberto. São duas coisas diferentes. 

Então você não ajudaria o Vaticano a estar presente de alguma forma para as negociações? 

Peres: Não para as negociações políticas. 

Para os religiosos? 

Peres: Sim, claro sempre discutimos. Sim.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Papa Francisco reitera que não pretende renunciar

Antoine Mekary | ALETEIA

Por Francisco Vêneto - publicado em 14/12/23

No entanto, ele não descarta a eventualidade de uma renúncia se for necessário, a exemplo do Papa Bento.

Em entrevista à emissora mexicana N+, conduzida pela veterana vaticanista Valentina Alazraki, o Papa Francisco, prestes a completar 87 anos de idade neste próximo 17 de dezembro, reafirmou que não pretende renunciar ao pontificado, muito embora considere a renúncia uma possibilidade válida e já normalizada desde que foi posta em prática pelo seu predecessor, o saudoso Papa Bento XVI.

Francisco declarou que não descarta a eventualidade de precisar renunciar, a exemplo do Papa Bento, mas, no momento, não considera que seja necessário.

Aliás, caso chegue a hora de fazê-lo, não deverá ser uma surpresa: numa entrevista anterior, concedida no ano passado à rede espanhola ABC, o papa argentino contou que, desde o início do seu pontificado, deixou pronta, como é de praxe, uma carta de renúncia em caso de impedimento médico. Essa carta foi confiada aos cuidados do então cardeal Tarcisio Bertone, então Secretário de Estado do Vaticano. O papa comentou a respeito:

“Vi a coragem de Bento quando percebeu que não conseguia. Preferiu dizer basta. E isso é bom para mim como exemplo e peço ao Senhor que, num determinado momento, eu possa dizer basta, mas quando Ele quiser”.

Francisco reconheceu, mais uma vez, que a idade avançada lhe acarreta dificuldades naturais. Ele já foi operado duas vezes nos últimos dois anos e, recentemente, sofreu um quadro de bronquite. No entanto, declara sentir-se “melhor”, ainda que completando:

“Preciso que rezem pela minha saúde”.

Mentalmente muito ativo, o papa acrescenta ter o desejo de viajar à Bélgica em 2024 e recorda que também considera “pendentes” as visitas apostólicas à Polinésia e à sua Argentina natal.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF