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sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

O homem, Deus e a manjedoura

Alexander Hoffmann | Shutterstock

Por Hozana - publicado em 22/12/23

O que teria passado na cabeça de José naquela noite, diante de Deus na manjedoura?

Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho único para a Salvação da humanidade. Filho de Deus nascido da Virgem Maria, confiado a José. Homem justo e bom! Homem do silêncio. 

Neste grande mistério da nossa fé, nesta noite santa que mudou a humanidade, o que terá passado no coração deste homem? Não há textos que no-lo revele. Não há lenda que nos conte. Mas podemos, com nossa imaginação, tentar representar o que talvez ele tenha pensado, sentido, vivido. Peço-lhes licença para partilhar o que o meu coração de homem imagina sobre como poderia ter sido aquela noite, no coração de José, do homem diante de Deus numa manjedoura. É assim que imagino os pensamentos de São José:

“Depois que tudo terminou e antes que devêssemos partir às pressas, eu fiquei ali. Deixei ela e a criança descansando. Distanciei-me um pouco. A leveza da respiração do filho que me foi confiado me acalmava. 

Sentei-me. E só aí pude me dar conta do que acabara de viver.

Lembrei-me das palavras do anjo: “não temas, José, de receber Maria por esposa. Pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados.” Eu ali, olhando aquela criança, como poderá ela ser o Salvador? Como? Essa criança dentro dessa manjedoura? Salvador de quem?

Recordo-me que chegamos cansados. Procuramos um lugar, uma casa para nos acolher. E só recebemos “não”. Uma vez, duas, várias. Ele nem nascera e já era excluído. Decidimos então ficar aqui. Gostaria de ter dado um pouco de conforto. Nossa casa era simples, mas acolhedora. No entanto, estamos aqui. Entre alguns animais, única maneira de ser um pouco aquecidos. Ficamos aqui, nesta noite fria. Só nos restava a esperança da promessa.

E quando a criança nasceu, olhei para o lado, e como berço, só havia essa manjedoura. Como pode ser Ele o Salvador? Deitado aqui, nesta manjedoura suja, fria… foi aí que olhei para o rosto dela, de Maria, em paz. Tranquila. Com aquela confiança que lhe é comum. Ela acreditou. Sempre acreditou. Ela disse sim! Então lembrei que eu também disse sim! Eu aceitei, por amor. E me vi com meu pai me explicando como Deus criara o mundo. Disse para mim mesmo, se Ele foi capaz de criar o mundo, Ele é capaz de estar ali, dentro daquela manjedoura, dormindo.  Porque o Altíssimo sempre surpreende.

Naquele instante entendi que se naquela manjedoura está o Salvador, aqui também está a humanidade. A minha humanidade.

Nessa palha suja e fria esconde-se nossa humanidade pecadora, cansada. Nessa criança adormecida se revela a Esperança, renovada.

Os pastores vieram. Magos do oriente. Maria sem dizer nada. Eu tampouco. Que mistério estamos vivendo? – perguntava-me. O mistério de Deus e seus projetos. O mistério do amor.

Foi então que, mais uma vez, aceitei! Aceitei que o Salvador só tivesse isso como berço. Mas naquele berço, os braços de seu povo, pesados de tanta luta. Aquilo fora como se Deus quisesse colocar sua respiração no compasso da respiração da humanidade. Como se ele quisesse que o seu coração batesse no ritmo do da humanidade. E ali, naquela manjedoura fria, o calor do amor divino dava sentido à espera. Sentido aos cansaços. Sentido à noite. Para que a nova vida aconteça.

Nasceu aqui, na noite de Belém, o Filho de Deus. Nasceu o Salvador. A Ele então, entrego minha vida. Deus está aqui e isso basta!”

Aproveitando deste belo mistério do Natal, convido você a mergulhar na vida e espiritualidade de José, homem revestido pela simplicidade, de espírito dedicado e coração puro, que acolheu a vontade de Deus no seio de sua família, a Sagrada Família.

Siga os passos de José ao longo de um retiro online de 3 meses inspirado na obra de Padre Luís Erlin: 3 Meses com São José – em oração pela minha família (clique aqui para participar) Serão três meses de profunda oração guiada pelo coração castíssimo de São José. Os relatos de suas angústias, alegrias e esperanças se tornarão um guia espiritual, que o levará a percorrer o mesmo caminho outrora pisado por este que é considerado pela Igreja como modelo de santidade a ser seguido. 

Padre Emmanuel Albuquerque, pelo Hozana

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Significados do Natal

Crédito: nspsocorro

SIGNIFICADOS DO NATAL

Dom Antônio de Assis Ribeiro
Bispo auxiliar de Belém do Pará (PA)

O Natal é a celebração da contemplação do mistério de Deus que se revela a nós: “o Deus escondido” (Is 45,15) se faz visível na forma de um frágil bebê! Deus quer ser desejado, tocado, visto, meditado, amado, seguido! 

No Natal somos chamados a contemplar a bondade Divina que vem ao nosso encontro através do Emanuel, o Deus conosco (cf. Mt 1,23); Deus se faz nosso irmão, nosso companheiro, nosso amigo, nosso mestre e Bom Pastor! 

O Natal é a celebração da criativa onipotência divina, que é capaz de fazer-se homem sem deixar de ser Deus. Aquele que nasceu de Maria é plenamente humano e totalmente divino, por isso, em tudo nos compreende e de nós se compadece!  

O Natal é a celebração da Palavra que se fez carne (cf. Jo 1,14), que assume nossa condição humana; é o evento máximo da solidariedade divina para com a humanidade. Jesus Cristo é, por isso, o mestre da empatia!   

No Natal contemplamos o Amor Divino que se aproxima e assume o pecador para salvá-lo. Deus não salva de longe, não manda recados… Mas vem ao encontro de todas as categorias de pessoas e de todas as situações humanas.  

O Natal é a festa da família. Ao centro do presépio está a família: um casal e uma criança! Para salvar a humanidade Deus começa com a família. Assim como da Sagrada Família dependeu a Salvação da humanidade, da família como núcleo de Amor e ternura, vem a restauração da sociedade.   

O Natal é a festa dos irmãos, a celebração da fraternidade. Celebrar o Natal é tempo oportuno para restaurar relacionamentos enfraquecidos! O mais importante dos presentes é a pessoa que se faz presente! 

O Natal é a festa da gratuidade. O Salvador é o Dom que o Pai deu para a humanidade! Pois Deus amou de tal maneira o mundo que nos deu o seu Filho único para que tenhamos a Vida eterna (cf. Jo 3,16). Quem ama se doa dando o melhor de si por quem ama! Na celebração do Natal somos chamados a renovar a virtude da gratuidade e da gratidão a Deus e aos outros! 

O Natal nos fala da paciência do Amor de Deus em prol da nossa Salvação; nada acontece imediatamente; “o mistério que esteve oculto durante séculos e gerações, mas agora foi revelado aos seus santos” (Cl 1,6); Deus é paciente e espera o momento oportuno para agir, pois “quando chegou a plenitude dos tempos Deus enviou seu Filho nascido de mulher” (Gl 4,4). E antes de manifestar-se publicamente o Filho de Deus assumiu o desenvolvimento humano e abriu-se à todas as realidades humanas. O imediatismo contemporâneo nega o mistério do Natal!  

O Natal é a festa do encontro: Deus que vem encontro da humanidade, os anjos vão encontro de Jesus, os pastores vão encontro do Salvador, os magos vão ao encontro do Rei do universo… Tudo converge para o Senhor e a harmonia se instaura. O presépio nos fala de harmonia!   

Por tudo isso, o Natal é a celebração da renovação do Amor,  

da Paz e da Esperança! 

Feliz Natal!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Segunda Pregação do Advento 2023 do cardeal Cantalamessa (1/3)

2ª Pregação do Advento 2023 (Vatican Media)

Segunda Pregação do Advento 2023 do cardeal Cantalamessa

"O presépio é, portanto, uma tradição útil e bela, mas não podemos nos contentar com os tradicionais presépios externos. Devemos montar para Jesus um presépio diverso, um presépio do coração. Corde creditur: crê-se com o coração. Christum habitare per fidem in cordibus vestris: que Cristo venha habitar em vossos corações pela fé (Ef 3,17). Maria e o seu Esposo continuam, misticamente, a bater às portas, como fizeram naquela noite em Belém."

Fr. Raniero Card. Cantalamessa, OFMCap
“BEM-AVENTURADA AQUELA QUE ACREDITOU!”
Segunda Pregação do Advento de 2023

Depois do Precursor João Batista, hoje nos deixamos conduzir pela Mãe de Jesus para “entrarmos” no mistério do Natal. No Evangelho de domingo passado, o Quarto do Advento, ouvimos a narrativa da Anunciação. Ele nos recorda como Maria concebeu e deu à luz o Cristo e como podemos concebê-lo dá-lo à luz também nós, isto é, mediante a fé! Referindo-se a este momento, Isabel, pouco depois, exclamará: “Bem-aventurada aquela que acreditou” (Lc 1,45).

Repetiu-se, infelizmente, acerca da fé de Maria, o que acontecera com a pessoa de Jesus. Como os hereges arianos buscavam qualquer pretexto para pôr em dúvida a plena divindade de Cristo, os Padres da Igreja, para lhes tirar qualquer apoio, às vezes deram uma explicação “pedagógica” de todos aqueles textos do Evangelho que pareciam admitir um progresso de Jesus no conhecimento da vontade do Pai e na obediência a ela. Um destes textos era o da Carta aos Hebreus, segundo a qual Jesus “aprendeu o que significa a obediência, por aquilo que sofreu” (Hb 5,8), um outro, a oração de Jesus no Getsêmani. Em Jesus, tudo devia ser dado e perfeito em princípio. Como bons gregos, pensavam que o tornar-se não pode incidir sobre o ser das coisas.

Algo de semelhante, eu dizia, se repetiu, tacitamente, para a fé de Maria. Dava-se por pressuposto que ela tivesse cumprido o seu ato de fé no momento da Anunciação e nele tivesse permanecido estável por toda a vida, como quem com a sua voz, alcançou de uma vez a nota mais aguda e a mantém interruptamente por todo o resto do canto. Dava-se uma explicação reconfortante de todas as palavras que pareciam dizer o contrário.

O dom que o Espírito Santo deu à Igreja, com a renovação da Mariologia, foi a descoberta de uma dimensão nova da fé de Maria. A Mãe de Deus – afirmou o Concílio Vaticano II – “avançou pelo caminho da fé” (LG 58). Não acreditou de uma vez por todas, mas caminhou na fé e progrediu nela. A afirmação foi retomada e tornada mais explícita por São João Paulo II na Encíclica Redemptoris Mater:

As palavras de Isabel: “Bem-aventurada aquela que acreditou” não se aplicam apenas àquele momento particular da Anunciação. Esta representa, sem dúvida, o momento culminante da fé de Maria na expectação de Cristo, mas é também o ponto de partida, no qual se inicia todo o seu caminho para Deus, toda a sua caminhada de fé (RM 14).

Neste caminho, Maria chegou, escrevia o Papa, até a “noite da fé” (RM 17). São conhecidas e repedidas as palavras de Santo Agostinho sobre a fé de Maria:

“A Virgem Maria deu à luz crendo, aquele que tinha concebido crendo (“quem credendo peperit, credendo concepit”)... Depois que o anjo tinha falado, ela, cheia de féconcebendo Cristo no coração antes que no ventre, respondeu: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”[1].

Devemos completar a lista do que aconteceu depois da Anunciação e do Natal: pela fé, Maria apresentou o Menino no templo, pela fé o seguiu, mantendo-se à parte, em sua vida pública, pela fé esteve sob a cruz, pela fé aguardou a sua ressurreição.

Reflitamos sobre alguns momentos do caminho de fé da Mãe de Deus. Há fatos aparentemente contrastantes que Maria confronta dentro de si, sem compreender. É “o Filho de Deus” e deita em uma manjedoura! Ela conserva tudo em seu coração e deixa que fermente à espera. Ouvirá a profecia de Simeão e logo se dará conta do quanto era verdadeira! Todos os altos e baixos da vida do filho, todas as incompreensões, as progressivas deserções ao seu redor, tiveram uma profunda repercussão em seu coração de Mãe. Começa a fazer experiência dolorosa disso na perda de Jesus no templo: “Por que me procuráveis? Eles, porém, não entenderam...” (Lc 2,49).

Enfim, há a cruz. Está lá, impotente diante do martírio do filho, mas consente ao amor. É uma réplica do drama de Abraão, mas quão imensamente mais exigente! Com Abraão, Deus se detém no último momento, com ela não. Aceita que o filho seja imolado, o entrega ao Pai, com o coração dilacerado, mas de pé, forte pela sua fé inabalável. É aqui que a voz de Maria alcança a nota mais alta. De Maria, deve-se dizer com maior razão o que o Apóstolo diz de Abraão: esperando contra toda esperança, Maria acreditou e, assim, tornou-se mãe de muitos povos (Rm 4,18).

Houve um tempo em que a grandeza de Maria era vista sobretudo nos privilégios que competiam para multiplicar, com o resultado de distanciá-la, ao invés de “associá-la” a Cristo, o qual se fizera “em tudo semelhante a nós”, nada excluído, nem mesmo a tentação, mas somente o pecado. O Concílio nos orientou a ver a sua grandeza sobretudo na sua fé, esperança e caridade. Afirma a Lumen gentium:

Concebendo, gerando e alimentando a Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz, cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão nossa mãe na ordem da graça (LG 61).

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Tradução de Fr. Ricardo Farias, OFMCap.

Notas:

[1] Cf. Agostinho, Discursos, 215,4.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Francisca Xavier Cabrini

Santa Francisca Xavier Cabrini (A12)

22 de dezembro

Santa Francisca Xavier Cabrini

Penúltima de 13 irmãos, camponeses pobres e sofridos, de constituição frágil e saúde precária, Francisca nasceu na região da Lombardia, Itália, em 1850. Seus pais, reconhecendo sua inteligência, fizeram grandes esforços para que se formasse professora, além de dar aos filhos a riqueza que possuíam: a Fé. Por isso ela gostava de ler a vida dos santos, e entusiasmada por São Francisco Xavier, adotou-lhe o nome, “Xavéria”.

Lecionou muito e bem, e nas aulas de Geografia enfatizava a triste situação religiosa dos povos pagãos, pois tinha amor às obras missionárias. Desejava ser freira, mas suas condições físicas impediram sua aceitação nos conventos. Aos 30 anos, desabafou o quanto desejava abraçar uma obra missionária com o bispo de Lodi, que lhe respondeu: "Filha, tu queres ser missionária? Não há ainda um instituto desse gênero, funda um!". Assim, em 1877 fundou o Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, que colocou sob a proteção de São Francisco Xavier. Adotou como lema as palavras de São Paulo: “Tudo posso Naquele que me fortalece” (Fl 4,13). E preparou missionárias especializadas em enfermagem, assistência social e religiosa, para acompanhar os emigrantes italianos que, na época, por causa das guerras de unificação da Itália, viajavam para as Américas, sem preparo profissional e sem compreender a língua, sendo facilmente explorados.

Em 30 anos de trabalhos, ela fundou 67 casas na Itália, na França e nas Américas (incluindo o Brasil), tendo atravessado o Atlântico cerca de 30 vezes. Impôs-se a grandes personagens políticas e comerciais, defendendo melhores condições de vida para os imigrantes. Faleceu em Chicago, EUA, em 1917, com 67 anos.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

“Senhor, fazei meu coração grande como o mundo”, suplicava Santa Francisca. A fortaleza da alma, embebida no amor a Deus e ao próximo, supera todas as dificuldades, incluindo a fragilidade física. Este amor é uma escolha: todos podemos (e devemos) pedir a Deus que nos fortaleça no serviço que Ele nos quiser dar – e que sempre será para o nosso maior bem.

Oração:

Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de Vossa fortíssima filha Santa Maria Francisca Xavéria Cabrini, a firmeza e liberdade espiritual de escolher Vos seguir incondicionalmente, superando pelo Vosso amor e por Vossas graças tudo aquilo que se interpuser ao bem que devemos fazer. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

O mundo inteiro à espera da resposta de Maria a Gabriel

Uffizi Galleries-(CC BY-SA 4.0)
Por Philip Kosloski - publicado em 21/12/23
Os escritos de São Bernardo enfatizam o quanto o mundo dependia daquele “sim”.

Em pleno tempo do Advento, A Liturgia das Horas traz uma bela reflexão sobre a Anunciação, escrita por São Bernardo de Claraval.

O sermão de São Bernardo imagina o mundo inteiro esperando pela resposta da Virgem Maria ao Anjo Gabriel:

“Ouviste, ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem — tu ouviste — mas do Espírito Santo. O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.”

Ele, então, dá um passo adiante e considera o que Adão e os patriarcas do Antigo Testamento estariam pensando, se estivessem olhando para a cena:

“Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado a teus pés.”

Os escritos de São Bernardo enfatizam o quanto o mundo dependia daquele único “Sim”. A salvação do mundo inteiro dependia da resposta da Virgem Maria:

“Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.”

Embora a nossa resposta a Deus não seja tão importante, podemos imaginar estas palavras finais dirigidas a nós , encorajando-nos a dizer “Sim” a Deus nas nossas próprias vidas:

“Abre, ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1, 38).”

Fonte: https://pt.aleteia.org/

“Um Retrato de Teresa”: documentário aprofunda vida e santidade de Santa Teresinha

"Um retrato de Teresa" (Vatican News)

 Mais nova produção original e internacional da Lumine, “Um Retrato de Teresa” teve gravações na França, nos Estados Unidos e no Brasil.

Teresa de Lisieux é uma das santas mais populares do Brasil. Tanto que — carinhosamente e só por aqui — é chamada de Santa Teresinha. Marcando os 150 anos do jubileu de nascimento da freira carmelita, a Lumine lançará mais uma produção original e internacional. Destaque da programação especial de Natal da plataforma de streaming, o documentário “Um retrato de Teresa” será exibido gratuitamente na sexta-feira (22), a partir das 20h, em seu canal do YouTube

“Hoje, as pessoas são incentivadas a buscar a felicidade em coisas externas, como o dinheiro, status e sucesso. É fácil nos sentirmos perdidos e desmotivados, com a impressão de que não estamos fazendo diferença no mundo”, reflete o fundador da Lumine, Matheus Bazzo. “Por isso, os exemplos de vidas extraordinárias e heróicas são tão importantes, mostrando que é possível viver uma vida com significado. É para revelar essa perspectiva que apresentamos a história de quem provou ser possível um caminho heróico e grandioso mesmo nas pequenas coisas”, explica. O trailer já está disponível.

O longa-metragem, que totaliza aproximadamente 1h30, tem o propósito de ir além de um simples relato biográfico. Busca fazer uma imersão em sua vida cotidiana, investigando as causas que fizeram da religiosa francesa uma das maiores santas dos tempos modernos — a começar por seus pais, Luís Martin e Zélia Guérin, também elevados aos altares. Para isso, a produção realizou gravações em três países: França, Estados Unidos e Brasil. 

“Um retrato de Teresa” reúne diversos especialistas, tanto leigos como religiosos. Também traz cenas de lugares que marcaram sua vida. É como uma viagem ao tempo, fazendo com que o espectador reviva experiências que forjaram a personalidade e o propósito de santidade da freira carmelita descalça. 

Casa de Santa Teresinha (Vatican Media)

Uma conexão especial com o Natal

Mas qual a relação de Santa Teresinha com a festividade natalina? “Esse filme não é de Natal, mas para o Natal. É um convite para refletir sobre a fé, a partir da trajetória de uma vida absolutamente inspiradora”, esclarece Gustavo Leite, que dirige o longa-metragem ao lado de Julia Sondermann. “Buscamos imprimir uma visão artística, poética e contemplativa sobre a biografia dela, que já é bem conhecida. Focamos nos sentimentos que ela teve ao longo de seus 24 anos, que são o que tornam sua vida real e palpável para todos nós”, complementa o diretor. 

Quando criança, Marie-Françoise-Thérèse Martin era sentimental e centrada em si mesma. A mudança veio em um episódio que ficou conhecido como “Milagre de Natal”. Naquela noite, devido a um comentário do pai que a deixou triste, ela teve vontade de chorar. Mas ela decidiu conter as lágrimas e não fazer birra. Foi o momento que marcou sua conversão, a partir do qual dedicou-se inteiramente a Deus. “Eu senti a necessidade de esquecer-me de mim para fazer os outros felizes”, escreveu a carmelita sobre essa passagem. 

“Esse milagre é o cerne do nosso novo original. Um lançamento que é, sim, um especial de Natal, mas que pode e deve ser apreciado em qualquer época do ano. Nosso convite não é para que você conheça aquela Santa Teresinha pequena e fraca. Mas que conheça essa Santa Teresinha imponente, sábia e extraordinária que, dia após dia, ofereceu sua vida para Deus”, conclui Matheus Bazzo. 

*Por Melina Fernandes

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Pedro Canísio

São Pedro Canísio (A12)

21 de dezembro

São Pedro Canísio

Pedro Canísio nasceu na Holanda em 1521 – mesmo ano da revolta de Lutero. Estudante de Letras na Universidade de Colônia, Alemanha, conheceu São Pedro Faber, um dos cofundadores da Companhia de Jesus com Santo Inácio de Loyola. Nela ingressou e ordenou-se sacerdote, em breve se destacando pelo zelo e ciência. Por isso foi designado pelo cabido de Colônia como seu representante junto ao imperador Carlos V, na Dieta de Worms (isto é, uma assembleia do Sacro Império Romano-Germânico realizada em Worms, com a função de deliberar e decidir formalmente medidas a serem adotadas em todo o império. No caso, estavam sendo avaliados os crimes de Lutero contra a Igreja).

Nesta ocasião, sua clara argumentação obteve a deposição do arcebispo herético de Colônia, que apoiava os protestantes. Depois disso, foi convidado a participar como teólogo no Concílio de Trento (1545-1563), onde conheceu Santo Inácio de Loyola, que lhe confiou a missão de recristianizar a Alemanha.

A gigantesca obra de Canísio se desdobrou nas atividades de pregador, escritor e organizador, isto enquanto percorria várias vezes, a pé, toda a Alemanha e a Suíça. Trabalhou também em muitas missões diplomáticas para a Igreja, junto a bispos e príncipes.

Seus dois livros mais importantes são “Controvérsias”, uma culta história das origens do Cristianismo, e “Suma da Doutrina Cristã”, em três diferentes versões segundo o tipo de público: manual de pastoral para sacerdotes; juventude universitária; e povo simples. Foram 50 edições naquele século, e traduções em 15 línguas. Por estas obras foi reconhecido como Doutor da Igreja.

Seu trabalho apologético foi marcado pelo amor e respeito aos adversários. Dizia, conforme o ensinamento de São Pedro: “Abramos os olhos dos extraviados, mas sem nunca lhes causar irritação".

 São Pedro Canísio morreu em 21 de dezembro de 1597, em Friburgo, atual Suíça, após seis anos imobilizado por uma congestão cerebral.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

São Bonifácio é considerado o primeiro apóstolo da Alemanha, e São Pedro Canísio o segundo. Os males do Protestantismo exigiram um renovado esforço para a Igreja, que ainda hoje se acha dividida, não apenas em terras germânicas, nem apenas pelo Luteranismo, mas no mundo todo, por centenas, quiça milhares de seitas protestantes, todas oriundas da premissa luterana de que qualquer pessoa pode interpretar a Bíblia como quiser, sem o auxílio da Igreja, isto é, sem as luzes e graças do Espírito Santo. É natural, portanto, que ao longo do tempo surjam muitos fundadores de novas ideias, cada qual com seu próprio entendimento particular de Deus, de Cristo e da Sua obra. Só a Deus cabe julgar as consciências, mas um fato concreto é que a Igreja de Cristo foi fundada diretamente por Ele mesmo, que determinou diretamente ser Pedro o Seu Vigário na Terra, dando a ele o poder de decidir pela Igreja com o auxílio do Espírito Santo, anunciado pelo mesmo Jesus e de evidente manifestação em Pentecostes, o primeiro ato público da Igreja Católica como tal, de acordo com a vontade de Deus, em Cristo Ressuscitado.

Oração:

Ó Deus, que marcastes pela Vossa doutrina a vida de São Pedro Canísio, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e que em tempo todos os Vossos filhos, dispersos do rebanho, tornem a se reunir no único aprisco da Vossa Igreja, conforme é Vosso desejo de Pai. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo, e pelo amor materno de Maria Santíssima. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

O que é uma bênção?

Pascal Deloche | Godong

Por Philip Kosloski - publicado em 20/12/23

Para começar, é preciso deixar claro que bênção é diferente de sacramento.

A Bíblia se refere à bênção em diversas situações, mais frequentemente quando um indivíduo louva e dá glória a Deus.

Enciclopédia Católica traz esta definição geral de bênção: “Ela assumiu um sentido que é sinônimo de louvor”.

Já o Catecismo da Igreja Católica define bênção como um movimento da oração:

A bênção exprime o movimento de fundo da oração cristã: ela é o encontro de Deus com o homem; nela se encontram e unem o dom de Deus e o acolhimento do homem. A oração de bênção é a resposta do homem aos dons de Deus: uma vez que Deus abençoa, o coração do homem pode responder bendizendo Aquele que é a fonte de toda a bênção.”

CIC 2626

A Igreja abençoa

Uma coisa a ter em mente, de acordo com a Enciclopédia Católica, é que, “Bênçãos não são sacramentos … Elas são sacramentais.”

Na verdade, o Catecismo explica que a bênção tem lugar de destaque entre os sacramentais:

“Entre os sacramentais figuram, em primeiro lugar, as bênçãos (de pessoas, da mesa, de objectos e lugares). Toda a bênção é louvor de Deus e oração para obter os seus dons. Em Cristo, os cristãos são abençoados por Deus Pai, «com toda a espécie de bênçãos espirituais» (Ef 1, 3).É por isso que a Igreja dá a bênção invocando o nome de Jesus e fazendo habitualmente o santo sinal da cruz de Cristo.

Certas bênçãos têm um alcance duradoiro: são as que têm por fim consagrar pessoas a Deus e reservar objectos e lugares para usos litúrgicos. Entre as que são destinadas a pessoas (e que não devem confundir-se com a ordenação sacramental) figuram a bênção do abade ou abadessa dum mosteiro, a consagração das virgens e das viúvas, o rito da profissão religiosa e as bênçãos para certos ministérios da Igreja (leitores, acólitos, catequistas, etc.). Como exemplo das que dizem respeito a objectos, pode apontar-se a dedicação ou bênção de unta igreja ou de um altar, a bênção dos santos óleos, dos vasos e paramentos sagrados, dos sinos, etc.”

CIC 1671, 1672

 Fonte: https://pt.aleteia.org/

A paz nasceu em Belém!

O Salvador vindo de Belém (Chamada)

A PAZ NASCEU EM BELÉM!

Dom Carlos José
Bispo de Apucarana (PR)

“Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.” (Lc 2, 15)

Que presente queremos dar e receber neste Natal? Muito comum esse questionamento, como é comum fazer do Papai Noel a figura central do Natal, como aquele “bom-velhinho”, que, “magicamente”, distribui os presentes solicitados. Embora a figura do papai-noel tenha sua origem em São Nicolau, desvirtuou-se essa origem santa, tornando-o um símbolo comercial que incentiva as compras e a troca de presentes. Nada contra a troca de presentes, que é uma tradição expressiva sobre o bem-querer, numa demonstração fraterna de amor ao próximo, e isso é salutar, faz bem a quem dá e a quem recebe. Ao olharmos a realidade, sabemos que o Natal, para muitos povos, famílias e comunidades, não será de troca de presentes, pois os conflitos e as guerras não permitirão que isso aconteça. Em meio às perdas e desolação resultantes desses conflitos, nossa resposta em relação ao que queremos neste Natal, deveria ser, majoritariamente: ‘QUEREMOS A PAZ para todos os povos e nações’, queremos que cessem as guerras e aconteça a restauração do bem e da caridade, da paciência e das virtudes da aceitação e da solidariedade, queremos um mundo mais humano, onde o egoísmo e o desejo de ‘ter e poder’, ceda lugar ao ser e a partilha. É tempo de clamarmos pela paz! É tempo de nos unirmos ao Papa Francisco, atender ao seu apelo constante para que, como irmãos em Cristo, unamos nossas vozes em oração para que a paz seja restaurada através do diálogo, do desapego ao poder e pela renúncia ao mal que assola tantos povos. Hoje, o nosso ‘bom velhinho’ é o Papa Francisco que, revestido da Luz do Espírito Santo, nos lembra que não há mágicas que possam restabelecer a paz no mundo; que espera que cada um faça a sua parte nessa reconstrução fraterna, nos exortando a dirigirmos nossas orações com veemência e constância, rogando pela paz mundial, a partir do nosso olhar e coração fitos no Príncipe da Paz, o Deus Menino, nascido em Belém, que deseja renascer em cada homem e mulher, para que sejamos um Nele! Como disseram os pastores após o anúncio dos Anjos sobre o nascimento do tão esperado Messias, o Salvador, também nós somos chamados a ouvir o constante chamado do Espírito Santo que nos impele a irmos  ao encontro do Cristo no nosso hoje,  para que possamos encontrar o Divino, que nos criou à sua imagem e semelhança. O Natal é verdadeiramente reencontro com o Príncipe da Paz, o Senhor dos senhores, cujo poder e realeza não se encontram na riqueza material,  pois o Menino nascido na pobreza e no desprezo dos homens É, em si mesmo, o  maior tesouro que podemos almejar: É o Filho de Deus, o Verbo que transforma e restaura a humanidade, começando por nós. Como São José e a Virgem Maria, acolhamos e anunciemos a Boa-Nova: “Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor!” (Sl 95).

Um Santo e abençoado Natal, com paz e serenidade!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Apelo do Papa: diante do presépio, peçamos a Jesus pela paz

Audiência Geral com o Papa Francisco, 20-12-2023 (Vatican Media)

No final da Audiência Geral, Francisco novamente expressou sua dor diante dos conflitos mundiais, os quais "são sempre uma derrota", e recordou as crianças vítimas da guerra. O Papa também manifestou sua proximidade com as vítimas do terremoto na China e da explosão na Guiné.

Thulio Fonseca - Vatican News

Ao término da Audiência Geral desta quarta-feira (20/12), realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano, e dedicada à preparação para o Natal iminente, o pensamento do Santo Padre voltou-se para diversas realidades. O Papa expressou pesar pela Terra Santa e pela "martirizada" Ucrânia, preocupação com as crianças vítimas da guerra, e também manifestou proximidade com as famílias que sofrem com o terremoto no nordeste da China e com a explosão em Conacri, na Guiné.

O mal da guerra

Francisco, como tem feito em tantas outras ocasiões, recordou que os únicos que ganham com os conflitos são os fabricantes de armas. O Papa afirmou pensar na Palestina, em Israel, e na Ucrânia, e sublinhou: “a guerra está destruindo toda esperança para o futuro”. 

“Não nos esqueçamos das pessoas e dos povos que sofrem o mal da guerra. As guerras são sempre uma derrota, não nos esqueçamos disso. Uma derrota.”

Oração pela paz diante do presépio

O Pontífice, ao fazer memória das "crianças vítimas da guerra", convidou os fiéis a fazerem uma oração neste Natal diante do presépio, e completou: "Peçamos a Jesus pela paz, Ele é o príncipe da paz". 

"Nestes dias, veremos Deus deitado em uma manjedoura: é a mais forte mensagem de Paz para a vida de cada um de nós e para o mundo de hoje", disse também o Papa em sua saudação aos peregrinos de língua portuguesa.

O terremoto na China 

O olhar de Francisco voltou-se então para a China, onde na última segunda-feira, 18 de dezembro, um violento terremoto de magnitude 6,2 atingiu as cidades chinesas de Gansu e Quinghai, no nordeste do país. O número de mortos continua aumentando, já são quase 200 pessoas mortas e cerca de 500 feridas. Francisco disse estar "próximo com afeto e oração" das populações que estão sofrendo: "Encorajo os serviços de socorro e invoco sobre todos a bênção do Todo-Poderoso para que possa trazer conforto e alívio para a dor."

Explosão na Guiné

Com igual preocupação, Francisco expressou sua proximidade às famílias dos mortos e feridos na explosão ocorrida em Conacri, capital da Guiné, onde oito pessoas morreram e 84 ficaram feridas na madrugada de segunda-feira, quando o principal terminal de petróleo da África Ocidental explodiu: "Expresso minha proximidade às famílias dos falecidos e dos feridos. Deus os ampare e eu lhes dê esperança", disse o Papa.

Mediterranea Saving Humans

Já sua saudação em italiano, o Papa se dirigiu ao grupo Mediterranea Saving Humans, uma associação de promoção social criada para testemunhar e denunciar o que está acontecendo no Mediterrâneo e que atua no Mare Nostrum para resgatar migrantes no mar. Essa associação, disse o Papa, "vai ao mar para salvar as pessoas pobres que fogem da escravidão na África. Eles fazem um bom trabalho, salvam muitas pessoas".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF