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sábado, 23 de dezembro de 2023

São João Câncio

São João Câncio (A12)

23 de dezembro

São João Câncio

João nasceu em 1390, em Kenty, Polônia. Dedicando-se aos estudos, alcançou de forma brilhante a plenitude das graduações acadêmicas, e passou a lecionar, até o fim da vida, na mesma Universidade de Cracóvia, onde estudara. Além disso foi sacerdote, preocupado em ensinar que todos os conhecimentos, incluindo os acadêmicos, estão reunidos e se originam da sabedoria de Deus, uma perspectiva mais clara na sua época (ao contrário de concepções racionalistas posteriores, que, até hoje, propõe a Ciência como uma espécie de religião em si mesma); transformava, como escreveu São Paulo, a “verdade em caridade”.

Fez do magistério o seu principal caminho de santidade, com imenso amor aos estudantes e aos pobres. A estes, com frequência dava suas próprias roupas e calçados, e a eles distribuiu os restos dos seus bens antes de morrer.

De grande humildade, praticava toda semana o jejum e a penitência. Com o mesmo espírito penitencial peregrinou três vezes aos lugares santos da Palestina, descalço. Realizou também várias romarias aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo, em Roma.

Próximo da morte, que ocorreu em 24 de dezembro de 1473, despediu-se dos professores e alunos da Universidade dizendo: "Vigiai atentamente sobre a doutrina, conservai o depósito da fé sem alteração e combatei, sem jamais cansar-vos, toda opinião contrária à verdade. Mas revesti-vos neste combate das armas da paciência, da doçura e da caridade, recordando que a violência, além do dano que faz às nossas almas, prejudica as melhores causas”. É o padroeiro principal da Polônia e da Lituânia.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A boa ciência naturalmente caminha lado a lado com a Fé, e, como escreveu outro santo polonês, São João Paulo II, “A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva à contemplação da verdade” (Encíclica Fides et Ratio, 1998). Mas é necessário que estes conhecimentos sejam transmitidos, e por isso é tão vital para a Igreja a dimensão do ensino (na teoria e na prática) – que se traduz, em termos concretos, no seu magistério e atividade missionária. Sem bons professores, triste será o ensinamento e o futuro dos alunos. O contínuo aprofundamento da própria formação e o zelo na fiel transmissão da Fé, que inclui em parte também a melhor formação possível nas demais ciências, é alegre dever de todo batizado.

Oração:

Senhor, nós Vos pedimos pela intercessão de São João Câncio, incansável mestre da Vossa Verdade, que nossa vida seja marcada pela coerência no conhecimento e vivência da Fé, bem como na transmissão que dela temos o direito e dever de realizar como obra de caridade aos irmãos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

A bela carta de São João Paulo II às crianças que esperam pelo Natal

Greg PW | Shutterstock

Por Philip Kosloski - publicado em 22/12/23

A carta foi escrita em 1994, por ocasião do Ano da Família.

Crianças de todo o mundo aguardam ansiosamente a chegada do dia de Natal e a celebração do aniversário de Jesus.

Embora a maioria das crianças esteja ansiosa para desembrulhar os presentes, também existem muitas outras tradições de Natal que capturam a sua imaginação durante esta época especial do ano.

São João Paulo II recordou este momento de antecipação numa carta que escreveu às crianças em 1994 :

“Dentro de poucos dias, celebraremos o Natal, festa muito sentida por todas as crianças no seio de cada família. Neste ano, sê-lo-á ainda mais, porque é o Ano da Família. Antes que ele termine, desejo dirigir-me a vós, crianças do mundo inteiro, para partilhar convosco a alegria desta sugestiva ocorrência.”

Em vez de se concentrar nos presentes que se tornaram uma parte central da celebração moderna do Natal, São João Paulo II recordou as tradições que muitas crianças têm de recriar o presépio:

“Parece que estou a ver-vos: andais a preparar o presépio, em casa, na paróquia, em cada canto do mundo, reconstruindo o clima e o ambiente em que nasceu o Salvador. É verdade! Durante o período natalício, a gruta com a manjedoura ocupa o lugar central na Igreja. E todos se apressam a ir em peregrinação espiritual até lá, como os pastores na noite do nascimento de Jesus. Mais tarde, será a vez dos Magos chegarem do Oriente distante, seguindo a estrela até ao lugar onde foi colocado o Redentor do universo.”

São João Paulo II até relembrou as próprias boas lembranças das tradições da infância na época do Natal:

“Queridas crianças, escrevo-vos a pensar no tempo – já lá vão muitos anos – em que também eu era menino como vós. Também eu vivia, então, a atmosfera feliz do Natal, e quando brilhava a estrela de Belém corria ao presépio, junto com os da minha idade, para reviver o que sucedeu há 2000 anos, na Palestina. Nós, crianças, manifestávamos a nossa alegria sobretudo com o canto. Como são belos e comoventes os cânticos natalícios, que, segundo a tradição de cada povo, se alternam à volta do presépio! Como são profundos os pensamentos neles contidos, e sobretudo quanta alegria e ternura neles se exprime ao Deus-Menino, que veio ao mundo na Noite Santa!”

De muitas maneiras, São João Paulo II aponta para a beleza do Natal visto pelas lentes de uma criança. Como adultos, muitas vezes perdemos de vista a alegria do Natal e não o vivenciamos com qualquer sentimento de admiração.

Ao nos aproximarmos do Natal, que possamos nos aproximar do Presépio como uma criança, olhando com carinho para o Menino Jesus dormindo pacificamente no feno.

Para ler a íntegra da carta, clique aqui.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Jesus nasceu em 25 de dezembro? Foi uma data arbitrária, inventada pela Igreja?

Presépio (Presbíteros)

Jesus nasceu em 25 de dezembro?

Na verdade, esta data nada tem de arbitrária. Antes, possui profundas raízes bíblicas, e é ancorada na tradição da Igreja.

Como fazemos para estabelecer o dia do nascimento de Jesus? A contagem dos dias começa pelo anúncio do nascimento de São João Batista. A Bíblia diz:

  • “Nos tempos de Herodes, rei da Judéia, houve um sacerdote por nome Zacarias, da classe de ABIAS; sua mulher, descendente de Aarão, chamava-se Isabel. Ora, exercendo Zacarias diante de Deus as funções de sacerdote, na ordem da sua classe, coube-lhe por sorte, segundo o costume em uso entre os sacerdotes, entrar no santuário do Senhor e aí oferecer o perfume” (Lc 1,5.8-9).

Pois bem, mas quando era o turno da classe de Abias?

No Primeiro Livro de Crônicas (1Crônicas 24,1-7.19), está estabelecida a ordem das 24 classes sacerdotais. Cada uma das classes deveria servir duas vezes ao ano, por uma semana, de sábado a sábado. A ordem sorteada e imutável foi a seguinte:

  1. Joiari;
  2. Jedei;
  3. Harim;
  4. Seorim;
  5. Melquia;
  6. Maimã;
  7. Acos;
  8. ABIAS;
  9. Jesua;
  10. Sequenia;
  11. Eliasib;
  12. Jacim;
  13. Hofa;
  14. Isbaab;
  15. Belga;
  16. Emer;
  17. Hezir;
  18. Afses;
  19. Feteia;
  20. Ezequiel;
  21. Jaquim;
  22. Gamul;
  23. Dalaiau;
  24. Maziau.

Alguns irmãos se apegam a esta ordem, alegando que não corresponde a uma possibilidade de que o Natal fosse em dezembro, pois o ano religioso judaico, começando por volta de março, daria ao 8º Turno, provavelmente, o final do mês de junho, começo do mês de julho. Daí, fazendo os cálculos, Jesus teria nascido em finais de setembro, inícios de outubro, pela festa dos Tabernáculos.

Contudo, ninguém se pergunta se a ordem dos turnos, nos tempos de Cristo, estava estabelecida exatamente assim. A pergunta é razoável, pois, desde os tempos da construção do Templo, o culto já havia sido interrompido diversas vezes, e um descompasso entre os turnos e o calendário poderia ter-se dado. E, por incrível que pareça, foi isto mesmo que aconteceu!

Uma especialista francesa, Annie Jaubert, escreveu um artigo intitulado “Le calendrier des Jubilées et de la secte de Qumran: Ses origines bibliques”, in Vetus Testamentum, Suppl. 3 (1953) pp. 250-264, em que estudou o calendário do Livro dos Jubileus, um apócrifo hebraico muito importante, do final do século II a.C. Como muitos fragmentos desse calendário foram encontrados entre os escritos de Qumram, vê-se que ele estava em uso nos tempos de Jesus. Este calendário, também, é solar, e não dava os nomes dos meses, mas apenas seu número de sucessão. E a mesma estudiosa publicou outros artigos importantes sobre isso. Veja-se o verbete “Calendario di Qumran”, in Enciclopedia della Bibbia 2 (1969) pp. 35- 38; e uma célebre monografia, “La date de la Cène,Calendrier biblique et liturgie chrétienne”, Études Bibliques, Paris 1957.

Por outro lado, o especialista Shemarjahu Talmon, da Universidade Hebraica de Jerusalém, trabalhou sobre os escritos de Qumram e sobre o calendário do Livro dos Jubileus, e conseguiu precisar a ordem semanal dos 24 turnos. Os resultados desta pesquisa então no artigo “The Calendar Reckoning of the Sect from the Judean Desert. Aspects of the Dead Sea Scrolls”, in Scripta Hierosolymitana, vol. IV, Jerusalém 1958, pp. 162-199.

Na lista que o Prof. Talmon reconstruiu, o turno de ABIAS (Ab-Jah), prescrita duas vezes por ano, acontecia assim:

  • a primeira vez, de 8 a 14 do terceiro mês do calendário; e
  • a segunda vez de 24 a 30 do oitavo mês do calendário.

Ora, segundo o calendário solar (não o lunar, como o atual calendário judeu), esta segunda vez se data assim [*]: o 2º Turno de Abias correspondia aos dias de 24 a 30 de setembro. Portanto, quando São Lucas recolhe esta indicação, sendo ele um atencioso narrador da história, nos dá a possibilidade de reconstruir a data histórica do nascimento de Jesus.

Agora, resta-nos fazer as contas:

  1. O anúncio do nascimento de São João Batista seria no dia 24 de setembro (no calendário ortodoxo, esta festa se celebra no dia 23 de setembro, mesmo dia de São Pio de Pietrelcina). Note-se que esta Festa é muito antiga na Tradição da Igreja Oriental.
  2. Portanto, seis meses depois, seria o anúncio a Nossa Senhora, no dia 25 de março (festa litúrgica da Anunciação).
  3. Três meses depois, o nascimento de São João Batista (dia 24 de junho, festa litúrgica do seu Natal).
  4. E seis meses depois, 25 de dezembro, o nascimento de Jesus (Solenidade do Natal do Senhor).

Portanto, essas teorias de que o Natal surgiu para cristianizar a festa pagã do “Sol Invicto”, do solstício de verão etc., não passam de banais conjecturas.

Pe. José Eduardo

[*] Sobre estes estudos, veja-se o artigo de Tommaso Federici, “25 dicembre, una data storica”, in “30 giorni” [11/2000].

Fonte: https://presbiteros.org.br/

O homem, Deus e a manjedoura

Alexander Hoffmann | Shutterstock

Por Hozana - publicado em 22/12/23

O que teria passado na cabeça de José naquela noite, diante de Deus na manjedoura?

Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho único para a Salvação da humanidade. Filho de Deus nascido da Virgem Maria, confiado a José. Homem justo e bom! Homem do silêncio. 

Neste grande mistério da nossa fé, nesta noite santa que mudou a humanidade, o que terá passado no coração deste homem? Não há textos que no-lo revele. Não há lenda que nos conte. Mas podemos, com nossa imaginação, tentar representar o que talvez ele tenha pensado, sentido, vivido. Peço-lhes licença para partilhar o que o meu coração de homem imagina sobre como poderia ter sido aquela noite, no coração de José, do homem diante de Deus numa manjedoura. É assim que imagino os pensamentos de São José:

“Depois que tudo terminou e antes que devêssemos partir às pressas, eu fiquei ali. Deixei ela e a criança descansando. Distanciei-me um pouco. A leveza da respiração do filho que me foi confiado me acalmava. 

Sentei-me. E só aí pude me dar conta do que acabara de viver.

Lembrei-me das palavras do anjo: “não temas, José, de receber Maria por esposa. Pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados.” Eu ali, olhando aquela criança, como poderá ela ser o Salvador? Como? Essa criança dentro dessa manjedoura? Salvador de quem?

Recordo-me que chegamos cansados. Procuramos um lugar, uma casa para nos acolher. E só recebemos “não”. Uma vez, duas, várias. Ele nem nascera e já era excluído. Decidimos então ficar aqui. Gostaria de ter dado um pouco de conforto. Nossa casa era simples, mas acolhedora. No entanto, estamos aqui. Entre alguns animais, única maneira de ser um pouco aquecidos. Ficamos aqui, nesta noite fria. Só nos restava a esperança da promessa.

E quando a criança nasceu, olhei para o lado, e como berço, só havia essa manjedoura. Como pode ser Ele o Salvador? Deitado aqui, nesta manjedoura suja, fria… foi aí que olhei para o rosto dela, de Maria, em paz. Tranquila. Com aquela confiança que lhe é comum. Ela acreditou. Sempre acreditou. Ela disse sim! Então lembrei que eu também disse sim! Eu aceitei, por amor. E me vi com meu pai me explicando como Deus criara o mundo. Disse para mim mesmo, se Ele foi capaz de criar o mundo, Ele é capaz de estar ali, dentro daquela manjedoura, dormindo.  Porque o Altíssimo sempre surpreende.

Naquele instante entendi que se naquela manjedoura está o Salvador, aqui também está a humanidade. A minha humanidade.

Nessa palha suja e fria esconde-se nossa humanidade pecadora, cansada. Nessa criança adormecida se revela a Esperança, renovada.

Os pastores vieram. Magos do oriente. Maria sem dizer nada. Eu tampouco. Que mistério estamos vivendo? – perguntava-me. O mistério de Deus e seus projetos. O mistério do amor.

Foi então que, mais uma vez, aceitei! Aceitei que o Salvador só tivesse isso como berço. Mas naquele berço, os braços de seu povo, pesados de tanta luta. Aquilo fora como se Deus quisesse colocar sua respiração no compasso da respiração da humanidade. Como se ele quisesse que o seu coração batesse no ritmo do da humanidade. E ali, naquela manjedoura fria, o calor do amor divino dava sentido à espera. Sentido aos cansaços. Sentido à noite. Para que a nova vida aconteça.

Nasceu aqui, na noite de Belém, o Filho de Deus. Nasceu o Salvador. A Ele então, entrego minha vida. Deus está aqui e isso basta!”

Aproveitando deste belo mistério do Natal, convido você a mergulhar na vida e espiritualidade de José, homem revestido pela simplicidade, de espírito dedicado e coração puro, que acolheu a vontade de Deus no seio de sua família, a Sagrada Família.

Siga os passos de José ao longo de um retiro online de 3 meses inspirado na obra de Padre Luís Erlin: 3 Meses com São José – em oração pela minha família (clique aqui para participar) Serão três meses de profunda oração guiada pelo coração castíssimo de São José. Os relatos de suas angústias, alegrias e esperanças se tornarão um guia espiritual, que o levará a percorrer o mesmo caminho outrora pisado por este que é considerado pela Igreja como modelo de santidade a ser seguido. 

Padre Emmanuel Albuquerque, pelo Hozana

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Significados do Natal

Crédito: nspsocorro

SIGNIFICADOS DO NATAL

Dom Antônio de Assis Ribeiro
Bispo auxiliar de Belém do Pará (PA)

O Natal é a celebração da contemplação do mistério de Deus que se revela a nós: “o Deus escondido” (Is 45,15) se faz visível na forma de um frágil bebê! Deus quer ser desejado, tocado, visto, meditado, amado, seguido! 

No Natal somos chamados a contemplar a bondade Divina que vem ao nosso encontro através do Emanuel, o Deus conosco (cf. Mt 1,23); Deus se faz nosso irmão, nosso companheiro, nosso amigo, nosso mestre e Bom Pastor! 

O Natal é a celebração da criativa onipotência divina, que é capaz de fazer-se homem sem deixar de ser Deus. Aquele que nasceu de Maria é plenamente humano e totalmente divino, por isso, em tudo nos compreende e de nós se compadece!  

O Natal é a celebração da Palavra que se fez carne (cf. Jo 1,14), que assume nossa condição humana; é o evento máximo da solidariedade divina para com a humanidade. Jesus Cristo é, por isso, o mestre da empatia!   

No Natal contemplamos o Amor Divino que se aproxima e assume o pecador para salvá-lo. Deus não salva de longe, não manda recados… Mas vem ao encontro de todas as categorias de pessoas e de todas as situações humanas.  

O Natal é a festa da família. Ao centro do presépio está a família: um casal e uma criança! Para salvar a humanidade Deus começa com a família. Assim como da Sagrada Família dependeu a Salvação da humanidade, da família como núcleo de Amor e ternura, vem a restauração da sociedade.   

O Natal é a festa dos irmãos, a celebração da fraternidade. Celebrar o Natal é tempo oportuno para restaurar relacionamentos enfraquecidos! O mais importante dos presentes é a pessoa que se faz presente! 

O Natal é a festa da gratuidade. O Salvador é o Dom que o Pai deu para a humanidade! Pois Deus amou de tal maneira o mundo que nos deu o seu Filho único para que tenhamos a Vida eterna (cf. Jo 3,16). Quem ama se doa dando o melhor de si por quem ama! Na celebração do Natal somos chamados a renovar a virtude da gratuidade e da gratidão a Deus e aos outros! 

O Natal nos fala da paciência do Amor de Deus em prol da nossa Salvação; nada acontece imediatamente; “o mistério que esteve oculto durante séculos e gerações, mas agora foi revelado aos seus santos” (Cl 1,6); Deus é paciente e espera o momento oportuno para agir, pois “quando chegou a plenitude dos tempos Deus enviou seu Filho nascido de mulher” (Gl 4,4). E antes de manifestar-se publicamente o Filho de Deus assumiu o desenvolvimento humano e abriu-se à todas as realidades humanas. O imediatismo contemporâneo nega o mistério do Natal!  

O Natal é a festa do encontro: Deus que vem encontro da humanidade, os anjos vão encontro de Jesus, os pastores vão encontro do Salvador, os magos vão ao encontro do Rei do universo… Tudo converge para o Senhor e a harmonia se instaura. O presépio nos fala de harmonia!   

Por tudo isso, o Natal é a celebração da renovação do Amor,  

da Paz e da Esperança! 

Feliz Natal!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Segunda Pregação do Advento 2023 do cardeal Cantalamessa (1/3)

2ª Pregação do Advento 2023 (Vatican Media)

Segunda Pregação do Advento 2023 do cardeal Cantalamessa

"O presépio é, portanto, uma tradição útil e bela, mas não podemos nos contentar com os tradicionais presépios externos. Devemos montar para Jesus um presépio diverso, um presépio do coração. Corde creditur: crê-se com o coração. Christum habitare per fidem in cordibus vestris: que Cristo venha habitar em vossos corações pela fé (Ef 3,17). Maria e o seu Esposo continuam, misticamente, a bater às portas, como fizeram naquela noite em Belém."

Fr. Raniero Card. Cantalamessa, OFMCap
“BEM-AVENTURADA AQUELA QUE ACREDITOU!”
Segunda Pregação do Advento de 2023

Depois do Precursor João Batista, hoje nos deixamos conduzir pela Mãe de Jesus para “entrarmos” no mistério do Natal. No Evangelho de domingo passado, o Quarto do Advento, ouvimos a narrativa da Anunciação. Ele nos recorda como Maria concebeu e deu à luz o Cristo e como podemos concebê-lo dá-lo à luz também nós, isto é, mediante a fé! Referindo-se a este momento, Isabel, pouco depois, exclamará: “Bem-aventurada aquela que acreditou” (Lc 1,45).

Repetiu-se, infelizmente, acerca da fé de Maria, o que acontecera com a pessoa de Jesus. Como os hereges arianos buscavam qualquer pretexto para pôr em dúvida a plena divindade de Cristo, os Padres da Igreja, para lhes tirar qualquer apoio, às vezes deram uma explicação “pedagógica” de todos aqueles textos do Evangelho que pareciam admitir um progresso de Jesus no conhecimento da vontade do Pai e na obediência a ela. Um destes textos era o da Carta aos Hebreus, segundo a qual Jesus “aprendeu o que significa a obediência, por aquilo que sofreu” (Hb 5,8), um outro, a oração de Jesus no Getsêmani. Em Jesus, tudo devia ser dado e perfeito em princípio. Como bons gregos, pensavam que o tornar-se não pode incidir sobre o ser das coisas.

Algo de semelhante, eu dizia, se repetiu, tacitamente, para a fé de Maria. Dava-se por pressuposto que ela tivesse cumprido o seu ato de fé no momento da Anunciação e nele tivesse permanecido estável por toda a vida, como quem com a sua voz, alcançou de uma vez a nota mais aguda e a mantém interruptamente por todo o resto do canto. Dava-se uma explicação reconfortante de todas as palavras que pareciam dizer o contrário.

O dom que o Espírito Santo deu à Igreja, com a renovação da Mariologia, foi a descoberta de uma dimensão nova da fé de Maria. A Mãe de Deus – afirmou o Concílio Vaticano II – “avançou pelo caminho da fé” (LG 58). Não acreditou de uma vez por todas, mas caminhou na fé e progrediu nela. A afirmação foi retomada e tornada mais explícita por São João Paulo II na Encíclica Redemptoris Mater:

As palavras de Isabel: “Bem-aventurada aquela que acreditou” não se aplicam apenas àquele momento particular da Anunciação. Esta representa, sem dúvida, o momento culminante da fé de Maria na expectação de Cristo, mas é também o ponto de partida, no qual se inicia todo o seu caminho para Deus, toda a sua caminhada de fé (RM 14).

Neste caminho, Maria chegou, escrevia o Papa, até a “noite da fé” (RM 17). São conhecidas e repedidas as palavras de Santo Agostinho sobre a fé de Maria:

“A Virgem Maria deu à luz crendo, aquele que tinha concebido crendo (“quem credendo peperit, credendo concepit”)... Depois que o anjo tinha falado, ela, cheia de féconcebendo Cristo no coração antes que no ventre, respondeu: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”[1].

Devemos completar a lista do que aconteceu depois da Anunciação e do Natal: pela fé, Maria apresentou o Menino no templo, pela fé o seguiu, mantendo-se à parte, em sua vida pública, pela fé esteve sob a cruz, pela fé aguardou a sua ressurreição.

Reflitamos sobre alguns momentos do caminho de fé da Mãe de Deus. Há fatos aparentemente contrastantes que Maria confronta dentro de si, sem compreender. É “o Filho de Deus” e deita em uma manjedoura! Ela conserva tudo em seu coração e deixa que fermente à espera. Ouvirá a profecia de Simeão e logo se dará conta do quanto era verdadeira! Todos os altos e baixos da vida do filho, todas as incompreensões, as progressivas deserções ao seu redor, tiveram uma profunda repercussão em seu coração de Mãe. Começa a fazer experiência dolorosa disso na perda de Jesus no templo: “Por que me procuráveis? Eles, porém, não entenderam...” (Lc 2,49).

Enfim, há a cruz. Está lá, impotente diante do martírio do filho, mas consente ao amor. É uma réplica do drama de Abraão, mas quão imensamente mais exigente! Com Abraão, Deus se detém no último momento, com ela não. Aceita que o filho seja imolado, o entrega ao Pai, com o coração dilacerado, mas de pé, forte pela sua fé inabalável. É aqui que a voz de Maria alcança a nota mais alta. De Maria, deve-se dizer com maior razão o que o Apóstolo diz de Abraão: esperando contra toda esperança, Maria acreditou e, assim, tornou-se mãe de muitos povos (Rm 4,18).

Houve um tempo em que a grandeza de Maria era vista sobretudo nos privilégios que competiam para multiplicar, com o resultado de distanciá-la, ao invés de “associá-la” a Cristo, o qual se fizera “em tudo semelhante a nós”, nada excluído, nem mesmo a tentação, mas somente o pecado. O Concílio nos orientou a ver a sua grandeza sobretudo na sua fé, esperança e caridade. Afirma a Lumen gentium:

Concebendo, gerando e alimentando a Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz, cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão nossa mãe na ordem da graça (LG 61).

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Tradução de Fr. Ricardo Farias, OFMCap.

Notas:

[1] Cf. Agostinho, Discursos, 215,4.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Francisca Xavier Cabrini

Santa Francisca Xavier Cabrini (A12)

22 de dezembro

Santa Francisca Xavier Cabrini

Penúltima de 13 irmãos, camponeses pobres e sofridos, de constituição frágil e saúde precária, Francisca nasceu na região da Lombardia, Itália, em 1850. Seus pais, reconhecendo sua inteligência, fizeram grandes esforços para que se formasse professora, além de dar aos filhos a riqueza que possuíam: a Fé. Por isso ela gostava de ler a vida dos santos, e entusiasmada por São Francisco Xavier, adotou-lhe o nome, “Xavéria”.

Lecionou muito e bem, e nas aulas de Geografia enfatizava a triste situação religiosa dos povos pagãos, pois tinha amor às obras missionárias. Desejava ser freira, mas suas condições físicas impediram sua aceitação nos conventos. Aos 30 anos, desabafou o quanto desejava abraçar uma obra missionária com o bispo de Lodi, que lhe respondeu: "Filha, tu queres ser missionária? Não há ainda um instituto desse gênero, funda um!". Assim, em 1877 fundou o Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, que colocou sob a proteção de São Francisco Xavier. Adotou como lema as palavras de São Paulo: “Tudo posso Naquele que me fortalece” (Fl 4,13). E preparou missionárias especializadas em enfermagem, assistência social e religiosa, para acompanhar os emigrantes italianos que, na época, por causa das guerras de unificação da Itália, viajavam para as Américas, sem preparo profissional e sem compreender a língua, sendo facilmente explorados.

Em 30 anos de trabalhos, ela fundou 67 casas na Itália, na França e nas Américas (incluindo o Brasil), tendo atravessado o Atlântico cerca de 30 vezes. Impôs-se a grandes personagens políticas e comerciais, defendendo melhores condições de vida para os imigrantes. Faleceu em Chicago, EUA, em 1917, com 67 anos.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

“Senhor, fazei meu coração grande como o mundo”, suplicava Santa Francisca. A fortaleza da alma, embebida no amor a Deus e ao próximo, supera todas as dificuldades, incluindo a fragilidade física. Este amor é uma escolha: todos podemos (e devemos) pedir a Deus que nos fortaleça no serviço que Ele nos quiser dar – e que sempre será para o nosso maior bem.

Oração:

Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de Vossa fortíssima filha Santa Maria Francisca Xavéria Cabrini, a firmeza e liberdade espiritual de escolher Vos seguir incondicionalmente, superando pelo Vosso amor e por Vossas graças tudo aquilo que se interpuser ao bem que devemos fazer. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

O mundo inteiro à espera da resposta de Maria a Gabriel

Uffizi Galleries-(CC BY-SA 4.0)
Por Philip Kosloski - publicado em 21/12/23
Os escritos de São Bernardo enfatizam o quanto o mundo dependia daquele “sim”.

Em pleno tempo do Advento, A Liturgia das Horas traz uma bela reflexão sobre a Anunciação, escrita por São Bernardo de Claraval.

O sermão de São Bernardo imagina o mundo inteiro esperando pela resposta da Virgem Maria ao Anjo Gabriel:

“Ouviste, ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem — tu ouviste — mas do Espírito Santo. O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.”

Ele, então, dá um passo adiante e considera o que Adão e os patriarcas do Antigo Testamento estariam pensando, se estivessem olhando para a cena:

“Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado a teus pés.”

Os escritos de São Bernardo enfatizam o quanto o mundo dependia daquele único “Sim”. A salvação do mundo inteiro dependia da resposta da Virgem Maria:

“Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.”

Embora a nossa resposta a Deus não seja tão importante, podemos imaginar estas palavras finais dirigidas a nós , encorajando-nos a dizer “Sim” a Deus nas nossas próprias vidas:

“Abre, ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1, 38).”

Fonte: https://pt.aleteia.org/

“Um Retrato de Teresa”: documentário aprofunda vida e santidade de Santa Teresinha

"Um retrato de Teresa" (Vatican News)

 Mais nova produção original e internacional da Lumine, “Um Retrato de Teresa” teve gravações na França, nos Estados Unidos e no Brasil.

Teresa de Lisieux é uma das santas mais populares do Brasil. Tanto que — carinhosamente e só por aqui — é chamada de Santa Teresinha. Marcando os 150 anos do jubileu de nascimento da freira carmelita, a Lumine lançará mais uma produção original e internacional. Destaque da programação especial de Natal da plataforma de streaming, o documentário “Um retrato de Teresa” será exibido gratuitamente na sexta-feira (22), a partir das 20h, em seu canal do YouTube

“Hoje, as pessoas são incentivadas a buscar a felicidade em coisas externas, como o dinheiro, status e sucesso. É fácil nos sentirmos perdidos e desmotivados, com a impressão de que não estamos fazendo diferença no mundo”, reflete o fundador da Lumine, Matheus Bazzo. “Por isso, os exemplos de vidas extraordinárias e heróicas são tão importantes, mostrando que é possível viver uma vida com significado. É para revelar essa perspectiva que apresentamos a história de quem provou ser possível um caminho heróico e grandioso mesmo nas pequenas coisas”, explica. O trailer já está disponível.

O longa-metragem, que totaliza aproximadamente 1h30, tem o propósito de ir além de um simples relato biográfico. Busca fazer uma imersão em sua vida cotidiana, investigando as causas que fizeram da religiosa francesa uma das maiores santas dos tempos modernos — a começar por seus pais, Luís Martin e Zélia Guérin, também elevados aos altares. Para isso, a produção realizou gravações em três países: França, Estados Unidos e Brasil. 

“Um retrato de Teresa” reúne diversos especialistas, tanto leigos como religiosos. Também traz cenas de lugares que marcaram sua vida. É como uma viagem ao tempo, fazendo com que o espectador reviva experiências que forjaram a personalidade e o propósito de santidade da freira carmelita descalça. 

Casa de Santa Teresinha (Vatican Media)

Uma conexão especial com o Natal

Mas qual a relação de Santa Teresinha com a festividade natalina? “Esse filme não é de Natal, mas para o Natal. É um convite para refletir sobre a fé, a partir da trajetória de uma vida absolutamente inspiradora”, esclarece Gustavo Leite, que dirige o longa-metragem ao lado de Julia Sondermann. “Buscamos imprimir uma visão artística, poética e contemplativa sobre a biografia dela, que já é bem conhecida. Focamos nos sentimentos que ela teve ao longo de seus 24 anos, que são o que tornam sua vida real e palpável para todos nós”, complementa o diretor. 

Quando criança, Marie-Françoise-Thérèse Martin era sentimental e centrada em si mesma. A mudança veio em um episódio que ficou conhecido como “Milagre de Natal”. Naquela noite, devido a um comentário do pai que a deixou triste, ela teve vontade de chorar. Mas ela decidiu conter as lágrimas e não fazer birra. Foi o momento que marcou sua conversão, a partir do qual dedicou-se inteiramente a Deus. “Eu senti a necessidade de esquecer-me de mim para fazer os outros felizes”, escreveu a carmelita sobre essa passagem. 

“Esse milagre é o cerne do nosso novo original. Um lançamento que é, sim, um especial de Natal, mas que pode e deve ser apreciado em qualquer época do ano. Nosso convite não é para que você conheça aquela Santa Teresinha pequena e fraca. Mas que conheça essa Santa Teresinha imponente, sábia e extraordinária que, dia após dia, ofereceu sua vida para Deus”, conclui Matheus Bazzo. 

*Por Melina Fernandes

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF