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sábado, 23 de dezembro de 2023

25 de dezembro, uma data histórica (1/4)

Abside central da igreja de Sancta Maria Foris Portas em Castelserpio, na província de Varese (séculos VII-VIII). Preserva os restos de um afresco, inspirado nos Evangelhos apócrifos (Giorni)

Arquivo 30Dias – 11/2000

25 de dezembro, uma data histórica

Não foi uma escolha arbitrária suplantar os antigos festivais pagãos. Quando a Igreja celebra o nascimento de Jesus na terceira década de dezembro, inspira-se na memória ininterrupta das primeiras comunidades cristãs sobre os acontecimentos evangélicos e os lugares onde aconteceram. Tommaso Federici, professor emérito de teologia bíblica, faz um balanço de pistas e descobertas recentes que confirmam a historicidade da data do Natal.

por Tommaso Federici

Um preâmbulo

Geralmente foi assumido e é assumido sem questionar as já antigas notícias segundo as quais a celebração do Nascimento do Senhor na primeira metade do século IV foi introduzida pela Igreja de Roma por razões ideológicas. Na verdade, teria sido colocado em 25 de dezembro para neutralizar uma perigosa festa pagã, o Natal Solis invicti (seja Mitras, como é provável, ou seja um título de um imperador romano). Esta celebração foi marcada para o solstício de inverno (21-22 de dezembro), quando o sol retomou o seu curso triunfal em direção ao seu brilho cada vez maior. Portanto, no contexto cristão, há nove meses, a celebração do anúncio do Anjo à Virgem Maria de Nazaré e da sua Imaculada Conceição do Filho e Salvador foi marcada para o dia 25 de março. Consequentemente, seis meses antes do nascimento do Senhor houve também a memória do nascimento do seu precursor, profeta e batizador João.

Por outro lado, o Ocidente cristão não celebrou o anúncio do nascimento de João ao seu pai, o sacerdote Zacarias. Que, ao contrário, e há muito tempo, é comemorado no Oriente Sírio no primeiro domingo do "Tempo da Anunciação ( Sûbarâ )" que inclui em outros cinco domingos a anunciação à Virgem Maria, a visitação, a nascimento do Batista, o anúncio a José, a genealogia do Senhor segundo Mateus.
O Oriente bizantino, e sempre desde uma data imemorial, também celebra o anúncio a Zacarias no dia 23 de setembro.

Existem quatro datas evangélicas sucessivas que se cruzam, a saber: I) o anúncio a Zacarias e II) seis meses após a anunciação a Maria, III) respectivamente nove e três meses após as duas primeiras datas, o nascimento do Batista, e IV) respectivamente seis meses após esta última data, e naturalmente nove meses após a anunciação, Nascimento do Senhor e Salvador.

O referente dito "litúrgico" de tudo isto seria, portanto, o Natal do Senhor, no dia 25 de Dezembro, com base no qual, presume-se, foram organizadas nove meses antes as festas da Anunciação, e do nascimento de o Batista seis meses antes. Historiadores e liturgistas apresentam várias hipóteses mais ou menos aceitas sobre isso. O problema é que já nos séculos II e IV foram apresentadas várias datações, que levaram em conta cálculos astronômicos ou ideias teológicas.

Ainda não era conhecida uma data “histórica” externa, isto é, que não fosse bíblica, patrística e litúrgica, e que trouxesse confirmação aos estudiosos. 

Uma referência: o anúncio a Zacarias 

Lucas toma alguns cuidados na colocação da história. Assim, por exemplo, ele cita “o édito de César Augusto” para o longo censo de Quirino (cerca de 7-6 a.C.), durante o qual ocorreu o nascimento do Senhor ( Lc 2, 1-2). Refere-se também ao décimo quinto ano de Tibério César (cerca de 27-28 d.C.), quando João Baptista iniciou a sua pregação preparatória do Senhor ( Lc 3, 1). E observa: «E o próprio Jesus começou [o seu ministério depois do Batismo, Lucas 3, 21-22] com quase 30 anos» ( Lucas 3, 23), tendo de fato cerca de 33 ou 34 anos. Segundo a sua sugestiva narrativa evangélica, o mesmo Anjo do Senhor, Gabriel, seis meses antes da anunciação a Maria ( Lc 1, 26-38), no final da solene celebração sacrificial diária, ele anunciou no santuário ao idoso sacerdote Zacarias que a sua esposa estéril e idosa, Isabel, conceberia um filho, destinado a preparar um povo para Aquele que estava por vir ( Lucas 1, 5-25). Luca tem o cuidado de situar este fato com uma precisão que remete a um fato conhecido por todos. Assim ele narra que Zacarias pertencia «à classe [sacerdotal, ephêmería ] de Abias» ( Lc 1, 5), e enquanto Gabriel lhe aparece «praticou o sacerdócio na volta [ táxis ] de sua ordem [ ephêmería ]» ( Lc 1, 8). Assim se refere a um fato geral sem dificuldade, e a um fato específico e específico, que apresenta um problema. 

O primeiro fato, do conhecimento de todos, foi que no santuário de Jerusalém, segundo a narração do cronista, o próprio Davi havia providenciado que os "filhos de Arão" fossem divididos em 24 táxeis, hebraico sebaot , as "voltas" perenes ( 1 Cr 24, 1-7.19). Estas “turmas”, alternando-se numa ordem imutável, deviam realizar serviço litúrgico durante uma semana, “de sábado a sábado”, duas vezes por ano. A lista das classes sacerdotais até a destruição do templo (ano 70 d.C.) segundo o texto da Septuaginta foi estabelecida por sorteio, sendo: I) Iarib, II) Ideia, III) Charim, IV) Seorim, V) Mechia , VI) Miamin, VII) Kos, VIII Abijah , IX) Joshua, ) Afessi, XIX) Fetaia, XX) Ezekil, XXI) Iachin, XXII) Gamoul, XXIII) Dalaia, XXIV) Maasai (a lista, em 1 Cr 24, 7-18)

O segundo fato é que Zacarias pertencia, portanto, à “volta de Abias”, VIII. O problema que isso representa é que Lucas escreve quando o templo ainda está ativo e, portanto, todos poderiam conhecer suas funções, e não anota “quando” a “mudança de Abia” estava em operação. Além disso, não diz em qual das duas rotações anuais Zacarias recebeu o anúncio do Anjo no santuário. E parece que ao longo dos séculos ninguém teve o cuidado de relembrar a memória, ou de fazer qualquer pesquisa. A mesma Comunidade-mãe, a Igreja de Jerusalém, judaico-cristã de língua aramaica, que tradicionalmente (pelo menos durante dois séculos) foi liderada pelos parentes consanguíneos de Jesus, Tiago e seus sucessores, não parece ter se importado com este detalhe, o que para os contemporâneos era desnecessário dizer.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Em direção a Belém com as palavras dos Papas

O presépio montado na Praça São Pedro, inspirado no presépio franciscano de Greccio (Vatican Media)

De Pio XII a Francisco, as reflexões de seis Pontífices desenham um presépio ideal, centrando-se nos elementos-chave que caracterizam o mistério e a poesia do Natal.

Amedeo Lomonaco – Vatican News

O caminho para Belém abre-se olhando para o céu. Uma estrela guia os Magos até chegarem a esta pequena cidade da Judéia. Aqui, uma gruta os espera. Uma criança foi colocada numa manjedoura.

A estrela

A estrela de Belém brilha em todos os tempos, para cada homem. O Papa Pio XII, na mensagem radiofónica de 24 de dezembro de 1941, sublinha que esta estrela indica “o berço do recém-nascido Redentor” e “brilha no céu da cristandade”.

Desta Roma, centro, fortaleza e mestra do cristianismo, cidade mais para Cristo do que para os Césares, eterna no tempo, nós, movidos pelo desejo ardente e muito vivo do bem de cada povo e de toda a humanidade, dirigimos a nossa voz a todos, rezando e rogando para que não demore o dia em todos os lugares onde hoje a hostilidade contra Deus e Cristo arrasta os homens para a ruína temporal e eterna, prevaleçam mais conhecimentos religiosos e novos propósitos; o dia em que a estrela de Belém brilhe no berço da nova ordem dos povos.

Belém

Na peregrinação, tudo converge, portanto, para Belém. O Papa Bento XVI, no Angelus de 20 de dezembro de 2009, repercorre a história desta pequena cidade da Judeia, testemunha do grande acontecimento do nascimento de Jesus.

Mil anos antes de Cristo, Belém foi o berço do grande Rei Davi, que as Escrituras concordam em apresentar como o antepassado do Messias. O Evangelho de Lucas narra que Jesus nasceu em Belém porque José, esposo de Maria, sendo da "casa de Davi", teve que ir àquela cidade para o censo, e naqueles mesmos dias Maria deu à luz Jesus (ver Lucas 2 , 1-7). De fato, a própria profecia de Miquéias continua mencionando um nascimento misterioso: “Pois Deus os entrega só até que a mãe dê à luz, e o resto dos irmãos volte aos israelitas”. (Mi 5,2). Existe, portanto, um plano divino que inclui e explica os tempos e lugares da vinda do Filho de Deus ao mundo.

Os pastores

Os pastores estão lá para acolher Jesus. O Papa Francisco, na missa da Solenidade do Natal de 24 de dezembro de 2018, recorda que os pastores “foram sem demora”.

Os pastores de Belém também nos dizem como encontrar o Senhor. Eles vigiam durante a noite: não dormem, mas fazem o que Jesus pede várias vezes: vigiar (cf. Mt 25,13; Mc 13,35; Lc 21,36). Eles permanecem vigilantes, esperando acordados no escuro; e Deus “os envolveu de luz” (Lc 2,9). Isso vale também para nós.

A gruta

O lugar para onde converge o caminho dos pastores e dos Reis Magos é uma gruta. O Papa João Paulo II, na Audiência Geral de 23 de dezembro de 1992, sublinhou que esta simples cavidade natural é o ponto de convergência onde o amor de Deus e o destino do homem se encontram.

Na gruta de Belém, o céu e a terra se tocam, o infinito entrou no mundo e as portas da eterna herança divina se abriram para a humanidade. Com a presença do “Deus conosco”, até a noite mais escura de dor, angústia e perplexidade é superada e vencida para sempre. O Verbo encarnado, Emmanuel, “Deus conosco”, é a esperança de cada criatura frágil, o sentido de toda a história, o destino de todo o gênero humano.

A manjedoura

O Menino nascido em Belém é envolto em panos e colocado numa manjedoura. O Papa Paulo VI, na Missa de Natal de 25 de dezembro de 1969, se deteve no mistério da Encarnação, “uma realidade que não tem igual, surpreende e sempre nos exalta”.

Nasceu do Espírito Santo, Verbo de Deus que nasceu e foi um pequeno Menino pobre, imediatamente envolto em panos por causa do frio e pela dignidade da sua humanidade. E ele foi colocado numa manjedoura onde os animais comem. Ele poderia ter nascido mais pobre? Poderia ter nascido num local mais miserável? Poderia ter sido menor, mais baixo de todos?

As felicitações

O caminho do período natalino, que culmina com o nascimento do Senhor, é também um desejo que se renova a cada ano para que todo homem possa caminhar, em sua própria vida, seguindo os passos do Filho de Deus. O Papa João XXIII, em sua mensagem radiofônica de 22 de dezembro de 1960, dirige estas palavras, ainda hoje relevantes, "aos homens espalhados por todo o mundo:

Por favor, aceitem, como festivamente lhes oferecemos, as felicitações de um Feliz Natal". Ele se inspira na primeira página do Evangelho de São João, naquele prólogo que dá o motivo ao sublime poema, que canta o mistério e a realidade da união mais íntima e sagrada entre o Verbo de Deus e os filhos dos homens, entre o céu e a terra, entre a ordem da natureza e a da graça, que resplandece e se transforma em triunfo espiritual desde o início dos séculos até a sua consumação.

Que seja o Natal de Jesus

Este itinerário ao longo do Natal se entrelaça com outro itinerário marcado pelas vozes dos Pontífices: o do podcast do Vatican News - Rádio Vaticano intitulado "Papale papale" (Papal papal) e centrado neste período em palavras profundamente "natalinas", incluindo "expectativa", "festa", "presépio".

"Se quisermos que seja Natal, o Natal de Jesus e da paz", enfatiza o Papa Francisco na mensagem Urbi et Orbi de 25 de dezembro de 2022, "olhemos para Belém e fixemos o olhar no rosto do Menino que nasceu para nós! E naquele pequeno rosto inocente, reconheçamos o das crianças que em todas as partes do mundo anseiam pela paz ".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O que o Natal nos revela de mais importante?

Presépio (Crédito: Cléofas)

O que o Natal nos revela de mais importante?

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Precisamos pedir a Deus, a graça de penetrar no grandioso mistério encerrado na Encarnação do Verbo, para que colhamos os frutos deste que é o maior ato de amor da história. O Natal de Jesus revela-nos um pouco do grande mistério, “escondido desde o princípio dos séculos em Deus” (Ef 3,9), e que agora foi revelado. Vamos mergulhar um pouco na beleza desse mistério que o Natal no revela.

O pecado gerou entre Deus e o homem uma distância infinita, um abismo insuperável, o rompimento da amizade. Mas, a misericórdia de Deus, que ama a sua criatura humana com amor eterno, sobre o abismo gerado pelo pecado, ergueu uma Ponte maravilhosa que une a terra ao céu e, que restabelece as relações de intimidade entre Deus e os homens.

Só a Mediação de Jesus tem todas as prerrogativas para ser perfeitamente agradável a Deus, pois Ele é verdadeiro Deus e satisfaz, da mesma maneira, as condições necessárias para pagar as dívidas da humanidade pecadora, pois é também verdadeiro homem e, como tal, representa o gênero humano inteiro. Na Pessoa do Verbo humanado, abraça-se a divindade e a humanidade de Cristo.

Jesus é esta Ponte maravilhosa, o Pontífice, o “único Mediador entre Deus e os homens, une de modo deveras admirável, a terra ao céu”, como disse Pio XII na Mystici Corporis Christi. Só Jesus pode ser o Mediador entre Deus e os homens, porque só Jesus é Deus e homem, e assim Ele pode oferecer um Sacrifício necessário e suficiente, de valor infinito, para reparar a ofensa infinita que o pecado da humanidade fere a Majestade Infinita de Deus. Por isso, disse São Pedro, “não nos foi dado outro Nome no qual tenhamos salvação” (At,12).

Nele e por Ele todos os homens são admitidos de novo à amizade com o Pai; Nele todos podem reencontrar o caminho para chegar à união com a Santíssima Trindade.

O Pai eterno dignou-Se revelar este admirável mistério a Santa Catarina de Sena:

“Eu desejo que olhes para a Ponte que construí no meu Unigênito Filho e observes a Sua grandeza que vai da terra ao céu, pois Nele a grandeza da divindade está unida à terra da vossa humanidade. Isto foi necessário para refazer o caminho que estava interrompido e para permitir chegar, através das amarguras deste mundo, à vida eterna” (Diálogos,22).

“Foi do agrado do Pai que residisse Nele toda a plenitude da divindade e que por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, pacificando pelo Sangue da sua cruz, tanto as coisas da terra como as coisas do céu” (Cl 1, 19-20).

Disse o Concílio Vaticano II: “Com efeito, o Verbo de Deus, por quem tudo foi feito, fez-se homem, para homem perfeito, a todos salvar e a todos recapitular” (GS,45).

A obra de Jesus Mediador completa-se no Calvário onde Ele derramou todo o Seu Sangue, preço do nosso resgate; mas esta obra começou na manjedoura de Belém, onde o Verbo, num gesto de amor infinito ao homem, desceu do céu à terra, e se fez homem e Deus.

O terrível abismo que o pecado tinha criado entre Deus e os homens já foi preenchido por este Menino que, no Presépio, nos estende os braços. Tudo aquilo que o pecado danificara e destruíra, é assim, por vontade de Deus, salvo e “restaurado em Cristo” (Ef, 1. 10). No Presépio à ternura se une uma imensa admiração, e surge espontaneamente a necessidade de louvar e adorar este Menino.

A graça que Adão havia recebido de Deus, e que não pode nos transmitir, recebemos só por meio de Jesus Mediador. Todas as graças, tudo o que de sobrenatural chega às nossas almas, vem-nos sempre das Suas mãos. E se quisermos alcançar a Deus, não temos outro meio senão agarrar-nos a Jesus, passar através Dele. O próprio Jesus disse: “Eu sou o caminho. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim será salvo” (Jo 14, 6; 10, 9). Eis a única condição, o caminho único de salvação e santidade.

A Virgem Maria não é uma ponte medianeira que substitui a única que é Jesus. Ela apenas faz os seus filhos atravessarem a única Ponte essencial, insubstituível, que é Jesus. De Maria a Jesus, de Jesus ao Pai, sem confusão.

A grande guerra que o homem tinha com Deus transformou-se em grande paz; Jesus puniu no Seu corpo, a nossa iniquidade e a desobediência de Adão, fazendo-se obediente até a morte da cruz.

“Ó Cristo Deus, doce amante dos homens, eu Vos invoco, rogo e suplico a fim de que caminhe por Vós, chegue a Vós, descanse em Vós que sois o Caminho, a Verdade e a Vida; sem Vós ninguém chega ao Pai” (Santo Agostinho).

Como os grandes santos da Igreja, precisamos meditar longamente este santo mistério de nossa salvação e nos encantamos, como por exemplo, São Gregório de Nissa:

“Tu, Senhor, és verdadeiramente uma fonte de bondade pura e inesgotável; recusaste-nos e novamente nos acolheste com misericórdia; odiaste-nos e reconciliaste-Te conosco; expulsaste-nos do paraíso e nos devolveste a ele; tiraste-nos a roupagem e folhas silvestres para nos revestir com um manto real; abriste as portas da prisão para dares liberdade aos condenados… Para nós, herdeiros do pecado, tudo mudou em deslumbrante alegria e vemos abrir-se o paraíso. A criação – terra e céu – cuja unidade fora desfeita, entoam a nova amizade” (Orações dos primeiros cristãos).

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

Segunda Pregação do Advento 2023 do cardeal Cantalamessa (2/3)

2ª Pregação do Advento 2023 (Vatican Media)

Segunda Pregação do Advento 2023 do cardeal Cantalamessa

"O presépio é, portanto, uma tradição útil e bela, mas não podemos nos contentar com os tradicionais presépios externos. Devemos montar para Jesus um presépio diverso, um presépio do coração. Corde creditur: crê-se com o coração. Christum habitare per fidem in cordibus vestris: que Cristo venha habitar em vossos corações pela fé (Ef 3,17). Maria e o seu Esposo continuam, misticamente, a bater às portas, como fizeram naquela noite em Belém."

Fr. Raniero Card. Cantalamessa, OFMCap
“BEM-AVENTURADA AQUELA QUE ACREDITOU!”
Segunda Pregação do Advento de 2023

“Acreditemos também nós!”

A renovação da Mariologia operada pelo Vaticano II deve muito (talvez o essencial) a Santo Agostinho. Foi a sua autoridade que impulsionou alguns teólogos e depois a assembleia conciliar a inserir o discurso sobre Maria dentro da constituição sobre a Igreja, a Lumen gentium, ao invés de fazer um discurso à parte sobre ela. Partindo do princípio de que “o todo é superior à parte”, Agostinho escrevera:

Santa é Maria, bem-aventurada é Maria, mas mais importante é a Igreja do que a Virgem Maria. Por quê? Porque Maria é uma parte da Igreja, um membro santo, excelente, superior a todos os demais, mas um membro de todo o corpo. Se é um membro de todo o corpo, sem dúvida mais importante do que um membro é o corpo[2].

Agora é o mesmo Santo Agostinho a nos sugerir a resolução a se tomar após termos repercorrido brevemente o caminho de fé da Mãe de Deus. Ao final do seu discurso sobre a fé de Maria, ele dirige aos seus ouvintes uma vibrante exortação que vale também para nós: “Maria acreditou, e o que acreditou se cumpriu nela. Acreditemos também nós, para que o que se cumpriu nela possa se cumprir também em nós!”[3].

O IV centenário do nascimento de Blaise Pascal – que o Santo Padre quis recordar à Igreja com a sua Carta Apostólica de 19 de junho passado – nos ajuda a dar um conteúdo atual à exortação: “Acreditemos também nós”. Entre os “Pensamentos” mais famosos de Pascal, há o seguinte:

Le coeur a ses raisons que la raison ne connaît point. O coração tem suas razões que a razão não conhece [...]. C’est le coeur qui sent Dieu et non la raison. O coração, e não a razão, sente Deus. Assim é a fé: Deus sentido pelo coração e não pela razão[4].

Esta afirmação é ousada, mas tem o mais fidedigno fundamento possível, o da Sagrada Escritura! O apóstolo Paulo conhece e usa frequentemente a palavra nous, que corresponde ao moderno conceito de mente, inteligência ou razão; mas, falando da fé, não diz “mente creditur”, com a mente se crê; diz corde creditur (kardia gar pisteùetai), com o coração se crê (Rm 10,19).

Deus “é sentido pelo coração e não pela razão”, como afirma Pascal, pelo simples motivo de que “Deus é amor” e o amor não se percebe com o intelecto, mas com o coração. É verdade que Deus é também verdade (“Deus é luz”, escrive João em sua mesma Primeira Carta) e a verdade se percebe com o intelecto; mas, enquanto o amor supõe o conhecimento, o conhecimento não supõe necessariamente o amor. Não se pode amar sem conhecer, mas se pode conhecer sem amar! Bem o sabe uma civilização a nossa, orgulhosa de ter inventado a inteligência artificial, mas tão pobre de amor e compaixão.

Não são, infelizmente, “as razões do coração” de Pascal que plasmaram o pensar laico e teológico dos últimos três séculos, mas sim o “penso, logo existo” (cogito ergo sum) do seu compatriota Descartes, ainda que contra a intenção deste, que era e permaneceu sempre um piedoso cristão e um fiel (lembro de ter lido o seu nome na lista dos peregrinos famosos ao Santuário de Nossa Senhora de Loreto).

A consequência foi que o racionalismo dominou e ditou a norma, antes de chegar ao atual niilismo. Todos os discursos e debates que se fazem, também hoje, vertem sobre “Fé e Razão”, jamais, pelo que eu saiba, sobre “Fé e coração”, ou “Fé e vontade”. O próprio Pascal, contudo, em um outro pensamento, afirma que a fé é clara o bastante para quem quer crer, e bastante obscura para quem não quer crer[5]. Ela, em outras palavras, é uma questão de vontade, mais do que de razão e intelecto.

Gostaria, neste ponto, de acenar a uma segunda lição deixada a nós por Pascal e que o Santo Padre evidencia fortemente em sua Carta Apostólica: a centralidade de Cristo para a fé cristã: “Conhecemos Deus – escrive o filósofo – apenas por meio de Jesus Cristo. Sem este mediador, está excluída qualquer comunicação com Deus”[6]. E, no chamado Memorial, eco de uma memorável noite de luz, ele exclama: “o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, não dos filósofos nem dos eruditos... é encontrado apenas pelas vias ensinadas pelo Evangelho”.

Pascal é frequentemente citado a propósito do “risco calculado”, ou da aposta vantajosa. Na incerteza, escreve, aposte na existência de Deus, pois “se vencer, você venceu tudo, se perder, não perdeu nada”: “Si vous gagnez, vous gagnez tout ; si vous perdez, vous ne perdez rien[7]. Mas o verdadeiro risco da fé – também ele sabe disso – é outro: é aquele de pôr Jesus Cristo entre parênteses. Um risco de longa data! Repensemos sobre o que aconteceu em Atenas, na ocasião do memorável discurso proferido pelo apóstolo Paulo no Areópago (At 17,16-33).

O Apóstolo começa falando do Deus único que criou o universo e do qual “somos até sua linhagem”. Os presentes captam a alusão ao verso de um poeta seu e o acompanham com atenção. Mas eis que Paulo chega ao ponto. Fala de um homem que Deus designou como juiz universal, dando prova disso ao ressuscitá-lo dos mortos. Acabou o encanto! “Quando ouviram falar da ressurreição dos mortos, alguns zombavam. Outros diziam: ‘A respeito disso, te ouviremos em outra ocasião’” (At 17,32).

O que foi que os perturbou tanto? Certo, a ideia da ressurreição dos mortos, tão contrária ao que, no mesmo lugar, ensinara Platão: o corpo é “a tumba da alma”, não vale a pena carregá-lo também após a morte. Mas talvez lhes tenha desconcertado ainda mais o fato de fazer o destino da humanidade depender de um único evento histórico e de um homem concreto. Um século depois, o filósofo platônico Celso jogará à face dos cristãos os motivos do escândalo dos gregos: “Filho de Deus um homem que viveu há poucos anos? Alguém de ontem ou anteontem? Um homem nascido de uma pobre fiandeira em um vilarejo da Judeia?”[8].

O verdadeiro risco da fé é aquele de se escandalizar com a humanidade e a humildade de Cristo. Foi o maior obstáculo que Agostinho teve que superar para aderir à fé: “Não sendo humilde, eu não conseguia aceitar como meu Deus o humilde Jesus”, escreve nas Confissões[9]. Jesus falara da possibilidade de “se escandalizar” por causa dele, em razão da sua distância da ideia que os homens tinham feito do Messias, e concluíra dizendo: “E bem-aventurado quem não se escandaliza por causa de mim!” (Mt 11,2-6).

O escândalo hoje é menos ostentado do que aquele dos areopagitas, mas não menos presente entre os intelectuais. O efeito – mais danoso do que a rejeição – é o silêncio sobre ele. Tenho acompanhado, na internet, muitos debates de alto nível sobre a existência ou não de Deus: quase nunca era pronunciado neles o nome de Jesus Cristo. Como se ele não coubesse no discurso sobre Deus!

Deve ser este o nosso empenho principal no esforço pela evangelização. O mundo e seus meios de comunicação – eu dizia em outra ocasião, nesta mesma sede – fazem de tudo (e infelizmente conseguem!) para manter separado, ou silenciado, o nome de Cristo em todo seu discurso sobre a Igreja. Nós devemos fazer de tudo para mantê-lo obstinadamente presente. Não para nos abrigar por detrás dele e calar nossos fracassos, mas porque é ele “a luz dos povos”, o “nome que está acima de todo nome”, “a pedra angular” do mundo e da história.

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Tradução de Fr. Ricardo Farias, OFMCap.

Notas:

[2] Cf. Agostino, Discurso 72,7 (Miscellanea Agostiniana, I, Roma 1930, p.163).
[3] Cf. Agostino, Discursos, 215,4.
[4] Cf. Pensamentos, 277-278, ed. Brunschvicg.
[5] Cf. Pensamentos, 430, ed. Br.
[6] Cf. Pensamentos, n. 221, Br.
[7] Cf. Pensamentos, 233, Br.
[8] Cf. Orígenes, Contra Celso, I, 26.28; VI, 10.
[9] Cf. Agostinho, Confissões, VII, 18,24.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

3 imagens de Nossa Senhora de pele negra muito conhecidas em todo o mundo

Grabowski Foto / Shutterstock

Por Daniel R. Esparza - publicado em 22/12/23

Há séculos, essas devoções vêm cativando os fiéis católicos em todo o planeta.

A tradição das imagens de Nossa Senhora de pele negra remonta à época medieval, quando estes ícones se tornaram objetos de profunda reverência e peregrinação. Tais representações da Virgem com o Menino inspiraram admiração e curiosidade, dando origem a uma mistura de ciência, lenda e hermenêutica, visto que há muita especulação sobre a origem do tom da pele.

As explicações para a profunda pigmentação destes ícones ou estátuas variam muito, e algumas foram e continuam a ser fonte de controvérsia. Historiadores de arte, arqueólogos, antropólogos e historiadores religiosos propuseram motivos que incluem imagens feitas de madeira escura, ícones que escureceram naturalmente com o tempo devido ao envelhecimento ou exposição à fumaça de velas e até possíveis influências pagãs.

No entanto, os estudos sobre o tom da pele de Nossa Senhora têm sido um tanto limitados. Alguns estudiosos fazem conexões com o refrão do Cântico dos Cânticos, nigra sum sed formosa. Na verdade, a frase se encontra logo na entrada do mosteiro de Montserrat, onde se guarda uma venerada Virgem Negra.

Abaixo, três devoções a Nossa Senhora de pele negra que se tornaram famosas no mundo inteiro:

1. Nossa Senhora de Częstochowa (Polônia)

Grabowski Foto / Shutterstock

Localização: Mosteiro de Jasna Góra, Częstochowa, Polônia

Nossa Senhora de Częstochowa ocupa um lugar especial nos corações de milhões de católicos em todo o mundo. Reza a lenda que o ícone foi pintado por São Lucas num painel da casa da Sagrada Família. A verdadeira origem do ícone e a data de sua composição continuam sendo motivo de controvérsia entre os estudiosos. A tez escura da Virgem é atribuída a séculos de exposição à fumaça de velas e ao toque de inúmeros peregrinos.

2. A Virgem de Montserrat (Espanha)

abadiamontserrat.cat

Localização: Abadia de Santa María de Montserrat, Catalunha, Espanha

Preservada no Mosteiro de Montserrat, “La Moreneta” é um símbolo querido da identidade catalã. Trata-se de uma escultura em madeira e a sua expressão serena cativa os peregrinos que sobem à montanha para visitá-la. Acredita-se que a estátua remonte ao século XII e sua pele escura é o resultado de séculos de exposição à fuligem de velas. Peregrinos de todo o mundo visitam o seu santuário e depois retomam a viagem pelo Caminho de Santiago ou Caminho Inaciano, visto que o mosteiro está situado no cruzamento destes dois caminhos de peregrinação.

3. Nossa Senhora Aparecida (Brasil)

Nossa Senhora Aparecida / santuariodeaparecidaoficial

Local: Basílica do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, Aparecida, SP, Brasil Nossa Senhora Aparecida é a padroeira do Brasil. Como tal, ocupa um lugar especial no coração de milhões de católicos brasileiros. A história de sua descoberta está repleta de detalhes: pescadores encontraram a estátua nas águas do rio Paraíba. Esta Virgem, de expressão calorosa e maternal, é celebrada anualmente durante a festa de Nossa Senhora Aparecida. A basílica que abriga a estátua é um dos maiores locais de peregrinação católica do mundo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Sem apostar na literatura infantil não há educação de qualidade

Clube do Livro - Instituto Guimarães Rosa - Cidade da Praia, Cabo Verde

A afirmação é de Marilene Pereira, Diretora do Instituto Guimarães Rosa na capital de Cabo Verde, país onde esta antiga professora e jornalista brasileira vive há algumas décadas e onde já publicou diversas obras infanto-juvenis centradas na realidade cabo-verdiana. Neste Natal, ela recomenda que se ofereçam livros às crianças, pois são importantes para o seu crescimento.

Dulce Araújo - Vatican News 

Natural de um país, onde a literatura infantil é bastante desenvolvida, Marilene Pereira ficou surpreendida que em Cabo Verde não houvesse livros infantis com os rostos e realidades do arquipélago. Estava-se em finais dos anos 80.

Então, inspirando-se em modelos brasileiros de literatura para crianças, acabou por pôr-se à obra e no ano 2000 deu a público o seu primeiro livro infantil:  "Bentinho Traquinas", com ilustração de Ivan Silva, edição do Instituto de Promoção Cultural da Praia. Seguiram-se outros três: “Meus Vizinhos Passarinhos”, “O Mistério da Cidade Velha” e “Eu Amílcar”.

Desde então, a literatura infantil em Cabo Verde tem vindo a ganhar fôlego, havendo agora várias outras pessoas a escrever para os mais pequenos. E o Ministério da Cultura está também a dar maior atenção ao sector. 

Crianças no Clube do Livro - Instituto Guimarães Rosa - Praia (Vatican Media)

Fortemente convencida da importância da literatura infantil para o divertimento das crianças e para lhes estimular a imaginação, Marilene Pereira fala com entusiasmo do "Clube do Livro Infantil" existente no Instituto Guimarães Rosa ou Centro Cultural do Brasil na cidade da Praia e que é muito procurado pelas crianças e pelos seus pais. Aliás, há uma certa atenção neste sentido para com os rapazes, menos propensos à leitura. 

Repazes, em geral menos propensos à leitura (Vatican Media)

A literatura infantil é um sector que o Instituto deseja reforçar e a ideia é propor no âmbito da cooperação Brasil-Cabo Verde, para o novo ano, um programa em rede que abranja também outros países africanos de língua oficial portuguesa, onde a situação, deste ponto de vista, não é certamente muito melhor que em Cabo Verde. 

Cooperação Brasil-Cabo Verde - Literatura infantil (Vatican Media)

Convicta da importância dos livros e da leitura para as crianças, Marilene Pereira recomenda que neste Natal (e não só) se ofereça livros às crianças em vez de coisas tecnológicas.

Um dos Momentos no Clube (Vatican Media)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Dez santos padroeiros que podem te ajudar na cozinha neste Natal

Imagem ilustrativa (Crédito: Pexels)

Por Redação central

23 de dez de 2023

Quando se aproxima a comemoração do nascimento de Jesus, o costume familiar de receber o Natal ao redor da mesa pode exigir experiência na cozinha, o que só alguns têm. Pode lhes interessar esta lista dos santos que foram especialistas na “arte culinária”.

1. São Nicolau de Bari

Este santo, cuja festa se celebra no dia 6 de dezembro, é o padroeiro da confeitaria, doceria e chocolateria.

Em virtude do relacionamento do bispo São Nicolau, do século IV, com as crianças e o Natal, ele é considerado o padroeiro de todas as coisas doces.

2. São Francisco Caracciolo

É o padroeiro dos chefs italianos e da comida italiana. Sua festa é 4 de junho

Sua associação com a comida como meio de curar os enfermos ajudou a promover São Francisco como patrono da culinária italiana.

3. Santo Antônio Abade

É padroeiro dos açougueiros, dos agricultores, dos criadores de animais, dos animais da fazenda, do porco, da charcutaria. Sua festa é em 17 de janeiro.

Santo Antônio foi um asceta egípcio do século IV muito amado pelos agricultores.

4. Santa Isabel da Hungria

Esta santa, cuja festa é dia 17 de novembro, é a padroeira dos padeiros e da confeitaria. A santa, que viveu no século XIII, é lembrada por ter distribuído pão aos pobres todos os dias.

5. São Urbano de Langres

Este santo e bispo francês é padroeiro do vinho, viticultores e sommeliers. A festa dele é no dia 23 de janeiro.

Em 374, Urbano teve que fugir de sua diocese devido a distúrbios políticos e se escondeu em uma vinha. Enquanto estava lá, aproveitou a oportunidade para converter os vinicultores à Igreja.

6. São Lourenço de Roma

São Lourenço é o padroeiro da culinária, dos chefs, sommeliers e comediantes. Sua festa é celebrada em 10 de agosto.

Este santo, sendo condenado por romanos pagãos que odiavam os cristãos, foi condenado a uma morte lenta e dolorosa em uma grelha de ferro em chamas. Segundo a tradição, suas últimas palavras foram: "Vire-me, este lado já terminou!".

7. São Isidoro Lavrador

Este santo, cuja festa é celebrada em 15 de maio, é o padroeiro dos agricultores espanhóis e das quitandas.

8. Santa Marta de Betânia

Ela é a padroeira dos cozinheiros, garçons e garçonetes. Sua festa é celebrada em 29 de julho.

Segundo a tradição, Marta, Maria e Lázaro costumavam celebrar Jesus e seus apóstolos no jantar. Um dia, Maria parecia estar se esquivando de seus deveres na cozinha, e Marta insistiu com Jesus para que pedisse à irmã que a ajudasse. Jesus admoestou Marta gentilmente, dizendo: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada” (Lc 10,38-42).

9. Santo Honorário de Amiens

É o padroeiro dos padeiros, confeiteiros e dos que fazem pão para o altar. Sua festa é celebrada em 16 de maio.

São Honorato está associado ao pão há mais de mil anos. Sua igreja patronal em Paris era o local da associação dos padeiros e muitas confeitarias e padarias têm o seu nome. Em Paris, sua festa é celebrada com festivais de pão de três dias. A torta de São Honorato leva seu nome; esta é uma massa folhada recheada com creme que ainda é usada nas comemorações de Primeira Comunhão na França.

10. Santa Hildegarda de Bingen

Ela é a padroeira dos nutricionistas, colecionadores de receitas e chefs. Sua festa é celebrada em 17 de setembro.

Esta doutora da Igreja escreveu receitas e se dedicou à ciência da nutrição e acreditava que os alimentos tinham propriedades curativas. Ela criou os seus “Biscoitos da Alegria”, que tinham como objetivo promover a boa saúde e alegria, garantindo que “reduzirão os maus humores, enriquecerão o sangue e fortalecerão os nervos”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF